INFANTIL ME DEIXEM EM PAZ! Me deixem em paz! é o que temos vontade de gritar quando nos sentimos muito pressionados e até mesmo acuados nas mais diversas situações. E era o grito que Mandy, uma garota de dez anos, sentia parar na garganta todas as vezes em que tinha de conviver com as três colegas que faziam de tudo para que ela se achasse a mais feia, boba e infantil das garotas da escola. Impotência diante da agressão, culpa por sentir vergonha dos pais, conflito diante das atitudes erradas da única amiga são alguns dos problemas que a jovem personagem enfrenta no decorrer da história que conta, com sensibilidade, as agruras pelas quais uma vítima de bullying passa. POSSIBILIDADES PEDAGÓGICAS 1 Possibilitar que os leitores reflitam e troquem opiniões e impressões sobre o que pode causar à vitima o bullying – a perseguição física ou psicológica a alguém que é escolhido por um grupo para ser o “saco de pancadas” da turma: “– A Hora do Círculo será a nossa hora especial. A gente vai se sentar em círculo como uma turminha e conversar sobre todo tipo de coisas – informou a professora Moseley. (...) Hoje, por exemplo, pensei em começar a falar sobre bullying, perseguição na escola.” (p. 177) 2 Sensibilizar o jovem para a importância da convivência saudável com o outro e consigo mesmo, para que possa construir uma auto-estima positiva e forte: “Eu não sabia o que queria ser quando crescesse. Só queria não ser eu. Queria ser uma pessoa totalmente diferente, não queria mais ser Mandy White.” (p. 17) 3 Refletir sobre o papel da identificação com os valores do grupo de convivência para a formação da personalidade do jovem: “(...) – Todas as garotas da minha sala usam short, calça jeans, moletons. (...) Quero ficar igual a todo mundo. É por isso que implicam tanto comigo, porque eu sou diferente! – gritei.” (p. 105) 4 Valorizar a pesquisa e o trabalho em grupo na construção do conhecimento: “(...) Durante todo o primeiro período, estudamos a fase vitoriana, e a gente tinha de escolher um tema da época e pesquisar com um colega.” (p. 176) 5 ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES LÍNGUA PORTUGUESA • a gramática de uso é priorizada em detrimento da gramática normativa já no título do livro (frase iniciada pelo pronome pessoal do caso oblíquo) e na fala das personagens: “– Ignore elas, ignore elas, ignore elas.” (p. 10) • a criação do texto escrito e a possibilidade de dar asas à imaginação: “(...) A gente inventou uma história maravilhosa sobre duas meninas que viajavam pelo mundo juntas. Tânia batizou a dela de Love Tanianita. Eu deixei a minha se chamar Miranda Rainbow.” (p. 122) • as regras da escrita e o conceito de erro: “‘Era duas meninas’ Tânia escreveu, muito devagar. Eu não disse nada, mas ela viu minha expressão.” (p. 124) • conceito de leitura: estabelecer significado não só pela relação entre as palavras: “Eu queria muito mostrar a ela que era divertido ficar comigo. Tânia podia não ser lá essas coisas em leitura mas sabia ler o meu humor muito bem.” (p. 128)