UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA, POÇO REDONDO, SERGIPE, BRASIL WEDNA DE JESUS MACHADO MESTRADO 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM
ÁREA DE CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA,
POÇO REDONDO, SERGIPE, BRASIL
WEDNA DE JESUS MACHADO
MESTRADO 2011
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
NÚCLEO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO
MESTRADO EM ECOLOGIA E CONSERVAÇÃO
COMPOSIÇÃO FLORÍSTICA E ESTRUTURA DA VEGETAÇÃO EM ÁREA DE
CAATINGA E BREJO DE ALTITUDE NA SERRA DA GUIA, POÇO REDONDO,
SERGIPE, BRASIL
AUTOR(A): WEDNA DE JESUS MACHADO
ORIENTADOR(A): PROFA. DRA. ANA PAULA DO NASCIMENTO PRATA
CO-ORIENTADOR(A): PROFA. DRA. ANABEL APARECIDA DE MELLO
SÃO CRISTOVÃO, SERGIPE
MARÇO, 2011
FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
M149c
Machado, Wedna de Jesus Composição florística e estrutura da vegetação em área de caatinga e brejo de altitude na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil / Wedna de Jesus Machado. – São Cristóvão, 2011.
84 f. : il.
Dissertação (Mestrado em Ecologia e Conservação) – Núcleo de Pós- Graduação em Ecologia e Conservação, Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa, Universidade Federal de Sergipe, 2011.
Orientador: Profª Drª Ana Paula do Nascimento
Prata. 1. Florística. 2. Comunidades vegetais. 3. Brejo de
altitude. 4. Plantas da caatinga – Poço Redondo (SE). I. Título.
CDU 581.527(813.7Poço Redondo)(213.52)
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelos dons que me foram concedidos.
À minha família, em especial à minha mãe Maria Josefina, pelo apoio e carinho
incondicionais.
À minha orientadora, Ana Paula Prata, pela amizade e parceria fundamentais para a
realização deste trabalho.
À minha co-orientadora, Anabel Mello, por compartilhar seu conhecimento e
experiência em Fitossociologia.
Aos professores do Mestrado em Ecologia e Conservação, de modo particular a
Adauto Ribeiro, Robério Ferreira e Leandro Souto, por compartilhar seus conhecimentos e
pela disponibilidade em ajudar, e à Juliana, secretária do NPEC, pelo auxílio ao longo do
curso;
Aos professores Cláudio Lisi e Myrna Landim, pelas conversas informais bastante
elucidativas;
À Everardo Sampaio, pelo apoio inicial ao desenvolvimento do trabalho;
Aos professores Abel Conceição, Elcida Araújo, Maria Margarida Melo, Fidel Roig,
Sonia Aragaki, Marli Pires, Flávia Moura e Laura Jane Gomes, pelas valiosas considerações
feitas a este trabalho;
Aos técnicos amigos do Departamento de Biologia, de modo especial a João dos
Santos, Eládio Santos e Marta Farias, por todo apoio recebido;
Aos funcionários do DBI e do Ditran pelo auxílio na requisição e liberação do
transporte para a realização das coletas;
Aos companheiros de campo (Antônio, Leuciane, Luiz, Thiago, Valdson, Ítallo,
Fernando, Patrício, Ana Paula, Juan, Elias, Júnior, Suzana, Daniel, Ígor e Toninho), pelo
aprendizado e pela ajuda inestimáveis.
À CAPES, auxílio PROCAD, pela ajuda financeira na realização das coletas;
Aos especialistas (Rosângela Lyra, Maurício Carnaúba, Maria de Fátima Araújo,
Maria Iracema Loiola, Volker Bitrich, Rosangela Bianchini, André Luiz Gaglioti, Anderson
Machado, Fátima Souza, Domingos Cardoso, Marli Pires, Lúcia Rossi, Carolyn Proença,
Marla Ibrahim, Jorge Irapuan, Aldo Alves, Maria Ana Farinaccio e Silvana Monteiro) que
gentilmente auxiliaram na identificação do material botânico.
Aos amigos do Laboratório de Sistemática Vegetal e do Herbário ASE (Júnior,
Suzana, Luiz, Ítallo, Ana Cecília, Daniel, Gisele, Tamires, Chistopher, Alan, Leuciane,
Valdson, Erivania e Ana Cláudia) pelo apoio fundamental na identificação e/ou no
processameto do material botânico.
Aos colegas de mestrado da turma 2009.1, em particular a Ana Cecília, Erivania,
Paula, Betejane, Simone e Francisco, pela amizade e companheirismo.
Aos colegas de mestrado das turmas 2008.1 (Patrício, Juan, Raonne e Eduardo),
2008.2 (Itamara) e 2010.1 (Diogo), assim como a José (Engenheiro Florestal), pelo auxílio
na elaboração de mapas e/ou na análise e discussão dos dados da dissertação.
À Mário André, pela amizade e incentivo.
À Comunidade da Serra da Guia, em especial a Sra. Josefa (Dona Zefa da Guia) e ao
Sr. Alexandre (seu esposo), pela acolhida e por todo apoio, assim como ao Sr. João (Seu
João de Ananias), pela parceria e aprendizagem no trabalho de campo.
À todos que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho, meus
sinceros agradecimentos.
À minha família,
em especial à minha
mãe Maria Josefina.
“A Ciência nos convida a acolher os fatos, mesmo quando
eles não se ajustam às nossas preconcepções”
(Carl Sagan)
SUMÁRIO LISTA DE FIGURAS............................................................................................................x
LISTA DE TABELAS .....................................................................................................xii
RESUMO ...................................................................................................................... xiii
ABSTRACT ................................................................................................................... xiv
1- INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 1
1.1 A Caatinga ................................................................................................................... 1
1.2 O Brejo de Altitude ...................................................................................................... 3
1.3 Histórico das pesquisas ................................................................................................ 5
2- OBJETIVOS .................................................................................................................. 9
2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 9
2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................... 9
3- METODOLOGIA ........................................................................................................ 10
3.1 Área de estudo ........................................................................................................... 10
3.2 Obtenção dos dados no campo.................................................................................... 13
3.3 Tratamento dos dados florísticos ................................................................................ 16
3.4 Análise dos dados fitossociológicos............................................................................ 17
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO.................................................................................. 18
4.1 Composição Florística ................................................................................................ 18
4.2 Estrutura da Vegetação ............................................................................................... 32
4.2.1 Área de Caatinga ..................................................................................................... 32
4.2.2 Área do Brejo Altitude ............................................................................................ 42
4.2.3 Comparação entre as áreas de estudo ....................................................................... 53
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 59
ANEXO I ......................................................................................................................... 61
ANEXO II ....................................................................................................................... 76
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .............................................................................. 77
x
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Localização da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com uso de mapa topográfico..................................................................................................................
10
Figura 2: Precipitação total mensal do período de 2003 a 2010, registrada na estação meteorológica de Poço Redondo, Sergipe, Brasil................................................................
11
Figura 3: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Vista parcial mostrando a antropização da base (esquerda); Área de amostragem na Caatinga (direita)......................
11
Figura 4: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Afloramento rochoso (esquerda); Olho-d’água (direita).........................................................................................
12
Figura 5: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Trilha de acesso ao brejo, localizada acima do olho-d’água (esquerda); Clareira situada no topo da serra e cemitério quilombola (direita)..............................................................................................
12
Figura 6: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Área de amostragem no brejo (esquerda); Ocorrência de epífitas no brejo, com destaque para Cattleya labiata, Orchidaceae (direita)............................................................................................................
13
Figura 7: Localização dos pontos de amostragem na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, no Modelo Digital de Elevação, elaborado no software Global Mapper, com dados do Atlas digital de recursos hídricos do Estado de Sergipe, 2001......................................................................................................................................
14
Figura 8: Croqui da área do Brejo de Altitude, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com a distribuição das parcelas fixas........................................................................
15
Figura 9: Localização das parcelas no topo (Brejo de Altitude) e na base (Caatinga) da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.....................................................................
15
Figura 10: Registro da implantação de parcelas fixas no Brejo de Altitude (esquerda) e na Caatinga (direita), Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..................................
16
Figura 11: Famílias botânicas registradas na Caatinga quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................
32
Figura 12: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...............................
34
Figura 13: Curva do coletor para a área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................
35
Figura 14: Relação das espécies que apresentaram os maiores valores de importância (VI) para a área de Caatinga, localizada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe,
xi
Brasil....................................................................................................................................
36
Figura 15: Estrutura vertical da vegetação da área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................
39
Figura 16: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil....................................................................................................................................
41
Figura 17: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de Caatinga, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................
41
Figura 18: Famílias botânicas ocorrentes no Brejo de Altitude quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...........................
43
Figura 19: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..................
45
Figura 20: Curva do coletor para a área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................
46
Figura 21: Espécies com os maiores valores de importância (VI) para a área do Brejo de Altitude, localizado na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil...............................
47
Figura 22: Estrutura vertical da vegetação da área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................................................................
49
Figura 23: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................
52
Figura 24: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de brejo, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................
52
Figura 25: Espécies de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e Brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus respectivos valores de VI..........
57
Figura 26: Espécies dominantes das áreas de Caatinga e brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com suas respectivas abundâncias absolutas.............................
58
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras..............................................
21
Tabela 2: Listagem florística das Pteridófitas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras............................................................................
31
Tabela 3: Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil....................................................................................................................................
33
Tabela 4: Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI.....................................................................................................................................
36
Tabela 5: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR.......................................................................................................................................
39
Tabela 6: Diversidade florística para a área de Caatinga inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.............................................................................................
42
Tabela 7: Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil......................................................................................................................
43
Tabela 8: Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI.....................................................................................................................................
47
Tabela 9: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR.........................................................................................................................
50
Tabela 10: Diversidade florística para a área de Brejo de Altitude inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil..............................................................................
53
xiii
RESUMO A Caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, destaca-se por apresentar uma grande diversidade de espécies vegetais, muitas das quais endêmicas e com adaptações à deficiência hídrica. Em locais de maior altitude dentro do bioma podem-se encontrar encraves de Mata Atlântica, denominados Brejos de Altitude ou Matas Serranas, que configuram áreas núcleo de relevante importância para a preservação da biodiversidade. O presente estudo foi realizado como o objetivo de caracterizar estruturalmente a vegetação da Serra da Guia, localizada no município de Poço Redondo, Sergipe, Brasil, por meio do levantamento florístico e fitossociológico de duas áreas, uma situada na base (Caatinga) e a outra no topo da serra (Brejo de Altitude), com coletas sistemáticas e mensais, realizadas em trilhas e em 30 parcelas fixas de 400 m2, durante o período de outubro/2009 a setembro/2010. No total, foram amostradas 365 espécies (82 famílias), sendo 216 espécies (58 famílias) na área de Caatinga e 257 espécies (70 famílias) na área de Brejo. Na Caatinga, as famílias com maior riqueza específica foram Fabaceae (30) e Euphorbiaceae (15), enquanto que no brejo foram Fabaceae (23) e Asteraceae (15). Na amostragem do estrato arbustivo-arbóreo, a riqueza total foi de 92 espécies, sendo que a área de brejo apresentou maior riqueza que a de Caatinga (71 e 47 espécies, respectivamente). A espécie mais abundante no brejo foi Eugenia cf. edulis (n=655, 18,39%) e na Caatinga foi Pityrocarpa moniliformis (n=159, 13,86%). As espécies que apresentaram o maior VI na Caatinga e no brejo foram Syagrus coronata e Guapira sp., respectivamente. A comparação entre as espécies dominantes ocorrentes na Serra da Guia demonstrou que apenas duas (Guapira noxia e Syagrus coronata) das 31 espécies destacadas são comuns às áreas amostradas, porém com abundâncias significativamente diferentes. Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) obtidos para a área do brejo (H’ = 3,13 nats.ind-1; J’ = 0,97) foram superiores aos da área de Caatinga (3,02 nats.ind-1; J’ = 0,78). Os testes estatísticos apontaram diferenças significativas tanto em relação ao índice de diversidade quanto em relação à riqueza e composição florística das áreas de estudo. O valor do índice de Jaccard (26,9%) indica que as duas áreas compartilham menos da metade das espécies vegetais. A Serra da Guia configura-se no primeiro Brejo de Altitude descrito e estudado no Estado de Sergipe, e a análise da similaridade entre as comunidades vegetais da Caatinga e do brejo demonstrou que, embora ocorrendo próximas, essas formações apresentam características florísticas, fisionômicas e estruturais bem distintas.
Palavras-chave: Semiárido, Mata Serrana, Caatinga, Brejo de Altitude.
xiv
ABSTRACT
The Caatinga, exclusively brazilian biome, stands out by a great diversity of plant species, many of which are endemic, with adaptations to water deficit. In areas of higher altitude inside the biome, can be find enclaves of Atlantic Forest, known as “Brejos de altitude” or “Matas Serranas”, who make up core areas of significant importance to the preservation of biodiversity. This study was conducted as to characterize structurally the vegetation of the Serra da Guia, located in Poço Redondo, Sergipe State, Brazil, by means of floristic and phytosociological survey of two areas, one located at the base (Caatinga) and the other at the top of the mountain (“Brejo de Altitude”) with systematic and monthly collection held on track and in 30 permanent quadrats of 400 m2, during the period from october/2009 to september/2010. In total, were sampled 365 species (82 families), being 216 species (58 families) in the area of Caatinga and 257 species (70 families) in the area of Brejo. In the Caatinga, families with highest species richness were Fabaceae (30) and Euphorbiaceae (15), while in the Brejo were Fabaceae (23) and Asteraceae (15). In the sampling of woody stratum, the total richness was 92 species, but the Brejo area had the highest richness that the Caatinga (71 and 47 species, respectively). The most abundant species in the Brejo was Eugenia cf. edulis (n = 655, 18,39%) and in the Caatinga was Pityrocarpa moniliformis (n = 159, 13,86%). The species that presented the highest VI in the Caatinga and in the Brejo were Syagrus coronate and Guapira sp., respectively. The comparison between the dominant species occurring in the Serra da Guia showed that only two (Guapira noxia and Syagrus coronata) of 31 species highlighted are common to the sampled areas, but with significantly different abundances. The values of the index of Shannon-Weaver (H ') and Pielou (J') obtained for the area of Brejo (H = 3,13 nats.ind-1, J '= 0,97) were higher than the area of Caatinga (3,02 nats.ind-1, J '= 0,78). Statistical tests showed significant differences in terms of both diversity index as compared to the richness and floristic composition of the study areas. The value of the Jaccard index (26.9%) indicates that the two areas share less than half of plant species. The Serra da Guia sets in the first “Brejo de Altitude” described and studied in the State of Sergipe, e the analysis of similarity between plant communities Caatinga and Brejo showed that, although occurring near, these formations have characteristics floristic, physiognomic and structural distinct.
Key-words: Semiarid, Mata Serrana, Caatinga, Brejo de Altitude.
1
1- INTRODUÇÃO
1.1 A Caatinga
Dentre os maiores desafios da ciência brasileira estão o estudo e a conservação da
diversidade biológica da Caatinga, caracterizada por ser a única região brasileira cujos limites
estão inteiramente restritos ao território nacional e que vem sofrendo um intenso processo de
alteração e deterioração ambiental, causado pelo uso insustentável de seus recursos naturais, o
que implica em perda de biodiversidade, eliminação de processos ecológicos chaves e
desertificação (LEAL et al., 2003).
De etimologia indígena, significando mata aberta e/ou clara, a denominação Caatinga
adotada por Martius na Flora Brasiliensis, produzida entre 1840 e 1906, que a visualizou
como Silva aestu aphylla (Floresta sem folhas na seca), foi consagrada na terminologia
brasileira, com reflexo na literatura internacional, e generalizou-se no Nordeste para designar
uma comunidade padronizada pelo seu aspecto fisionômico, resultante da caducifolia da
vegetação no período seco, assumindo caráter tropofílico (FERNANDES, 2006).
De acordo com Giulietti et al. (2003), a Caatinga é o tipo de vegetação que cobre a
maior parte da área com clima semiárido da região Nordeste do Brasil e, apesar de bastante
alterada pela ação antrópica, destaca-se por apresentar uma grande diversidade de espécies
vegetais, muitas das quais endêmicas ao bioma e com adaptações à deficiência hídrica.
Pode ser caracterizada como floresta arbórea ou arbustiva, compreendendo,
principalmente, indivíduos baixos, na maioria das vezes dotados de espinhos, microfilia e
algumas características xerofíticas (PRADO, 2003). Tais atributos relacionam-se com as
condições de semiaridez de origem climática, pela irregularidade das chuvas e pela má
distribuição das precipitações, e trazem consequências como o baixo índice de umidade
atmosférica e a secura pedológica, que determinam um ambiente ecológico rigorosamente
pobre (FERNANDES, 2006).
A Caatinga ocupa cerca de 11% do território brasileiro (844.453 km²), ocorrendo nos
Estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí
e norte de Minas Gerais. Apesar de ser o bioma menos conhecido do país, é o principal da
região nordeste, e os dados mais atuais indicam uma grande riqueza de ambientes e espécies,
com 932 espécies de plantas, 148 de mamíferos e 510 de aves (MMA, 2011).
2
Aproximadamente 50% das terras recobertas com a Caatinga são de origem
sedimentar e ricas em águas subterrâneas. Os rios, em sua maioria, são intermitentes e o
volume de água em geral é limitado. A altitude da região varia de 0 a 600 m, a temperatura
média anual varia de 20 a 28 °C e a precipitação total anual de 250 a 1.000 mm, o que
caracteriza um elevado déficit hídrico (MARACAJÁ e BENEVIDES, 2006).
De acordo com Tabarelli e Vicente (2003), a descrição recente de inúmeras espécies
endêmicas de fauna e flora para a região indica um conhecimento zoológico e botânico ainda
bastante precário. Além disso, os autores citaram que o conhecimento sobre a distribuição de
organismos vegetais e a forma com que eles se organizam em comunidades nas biotas é
fundamental para entender questões como a origem da flora, sua riqueza, seu nível de
endemismo e a distribuição espacial e ecológica das entidades taxonômicas, formas e histórias
de vida.
Souza (1983) afirmou que o domínio da Caatinga se estende por todos os Estados do
Nordeste brasileiro, com grande variabilidade em aspectos físicos, vegetacionais e florísticos,
o que gera uma ampla variedade de fitofisionomias, e, consequentemente, diversos tipos de
classificações.
Segundo Andrade-Lima (1981), são reconhecidas 12 tipologias diferentes de Caatinga.
O referido autor ainda citou que, em virtude do bioma apresentar uma vegetação xerófila
essencialmente heterogênea no que se refere à fitofisionomia e à estrutura, torna-se difícil a
elaboração de esquemas classificatórios capazes de contemplar satisfatoriamente as suas
tipologias.
As fisionomias de Caatinga, dependendo do regime de chuvas e do tipo de solo,
podem variar de florestas altas e secas, com até 20 m de altura, até afloramentos de rochas
com arbustos baixos, esparsos e espalhados, com cactos e bromélias nas fendas (PRADO,
2003). Para Fernandes (2006), a vegetação xerófila mostra-se essencialmente heterogênea
quanto à sua fisionomia e à estrutura, porém uniforme quanto à composição em níveis
genéricos, em virtude do estrato arbustivo-arbóreo estar, quase sempre, associado com
bromeliáceas, gramíneas e cactáceas.
Luetzelburg (1923) definiu a Caatinga como uma vegetação arbóreo-arbustiva, densa,
xerófila, dotada de espinhos e de folhas pequenas, rica em espécies da família Cactaceae e
com as variações: caatinga baixa, brejada e alta, caatingão, sertão e seridó. Fernandes (2006)
definiu a Caatinga arbórea como um tipo florestal quase sempre com expressão fisionômica
de mata seca, dividido em três estratos: arbóreo (8-12 m de altura), arbustivo/sub-arbustivo
3
(2-5 m) e herbáceo (anual ou efêmero). Já a Caatinga arbustiva representa o padrão mais
generalizado, sob forte influência antrópica, composta por dois estratos: um com
representantes de 3-5 m de altura, e outro de porte mais reduzido, com componentes de curta
duração, anuais ou efêmeros.
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2011), cerca de 27 milhões de
pessoas vivem atualmente na área original da Caatinga, sendo que 80% de seus ecossistemas
originais já foram alterados, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, em um
processo de ocupação que começou nos tempos do Brasil colônia. Grande parte da população
que reside em área de Caatinga é carente e precisa dos recursos da sua biodiversidade para
sobreviver, os quais, se conservados e explorados de forma sustentável, poderiam impulsionar
o desenvolvimento da região.
1.2 O Brejo de Altitude
Inserido no bioma Caatinga, em locais de maior altitude, podemos encontrar encraves
de Mata Atlântica, denominados Brejos de Altitude ou Matas Serranas, que, de acordo com
Theulen (2004), configuram áreas núcleo de relevante importância para a preservação da
biodiversidade, seja por sua singularidade e raridade, ou pelos muitos atributos naturais, em
particular a diversidade natural de espécies.
Segundo Giulietti et al. (2003), a maior diversidade na Caatinga está associada às
maiores altitudes, principalmente em áreas rochosas que captam maior umidade atmosférica e
atuam como refúgio para as espécies florestais, como pode ser visto pela presença das
florestas de Brejo de Altitude dentro dessa região.
De acordo com dados obtidos na literatura existem 43 Brejos de Altitude, distribuídos
nos Estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco, cobrindo uma área
original de aproximadamente 18.500 km2. Somente Pernambuco e Paraíba possuem 31 brejos,
distribuídos em 28 municípios do agreste e do sertão (TABARELLI e SANTOS, 2004).
Tais ecossistemas são, normalmente, relevos residuais que apresentam altitudes em
geral superiores a 600 m e vegetação do tipo florestal, que serve de abrigo para uma fauna
caracteristicamente umbrófila (BORGES-NAJOSA e CARAMASCHI, 2003). Além disso,
apresentam clima úmido ou subúmido, com precipitação anual de 900-1.300 mm, solos
profundos e argilosos, com elevado teor de água disponível, onde dominam os tipos
4
podzólicos vermelho-amarelos eutróficos e distróficos e os latossolos vermelho-amarelos
húmicos e amarelos, ambos distróficos (THEULEN, 2004).
As Matas Serranas que os Brejos de Altitude abrigam são consideradas como
disjunção ecológica da Mata Atlântica, ilhadas pela vegetação de Caatinga, condição que faz
do ecossistema uma área de elevada biodiversidade (SIQUEIRA FILHO, 2004).
Qualquer afirmativa a respeito da origem da flora dos brejos é arriscada, pois torna-se
necessário um número bem maior de levantamentos nestas áreas, além do conhecimento de
outras formações vegetacionais do nordeste, principalmente as caatingas arbóreas, as matas
secas e as formações de áreas de serra (FERRAZ et al., 1998).
A altitude mais elevada e os condicionantes de nebulosidade frequente podem explicar
o relativo aumento da riqueza florística e da ocorrência de vários táxons não encontrados em
remanescentes florestais costeiros de terras baixas, mesmo com índices pluviométricos
superiores (PÔRTO et al., 2004).
Segundo Locatelli et al. (2004), os ambientes dos Brejos de Altitude são isolados da
Mata Atlântica e da Caatinga, possuindo uma biota típica, formada por um condensado de
espécies comuns às matas Atlântica e Amazônica, incluindo espécies endêmicas.
Já para Silva et al. (2007), a vegetação dos Brejos de Altitude é composta
principalmente por espécies de Mata Atlântica, porém, também pode conter espécies da
Caatinga, principalmente nas áreas das bordas, o que pode estar relacionado com a
continentalidade ou mesmo com o efeito da fragmentação florestal. A fragmentação de
habitats associada ao efeito de borda causa mudanças nas condições climáticas e aumenta a
vulnerabilidade dos fragmentos à invasão de espécies circunvizinhas (PRIMACK e
RODRIGUES, 2001).
O atual ritmo de degradação ao qual os Brejos de Altitude estão submetidos resulta na
extinção de espécies lenhosas em decorrência da interrupção de processos-chave, como a
polinização e a dispersão associada ao desaparecimento de vertebrados frugívoros,
consequência direta da fragmentação (perda de hábitat) e da caça, o que pode levar esses
ecossistemas ao completo desaparecimento em um futuro muito próximo (TABARELLI e
SANTOS, 2004).
5
1.3 Histórico das pesquisas
Os estudos desenvolvidos em áreas de Caatinga são classificados basicamente em
qualitativos, que envolvem diferenças fisionômicas ou florísticas entre os diversos tipos de
fitofisionomias, e os quantitativos, com amostragem de vegetação por meio de parcelas de
tamanho variado, determinando o número de indivíduos, a composição florística, medidas de
DAP (diâmetro a altura do peito) e de área basal (FONSECA, 1991).
Os inventários realizados em diferentes áreas de ocorrência do bioma, a exemplo de
Alcoforado-Filho et al. (2003), Andrade et al. (2005), Fabricante e Andrade (2007) e Santos
et al. (2008), mostraram uma diversidade florística alta, apesar da forte restrição ao
crescimento imposta pela deficiência hídrica.
Alcoforado-Filho et al. (2003) realizaram o levantamento florístico e fitossociológico
de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco, e
citaram a ocorrência de 41 famílias, com destaque para Fabaceae (17 espécies, sendo 3
Caesalpinioideae, 9 Mimosoideae, 5 Papilionoideae), seguido por Euphorbiaceae (13),
Asteraceae (4) e Boraginaceae, Cactaceae, Malpighiaceae, Malvaceae, Myrtaceae e Rubiaceae
(3 espécies cada).
Nos inventários realizados por Andrade et al. (2005) no município de Cariri, Paraíba,
Santana e Souto (2006) na Estação Ecológica do Seridó, Rio Grande do Norte, e Fabricante e
Andrade (2007) no município de Santa Luzia, Paraíba, foram registradas a ocorrência de 7,
10 e 8 famílias, respectivamente, sendo que, Fabaceae e Euphorbiaceae, a exemplo do
trabalho de Alcoforado-Filho et al. (2003), também apresentaram o maior número de
espécies.
Santos et al. (2008), em estudo para determinar a estrutura e a florística de uma área
de Caatinga arbórea, localizada em Juvenília, Minas Gerais, destacaram a presença de 13
famílias, sendo as mais expressivas Fabaceae (18 espécies, sendo 3 Caesalpinioideae, 7
Mimosoideae e 8 Papilionoideae), seguida por Bignoniaceae (6), Anacardiaceae (4) e
Malvaceae (3).
No Estado de Sergipe, estudos sobre a vegetação da Caatinga revelaram uma
composição florística de espécies arbustivo-arbóreas e herbáceas pertencente a 62 famílias
botânicas (SOUZA 1983, FONSECA 1991, FERRAZ 2009, DÓRIA NETO 2009 e DANTAS
2010).
6
Souza (1983) realizou um estudo comparativo entre duas matas remanescentes de
Caatinga hipoxerófila, uma no município de Frei Paulo e outra em Nossa Senhora da Glória,
analisando a composição florística, frequência, densidade e dominância do estrato arbóreo,
além de apresentar informações sobre as espécies arbustivas e herbáceas. A autora apontou a
ocorrência de 52 famílias, com destaque para Fabaceae (12 espécies, sendo 4
Caesalpinioideae, 4 Mimosoideae, 3 Papilionoideae, e 1 identificada apenas em nível de
família), seguida por Euphorbiaceae e Rubiaceae (6), Cactaceae (4) e Araceae (3).
Fonseca (1991), ao estudar a vegetação de Caatinga hiperxerófila em Poço Redondo e
Canindé do São Francisco, ao norte do Estado, destacou a ocorrência de 20 famílias. Dessas,
Fabaceae foi a que apresentou o maior número de espécies (12, sendo 4 Caesalpinioideae, 7
Mimosoideae e 1 Papilionoideae), seguida por Euphorbiaceae (8), Cactaceae (4) e
Anacardiaceae (3). Segundo o autor, essas quatro famílias são as mais características da
vegetação e contribuem com aproximadamente 60% do componente arbustivo-arbóreo da
Caatinga.
O levantamento realizado por Ferraz (2009), em Canindé do São Francisco, indicou a
ocorrência de 12 famílias botânicas, sendo as mais expressivas: Fabaceae (6 espécies, sendo
3 Caesalpinioideae e 3 Mimosoideae) e Anacardiaceae e Euphorbiaceae, ambas com 3
espécies. Trabalho com metodologia semelhante foi realizado por Dória Neto (2009), em
Porto da Folha, com registro de 14 famílias, com destaque também para Fabaceae (9 espécies,
sendo 4 Caesalpinioideae e 5 Mimosoideae), Euphorbiaceae (5), Anacardiaceae e
Bombacaceae (com 2 espécies cada).
Dantas (2010), em estudo sobre a megafauna pleistocênica da Fazenda Charco, Poço
Redondo, registrou a presença de 22 famílias, com destaque para Cyperaceae e Euphorbiaceae
(4 espécies), Cactaceae (3), e Amaranthaceae, Asteraceae, Convolvulaceae e Malvaceae (com
2 espécies cada).
De acordo com dados obtidos nos levantamentos supracitados, as famílias que mais se
destacaram quanto ao número de espécies amostradas nas áreas de Caatinga do Estado de
Sergipe foram: Fabaceae (22 espécies, sendo 7 Caesalpinioideae, 10 Mimosoideae, 4
Papilionoideae e 1 identificada apenas em nível de família), Euphorbiaceae (19), Cactaceae
(10), Rubiaceae (7), Boraginaceae e Bombacaceae (6 espécies cada), e Anacardiaceae (5).
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz e Ziziphus joazeiro Mart. foram citadas em
todos os levantamentos florísticos acima mencionados, enquanto que Aspidosperma
7
pyrifolium Mart. e Schinopsis brasiliensis Engl. só não foram mencionadas na amostragem
realizada na Fazenda Charco, em Poço Redondo.
Os Brejos de Altitude vêm sendo razoavelmente estudados nas duas últimas décadas,
principalmente nos Estados de Pernambuco e Paraíba, e o resultado dos trabalhos publicados
até então têm apresentado uma flora bastante variada, a exemplo de Ferraz et al. (1998),
Moura e Sampaio (2001), Barbosa et al. (2004) e Rodal et al. (2005).
No levantamento realizado por Ferraz et al. (1998) em trechos de vegetação de
Caatinga e Brejo de Altitude na região do Vale do Pajeú, Pernambuco, verificou-se que as
famílias com o maior número de espécies para a área de brejo foram Fabaceae (9 espécies,
sendo 3 Caesalpinioideae, 3 Mimosoideae e 3 Papilionoideae), Myrtaceae (8), Flacourtiaceae
e Rubiaceae (6 espécies cada), Sapindaceae (5), Euphorbiaceae (4), e Bignoniaceae e
Nyctaginaceae (3 espécies cada) .
Moura e Sampaio (2001), a partir do levantamento das espécies de uma Mata Serrana
em Jataúba, Pernambuco, e da comparação de sua flora com as de outras Matas Serranas no
Nordeste e também com as de outros biomas, registraram uma baixa similaridade florística
entre essas matas, não chegando a 50% em nenhum dos casos, embora tenham reconhecido
que há problemas na identificação das espécies e no esforço amostral. Nesse levantamento, a
família Fabaceae apresentou o maior número de espécies (17 espécies, sendo 6
Caesalpinioideae, 7 Mimosoideae e 4 Papilionoideae), seguida por Myrtaceae (12),
Bignoniaceae e Euphorbiaceae (6 espécies cada) e por Verbenaceae, Rutaceae, Rubiaceae e
Sapindaceae (4 espécies cada).
Barbosa et al. (2004) realizaram o levantamento da flora da Mata do Pau Ferro,
localizada no município de Areia, Paraíba, e apontaram como famílias mais importantes, em
relação ao número de espécies, Fabaceae (30 espécies, sendo 10 Caesalpinioideae, 8
Mimosoideae e 12 Papilionoideae), Rubiaceae (24), Malvaceae (21), Solanaceae (16),
Asteraceae (14), Convolvulaceae (12). Em relação aos gêneros, os que se destacaram foram
Sida (11), Solanum (10), Piper e Senna (6 espécies cada), Ipomoea, Psychotria e Vernonia (5
espécies cada).
No inventário da flora de um Brejo de Altitude na escarpa oriental do planalto da
Borborema, Pernambuco, realizado por Rodal et al. (2005), as famílias que apresentaram
maior riqueza específica foram: Fabaceae (25 espécies, sendo 8 Caesalpinioideae, 8
Mimosoideae e 9 Papilionoideae), Asteraceae e Euphorbiaceae (14 espécies cada),
8
Melastomataceae e Rubiaceae (13 espécies cada), Solanaceae (10), Myrtaceae e Poaceae (8
espécies cada), e Cyperaceae (6).
No Estado de Sergipe, as Matas Serranas foram objeto de poucas pesquisas. Com
exceção da Serra de Itabaiana, que teve sua vegetação descrita em alguns trabalhos
(VICENTE 1999, VILAR et al. 2000, VICENTE et al. 2005, DANTAS 2008, DANTAS et
al. 2010, MENDES et al. 2010), até o momento nenhuma publicação foi encontrada sobre a
vegetação das outras serras.
Diante do exposto, fez-se necessária a realização deste trabalho na Serra da Guia,
incluíndo coleta de material botânico, acompanhada pelo estudo fitossociológico e
identificação dos espécimes, visando possibilitar a detecção de táxons endêmicos e contribuir
para a conservação da diversidade biológica da região.
9
2- OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
• Caracterizar estruturalmente a vegetação da Serra da Guia, localizada no município de
Poço Redondo, Sergipe. 2.2 Objetivos Específicos
• Realizar o levantamento florístico e o fitossociológico de duas áreas, uma de Caatinga e
outra de Brejo de Altitude.
• Verificar a distribuição espacial e a organização ecológica das espécies vegetais nessas comunidades;
• Comparar a similaridade florística da vegetação amostrada na área de Caatinga com a do Brejo de altitude;
• Elaborar uma listagem das espécies vegetais ocorrentes na área de estudo; • Produzir conhecimento sobre a vegetação ocorrente na Serra da Guia, visando à
conservação da biodiversidade do Estado de Sergipe.
10
3- METODOLOGIA
3.1 Área de estudo
A Serra da Guia (9°58’S e 37°52’W) faz parte do Complexo da Serra Negra e está
localizada na divisa dos municípios de Poço Redondo (Sergipe) e Pedro Alexandre (Bahia). É
o ponto mais alto do Estado de Sergipe (750 m.s.m.) e encontra-se distante da capital Aracaju
cerca de 196 km (figura 1).
Figura 1: Localização da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com uso de mapa topográfico (Fonte: RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010).
Trata-se de uma formação vegetal completamente circundada pelo semiárido, com
uma mata exuberante em seu topo e encostas com vegetação nativa ligando-se à Caatinga da
depressão sertaneja no seu sopé, e com uma biodiversidade até então desconhecida, exceto
por alguns estudos desenvolvidos sobre a fauna de anfíbios (CALDAS et al., 2009), aves
(RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010) e morcegos (ROCHA, 2010).
O clima da região é semiárido e a precipitação pluviométrica média é de cerca de 650
mm/ano, bastante irregular e com o volume de chuvas mais concentrado entre os meses de
maio e julho (figura 2). Os dados utilizados para a elaboração do gráfico de precipitação
11
foram registrados pela estação meteorológica de Poço Redondo, distante cerca de 30 km da
Serra da Guia.
Figura 2: Precipitação total mensal do período de 2003 a 2010, registrada na estação meteorológica de Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Dados obtidos do Centro de Meteorologia de Sergipe (CEMESE) disponível em http://www.semarh.se.gov.br/meteorologia.
Na região do entorno da Serra da Guia, até o limite aproximado de 600 m de altitude,
verifica-se a ocorrência de uma vegetação arbustiva típica de Caatinga hiperxerófila. As
famílias botânicas mais comuns nessa área são Fabaceae, Euphorbiaceae, Bromeliaceae e
Cactaceae. Na área da base, observa-se espécies como Poincianella pyramidalis (catingueira),
Mimosa tenuiflora (calumbi), Syagrus coronata (licuri) e Commiphora leptophloeos
(imburana-de-cambão) dominando a paisagem. Essa área encontra-se bastante antropizada
em virtude do desenvolvimento de atividades agropecuárias por parte da comunidade
quilombola ali instalada e de fazendeiros da região (figura 3).
Figura 3: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Vista parcial mostrando a antropização da base (esquerda); Área de amostragem na Caatinga (direita).
12
O acesso ao topo da serra, partindo-se da comunidade quilombola, pode ser feito
através de duas trilhas principais, sendo que uma delas apresenta subida mais íngreme, na
qual se pode observar afloramentos rochosos a 480 metros de altitude, com ocorrência de
espécies de Bromeliaceae, Cactaceae e Euphorbiaceae. Seguindo essa mesma trilha, a 600
metros de altitude, encontra-se um “olho-d’água”, no qual se pode observar espécies como
Eichhornia paniculata e Eleocharis elegans, de ocorrência restrita a essa área (figura 4).
Figura 4: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Afloramento rochoso (esquerda); Olho-d’água (direita).
A aproximadamente 615 metros de altitude, verifica-se o encontro das trilhas, e a
partir daí já é possível observar uma mudança gradual na fisionomia e na composição
florística da área, com o surgimento de uma formação vegetal arbórea, cujo dossel chega a
atingir 17 metros de altura, bem distinta da matriz de Caatinga. No topo da serra existe uma
clareira e um cemitério, com mais de 400 anos, que ainda é utilizado pela comunidade
quilombola (figura 5).
Figura 5: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Trilha de acesso ao brejo, localizada acima do olho-d’água (esquerda); Clareira situada no topo da serra e cemitério quilombola (direita).
13
Na área do brejo, as famílias mais expressivas são Fabaceae e Myrtaceae. Dentre as
espécies que dominam a paisagem pode-se citar: Eugenia cf. edulis (cambucá), Maytenus sp.
(bonome-da-mata) e Guapira sp. (bandola-da-mata). Destaca-se também um grande número
de bromélias e orquídeas epífitas. No passado essa área foi utilizada para a agricultura, em
virtude de uma maior regularidade de chuvas. Atualmente, apresenta uma mata secundária
com vegetação semidecídua e adaptada às condições de maior umidade, que há alguns anos
não sofre grandes pertubações e se encontra em processo de regeneração (figura 6).
Figura 6: Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil: Área de amostragem no brejo (esquerda); Ocorrência de epífitas no brejo, com destaque para Cattleya labiata, Orchidaceae (direita).
3.2 Obtenção dos dados no campo
A altitude da região de ocorrência do bioma Caatinga varia de 0 a 600 m
(MARACAJÁ e BENEVIDES, 2006) e dos Brejos de Altitude, em geral, são superiores a 600
m (BORGES-NAJOSA e CARAMASCHI, 2003). Essas informações foram usadas, neste
estudo, como critério para determinar o hábitat das espécies inventariadas. Desse modo, ficou
estabelecido que, todo material botânico coletado até 600 m de altitude seria classificado
como pertencente à flora da Caatinga, e acima disso, como parte da flora do Brejo de Altitude.
Foram realizados os levantamentos florístico (dos componentes arbóreo, arbustivo e
herbáceo, além das trepadeiras e dos cipós) e fitossociológico (do estrato arbustivo-arbóreo)
da vegetação da Serra da Guia, com coletas sistemáticas e mensais, durante o período de um
ano (de outubro/2009 à setembro/2010), em duas áreas, uma situada no sopé da serra
(Caatinga) e outra no topo (Brejo de Altitude) (figura 7).
14
Figura 7: Localização dos pontos de amostragem na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, no Modelo Digital de Elevação, elaborado no software Global Mapper, com dados do Atlas digital de recursos hídricos do Estado de Sergipe, 2001 (Fonte: RUIZ-ESPARZA AGUILAR, 2010).
As coletas de material botânico fértil (florífero ou frutífero) foram realizadas nas
trilhas pré-existentes e em 30 parcelas fixas de 20 x 20 m, totalizando 1,2 ha, instaladas nas
áreas de amostragem de Caatinga e brejo (15 parcelas em cada área). As características
morfológicas consideradas relevantes para o reconhecimento das espécies foram registradas
em caderno de campo e os indivíduos fotografados (Anexo I).
Para o levantamento fitossociológico da área do Brejo, foi confeccionado um croqui
(figura 8), no qual foram lançados 15 pontos, a uma distância definida pelo intervalo de
amostragem K (90,5 metros), obtido pela raiz quadrada da divisão da área total (12,53 ha)
pelo número de parcelas a serem instaladas (15). Esses pontos foram estabelecidos com o
auxílio do software AUTOCAD, o qual informou as coordenadas em UTM que foram
digitadas no GPS para localização das unidades amostrais no campo.
Para a amostragem fitossociológica da Caatinga foi escolhida uma área na base da
serra na qual também foram implantadas 15 parcelas (20m x 20m) (figura 9). Tal escolha
deveu-se ao fato de que essa é a região do sopé da serra que apresenta o menor grau de
antropização, e, possivelmente, a que mais se aproxima da mata original.
15
Figura 8: Croqui da área do Brejo de Altitude, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com a distribuição das parcelas fixas.
Figura 9: Localização das parcelas no topo (Brejo de Altitude) e na base (Caatinga) da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil (Fonte: SRH, 2010).
Cada um dos pontos representados na figura 9 corresponde ao vértice georeferenciado
de uma parcela, sendo medido, a partir do mesmo, 20m em direção ao sul e 20m em direção a
oeste, totalizando um quadrado com 400 m² (área total de cada parcela). As parcelas
instaladas na área de Caatinga situam-se entre 400-450 m.s.m., e as parcelas instaladas na área
16
de Brejo de Altitude, entre 700-750 m.s.m. A distância em linha reta entre as áreas
inventariadas é de 1,5 km. A figura 10 ilustra a implantação de parcelas fixas nas áreas de
estudo.
Figura 10: Registro da implantação de parcelas fixas no Brejo de Altitude (esquerda) e na Caatinga (direita), Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Em cada parcela foram amostrados todos os indivíduos do estrato arbustivo-arbóreo
com circunferência a altura do peito (CAP) maior que 6 cm, com exceção de cactos, por não
permitirem a estimativa da biomassa e do volume de madeira. As alturas totais e o CAP foram
obtidos por meio de uma vara telescópica e de uma fita métrica, respectivamente, e
devidamente registrados em ficha de campo (Anexo II). O critério de inclusão, segundo o
protocolo de medições de parcelas permanentes da Rede de Manejo Florestal da Caatinga, foi
que a base do caule estivesse dentro da parcela, mesmo que o fuste e/ou a copa ficassem de
fora (CTCRMFC, 2005).
Todas as árvores e arbustos incluídos nas parcelas foram marcados, por meio de uma
plaqueta de alumínio devidamente numerada, e identificados, inicialmente com o nome
popular, por um mateiro da região, e posteriormente com o nome científico.
O material botânico foi coletado segundo as normas usuais sugeridas para a taxonomia
por Mori et al. (1989), procurando incluir a variabilidade encontrada nas populações. O
material foi prensado ainda em campo, e em seguida, herborizado e incorporado ao acervo do
Herbário da Universidade Federal de Sergipe (ASE). As duplicatas serão enviadas
posteriormente para os principais herbários nordestinos.
3.3 Tratamento dos dados florísticos
A identificação do material botânico foi realizada no Herbário ASE, paralelamente às
coletas, por meio de bibliografia especializada, chaves taxonômicas, comparação com
17
material da coleção dos Herbários ASE e MAC, e envio a especialistas. Os acrônimos das
instituições estão de acordo com Thiers [continuously updated]. O sistema de classificação
adotado para as angiospermas foi o APG III (2009). Quanto às Pteridófitas, o sistema de
classificação adotado está de acordo com Tryon e Tryon (1982).
A grafia, a autoria das espécies e a atualização dos nomes científicos foram realizadas
a partir de consulta à literatura e ao site da base de dados Missouri Botanical Garden's VAST
(VAScular Tropicos) nomenclatural database - W3 Tropicos (2010).
A listagem florística foi elaborada de acordo com o APG III (2009) e as famílias
dispostas em ordem alfabética. Além disso, são fornecidas informações sobre nome popular,
hábitat e hábito (EITEN, 1992), de cada espécie. Foi realizada também a comparação das
espécies referidas neste trabalho com as listas de espécies endêmicas da Caatinga
(GIULIETTI et al. 2002, CARDOSO e QUEIROZ 2007), ameaçadas de extinção (IBAMA
1992, BIODIVERSITAS 2005, MMA 2008, IUCN 2010), raras (GIULIETTI et al. 2009) e
invasoras. Considerou-se invasora qualquer espécie nativa ou exótica, com elevada taxa de
reprodução e que causa alterações negativas ao ambiente. Classificaram-se as espécies
exóticas invasoras com base nos trabalhos de Lowe et al. (2000), Instituto Hórus (2010), as
invasoras segundo Bacchi et al. (1984) e as infestantes e nocivas segundo Kissmann (1997),
Kissmann e Groth (1999), Kissmann e Groth (2000).
3.4 Análise dos dados fitossociológicos
Utilizando o programa EstimateS 8.2 (COLWELL, 2005) foram calculadas a
estimativa de riqueza de Jackknife 1 e as curvas de acumulação de espécies (observada e
estimada por Jackknife 1), as quais foram aleatorizadas 100 vezes. A aleatorização dos dados
elimina a influência da ordem em que os mesmos são incluídos na análise, o que resulta em
uma curva acumulativa de espécies suavizada (COLWELL e CODDINGTON, 1994).
Para caracterizar a estrutura da comunidade arbustivo-arbórea, foram calculados, para
cada espécie, os parâmetros fitossociológicos: densidade, frequência e dominância relativas, e
o valor de importância (VI), conforme Muller-Dombois e Ellemberg (1974). Além disso,
foram determinadas as classes de altura e diamétrica, e a posição sociológica relativa (PSR),
de acordo com Souza e Leite (1993), bem como os índices de diversidade de Shannon (H’) e
de equabilidade de Pielou (J’), segundo Brower e Zar (1984). Os cálculos foram efetuados
com o auxílio do programa Mata Nativa 2 (CIENTEC, 2006) e os resultados obtidos foram
18
utilizados para analisar a estrutura horizontal e vertical, e a composição florística das áreas
estudadas.
A fim de comparar as áreas de estudo, foi calculada a similaridade florística pelo
índice de similaridade de Jaccard, que considera médias binárias com a convenção 1: presença
e 0: ausência, com auxílio do programa EstimateS 8.2 (COLWELL, 2005). Além disso, foram
selecionadas as espécies dominantes ocorrentes em cada área, e construído um gráfico para
auxiliar na comparação. Foram consideradas dominantes aquelas espécies cujos valores da
abundância relativa foram superiores a 1/S, onde S é a riqueza de espécies (URAMOTO et
al., 2005).
A significância das diferenças entre os índices de diversidade de Shannon obtido para
as duas áreas foi verificada através do teste t (Student) modificado para índice de diversidade,
com o auxílio do programa PAST 1.94b (HAMMER et al., 2001). As diferenças quanto à
composição florística foram verificadas através do teste Q de Cochran para presença x
ausência de espécies, e quanto à abundância e riqueza, através do teste do Qui-quadrado, com
significância ao nível de 5% (ZAR, 1999). Esses últimos foram feitos no programa BIOSTAT
5.0 (AYRES et al., 2007).
4- RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Composição Florística
A Serra da Guia, em Poço Redondo, Sergipe, caracteriza-se por apresentar em seu
topo uma vegetação semidecídua de médio porte, na qual o componente arbóreo chega a
atingir 17 m de altura, inserida em uma matriz de Caatinga hiperxerófila.
Nas Tabelas 1 e 2 encontram-se listadas as espécies ocorrentes na área estudada, com
informações sobre o hábitat, hábito e status/categoria de risco. No levantamento florístico
foram amostrados 825 indivíduos, pertencentes à 365 espécies, distribuídas em 227 gêneros e
82 famílias. Dentre os taxas listados, 234 (64,11%) foram identificados em nível específico,
87 (23,84%) em nível genérico, 30 (8,22%) apenas em nível de família e 14 (3,83%) não
foram identificados até o momento, sendo que de cinco desses só foi possível coletar o
material estéril.
19
Segundo Moura e Sampaio (2001), a identificação da flora nordestina ainda é muito
problemática, o que implica em listas florísticas com uma proporção alta de plantas sem
identificação completa, apesar de consultas aos especialistas e herbários.
Dentre as espécies ocorrentes na área de estudo, verificou-se que 361 são
Angiospermas (288 Eudicotiledôneas e 73 Monocotiledôneas) – o que corresponde a 65% do
total inventariado para o domínio fitogeográfico da Caatinga no Estado de Sergipe, de acordo
com os dados obtidos da lista de espécies da Flora do Brasil (2010) – e quatro são Pteridófitas
(Asplenium pumilum, Hemionitis palmata, Polypodium triseriale e Anemia oblongifolia).
As famílias que apresentaram maior riqueza específica foram Fabaceae (38 espécies,
sendo 8 Caesalpinioideae, 13 Mimosoideae, 17 Papilionoideae), Euphorbiaceae e Asteraceae
(20 espécies cada), Cyperaceae e Orchidaceae (18 espécies cada), Rubiaceae (14 espécies
cada), Bromeliaceae e Malvaceae (13 espécies cada), e Myrtaceae e Verbenaceae (11 espécies
cada).
A riqueza da família Asteraceae pode estar associada ao estágio sucessional em que se
encontra a vegetação, pois essa família contém muitas espécies herbáceas invasoras, que
ocorrem em estágios iniciais de ocupação de áreas perturbadas (PEDRALLI et al., 1997 apud
VICENTE, 1999).
Os gêneros com maior riqueza foram Cyperus (Cyperaceae) com sete espécies – C.
aggregatus, C. distans, C. haspan, C. squarrosus, C. surinamensis, C. uncinulatus e Cyperus
sp.; seguido por Croton (Euphorbiaceae) com seis espécies – C. argyrophyllus, C.
heliotropiifolius, C. cf. pedicellatus, C. tetradenius, C. tricolor e C. urticifolius; Tillandsia
(Bromeliaceae) com cinco espécies – T. polystachia., T. stricta, T. tenuifolia., T. usneoides e
Tillandsia sp.; e Senna (Fabaceae-Caesalpinoideae), com quatro espécies – S. cana, S.
macranthera, S. rizzinii e Senna sp.
Deve-se destacar também a ocorrência de Cyrtopodium holstii L.C. Menezes,
Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. e Prescottia plantaginifolia Lindl. ex Hook.
(Orchidaceae), Ipomoea regnellii Meisn. (Convolvulaceae), além de Scleria reticularis Michx
(Cyperaceae) como primeiro registro para o Estado de Sergipe (Carregosa; Bianchini;
Menezes - dados não publicados), e de Orthophytum sp., uma espécie nova para a ciência.
Quanto ao hábito, verificou-se que 79 espécies (21,64%) são árvores, 47 (12,88%)
arbustos, 29 (7,94%) semiarbustos, 165 (45,21%) ervas, 40 (10,96%) trepadeiras e cinco
(1,37%) cipós.
20
Ao comparar a lista florística obtida a partir deste estudo com as listas de espécies
endêmicas da Caatinga, ameaçadas de extinção, raras e invasoras, constatou-se a ocorrência
de 32 espécies endêmicas, três espécies ameaçadas de extinção e 41 espécies invasoras.
Destaca-se que duas destas, Chromolaena odorata (Asteraceae) e Lantana camara
(Verbenaceae), estão entre as 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo. Nenhuma
espécie rara foi encontrada nas áreas inventariadas (tabela 1).
21
Tabela 1. Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Acanthaceae Ruellia bahiensis (Ness) Morong 15816 folha-de-mocó Brejo/Caatinga erva Alstroemeriaceae Alstroemeria sp. 16002
Brejo erva
Bomarea sp. 9047
Brejo erva
Amaranthaceae Alternanthera ficoidea (L.) P. Beauv 15995 erva-de-ovelha Brejo/ Caatinga erva INV
Amaranthaceae sp. 16743
Brejo/Caatinga erva
Amaryllidaceae Hippeastrum stylosum Herb. 16022
Brejo erva
Zephyranthes sp. 16695 cebola-da-terra Caatinga erva
Anacardiaceae Anacardium occidentale L. 20070 cajueiro Brejo árvore
Myracrodruon urundeuva Allemão 20088 aroeira Brejo/Caatinga árvore AME
Schinopsis brasiliensis Engl. 20333 braúna Brejo/Caatinga árvore AME
Annonaceae Annona vepretorum Mart. 16135 araticunzeiro Caatinga árvore END Apiaceae Apiaceae sp. 15769
Brejo erva
Apocynaceae Allamanda blanchetii A. DC. 17553
Brejo/Caatinga trepadeira END
Allamanda sp. 17547
Brejo trepadeira
Aspidosperma pyrifolium Mart. 20040 pereiro Caatinga árvore END
Mandevilla microphylla (Stadelm.) M.F.Sales, Kin.-Gouv. & A.O. Simões
16117
Brejo/Caatinga trepadeira
Marsdenia altissima (Jacq.) Dugand 19509
Brejo cipó
Matelea ganglinosa (Vell.) Rapini 20060 maria-da-corta Brejo/Caatinga cipó
Prestonia coalita (Vell.) Woodson 16041
Brejo/Caatinga trepadeira
Araceae Anthurium affine Schott 16774 santo-inácio Brejo erva
Anthurium sp. 18644
Brejo erva
Philodendron sp. 17566 comigo-ninguém-pode Brejo/Caatinga erva
Pistia stratiotes L. 20062 orelha-de-burro Caatinga erva INV
Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. 18625 licuri Brejo/Caatinga arbusto Aristolochiaceae Aristolochia sp. 16132 rajinha Caatinga erva Asteraceae Acmella sp. 16097
Brejo/Caatinga erva
Ageratum conyzoides L. 16003 mentrasto Brejo/Caatinga erva INV
Bidens pilosa L. 19814 carrapicho-de-agulha Brejo/Caatinga erva INV
Centratherum punctatum Cass. 18670
Brejo/Caatinga semiarbusto INV
Chromolaena cf. odorata (L.) R.M. King & H. Rob. 9957
Brejo erva INV
Delilia biflora L. Kuntze 16101
Brejo erva INV
Emilia fosbergii Nicolson 19843
Brejo/Caatinga erva
Emilia sonchifolia (L.) DC. 18669
Brejo erva INV
Eupatorium cf. ballotaefolium Kunth 19817 balaio-de-velho Brejo/Caatinga erva
Platypodanthera melissifolia (DC.) R.M. King & H. Rob. 19823
Caatinga erva
Tridax procumbens L. 16756
Caatinga erva INV
22
Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Asteraceae (cont.) Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 15998 fumo-bravo Brejo arbusto
Verbesina sp. 15768 rosa-brava Brejo erva
Vernonia sp.1 18652 carabina Brejo/Caatinga erva
Vernonia sp.2 16782
Caatinga semiarbusto
Vernonia sp.3 19947
Brejo semiarbusto
Vernonia sp.4 16116
Caatinga arbusto
Wedelia sp. 16007 rosa-brava Brejo erva
Asteraceae sp.1 16908
Brejo semiarbusto
Asteraceae sp.2 19955
Caatinga trepadeira
Begoniaceae Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. 16000 cansanção-de-mocó Brejo erva Bignoniaceae Anemopaegma sp. 16104 cipó-branco Caatinga trepadeira
Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 16115 pau-d’arco-roxo Brejo/Caatinga árvore
Handroanthus sp.1 20327 pau-d'arco-amarelo Brejo árvore
Handroanthus sp.2 20330 pau-d'árco-branco Brejo/Caatinga árvore
Jacaranda sp.1 20328 caroba Brejo árvore
Jacaranda sp.2 16720
Caatinga árvore
Melloa quadrivalvis (Jacq.) A.H. Gentry 16760
Caatinga trepadeira END
Bignoniaceae sp.1 16755
Brejo trepadeira
Bignoniaceae sp.2 20086
Caatinga trepadeira
Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 20053 algodão-de-seda Brejo/Caatinga árvore Boraginaceae Cordia latiloba I.M. Johnst. 19894 claraíba Brejo árvore
Heliotropium indicum L. 16757 crista-de-galo Caatinga erva INV
Heliotropium sp. 16092 amarra-cachorro Brejo arbusto
Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex DC. 16722 canudeiro Brejo/Caatinga arbusto
Bromeliaceae Aechmea aquilega (Salisb.) Griseb. 15802 gravatá Brejo/Caatinga erva
Aechmea lingulata (L.) Baker 16030 gravatá Brejo/Caatinga erva
Cryptanthus cf. bahianus L.B. Sm. 18630
Brejo erva
Encholirium spectabile Mart. ex Schult. f. - macambira-de-flecha Brejo/Caatinga erva END
Hohenbergia catingae Ule 18622
Brejo/Caatinga erva END
Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez 16707 craoá Caatinga erva END
Orthophytum sp. 19922 macambira-de-cabeça Caatinga erva
Tillandsia polystachia (L.) L. 15787
Brejo erva
Tillandsia stricta Sol. ex Sims 20049
Brejo erva
Tillandsia tenuifolia L. 8720
Brejo erva
Tillandsia usneoides (L.) L. 19863
Brejo erva INV
Tillandsia sp. 15815
Brejo erva
Vriesea sp. 20321
Brejo erva
23
Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 16140 imburana-de-cambão Caatinga árvore END Cactaceae Cereus jamacaru DC. 17565 mandacaru Brejo/Caatinga semiarbusto END
Melocactus ernestii subsp. ernestii Vaupel 16114 cabeça-de-frade Brejo/Caatinga erva END
Melocactus zehntneri (Britton & Rose) Luetzelb. 9265 cabeça-de-frade Brejo/Caatinga erva END
Pilosocereus catingicola (Gürke) Byles & G.D. Rowley 15341 facheiro Brejo/Caatinga semiarbusto
Pilosocereus sp. 18687 facheiro Brejo/Caatinga semiarbusto
Rhipsalis floccosa Salm-Dyck ex Pfeiff. 16736
Brejo erva
Tacinga palmadora (Britton & Rose) N.P. Taylor & Stuppy 19923 quipá Caatinga erva END
Cannabaceae Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 16740 joameirinho Brejo árvore Cannaceae Canna sp. 18680
Brejo erva
Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. 16138 feijão-bravo Brejo/Caatinga árvore END
Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 16689 icó Brejo/Caatinga árvore END
Capparis nectaria Vell. 19965 indet. 2 Brejo árvore
Celastraceae Maytenus rigida Mart. 16688 bonome Caatinga árvore END
Maytenus sp. 20065 bonome-da-mata Brejo árvore
Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 16029 casuçú Brejo/Caatinga árvore Combretaceae Combretum cf. fruticosum (Loefl.) Stuntz 18660
Brejo arbusto
Conocarpus sp. 18727
Caatinga erva
Commelinaceae Commelina erecta L. 16738 água-de-santa-luzia Caatinga erva INV Convolvulaceae Evolvulus cf. glomeratus Nees & C. Mart. 16758
Caatinga erva
Evolvulus sp. 19996
Caatinga trepadeira
Ipomoea bahiensis Willd. ex Roem. & Schult. -
Brejo/Caatinga trepadeira
Ipomoea brasiliana Meisn. 16014 batata-de-porco Brejo/Caatinga trepadeira END
Ipomoea regnellii Meisn. 20059
Caatinga trepadeira
Jacquemontia evolvuloides Meisn. 16009 amarra-pé Brejo/Caatinga trepadeira
Jacquemontia sp. 19983
Caatinga trepadeira
Merremia sp. 20072
Caatinga trepadeira
Operculina macrocarpa (Linn) Urb. 16013 batata-de-purga Brejo erva
Cucurbitaceae Cayaponia tayuya (Vell.) Cogn. 16113
Caatinga trepadeira
Cucurbitaceae sp.1 15775
erva
Cucurbitaceae sp.2 16099 melão-de-cerca Brejo/Caatinga trepadeira
Cyperaceae Bulbostylis capillaris (L.) Kunth ex C.B. Clarke 18632
Brejo erva INV
Cyperus aggregatus (Willd.) Endl. 9080
Brejo erva
Cyperus distans L. f. 18679
Brejo/Caatinga erva INV
Cyperus haspan L. 15813
Brejo erva INV
Cyperus squarrosus L. 8736
Brejo erva
Cyperus surinamensis Rottb. 18639
Brejo erva INV
24
Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Cyperaceae (cont.) Cyperus uncinulatus Schrad. ex Nees 8737
_ erva
Cyperus sp. 16102
Brejo erva
Eleocharis elegans (Kunth) Roem. & Schult. 16098
Caatinga erva INV
Fimbristylis dichotoma (L.) Vahl 8735
Brejo erva INV
Fuirena umbellata Rottb. 18637
Brejo erva
Kyllinga odorata Vahl 19915
Brejo erva INV
Kyllinga squamulata Vahl 19904
Brejo erva
Lipocarpha micrantha (Vahl) G.C. Tucker 10122
Brejo erva
Pycreus fugax (Liebm.) C.D. Adams 9239
Brejo erva
Pycreus sp. 8733
Brejo erva
Rhynchospora contracta (Nees) J. Raynal 18575
Caatinga erva
Scleria reticularis Michx. 19877
Brejo/Caatinga erva
Ebenaceae Diospyros sp. 16775
Brejo árvore Eriocaulaceae Paepalanthus myocephalus Mart. 19954
Brejo erva
Erythroxylaceae Erythroxylum revolutum Mart. 20329 quiri-de-junta Caatinga árvore
Erythroxylum subrotundum A. St.-Hil. 16920 varela Brejo/Caatinga árvore
Erythroxylum sp. 20334 pau-chorão Brejo árvore
Euphorbiaceae Chamaesyce hyssopifolia (L.) Small 19900 erva-sangue Brejo/Caatinga erva
Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & L. Hoffm. 16690 favela Caatinga arbusto INV
Cnidoscolus urens (L.) Arthur 8675 cansação Brejo/Caatinga erva INV
Croton argyrophyllus Kunth 16918 sacatinga-branca Brejo árvore
Croton heliotropiifolius Kunth 16783 velande Brejo/Caatinga semiarbusto
Croton cf. pedicellatus Kunth 18050 velande-rasteiro Brejo/Caatinga semiarbusto
Croton tetradenius Baill. 16746 velandinho Brejo/Caatinga erva
Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 16894 sacatinga-preta Brejo árvore
Croton urticifolius Lam. 17549 velande-branco Brejo/Caatinga arbusto
Euphorbia comosa Vell. -
Caatinga erva INV
Euphorbia heterodoxa Müll. Arg. 16134 tingui Caatinga erva
Euphorbia phosphorea Mart. 17557 pau-de-leite/labirinto Caatinga erva
Jatropha mutabilis Benth. 16702 pinhão Caatinga semiarbusto END
Jatropha ribifolia (Pohl) Baill. 18034 pinhão-rasteiro Caatinga semiarbusto END
Manihot dichotoma Ule 16901 mandioca-brava Caatinga arbusto END
Phyllanthus sp. 18028 quebra-pedra Caatinga erva
Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 16776 burra-leiteira Brejo/Caatinga árvore
Euphorbiaceae sp.1 20342 indet. 4 Brejo árvore
Euphorbiaceae sp.2 20324 pau-teiu Brejo árvore
Euphorbiaceae sp.3 16020
Brejo erva
25
Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Fabaceae Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 16037 mororó Brejo/Caatinga arbusto Caesalpinioideae Chamaecrista sp. 16889
Brejo/Caatinga arbusto
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.) L. P. Queiroz 20079 pau-ferro Brejo/Caatinga árvore
Poincianella pyramidalis (Tul.) L. P. Queiroz 16905 catingueira Caatinga árvore END
Senna cana (Nees & C. Mart.) H.S. Irwin & Barneby 16109 flor-de-bezouro Caatinga arbusto
Senna macranthera (DC. ex Collad.) H.S. Irwin & Barneby 16004 flor-de-bezouro Brejo/Caatinga arbusto
Senna rizzinii H.S. Irwin & Barneby 15771
Brejo/Caatinga arbusto END
Senna sp. 20064 flor-de-são-joão Brejo/Caatinga arbusto
Fabaceae- Acacia cf. glomerosa Benth. 19964 espinheiro Brejo árvore Mimosoideae Albizia sp. 15792 moisés Brejo árvore
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan - angico-de-caroço Caatinga árvore
Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 20029 arapiraca Brejo/Caatinga arbusto
Mimosa acutistipula (Mart.) Benth. 15799
Caatinga arbusto
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 16137 calumbi Brejo/Caatinga arbusto
Mimosa sp. 18733 jurema-preta Caatinga árvore
Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima
20030 angico-manjola Caatinga árvore
END
Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 16892 jurema-branca Caatinga árvore
Piptadenia sp. 20039 jiquirizeiro Brejo/Caatinga árvore
Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 16125 quipé Caatinga árvore
Senegalia sp. 18568 espinheiro-branco Brejo/Caatinga árvore
Fabaceae-Mim. sp. 20008 unha-de-gato/malicia Caatinga arbusto
Fabaceae- Aeschynomene cf. mollicula Kunth 18049
Brejo/Caatinga semiarbusto Papilionoideae Centrosema brasilianum (L.) Benth. 19950
Brejo/Caatinga trepadeira
Chaetocalyx scandens (L.) Urb. 19822
Caatinga trepadeira
Clitoria sp. 9141
_ trepadeira
Crotalaria cf. retusa L. 18598
Brejo erva INV
Dioclea violacea Mart. ex Benth. 16035 olho-de-boi Brejo/Caatinga cipó
Indigofera lespedezioides Kunth 16936 anil Brejo/Caatinga semiarbusto
Indigofera suffruticosa Mill. -
Brejo erva INV
Lonchocarpus araripensis Benth. 16703
Caatinga arbusto END
Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 16119 mau-vizinho Brejo árvore
Macroptilium bracteatum (Nees & C. Mart.) Maréchal & Baudet
19967 feijãozinho Brejo/Caatinga erva
Vigna sp. 16778
Brejo/Caatinga trepadeira
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 20340 indet. 1 Brejo árvore
Zornia sericea Moric. 9250
_ erva
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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Fabaceae Zornia thymifolia Kunth 18035 amendoim-bravo Caatinga semiarbusto INV Papilionoideae (cont.) Fabaceae-Pap. sp.1 -
Brejo/Caatinga trepadeira
Fabaceae-Pap. sp.2 -
Caatinga semiarbusto
Gentianaceae Schultesia guianensis (Aubl.) Malme 19836
Brejo/Caatinga erva Iridaceae Cypella linearis (Kunth) Baker 19831 alho-da-terra Caatinga erva Lamiaceae Hypenia salzmannii (Benth.) Harley 16698 barrigudinha Caatinga erva
Hyptis pectinata (L.) Poit. 19942 sambacaitá Brejo/Caatinga erva INV
Marsypianthes cf. chamaedrys (Vahl) Kuntze 18027
Caatinga erva
Rhaphiodon echinus Schauer 18572 espinho-de-bola Caatinga erva
Lauraceae Ocotea sp. 16018
Brejo árvore Lythraceae Cuphea sp. 16100
Caatinga erva
Lafoensia pacari A. St.-Hil. 19903 banha-de-galinha Brejo árvore
Pleurophora anomala (A. St.-Hil.) Koehne 20067
Caatinga erva
Lythraceae sp. 18667
Brejo erva
Malpighiaceae Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss. 16131
Brejo/Caatinga erva
Heteropterys sp. 16120
Brejo/Caatinga arbusto
Stigmaphyllon paralias A. Juss. 17525 malina Caatinga semiarbusto
Stigmaphyllon sp. 16734
Brejo/Caatinga cipó
Malpighiaceae sp.1 16133 cipó-de-catengui Brejo/Caatinga cipó
Malpighiaceae sp.2 17552
Brejo semiarbusto
Malpighiaceae sp.3 18032
Caatinga semiarbusto
Malpighiaceae sp.4 18707
Brejo trepadeira
Malvaceae Abutilon regnellii Miq. 16749
Brejo/Caatinga arbusto
Helicteres sp.1 16771 bola-de-caçador Brejo arbusto
Helicteres sp.2 16779 cipó-de-caçador Brejo/Caatinga arbusto
Herissantia crispa (L.) Brizicky 16130
Caatinga arbusto END/ INV
Herissantia tiubae (K. Schum.) Brizicky 16742 mela-bode Brejo arbusto END
Malvastrum sp. 16914
Brejo/Caatinga semiarbusto
Pavonia cancellata (L.) Cav. 20020
Caatinga erva INV
Pavonia sp. 16692
Caatinga arbusto
Sida galheirensis Ulbr. 18711
Caatinga erva END
Sida sp.1 15796
Brejo erva
Sida sp.2 19948
Brejo erva
Malvaceae sp.1 20326 moleque-duro Brejo/Caatinga árvore
Malvaceae sp.2 16685
Caatinga erva
Marantaceae Calathea sp. 16924
Brejo erva
Maranta sp. 16773 cana-de-macaco Brejo/Caatinga erva
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Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Marcgraviaceae Norantea brasiliensis Choisy 16744 casuçú Brejo árvore Melastomataceae Tibouchina multiflora Cogn. 20054
Caatinga semiarbusto
Menispermaceae Cissampelos sp. 16906
Brejo trepadeira Moraceae Ficus sp. 18659 gameleira Brejo/Caatinga árvore Myrtaceae Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 16701 araçá-de-porco Brejo/Caatinga arbusto END
Campomanesia sp. 16896
Caatinga arbusto
Eugenia cf. edulis Vell. 16929 cambucá Brejo árvore
Eugenia sp.1 16704 araçá Brejo/Caatinga árvore
Eugenia sp.2 16727 azeitona Brejo árvore
Eugenia sp.3 18014 canela-de-viado Brejo/Caatinga árvore
Eugenia sp.4 20332 pitomba-de-cágado Caatinga arbusto
Myrcia guianensis (Aubl.) DC. 18611
Brejo arbusto
Myrciaria sp. 20331 branquinha Brejo árvore
Psidium sp. 16711 araçá-de-boi Caatinga arbusto
Myrtaceae sp. 20339 vermelhinho Brejo árvore
Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell 16691 bandola Brejo/Caatinga árvore
Guapira sp. 16912 bandola-da-mata Brejo árvore
Olacaceae Ximenia americana L. 20082 ameixa Caatinga arbusto Onagraceae Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H. Raven 19851
Caatinga erva INV
Ludwigia sp. 20076
Caatinga erva
Orchidaceae Campylocentrum micranthum (Lindl.) Rolfe 15857
Brejo erva
Catasetum hookeri Lindl. 18605
Brejo/Caatinga erva
Catasetum purum Nees & Sinning 15862
Brejo/Caatinga erva
Cattleya labiata Lindl. 15739
Brejo erva AME
Cranichis candida Cogn. 18421
Brejo erva
Cyrtopodium holstii L.C. Menezes 15865
Caatinga erva
Epidendrum cinnabarinum Salzm. ex Lindl. 16761
Brejo erva
Epidendrum rigidum Jacq. 15801
Brejo erva
Habenaria schenckii Cogn. 19833
Caatinga erva
Hapalorchis lineatus (Lindl.) Schltr. 15761
Brejo erva
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl. 18606
Brejo/Caatinga erva INV
Oncidium barbatum Lindl. 19921
Brejo erva
Polystachya estrellensis Rchb.f. 18411
Brejo erva
Prescottia plantaginifolia Lindl. ex Hook. 20055
Caatinga erva
Sacoila lanceolata (Aubl.) Garay 16693
Caatinga erva
Vanilla palmarum (Salzm. ex Lindl.) Lindl 18417
Brejo/Caatinga erva
Vanilla planifolia Andrews 8721 banana-brava Caatinga erva
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Tabela 1(continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Orchidaceae (cont.) Zygostates sp. 18418
Brejo erva
Oxalidaceae Oxalis sp. 18033 quebra-pedra Caatinga erva Passifloraceae Passiflora cincinnata Mast. 16725 maracujá-do-mato Brejo/Caatinga trepadeira
Passiflora foetida L. 16931 maracujá-de-papoco Brejo trepadeira INV
Piriqueta racemosa (Jacq.) Sweet 16016
Brejo/Caatinga erva
Turnera calyptrocarpa Urb. 18051
Caatinga semiarbusto
Turnera cearensis Urb. 15749
Brejo semiarbusto
Turnera chamaedrifolia Cambess. 16729
Brejo semiarbusto
Phytolaccaceae Rivina humilis L. 17541
Brejo erva Piperaceae Piperaceae sp. 18613
Brejo erva
Plantaginaceae Angelonia biflora Benth. 16103
Brejo/Caatinga erva END
Angelonia campestris Nees & Mart. 16715
Brejo/Caatinga erva END
Angelonia cornigera Hook. 18031
Caatinga erva END
Scoparia dulcis L. 16024
Brejo/Caatinga erva INV
Poaceae Chloris sp. 8739
Brejo erva
Eragrostis ciliaris (L.) R. Br. 9245
_ erva
Panicum trichoides SW. 8726
Brejo erva
Rhynchelytrum repens (Willd.) C.E. Hubb. 18573
Caatinga erva INV
Poaceae sp.1 18675 cambambá Brejo erva
Poaceae sp.2 16747
Brejo erva
Poaceae sp.3 18704
Brejo/Caatinga erva
Polygalaceae Bredemeyera kunthiana (A. St.-Hil.) Klotzsch ex A.W. Benn. 16028
Brejo trepadeira
Bredemeyera sp. 16032
Brejo/Caatinga árvore
Polygala alfredi Chodat 18743
Caatinga erva
Polygala decumbens A.W. Benn. 16005
Brejo/Caatinga erva
Polygala glochidiata Chodat 19980
Brejo/Caatinga erva
Polygala martiana A.W. Benn. 19933
Brejo erva
Polygala spectabilis DC. 16919
Brejo semiarbusto
Polygala violacea Aubl. 18646
Brejo erva INV
Polygala sp. 19920
Caatinga erva
Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meisn. 16123 pau-de-caixão Brejo árvore Pontederiaceae Eichhornia cf. paniculata (Spreng.) Solms 16751
Caatinga erva
Portulacaceae Portulaca oleracea L. 16923 berduega Caatinga erva INV
Portulaca sp. 20036 sete-estepe Caatinga erva
Rhamnaceae Gouania latifolia Reissek 16034
Brejo/Caatinga arbusto
Ziziphus joazeiro Mart. 16686 joazeiro Brejo/Caatinga árvore END
29
Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Rubiaceae Alseis floribunda Schott 20325 quiri-branco Brejo/Caatinga árvore
Chiococca alba (L.) Hitchc. 16008
Brejo arbusto
Coutarea hexandra (Jacq.) K. Schum. 16926
Brejo/Caatinga arbusto
Diodella teres (Walter) Small 18603
Caatinga erva
Emmeorhiza umbellata (Spreng.) K. Schum. 19970
Brejo trepadeira
Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 16921 angeca Brejo/Caatinga árvore END
Guettarda sp. 16890 rompe-gibão Brejo árvore
Randia armata (Sw.) DC. 17567 espinho-de-croá Brejo/Caatinga árvore
Richardia grandiflora (Cham. & Schltdl.) Steud. 18565
Brejo/Caatinga erva INV
Richardia sp. 19988
Caatinga erva
Spermacoce cf. capitata Ruiz & Pav. 17556
Brejo/Caatinga erva INV
Spermacoce verticillata L. 16015 vassoura-de-botão Brejo/Caatinga erva INV
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 16917 jenipapo-bravo Brejo/Caatinga árvore
Rubiaceae sp. 16039
Brejo/Caatinga erva
Rutaceae Zanthoxylum sp. 18720 laranja-brava Brejo árvore Salviniaceae Salvinia cf. oblongifolia Martius 15753
Caatinga erva
Santalaceae Phoradendron affine (Pohl ex DC.) Engl. & K. Krause 17563 erva-de-passarinho Brejo erva
Phoradendron cf. obtusissimum (Miq.) Eichler 15742 erva-de-passarinho _ erva
Santalaceae sp. 15994
Brejo erva
Sapindaceae Cardiospermum cf. corindum L. 18627
Brejo/Caatinga trepadeira
Cardiospermum cf. halicacabum L. 15993
Brejo trepadeira INV
Cupania sp. 20336 cambotá Brejo árvore
Serjania glabrata Kunth 16021
Brejo trepadeira
Serjania sp. 19824
Caatinga trepadeira
Sapindaceae sp. 19952
Brejo trepadeira
Sapotaceae Pouteria sp. 15791
Brejo árvore
Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn.
20038 quixabeira Caatinga árvore
Schoepfiaceae Schoepfia brasiliensis A. DC. 19895
Brejo arbusto Simaroubaceae Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 20057 jaca-brava Brejo/Caatinga árvore Smilacaceae Smilax sp. 16038 japecanga Brejo trepadeira Solanaceae Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don 16735 manacá Brejo/Caatinga árvore
Capsicum parvifolium Sendtn. 17536 indet. 5 Brejo árvore
Solanum cf. asterophorum Mart. 19862 jurubeba-branca Brejo/Caatinga arbusto
Solanum sp.1 16728 jurubeba Brejo/Caatinga arbusto
Solanum sp.2 16932
Brejo arbusto
Vassobia cf. breviflora (Sendtn.) Hunz. 15757
Brejo arbusto
30
Tabela 1 (continuação). Listagem florística das Angiospermas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Taliniaceae Talinum portulacifolium (Forssk.) Asch. ex Schweinf. 20022 lingua-de-vaca Brejo erva Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 15999 cansanção Brejo semiarbusto INV
Urtica sp. 16754 urtiga Brejo trepadeira
Valerianaceae Valeriana scandens L. 15784
Brejo trepadeira Verbenaceae Lantana camara L. 16010 chumbinho Brejo/Caatinga arbusto INV
Lantana radula Sw. 16012 camará Brejo/Caatinga arbusto
Lantana sp. 18039 candeia-de-queimar Caatinga arbusto
Lippia cf. alba (Mill.) N.E. Br. ex Britton & P. Wilson 18582 cidreira Brejo/Caatinga arbusto
Lippia sidoides Cham. 9384 alecrim-pimenta _ arbusto
Stachytarpheta angustifolia (Mill.) Vahl 16750
Caatinga erva
Tamonea curassavica (L.) Pers. 16006
Brejo erva
Tamonea sp.1 -
Caatinga semiarbusto
Tamonea sp.2 16708 candeia-de-caboclo Caatinga semiarbusto
Vitex sp. 20335 maria-preta Brejo árvore
Verbenaceae sp. 16748 alecrim-de-vaqueiro Brejo/Caatinga semiarbusto
Violaceae Hybanthopsis bahiensis Paula-Souza 16713
Brejo/Caatinga erva
Hybanthus sp. 18026
Caatinga erva
Vitaceae Cissus pulcherrima Vell. 16110
Caatinga arbusto
Cissus simsiana Schult & Schult f. 17537
Brejo semiarbusto
Indeterminada 1 Sp.1 20041 quina-quina Brejo/Caatinga árvore Indeterminada 2 Sp. 2 20337 esporão-de-galo Brejo árvore Indeterminada 3 Sp. 3 20341
Brejo árvore
Indeterminada 4 Sp. 4 20343
Brejo árvore Indeterminada 5 Sp. 5 20344
Brejo árvore
Indeterminada 6 Sp. 6 20338 quiri-preto Brejo árvore Indeterminada 7 Sp. 7 16687 pau-de-pipoca Caatinga árvore Indeterminada 8 Sp. 8 16709 linha-de-bordar Caatinga erva Indeterminada 9 Sp. 9 20066
Brejo erva
Indeterminada 10 Sp. 10 19949 xinim Brejo trepadeira Indeterminada 11 Sp. 11 18708
Caatinga trepadeira
Indeterminada 12 Sp. 12 19925
Brejo erva Indeterminada 13 Sp. 13 16091
Brejo trepadeira
Indeterminada 14 Sp. 14 16121
Brejo árvore
31
Tabela 2: Listagem florística das Pteridófitas da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Status/Categoria das espécies amostradas: END – Endêmica da Caatinga; AME – Ameaçadas de extinção; INV – Invasoras.
Família Espécie Voucher Nome popular Hábitat Hábito Status/Categoria Anemiaceae Anemia oblongifolia (Cav.) Sw. 19853
Brejo erva
Aspleniaceae Asplenium pumilum Sw. 15773
Brejo erva Polypodiaceae Polypodium triseriale Sw. 18602
Brejo erva
Pteridaceae Hemionitis palmata L. 15774
Brejo erva
32
4.2 Estrutura da Vegetação
4.2.1 Área de Caatinga
Foram amostrados 1.147 indivíduos, representando uma área basal de 5,30 m2ha-1,
perfazendo um total de 47 espécies distribuídas em 38 gêneros e 23 famílias botânicas. O
número de espécies arbustivo-arbóreas inventariadas neste estudo foi superior ao registrado
em outros trabalhos desenvolvidos em Caatinga: Drumond et al. (2002), Braga e Cavalcante
(2007), Ferreira et al. (2007), Freitas et al. (2007) e Calixto Júnior (2009).
As famílias mais expressivas quanto à abundância foram Fabaceae (598 indivíduos,
sendo 191 Caesalpinioideae e 407 Mimosoideae), Nyctaginaceae (101), Myrtaceae (91),
Erythroxylaceae (70), Rubiaceae (45) e Bignoniaceae e Euphorbiaceae (43 cada). De todo o
material analisado, destaca-se a predominância de Fabaceae que representou 52,1% dos
indivíduos inventariados (figura 11).
Figura 11: Famílias botânicas registradas na Caatinga quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
As famílias mais representativas quanto a riqueza foram Fabaceae com 13 espécies (4
Caesalpinioideae e 9 Mimosoideae), Myrtaceae com 4 espécies, Euphorbiaceae e Rubiaceae
com 3 espécies e, Anacardiaceae, Bignoniaceae, Erythroxylaceae e Verbenaceae com 2
espécies cada (tabela 3). Essas oito famílias representam 66% das espécies arbustivo-arbóreas
amostradas na área. Os gêneros mais ricos foram Eugenia, com três espécies, seguido por
Erythroxylum, Handroanthus, Lantana, Mimosa e Piptadenia, com duas espécies cada.
33
Observou-se que, a subfamília Papilionoideae não apareceu na amostragem do estrato
arbustivo-arbóreo da Caatinga, a exemplo dos estudos realizados por Drumond et al. (2002),
Alcoforado-Filho et al. (2003), Andrade et al. (2005) e Dória Neto (2009).
Tabela 3: Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Família Nome Científico Nome Popular Anacardiaceae Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira Schinopsis brasiliensis Engl. braúna Annonaceae Annona vepretorum Mart. araticum Apocynaceae Aspidosperma pyrifolium Mart. pereiro Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. licurizeiro Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos pau-dárco-roxo Handroanthus sp.2 pau-dárco-branco Boraginaceae Heliotropium sp. amarra-cachorro Burseraceae Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett imbura-de-cambão Capparaceae Capparis jacobinae Moric. ex Eichler icó Celastraceae Maytenus rigida Mart. bonome Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire casuçú Erythroxylaceae Erythroxylum revolutum Mart. quiri-de-junta Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. varela Euphorbiaceae Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm favela Manihot dichotoma Ule mandioca-brava Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber burra-leiteira Fabaceae-Caes. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz pau-ferro Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz catingueira Senna sp. flor-de-são-joão Fabaceae-Mim. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan angico-de-caroço Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis arapiraca Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. calumbi Mimosa sp. jurema-preta Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima angico-manjola Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson quipé Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke jurema-branca Piptadenia sp. jiquirizeiro Senegalia sp. espinheiro-branco Malvaceae Malvaceae sp.1 moleque-duro Moraceae Ficus sp. gameleira Myrtaceae Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand araçá-de-porco Eugenia sp.1 araçá Eugenia sp.3 canela-de-viado Eugenia sp.4 pitomba-de-cágado Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell bandola Olacaceae Ximenia americana L. ameixa Rhamnaceae Ziziphus joazeiro Mart. joazeiro Rubiaceae Alseis floribunda Schott quiri-branco Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. angeca Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. jenipapo-bravo Sapotaceae Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. quixabeira Solanaceae Solanum cf. asterophorum Mart. jurubeba-branca
34
Tabela 3 (continuação): Listagem de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. Família Nome Científico Nome Popular Verbenaceae Lantana camara L. chumbinho Lantana sp. candeia-de-queimar Indeterminada 7 Sp. 7 pau-de-pipoca
Fabaceae e Euphorbiaceae têm demonstrado uma alta representatividade em
levantamentos realizados em diferentes fitofisionomias da Caatinga (SOUZA 1983,
DRUMON et al. 2002, SANTANA e SOUTO 2006, CARVALHO et al. 2007, FERREIRA et
al. 2007, FABRICANTE e ANDRADE 2007, FERRAZ 2009, CALIXTO JÚNIOR et al.,
2009), corroborando com os resultados obtidos neste estudo.
A riqueza de espécies arbustivo-arbóreas estimada por Jackknife 1 para a área
inventariada de Caatinga foi de 56,33 espécies, apontando um esforço amostral satisfatório,
uma vez que o resultado observado (47 espécies) representou 83,44% da riqueza estimada
para a área (figura 12).
Figura 12: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Ao analisar a curva do coletor (figura 13), percebeu-se uma tendência de estabilização
a partir da 10ª unidade amostral, com o acréscimo de apenas seis espécies: Capparis
jacobinae e Sideroxylon obtusifolium na 11ª parcela, Alseis floribunda na 12ª, Handroanthus
sp.2 na 13ª, e Clusia dardanoi e Piptadenia sp. na 14ª. Segundo Santana (2005), as espécies
35
que aparecem no final da curva são consideradas como raras, devido a sua baixa densidade na
população amostrada. É o caso de C. jacobinae, C. dardanoi, Piptadenia sp. e S. obtusifolium,
que, na amostragem, aparecem representadas por um único indivíduo e com densidade
relativa de 0,03%.
Figura 13: Curva do coletor para a área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
A densidade total na área de Caatinga foi de 1.911 ind. ha-1 Andrade et al. (2005) e
Freitas et al. (2007), em trabalhos desenvolvidos em duas áreas de Caatinga, com diferentes
históricos de ocupação, obtiveram valores de densidade total para a área conservada de 2.358
ind. ha-1 e 1.758 ind. ha-1, e para a área antropizada de 1.471 ind. ha-1 e 1.091 ind. ha-1,
respectivamente. Valores de densidade total próximos ao encontrado na Serra da Guia foram
verificados por Rodal et al. (2008a), em levantamentos realizados em quatro áreas de
Caatinga localizadas nos municípios de Floresta e Custódia, no Estado de Pernambuco.
A espécie mais abundante foi Pityrocarpa moniliformis com 159 indivíduos,
respondendo por 13,86% do total amostrado. Outros três táxons contribuíram de forma
expressiva: Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia. Essas quatro espécies
foram responsáveis por 43,24% do total de espécimes amostrados (tabela 3).
A estrutura horizontal da comunidade está representada pelo valor de importância
(VI), que expressa a importância ecológica da espécie no ambiente levando em conta os
parâmetros relativos de densidade, dominância e frequência. Neste estudo, Syagrus coronata,
Pityrocarpa moniliformis, Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia
apresentaram-se como as cinco espécies mais importantes na comunidade (figura 14).
36
Figura 14: Relação das espécies que apresentaram os maiores valores de importância (VI) para a área de Caatinga, localizada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
O elevado valor de importância registrado para Syagrus coronata (20,22%) pode ser
explicado pela maior dominância da espécie (52,2%), além de sua frequência na área (5,49%)
- ocorrendo em 13 das 15 parcelas instaladas - apesar do baixo índice de densidade registrado
(2,96%). Quanto à Pityrocarpa moniliformis, o alto VI (9,03%) está condicionado ao fato da
espécie ter apresentado a maior densidade (13,86%) e elevada dominância (10,26%), apesar
da baixa frequência (2,95%), quando comparada às demais.
Mimosa tenuiflora, Bauhinia cheilantha e Guapira noxia, apesar da baixa dominância
(2,4; 1,62 e 3,05%, respectivamente), apresentaram-se com alto índice de densidade (10,46;
10,11 e 10,11%, respectivamente) e boa distribuição na área (5,49; 5,91 e 5,06%,
respectivamente), fatores decisivos para que as mesmas ficassem entre as 5 espécies de maior
VI para a área de Caatinga estudada (tabela 4).
Tabela 4: Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).
Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Syagrus coronata (Mart.) Becc. 34 13 2,7674 2,96 5,49 52,20 27,58 20,22 Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 159 7 0,5440 13,86 2,95 10,26 12,06 9,03 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 120 13 0,1273 10,46 5,49 2,40 6,43 6,12 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 116 14 0,0858 10,11 5,91 1,62 5,87 5,88 Guapira noxia (Netto) Lundell 101 12 0,1619 8,81 5,06 3,05 5,93 5,64 Senegalia sp. 75 14 0,2263 6,54 5,91 4,27 5,40 5,57
37
Tabela 4 (continuação): Relação das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância(%).
Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 69 12 0,2218 6,02 5,06 4,18 5,10 5,09 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 31 12 0,2540 2,70 5,06 4,79 3,75 4,19 Eugenia sp. 1 75 10 0,0638 6,54 4,22 1,20 3,87 3,99 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 50 12 0,0932 4,36 5,06 1,76 3,06 3,73 Mimosa sp. 26 9 0,2382 2,27 3,80 4,49 3,38 3,52 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 43 10 0,0558 3,75 4,22 1,05 2,40 3,01 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 40 6 0,0499 3,49 2,53 0,94 2,21 2,32 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 14 8 0,0412 1,22 3,38 0,78 1,00 1,79 Erythroxylum revolutum Mart. 20 7 0,0296 1,74 2,95 0,56 1,15 1,75 Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm 23 4 0,0390 2,01 1,69 0,74 1,37 1,48 Manihot dichotoma Ule 18 6 0,0179 1,57 2,53 0,34 0,95 1,48 Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 9 6 0,0207 0,78 2,53 0,39 0,59 1,24 Ximenia americana L. 17 4 0,0295 1,48 1,69 0,56 1,02 1,24 Maytenus rigida Mart. 14 5 0,0125 1,22 2,11 0,24 0,73 1,19 Aspidosperma pyrifolium Mart. 14 3 0,0286 1,22 1,27 0,54 0,88 1,01 Annona vepretorum Mart. 4 4 0,0288 0,35 1,69 0,54 0,45 0,86 Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 7 4 0,0050 0,61 1,69 0,09 0,35 0,80 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 4 3 0,0214 0,35 1,27 0,40 0,38 0,67 Lantana camara L. 7 3 0,0031 0,61 1,27 0,06 0,33 0,65 Eugenia sp. 3 5 3 0,0036 0,44 1,27 0,07 0,25 0,59 Myracrodruon urundeuva Allemão 3 3 0,0083 0,26 1,27 0,16 0,21 0,56 Heliotropium sp. 8 2 0,0037 0,70 0,84 0,07 0,38 0,54 Sp. 7 6 2 0,0099 0,52 0,84 0,19 0,35 0,52 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 1 1 0,0461 0,09 0,42 0,87 0,48 0,46 Eugenia sp. 4 4 2 0,0043 0,35 0,84 0,08 0,21 0,42 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima 2 2 0,0097 0,17 0,84 0,18 0,18 0,40 Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. 2 2 0,0093 0,17 0,84 0,18 0,18 0,40 Handroanthus sp. 2 3 2 0,0039 0,26 0,84 0,07 0,17 0,39 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 2 2 0,0038 0,17 0,84 0,07 0,12 0,36 Ziziphus joazeiro Mart. 2 2 0,0026 0,17 0,84 0,05 0,11 0,36 Malvaceae sp.1 2 2 0,0011 0,17 0,84 0,02 0,10 0,35 Senna sp. 2 2 0,0011 0,17 0,84 0,02 0,10 0,35 Lantana sp. 4 1 0,0117 0,35 0,42 0,22 0,28 0,33 Solanum cf.asterophorum Mart. 4 1 0,0019 0,35 0,42 0,04 0,19 0,27 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 1 1 0,0064 0,09 0,42 0,12 0,10 0,21 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 1 1 0,0026 0,09 0,42 0,05 0,07 0,19 Ficus sp. 1 1 0,0024 0,09 0,42 0,04 0,07 0,18 Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 1 1 0,0009 0,09 0,42 0,02 0,05 0,18 Schinopsis brasiliensis Engl. 1 1 0,0006 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Alseis floribunda Schott 1 1 0,0007 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Piptadenia sp. 1 1 0,0004 0,09 0,42 0,01 0,05 0,17 Total 1147 15 5,3015 100 100 100 100 100
38
Destaca-se que Syagrus coronata foi mensurada em campo com os mesmos critérios
que as demais espécies. Nas palmeiras mais jovens, a base das bainhas das folhas mais velhas
foram quantificadas junto ao estipe, o que contribuiu para os elevados valores de área basal e
de dominância registrados para a espécie, e, consequentemente, para o elevado valor de VI
obtido.
Os baixos valores de VI evidenciados para a maioria das espécies refletem a presença
de poucos indivíduos, como é o caso de Alseis floribunda, Anadenanthera colubrina,
Capparis jacobinae, Clusia dardanoi, Ficus sp., Piptadenia sp., Schinopsis brasiliensis e
Tocoyena formosa, representados por um único indivíduo em todo o levantamento. Tais
espécies podem ser classificadas como espécies raras para a área em questão. No caso
específico de Anadenanthera colubrina e Schinopsis brasiliensis, Alcoforado-Filho et al.
(2003) citam que essas espécies tendem
a apresentar maior densidade e porte em áreas com vegetação de Caatinga mais úmidas.
Calixto Júnior et al. (2009) citam que Mimosa tenuiflora, que aqui apareceu como a
segunda espécie em termos de abundância e a terceira quanto à importância ecológica, é
considerada uma espécie colonizadora primária em processos sucessionais secundários,
fundamental para o reestabelecimento de vegetações perturbadas pela ação antrópica,
adequando o ambiente para a instalação de espécies mais exigentes.
A espécie Poincianella pyramidalis, que em outros levantamentos realizados no bioma
(ALCOFORADO-FILHO et al. 2003, ANDRADE et al. 2005 e FABRICANTE e
ANDRADE 2007), inclusive no Estado de Sergipe (SOUZA 1983, FONSECA 1991,
FERRAZ 2009, DÓRIA NETO 2009), destacou-se como a primeira ou segunda espécie com
maior IVI, aparece neste estudo na sétima posição.
Carvalho et al. (2007) em estudo desenvolvido em duas áreas de Caatinga no Estado
da Paraíba, destacaram Poincianella pyramidalis como a espécie de maior importância
ecológica na área antropizada, sendo a sua abundância o fator que mais influenciou na
composição do índice. Segundo os autores, essa espécie é característica de áreas em estágio
inicial de sucessão, principalmente quando está evidente em relação ao número de indivíduos.
Os indivíduos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia apresentaram alturas
que variaram de 1,4 a 9,1 m, com altura média de 3,9 m., e foram agrupados em três estratos:
inferior (H < 2,74), médio (2,74 ≤ H < 5,04) e super ior (H ≥ 5,04), como pode ser observado
na figura 15. Braga e Cavalcante (2007), ao estudarem um fragmento de Caatinga arbórea em
regeneração no Estado do Ceará, registraram altura média de 7,73 m., enquanto que Rodal et
39
al. (2008b), ao realizarem levantamento em área de vegetação caducifólia espinhosa no
Estado de Pernambuco, obtiveram altura média de 2,37 m.
Figura 15: Estrutura vertical da vegetação da área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Observou-se neste trabalho que 71,75% dos indivíduos amostrados compõem o estrato
médio, e que Bauhinia cheilantha, Pityrocarpa moniliformis e Mimosa tenuiflora foram as
espécies mais abundantes (106, 101 e 86 indivíduos, respectivamente) para este estrato. Tais
espécies também se destacaram como as de maior posição sociológica relativa (PSR),
enquanto que Syagrus coronata, espécie com maior VI registrado, apareceu como a 15ª
quanto à PSR dentro da comunidade. As espécies mais representativas do estrato superior
foram Pityrocarpa moniliformis (53) e Senegalia sp. (14), e do inferior, Mimosa tenuiflora
(30), Eugenia sp. 1 (29) e Syagrus coronata (25) Além disso, foi verificado que 29,79% das
espécies ocorreram nos três estratos, sendo aferido o mesmo percentual para o número de
espécies que ocorreram em apenas um dos estratos (tabela 5).
Tabela 5: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.
Nome Científico H<2,74 2,74 ≤ H<5,04 H ≥ 5,04 Total PSR Pityrocarpa moniliformis (Benth.) Luckow & R. W. Jobson 5 101 53 159 12,31 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 6 106 4 116 12,12 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 30 86 4 120 10,55 Guapira noxia (Netto) Lundell 14 83 4 101 9,77 Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P. Queiroz 11 54 4 69 6,43 Senegalia sp. 8 53 14 75 6,39 Eugenia sp. 1 29 46 0 75 5,98 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 5 44 1 50 5,09 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 4 39 0 43 4,49 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 7 31 2 40 3,71 Commiphora leptophloeos (Mart.) J.B.Gillett 9 20 2 31 2,53 Mimosa sp. 1 18 7 26 2,16
40
Tabela 5 (continuação): Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.
Nome Científico H<2,74 2,74 ≤ H<5,04 H ≥ 5,04 Total PSR Cnidoscolus phyllacanthus (Müll. Arg.) Pax & K. Hoffm 4 16 3 23 1,95 Erythroxylum revolutum Mart. 3 16 1 20 1,89 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 25 8 1 34 1,62 Manihot dichotoma Ule 2 13 3 18 1,56 Aspidosperma pyrifolium Mart. 4 10 0 14 1,23 Maytenus rigida Mart. 5 9 0 14 1,15 Ximenia americana L. 12 5 0 17 0,90 Piptadenia stipulacea (Benth.) Ducke 0 6 8 14 0,80 Lantana camara L. 1 6 0 7 0,70 Sp. 7 0 6 0 6 0,67 Heliotropium sp. 3 5 0 8 0,65 Chloroleucon foliolosum (Benth.) G.P. Lewis 5 4 0 9 0,59 Eugenia sp.3 0 5 0 5 0,56 Campomanesia eugenioides (Cambess.) D. Legrand 4 3 0 7 0,45 Lantana sp. 1 3 0 4 0,36 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 0 3 1 4 0,35 Annona vepretorum Mart. 2 2 0 4 0,28 Eugenia sp. 4 2 2 0 4 0,28 Solanum cf. asterophorum Mart. 2 2 0 4 0,28 Myracrodruon urundeuva Allemão 0 2 1 3 0,24 Handroanthus sp.2 0 2 1 3 0,24 Malvaceae sp.1 0 2 0 2 0,22 Senna sp. 0 2 0 2 0,22 Ziziphus joazeiro Mart. 0 2 0 2 0,22 Sideroxylon obtusifolium (Humb. ex Roem. & Schult.) T.D. Penn. 0 2 0 2 0,22 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 1 1 0 2 0,14 Schinopsis brasiliensis Engl. 0 1 0 1 0,11 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 0 1 0 1 0,11 Ficus sp. 0 1 0 1 0,11 Alseis floribunda Schott 0 1 0 1 0,11 Piptadenia sp. 0 1 0 1 0,11 Parapiptadenia zehntneri (Harms) M. P. M. de Lima & H. C. de Lima 1 0 1 2 0,04 Capparis jacobinae Moric. ex Eichler 1 0 0 1 0,03 Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 0 0 1 1 0,02 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 0 0 1 1 0,02 Total 207 823 117 1147 100
Para representar a estrutura diamétrica da área de Caatinga utilizou-se o limite inferior
de 1,9 cm de DAP com uma amplitude de 2,5 cm. De acordo com a figura 16, a distribuição
dos indivíduos por classe de diâmetro seguiu o padrão “J” invertido, característico de florestas
nativas, com muitos indivíduos de diâmetro baixo e poucos de diâmetro elevado. Observou-se
que as três primeiras classes de diâmetro concentraram juntas 91,1% dos indivíduos
inventariados, o que sugere que a comunidade se encontra em estágio de regeneração, em
41
virtude do elevado número de indivíduos de menor diâmetro, fator que contribui para a
continuidade das espécies na área.
Figura 16: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Caatinga da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de
Pielou (J’) foram, respectivamente, 3,02 nats ind.-1 e 0,78. Valores semelhantes de H’ foram
encontrados por Alcoforado-Filho et al. (2003), 3,09 nats ind.-1, em Caruaru, Estado de
Pernambuco, e Ferreira et al. (2007), 2,86 nats ind.-1 e 2,92 nats ind.-1, nas serras de Caturité e
Bodocongó, respectivamente, no Cariri paraibano.
Segundo Felfili e Rezende (2003), os valores de H’ geralmente situam-se entre 1,3 e
3,5, podendo alcançar 4,5 nats ind.-1 em ambientes florestais tropicais. Sendo assim, os
valores de H’ obtidos para a área de Caatinga amostrada encontram-se dentro do esperado,
tanto para a área inventariada quanto para as parcelas quando analisadas separadamente, com
exceção da parcela 13 que apresentou H’= 1,04 nats ind.-1 (figura 17).
Figura 17: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de Caatinga, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
42
O índice de Shannon é calculado com base no número de espécies e na distribuição
das suas respectivas abundâncias. Uma vez determinado o número de espécies, quanto mais
equitativa for a distribuição da abundância, maior será o valor desse índice. Sendo assim, e de
acordo com os dados gerados pelo Mata Nativa 2, o valor máximo para H’ na área
inventariada seria de 3,85 nats ind.-1 (tabela 6). Ainda de acordo com a tabela 6, o maior valor
de equabilidade de Pielou (J’) foi registrado para as parcelas 6 e 12 (0,92), o que sugere maior
uniformidade nas proporções do número de indivíduos/número de espécies nessas unidades
amostrais.
Tabela 6: Diversidade florística para a área de Caatinga inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; ln(S): H’ máx.; H’: índice de diversidade de Shannon-Weaver; C: índice de dominância de Simpson; J’: índice de equabilidade de Pielou.
Parcela N S ln(S) H’ C J’ 1 110 19 2,94 2,51 0,89 0,85 2 63 16 2,77 2,30 0,86 0,83 3 93 15 2,71 1,99 0,78 0,73 4 182 21 3,04 1,88 0,73 0,62 5 52 11 2,40 1,94 0,81 0,81 6 62 14 2,64 2,42 0,91 0,92 7 48 12 2,48 2,17 0,87 0,88 8 64 15 2,71 2,26 0,85 0,83 9 115 23 3,14 2,58 0,90 0,82 10 34 12 2,48 2,24 0,90 0,90 11 31 13 2,56 2,25 0,89 0,88 12 29 13 2,56 2,35 0,92 0,92 13 84 11 2,40 1,04 0,40 0,43 14 95 22 3,09 2,71 0,93 0,88 15 85 20 3,00 2,61 0,92 0,87
Geral 1147 47 3,85 3,02 0,96 0,78
4.2.2 Área do Brejo Altitude
Foram amostrados 3.561 indivíduos, com uma área basal total de 17,73 m2 ha-1,
perfazendo um total de 71 espécies distribuídas em 49 gêneros e 27 famílias botânicas. O
número de espécies arbustivo-arbóreas inventariadas neste estudo mostrou-se semelhante ao
encontrado por Ferraz et al. (1998) e inferior ao registrado por Rodal et al. (2005) e Lima et
al. (2007).
As famílias com maior abundância foram Myrtaceae (1.229 indivíduos),
Nyctaginaceae (511), Bignoniaceae (347), Fabaceae (311, sendo 40 Caesalpinioideae, 215
43
Mimosoideae e 56 Papilionoideae), Celastraceae (176), Rubiaceae (140) e Boraginaceae
(129). A família Myrtaceae representou 34,51% dos indivíduos inventariados (figura 18).
Figura 18: Famílias botânicas ocorrentes no Brejo de Altitude quanto ao número de indivíduos inventariados, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Quanto a riqueza, as famílias mais representativas foram Fabaceae (10 espécies, sendo
3 Caesalpinioideae, 5 Mimosoideae e 2 Papilionoideae), Myrtaceae (6), Euphorbiaceae e
Rubiaceae (5 espécies cada), Bignoniaceae (4), e Anacardiaceae, Boraginaceae, Malvaceae e
Solanaceae (3 espécies cada) (tabela 7). Essas famílias representam 59,15% das espécies
lenhosas amostradas na área. Os gêneros mais expressivos foram Eugenia e Capparis, com
quatro e três espécies, respectivamente.
Em outros levantamentos realizados em Brejo de Altitude, Fabaceae também se
destacou como a principal família quanto ao número de espécies, seguida por Myrtaceae
(FERRAZ et al. 1998, MOURA e SAMPAIO 2001), Rubiaceae (BARBOSA et al. 2004) ou
Asteraceae e Euphorbiaceae (RODAL et al. 2005).
Tabela 7: Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Família Nome Científico Nome Popular Anacardiaceae Anacardium occidentale L. cajueiro
Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira
Schinopsis brasiliensis Engl. braúna
Arecaceae Syagrus coronata (Mart.) Becc. licurizeiro Asteraceae Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake fumo-bravo Begoniaceae Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. cansanção-de-mocó Bignoniaceae Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos pau-d’árco-roxo
Handroanthus sp.1 pau-d’árco-amarelo
Handroanthus sp 2 pau-d’árco-branco
Jacaranda sp.1 caroba
44
Tabela 7 (continuação). Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Família Nome Científico Nome Popular Bixaceae Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. algodão-de-seda Boraginaceae Cordia latiloba I.M. Johnst claraíba
Heliotropium sp. Amarra-cachorro
Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. canudeiro
Cannabaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sarg. joameirinho Capparaceae Capparis flexuosa (L.) L. feijão-bravo
Capparis jacobinea Moric. ex Eichler icó
Capparis nectaria Vell. indet. 2
Celastraceae Maytenus sp. bonome-da-mata Clusiaceae Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire casuçú Erythroxylaceae Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. varela
Erythroxylum sp. pau-chorão
Euphorbiaceae Croton argyrophyllus Kunth sacatinga-branca
Croton tricolor Klotzsch ex Baill. sacatinga-preta
Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber burra-leiteira
Euphorbiaceae sp.1 indeterminado 4
Euphorbiaceae sp.2 pau-teiu
Fabaceae-Caes. Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó
Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz pau-ferro
Senna sp. flor-de-são-joão
Fabaceae-Mim. Acacia cf. glomerosa Benth. espinheiro
Albizia sp. moisés
Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. calumbi
Piptadenia sp. jiquirizeiro
Senegalia sp. espinheiro-branco
Fabaceae-Pap. Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld mau-vizinho
Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel indet. 1
Lythraceae Lafoensia pacari A. St.-Hil banha-de-galinha Malvaceae Helicteres sp.1 bola-de-caçador
Helicteres sp.2 cipó-de-caçador
Malvaceae sp.1 moleque-duro
Moraceae Ficus sp. gameleira Myrtaceae Eugenia cf. edulis vell. cambucá
Eugenia sp.1 araçá
Eugenia sp.2 azeitona
Eugenia sp.3 canela-de-viado
Myrciaria sp. branquinha
Myrtaceae sp. vermelhinho
Nyctaginaceae Guapira noxia (Netto) Lundell bandola
Guapira sp. bandola-da-mata
Polygonaceae Rupreschtia laxiflora Meisn. pau-caixão Rubiaceae Alseis floribunda Schott quiri-branco
Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. angeca
Guettarda sp. rompe-gibão
Randia armata (Sw.) DC. espinho-de-croá
Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. jenipapo-bravo
Rutaceae Zanthoxylum sp. laranja-brava Sapindaceae Cupania sp. cambotá Simarubaceae Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. jaca-brava Solanaceae Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. manacá
45
Tabela 7 (continuação). Lista de famílias e espécies arbustivo-arbóreas, com nomes científicos e populares, ocorrentes na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Família Nome Científico Nome Popular Solanaceae (cont.) Capsicum parvifolium Sendtn. indet. 5
Solanum cf. asterophorum Mart. jurubeba-branca
Urticaceae Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. cansanção Verbenaceae Lantana camara L. chumbinho
Vitex sp. maria-preta
Indeterminada 1 Sp. 1 quina-quina Indeterminada 2 Sp. 2 esporão-de-galo Indeterminada 3 Sp. 3 - Indeterminada 4 Sp. 4 - Indeterminada 5 Sp. 5 - Indeterminada 6 Sp. 6 quiri-preto
Como espécies arbustivo-arbóreas comuns a outras áreas de brejos ocorreram:
Brunfelsia uniflora (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004, RODAL et al.
2005), Capparis flexuosa (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004), Tocoyena
formosa (MOURA e SAMPAIO 2001, BARBOSA et al. 2004, FERRAZ et al. 1998),
Verbesina macrophylla (BARBOSA et al. 2004, FERRAZ et al. 1998, RODAL et al. 2005),
Handroanthus impetiginosus, Libidibia ferrea e Urera baccifera, (MOURA e SAMPAIO
2001), Acacia glomerosa, Capparis jacobinea e Solanum asterophorum (BARBOSA et al.
2004), Guapira noxia, Guettarda angelica e Myracodruon urundeuva (FERRAZ et al. 1998),
e Lantana camara e Machaerium hirtum (RODAL et al. 2005).
A riqueza de espécies arbustivo-arbóreas estimada por Jackknife 1 foi de 84,07
espécies, apontando um esforço amostral satisfatório, uma vez que o resultado observado (71
espécies) representou 84,45% da riqueza estimada para a área (figura 19).
Figura 19: Riqueza de espécies arbustivo-arbóreas, observada e estimada (Jackknife 1), na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
46
Para a área do Brejo de Altitude, a curva coletora (figura 20) começou a apresentar
estabilização a partir da 11ª unidade amostral, com o registro de apenas quatro espécies nas
parcelas seguintes: Schinopsis brasiliensis na parcela 11, Senna sp. na 12, Myrciaria sp. na 13
e Cochlospermum vitifolium na 14. As espécies C. vitifolium, S. brasiliensis e Senna sp., que
aparecem no final da curva, representadas por um único indivíduo e com densidade de 0,03%,
são consideradas raras para a área amostrada.
Figura 20: Curva do coletor para a área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
A densidade total na área do brejo foi de 5.935 ind. ha-1. Resultado semelhante foi
encontrado por Lima et al. (2007) ao estudarem a estrutura de uma floresta estacional
decidual montana, no planalto da Ibiapaba, no Estado do Ceará, onde obtiveram uma
densidade total de 5.683 ind. ha-1.
A espécie mais abundante foi Eugenia cf. edulis com 655 indivíduos, respondendo por
18,39% do total amostrado. Outros táxons, tais como Guapira sp., Eugenia sp.3 e
Handroanthus sp.1 também contribuíram de forma expressiva, e somados ao anterior foram
responsáveis por 44,65% do total de espécimes amostrados (tabela 8).
Segundo Felfili e Rezende (2003), as espécies de maior VI, teoricamente, são aquelas
que apresentam o maior sucesso em explorar os recursos de seu hábitat. Essas espécies
encontram-se muito bem adaptadas ao ambiente e apresentam elevada importância ecológica
dentro da comunidade. Neste estudo, Guapira sp., Eugenia cf. edulis, Maytenus sp., Syagrus
coronata e Eugenia sp. 3 apresentaram-se como as cinco espécies mais importantes na
comunidade (figura 21)
47
Figura 21. Espécies com os maiores valores de importância (VI) para a área do Brejo de Altitude, localizado na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
De acordo com a tabela 8, Guapira sp. é a espécie com o maior VI (9,99%) em virtude
dos elevados valores de densidade (12,78%), frequência (3,56%) e dominância (13,64%)
registrados para a espécie na área de estudo. Em seguida aparece Eugenia cf. edulis (9,3%),
espécie de maior densidade (18,39%) e que ocorreu em todas as parcelas instaladas na área,
com uma frequência de 3,82%, apesar da baixa dominância (5,69%), quando comparada às
demais. Os elevados valores de VI registrados para Maytenus sp. (7,27%) e Syagrus coronata
(6,66%) foram influenciados pelos altos índices de dominância das mesmas (13,06% e 16,4%,
respectivamente), além de, no caso de Maytenus sp., uma boa distribuição na área (3,82%).
Quanto à Eugenia sp. 3, constatou-se que a elevada frequência (3,82%) associada a valores
intermediários de densidade (7,41%) e dominância (7,84%), contribuíram para que a espécie
obtivesse o quinto maior VI da comunidade (6,36%). Esses valores refletem a importância
ecológica dessas espécies para a comunidade do brejo.
Lima et al. (2007) citaram Gymnanthes sp.1, Bauhinia pulchella Benth. e Piptadenia
moniliformis Benth como as espécies com maior importância ecológica, somando 28% do VI
total, no planalto da Ibiapaba, Estado do Ceará.
Tabela 8: Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).
Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Guapira sp. 455 14 2,4193 12,78 3,56 13,64 13,21 9,99 Eugenia cf. edulis Vell. 655 15 1,0094 18,39 3,82 5,69 12,04 9,30
48
Tabela 8 (continuação): Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).
Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Maytenus sp. 176 15 2,3164 4,94 3,82 13,06 9,00 7,27 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 55 8 2,9089 1,54 2,04 16,40 8,97 6,66 Eugenia sp.3 264 15 1,3899 7,41 3,82 7,84 7,63 6,36 Handroanthus sp.1 216 15 1,0752 6,07 3,82 6,06 6,06 5,32 Albizia sp. 206 14 0,6278 5,78 3,56 3,54 4,66 4,30 Eugenia sp.2 167 10 0,5732 4,69 2,54 3,23 3,96 3,49 Cordia latiloba I.M. Johnst 127 11 0,5917 3,57 2,80 3,34 3,45 3,23 Myrtaceae sp. 125 15 0,2869 3,51 3,82 1,62 2,56 2,98 Jacaranda sp.1 111 14 0,1435 3,12 3,56 0,81 1,96 2,50 Alseis floribunda Schott 59 11 0,4289 1,66 2,80 2,42 2,04 2,29 Guapira noxia (Netto) Lundell 56 8 0,3925 1,57 2,04 2,21 1,89 1,94 Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. 83 11 0,0988 2,33 2,80 0,56 1,44 1,90 Sp. 4 64 11 0,1790 1,80 2,80 1,01 1,40 1,87 Guettarda sp. 73 12 0,0801 2,05 3,05 0,45 1,25 1,85 Vitex sp. 51 8 0,3415 1,43 2,04 1,93 1,68 1,80 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 43 10 0,2576 1,21 2,54 1,45 1,33 1,73 Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 58 7 0,2133 1,63 1,78 1,20 1,42 1,54 Cupania sp. 59 7 0,1387 1,66 1,78 0,78 1,22 1,41 Euphorbiaceae sp.1 22 10 0,0339 0,62 2,54 0,19 0,40 1,12 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 29 5 0,1719 0,81 1,27 0,97 0,89 1,02 Myracrodruon urundeuva Allemão 13 7 0,1432 0,37 1,78 0,81 0,59 0,98 Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 54 4 0,0662 1,52 1,02 0,37 0,94 0,97 Ficus sp. 9 5 0,2250 0,25 1,27 1,27 0,76 0,93 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 23 7 0,0619 0,65 1,78 0,35 0,50 0,93 Erythroxylum sp. 16 5 0,1642 0,45 1,27 0,93 0,69 0,88 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 36 5 0,0478 1,01 1,27 0,27 0,64 0,85 Sp. 3 13 7 0,0671 0,37 1,78 0,38 0,37 0,84 Sp. 2 36 4 0,0726 1,01 1,02 0,41 0,71 0,81 Lafoensia pacari A. St.-Hil 13 6 0,0762 0,37 1,53 0,43 0,40 0,77 Eugenia sp. 1 15 6 0,0495 0,42 1,53 0,28 0,35 0,74 Euphorbiaceae sp.2 24 4 0,0542 0,67 1,02 0,31 0,49 0,67 Piptadenia sp. 4 3 0,1838 0,11 0,76 1,04 0,57 0,64 Zanthoxylum sp. 9 5 0,0621 0,25 1,27 0,35 0,30 0,63 Myrciaria sp. 3 1 0,2751 0,08 0,25 1,55 0,82 0,63 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 6 6 0,0132 0,17 1,53 0,07 0,12 0,59 Handroanthus sp 2 16 2 0,1057 0,45 0,51 0,60 0,52 0,52 Capparis nectaria Vell. 7 5 0,0088 0,20 1,27 0,05 0,12 0,51 Malvaceae sp.1 5 5 0,0148 0,14 1,27 0,08 0,11 0,50 Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 13 3 0,0629 0,37 0,76 0,35 0,36 0,49 Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 6 3 0,0555 0,17 0,76 0,31 0,24 0,41 Capparis flexuosa (L.) L. 4 4 0,0073 0,11 1,02 0,04 0,08 0,39 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 4 3 0,0399 0,11 0,76 0,22 0,17 0,37 Helicteres sp.1 10 3 0,0095 0,28 0,76 0,05 0,17 0,37 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 5 3 0,0266 0,14 0,76 0,15 0,15 0,35 Capsicum parvifolium Sendtn. 5 3 0,0111 0,14 0,76 0,06 0,10 0,32 Helicteres sp.2 4 3 0,0047 0,11 0,76 0,03 0,07 0,30 Heliotropium sp. 3 3 0,0034 0,08 0,76 0,02 0,05 0,29
49
Tabela 8 (continuação): Espécies amostradas na área do Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus parâmetros fitossociológicos em ordem decrescente de VI. N: número de indivíduos; U: número de unidades amostrais em que a espécie ocorre; AB: Área Basal (m² ha-1); DR: Densidade Relativa (%); FR: Frequência Relativa (%); DoR: Dominância Relativa (%); VC: Valor de Cobertura (%) e VI: Valor de Importância (%).
Nome Científico N U AB DR FR DoR IVC IVI Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 3 3 0,0032 0,08 0,76 0,02 0,05 0,29 Croton argyrophyllus Kunth 5 2 0,0275 0,14 0,51 0,15 0,15 0,27 Randia armata (Sw.) DC. 7 2 0,0043 0,20 0,51 0,02 0,11 0,24 Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 6 2 0,0082 0,17 0,51 0,05 0,11 0,24 Begonia convolvulacea (Klotzsch) A. DC. 4 2 0,0052 0,11 0,51 0,03 0,07 0,22 Senegalia sp. 2 2 0,0026 0,06 0,51 0,01 0,04 0,19 Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 2 2 0,0008 0,06 0,51 0,00 0,03 0,19 Solanum cf. asterophorum Mart. 2 2 0,0018 0,06 0,51 0,01 0,03 0,19 Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. 2 2 0,0011 0,06 0,51 0,01 0,03 0,19 Anacardium occidentale L. 2 1 0,0394 0,06 0,25 0,22 0,14 0,18 Sp. 5 4 1 0,0112 0,11 0,25 0,06 0,09 0,14 Rupreschtia laxiflora Meisn. 1 1 0,0163 0,03 0,25 0,09 0,06 0,12 Schinopsis brasiliensis Engl. 1 1 0,0115 0,03 0,25 0,06 0,05 0,12 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 2 1 0,0014 0,06 0,25 0,01 0,03 0,11 Lantana camara L. 1 1 0,0008 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Capparis jacobinea Moric. ex Eichler 1 1 0,0004 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Acacia cf. glomerosa Benth. 1 1 0,0010 0,03 0,25 0,01 0,02 0,10 Sp. 6 1 1 0,0008 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Sp. 1 1 1 0,0005 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 1 1 0,0009 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Senna sp. 1 1 0,0005 0,03 0,25 0,00 0,02 0,10 Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 1 1 0,0041 0,03 0,25 0,02 0,03 0,10 Total 3561 15 17,7345 100 100 100 100 100
Os indivíduos inventariados no Brejo de Altitude apresentaram alturas que variaram
de 1,4 a 17,0 m, com altura média de 6,3 m, e foram agrupados em três estratos: inferior (H <
4,03), médio (4,03 ≤ H < 8,50) e superior (H ≥ 8,50), como pode ser observado na figura 22.
Figura 22: Estrutura vertical da vegetação da área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
50
De acordo com a tabela 9, 67,71% dos indivíduos inventariados na área do brejo
pertencem ao estrato médio, com destaque para as espécies Eugenia cf. edulis, Guapira sp. e
Eugenia sp.3, que registraram o maior número de indivíduos para o estrato (477, 290 e 189) e
os maiores valores de posição sociológica relativa - PSR (19,42, 12,24 e 7,69%,
respectivamente). Guapira sp., que apareceu como a espécie de maior importância ecológica,
ocorreu de forma expressiva também nos estratos inferior e superior, e ocupou o segundo
lugar quanto à PSR. Verificou-se que 39,44% das espécies ocorreram nos três estratos e
25,35% em apenas um deles.
Tabela 9: Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.
Nome Científico H < 4,03 4,03 ≤ H < 8,50 H ≥ 8,50 Total PSR Eugenia cf.edulis vell. 172 477 6 655 19,42 Guapira sp. 58 290 107 455 12,24 Eugenia sp.3 25 189 50 264 7,69 Handroanthus sp.1 16 130 70 216 5,58 Albizia sp. 22 131 53 206 5,53 Eugenia sp.2 7 129 31 167 5,13 Maytenus sp. 11 87 78 176 4,00 Myrtaceae sp. 24 100 1 125 3,96 Cordia latiloba I.M. Johnst 13 98 16 127 3,90 Jacaranda sp.1 15 92 4 111 3,60 Guettarda sp. 9 54 10 73 2,18 Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don. 33 50 0 83 2,17 Sp. 4 11 46 7 64 1,87 Simaba cuneata A. St.-Hil. & Tul. 7 45 6 58 1,79 Guapira noxia (Netto) Lundell 4 45 7 56 1,77 Cupania sp. 8 40 11 59 1,66 Alseis floribunda Schott 10 31 18 59 1,40 Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld 3 34 6 43 1,34 Vitex sp. 7 31 13 51 1,33 Sp. 2 3 32 1 36 1,23 Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. 8 27 1 36 1,09 Syagrus coronata (Mart.) Becc. 41 14 0 55 0,90 Sapium lanceolatum (Müll. Arg.) Huber 8 20 1 29 0,83 Urera baccifera (L.) Gaudich. ex Wedd. 45 9 0 54 0,76 Erythroxylum subrotundun A. St.-Hil. 3 18 2 23 0,71 Euphrbiaceae sp.2 6 17 1 24 0,70 Euphrbiaceae sp.1 5 15 2 22 0,62 Handroanthus sp.2 0 16 0 16 0,60 Eugenia sp.1 0 14 1 15 0,53 Zollernia ilicifolia (Brongn.) Vogel 1 12 0 13 0,46 Lafoensia pacari A. St.-Hil 0 11 2 13 0,43 Sp. 3 1 9 3 13 0,37 Erythroxylum sp. 4 6 6 16 0,31 Zanthoxylum sp. 0 7 2 9 0,28 Helicteres sp.1 2 6 2 10 0,26
51
Tabela 9 (continuação): Estrutura vertical das espécies amostradas na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, classificadas em ordem decrescente pelo valor da PSR. H: altura; PSR: Posição Sociológica Relativa.
Nome Científico H < 4,03 4,03 ≤ H < 8,50 H ≥ 8,50 Total PSR Myracrodruon urundeuva Allemão 0 5 8 13 0,25 Ficus sp. 0 6 3 9 0,25 Croton tricolor Klotzsch ex Baill. 0 6 0 6 0,22 Croton argyrophyllus Kunth 0 5 0 5 0,19 Randia armata (Sw.) DC. 3 4 0 7 0,18 Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. 1 4 1 6 0,17 Malvaceae sp.1 1 4 0 5 0,16 Clusia dardanoi G. Mariz & Maguire 1 4 0 5 0,16 Capsicum parvifolium Sendtn. 1 4 0 5 0,16 Capparis nectaria Vell. 5 2 0 7 0,12 Capparis flexuosa (L.) L. 1 3 0 4 0,12 Handroanthus impetiginosus (Mart. ex DC.) Mattos 0 3 1 4 0,12 Helicteres sp.2 1 3 0 4 0,12 Sp. 5 0 3 1 4 0,12 Heliotropium sp. 0 3 0 3 0,11 Celtis iguanaea (jacq.) Sarg. 0 1 5 6 0,08 Libidibia ferrea (Mart. Ex Tul.) L. P. Queiroz 1 2 0 3 0,08 Begonia convolvulaceae (Klotzsch) A. DC. 3 1 0 4 0,07 Senegalia sp. 0 2 0 2 0,07 Solanum cf. asterophorum Mart. 0 2 0 2 0,07 Anacardium occidentale L. 0 2 0 2 0,07 Piptadenia sp. 0 1 3 4 0,06 Tournefortia rubicunda (Salzm.) ex. DC. 1 1 0 2 0,05 Verbesina macrophylla (Cass.) S.F. Blake 1 1 0 2 0,05 Mimosa tenuiflora (Willd.) Poir. 1 1 0 2 0,05 Rupreschtia laxiflora Meisn. 0 1 0 1 0,04 Cochlospermum vitifolium (Willd.) Spreng. 0 1 0 1 0,04 Acacia cf. glomerosa Benth. 0 1 0 1 0,04 Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg. 0 1 0 1 0,04 Sp. 1 0 1 0 1 0,04 Senna sp. 0 1 0 1 0,04 Myrciaria sp. 0 0 3 3 0,03 Schinopsis brasiliensis Engl. 0 0 1 1 0,01 Lantana camara L. 1 0 0 1 0,01 Sp. 6 1 0 0 1 0,01 Capparis jacobinea Moric. ex Eichler 1 0 0 1 0,01 Total 606 2411 544 3561 100
De acordo com a figura 23, a distribuição dos indivíduos por classe de diâmetro
(considerando o limite inferior de 1,9 cm de DAP e amplitude de 2,5 cm) seguiu o padrão “J”
invertido. Observou-se que as três primeiras classes de diâmetro concentraram juntas 92,42%
dos indivíduos inventariados, o que demonstra que a comunidade encontra-se em estágio de
regeneração, em virtude do elevado número de indivíduos de menor diâmetro, fator que
contribui para a continuidade das espécies na área.
52
Figura 23: Distribuição por classe diamétrica do número de indivíduos arbustivo-arbóreos inventariados na área de Brejo de Altitude da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de
Pielou (J’), obtidos para a área do Brejo de Altitude foram, respectivamente, 3,13 nats ind.-1 e
0,97. Lima et al. (2007) encontraram valor similar para o índice de diversidade de Shannon
(H' = 3,20 nats ind.-1) na floresta da Serra das Almas, Estado do Ceará.
A figura 24 demonstra que os valores de H’ obtidos para o brejo encontram-se dentro
do esperado (entre 1,3 e 3,5 nats ind.-1, segundo Felfili e Rezende, 2003), tanto para a área
como um todo, quanto para as parcelas quando analisadas individualmente.
Figura 24: Índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de Pielou (J’) para as 15 parcelas instaladas na área de brejo, Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil.
53
De acordo com os dados extraídos do Mata Nativa 2, o valor máximo para H’ na área
inventariada seria de 4,28 nats ind.-1, isso se a abundância de todas as espécies amostradas na
área tivesse distribuição equitativa (tabela 10). Ainda de acordo com a mesma tabela, o maior
valor de equabilidade de Pielou (J’) foi registrado para a parcela 9 (0,87), o que indica que na
comunidade vegetal do brejo a mais alta uniformidade nas proporções do número de
indivíduos/número de espécies foi encontrada nesta unidade amostral.
Tabela 10: Diversidade florística para a área de Brejo de Altitude inventariada na Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil. N: nº de indivíduos; S: nº de espécies; ln(S): H’ máx.; H’: índice de diversidade de Shannon-Weaver; C: índice de dominância de Simpson; J’: índice de equabilidade de Pielou.
Parcela N S ln(S) H' C J 1 198 34 3,53 2,85 0,92 0,81 2 337 29 3,37 2,49 0,86 0,74 3 164 23 3,14 2,63 0,91 0,84 4 368 28 3,33 2,59 0,89 0,78 5 187 21 3,04 2,32 0,86 0,76 6 243 27 3,30 2,65 0,89 0,80 7 212 27 3,30 2,80 0,92 0,85 8 154 19 2,94 2,28 0,86 0,78 9 82 29 3,37 2,93 0,93 0,87 10 256 29 3,37 2,86 0,93 0,85 11 295 26 3,26 2,26 0,79 0,69 12 140 27 3,30 2,62 0,90 0,79 13 250 22 3,09 2,31 0,84 0,75 14 255 21 3,04 2,43 0,89 0,80 15 420 31 3,43 2,50 0,87 0,73
Geral 3561 72 4,28 3,13 0,97 0,73
4.2.3 Comparação entre as áreas de estudo
Com base no levantamento florístico, observou-se para a área de Caatinga a ocorrência
de 216 espécies, distribuídas em 153 gêneros e 58 famílias; e, para a área de Brejo de
Altitude, 257 espécies, organizadas em 169 gêneros e 70 famílias. Constatou-se também que,
116 espécies (40 famílias) foram observadas em ambas as áreas, 141 espécies mostraram-se
exclusivas do Brejo de Altitude e 100 da Caatinga. Além disso, 12 famílias ocorreram
exclusivamente na Caatinga e 24 no brejo, sendo a grande maioria representada por uma única
espécie.
54
As famílias mais expressivas para a Caatinga foram Fabaceae (30 espécies, sendo 8
Caesalpinioideae, 11 Mimosoideae e 11 Papilionoideae), Euphorbiaceae (15), Asteraceae
(12), Rubiaceae (11), Malvaceae e Orchidaceae (9 espécies cada), Convolvulaceae e
Verbenaceae (8 espécies cada), Bignoniaceae, Bromeliaceae, Cactaceae, Malpighiaceae e
Myrtaceae (6 espécies cada), e Apocynaceae e Polygalaceae (5 espécies cada). Os gêneros
mais expressivos foram Croton, Polygala e Senna (4 espécies cada) e Angelonia, Eugenia,
Euphorbia, Ipomoea, Lantana e Vernonia (3 espécies cada).
Para o Brejo de Altitude, as principais famílias foram Fabaceae (23 espécies, sendo 6
Caesalpinioideae, 6 Mimosoideae e 11 Papilionoideae), seguida por Asteraceae (15),
Cyperaceae (14), Orchidaceae (13), Euphorbiaceae e Rubiaceae (12 espécies cada),
Bromeliaceae (11), Malvaceae e Myrtaceae (8 espécies cada), Polygalaceae (7), e
Apocynaceae, Cactaceae, Malpighiaceae, Solanaceae e Verbenaceae (6 espécies cada). Em
relação aos gêneros, destaque para Cyperus e Croton (6 espécies cada) e Polygala e Tillandsia
(5 espécies cada).
Das 32 espécies endêmicas da Caatinga registradas para a área de estudo, 13 foram
observadas também em áreas de trilhas ou afloramentos rochosos do brejo e três (Capparis
flexuosa, Capparis jacobinea e Guettarda angelica) dentro da própria Mata Serrana. Quanto
às três espécies ameaçadas de extinção, verificou-se que Myracrodruon urundeuva e
Schinopsis brasiliensis (Anacardiaceae) ocorreram nas duas áreas e Cattleya labiata
(Orchidaceae) exclusivamente no brejo. Em relação às 41 espécies invasoras, foi observado
que 13 delas ocorreram apenas na Caatinga, 15 mostraram-se exclusivas do brejo e 13 foram
verificadas em ambas as áreas.
A similaridade florística entre as áreas de Caatinga e Brejo de Altitude analisadas
neste estudo foi considerada baixa. O valor do índice de Jaccard (26,9%) mostrou que as duas
áreas compartilham menos da metade das espécies vegetais. Segundo Kent e Coker (1992),
valores maiores ou iguais a 50% indicam alta similaridade.
A partir da análise dos dados fitossociológicos, constatou-se que a densidade total da
área inventariada no Brejo de Altitude (5.935 ind. ha-1) foi superior a da Caatinga (1.911 ind.
ha-1). A espécie mais abundante no brejo foi Eugenia cf. edulis (n = 655, 18,39%), e na
Caatinga foi Pityrocarpa moniliformis (n = 159, 13,86%).
Na amostragem do estrato arbustivo-arbóreo, a riqueza total foi de 92 espécies, sendo
que a área de brejo apresentou maior riqueza que a de Caatinga (71 e 47 espécies,
55
respectivamente). Desse total, 45 espécies mostraram-se exclusivas do brejo, 21 da Caatinga e
26 ocorreram em ambas as áreas.
Lyra (1982) apud Fonseca (1991) não encontrou semelhança alguma ao comparar a
flora da Caatinga com a do brejo no município de Brejo da Madre de Deus, no Estado de
Pernambuco. Moura e Sampaio (2001), ao comparar a flora lenhosa de uma Mata Serrana em
Jataúba, Estado de Pernambuco, com a flora da Caatinga, por meio de listas de espécies,
também evidenciou baixa semelhança entre as mesmas (apenas 19 espécies em comum), e
apontaram como possível causa as grandes diferenças climáticas.
Quando confrontadas as dez espécies de maior VI amostradas na Caatinga e no brejo,
verificou-se que Syagrus coronata foi a única comum as duas áreas. Entretanto, a mesma
apareceu na Caatinga como a espécie de maior VI, e no brejo, ocupou a quarta posição quanto
a esse parâmetro (figura 25).
Ainda de acordo com a figura 25, observou-se que os valores de VI, que refletem a
importância ecológica de cada espécie para a comunidade, apresentaram-se distribuídos de
forma mais homogênea entre as espécies do brejo, visto que, na área de Caatinga, uma única
espécie (Syagrus coronata) representou mais de 20% do VI da comunidade.
Observou-se que Mimosa tenuiflora, Senegalia sp. e Gettarda angelica, espécies que
ocorreram na Caatinga com elevada densidade (10,46, 6,54 e 3,75%, respectivamente) e
frequência (5,49, 5,91 e 4,22%, respectivamente), foram consideradas raras para o brejo (com
densidades de 0,06, 0,06 e 0,03%, respectivamente) e com baixos valores de VI (0,11, 0,19 e
0,10%, respectivamente). Já Alseis floribunda, que ocorreu no brejo com elevada densidade e
frequência (1,66 e 2,80%, respectivamente), mostrou-se como uma espécie rara para a área de
Caatinga, registrando os menores valores de densidade (0,09%) e VI (0,17%).
Destaca-se também que a espécie Lantana camara, que de acordo com Lowe et al.
(2000) é considerada uma das 100 piores espécies exóticas invasoras do mundo, ocorreu em
ambas as áreas, com densidade, frequência e dominância relativas superiores na Caatinga.
Dentre as 31 espécies dominantes registradas para a Serra da Guia, apenas Guapira
noxia (17) e Syagrus coronata (18) ocorreram tanto na área de Caatinga quanto na de brejo,
porém com diferentes abundâncias (figura 26).
Os resultados obtidos a partir da análise estatística demonstraram diferenças
significativas tanto entre a abundância de Guapira noxia (χ2 = 12,898; gl = 1; p < 0,05) e
Syagrus coronata (χ2 = 4,545; gl = 1; p < 0,05), quanto em relação à riqueza (χ 2 = 4,881; gl =
1; p < 0,05) e à composição florística (Q = 8,4706; gl = 1; p < 0,05) das áreas amostradas.
56
Os valores dos índices de diversidade de Shannon-Weaver (H’) e de equabilidade de
Pielou (J’), obtidos para a área do Brejo de Altitude (H’ = 3,13 nats ind.-1; J’ = 0,97) foram
superiores aos da área de Caatinga (3,02 nats ind.-1; J’ = 0,78). Esses resultados sugerem que a
área de brejo encontra-se mais conservada e com uma diversidade de famílias e espécies
superior à de Caatinga, além de apresentar a abundância de espécies distribuída de forma mais
equitativa. O teste t realizado para os índices de diversidade apontou diferença significativa
entre os mesmos (t = 3,2306; p < 0,05).
A diversidade florística das espécies arbustivo-arbóreas além de caracterizar as
comunidades é um dos fatores a ser considerado para avaliar a influência antrópica nos
ecossistemas das caatingas, pois, quanto maior for o número dessas espécies, menos
perturbada será aquela vegetação (FONSECA, 1991).
57
Figura 25: Espécies de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e Brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com seus respectivos valores de VI. 1. Guapira sp.; 2. Eugenia cf. edulis; 3. Maytenus sp.; 4. Syagrus coronata; 5. Eugenia sp. 3; 6. Handroanthus sp. 1; 7. Albizia sp.; 8. Eugenia sp. 2; 9. Cordia latiloba; 10. Myrtaceae 1; 11. Pityrocarpa moniliformis; 12. Mimosa tenuiflora; 13. Bauhinia cheilantha; 14. Guapira noxia; 15. Senegalia sp.; 16. Poincianella pyramidalis; 17. Commiphora leptophloeos; 18. Eugenia sp. 1; 19. Erythroxylum subrotundun.
20,22
9,03 6,12
5,88 5,64 5,57
5,09 4,19 3,99
3,73
0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
VI
Caatinga
9,99 9,3
7,27 6,66
6,36 5,32
4,3 3,49
3,23 2,98
0 5 10 15 20 25 1 2 3 4 5 6 7 8 9
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
VI
Brejo de Altitude
58
0000000000000000
10134
00
159120116
757569
504340
3126
0100200300400500600700
12345678910111213141516171819202122232425262728293031
Abundância
Caatinga
655455
264216
206176
167127125
11183
7364
59595856555451
0 100 200 300 400 500 600 700
123456789
10111213141516171819202122232425262728293031
Abundância
Brejo de Altitude
Figura 26: Espécies dominantes das áreas de Caatinga e brejo da Serra da Guia, Poço Redondo, Sergipe, Brasil, com suas respectivas abundâncias absolutas. 1. Eugenia cf. edulis; 2. Guapira sp.; 3. Eugenia sp. 3; 4. Handroanthus sp. 1; 5. Albizia sp.; 6. Maytenus sp.; 7. Eugenia sp. 2;8. Cordia latiloba; 9. Myrtaceae 1; 10. Jacaranda sp.1; 11. Brunfelsia uniflora; 12. Guettarda sp.; 13. Sp. 4; 14. Alseis floribunda; 15. Cupania sp.; 16. Simaba cuneata; 17. Guapira noxia; 18. Syagrus coronata; 19. Urera baccifera; 20. Vitex sp.; 21. Pityrocarpa moniliformis; 22. Mimosa tenuiflora; 23. Bauhinia cheilantha; 24. Senegalia sp.; 25. Eugenia sp. 1; 26. Poincianella pyramidalis; 27. Erythroxylum subrotundun; 28. Guettarda angelica; 29. Handroanthus impetiginosus; 30. Commiphora leptophloeos; 31. Mimosa sp.
59
5- CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Serra da Guia trata-se de um Brejo de Altitude típico inserido numa matriz de
Caatinga hiperxerófila, configurando-se no primeiro Brejo de Altitude descrito e estudado no
Estado de Sergipe. A análise da similaridade entre as comunidades vegetais de Caatinga e de
brejo demonstrou que, embora ocorrendo próximas, essas formações apresentam
características florísticas, fisionômicas e estruturais bem distintas.
Tanto no levantamento florístico quanto no fitossociológico observou-se um maior
número de espécies para a área de brejo em relação à Caatinga circunvizinha, o que pode ser
resposta às maiores taxas de precipitação, umidade relativa e menores temperaturas,
ocasionadas, principalmente, pelas maiores altitudes da área de brejo.
A família que registrou os maiores valores de abundância e riqueza na Caatinga foi
Fabaceae. No Brejo, esta apresentrou a maior riqueza, enquanto que Myrtaceae destacou-se
pelos maiores valores de abundância.
Dentre as espécies amostradas na Serra da Guia, cinco (Cyrtopodium holstii,
Hapalorchis lineatus, Prescottia plantaginifolia, Ipomoea regnellii e Scleria reticularis)
ainda não haviam sido registradas para o Estado de Sergipe, e uma (Orthophytum sp.) é uma
espécie nova para a ciência.
O estimador de riqueza Jackknife 1 apontou que o esforço amostral realizado nas áreas
de Caatinga e brejo foi, respectivamente, 83,44% e 84,45% da riqueza estimada para as áreas,
o que sugere que o número de espécies tende a aumentar com a continuidade de coletas.
O valor de importância (VI) das espécies inventariadas na Serra da Guia encontra-se
melhor distribuído na comunidade do brejo que na da Caatinga. Guapira sp. e Syagrus
coronata foram as espécie de maior importância ecológica para as áreas de Caatinga e brejo,
respectivamente.
A comparação entre as espécies dominantes ocorrentes nas áreas inventariadas na
Serra da Guia demonstrou que somente duas das 31 espécies destacadas são comuns às áreas
amostradas, porém com abundâncias significativamente diferentes, como demonstrado pela
análise estatística. Os testes também apontaram diferenças significativas quanto à riqueza,
composição florística e índice de diversidade das áreas de Caatinga e brejo.
É importante frisar que a padronização da metodologia usada nos estudos quantitativos
realizados na Caatinga permitiria comparações mais eficazes entre as áreas amostradas no
bioma.
60
Os resultados deste trabalho, somados aos de alguns inventários faunísticos realizados
na região, apontam a Serra da Guia como uma área singular e de elevada biodiversidade no
Estado de Sergipe, fazendo-se necessária a continuidade das pesquisas e a implantação de
uma Unidade de Conservação na área.
61
ANEXO I
Ruellia bahiensis (Acanthaceae) Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae) Alstroemeria sp. (Alstroemeriaceae)
Alternanthera ficoidea (Amaranthaceae) Hippeastrum stylosum (Amaryllidaceae) Zephyranthes sp. (Amaryllidaceae)
Zephyranthes sp. (Amaryllidaceae) Anacardium occidentale (Anacardiaceae) Myracrodruon urundeuva (Anacardiaceae)
Annona vepretorum (Annonaceae) Allamanda blanchetii (Apocynaceae) Aspidosperma pyrifolium (Apocynaceae)
Mandevilla microphylla (Apocynaceae) Mandevilla microphylla (Apocynaceae) Marsdenia altissima (Apocynaceae)
62
ANEXO I (continuação)
Matelea gangliosa (Apocynaceae) Prestonia coalita (Apocynaceae) Skytanthus hancorniifolius (Apocynaceae)
Skytanthus hancorniifolius (Apocynaceae) Anthurium affine (Araceae) Philodendron sp. (Araceae)
Pistia stratiotes (Araceae) Syagrus coronata (Arecaceae) Syagrus coronata (Arecaceae)
Aristolochia sp. (Aristolochiaceae) Aristolochia sp. (Aristolochiaceae) Asplenium pumilum (Aspleniaceae)
Acmella sp. (Asteraceae) Ageratum conyzoides (Asteraceae) Centratherum punctatum (Asteraceae)
63
ANEXO I (continuação)
Emilia fosbergii (Asteraceae) Emilia sonchifolia (Asteraceae) Eupatorium cf. ballotaefolium (Asteraceae)
Platypodanthera melissifolia (Asteraceae) Tridax procumbens (Asteraceae) Verbesina macrophylla (Asteraceae)
Verbesina sp. (Asteraceae) Vernonia sp. 1 (Asteraceae) Vernonia sp. 2 (Asteraceae)
Vernonia sp. 3 (Asteraceae) Wedelia sp. (Asteraceae) Begonia convolvulacea (Begoniaceae)
Begonia convolvulacea (Begoniaceae) Anemopaegma sp. (Bignoniaceae) Anemopaegma sp. (Bignoniaceae)
64
ANEXO I (continuação)
Handroanthus impetiginosus (Bignoniaceae) Jacaranda sp. (Bignoniaceae) Melloa quadrivalvis (Bignoniaceae)
. Cochlospermum vitifolium (Bixaceae) Cochlospermum vitifolium (Bixaceae) Heliotropium indicum (Boraginaceae)
Heliotropium sp. (Boraginaceae) Tournefortia rubicunda (Boraginaceae) Aechmea aquilega (Bromeliaceae)
Aechmea lingulata (Bromeliaceae) Cryptanthus cf. bahianus (Bromeliaceae) Hohenbergia catingae (Bromeliaceae)
Neoglaziovia variegata (Bromeliaceae) Tillandsia stricta (Bromeliaceae) Melocactus ernestii subsp. ernestii (Cactaceae)
65
ANEXO I (continuação)
Pilosocereus catingicola (Cactaceae) Rhipsalis floccosa (Cactaceae) Rhipsalis floccosa (Cactaceae)
Tacinga palmadora (Cactaceae) Celtis iguanaea (Cannabaceae) Canna sp. (Cannaceae)
Canna sp. (Cannaceae) Capparis jacobinae (Capparaceae) Capparis flexuosa (Capparaceae)
Capparis flexuosa (Capparaceae) Maytenus sp. (Celastraceae) Clusia dardanoi (Clusiaceae)
Clusia dardanoi (Clusiaceae) Commelina erecta (Commelinaceae) Evolvulus glomeratus (Convolvulaceae)
66
ANEXO I (continuação)
Ipomoea bahiensis (Convolvulaceae) Ipomoea brasiliana (Convolvulaceae) Ipomoea regnellii (Convolvulaceae)
Jacquemontia evolvuloides (Convolvulaceae) Merremia sp. (Convolvulaceae) Operculina macrocarpa (Convolvulaceae)
Cyperus distans (Cyperaceae) Cyperus surinamensis (Cyperaceae) Eleocharis elegans (Cyperaceae)
Cyperus squarrosus (Cyperaceae) Kyllinga odorata (Cyperaceae) Scleria reticularis (Cyperaceae)
Paepalanthus myocephalus (Eriocaulaceae) Erythroxylum subrotundum (Erythroxylaceae) Cnidoscolus phyllacanthus (Euphorbiaceae)
67
ANEXO I (continuação)
Cnidoscolus urens (Euphorbiaceae) Croton argyrophyllus (Euphorbiaceae) Croton heliotropiifolius (Euphorbiaceae)
Croton tetradenius (Euphorbiaceae) Croton tricolor (Euphorbiaceae) Euphorbia heterodoxa (Euphorbiaceae)
Euphorbia phosphorea (Euphorbiaceae) Euphorbia comosa (Euphorbiaceae) Jatropha mutabilis (Euphorbiaceae)
Jatropha ribifolia (Euphorbiaceae) Manihot dichotoma (Euphorbiaceae) Sapium lanceolatum (Euphorbiaceae)
Bauhinia cheilantha (Fabaceae-Caes.) Chamaecrista sp. (Fabaceae-Caes.) Poincianella pyramidalis (Fabaceae-Caes.)
68
ANEXO I (continuação)
Poincianella pyramidalis (Fabaceae-Caes.) Senna canna (Fabaceae-Caes.) Senna macranthera (Fabaceae-Caes.)
Senna macranthera (Fabaceae-Caes.) Acacia cf. glomerosa (Fabaceae-Mim.) Chloroleucon foliolosum (Fabaceae-Mim.)
Mimosa tenuiflora (Fabaceae-Mim.) Parapiptadenia zehntneri (Fabaceae-Mim.) Pityrocarpa moniliformis (Fabaceae-Mim.)
Pityrocarpa moniliformis (Fabaceae-Mim.) Senegalia sp. (Fabaceae-Mim.) Aeschynomene cf. mollicula (Fabaceae-Pap.)
Centrosema brasilianum (Fabaceae-Pap.) Chaetocalyx scandens (Fabaceae-Pap.) Crotalaria cf. retusa (Fabaceae-Pap.)
69
ANEXO I (continuação)
Crotalaria cf. retusa (Fabaceae-Pap.) Dioclea violacea (Fabaceae-Pap.) Dioclea violacea (Fabaceae-Pap.)
Indigofera lespedezioides (Fabaceae-Pap.) Lonchocarpus araripensis (Fabaceae-Pap.) Macroptilium bracteatum (Fabaceae-Pap.)
Stylosanthes sp. (Fabaceae-Pap.) Vigna sp. (Fabaceae-Pap.) Zornia thymifolia (Fabaceae-Pap.)
Schultesia guianensis (Gentianaceae) Cypella linearis (Iridaceae) Hypenia salzmanii (Lamiaceae)
Rhaphiodon echinus (Lamiaceae) Cuphea sp. (Lythraceae) Lafoensia pacari (Lythraceae)
70
ANEXO I (continuação)
Galphimia brasiliensis (Malpighiaceae) Heteropterys sp. (Malpighiaceae) Stigmaphyllon paralias (Malpighiaceae)
Stigmaphyllon sp. (Malpighiaceae) Abutilon regnellii (Malvaceae) Helicteres sp.1 (Malvaceae)
Helicteres sp. 2 (Malvaceae) Helicteres sp. 2 (Malvaceae) Herissantia crispa (Malvaceae)
Malvastrum sp. (Malvaceae) Pavonia cancellata (Malvaceae) Pavonia sp. (Malvaceae)
Sida galheirensis (Malvaceae) Calathea sp. (Marantaceae) Maranta sp. (Marantaceae)
71
ANEXO I (continuação)
Norantea brasiliensis (Marcgraviaceae) Tibouchina cf. multiflora (Melastomataceae) Ficus sp. (Moraceae)
Campomanesia eugenioides (Myrtaceae) Eugenia cf. edulis (Myrtaceae) Eugenia sp.1 (Myrtaceae)
Eugenia sp.2 (Myrtaceae) Myrcia guianensis (Myrtaceae) Guapira noxia (Nyctaginaceae)
Guapira sp. (Nyctaginaceae) Ximenia americana (Olacaceae) Ludwigia octovalvis (Onagraceae)
Catasetum hookeri (Orchidaceae) Catasetum purum (Orchidaceae) Cattleya labiata (Orchidaceae)
72
ANEXO I (continuação)
Cranichis candida (Orchidaceae) Cyrtopodium holstii (Orchidaceae) Epidendrum cinnabarinum (Orchidaceae)
Habenaria schenckii (Orchidaceae) Oeceoclades maculata (Orchidaceae) Polystachya estrellensis (Orchidaceae)
Sacoila lanceolata (Orchidaceae) Vanilla palmarum (Orchidaceae) Oxalis sp. (Oxalidaceae)
Passiflora cincinnata (Passifloraceae) Passiflora foetida (Passifloraceae) Piriqueta racemosa (Passifloraceae)
Turnera cearensis (Passifloraceae) Turnera calyptrocarpa (Passifloraceae) Turnera chamaedrifolia (Passifloraceae)
73
ANEXO I (continuação)
Rivina humilis (Phytolaccaceae) Angelonia biflora (Pantaginaceae) Angelonia campestris (Plantaginaceae)
Angelonia cornigera (Plantaginaceae) Rhynchelytrum repens (Poaceae) Polygala decumbens (Polygalaceae)
Polygala martiana (Polygalaceae) Polygala spectabilis (Polygalaceae) Polygala violacea (Polygalaceae)
Bredemeyera kunthiana (Polygalaceae) Ruprechtia laxiflora (Polygonaceae) Eichhornia paniculata (Pontederiaceae)
Portulaca oleracea (Portulacaceae) Portulaca sp. (Portulacaceae) Hemionitis palmata (Pteridaceae)
74
ANEXO I (continuação)
Gouania latifolia (Rhamnaceae) Ziziphus joazeiro (Rhamnaceae) Chiococca alba (Rubiaceae)
Coutarea hexandra (Rubiaceae) Diodella teres (Rubiaceae) Emmeorhiza umbellata (Rubiaceae)
Guettarda angelica (Rubiaceae) Richardia grandiflora (Rubiaceae) Spermacoce verticillata (Rubiaceae)
Tocoyena formosa (Rubiaceae) Tocoyena formosa (Rubiaceae) Cardiospermum cf. corindum (Sapindaceae)
Sideroxylon obtusifolium (Sapotaceae) Schoepfia cf. brasiliensis (Schoepfiaceae) Smilax sp. (Smilacaceae)
75
ANEXO I (continuação)
Brunfelsia uniflora (Solanaceae) Solanum sp.1 (Solanaceae) Solanum sp.1 (Solanaceae)
Urera baccifera (Urticaceae) Urtica sp. (Urticaceae) Valeriana scandens (Valerianaceae)
Lantana camara (Verbenaceae) Lantana radula (Verbenaceae) Lippia cf. alba (Verbenaceae)
Tamonea curassavica (Verbenaceae) Tamonea sp.2 (Verbenaceae) Hybanthopsis bahiensis (Violaceae)
Hybanthus sp. (Violaceae) Cissus pulcherrima (Vitaceae) Cissus simsiana (Vitaceae)
76
ANEXO II
Ficha de Campo – Levantamento Fitossociológico (Arbóreo-arbustivo) Local: Parcela: Data: Equipe: Coordenadas: Nº Nome CAP Altura CV QF Obs Nº Nome CAP Altura CV QF Obs Classes de vitalidade (CV): S = sadio; D = doente; M = morta. Qualidades do fuste (QF): 1: totalmente reto, sem defeitos e sem bifurcações até 2,50m de altura; 2: ligeiramente torto ou com poucos defeitos, sem bifurcações até 2,50m; 3: muito torto, com defeitos graves, com bifurcações abaixo de 2,50m.
77
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALCOFORADO-FILHO, F. G.; SAMPAIO, E. V. S. B.; RODAL, M. J. N. Florística e fitossociologia de um remanescente de vegetação caducifólia espinhosa arbórea em Caruaru, Pernambuco. Acta Botanica Brasilica, Porto Alegre, v. 17, n. 2, p. 287-303, 2003. ANDRADE, L. A. de; PEREIRA, I. M.; LEITE, U. T.; BARBOSA, M. R. V. Análise da cobertura de duas fitofisionomias da Caatinga, com diferentes históricos de uso, no município de São João do Cariri, estado da Paraíba. Revista Cerne, Lavras, v. 11, n. 3, p. 253-262, jul./set. 2005. ANDRADE-LIMA, D. The caatingas dominium. Revista Brasileira de Botânica, São Paulo, v. 4, p. 149-153, 1981. APG III. ANGIOSPERM PHYLOGENY GROUP III. An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III. Botanical Journal of the Linnean Society. v. 161, p. 105-202, 2009. AYRES, M., AYRES, J.R., M., AYRES, D.L., SANTOS, A.S. 2007. BIOSTAT 5.0: Aplicações estatísticas nas áreas das ciências biológicas e médicas. Belém, Sociedade Civil Mamirauá/MCT-CNPq/Conservation International, 291p. BACCHI, O.; LEITÃO FILHO, H. F.; ARANHA, C. Plantas Invasoras de Culturas. Campinas: Instituto Campineiro de Ensino Agrícola, 1984. 906 p. BARBOSA, M. R. V.; AGRA, M. F.; SAMPAIO, E. V. S. B.; CUNHA, J. P.; ANDRADE, L. A. Diversidade Florística na Mata do Pau-Ferro, Areia, Paraíba. In: PORTO, K. C.; CABRAL, J. J. P.; TABARELLI, M. Brejos de altitude em Pernambuco e Paraíba: história natural, ecologia e conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2004. p.111-121. BIODIVERSITAS. Lista da flora brasileira ameaçada de extinção. 2005. Disponível em <http://www.biodiversitas.org.br/floraBr/consulta_fim.asp>. Acesso em dezembro de 2010.
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