Análise de Mills – MILS3 – 23/01/2020 Página 1 MILLS - MILLS3 A MILLS é uma prestadora de serviços especializados, o negócio contempla o planejamento, projeto, supervisão técnica e fornecimento de estruturas temporárias para construção civil (formas para concreto, escoramento e andaimes), além de locação e venda de equipamentos motorizados de acesso (plataformas aéreas e manipuladores telescópicos), a companhia fornece para grandes projetos de infraestrutura e para construção residencial, comercial e industrial. A empresa foi fundada em 1952 pela família Nacht, um negócio de andaimes e escoramento que prestava serviços ao setor de construção civil. Nas décadas de 70 e 80 ela participou da construção de grandes obras: Ponte Rio-Niterói em 1971, Usina Hidrelétrica de Itaipu em 1979 e da primeira plataforma brasileira de exploração de petróleo em 1983. Abriu capital em maio de 2010, a ação foi precificada à R$11,50 captando R$ 685,7 milhões, no dia a ação fechou com uma valorização de 1,22%, lembrando que na ocasião o grande gatilho para a valorização do negócio era demanda por obras para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016. Chegou a um valor de mercado de R$ 4,2 bilhões, hoje esse valor é de R$ 2,7 bilhões, mas chegou a valer bem menos quando a cotação bateu a casa dos R$ 2,33. Mas no auge ela era comumente denominada de: empresa da Copa, já que a companhia prestava serviços em obras de estádios, aeroportos, além dos projetos de mobilidade urbana em 12 capitais do país, o que não é pouca coisa.
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MILLS - MILLS3 · 2020-01-22 · nos resultados. Para termos uma ideia do caos que ocorreu na época, com os escândalos envolvendo as construtoras, a Mills tinha uma receita líquida
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Análise de Mills – MILS3 – 23/01/2020 Página 1
MILLS - MILLS3
A MILLS é uma prestadora de serviços especializados, o negócio contempla o
planejamento, projeto, supervisão técnica e fornecimento de estruturas
temporárias para construção civil (formas para concreto, escoramento e
andaimes), além de locação e venda de equipamentos motorizados de acesso
(plataformas aéreas e manipuladores telescópicos), a companhia fornece para
grandes projetos de infraestrutura e para construção residencial, comercial e
industrial.
A empresa foi fundada em 1952 pela família Nacht, um negócio de andaimes e
escoramento que prestava serviços ao setor de construção civil. Nas décadas de
70 e 80 ela participou da construção de grandes obras: Ponte Rio-Niterói em
1971, Usina Hidrelétrica de Itaipu em 1979 e da primeira plataforma brasileira
de exploração de petróleo em 1983.
Abriu capital em maio de 2010, a ação foi precificada à R$11,50 captando R$
685,7 milhões, no dia a ação fechou com uma valorização de 1,22%, lembrando
que na ocasião o grande gatilho para a valorização do negócio era demanda por
obras para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016.
Chegou a um valor de mercado de R$ 4,2 bilhões, hoje esse valor é de R$ 2,7
bilhões, mas chegou a valer bem menos quando a cotação bateu a casa dos R$
2,33.
Mas no auge ela era comumente denominada de: empresa da Copa, já que a
companhia prestava serviços em obras de estádios, aeroportos, além dos
projetos de mobilidade urbana em 12 capitais do país, o que não é pouca coisa.
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Mas os resultados se deterioraram, porém acreditava-se na época que ainda
existia muito espaço para o setor de construção pesada no Brasil, e que o
negócio ainda poderia render bons frutos.
Acompanhe a evolução da cotação desde então:
Veja que ao final de 2014 as coisas começaram a “azedar”, em 2013 o lucro da
companhia havia sido R$ 172 milhões e em 2014 esse valor caiu para R$ 64
milhões, e não parou por aí, em 2015 veio o prejuízo de R$ 97 milhões. Os anos
passaram e os prejuízos persistiram: 2016 – R$ 99 milhões, em 2017 – R$ 138
milhões e em 2018 – R$ 94 milhões. Nos últimos 5 anos um recuo médio de 70%
nos resultados.
Para termos uma ideia do caos que ocorreu na época, com os escândalos
envolvendo as construtoras, a Mills tinha uma receita líquida de R$ 832 milhões
em 2013 e esse número em 2018 fechou em R$ 304 milhões, a até o terceiro
trimestre de 2019 a receita líquida da companhia é de R$ 280,7 milhões, com um
prejuízo acumulado de R$ 611 mil.
Imagine o investidor observando o ativo que gerava ebitda na casa dos R$ 400
milhões, ver o indicador negativo e uma dívida considerável, pois foi isso que
ocorreu com esse negócio e seus investidores.
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A recuperação judicial passou pertinho.
Mas na época era uma “promessa”, que não vingou. A cotação sofreu, como
você pode ver no gráfico acima, e agora ela volta à tona, segundo alguns como
uma “nova empresa” e com o gatilho de ter capacidade ociosa tanto na locação
quanto no segmento de construção (taxa de utilização que tanto comentamos
aqui que é um dos gatilhos para projeção de receita em qualquer negócio), além
obviamente da recuperação dos preços cobrados pelos serviços devido ao
aquecimento do setor. Lembrem que no material sobre as projeções do BC para
a nossa economia eu citei que ficam claros os principais itens que são
destacados como suporte do crescimento da FBCF (Formação Bruta de Capital
Fixo) e da economia.
Fonte: apresentação de resultados da companhia – 3T2019
Logo o mercado analisa da seguinte forma: maior volume (sem custo de
aquisição já que temos capacidade ociosa) + reajuste de preços acima da inflação
devido a demanda por infraestrutura = recuperação do ebitda. Esse é o
raciocínio do mercado para torná-la novamente um alvo de investimentos, mas
veja que isso sempre considerando os preços praticados no último boom da
construção (2012/2013).
OBS 1: a maior parte da receita do negócio vem da locação, cerca de 82% e hoje
detém cerca de 30% de Market share na locação de plataformas (e aqui não
inclui somente construção civil, mas manutenção e/ou movimentação de
materiais nas instalações industriais), e isso graças a fusão com a Solaris.
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Fonte: apresentação de resultados da companhia – 3T2019
Hoje são cerca de 9.000 equipamentos (sim, é muita coisa se considerarmos o
total disponível geral), trabalhando com 32 filiais em 18 estados do país e com 6
mil clientes ativos.
OBS 2: quem é daqui do Rio Grande do Sul, sabe que ela está presente na obra
da nova ponte do Guaíba.
Então vamos as informações para que você possa tirar as suas próprias