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UNNERSIDADE TUJUTI DO PARANÁ FACllLDADE DE CIÊNCIAS BIOLóGICAS E DE SAÚDE MINI AVALIAÇÃO NIJTRlCIONAL NO IDOSO ORIENTADORA: PROF.VANESSADAVIES NUT 438 CONSULTA CliRITlBA 2003
31

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Jan 20, 2019

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UNNERSIDADE TUJUTI DO PARANÁ

FACllLDADE DE CIÊNCIAS BIOLóGICAS E DE SAÚDE

MINI AVALIAÇÃO NIJTRlCIONAL NO IDOSO

ORIENTADORA: PROF.VANESSADAVIES

NUT 438CONSULTA

CliRITlBA

2003

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ALINE TONIAL

MINI AVALIAÇÃO NUTRICIONAL NO IDOSO

Artigo cit!nlifico apresentado para aconcfusão do CllJ'SO de Nutrição daUniversidade Tuiuti do .Paran~Facu1dadede Ci.ências Biológicas e de Saude~CampusCbampagnal

Orientadora: Professora Vanessa Davies

Rua: São Mateus, 580 ap.60 1Portão - Curitiba - Paraná

CEPo 81.070-080Fone: 248-1153

.E-mai.l: [email protected]

CURITlBA

20113

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RESUMO

)\,;, \ J'

O envelhLo ílpesar de ser um processo naluraJ submete o organismo a dh'ersasalteraçõ& anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saUde e nutrição dóidoso. /Este estudo (modelo transversal) teve como o~etivo avaliar o estado nutricional deidosos "frequentadores de "uma Unidade de "Saúde de Atenção ao ldoso da SecretariaMunicipal da Saúde, no município de Curitiba (Paraná). Metodologia: A condição imposmpara a entrevista foi: idade igualou superior a sessenta anos. Foi aplicado o questionário demini-3\lalinção nutr;c-ional. proposto por Guigoz (1994) composto de duas -paries: aprimeira parte c uma forma de triagem para risco nutricional onde os pacientes que sãocategorizados com tal risco reaJizam a segunda parte do qu~lionário que avalia ospac.ientes ç·omo desnutridos ou com risco de desnutrição. Resultados: Foram entrevistados200 p.1cientes a maioria qo sexo fel,11inino (69010). A faixa etária predominante foi de 60 a69 anos (54,5%).., i0 pacíentes ria primeira parte do questionário ap[\.~e!ltaram posstveldcsnutriç.-'\o (55%. pertencente ao sexo mascu.lino e 45% sexo feminino). Com rdação aingestão alimentar existiu a perda de apetite moderada a partir dos 60 anos. Não houveperdas de peso significativas entre os pesquisados. porém o grujJO que apresentou algumaperda substancial foi o das mulheres entre 60 e 79 anos. 62"À realiza lo menos trêsrefeições ao dia e 34% realiza'(\d~as ref"f:ições por dia. 55% não consomem duas ou maisporções de legumes ou ovos por dia, assim como também não consomem duas ou maisporções de frutas ou vegetais por dia. 47"10 tcvd'~estiio hídrica abaixo de três copos pordia. O resultado final da mini-avaliação nutricional (MNA) aplicada mostrou que 12% dosindivíduos do sexo masculino e 14% do sexo feminino apresentamm desnutrição.Conclusão: OM.NA pode ser Wl1a boa forma de avaliação para a população idosa já. queaborda as principais variáveis Que interferem no estado nutricional desta população. Suaaplicabilidade no sistema público de saúde brasileiro vai depender da validação destequestionário em futuras pesquisas a serem realizadas pelos autores desse trabalho.

Pabl\'ras-ch,ne: Idosos - Avaliação Nutricional - Desnutrição

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ABSTRACT

7

AJlhough agejng is a natural process~ il subjects lhe organism to di'..-erse a.natonlÍc andfunctional altcrat\ons. \Vith rcpcrcussions for the hcalth and nutritional oonditions of theelderly persoll. The aim oflhis study (transversal modeI is f~~aluate the nutritional stateaf etderly patients who regularly attend a Senior Ciuzens' H th.J:enn:~ run by theMunicipal Hcalth Aut uOÍ)': f..cu.ri~ the state capital of Paraná. 13ie. Methodolo~ lhe.50 ~~ci mterview criteria were followed: aged sixty Of over. The questionnaire was.applied accordiug to lhe mini-evaluation proposed by Guigoz (t994), consisting af m'oparts: lht: first part is a fonn of screening t()r nutritiunal nsk in which the patient'iç.:ategorised as a1 risk the.n complete the second part, which evaluates lhe patients asmalnourisherl ar at risk of being malnourished. ResuJls: 200 pntients were jnteT"\";eweó~most of wham wer!;! female (69%). The most CQrumon age group was [rem 60 to 69 yearsof <\ge (54.5%). 76 patients i.n the first p.1rt af the questionnaire displayed possiblemmnourishment (55% maJe, 45% female}. Wíth regard to die(31)' intake, a moderate 1055 ofappetilc was noted from the age of 60. There was no signifieant weight 1055arnong lhoseintervieWed;-a~thou h the group of femates bctween 60 and 79 did undergo some

./ 511bstantialloss. {"r!"! . 62 % have at least 3 m.eals a da)', and 34% have 2 meals a da)'. 55%do not consume "-"oor more portioos of vegctablcs or eggs per day, as well as notconswning two or more portions offru.it cr vegetabks per day. 47% have a liquid intake ofI~ than 3 glasses a day. The final resuh cf mini nutrilional evaluation (MNA) app1iedshowed thllt 12% of lhe males and 14% nf the remales \Vere under nourishecl. Condtl.',inn;the "tvINA may be a good way to evaluate the elderly populatiotl, gfven that it tales intoaccount lhe variable factors which affect lhe nurritional state of this age group_ Jtsapplicability in thr.: Brctzilian public ht:aith sy~1em will depeno on lhe validation 01' lhisqUeS"tiannaire in future studies to be carried out by the authors af this wark.

Key words: SenioT citizens - Nutritional Evaluation - Malnutrition

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Intradução

Seguindo wn critério cronológico, a Organização Mundial de Saüde (OMS, 1974)

oonsidem idoso o indivíduo com 65 anos e mais nos paises desenvolvidos e com 60 anos e

mais nos países em desenvolvimento. O envelhecimento da população mundial ê um

fenômeno relativamente novo. Em média a popuJaç,ão humana vem apresentando um

incremento anual g10bal de 1,7% enquanto a parcela com 60 anos e mais apresenta um

cn:scimento médio que varia de 2,5% a 3.0% ao ano. Entre 1980 e 2020 a população

mundial total deverá cresc·er cerca de 80% (passando de 4,4 bilhões para 7,8 bilhões de

pessoas) enquamo que o número de idosos deverá crescer cerca de l60% (passando de 375

milhõcs para 975 milhões), c cerca de 80% desse crescimento ocorrerá em países em

desenvolvimento. Sare-se que desde 1960 mais da metade dos idosos do mundo vive

nestes pat.ses. O Brasil, à semelhança dos demais palses latino-americanos" está passando

por um processo de envelhecimento rápido e intenso. A evolução da população geriátrica

bms\{eira const\tu\ um grande desatio, enquanto a população brasileira crescerá 3,22 vezes

até o ano 1.025, o segmento acima de 65 anos aumentará 8,9 vezes., e O acima de 80 anos,

15,6 vezes. Com isso. a proporção de idosos que em 1980 era menor que 6%. subirá em

menos de 50 anos, para 14% fazendo com que o Brasil ocupe o sexto lugar na esfera

mundial no ano de 2.025, com uma estimativa de J 1,8 milhões. Isso significa que o Brasil

terá uma das maiores populaçõcs de idosos do mundo (Kalachc et aJ .• 1987~ Moriguti et

ai., 1998).

o envelheci.mento, apesar de ser um processo natural, submete o organismo a

diversas alterações anatômicas e funcionais, com repercussões nas condições de saúde e

nutrição do idoso. A compreensão desses fatores é uma alternativa viável para alLxiliar os

profissionais de 5.1úde a reverter os índices de ma nutriç."ío na geriatria, o que resultaria em

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melhores condições de vjda e de saúde. Os idosos apresentam condições peculiares que

condicionam. seu estado nutricional. Alguns desses condicionantes são devido às alternç.Õe5

fisiológicas próprias do envelhecimento, enquanto outros são influenciados pejas

enfennidadt!s presentes e por fatores relacionados com a situação sócioeconômica e

familiar (Campos et ai, 2000).

t importante que seja adotado tanto à nível de atendimento domiciliar, hospitalar

ou arnhu1atotial. medidas que possamservir como avaliação nutricional e que possam ser

.u.:,.adas como um screenil1g para a população ídosa., de forma a detectar casos de risco

nutricional. Para isto, existe o lvfNA ou mini questionário de avalíação nutricional, através

do qUó1J~ com tIm sistema de perguntas e respostas e a utilização de uma fita metrjc..1~ pode-

se chegar a urna pontuação indicadora do estado nutricional. Este método é bastante

simples podendo ser aplicado pelos membros da equipe multiprofissronal e tem sido

utilízado por equipes de geriatria e gerontoJogia em países como França. Espanha. Itália,

Alemanha e Estados Unidos. A vantagem deste método é seu baixo custo, rapidez e não ser

invasivo (Ruhenstein et ai, 1994).

Este artigo objetiva verificar o perfil do estado nutricional de idosos freqüentadores

C> j1";J.U· dJ· cVr' ',..< ( .t'-'O (11 fi fi .de um serviço de Geriatria.

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Materiais e métodos

.Esta pesquisa baseou-se em um modelo transversal, onde foram entrevistados

frequentadores de uma Unidade de Saude de Atenção ao Idoso da Secretaria Municipal de

Saúde, no município de Curitiba (paraná). A amostra consistiu de usuilrios do serviço de

Geriatria da Unidade acima cil'ada sendo que a condição imposta para a entrevista foi a de

que os indivíduos entrevistados tivessem idade igualou superior a 60 anos. Para avaliar o

estado nutricional dos idosos, aplicou-se um questionário baseado no modelo proposto por

Guigoz et aI (1994) (Apêndice), onde incluí dezoito variáveis relacionadas com

antropometna (Perua de peso nos últimos três meses, índice de Massa Corporal,

Circunferência do braço e Circunferência da panturrilha) , parâmetros alimentares

(.Ingestão aJimcntar nos últimos três meses, quant.as refeições principais faz por dia,

conswno de proteínas e frutas ou vegetais, c.onsumo de liquidas, aJimenta-se sozinho ou

depende de outras pessoas), auto-avaliação, saúde mental (estresse psicológic.o e

problemas neuropsicológicos), e outros (uso de medicamentos, capacidade funcional,.

presença de lesões de pele ou escaras). O questionário aplicado é dividido em duas partes:

a primeira parte realiza uma triagem dos pacientes com risco nutricional e a segunda parte

f.u a avaliação final destes pa ientes com ri . Para o calculo do índice de massa corporal'('/\J(jJ(' 'iI ..JJJ-!

(LMC) foram8peso e al).urá utilizando balança antropomêtrica da marca Fili::olla

(tipo plataforma) com capacidade de 150 kg (precisão de O,I kg), colocada sobre

superficie pkma, sendo o idoso pesado descalço e com mínimo de roupas" situado no centro

da platafomlll, sern. tocar na balança; a8 foi aferida atraves do antropômetro da

balança, onde o indivíduo se encontrava em posição ereta. descalço com os calcanhares e

pernas próximos a barra de medição. Para cálculo da circunferência do braço e da

panturrilha,. utilizou-se lita métrica de inserção (precisi2o de 0,1 cm). A circunlerência do

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braço foi aferida. no ponto médio entre o processo acromial e o processo olecrano~ com o

cotove!!l-éireito dobrado em um ângulo de 90° e para aferir a circunferência da panturrilha

foi mantido wu ângulo de 90° do joelho e calcanhar medindo o diâmetro mais largo da

panlurrilha (World Hea.lth Organizatian. 1995). Para a classificação do estado nutricional~

a metodologia utili7.ada baseou-se aos Critcrios de Avaliação Antropométrica em Geriatria

que são: índice de Massa Corporal (!MC) menor que 20kWm' - desnutrição, !MC maior

que 28kg!m2 - sobrepeso. lMC maior 30kg/m2 - obesidade (Perissinotto et aI. 2002) e as

Circunferências do braço e panturrilha que indicam as mudanças na massa muscuhu sem

1gordura que ocorrem com a idade e com a diminuição de atividade (World Health

--- "I. ?Org.1njL1tion~ 1995).

ResultadJ e Discussão

Os dados obtidos atraves da aplicação do questionàrio mostraram que entre os 200

indivíduos entrevistados 69% eram do sexo ieminino e 31% do sexo masculino.

o número de entrevlstados na falxa etária de 60 a 69 anos foi de 109 idosos

represemando 54.5%~ na faixa etária de 70 a 79 anos foram entrevisrados 61 individuos

(30,5%) e na faixa etária com idade superior a 80 anos entrevistou-se 30 idosos

representando 15% do tot'al de entrevistados.

Em relação ao índice de Massa Co_rporal (lMC) os resultados fomm os segwntes:

63% apresentou [Me 23kglm::! ou superior na faix.a etária de 60 a 69 anos. Na faixa etária

de 70 a 79 anos pode-se notar o aparecimento de 1% no caso de lMe menor que .19kgfm::! c

8% no caso de !Me entre 19 a 21 kglrnl. Na faixa etária major de 80 anos 1stiu um

percentual de 7% de casos de desnutrição (Figura I). Y"l' ,~,~.< Js,.-

P"" I(.",,~c" u.,,,,21l , j'\;/'f"l ~ '~)

(1 ·(-tl)

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Faixa Etária

Figwa I -POfCf.'1l13!,>l"ffl deJMC (kg/m2) obtido em cada fai:'l.8 elária tntTe o lolal de pesquisados.

o indice dI:! Massa Corporal para os individuos idosos é aquele compreendido ~tre

20 - 28kg/m::~que caracteriza o individuo eutrófico. Entre todas as medidas

antropomclricas, () Índice de Massa Corporal (Me) representa o mais fácil c mais usado

üu1ex para identificar pessoas em risco de desnutrição ou obesidade. O único problema de

sua utjlização para o idoso é que este índice não reflete a mudança de rnslribujção d.e

gordura para essa população. Para isso, adota-se pontos de corte diFerentes da popwação

adulta, onde o IMC menor que 20kglm2 indicaria desnutrição e o lMC maior que 28k:glm2

indicaria $Obrepcso.enquanto que um lMC maior 30kglm::, indicaria ohe~idadc

(Perissinono et aI. 2002).

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70%T7~~~T7~~~~~~~~~~~,"60%+-~---i~~--~--~~---------r~4

6Ga 69 anos 70 a 79 anos

Faixa Etária

I• O = menor que 1911 '7.1 = entre 19~\)

02 = entre 21 a 2311

103 = 23 ou maior!

I

40%t--7~

30%

20%

10%

> 80 anos

fi~'lJrn 2 - 'PorCetl!llb'enl de llY1C (kglmZ) obtido em cada fui.xa etillía entre os pesquisado5 do se.w)TllU>C'\ilioo.

As porcentagens de IMe obtidas para o sexo masculino entre 6ü e 69 anos,

indicaram normalidade no estado nutricional, o mesmo aconteceu para a tàixa etária de 70

a 79 anos, sendo que os casos de desnutrição na população masculina apareceram somente

na fuixa etária superior a 80 anos (Figura 2).

60 a 69an05 70 a 79 anos

Faixa Etária

> 80 anos

FIgura 3 - POrcelttagt.:tIl de lMe (kg/ml) obtido em cada fai.u etária entre as pesquisadas do St:xo [entitutto.

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No sexo feminino os casos de má nutrição na população estudada surgem a partlr

dos 70 anos (Figura 3). Com o envelhecimento, ocorrem transfonnações quc-

particularizam o uso da antropometria na análise da obesidade entre os idosos. Há. Wll:l

perda prof,-'TCssiva da massa magra com aumento da proporção da gordura corpórea, alem

da diminuição da estatura~ relaxamento da musculatura abdominal, cifose c aherações na

elasticidade da pele (Stecn ,1988)_

80%T-~~~~~~~~~~~~~"m70%60%50%40%-30%20% .

10%0% ,

II-~-~-:::::-~~-=!r'l I- perda de apetite severa II

_ moderada perda de IIapetite !

O sem perda de apetite 1

II

> 80 anos60 a 69 anos 70 a 79 anos

Faixa Etária

Figura 4· Porcentagem de ingestão alimentar entre o total de pesquisados em cada faixa euiria.. oJ .yJ~~

O-- 'ri' ~ I.L~AY'fI(J./) C7'-r n.vV:

No item sobre ingestão alimentar houve moderada perda de apetite em todas as f rfaixas etárias porém observamos que na faixa etária acima dos 80 anos houve um d-s-- ~

\J-

-:/percentual de to% de perda de apetite severa (Figura 4). As alteraçõcs sensoriais podem

estar associadas à diminuição do apetite nos idosos. Essas mudanças abrangem a(, )

diminuição e eventual perda da acuidade visual, audição, olfato e sensação de gustação.r) ~

Dentre todas as mudanças sensoriais, o olfato e a gustação interferem mais diretamente na

ingestão de alimenlos. Na terceira idnde. um dos falores da diminuição do consumo

alimentar ê a redução da sensibilidade por gostos primários doce, amargo. ácido e salgado.

o gosto dos alimentos está ligado ao número de gemas gustativas das papilas linguais. Nos

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jOll-enseste niunero corresponde a mais de 250 para cada papila. enquanto que as pessoas

acima de 70 anos têm menos de 100 (Campos ct 01,2000).

60 a 69 anos 70 a 79 anos > 80 anos

Faixa Etária

Figura :5 - Po,centngem de perda de peso durante os ultimos meses emre o total de pesquisado!> emcada ey.aetária

Com relação à perda de peso os resultados dcmostrnrn que a maioria dos

entrevistados não apresentou perda de peso. Na faixa etária maior de 80 anos 31% dos

entrevistados apresentaram perda de peso entre I. e 3 kg (Figura 5). Devido às alterações

da composição corpórea no jdoso~ há tendência à redução de peso após os 6Q anos de.idade

com perda de massa magra. Quando, após essa idade o peso mantém-se inaltemdo ou

eleva-se, decorrente ao acúmulo de gordura. Em conscquência da diminuição da ma~sa

celu.1ardo organismo, a grande maioria dos órgãos apresenta reduç.ão de peso com o

envelhecimento (Carvalho Filho, 1996).

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120%~--~~~C-~~--C-~~~~~100%+-~--==----='"--------'l I_ camaoucadeirade II80% rodas 1I

"60% - conseguesairda licama H

40% Osai de casa r20% ,I

60 a 69 anos 70 a 79 anos > 80 anos

Faixa Etária

Figura 6 •Porcentagem de capacidade funcional entre o total de pesquisados em Côlda faixa etária.

A pesquisa mostrou com relação à capacidade funcional dos entrevistados os

seguintes números: no total dos pesquisados da faixa entre 60 e 69 anos 4% conseguem

sair da cama e %% saem de casa; entre 70 e 79 anos 9% conseguem sair da cama e 91%

saem de casa; e acima de 80 anos 28% conseguem sair da cama e 72% saem de casa.

Nenhum dos entrcvistadoQ.camado ou usa cadeira de rodas (Figura 6). A capacidade

funcional do idoso pode interferir em seu estado nutricional, pois, se o indivíduo tem essa

capacidade preservada, pode se locomover para comprar seu próprio alimento, podendo

prepará-lo como pode também, deslocar-se para vários 1ugares, não ficando socialmente

isolado (Morley. (998).

Quanto a tresse psicológico ou algum tipo de doença aguda, os números foram os

seguintes no toral dos individuas peSquiS.1dos: 30,5% responderam que tiveram problemas

dessa ordem e 69,5% responderam que não. Doenças crônicas ou agudas também podem

resultar em diminuição do consumo de alimentos, pois necessitam e requerem, muitas

vezes, uma mudança no padf'dO alimentar e de nutrientes no idoso (Arcury et aI, 1998).

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Quanto aos problemas neuropsicológicos entre o total dos pesquisados 18,5%

apresentaram demência severa ou depressão, 3% aprese-ntaram demência moderada e

78,5% não apresentaram esse lipo de problema. Existem muitas dificuldades em discernir

os fatores psicoJóglcos dos orgânicos c, em se tratando do paciente geriátrico~ essas

dificuldade~ são ainda maiore~. Geralmente a depressão é sUOcstimada tanto pelos

profissionais da saude e familiares, quanto pelo próprio paciente. Os idosos tendem a

preservar uma imagem de saúde, justificando suas limitações através da doença. Émais

facll acreditar que estão doentes e não velhos. A depressão da velhice está associada comf

uma perda da auto-estima, que resulta da incapacidade do idoso de satisfazer necessidades

ou impulsos ou cuidar de sua segurança. A depressão em idosos além de apresentar uma

grande quantidade de simomas, pode levar o indivíduo entTc outros a um comportamento

bulímico ou anoréxico (Carvalho e Fernanda, 1996). As doenças de Al:zheimer e

Parkinson são doenças neurodegenerativas, sendo atualmente a torma mais comwn de

demência, e provoca decréscimo da [unção cognitiva, manifestando-se com déficit de

memória, e de outras funções corticais superiores como linguagem, julgamento, entre

outras. A demência está comumente associada à perda de peso no paciente idoso,

aparentemente por causar a diminuição do consumo alimentar. Existe a hipótese de

pacientes dementes possu/rem uma taxa de metabolismo basal mais alta do que a

população nonnaL A demência também pode ser causadom de disfagia que por sua vez

altera o estado nutricional (Morley, 1998).

Os resultados da triagem (111- parte do questionário) da mini-avaliação nutricional

mostraram Que dos 200 idosos entrevistados, apenas 76 apresentaram risco de desnutrição

sendo necessário continuar a avaliação. A distribuição por faixa etária desses resultados

encontram-se nas figuras 7 e 8.

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,I

loo% I80% I

I60% I

II40% I i20% i I

I0%

Ianos anos

Faixa Etária

Fígura 7-Porcenlagem oblida na Avaliação Nutricional (Triagem) entre os pesquisados do sexo mascufumem cada faixa etária.

100% -r=~~_= _~_-_-_~_~_~--;=-::~-c~-=-=---- -- ~--- -,---=_=_----- ---~ r::c:-c--:--,II&0%

60%• Norrml 11

·ix~~J'----~i

I20%

40%

0%

60a69 70 a 79 > 80 anosanos anos

Faixa Etária

figura g - Porcenta.l,.>efll obtida na Avaliação Nutricional (Triagem) entre- as pesquisadas do sexo femininoem cada faixa et.itia

Os resultados a serem detalhados a partir desse momento referem-se aos dados ,da ~

2"partedo queslionário, ou seja, a Avaliação Global. ~J ();~ ~O ~,,( I

~~

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A grande maioria dos entrevistados (86%) têm uma vida independente e condições

para {;.uidarem de si próprios, o que significa que podem atender às suas necessidades

bãsicas nas quais se inclu..i a alimentação. Apenas 14% dos entrevistados relataront que

dependem de outras pessoas para desenvolver suas atividades cotidianas. O que distingue a

saúde do idoso e a possibilidade de manutenção de sua autonomia c independência.. A

imponâncla do estado funcional repousa em sua correlação com a sensação de bem-estar

dos 'indivíduos, em sua utilidade como um predilor de saúde e de consumo de serviços

sociais e seu impacto sobre a família e a sociedade (Paschoal. 1996).

Com relação ao consumo de medicamentos. os resultados obtidos mostram que

metade dos entrevistados toma três ou mais medicamentos diferentes por dia. Como na

velhice o aparecimento de doenças crônicas não 1ansmissiveis awncnta, os idosos 1cm que

conviver c·om o uso de diversos medicamentos cujos efeitos podem influenciar de várias / l(r> .

formas sobre a absorção de nutrientes pelo organismo. A interação entre dro&'3.S e ~

nutrientes é definida como um evento que acontece como resultado de relações fisicas.,

químicas, fisiológicas ou fisiopatológicas entre drogas e nutrientes. podendo decorrer do

efeito da droga sobre os alimentos e assim. sobre o estado nutricional. O efeito de

nutrientes também pode influenciar no mecanismo de absorção dos medicamentos. Essa

dinâmica pode alterar o apetite, o paladar, pode produzir a sensação de boca seca, o que

dificuJta a mastigação e a deglutição dos alimentos (Marucci & Gomes, 1996).

Com relação às lesões pele ou escarns, 95% dos entrevistados não apresentaram

nenhuma sintomatologla. Dentre os indivíduos pe.squisados apenas 5% apresentaram

queixas relativas a estas patologias. As escaras são causadas por pressão e fricção ou corte

e f.alla de oxigênio e nutrição na área afetada. Escaras ocorrem lreqüentemenle em

pacientes acamados ou paralisados. A habilidade funcional se toma reduzida, causando

danos em seu estado nutricional (Stump, 1999).

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70%~~~~~-------------R?'·~------Õ60% +-------------------r------,---~50% +--------------------140% +---------__---a~~--I30%+------------20%+------------10% +---ê----4'%--

'.1 refeição.2 refeiçõeso3 refeições

0%

Figuro 9 - Porcentagem de refeições principais fcita,c; por dia no total de pesquisados.

"Dentre a população pesquí~d~> 62% relataram fazer pelo menos trts refeições por

dia, enquanto 34% relatamm J:1zer duas refeições por dia e 4% relataram fazer apenas uma

refeição por dia ( Figura 9). Estima-se que mais de 15% dos idosos têm alimentação diária

com menos de 1000 kcalldia, aumentando esta porcentagem entre as populações menos

favorecidas economicamente. Grande parte dos idosos consomem alimentos de menor

custo, em vinude dos insuficientes recursos econômicos provenientes de aposentadorias

e/ou pensões. Uma das características da população idosa no Brasil é o baixo poder

aquisitivo. Essa situação ê agravada em razão da exclusão dos idosos do mercado de

trabalho e dos poucos recursos econômicos advindos das aposentadorias já mencionadas.

Isso resulta na aquisição de alimentos de baixo custo, com menor qualidade nutricional no

qual contribui para a pobreza da alimentação (Campos el 01,2000).

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figura J O- Porcentagem da lllgestão de no minimo uma porção de laticinio por dia entre o(otal de pesquisados.

No total dos indivíduos pesquisados constatou-se que 72% ingerem pelo menos

uma porção de laticínio ao dia. enquanto 28% relataram não inger~ura 10).

i60%

I50%

40%

30% I:~:II20%

10% I,0% I

IFiguro. J I - Porcentagem da lngestão de duas ou mais porções de legwnes ou ovos porSCCU31m. no total de cutre\'istudos.

No total dos entrevistados 45% ingerem de duas ou mais porções de legumes ou

0\105 por semana, enquanto que 55% ingerem menos (Figura 11).

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Figura 12 - Porcentagem no total de entrevistados sobre a frcqücncia diãria da lngestãode Camcs.

o total dos pesquisados mostrou um número cquivnlcntc para a população que

ingere algum tipo de carne diariamente e para aqueles que não consomem diariamente

(Fígurn 12).

6Q%.-----~----------------~~~----~----~50%+-------------~~---~

10%

40% +-------~30% +--------20% +---~---

Figura 13 - Porccmagem no Toral de entrevistados sobre a lnges!ão de duas ou maisporÇ'ÕCS de frutas ou vegetais por dia.

Com relação à ingestão de frulas e vegetais, os números mostraram que 45% dos

pesquisados consomem duas ou mais porções de frutas ou vegetais por dia, 55% relataram

que não consomem (Figura l3). Uma alimentação balanceada deve fomecc-Tquantidades

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de proteínas acima das necessidades médias para uma pessoa, pennitindo uma margem de

segurança. Ao estabelecer as necessidades protéicas, utilizam-se proteínas de. boa

qualidade~ tais como as do leite, ovo, came e pescado, consideradas como proteina padrão

ou de referência. É recomendado também o consumo de fibras através da ingestão de

fiuta..",vegetais, Icgumes c cercais intq,rrais que fnrnccem minerais c vitamina.".

Recomenda-se também o consumo de diversas vitaminas, de sódio e potássio e muita água

(Pereira & Cervalo, 1996). Outro fator que interfere nos hábitos alimentares dos idosos é a

dilllinuição da cap-dcidade mastigalôria. Com o envdhecimento e freqüente o aparecimento

de cáries e doenças periodontais que prejudicam a mastigação, assim como, o uso de

próteses totais ou parciais, ou ainda, à ausência de dentes. Esses fatores intenerem no

comportamento inicial do processo digestivo. As pessoas que usam dentaduras mastigam

75 a 85% menos eficientemente que aqueles que possuem dentes naturais, o que leva à

diminuição do consumo de cames, frutas e vegetais frescos, razão pela qual os idosos COIU

próteses totais tendem a consumir alimentos. macios, facilmente mastigáveis, pobres cru

fibras, vitaminas e minerais, fato que pode ocasionar o consumo inadequado de energia,

ferro c vilaminas (Campos el al.2000).

40%

0%

II

,-----~.I-~------i .<que 3 copos li

.3-5 copos IIL:D=->--=5-=CO=P'::O'::S_--l11

----"-'-"-~----l I30%

20%

10%

Figur<l 14 - Porren1agem da quantidade de líquido consumido por dian6al de entrevistatk6..

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Quanto à quantidade de liquido ingeridf pelo tolal dos pesquisados, os resultados

obtidos mostraram que 47% ingerem menos que três copos por dia~ 45% ingerem de três :a

cinco copos e apenas 8% ingerem mais de cinco copos de líquido por dia (Figura 14). A

desidnltação é a causa mais comum dos distúrbios de liquidos e eletfôlitos nos idosos. A

sen~ção reduzida de sede juntamente com a necessidade fisiológica e diminuição da

conservação da agua pelos rins são fatores contribuintes importantes. Os pacientes

incontinentes também estão em alto risco de desidratação e devem ser cuidadosamente

monitorados. Uma ingestão adequada de água consiste <le 30 a 35ml/kg de peso corpôn:o

ideal (Chernoff, 1994).

Na questão sobre a fonna de alimentação dos pacientes, entre o total de pesqUis..1dos

95% relataram que alimentam-se sozinhos sem nenhum 'problema, enquanto apenas 5%

apresenta alguma dificuldade para alimentar-se sozinho.

Quanto ~ auto-avaliação feita pelos individuos pesquisados, 3% relato8m

estado de desnutrição, 51% não soub~futar algo preciso sobre seu estado nutricional e

46% relatou não havdenhurn tipo de problema com seu estado nutricional. Em

comparação com outras pessoas da mesma idade, 20% responderam a que sua saúde mio

està boa, 48% responde' ue está boa. e 32% desconhecem essa comparação. A

Circunferência do Braço (CS) foi menor que 21 em em 10% dos entrevistados, entre 21cm

e 22 em em 26% dos indivíduos pesquisados é igualou maior que 22cm em 64% da

população e1itudada.A circunferência da Panturrilha foi mcnor que 31cm em 31% do~

pesquisados, é igualou maior que 31crn em 69% dos pacientes entrevistados. A

circunferência da panturrilha fornece a medida mais suscetível da massa muscular em

idosos ..e e superior a circunr~rência do braço. Isso indica as mudanças na massa muscular

sem gordura que ocorrem com a idade e com a diminuição de atividade (\Vorld Health

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Organization. 1995). As circunferências do braço e da panlwrilha encontrada na maioria

população estudada não indicaram depleção de massa magra importante.

A avaliação nutricional dos ~indjviduos que responderam à Avaliação Global (T

parte do questiomirio) mostrou que 88% dos individuos do sexo masculino apres.!ntanllD

"$CO de desnutrição C 12% apresentaram desnutrição, no sexo feminino &6°/•.•apresentaram

risco de desnutrição e 14% apresentaram desnutrição (Figura 15).

• Risco de desnutrição ~

• Desnutrição

Sexo Masculino Sexo Feminino

Figura 15 - Porcentagem obtida na Avaliação Global no total de pacientes entre os se..xosmasculino e feminino.

Em 1989, [oi realizada a Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição (PNSN). com o

objetivo central de avaliar o estado nutricional da população brasileira mediante a coleta de

dados antropométricos. Esta pesquisa, de âmbito nacional, revelou que houve uma redução

de 36% no grupo de baixo peso, com aumento maior dos casos de sobrepeso e obesidade..

tendo reduzido o número de indivíduos antropométricamcntc normais. Essa tendência foi

verificada tanto no meio rural quanto no urbano, em todas as faixas etárias. Portanto, a

população adulta e idosa brasileira apresenta alta prevalência de baixo peso e também de

obesidade. No tocante à geriatria, no inicio da década de 90, a freqüência do baixo peso

atingia 20,75% dos homens e 17% das mulheres. Em números absolutos, o país possuía 1

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milhão e 300 mil idoso com baixo peso. Os idosos de baixa renda eram os mais atingidos.

visto que-, li medida que aumentava 8 rcnda per capifa, reduzia o percentual de baixo peso.

O sobrepeso e a obesidade afetavam mais as mulheres do que os homens .. Praticamente.

metade da população brasileira idosa possuia excesso de peso, em todas as regiões do

Bra.,," (Coitinno e( ai., 1991). Estudos realizados em regiões metropolitanas no Bra."il tem

demonstrado um aumento do excesso de peso na população idosa, em ambos os sexos

(Pereira, 1998). Com freqüência problemas econômicos, funcionais e psicossociais

influenciam negativamente no estado nutricional de idosos em paises em desenvolvimento.

Os estudos nacionais sobre idosos pobres demonstram que a maioria consome uma.

alimentação deficiente, especialmente em proteínas, cálcio, zinco, vitaminas e fibras. Estas

características coloeam os idosos com o gmpo no quaJ uma aJimentação adequada poderia

contribuir para uma melhor qualidade de vida (Urteaga et aI, 200 I).

A vulnerabilidade do estado nutricional do idoso é reconhecida pQr nutricionistas

(Arcury, 1998). e entre os fatores considerados importantes para o envelhecimento

saudável, a nutrição é um dos principais determinantes (Morley, 1998). Portanto é de

extrcm.:'1 importância a avaliação nutricional de indivíduos idosos que além de diagnosticar

prob1emas de carências nutricionais também pode estabelecer massa protéica e reserva

energética~ desenvolver base referencial para o gasto energético e definir hidratação

relativa; demonstrando assim o estado nutricional. que é um fator importante na qualidade

de "jda desses indivíduos (Rodrigues Barbosa el 01.,2001).

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Considerações Finais

Embora a maioria dos idosos entrevistados. segwldo a Mini Avaliação Nutricional

(MN;\~titizada., estejam em bom estado nutricional. houve wna parcela importante de

casos de dc.<mutrição.

A detecção precoce do estado nutricional debilitado é importante para evitar riscos

de doenças associadas à desnutrição e obesidade, favorecendo na qualidade de lIida

diminuindo o risco de morbidade e mortalidade não sobrecarregando os serviços de saúde .

.f\~MNA pode ser uma boa forma de avaliação para a população idosajã que aborda

as principais variáveis que interferem no estado nutricional desta população. Sua

aplicabiJidade no sistema público de saúde brasileiro vai depender da vahdação deste

questionário em futuras pesquisas a serem reaJizadas pejos autores desse trabalho.

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APÊNDICE

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FICHA DE AVAUAÇÃO NUT.RICIONAL

Nome: Datade Nascimento:. _

tdade: Sexo: _

Mini Avaliação Nutriciollal- MNA

Triagem

1. Ingestão alimentar diminuiu nos últimos 3 meses por falta de apetite, problemas

digestÍl'os, ou problemas de deglutição.

O= perda de apelite severa

1 = moderada perda de apetite

2 = sem perda de apetite

2. Perda de peso durante os últimos meses

O~ perda de peso maior que 3 kg

I = não sabe relatar

2 ~ perda de peso entre I e 3 kg

3 = sem perda de peso

3. Capacidade funciomll (mobilidade)

O= cama ou cadeira de rodas

I = consegue sair da cama/cadeira mas não sl.li de casa sozinho

2 = soidecasa

4. Sofreu algum estresse psicológico ou doença aguda nos últimos J meses

0= sim

2=n.iio

5. AI)n~enta pl'oblemas neuropsicológicos

O= demência severa ou depressão

j = demência moderada

2 = sem problemas psicológicos

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6. Índice de Massa Corporal (IM.C)

O~ lMC menor que 19 kglm'

I~IMC entre 19 e 21 kglm'

2 ~ IMC entre 21 e 23 kglm'

3 = !Me 23 kglm:! ou maior

Escore da Triagem (pontuação máxima de 14 pontos)

12 pontos ou mais - normal (desnecessário continuar avaliação)

11 pontos ou menos - possível desnutrição (continuar a avaHação)

Avaliação Global

1. Vil'c independentemente (não hospitalizado ou em instituições, ou dependente de

cuidadores )?

0= nào ] = sjm

2. Toma mais do que 3 medicamentos diferentes por dia?

0= nlio 1= sim

3. Apresenta lesões de pele ou escaras?

0= não I=sim

4. Quantas refeições principais o paciente faz por dia'!

0= 1 refeição 1= 2 refeições 2 = 3 refeições

5. O paciente consome:

No mínimo uma porção de laticínios por dia ( ) sim ( ) nào

2 ou mais porções de legumes ou ovos por semana ( ) sim ) não

Carne, peixe ou frango todos os dias ( ) sim ( ) não

0,0 = nenhuma ou uma resposta sim

0,1 = duas respostas sim

l,O = tres respostas sim

6. Consome 2 ou mais porções de frutas ou vegetais diárias?

O=não J= sim

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7. Quantos copos de líquidos (água, suco, chá. leite. café) o paciente consome por

dia?

o = menos que 3 copos

0,5 - 3 a 5 copos

t,O = mais que cinco copos

8. Forma de alimentação

O= sem condições de alimentar-se sozinho

1 = ai imenta-se sozi !lho com di ficuldade

2 = alimenta-se sozinho sem problemas

9. Auto avaliação (ou do cuidador) do estado nutricional do paciente

O= acredita estar desnutrido

1 = nào está certo de seu estado nutricional

2 = não vê problemas em seu estado nutricional

10. Em comparação a outras pe.••soas da mesma idade~ como o paciente cons;,dera a

sua própria saúde?

O= não está bom

0,5 = desconhece

1~O= estâ bom

2,0= melhor

11. Circunferência do braço (eS) em em

0= menor que 21 em

0,5 = entre 2 i e 22cm

I,O= 22cm ou maior

12.Ci.rcu.nfcrência da panturriJha em em

0= menor que 31 em

} = maior ou igual a 31 cm

AvaJiaç:io Global (máximo 16 pontos)

ESCOl"C da tdagem

Avaliação total (máximo 30 pontos)

A,,·aliação do Estado Nutricional

Pontuação indicadora de desnutrição - menos que 17 pontos

Ri~o de desnutrição - 1.7a 23.5 pontos

'l

I~