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MITOLOGIA GREGA ANTIGA
Orfeu e Eurdice
Orfeu, o mais conhecido dos msicos lendrios da Grcia Antiga,
objeto de grande nmero de mitos um tanto divergentes. Na mitologia
grega, era mdico e o poeta mais talentoso que j viveu. Filho da
musa Calope ou Urnia e de Apolo ou Oeagrus, rei da Trcia (regio do
sudeste da Europa e Antiga regio macednia. Atualmente dividida
entre a Grcia, Turquia e a Bulgria) e irmo de Lino. Sempre que
Orfeu tocava a ctara e a lira que ganhou e aprendeu a toc-la com
seu pai. Ao ouvi-lo, os pssaros paravam de voar para escutar e os
animais selvagens perdiam o medo e o seguiam. As rvores se curvavam
para pegar os sons no vento e at os homens mais irascveis se
acalmavam.
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O momento mais trgico a Orfeu foi quando Eurdice morre picada
por uma serpente, em que ele desce ao inferno procura da esposa.
Com sua arte, Orfeu encanta monstros, as sombras dos mortos, o
barqueiro Caronte e at os deuses infernais, Hades e Persfone. Hades
ento aceita devolver Eurdice aos vivos, desde que o poeta ande,
seguido por ela, sem olhar para trs uma nica vez. Atormentado pela
dvida se a amada realmente o seguia, j prximo ao final do caminho,
Orfeu no resiste e olha para trs, Eurdice, como que sugada,
retornar ao mundo dos mortos e o desolado msico permanece no mundo
dos vivos. Ao se manter nesse mundo Orfeu elabora poemas
descrevendo o inferno. Algum tempo depois, sem muito esclarecimento
lendrio, sabe-se que morreu esquartejado por um grupo de mulheres
enfurecidas, as mnades. A cabea de Orfeu caiu no mar e chegou at a
Ilha de Lesbos, onde os habitantes ergueram um tmulo de onde,
dizia-se, ser possvel ouvir com frequncia o som de uma lira. Orfeu
foi levado aos Campos Elsios onde entretinha os bem-aventurados com
sua msica. Sua lira foi transformada pelos deuses em constelao.
Eurdice
Eurdice a ninfa esposa de Orfeu. O amor do casal, mesmo
consagrado por Himeneu o deus dos matrimnios, no foi capaz de
trazer boa sorte a este relacionamento. Uma atmosfera de pressgios
inundou a unio desde o incio, o que se concretizou
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quando a jovem, pouco depois, foi assediada por Aristeu, por sua
intensa beleza. Ao escapar da perseguio, ela esbarrou em uma
serpente a qual a picou, matando-a e a ninfa levada ao mundo
inferior. Orfeu, solitrio pela perda de quem tanto amava, desafia a
morte, desce ao inferno, passa por todos os obstculos e convence
Hades a deixar Eurdice voltar ao mundo dos vivos. O deus emocionado
pela msica de sua lira, aceita, mas com a condio de que Orfeu no
olhasse para trs at que ele chegasse sob o Sol, mas Orfeu
desobedece, v sua esposa, e ela volta ao Hades. J o gegrafo
Pausnias critica os gregos por acreditarem na histria inverdica de
que Orfeu era filho de uma musa e desceu ao Hades.
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A ele, Orfeu teria ido a Aornum na Tesprcia onde havia um orculo
dos mortos, acreditando que o esprito de Eurdice o seguia; mas o
esprito foi embora quando ele se virou, e, por tristeza, ele
cometeu suicdio. Noutra verso, Eurdice era uma aulonade (ninfas
associadas aos pastos localizados em montanhas e vales). E
encontrou sua morte no vale do rio Pineios, na Tesslia, pelas mos
de Aristeu, filho de Apolo e de Cirene, outra ninfa. O desejo de
vingana de Cirene fez com que ninfa se transformasse numa cobra
venenosa, a qual picou Eurdice enquanto esta fugia de Aristeu.
Desesperado, Orfeu tocou e cantou msicas to tristes que todos os
deuses e ninfas choraram.
Caronte ilustrado por Gustave Dor, para a Divina Comdia.
Caronte , - Khron era o barqueiro do Hades, que carrega as almas
dos recm-mortos sobre as guas do rio Estige e Aqueronte, que
dividiam o mundo dos vivos ao dos mortos. Exigia-se uma moeda para
pag-lo pelo trajeto, geralmente um
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bolo ou dnaca, era por vezes colocado dentro ou sobre a boca dos
cadveres, de acordo com a tradio funerria da Grcia Antiga. Segundo
alguns autores, aqueles que no tinham condies de pagar a quantia,
ou aqueles cujos corpos no haviam sido enterrados, tinham de vagar
pelas margens por cem anos. No mitema da catbase, alguns heris como
Hracles, Orfeu, Enas, Dioniso e Psiqu conseguem viajar at o mundo
inferior e retornar, ainda vivos, trazidos pela barca de
Caronte.
Calope
Calope No grego antigo significa , transl: Kalliop, "a da Bela
Voz" A musa da Poesia Heroica e da Grande Eloquncia.
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Urnia a primeira das nove musas da mitologia grega, filhas de
Zeus e Mnemosine. Calope era a musa da poesia pica, da cincia em
geral e da eloquncia e a mais velha e sbia das musas, considerada
por vezes a rainha destas. representada por uma figura de donzela
de ar majestoso, coroada de louros e ornada de grinaldas, sentada
em atitude de meditao, com a cabea apoiada numa das mos e um livro
na outra, tendo, junto de si, mais trs livros: a Ilada, a Odisseia
e a Eneida. Em outras representaes, traz como atributo um rolo de
pergaminho e uma pena. Tambm me das sereias e dos coribantes
(sacerdotes da titnide Reia).
Calope
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Agora tu, Calope, me ensina
O que contou ao Rei o ilustre Gama;
Inspira imortal canto e voz divina
Neste peito mortal, que tanto te ama.
Assim o claro inventor da Medicina,
De quem Orfeu pariste, linda Dama,
Nunca por Dafne, Clcie ou Leucotoe,
Te negue o amor devido, como soe.
Fragmento de Os lusadas Cames
Apolo, tambm conhecido com Febo (brilhante), na mitologia grega
considerado o deus da juventude e da luz, identificado
primordialmente como uma divindade solar e mais eclticas da
mitologia greco-romana. Filho de Zeus e da titnide Latona (Leto).
Irmo gmeo de rtemis conhecida pelos romanos como Diana, a deusa da
caa. Representava o deus da morte sbita, das pragas e doenas, mas
tambm o deus da cura e da proteo contra as foras malignas, deus da
Beleza, da Perfeio, da Harmonia, do Equilbrio e da Razo, O
iniciador dos jovens no mundo dos adultos, estava ligado Natureza,
s ervas e aos rebanhos, e era protetor dos pastores, marinheiros e
arqueiros. Embora tenha tido inmeros amores, foi infeliz nesse
terreno, mas teve vrios filhos.
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Apolo
Foi representado desde a Antiguidade at o presente, como um
homem jovem, nu e imberbe, no auge de seu vigor, s vezes com um
manto, um arco e uma aljava de flechas (arco e a flecha dourados),
a lira (smbolo da mais espiritual das artes), a coroa de louros
(representando a vitria da sabedoria e da coragem) e algum de seus
animais simblicos, como a serpente, o corvo ou o grifo (criatura
com cabea e asas de guia e corpo de leo. Fazia seu ninho em
bolcacas e punha ovos de ouro sobre ninhos de ouro. Outros ovos so
descritos como sendo de gata).
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Lino e Hracles
Lino na mitologia grega era um msico mpar, considerado pelos
autores antigos o inventor do ritmo e de vrias melodias, em
especial canes tristes e lamentos. Lino mudando-se para Tebas
tornou-se um cidado tebano. Na afirmao de Digenes Larcio, Lino
comps um poema sobre a origem do mundo, o curso do Sol e da Lua e a
gnese dos animais e das plantas, e conservou a primeira frase do
poema: , ' , Houve um tempo em que tudo era criado ao mesmo tempo.
O mais provvel que se trate de uma atribuio tradicional, cuja
origem ignorada. Lino foi o professor
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encarregado de ensinar msica a Hracles. Quando num acesso de
fria o aluno o atingiu com a lira. Outra verso conta que Lino
tentou rivalizar com Apolo e o deus, irritado com a pretenso, o
matou. Hracles gosta de msica tanto quanto de todas as demais
coisas que aprendia, mas, quando comeou a aprender lira, teve srias
dificuldades. Com seus dedos grossos e fortes ele sempre acabava
arrebentando as cordas. Lino desesperava-se, praguejava contra
deuses e demnios. Por mais que Hracles se esforasse, no conseguia
melhorar, e, certo dia, na execuo de um exerccio difcil, arrebentou
todas as cordas de uma s vez. A Lino, aquilo foi a gota dgua,
perdeu a pacincia e comeou a bater no seu pupilo como se quisesse
mat-lo. No suportando mais a aula nem o professor, Hracles
arremessou a lira na cabea do mestre com uma fora incontrolvel e o
instrumento atingiu violentamente Lino, que caiu morto. Ao ser
levado ao tribunal o heri teve a capacidade de se defender, devido
aos vrios ensinamentos recebidos, inclusive sobre poltica. Explicou
que no teve a inteno de matar seu professor e citou uma lei
decretada pelo maior legislador da Grcia, Radamanto: aquele que
atacado tem o direito de retaliar. Os juzes sem ter respostas
declaram Hracles inocente.
Hracles Orfeu
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Hracles que quer dizer " Glria de Hera", cujo o nome original
foi "Alcides", nome dado a uma tentativa sem sucesso de apaziguar o
dio de Hera, louca de cimes pelas infidelidades do marido. Na
mitologia romana e na maior parte do Ocidente moderno Hracles
tornou-se clebre pelo seu nome latino, Hrcules. Na mitologia grega,
era um semideus filhos de Alcmena e Zeus e meio-irmo de ficles.
Reunindo grande fora e sagacidade, Hracles foi, na mitologia
greco-romana, o mais clebre de todos os heris, um smbolo do homem
em luta contra as foras da natureza, exemplo de masculinidade,
ancestral de diversos cls reais (os herclidas) e paladino da ordem
olmpica contra os monstros ctnicos. O heri aprendeu a ler e
escrever, estudou literatura, filosofia, astronomia, msica e canto.
Quando Hracles tinha oito meses de idade, quando Hera ou o pai
Anftrion colocou duas serpentes em seu bero, para mat-lo, mas
Hracles as destruiu, estrangulando uma em cada mo. Segundo
Fercides, Anftrion fez isto para saber qual era seu filho, pois
ficles fugiu e Hracles ficou firme. Hracles teve que defender-se
das perseguies de Hera desde a tenra infncia.
Orfeu no teatro
Interpretao do sculo XIX da travessia de Caronte, por Alexander
Litovchenko.
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Desde 1942 que a ideia de transpor o mito grego de Orfeu para
uma favela carioca habitava Vincius de Moraes. Durante esse ano que
o poeta norte-americano Waldo Frank visitava o Brasil e Vincius
ficou responsvel por cicerone-lo pelo pas. Suas incurses no mundo
das favelas, dos terreiros de candombl, da regio do Mangue e das
escolas de samba da cidade mergulharam o poeta em uma realidade
afro-brasileira que no vivia at ento. Ali, segundo o prprio, comeou
a aproximao entre os negros cariocas moradores das favelas e os
gregos heroicos e trgicos dos tempos mticos. "Todas as personagens
da tragdia devem ser normalmente representadas por atores da raa
negra, no importando isto em que no possa ser, eventualmente,
encenada com atores brancos."
Hracles - leo
E assim, Orfeu da Conceio uma adaptao em forma de pea musical do
mito grego de Orfeu transposto realidade das
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favelas cariocas. O espetculo estreiou no Teatro Municipal do
Rio de Janeiro em 25 de setembro de 1956.
A Pea teve cenrios de Oscar Niemeyer. Vinicius declama e
teatraliza (com uma flauta pastoral ao fundo) o "Monlogo de Orfeu"
composto por ele mesmo e Tom Jobim especialmente para a pea.
Vinicius Orfeu da Conceio
Fonte:
https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/
https://pt.wikipedia.org/
https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/https://cpantiguidade.wordpress.com/2011/02/22/%E2%80%9Ccaliope%E2%80%9D-%E2%80%93-a-musa-grega-da-eloquencia/https://pt.wikipedia.org/