Bruno Moreno [email protected] As Copas das Confedera- ções e do Mundo, em 2013 e 2014, produzi- rão uma “pegada de car- bono” estimada em 804.396 toneladas de dióxido de carbono equivalente (tCO2e) em Minas Gerais. Desse volume, 9% (69.012 tCO2e) são de responsabi- lidade própria do gover- no do Estado e devem ser compensados. Outras 91.429 tCO2e (11,37% do total) são re- lativas às obras de mobili- dade na capital – tocadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, com recursos do governo federal –, en- quanto 27.376 tCO2e (3,4% do total) serão emi- tidas nas obras do Aero- porto de Confins, tam- bém com recursos da União. Para ambas ainda serão estudadas formas de compensação. COMPARAÇÃO Para efeito de compara- ção, a “pegada de carbo- no” das Copas em Minas equivale a 21% da emis- são anual de Gases de Efei- to Estufa (GEE) na capital mineira, que é de 3,75 mi- lhões de tCO2e. A medição foi feita pela consultoria inglesa Useful Simple Projects, com base no princípios do Protoco- lo Corporativo de Gases de Efeito Estufa (Gree- nhouse Gas Corporate Protocol4) e o Padrão In- t e r n a c i o n a lI S O 14064-15, dentre outros. Das 12 sedes do Mundial, Minas foi a primeira a con- cluir o relatório. Apesar de os dois mega- eventos serem disputados em um mês e meio – 15 dias em 2013 e 30 em 2014 – a pegada é medi- da não apenas pelas ativi- dades nesses períodos, mas também ao longo de toda a preparação da cida- de, que começou efeti- vamente em 2010. Mesmo assim, será durante os torneios que a emissão de GEE alcançará o ápi- ce em Minas Gerais e no Brasil – ainda não existe uma es- timativa em nível nacional. Isso porque os maiores responsá- veis pela “pegada de carbono” são os voos internacio- nais (206.199 tCO2e) e na- cionais (105.468 tCO2e), além das acomodações de turistas brasilei- ros(132.750 tCO2e) e estrangeiros (71.685 tCO2e). ESTRATÉGIA O relatório não indicou co- mo isso será mitigado ou compensado. A expectati- va é que até o final de no- vembro as ações em Mi- nas sejam divulgadas. O gerente do projeto sustentabilidade da Copa em Minas Gerais, Viní- cius Lott, acredita que se- rá possível compensar os 9% (9.012 tCO2e) sem o uso de recursos públicos diretos. A estra- tégia é so- mar as ações já to- madas, como as exigências de sustentabi- lidade na reforma do Mineirão, a determina- ções contratuais nas es- truturas temporárias das Copas, além de ou- tras estratégias. As contas ainda não fo- ram divulgadas, mas ele- mentos de sustentabilida- de adotados na reforma do estádio serão contabi- lizados, tais como a usina de energia solar na laje, o reaproveitamento dos re- síduos de concreto e das árvores podadas, além da estrutura interna e da fachada do estádio, com área de 32 mil metros quadrados, que foram mantidas. Para compensar a gran- de maioria (91%) das emissões, Lott acredita na possibilidade de parce- rias. Uma das possibilida- des é a compra de crédi- tos de carbono, pagos pe- los patrocinadores da Fi- fa. Já os governos munici- pal e federal podem ado- tar até mesmo ações so- ciais. Outra forma é a certificação de novos pro- jetos ambientais. Minas compensará só 9% dos gases da Copa > Serão emitidas 804.396 toneladas de CO2e, o equivalente a 21% do que é produzido por ano em Belo Horizonte Obras de Confins e do BRT, assim como as viagens de turistas ainda não têm previsão de compensação 12 BeloHorizonte,domingo,14.10.2012 HOJEEMDIA hojeemdia.com.br Economia