1 Redação Técnica. Formas de comunicação O que é linguagem? É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora, a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos e imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se pronunciar sem utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e coerente! Assim, a linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se escreve. A linguagem pode ser não-verbal, ao contrário da verbal, não se utiliza do vocábulo, das palavras para se comunicar. O objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras, gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais. Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal escrito ou televisionado, um bilhete? Linguagem verbal! Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação de “feminino” e “masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito? Linguagem não-verbal! NÍVEIS DE LINGUAGEM/MODALIDADES LINGUÍSTICAS/VARIANTES DA LINGUAGEM LINGUAGEM é a faculdade que o homem tem de expressão e comunicação por meio da fala, da escrita, dos gestos, etc. Cada povo exerce essa capacidade através de um determinado código linguístico, isto é, utilizando um sistema de signos distintos e significativos denominado LÍNGUA ou IDIOMA. A língua é, por excelência, o veículo do conhecimento humano e a base do patrimônio cultural de um povo. A utilização da língua pelo indivíduo denomina-se FALA. Esta surge da necessidade humana de comunicar-se. A comunicação linguística, ou seja, a linguagem se realiza através de expressão oral ou escrita. A língua, por não ser imutável, apresenta vários NÍVEIS, VARIANTES ou MODALIDADES, pois está sujeita ao tempo, espaço geográfico, emissor, receptor, destinatário, escolaridade, profissão, assunto, ambiente, etc. 1. Linguagem Comum: é a língua-padrão do país, aceita pelo povo e imposta pelo uso. 2. Linguagem Regional: é a língua comum, porém com tonalidades regionais na fonética e no vocábulo, sem, no entanto, quebrar a estrutura comum. Quando se quebrar essa estrutura, aparecerão os dialetos. Antenor Nascentes, em seu livro O idioma Nacional, admite a existência de quatro subdialetos no Brasil (na classificação Língua Regional): o nortista, o fluminense, o sertanejo e o sulista. O linguajar de uma região, com seus modismos e peculiaridades, é frequentemente retratado pelos escritores regionalistas em suas obras. Veja alguns exemplos de vocábulos empregados em diferentes regiões do Brasil: aipim, mandioca ou macaxeira; bergamota ou tangerina, mosquito ou pernilongo; torrada ou misto-quente; roça, lavoura ou campo; menino, guri, piá ou rapazola.
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1
Redação Técnica.
Formas de comunicação
O que é linguagem?
É o uso da língua como forma de expressão e comunicação entre as pessoas. Agora,
a linguagem não é somente um conjunto de palavras faladas ou escritas, mas também de gestos e
imagens. Afinal, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade?
Então, a linguagem pode ser verbalizada, e daí vem a analogia ao verbo. Você já tentou se
pronunciar sem utilizar o verbo? Se não, tente, e verá que é impossível se ter algo fundamentado e
coerente! Assim, a linguagem verbal é que se utiliza de palavras quando se fala ou quando se
escreve.
A linguagem pode ser não-verbal, ao contrário da verbal, não se utiliza do vocábulo, das
palavras para se comunicar. O objetivo, neste caso, não é de expor verbalmente o que se quer dizer
ou o que se está pensando, mas se utilizar de outros meios comunicativos, como: placas, figuras,
gestos, objetos, cores, ou seja, dos signos visuais.
Vejamos: um texto narrativo, uma carta, o diálogo, uma entrevista, uma reportagem no jornal
escrito ou televisionado, um bilhete? Linguagem verbal!
Agora: o semáforo, o apito do juiz numa partida de futebol, o cartão vermelho, o cartão
amarelo, uma dança, o aviso de “não fume” ou de “silêncio”, o bocejo, a identificação de
“feminino” e “masculino” através de figuras na porta do banheiro, as placas de trânsito? Linguagem
não-verbal!
NÍVEIS DE LINGUAGEM/MODALIDADES LINGUÍSTICAS/VARIANTES DA
LINGUAGEM
LINGUAGEM é a faculdade que o homem tem de expressão e comunicação por meio da
fala, da escrita, dos gestos, etc.
Cada povo exerce essa capacidade através de um determinado código linguístico, isto é,
utilizando um sistema de signos distintos e significativos denominado LÍNGUA ou IDIOMA. A
língua é, por excelência, o veículo do conhecimento humano e a base do patrimônio cultural de um
povo.
A utilização da língua pelo indivíduo denomina-se FALA. Esta surge da necessidade
humana de comunicar-se.
A comunicação linguística, ou seja, a linguagem se realiza através de expressão oral ou escrita. A
língua, por não ser imutável, apresenta vários NÍVEIS, VARIANTES ou MODALIDADES, pois
está sujeita ao tempo, espaço geográfico, emissor, receptor, destinatário, escolaridade, profissão,
assunto, ambiente, etc.
1. Linguagem Comum: é a língua-padrão do país, aceita pelo povo e imposta pelo uso.
2. Linguagem Regional: é a língua comum, porém com tonalidades regionais na fonética e no
vocábulo, sem, no entanto, quebrar a estrutura comum. Quando se quebrar essa estrutura,
aparecerão os dialetos. Antenor Nascentes, em seu livro O idioma Nacional, admite a existência de
quatro subdialetos no Brasil (na classificação Língua Regional): o nortista, o fluminense, o
sertanejo e o sulista. O linguajar de uma região, com seus modismos e peculiaridades, é
frequentemente retratado pelos escritores regionalistas em suas obras. Veja alguns exemplos de
vocábulos empregados em diferentes regiões do Brasil: aipim, mandioca ou macaxeira; bergamota
ou tangerina, mosquito ou pernilongo; torrada ou misto-quente; roça, lavoura ou campo; menino,
3. Linguagem Culta ou Formal: é a usada pelas pessoas instruídas, orienta-se pelos
preceitos da gramática normativa e caracteriza-se pela correção e riqueza vocabular. É a modalidade
empregada nos discursos, nos documentos oficiais, na legislação, nos livros didáticos, na
correspondência comercial, na ficção etc. Porém, esse tipo de expressão vem apresentando
modificações, geralmente introduzidas pelos meios de comunicação.
4. Linguagem Coloquial ou Informal: é a linguagem do dia a dia, usada em família, entre amigos,
nos meios de comunicação, em mensagens publicitárias, em crônicas, etc. É a fala espontânea do
povo. Não obedece rigidamente as normas gramaticais. Exemplo: Heloísa, nós vamos fazer um
jantar, você quer dar uma mãozinha?
5. Linguagem Popular ou Vulgar: é também uma fala espontânea do povo, só que crivada de
plebeísmos, isto é, expressões vulgares, grosseiras, redundantes (pleonasmo vicioso), palavrões e
gírias; é tanto mais incorreta quanto mais inculta a camada social que a usa. Exemplo: A gente
somos inútil!!!! Fala aí, mano! Qualé qui é a tua?
Quanto às diferentes formas de expressão, a linguagem pode ser:
6. Linguagem Falada: utiliza apenas signos vocais, a expressão oral; é mais livre, comunicativa e
insinuante, pois as palavras são subsidiadas pela sonoridade e inflexões da voz, pelo jogo
fisionômico, gesticulação e mímica; é prolixa. Exemplo: Alô! Oi, mãe! Tô te ligando pra avisar que
vou chegar um pouco mais tarde hoje, tá? Um beijo! Tchau.
7. Linguagem Escrita: é o registro formal da língua (daí a dificuldade que muitos apresentam ao
passar a linguagem falada para a linguagem escrita), a representação da expressão oral, utiliza-se de
signos gráficos e de normas expressas; não é tão insinuante quanto a falada, mas é sóbria, exata e
duradoura. Exemplo: Mãe, hoje chegarei um pouco mais tarde. Beijo. Ana
8. Linguagem Literária: é a língua culta em sua forma mais artificial e criativa, usada pelos poetas
e escritores em suas obras. Exemplo: “Lá na rua em que eu pensava, tinha uma livraria bem do lado
da farmácia. Todo mundo ia à farmácia comprar frascos de saúde. E depois ia do lado, pra comprar
liberdade.” Mário Quintana.
Não se pode classificar os níveis de linguagem como “certos” ou “errados”.
Ainda que alguns jamais dominem o nível culto, não deixarão de comunicar-se bem. Outros
precisam expressar-se de acordo com um padrão linguístico mais elevado devido ao tipo de
profissão e ambiente em que vivem. O JARGÃO, por exemplo, é a linguagem típica de um grupo
de profissionais que utiliza expressões e siglas próprias, como médicos, advogados, economistas.
Exemplo: Senhor Cliente, o prazo para pagamento do IPVA foi prorrogado até o dia 15 de maio.
A GÍRIA é uma linguagem especial usada por certos grupos sociais, pertencentes a uma
classe ou profissão (estudantes, marginais, surfistas, etc.). O uso de tal linguagem impede que
estranhos tomem conhecimento do assunto tratado.
Exemplo: Ok! Então é só isso: uma Pepsi e um Xis? - Gírias usadas por um motorista de táxi
que realizava tele-entrega de drogas em Porto Alegre. Pepsi significando cocaína e Xis, crack.
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Variantes lingüísticas
Vários fatores podem originar variações linguísticas:
a) geográficos - há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões
em que é falada. Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um lisboeta e de um
carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro. Essas
variações regionais constituem os falares e os dialetos.
b) sociais - o português empregado pelas pessoas que têm acesso à escola e aos meios de instrução
difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas classes sociais,
assim, dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vitimas de
preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas. Cria-se, dessa maneira, uma
modalidade de língua - a norma culta -, que deve ser adquirida durante a vida escolar e cujo
domínio é solicitado como forma de ascensão profissional e social. O idioma é, portanto, um
instrumento de dominação e discriminação social. Também são socialmente condicionadas certas
formas de língua que alguns grupos desenvolvem a fim de evitar a compreensão por parte daqueles
que não fazem parte do grupo.
O emprego dessas formas de língua proporciona o reconhecimento fácil dos integrantes de
uma comunidade restrita, seja um grupo de estudantes, seja uma quadrilha de contrabandistas.
Assim se formam as gírias, variantes lingüísticas sujeitas a contínuas transformações.
c) profissionais - o exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua
chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso
praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros
especialistas.
d) situacionais - em diferentes situações comunicativas, um mesmo indivíduo emprega diferentes
formas de língua. Basta pensar nas atitudes que assumimos em situações formais (por exemplo, um
discurso numa solenidade de formatura e em situações informais (uma conversa descontraída com
amigos, por exemplo). A fala e a escrita também implicam profundas diferenças na elaboração de
mensagens. A tal ponto chegam essas variações, que acabam surgindo dois códigos distintos, cada
qual com suas especificidades: a língua falada e a língua escrita.
A língua literária: Quando o uso da língua abandona as necessidades estritamente práticas do
cotidiano comunicativo e passa a incorporar preocupações estéticas, surge a língua literária. Nesse
caso, a escolha e a combinação dos elementos lingüísticos, subordinam-se a atividades criadoras e
imaginativas. Código e mensagens adquirem uma importância elevada, deslocando o centro de
interesse para aquilo que a língua é em detrimento daquilo para que ela serve. Isso ocorre, por
exemplo, nos seguintes versos de Fernando Pessoa:
"O mito é o nada que é tudo. O mesmo sol que abre os céus
É um mito brilhante e mudo O corpo morto de Deus, Vivo e desnudo."
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PARÔNIMOS e HOMÔNIMOS
Parônimos são palavras diferentes no sentido, mas com muita semelhança na escrita e na
pronúncia.
Exemplos:
Infligir infringir
Retificar ratificar
Vultoso vultuoso
Homônimos são palavras diferentes no sentido, mas que têm a mesma pronúncia. Dividem-se
em homônimos perfeitos e homônimos imperfeitos.
Homônimos perfeitos são palavras diferentes no sentido, mas idênticas na escrita e
na pronúncia.
Exemplos:
Homem são (adj.) São João São várias as causas
Como vais ? Eu como feijão
Homônimos imperfeitos, que se dividem em:
1. Homônimos homógrafos, quando têm a mesma escrita e a mesma pronúncia,
exceto a abertura da vogal tônica.
Exemplos:
Almoço (verbo) Almoço (substantivo)
2. Homônimos homófonos, quando têm a mesma pronúncia, mas escrita
diferente.
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Preencha as lacunas com um dos termos entre parênteses: 1. Em tempos de crise, é necessário.......................a despensa de alimentos. (sortir - surtir)
2. Os direitos de cidadania do rapaz foram....... ..................pelo governo. (caçados - cassados)
3. O..........................dos senadores é de oito anos. (mandado- mandato)
4. A Marechal Rondon estava coberta pela...............................(cerração - serração)
5. César não teve..........................de justiça. (censo - senso)
6. Todos os....................................haviam sido ocupados. (acentos - assentos)
7. A próxima..............................começará atrasada. (seção - sessão)
8. ..................................-.se, mas havia hostilidade entre eles. (cumprimentaram - comprimentaram)
9. O.....................................no final do dia estava insuportável. (tráfego - tráfico)
10. O marido entrou vagarosamente e passou......... .............................(despercebido - desapercebido)
11. Não costume .......................................as leis. (infligir - infringir)
12. Após o bombardeio, o navio atingido............ .................. (emergiu- imergiu)
13. Não há.......................................de raças naquele país. (discriminação - descriminação)
14. Após anos de luta, consegui a ........................... (dispensa - despensa)
15. A chegada do....................................... diplomata era........................ ( eminente - iminente).
16. O corpo..................................... era formado por doutores. (docente- discente)