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Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia Oswaldo Cascudo – Universidade Federal de Goiás Helena Carasek – Universidade Federal de Goiás Nicole P. Hasparyk – Furnas Centrais Elétricas Microestrutura dos Materiais Cerâmicos Capítulo 11
52

Microestrutura dos materiais cerâmicos

Nov 28, 2015

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Page 1: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Oswaldo Cascudo –

Universidade Federal de GoiásHelena Carasek –

Universidade Federal de Goiás

Nicole P. Hasparyk –

Furnas Centrais Elétricas

Microestrutura dos Materiais Cerâmicos

Capítulo 11

Page 2: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Introdução

Os materiais cerâmicos podem ser definidos como sendo materiais formados por compostos de elementos metálicos (Al, Na, K, Mg, Ca, Si, etc.) e um dos cinco seguintes elementos não-metálicos: O, S, N, C e P. Esses elementos são unidos por ligações fortes iônicas e/ou covalentes.

Definição –

Materiais cerâmicos:

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Introdução

Exemplo típico de composto cerâmico :

MgO

com relação 1:1 entre átomos metálicos (Mg) e não-metálicos (O);

é

amplamente presente como constituinte de materiais refratários, pois pode suportar altas temperaturas sem se dissociar ou fundir.

Page 4: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Introdução

Outros exemplos:

SiO2 (sílica);

Al2 O3 (alumina);

Argilas: também são materiais cerâmicos comuns, só

que bem mais complexos do que o MgO;

Uma das argilas mais simples é

a caulinita, ou Al4Si4O10(OH)8, que forma sua estrutura cristalina com quatro diferentes

unidades: Al, Si, O e o radical (OH).

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Introdução●

Tipos de ligação nos materiais cerâmicos:

Tipos de Ligação Material

CovalenteSi

SiCSi3

N4

Iônica

NaClMgO

Mica -

(K,H3

O)Al2

(Si,Al)4

O10

(OH)2

Covalente-IônicaAl2

O3

Quartzo -

SiO2

Vidro soda-cal –

Na2

O.CaO.6SiO2

Tipos de ligação nos materiais cerâmicos (adaptado de ANDERSON et

al., 1990).

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Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Introdução

Na construção civil, os materiais cerâmicos abrangem grande variedade de substâncias naturais e de materiais e produtos

industrializados.

Materiais naturais:

as argilas e as rochas.

Materiais cerâmicos –

variedade de substâncias e de materiais:

Page 7: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Materiais e componentes industrializados:

os tijolos;•

os blocos e as telhas cerâmicas;

os aglomerantes minerais (cimento Portland, cal e gesso) bem como os compósitos com eles fabricados (argamassas e concretos); •

as peças cerâmicas de revestimento (azulejo, porcelanato,

pastilhas e placas cerâmicas em geral para revestimento de parede e piso);•

as louças sanitárias;

os vidros;•

materiais refratários.

Introdução●

Materiais cerâmicos –

materiais e componentes industrializados:

Page 8: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Estruturas Cristalinas das Fases Cerâmicas

Simples ou comuns;

•●

Complexas:• •

perovsquita;

• •

coríndon;• •

espinélio;

• •

grafita.

Podem ser:

Page 9: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Estruturas Cristalinas das Fases Cerâmicas

•●

Perovsquita:

Estrutura da perovsquita –

exemplo da célula unitária do BaTiO3.

Page 10: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Coríndon

:

Estruturas Cristalinas das Fases Cerâmicas

Parte de uma célula unitária hexagonal representando a estrutura do coríndon (na célula, apenas 2/3 das posições do íon Al3+

estão representadas).

Page 11: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Estruturas Cristalinas das Fases Cerâmicas

•●

Espinélio:

Parte da célula unitária do espinélio do MgAl2O4.

Page 12: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Estruturas Cristalinas das Fases Cerâmicas

•●

Grafita:

Célula unitária hexagonal em camadas representativa da grafita.

Page 13: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Materiais compostos essencialmente por silício e oxigênio.

Definição –

Silicatos:

Exemplos de alguns materiais da construção constituídos por silicatos:

Cimento Portland;•

Agregados;

Tijolos;• Telhas;• Vidros.

Page 14: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Composição química dos principais componentes presentes em alguns silicatos cerâmicos:

Composição química aproximada dos principais componentes presentes em alguns silicatos cerâmicos (SHACKELFORD, 1996).

Cerâmica% Elementos químicos presentes

SiO2 Al2 O3 K2 O MgO CaO outros

Cimento Portland 25 9 - - 64 2

Sílica refratária 96 - - - - 4

Argila calcinada refratária 50-70 45-25 - - - 5

Mulita

refratária 28 72 - - - -

Porcelana elétrica 61 32 6 - - 1

Porcelana de esteatita 64 5 - 30 - 1

Page 15: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Estrutura dos silicatos: unidade fundamentalQuatro íons de oxigênio nos vértices de um tetraedro regular rodeando o íon de silício tetravalente, que os coordena.

Estrutura tetraédrica do silicato, carregada negativamente: a) visualização externa; b) vista interna com o silício posicionado no interstício dos átomos de oxigênio.

•a) •b)

Page 16: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Possíveis arranjos dos tetraedros de silicatos

a) ilha de ortossilicato

(arranjo isolado do tetraedro);

b) ilha de pirossilicato

(unidades tetraédricas duplas);

c) estrutura em cadeia; d) estrutura na forma de anel;

e) estrutura em folha, típica do argilomineral

caulinita.

(ASKELAND, 1990).

-

-

-

-

- -

---

-

-

--

- -

-

-

-

Si4+

O2-

-

-

-

-

-

-

Si4+

Al3+

(OH)-

O2-; (OH)-

O2-

a) isolado b) duplo

d) anel e) folha

c) cadeia

-

-

-

-

-

-

-

-

- -

---

-- -

---

-

-

--

- -

-

-

-

-

--

- -

-

-

-

Si4+

O2-

-

-

-

-

-

-

Si4+

O2-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

Si4+

Al3+

(OH)-

O2-; (OH)-

O2-

Si4+

Al3+

(OH)-

O2-; (OH)-

O2-

a) isolado b) duplo

d) anel e) folha

c) cadeia

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SilicatosArranjos de alguns silicatos presentes nas rochas

Classificação dos minerais silicatos das rochas (KLEIN; HURLBUT Jr., 1999).

Classe Arranjo dos tetraedros SiO4

Relação Si:O

Exemplos de minerais

Mineral Fórmula química

Nesossilicatos

ou ortossilicatos isolados 1:4 Olivina (Mg,Fe)2

SiO4

Sorossilicatos

ou pirossilicatos duplo 2:7 Hemimorfita Zn4

Si2

O7

(OH).H2

O

Ciclossilicatos anéis 1:3 Berilo Be3

Al2

Si6

O18

Inossilicatos

ou metassilicatos

cadeias simples 1:3 Piroxênio: enstatita Mg2

(Si2

O6

)

cadeias duplas 4:11 Tremolita Ca2

Mg5

Si8

O22

(OH)2

Filossilicatos folhas 2:5 Talco Mg3

Si4

O10

(OH)2

Tectossilicatos estruturas tridimensionais 1:2 Quartzo SiO2

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Silicatos

Formas cristalinas polimórficas

principais da sílica:

• Quartzo –

Estrutura fortemente unida, estável e com maior fator de empacotamento

• Cristobalita• Tridimita

Estrutura trimimensional

da sílica: a) cristobalita

e b) tridimita.

•a) •b)

Minerais metaestáveis, baixo fator de empacotamento e baixa densidade

Page 19: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Pode se tornar reativo quando sujeito ao processo do metamorfismo, apresentando seu retículo cristalino tensionado.

Potencialidade reativa do ponto de vista da reação álcali-sílica (RAS) em compósitos à

base de cimento (concretos e

argamassas).

Silicatos

Quartzo: Mineral considerado termodinamicamente mais estável.

Page 20: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Quartzo -

outras fases potencialmente reativas:• quartzo microcristalino -

quartzo de granulação fina, produzido

pela recristalização dinâmica do mineral;

• calcedônia -

variedade criptocristalina

de quartzo da classe fibrosa.

Outros silicatos potencialmente reativos:• vidro vulcânico -

silicato presente nas rochas ígneas, produzido

pelo resfriamento rápido da lava fundida;

• opala -

mineralóide, conhecido como uma sílica hidratada amorfa ou coloidal.

Page 21: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Silicatos Anidros do Cimento Portland

• Alita

(C3S):

silicato tricálcico, Ca3

SiO5

(ou 3CaO.SiO2

)

• Belita

(C2S):

silicato dicálcico, Ca2

SiO4

(ou 2CaO.SiO2

)

Celita

ou aluminato

(C3A):

fase aluminato

tricálcico, Ca3

Al2

O6

ou

3CaO.Al2

O3

Ferrita

ou Ferroaluminato

(C4AF):

ferroaluminato

tetracálcico (Ca2

AlFeO5

ou 4CaO.Al2

O3

.Fe2

O3

)

Page 22: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Silicatos do Cimento Portland -

Alita

Estrutura do C3

S do cimento Portland, com seus dois principais elementos (adaptada de LEA,1970).

Page 23: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Silicatos do Cimento Portland -

Belita

Estrutura da fase β−C2

S, com projeção ao longo do eixo b (adaptada de LEA,1970).

Page 24: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Silicatos

Silicato hidratado do Cimento Portland: C-S-H

Representação simplificada do α-C2

S hidratado (LEA, 1970).

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Vidros e Outras Cerâmicas não Cristalinas

Sílica vítrea:

Tetraedros unidos por ligações covalentes para produzir uma rede tridimensional ao acaso, ou seja, sem orientação, havendo carência de cristalinidade, apesar de se assemelhar à

sílica

cristalina em uma análise a curta distância.

Os vidros ou cerâmicas não cristalinas representam, na sua maioria, silicatos amorfos, apresentando-se semelhantes às

cerâmicas cristalinas do ponto de vista químico.

Page 26: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

O conhecimento dos equilíbrios de fases é

fundamental para prever-se o comportamento dos materiais, porque é

necessário atingir-se o equilíbrio (ou pelo menos um estado próximo a ele) para se alcançar estabilidade química.

Page 27: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Diagrama de Fases

Diagramas de fase = Diagramas de equilíbrio

Determinam:

quais fases se encontram em equilíbrio para uma dada composição a certa temperatura;

Permitem:

determinar a composição química de cada fase;

calcular a quantidade de cada fase presente.

Page 28: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Mapas a partir dos quais se podem determinar as fases presentes, para qualquer temperatura e composição, desde que o material esteja em equilíbrio.

Page 29: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

As relações de fase , num sistema com um único componente, dependem:

exclusivamente das variáveis de estado (pressão e temperatura).

Page 30: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Sistema de um único componente –

SiO2. Observação: um diagrama mais completo incluiria também as modificações de cada fase sob temperaturas mais baixas (adaptada de VAN

VLACK, 1973).

Page 31: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Diagrama de Fases

Outra forma de representar o diagrama de fase pressão-temperatura para o sistema SiO2

(ASKELAND, 1998).

Page 32: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Expansão linear do quartzo e do vidro com o aumento da temperatura (ASKELAND, 1998).

Page 33: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Diagrama de fases binário:

A pressão é

considerada constante e igual a 1 atm, eliminando-se, assim, essa variável de estado.

Exemplo:

O diagrama SiO2

-Al2

O3

é

um dos mais importantes no entendimento e na previsão das propriedades e comportamento de vários materiais cerâmicos de construção civil.

Page 34: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Diagrama de fases SiO2

-Al2

O3

, sob pressão constante (adaptada de VAN VLACK, 1984).

Page 35: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Operação de queima na indústria cerâmica:

é

importante o conhecimento das transformações termoquímicas das argilas e massas cerâmicas;

quando a massa cerâmica é

aquecida, ocorrem diversas transformações, sendo as mais importantes:

a retração;•

a variação de porosidade;

a liberação ou a absorção de calor;•

a perda de massa;

as mudanças da estrutura .

Page 36: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Diagrama de Fases

Temperatura (oC) Retração Porosi-

dadeEfeitos térmicos

Perda de

massa

Análise petrográfica

Análise pordifr. raios X

20 -100 nula alta nenhum pequena cristais decaulinita

cristais de caulinita

100 -

400 nula alta nenhum pequena cristais de caulinita

cristais de caulinita

400 -

500 pequena alta grandeabsorção

muito grande

quebra de cristais

quebra de cristais

500 -

900 média alta nenhum pequena cristais invisíveis metacaulinita

Transformações térmicas do caulim (adaptado de NORTON, 1973).

Page 37: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Diagrama de Fases

Temperatura (oC) Retração Porosi-

dadeEfeitos

térmicos

Perda de

massa

Análise petrográfica

Análise por difr. raios X

900 -1000 alta média grande evolução nenhuma cristais

invisíveis

apareciment

o de mulita e g-alumina

1000 -1150 nula média nenhum nenhuma crescimento de mulita

crescimento de mulita

1150 -1200 alta redução rápida

pequena evolução nenhuma crescimento

de cristobalitamulita e

cristobalita

Transformações térmicas do caulim –

continuação (adaptado de NORTON, 1973).

Page 38: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

Principais propriedades das cerâmicas:

alta estabilidade térmica;

boa resistência à

compressão e ao cisalhamento;

fratura do tipo frágil;

baixa condutividade elétrica.

Page 39: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

Dilatação térmica de alguns materiais de construção (adaptada de VAN VLACK, 1973).

Page 40: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

Material Esquema Explicação

MetalO arranjo de coordenação nos metais é

o mesmo antes e após

uma etapa completa de escorregamento.

Comparação dos mecanismos de escorregamento entre metais monoatômicos e materiais cerâmicos biatômicos.

• Mecanismos de escorregamento

Page 41: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

Material Esquema Explicação

Cerâmica

O escorregamento em um crista

l biatômico produziria novos vizinhos com forças de atração e repulsão diferentes; esse novo arranjo somente seria atingido com ruptura de ligações fortes entre os íons Mg2+

e O2-. Assim, o escorregamento é

altamente restrito, uma vez que as duas etapas de escorregamento, necessárias para se atingir uma estrutura semelhante à

original, teriam de se realizar passando por uma situação de alta energia, resultante das repulsões de íons negativos versus íons negativos e de íons positivos versus íons positivos.

Comparação dos mecanismos de escorregamento entre metais monoatômicos e materiais cerâmicos biatômicos -

continuação.

Page 42: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

A ausência praticamente total de escorregamento nos materiais cerâmicos leva às seguintes conseqüências:

esses materiais não apresentam comportamento dúctil, ou seja, são frágeis;

podem ser solicitados por tensões de compressão muito elevadas, desde que não se tenham poros presentes;

existe a possibilidade teórica de se ter um limite de resistência à tração elevado.

Page 43: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

(a) (b)

FRÁGIL

• Comportamento mecânico –

Ilustração para os Materiais Cerâmicos

Page 44: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Propriedades dos Materiais Cerâmicos

(a) (b)

DÚCTIL

• Comportamento mecânico –

Ilustração para os Materiais Metálicos

Page 45: Microestrutura dos materiais cerâmicos

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Cerâmica Avançada

Cerâmica avançada, também denominada de cerâmica técnica ou cerâmica fina, engloba uma classe de “novas”

cerâmicas, em que as matérias-primas são artificiais, há

um grande controle do processo e, principalmente, um forte controle da microestrutura.

(YOSHIMURA, 2002)

Page 46: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Cerâmica Avançada

Características especiais:

alta resistência mecânica;•

alta dureza e resistência à

abrasão;

alta durabilidade (resistência química e à

corrosão);•

alta resistência à

temperatura (são materiais refratários);

alto ponto de fusão (alguns chegam até

cerca de 2500°C a 3000°C);•

baixa dilatação térmica;

elevada tenacidade;•

baixo peso.

Page 47: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Cerâmica Avançada

Exemplos de cerâmicas finas:

Alumina;

Zircônia;

Nitreto de silício;

Sialon (Si-Al-O-N);

Nitreto de alumínio;

Nitreto de boro;

Carbeto de silício;

Carbeto de boro.

Page 48: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Cerâmica Avançada

Material Composição Densidade(g/cm3)

Resistência à compressão

(MPa)

Resistência à tração(MPa)

Módulo deElasticidade

(GPa)

Alumina Al2

O3 3,98 2810 210 395

Carbeto de silício SiC 3,10 3935 175 420

Nitreto de silício* Si3

N4 3,20 3935 175 420

Sialon Si3

N4

-Al2

O3

-

AlN-SiO23,24 3515 560 315

Zircônia** ZrO2 5,80 3515 420 315

* Nitreto de silício prensado a quente; ** Zircônia parcialmente estabilizada.Propriedades mecânicas de algumas cerâmicas avançadas –

valores aproximados (adaptado de ASKELAND, 1994).

Page 49: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Bibliografia Consultada

•ANDERSON, J. C. et al. Materials Science. 4. ed. London: Chapman & Hall, 1997.•ASKELAND, D. R. The science and engineering of materials. 2. ed. London: Chapman & Hall, 1990.•______. The science and engineering of materials. 3. ed. Boston: PWS Publishing Company, 1994.•______. The science and engineering of materials. 3. ed. London: Chapman

& Hall, 1998.•CALLISTER Jr., W. D. Materials science and engineering: an introduction. 2. ed. New York: John Wiley & Sons, 1991.•CAMPBELL, D. H. Microscopical

examination and interpretation of Portland

cement and clinker. Illinois: Construction

Technology

Laboratories

Portland Cement

Association, 1986.

Page 50: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Bibliografia Consultada

•HASPARYK, N. P.

Investigação dos mecanismos da reação álcali- agregado –

efeito da cinza de casca de arroz e da sílica ativa. Goiânia:

UFG, 1999. 257p. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil), Escola de Engenharia Civil, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1999.JASTRZEBSKI, Z. D. Nature and properties of engineering materials. New York: John Wiley & Sons, 1959.KLEIN, C.; HURLBUT Jr., C. S. (after JAMES D. DANA) Manual of mineralogy. 21. ed. USA: John Wiley

& Sons, Inc., 1999.

LEA, F. M.

The chemistry of cement and concrete.

3. ed. London: Edward Arnold (Publishers), 1970.MEHTA, P. K.; MONTEIRO, P. J. M. Concreto: estrutura, propriedades e materiais. São Paulo: PINI, 1994.MONTEIRO, P. J. M. et al. Effect of aggregate deformation on alkali-silica reaction. ACI Materials

Journal, v. 98, n. 2, p. 179-183, 2001.

Page 51: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Bibliografia Consultada

NORTON, F. H. Introdução à

tecnologia cerâmica. São Paulo: Edgard Blücher, 1973.PITEIRA, M. Cerâmicos técnicos.

Disponível em: http://www.dcm.fct.unl.pt

/Discipl/Ct/ MP.pdf. Acesso em: 4 mar. 2007.RAMACHANDRAN, V. S.; BEAUDOIN, J. J. Handbook of analytical techniques in concrete science and technology. Ed. Norwich/New York/U.S.A.: Noyes Publications / Willian

Andrew Publishing, 2001.

SHACKELFORD, J. F. Introduction to materials science for engineers. 4. ed. New Jersey: Prentice Hall / Simon & Schuster, 1996.•______. Introduction to materials science for engineers. 5. ed. New Jersey: Prentice Hall, 2000.TAYLOR, H. F. W. Cement Chemistry. 2. ed. London: Thomas Telford, 1997.VAN VLACK, L. H. Princípio de ciências dos materiais. São Paulo: Edgard Blücher, 1970.

Page 52: Microestrutura dos materiais cerâmicos

Livro: Materiais de Construção Civil Organizador/Editor: Geraldo C. Isaia

Bibliografia Consultada

•______. Princípios de ciência e tecnologia dos materiais; tradução de Edson Monteiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1984.•______. Propriedades dos materiais cerâmicos; tradução de Cid Silveira e Shiroyuki

Oniki. São Paulo: Edgard Blücher, 1973.

•YOSHIMURA, H. N. Bate-papo programado –

Cerâmica Avançada:

IPT – Atividades, 2002. Disponível em: http://www.ipt.br/atividades/serviços/chat/ARQ.

Acesso em: 4 mar. 2007.