MIN UNIVERS FAC RELATÓRIO DE ES EM ÁREA DE CLÍNICA MÉ MANEJO ZOOTÉCNICO NISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SIDADE FEDERAL DE PELOTAS CULDADE DE VETERINÁRIA STÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONAD M MEDICINA VETERINÁRIA ÉDICA, CLÍNICA CIRÚRGICA, REPRODUÇ O EM BOVINOS DE LEITE E EXTENSÃO R VAGNER LUCHEZE PELOTAS, 2007 DO ÇÃO, RURAL
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS FACULDADE DE … · 2010-08-26 · ministÉrio da educaÇÃo universidade federal de pelotas faculdade de relatÓrio de estÁgio
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOUNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADOEM MEDICINA VETERINÁRIA
ÁREA DE CLÍNICA MÉDICAMANEJO ZOOTÉCNICO EM BOVINOS
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
FACULDADE DE VETERINÁRIA
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADOEM MEDICINA VETERINÁRIA
ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA, CLÍNICA CIRÚRGICA, REPRODUÇÃO,MANEJO ZOOTÉCNICO EM BOVINOS DE LEITE E EXTENSÃO RURAL
VAGNER LUCHEZE
PELOTAS, 2007
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
, CLÍNICA CIRÚRGICA, REPRODUÇÃO, DE LEITE E EXTENSÃO RURAL
VAGNER LUCHEZE
RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA
ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA, CLÍNICA CIRÚRGICA, REPRODUÇÃO,
MANEJO ZOOTÉCNICO EM BOVINOS DE LEITE E EXTENSÃO RURAL
Relatório de estágio curricular realizado na Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda – COAPEL, localizada na cidade de Nova Petrópolis - RS, sob orientação do Médico Veterinário Marcelo Wittmann, e orientação acadêmica do Professor Dr. Márcio Nunes Corrêa, apresentado pelo acadêmico Vagner Lucheze como requisito parcial para obtenção do título de Médico Veterinário.
PELOTAS, NOVEMBRO DE 2007
"Há, verdadeiramente, duas coisas diferentes:
saber e crer que se sabe.
A ciência consiste em saber;
em crer que se sabe está a ignorância" (Hipócrates)
AGRADECIMENTOS
Agradeço:
A Deus por estar sempre presente, trilhando os caminhos da minha vida,
pois sem ele hoje não estaria acabando essa etapa. Pela conquista em ser um
Médico Veterinário!
A minha família a qual sempre me apoiou, incentivou e abdicou de muitas
coisas materiais para que seguisse em frente até acabar minha formação
educacional. Sem ela nada disso teria se concretizado, por ser o alicerce e
base para tudo em minha vida, muito obrigado!
A minha mãe Ignês Oltramari Lucheze e meu pai Valdemar Lucheze que
sempre estiveram me ajudando nos momentos em que mais precisava, desde
o início de minha formação, a sua incansável luta em me proporcionar o melhor
para que conseguisse alcançar essa vitória.
A meu irmão Elisandro Lucheze que sempre me apoiou, e pela sua
amizade e ajuda mutua desde o início da caminha da para alcançar a
universidade e a formação profissional.
Aos meus amigos, em especial aos meus grandes colegas Lucas de Carli
Meneghello e Alex Gabana, que hoje posso disser que são muito mais que
amigos, são verdadeiros irmãos. As minhas colegas Tanaia, Samira e Marcela,
e meus colegas Fábio e Rafael pelos bons momentos que passamos juntos.
A todos os colegas pela amizade, companheirismo, e por todos os
momentos de alegria em que compartilhamos juntos durante esses cinco anos.
Aos professores agradeço pelos conhecimentos repassados, pela
amizade e pelas lições de vida transmitidas através de suas experiências.
Agradeço em especial a meu Orientador acadêmico Dr. Marcio Nunes Correa e
a minha orientadora de estágio durante a faculdade a Dra. Leonor Souza
Soares pela amizade e ajuda incondicional na minha formação.
A Cooperativa agropecuária Petrópolis Ltda – COAPEL, no nome de seu
presidente Vitor Grings pela oportunidade de estágio e prática profissional.
Aos Médicos Veterinários Marcelo Wittmann, Osmar kny, Gilberto kny,
Carlos Schüenemann e Thiago Braz Marçal, pelo conhecimento repassado e
pela vivência prática na Medicina Veterinária.
Aos animais que são instrumentos da minha profissão.
A todos que de alguma maneira estiveram ao meu lado nessa jornada.
V
RESUMO
O trabalho desenvolvido durante o estágio curricular tem por objetivo apresentar e discutir as atividades desenvolvidas durante o período de estágio prático profissional que ocorreu de 20 de agosto a 20 de novembro de 2007. O estágio curricular foi realizado na Cooperativa Agropecuária Petrópolis Ltda – COAPEL, no setor de assistência técnica em bovinocultura leiteira, localizada no município de Nova Petrópolis-RS. Os trabalhos foram desenvolvidos nas áreas de clínica médica, clínica cirúrgica, reprodução e manejo zootécnico de bovinos de leite, sob a orientação do Médico Veterinário Marcelo Wittmann, totalizando 990 horas. Neste período foram realizados 283 atendimentos, sendo distribuídos em: 134 atendimentos clínicos, 29 atendimentos cirúrgicos, 25 atendimentos reprodutivos, 16 atividades profiláticas, e 79 atendimentos na área de manejo zootécnico e extensão rural.
6.1 Deslocamento de Abomaso a Esquerda ..........................................45
6.2 Prolápso de Vagina .........................................................................49
7. DEMAIS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO...........................................................................................................52 8. CONCLUSÃO ...............................................................................................53 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................54 ANEXOS ...........................................................................................................56
VIII
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Atividades realizadas com respectivo número de atendimentos e
suas porcentagens ..............................................................................................8
Tabela 02 – Espécies animais atendidas durante o estágio, número de atendimentos e suas porcentagens.......................................................................................................9 Tabela 03 - Principais atendimentos clínicos acompanhados, número de casos
e suas porcentagens ...........................................................................................9
Tabela 04 – Principais afecções do Sistema Gastro-entérico atendidos, número
de casos observados e suas porcentagens ........................................................9
Tabela 05 – Principais distúrbios metabólicos acompanhados, número de
casos observados e suas porcentagens ...........................................................10
Tabela 06 – Principais afecções do sistema respiratório atendidos, número de
casos observados e suas porcentagens ...........................................................10
Tabela 07 – Principais afecções do sistema locomotor atendidos, número de casos observados e suas porcentagens ...........................................................10 Tabela 08 – Principais afecções da glândula mamária atendidos, número de
casos observados e suas porcentagens ...........................................................11
Tabela 09 – Principais distúrbios por doenças parasitárias atendidos, número
de casos observados e suas porcentagens ......................................................11
Tabela 10 – Principais transtornos reprodutivos atendidos, número de casos
observados e suas porcentagens .....................................................................11
Tabela 11 – Principais afecções de outros sistemas atendidos, número de
casos observados e suas porcentagens ...........................................................12
LISTA DE FIGURAS
Mapa 01 – Região de inserção da Cooperativa agropecuária Petrópolis LTDA –
Figura 6 - Animal acometido por lesão/paralisia de nervo obturador
5.5 DISTURBIOS DA GLÂNDULA MAMÁRIA
5.5.1 Mastite
A mastite é a inflamação do parênquima da glândula mamária
independente da causa, caracterizando-se por uma série de alterações físicas
e químicas do leite bem como modificações patológicas no tecido glandular.
(RADOSTITS et al., 2002, p.541).
A mastite bovina pode ser causada por uma série de agentes infecciosos
diferentes, que são classificados em dois grupos, os patógenos causadores de
mastite contagiosa e os patógenos causadores de mastite ambiental.
Segundo Fonseca (2000), dependendo da intensidade da reação
inflamatória pode apresentar-se de duas formas: mastite clínica ou mastite
subclínica. Na mastite clínica a reação da glândula mamária junto com
mudanças físicas, químicas e microbiológicas, é caracterizada por um aumento
de células somáticas, especialmente de leucócitos no leite e ou com alterações
patológicas no tecido mamário. Já na mastite subclínica não se demonstra
alterações macroscópicas na glândula mamária ou no leite, mas ao exame do
leite revela infecção do úbere, com aumento do número de células somáticas e
alterações químicas e microbiológicas no leite.
28
Acredita-se que a mastite clínica seja de 30% dos casos totais de
mastite, assim 70% dos casos são de mastite subclínica onde essa tem
detecção difícil, longa duração, ocasionando grandes perdas em produção,
mas que não são visíveis ao produtor, podendo progredir para uma mastite
clínica, afeta a qualidade do leite e pode ser causa de novas infecções no
rebanho.
Classicamente, divide-se a mastite em dois grandes grupos quanto ao
tipo de agente patogênico causador: mastite contagiosa e mastite ambiental. A
mastite contagiosa é causada por patógenos cujo habitat preferencial é o
interior da glândula mamária e pele dos tetos. Dessa forma o principal
momento de transmissão ocorre durante a ordenha dos animais. Já a mastite
ambiental é causada por agentes que vivem preferencialmente no ambiente da
vaca, em locais como: esterco, urina, barro e camas orgânicas.
• Caso Clínico
Bovino, fêmea da raça Jersey de 6,5 anos de idade estando na quarta
lactação. O proprietário relatou durante a anamnese que observou presença de
grumos no leite que havia esgotado do quarto dianteiro direito.
• Procedimento clínico
No exame físico foi constatado que a freqüência cardíaca, freqüência
respiratória, movimentos ruminais, temperatura e mucosas estavam dentro dos
padrões fisiológicos. Apresentava leve edema no quarto dianteiro direito.
• Diagnóstico
Mastite clínica
• Procedimento terapêutico
Foi administrada por via intramamária três seringas de 10ml de 12 em 12 horas
contendo gentamicina 150mg e cloridrato de bromexina 50mg.
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• Discussão
O diagnóstico da mastite clínica pode ser feito através de um teste
simples que deve ser realizado em todas as ordenhas nos quatro quartos do
animal. Este teste é caracterizado como teste da caneca de fundo escuro e
consiste na retirada de três jatos de leite e análise desse contra um recipiente
de fundo escuro. O diagnóstico de mastite clínica é feito quando se identifica a
presença de grumos ou estrias de sangue ou ainda alterações na coloração e
aspecto do leite. O diagnóstico de mastite subclínica deve ser feito realizando
preferencialmente a cada 15 dias o teste de CMT (Califórnia Mastitis Teste), no
qual a consistência gelatinosa indica a presença da infecção.
Os animais com mastite clínica devem ser tratados durante a lactação, e
os animais com mastite subclínica o mais usado é não realizar o tratamento
durante a lactação e sim tratar esses animais no período seco. Para efetuar-se
o tratamento da mastite devia-se conhecer o agente e a susceptibilidade desde
aos mais diversos antimicrobianos.
A via intramamária de administração é a preferida para o tratamento de
mastites leves. Nos casos agudos, ou mais avançados, a distribuição do
medicamento quando administrada pela via intramamária pode estar
prejudicada pela inflamação. A administração parenteral nestes casos é a
melhor escolha, ou o uso simultâneo tanto parenteral como local do princípio
ativo ou combinações de princípios ativos que tenham ação potencializada, ou
efeito positivo.
O tratamento do úbere com antibióticos durante o período seco é um
meio simples e de custo baixo para se tratar infecções subclínicas existentes e
prevenir a ocorrência de novas mastites. Neste caso os antibióticos são de
longa ação, devem ser absorvidos aos poucos no úbere ou que sejam
incorporadas em formulações de lenta liberação, após o parto o leite deve ser
descartado por 96 horas, dependendo do produto.
¹MASTIFIN® Laboratório Ouro Fino – Saúde Animal Ltda.
30
O ideal é que se possa realizar um antibiograma, principalmente em
animais de grande importância zootécnica, e da apresentação da patologia.
Dependendo do antibiograma e sensibilidade do agente as drogas, pode-se
usar a via parenteral a inúmeras drogas, lembrando que o mínimo de uso de
antibióticos é de 07 dias para evitar resistência à droga. Já para uso
intramamário existem inúmeras drogas com diferentes apresentações, e a
escolha fica a encargo do Médico Veterinário e dos resultados do antibiograma,
se possível.
5.5.2 Mastite Aguda
As manifestações clínicas são apenas perceptíveis na mastite clínica, e
esta é dividida em aguda, subaguda, crônica e super-aguda. Na aguda tem-se
uma grande queda da produção e alterações na composição do leite. O estado
geral do animal pode ser afetado gerando várias alterações clínicas. (Smith
2003).
• Caso Clínico
Bovino, fêmea da raça HPB de seis anos de idade estando na quarta
lactação. O proprietário relatou que no dia anterior o animal estava normal, que
havia ordenhado e não identificou nenhuma alteração no leite e na glândula
mamária. Na manhã seguinte observou que havia inchaço num quarto traseiro
e na ordenha saiu um líquido amarelado do teto e em pouca quantidade.
Relatou ainda que o animal não estava se alimentando e apresentava-se
apático.
• Procedimento clínico
No exame físico foi constatado que o animal apresentava-se anoréxico,
a freqüência cardíaca, freqüência respiratória e temperatura estavam
aumentadas, sendo que apresentava temperatura de 41°C, os movimentos
31
ruminais encontravam-se presentes, mas atenuados, e as mucosas estavam
dentro dos padrões fisiológicos. No exame da glândula mamária evidencio-se
edema em um dos quartos mamários traseiro.
• Diagnóstico
Mastite clínica aguda.
• Procedimento terapêutico
Foi administrada por via endovenosa solução de 500ml contendo
riboflavina 20mg; cloridrato de piridoxina 15mg; nicotinamida 1000mg; acetil d-l-
metionina 660mg; cloreto de sódio 3500mg; cloreto de potássio 250mg; cloreto
de cálcio 150mg; cloreto de magnésio 90mg; dextrose 25000mg e veículo
p.s.p. 500ml. Por via intramuscular foi realizada uma aplicação de 20 ml de
solução contendo cada 100ml: sulfato de cefquinoma 2,964g e, por via
intramamária foi aplicado três seringas de 10ml de 12 em 12 horas contendo o
mesmo princípio ativo da injeção intramuscular contendo em cada seringa 8g
de sulfato de cefquinoma.
• Discussão
Nos casos de mastite aguda e superaguda onde as alterações clínicas
ocorrem muito rapidamente, deve-se intervir no caso o mais rápido possível a
fim de tentar reestabelecer a glândula mamária acometida, pois caso contrário
ocorre lesões irreversíveis no tecido secretor da glândula levando muitas vezes
a perda do quarto afetado.
¹FORTEMIL® Laboratório Ouro Fino Ltda.
²COBACTAM® Laboratório Intervet Ltda.
32
Os casos de mastite aguda e superaguda são tratados com antibióticos
IM e também intramamários, usam-se princípios ativos de amplo espectro,
como também, em muitos casos de mastite aguda que são causados por
coliformes onde são agentes gram negativos, sendo então escolhidos
antibióticos específicos para esses agentes.
Figura 7 – Leite mamítico coletado do quarto mamário infectado.
5.6 ENFERMIDADES POR DOENÇAS PARASITÁRIAS
Durante o estágio pude acompanhar e ajudar na realização de um
levantamento sobre a incidência de TPB e diagnóstico de que agente estava
envolvido em cada caso atendido. O levantamento fazia parte do trabalho de
conclusão de curso de outro estagiário de Medicina Veterinária. Para isso
utilizou-se a coleta de uma gota de sangue em microtubo com anticoagulante
das veias auriculares dos animais acometidos ou suspeitos de estarem
parasitados pela TPB. Com o sangue coletado realizava-se esfregaço
sangüíneo e corava-se com kit comercial panótico rápido. Após observava-se
ao microscópio para diagnosticar o agente envolvido.
5.6.1 Tristeza Parasitária Bovina (TPB)
Denomina-se tristeza parasitária bovina (TPB) o complexo de duas
enfermidades causadas por agentes etiológicos distintos, porém com sinais
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clínicos e epidemiologia similares: babesiose e anaplasmose. (Riet-Correa,
2001).
A TPB, tristeza bovina, ou simplesmente tristeza, é conhecida desde o
século passado como causadora de sérios problemas na pecuária, em vários
países. As perdas econômicas diretas da doença estão relacionadas com a
morbidade e a mortalidade de bovinos, além do registro de abortos, alterações
no ciclo estral, fertilidade de touros, e indiretas, como o custo do tratamento.
A enfermidade é encontrada em bovinos de regiões tropicais e
subtropicais e é causada por uma associação de agentes (babesias,
anaplasma) que se multiplicam no sangue (hemoparasitas). O principal vetor é
o carrapato (babesias), entretanto, moscas hematófagas e mosquitos podem
também transmitir o agente (anaplasma).
• Caso Clínico
Bovino, fêmea da raça HPB de quatro meses de idade, pesando
aproximadamente 150 kg. O proprietário relatou que o animal tinha sido criado
em ternereira e há alguns dias havia soltado o animal na pastagem. Durante a
realização da anamnese nos foi relatado que o animal se apresentava apático,
isolado dos demais terneiros do piquete ao qual estavam soltos, e há um dia
não se alimentava mais.
• Procedimento clínico
Durante a inspeção pode-se evidenciar a presença de pequenos
carrapatos no animal. No exame físico foi observado que o animal
apresentava-se anoréxico, a freqüência cardíaca e freqüência respiratória e
temperatura estavam aumentadas, sendo que apresentava temperatura de
40,6°C, os movimentos rumenais estavam normais, e as mucosas estavam
levemente ictéricas.
• Diagnóstico
Tristeza parasitária bovina.
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• Procedimento terapêutico
Foi administrada por via intramuscular (IM) solução de 15 ml contendo
cada 100ml 21,6g de dihidrato de oxitetraciclina de longa ação, também IM foi
aplicado 15ml de diaceturato de diminazeno, sendo que em cada 100ml do
produto contém 7g de diaceturato de diminazeno. Foi ainda prescrito mais dois
dias consecutivo de aplicação IM de oxitetraciclina LA.
• Discussão
No diagnóstico da TPB a campo deve-se levar em conta dados
epidemiológicos e sinais clínicos. Para exames laboratoriais deve-se colher
amostra de sangue de regiões de microcirculacão, como ponta das orelhas e
ponta da calda. Deve-se utilizar anticoagulantes no nas amostras de sangue
coletadas. Para o exame são feitos esfregaços em camada delgada, e
geralmente os eritrócitos infectados se concentram nas bordas da cauda do
esfregaço.
O tratamento da anaplasmose consiste na administração de
tetraciclinas. No tratamento clínico da doença, utilizam-se oxitetraciclina, na
dose de 6 a 10 mg/kg de peso corpóreo, diariamente durante três dias
consecutivos ou uma única injeção de oxitetraciclina LA, na dose de 20 mg/kg
IM. A administração concomitante de cipionato de estradiol, na dose 14,3
mg/kg de peso corpóreo, parece melhorar a taxa de recuperação, por promover
a parasitemia durante o tratamento. A tetraciclina elimina a infecção,
persistindo a imunidade. Transfusões sanguíneas são indicadas em animais
com hematócrito inferior a 15%.
O Imidocarb (3 mg/kg de peso corpóreo) é eficaz no tratamento dos
casos clínicos, não interferindo no desenvolvimento da imunidade ao A.
marginale.
O risco de infecção no restante do rebanho deve ser considerado, e,
caso necessário, deve-se providenciar uma proteção temporária ou, até,
prolongada. As tetraciclinas ou, mesmo, a vacinação conferem proteção.
¹TETRABAC® LA Laboratório Bayer
²PIROFORT® Laboratório Ouro Fino Ltda
35
Em virtude do risco de exposição à doença, uma proteção temporária
pode ser obtida com uma única injeção intramuscular de tetraciclina de longa
duração, na dose de 20 mg/kg de peso corpóreo. Os resultados são
satisfatórios, salvo em casos em que o animal foi exposto à infecção 14 dias
antes do tratamento. A proteção prolongada pode ser obtida com uma injeção
de tetraciclina de longa duração, na dose de 20 mg/kg de peso corpóreo IM, a
cada 28 dias, ou administrando clortetraciclina oral na alimentação, na dose de
1,1 mg/kg de peso corpóreo diariamente.
O tratamento parenteral com tetraciclina, na dose de 10 a 30 mg/kg de
peso corpóreo diariamente, por 10 a 16 dias, ou com injeções intravenosas de
22 mg/kg de peso corpóreo diariamente, durante cinco dias, é eficaz na
eliminação da infecção, embora apresente desvantagens óbvias, quando
instituído num grande número de animais. Um método mais prático e capaz de
erradicar a doença é administração de tetraciclina de longa duração, na dose
de 20 mg/kg de peso corpóreo, intramuscular, a cada sete dias, num total de
duas a quatro aplicações, ou duas injeções de imidocarb, na dose de 5 mg/kg
de peso corpóreo. A administração oral de clortetraciclina (11 mg/kg de peso
corpóreo por 30 a 60 dias), ou na dose de 1,1 mg/kg de peso corpóreo por 120
dias, é eficaz na eliminação dos portadores.
Animais que se recuperam da infecção são suscetíveis a reinfecção,
embora mais resistentes à doença por um período considerável. Animais
soropositivos por seis meses após mo tratamento devem ser novamente
tratados ou removidos do rebanho, sendo consideradas falhas de tratamento.
O tratamento inicial da babesiose visa à destruição dos protozoários no
paciente. Existem drogas eficazes para essa finalidade em bovinos, porém a
fase inicial da doença é aguda; se o tratamento for retardado por muito tempo,
o animal poderá morrer de anemia, apesar da esterilização do sangue.
Resultando doença de uma vacinação com vacina viva, todo cuidado deve ser
tomado para evitar a completa esterilização do sangue, antes que anticorpos
seja produzidos em quantidade suficiente para conferir imunidade duradoura. O
tratamento não tem efeito supressor sobre os protozoários que vivem no
interior dos carrapatos que parasitam os bovinos nesse momento.
Um resumo dos medicamentos recomendados é apresentado a seguir,
destacando-se, entre os mais frequentemente usados, o Diaceturato de
36
Diminazeno, Dipropionato de Imidocarb, Diisetionato de Amicarbalida e a
Fenamidina. A Parvaquona, Buparvacona e Alovaquona foram introduzidas
recentemente, tendo apresentado bons resultados em ensaios clínicos. As
tetraciclinas são amplamente empregadas, porém sua indicação para os
animais com doença aguda não é mais recomendada. São úteis quando
administradas simultaneamente com babesias vivas, funcionando nesse caso,
como quimioesterilizantes, sendo os parasitas controlados e
produzida imunização efetiva.
5.7 ENFERMIDADES POR DOENÇAS INFECCIOSAS
5.7.1 Tuberculose
A tuberculose causada pelo Micobacterium bovis é uma zoonose de
evolução crônica que acomete principalmente bovinos e bubalinos.
Caracteriza-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares
denominadas tubérculos, que podem localizar-se em qualquer órgão ou tecido.
(Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose
Animal – PNCEBT). Por ser uma doença de caráter crônico não apresenta
sinais clínicos alarmantes como é o caso das doenças de caráter agudo e
devido a isso a prevalência no rebanho revela-se alta, de maneira geral.
• Caso Clínico
Bovino, fêmea da raça HPB de 9 anos de idade, pesando
aproximadamente 450kg. O proprietário relatou que teve casos de turberculose
na propriedade há pouco tempo e estava com suspeita de que um outro animal
poderia estar contaminado. Segundo o proprietário o animal tinha havia
emagrecido consideravelmente e há certo tempo estava apático.
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• Procedimento clínico
Na inspeção pode-se observar que o animal apresentava um baixo
escore corporal. No exame físico foi observado que o animal apresentava a
freqüência cardíaca e freqüência respiratória e temperatura normais, também
os movimentos ruminais e mucosas estavam normais.
• Diagnóstico
Devido o histórico do animal, baixo valor zootécnico e a impossibilidade
de realização do teste de tuberculinização, foi indicado à eutanásia do animal
para confirmação do diagnóstico, o qual foi positivo para tuberculose, através
da visualização de lesões típicas dessa patologia.
• Achados de necropsia
Na cavidade torácica havia várias massas de lesões tuberculares
distribuídas nas paredes torácica e nos pulmões. Esses mesmos nódulos
encontravam-se distribuídos também nas paredes abdominais, no fígado e
intestinos.
Figura 8 – Lesões características de tuberculose encontrada nas cavidades e
órgãos torácicos e abdominais.
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• Procedimento terapêutico
Apesar de diversos estudos sobre vacinação e tratamento da
tuberculose bovina, até o presente, os resultados obtidos não justificam a
adoção dessas medidas como forma de controle da enfermidade.
• Discussão
O diagnóstico da tuberculose bovina pode ser feito por métodos diretos
que envolvem a visualização de lesões, detecção e identificação do agente
etiológico em materiais biológicos, ou pode ser feito pro métodos indiretos os
quais pesquisam uma resposta imunológica do hospedeiro ao agente
etiológico. No caso da tuberculose é realizada a técnica de tuberculinização a
qual desencadeia uma reação celular do tipo hipersensibilidade tipo IV
(Diagnóstico alérgico cutâneo).
O diagnóstico a campo pode ser realizado através de um diagnóstico
clínico aliado a prática da tuberculinização, e também através do diagnóstico
anatomopatológico realizando a necropsia e inspeção da carcaça.
Para confirmação laboratorial pode-se enviar material fresco ao laboratório
proveniente de lesões e essas amostras são fixadas e coradas em lâminas
pelo método de Ziehl-Neelsen para a pesquisa de bacilos álcool ácido
resistentes (BAAR).
5.8 REPRODUÇÃO
5.8.1 Retenção de Membranas Fetais
A retenção de membranas fetais (RMF) é a falha na expulsão das
membranas fetais durante o terceiro estágio do trabalho de parto; é uma
complicacão pós-parto comum em ruminantes, particularmente bovinos.
(HAFEZ et al., 2004, p.276).
Em condições normais, a porção fetal da placenta na vaca é liberada
entre três e oito horas após a expulsão do feto. A placenta é considerada retida
39
quando não é liberada até 12 horas após a expulsão do feto (NASCIMENTO et
al., 2003, p.80).
• Caso Clínico
Bovino,fêmea da raça HPB de sexta cria com 8 anos de idade e
aproximadamente 500 Kg de peso vivo. O proprietário relatou que o animal
havia parido há aproximadamente 24 horas e ainda permanecia com a placenta
retida.
• Procedimento clínico
Durante o exame físico foi constatado que o animal apresentava
temperatura de 39,8 ºC, estando os demais sistemas dentro dos padrões
fisiológicos.
• Diagnóstico
Retenção de membranas fetais.
• Procedimento terapêutico
Foi realizada a retirada dos restos placentários manualmente, aplicando
leve tração na placenta retida, tentando retirar o máximo possível dos restos
placentários. Após a retirada, foi introduzidas quatro pastilhas efervescentes a
base de cloridrato de oxitetraciclina, 1g cada pastilha, no interior do útero, e por
via intramuscular profunda 40ml do mesmo princípio ativo onde em cada 100ml
contém 21,6g de oxitetraciclina base.
¹TETRABAC® Laboratório Bayer
²GINOVET® Laboratório Univet S.A.
40
• Discussão
A ocorrência de retenção de membranas fetais em vacas, tem como
causa primária deficiências tanto nos aspectos nutricionais quanto de sanidade
do rebanho. Algumas conseqüências da retenção de placenta são: aumento no
intervalo entre partos, ausência de cio, esterilidade e até a morte por
septicemia ou toxemia, isto causa grandes perdas econômicas aos produtores.
Para diminuir a incidência dessa patologia a correção do manejo nutricional e
sanitário envolve medidas amplas e deve ser adotado corretamente
dependendo da epidemiologia de cada região.
As infecções bacterianas são responsáveis pelo agravamento da
doença, essas bactérias são provenientes tanto da flora uterina como do
ambiente externo por contaminação no momento do parto. Por isso, o
tratamento a base de antibióticos deve ser adotado logo que se perceba que a
vaca não tenha eliminado a placenta no tempo devido que é de 12 horas.
O tratamento com antibióticos tem como objetivo impedir o
estabelecimento da infecção e a liquefação do material infectado da placenta, e
isso segundo a literatura favorecem a sua eliminação.
Uma das formas de tratamento da retenção de placenta muito praticada
na clínica a campo, consiste na retirada manual dos restos placentários. A
realização dessa prática não é a mais recomendada, se feita deve-se proceder
da seguinte forma: lavar a região da vulva com solução desinfetante a base de
iodo, colocar luvas nas mãos, passar solução de antibiótico sobre as luvas.
Puxar levemente os restos placentários. Caso haja dificuldade ou resistência
na saída da placenta retida, não se deve forçar a retirada. Isto pode provocar
hemorragias uterinas ou mesmo lesões que posteriormente provocam
aderências internas no útero. Deve-se então, cortar com tesoura os restos
placentários que estiverem para fora.
Tratamentos que envolvem o manuseio interno do útero como colocação
de pastilhas anti-sépticas e lavagens uterinas segundo dados de pesquisas
devem ser evitadas, pois ocorre maior chance de haver contaminação do
órgão.
A aplicação de hormônios de contração como a ocitocina quase nunca
apresentam resultados nesta fase e devido a isso devem ser evitados.
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Pesquisas indicam que o uso de uma dose de prostaglandina (PGF2α) logo
após o parto ajuda a prevenir a retenção de membranas fetais.
5.8.2 Parto Distócico
A distocia, parto difícil ou com obstrução, pode ser devida a causas
mecânicas, fetal ou materna. A distocia fetal resulta de anormalidades na
apresentação ou posição do feto e de irregularidades na posição da cabeça ou
dos membros, o que podem ser devidos a um feto relativa ou absolutamente
grande e a monstruosidades fetais. Esta é comum em determinadas raças de
gado leiteiro. Os desvios da cabeça e a flexão de várias articulações na
apresentação anterior, a flexão de ambos os membros posteriores (nádegas) e
gestações gemelares podem causar distocia.
Para que ocorra o nascimento normal do bezerro há a necessidade de
haver contração uterina suficiente, abertura vaginal para a passagem do feto e
posição normal do feto no útero da vaca, ou seja, ele deve estar com a cabeça
e os membros torácicos voltados para a abertura cervical. Caso um dos
critérios anteriores não aconteça, tem-se o que se chama de parto distócico ou
distocia. (HAFEZ et al., 2004, p.275)
• Caso Clínico
Bovino, fêmea da raça HPB de terceira cria com aproximadamente 5
anos de idade e 450 Kg de peso vivo. O proprietário relatou que o animal havia
entrado em trabalho de parto no período da manhã e até a tarde não havia tido
nenhuma evolução.
• Procedimento clínico
Durante o exame obstétrico através de toque vaginal foi constatado que
o animal apresentava dilatação cervical normal, mas o feto estava mal formado
e encontrava-se enrijecido.
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• Diagnóstico
Parto distócico devido a mal formação fetal.
• Procedimento terapêutico
Foi realizada a retirada do feto através de fetotomia. Para a realização
dessa técnica utilizou-se uma serra de Lis, esta foi introduzida dentro da
cavidade pélvica e laçaram-se os membros torácicos um de cada vez os quais
foram serrados e retirados. Após isso foi introduzido um bisturi na cavidade
abdominal do feto na qual foi realizado um corte e retirado parte dos órgãos
abdominais e torácicos. Então foi laçada a cabeça do feto através de uma
corda e conseguiu-se retirar o feto com sucesso. Após a retirada, foi
introduzidas quatro pastilhas efervescentes a base de cloridrato de
oxitetraciclina, 1g cada pastilha, no interior do útero, e por via intramuscular
profunda 40ml do mesmo princípio ativo onde em cada 100ml contém 21,6g de
oxitetraciclina base. Também foi administrado por via intravenosa 500 ml de
solução de glicose 50%.
• Discussão
Em todas as situações que ocorre distocia deve-se intervir auxiliando o parto.
Deve-se primeiramente proceder à limpeza e higienização do períneo e vulva
como também a utilização de luvas e soluções de álcool iodado em cordas e
correntes obstétricas. Realiza-se toque vaginal procurando observar e
examinar a vulva e canal pélvico, como também realizar palpação vaginal
examinando o posicionamento do feto e a integridade das estruturas materno-
fetais, após deve-se tentar posicionar o feto de maneira que seja possível sua
remoção.
¹TETRABAC® Laboratório Bayer
²GINOVET® Laboratório Univet S.A
43
Caso não haja sucesso na no auxílio deve-se optar pela intervenção
cirúrgica (Cesariana), ou nos casos de morte fetal ou mal formação fetal pode-
se optar pela fetotomia, que se utiliza da amputação de parte do bezerro, ou a
divisão em porções de modo que possam ser retiradas as partes pela vagina.
Algumas medidas podem ser adotadas com o intuito de evitar a ocorrência de
distocia, como o acasalamento de novilhas de acordo como o peso e não com
a idade; a seleção de fêmeas com facilidade de parto; o acasalamento
direcionado, levando-se em consideração o tamanho do touro e as proporções
da vaca. (HAFEZ et al.,2004. p. 276)
Figura 9 – Feto mal formado retirado após fetotomia
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6. PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
6.1 Deslocamento de Abomaso a Esquerda
É o distúrbio abomasal mais comumente detectado e representa a razão
mais habitual para cirurgia abdominal nos bovinos leiteiros. É tratada como
uma enfermidade individual e acomete vacas de alta produção leiteira no início
da lactação (REBHUN, 2000, p 150).
O principal fator predisponente é a situação anatômica do abomaso, já
que o mesmo é um órgão sem estruturas de fixação, outro fator desencadeante
é o fato de que “a capacidade corporal mais profunda selecionada nas vacas
leiteiras modernas pode permitir mais espaço no abdômen para movimento do
abomaso” (REBHUN, 2000, p 150).
O deslocamento pode ocorrer para o lado esquerdo ou para o lado
direito, sendo que o deslocamento abomasal esquerdo é o de maior incidência
já que o abomaso tem localização anatômica medial esquerda no abdômem
ventral.
A causa é multifatorial, porém o pré-requisito para sua ocorrência é a
hipomotilidade e a distensão gasosa do órgão. (RADOSTITS et al.,2002, p.
289).
• Caso clínico
Bovino fêmea HPB de quinta cria com 8 anos de idade e
aproximadamente 500 kg de peso vivo. O proprietário relatou durante a
anamnese que o animal havia parido há uma semana. Após a parição ocorreu
certo grau de hipocalcemia, pois o animal apresentou tremores e falta de forca
para se movimentar e também tinha ocorrido retenção de placenta os dois
distúrbios haviam sido tratados. Os tratamentos realizados obtiveram sucesso,
mas o animal começou a apresentar falta de apetite, emagrecimento e estava
debilitado.
• Procedimento clínico
No exame clínico o animal apresentou freqüência cardíaca, freqüência
respiratória, mucosas e temperatura dentro dos padrões fisiológicos, já na
auscultação dos movimentos ruminais observou-se diminuição dos
movimentos. Na inspeção observou-se leve abaulamento da região do flanco
dorsal esquerdo e na percussão e auscultação na porção dorsal dos espaços
intercostais entre 9ª e 13ª costelas esquerda observou-se som metálico “ping”
característico de deslocamento de abomaso.
• Diagnóstico
Deslocamento de abomaso à esquerda
• Procedimento Terapêutico
Administrou-se, por via intravenosa, 500 mL de solução contendo 592
mg de cloreto de sódio, 26 mg de cloreto de potássio, 0,25 mL de cloreto de
sódio 50%, 592 mg de acetilmetionina e 10 g de sorbitol por 100 mL².
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• Abomasopexia pelo Flanco Esquerdo
> Anestesia e Preparação Cirúrgica
A região do flanco esquerdo é tosada e aprontada para uma laparotomia
do flanco esquerdo. A área que parte o processo xifóide até o umbigo e da
linha mediana da vei subcutânea abdominal direita também é cirurgicamente
preparada. A última região não é anestesiada. O flanco esquerdo é
anestesiado pelo bloqueio paravertebral, em L invertido ou linear
>Técnica Cirúrgica
A laparotomia pelo flanco esquerdo é executada fazendo-se uma incisão
de 20 até 25 cm na fossa paralombar. Deve-se ter atenção ao penetrar o
abdome porque o abomaso distendido poderá estar imediatamente deitado
sobre a região da incisão. Habitualmente o abomaso é visível através da
incisão. Uma linha simples de sutura contínua ou contínua ancorada com 8 a
12 cm de caprolactam polimerizado (Verafil) é colocada na curvatura maior do
abomaso 5 a 7 cm distante da inserção do epiplon. As perfurações das suturas
atravessam a submucosa, e 1 metro de material de sutura precisa ser esticado
de cada lado final da linha de suturas. Hemostatos são posicionados nas
extremidades destas suturas de tal maneira que as extremidades cranial e
caudal fiquem facilmente identificáveis. Então o abomaso é esvaziado usando-
se uma agulha de espessura 12 e tubulação de borracha. A agulha é colocada
na porção dorsal do abomaso e inserida num ângulo que evidencie vazamento
quando a mesma agulha for recolhida. É importante que o abomaso não seja
esvaziado antes das inserções das suturas; de outra forma, o local de
colocação de suturas poderá ser afastado para longe da incisão.
A extremidade cranial do caprolactam polimerizado é anexada a uma
agulha grande cortante reta ou a uma agulha cortante encurvada em S; esta
agulha é levada ao longo da parede interna até uma posição à direita da linha
central mas medial em relação à veia subcutânea abdominal e distante de 15
cm na direção caudal do processo xifóide. O dedo indicador protege a
extremidade da agulha e os dedos laterais puxam as vísceras para longe da
47
parede do corpo e acima da agulha. Um assistente pode aplicar pressão
ascendente sobre a parede abdominal na região onde as agulhas são inseridas
através da parede do corpo. Uma cápsula vazia de seringa trabalha bem nesta
finalidade.
A agulha é rapidamente inserida através da parede ventral do corpo. O
assistente agarra a agulha e a sutura caudal é colocada através da parede do
corpo distante caudalmente de 8 a 12 cm da sutura cranial. O assistente então
agarra duas extremidades de sutura e gentilmente aplica tração e
simultaneamente o cirurgião puxa o abomaso vazio para a sua posição normal.
Quando a área suturada do abomaso deita contra o assoalho do abdome, o
assistente amarra as extremidades da sutura em conjunto. A sutura é deixada
no local por 4 semanas, as extremidades são então cortadas o mais próximo
quanto possível de pele. Este tempo é considerado necessário para permitir o
desenvolvimento de aderências suficientes para que um novo deslocamento do
abomaso seja evitado. A síntese é feita de maneira habitual. (TURNER. et al,
2002, Pg 256).
• Pós-Operatório
Após a cirurgia o animal foi tratado por via intramuscular profunda com
40ml de oxitetraciclina onde em cada 100ml contém 21,6g de oxitetraciclina
base e antiinflamatório não esteroidal diclofenaco de sódio 12ml por via IM
onde cada 100ml cotem 5g de diclofenaco sódico. Também foi administrada
por via endovenosa solução de 500 ml de glicose 50% e junto a essa solução
foi adicionado 200 ml de solução de cálcio onde cada 100ml contém: gluconato
de cálcio 20g; cloreto de magnésio 6 H20 6g; butafosfana 0,40g e veículo.
(calfon). Sobre a sutura foi banhada com solução a base de gentamicina cada
100ml cotem: gentamicina base 300mg; cloridrato de bromexina 150mg;
benzacônio 100mg e veículo.
DIGEVET® Laboratório Prado S.A.
CALFON Laboratorio® Bayer
DICLOFENACO® 50 Ouro Fino ltda.
TETRABAC® Laboratório Bayer
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• Evolução
Após o procedimento o animal se recuperou com sucesso.
Figura 10 – Laparotomia mostrando o abomaso deslocado a esquerda
6.2 Prolápso de Vagina
Prolapsos podem ocorrer em qualquer espécie animal, no entanto é
mais comum em Ruminantes, principalmente em vacas e cabras, sendo mais
freqüente em vacas leiteiras. Há dois tipos de prolapsos: - Vaginal e Uterino.
O prolapso vaginal ocorre com maior freqüência no terço final da
gestação. Trata-se de uma protuberância da vagina através da vulva, ficando
exposta. Prolapsos de vagina possuem alta repetibilidade. Em outras palavras,
mesmo se curando o prolapso de vagina de vacas que tiveram esse problema,
a probabilidade de se repetir, na próxima gestação é muito grande, além de ter
alta herdabilidade, passando essa característica às filhas. (Domingos E.2007).
• Caso clínico
Bovino fêmea zebuíno de quarta cria com 6 anos de idade e
aproximadamente 500 kg de peso vivo. O proprietário relatou que o animal
havia entrado em cio há poucos dias, e ocorreu prolápso na região da vagina.
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• Procedimento clínico
No exame clínico o animal apresentou freqüência cardíaca, freqüência
respiratória, mucosas e temperatura e movimentos ruminais dentro dos
padrões fisiológicos. Na inspeção observou-se que a vagina estava prolapsada.
• Diagnóstico
Prolápso de vagina
• Procedimento Terapêutico
Primeiramente lavou-se o órgão com água morna e após retirou-se
tecidos necrosados e coágulos presentes. Após foi reposto o órgão no seu
lugar de origem e se realizou sutura de flessa modificada na região da vulva.
• Técnica da sutura
Utilizou-se para a sutura fio de algodão urso, e agulha em “S”. Foi
‘realizada uma sutura em “U” deitado passando-se o fio por duas metades de
uma mangueira flexível a qual ficou ancorada no tecido vulvar a fim de não
cortar a vulva do bovino.
Figura 11 – Prolapso de vaginal de uma vaca zebuína
50
• Evolução
Após o procedimento o animal permaneceu por duas semanas com a
sutura e depois de retirado os pontos o animal ficou recuperado.
• Discussão
Deve-se procurar balancear corretamente a dieta nutricional das vacas,
não permitindo que a mesma engorde muito, principalmente no último trimestre
da gestação, pois o animal em estado muito gordo pré-dispõe ao prolápso após
parição.
Também por possuírem caráter hereditário, se houver uma grande
incidência de prolapsos vaginais no rebanho, deve-se checar as linhagens
sangüíneas utilizadas de touros e vacas, e os animais que apresentam
prolápso devem ser descartados. O alto peso ao nascer pode também ser
causa de prolapsos. Portanto ao introduzir touros no rebanho, tomar o devido
cuidado de escolher reprodutores que imprimem baixo peso ao nascer à sua
progênie.
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7. DEMAIS ATIVIDADES REALIZADAS DURANTE O PERÍODO DE ESTÁGIO
Durante o período de realização do estágio tive a oportunidade de
realizar três cursos na área de bovinos leiteiros. Estes foram ministrados no
Centro de treinamento de agricultores de Nova Petrópolis (CETANP). Os
cursos foram ministrados sobre os seguintes temas: Bovinos Leiteiros
(incluindo os mais diversos manejos na produção leiteira, totalizando 40 horas
aula); Nutrição de vacas de alta produção (utilizando software com programas
de cálculos de rações, totalizando 20 horas aula); e gestão de propriedades
rurais (totalizando 20 horas aula).
Também, tive a oportunidade de escrever dois artigos técnicos na
página da assistência veterinária de um jornal local chamado A Ponte. Os
artigos redigidos foram sobre gerenciamento da propriedade leiteira e sanidade
na bovinocultura leiteira.
8. CONCLUSÃO
O estágio curricular é o momento onde temos a oportunidade de colocar
em prática todos os conhecimentos adquiridos durante a faculdade, nele se
tem a chance de aprofundar e discutir práticas aplicadas na Medicina
Veterinária e obter uma pequena experiência na área da qual optamos.
O estágio prático profissional nos coloca em situações teste e nos indica
que devemos criar habilidades tanto nas situações de procedimentos
veterinários quanto nas áreas de relações humanas representadas pelo técnico
e produtor.
Ele se torna a porta de entrada no mercado de trabalho nos mostra a
realidade desse mercado, pois não só vivenciamos a rotina cotidiana de
médico veterinário na clínica, cirurgia e demais áreas de atuação, como
também aprendemos e obtemos contato com as realidades de empresas e
pressões a qual os profissionais são expostos dentro de seus empregos.
Dentro dessas realidades se podem observar e tirar conclusões a respeito de
nossa profissão e de um futuro próximo que nos espera.
Portanto, para mim o estágio curricular foi de grande valia, pois pude
acompanhar uma casuística bem variada de doenças e procedimentos nas
áreas de clínica, cirurgia, reprodução e manejo sanitário em bovinos de leite
essa é uma etapa muito importante na formação do profissional, pois nos
coloca dentro de problemas e situações das quais estaremos sujeitos a
enfrentar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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