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TRABALH CARACTERÍSTICA UM DOS BIOM CONSERVA HO DE CONCLUSÃO DE CURS MATA ATLÂNTICA: AS, BIODIVERSIDADE E A HIS MAS DE MAIOR PRIORIDADE AÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SE ECOSSISTEMAS Rodolfo Cristiano Martins Santos Curso de Ciências Biológicas Belo Horizonte – MG 2010 SO STÓRIA DE PARA EUS
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MATA ATLÂNTICA - Universidade Metodista

Feb 25, 2023

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Page 1: MATA ATLÂNTICA - Universidade Metodista

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA

CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MATA ATLÂNTICA: CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE

UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS

ECOSSISTEMAS

Rodolfo Cristiano Martins Santos Curso de Ciências Biológicas

Belo Horizonte – MG 2010

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA

CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS

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Rodolfo Cristiano Martins Santos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA

CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO

Orientadores: Adriano Páglia

Rodolfo Cristiano Martins Santos

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

MATA ATLÂNTICA: CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE

UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS

ECOSSISTEMAS

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciado no curso de Ciências Biológicas.

Páglia

Belo Horizonte – MG.

2010

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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA

DE SEUS

Trabalho de conclusão de curso apresentado junto ao Curso de Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix, como requisito parcial para obtenção do titulo de licenciado no curso de Ciências

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CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS Aos 25 de Junho de 2010, o aluno entregou o trabalho de conclusão de curso intitulado CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS ECOSSISTEMASGrau de Licenciado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo Prof. ADRIANO PÁGLIA

Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois de lida e aprovada, será assinada por mim, Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho de 2010. _______________________________Orientador(a) _______________________________Membro do Colegiado ____________________Aluno(a)

CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO COLEGIADO DO CURSO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS

Aos 25 de Junho de 2010, o aluno RODOLFO CRISTIANO MARTINS SANTOSentregou o trabalho de conclusão de curso intitulado MATA ATLÂNTICA: CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E PRESERVAÇÃO DE SEUS ECOSSISTEMAS, requisito parcial para obtenção do

ado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo ADRIANO PÁGLIA que fez a seguinte avaliação:

Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois de lida e aprovada, será assinada por mim, pelo representante do colegiado do Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho

_____________________________________

_____________________________________ Membro do Colegiado

_____________________________________

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ATA DE ENTREGA DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO NO

RODOLFO CRISTIANO MARTINS SANTOS MATA ATLÂNTICA:

CARACTERÍSTICAS, BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DE UM DOS BIOMAS DE MAIOR PRIORIDADE PARA CONSERVAÇÃO E

requisito parcial para obtenção do ado em Ciências Biológicas. Este trabalho foi orientado pelo

Não havendo mais a tratar, eu, Adriano Páglia, lavrei a presente ata que, depois pelo representante do colegiado do

Curso de Ciências Biológicas e pelo(a) aluno (a). Belo Horizonte, 25 de Junho

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AGRADECIMENTOS Aos professores do Curso de Graduação em Ciências Biológicas do Instituto

Metodista Izabela Hendrix que apoiaram todas as etapas de execução deste

trabalho. Sua elaboração só foi possível graças à colaboração de Adriano Paglia,

Fábio A. Rodrigues e Fernando A. de Oliveira. Por fim agradeço a todos os meus

colegas e amigos que me ajudaram e, principalmente aos meus pais que de forma

especial e carinhosa me deram força e coragem, me apoiando nos momentos de

dificuldades, são eles a quem eu rogo todas as noites a minha existência.

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“O Homem vive da natureza, isto significa que a natureza é o seu corpo com o qual ele deve permanecer em processo constante, para não perecer. O fato de que a vida física e espiritual do homem se relaciona com a natureza não tem outro sentido senão o de que a natureza se relaciona consigo mesma, pois o homem é parte da natureza” (Karl Marx, 1818-1883).

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SUMÁRIO

Resumo 7

Características, abrangência e a área original da Mata Atlântica 8

A grande biodiversidade que a mata atlântica apresenta 11

As bacias hidrográficas e o aqüífero guarani no domínio da mata atlântica 17

Historia – colonização e a devastação da mata atlântica 20

As espécies ameaçadas da mata atlântica 23

Projetos e programas de incentivo a conservação da mata atlântica brasileira 25

Conclusão 28

Referências bibliográficas 29

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Resumo: Alguns a chamam de Floresta perenifólias latifoliadas higrófilas costeiras, outros a denominam como Floresta latifoliada tropical úmida de encosta. Mas todos a conhecem pelo nome de Mata Atlântica. Essa é uma floresta sempre verde, cujos componentes em geral possuem folhas largas, onde há bastante umidade durante todo o ano devido sua vizinhança com o Oceano Atlântico e, que acompanha uma grande faixa litorânea do território brasileiro. A Mata Atlântica originalmente se estendia por toda costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, e encobria uma área de cerca de 1,3 milhões de Km2, ou seja, 15% do território nacional, passando por 17 Estados. Ela representava a segunda maior floresta tropical úmida em território brasileiro. Essa floresta é uma das maiores áreas de biodiversidade mundial, estando entre os cinco principais Hotspots do planeta, abrigando um grande número de espécies que não são encontradas em nenhum outro lugar. Porém, atualmente é um dos biomas mais degradados do Brasil, intensamente devastado pelas ações do homem desde o período colonial. As formações vegetais da floresta são constituídas principalmente por árvores de médio e grande porte, formando uma floresta fechada e densa, além de ostentar uma fauna rica com a presença de diversas espécies. A elaboração deste trabalho tem como intenção mostrar aos leitores a enorme importância desse bioma e que mesmo tendo perdido cerca de 90% de sua área original a floresta ainda continua exuberante. Este trabalho levantará os principais fatores que contribuíram e que ainda contribuem para a grande devastação ocorrida nesta floresta, e discutirá sua importância econômica e ambiental. O objetivo geral do trabalho é apresentar uma visão ampla da floresta, levantar pontos para reflexão da população a respeito de sua preservação e fazer com que as pessoas olhem para a floresta com outros olhos, buscando sempre a criação de ações estratégicas possíveis para restauração do bioma através do desenvolvimento sustentável. Esse trabalho visa também levantar, sistematizar e divulgar informações para subsidiar a proteção e o uso racional dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Palavras-Chave: Bacias hidrográficas; Biodiversidade; Domínio Mata Atlântica; Hotspots Abstract: Some call it evergreen broadleaf forest Swamp coastal, others refer to as tropical moist broadleaf forest hillside. But everyone knows the name of Atlantic. This is an evergreen forest, whose components in general have broad leaves, where there is enough moisture throughout the year due to their proximity to the Atlantic Ocean, and accompanying a large coastal area of Brazil. The Atlantic forest originally stretched across the Brazilian coast from Rio Grande do Norte to Rio Grande do Sul, and covered up an area of about 1.3 million km2, or 15% of the country, passing through 17 states. She represented the second largest tropical rainforest in Brazil. This forest is a major area of global biodiversity and is among the top five hotspots on the planet, harboring a large number of species that are not found anywhere else. However, it is now one of the most degraded biomes of Brazil, intensely devastated by the actions of man since the colonial period. The vegetation of the forest trees are composed mainly of medium and large size, forming a closed forest and dense, and boasting a rich fauna with the presence of several species. The preparation of this work is intended to show readers the great importance of this biome, and that even having lost about 90% of its original forest still lush. This work will lift the main factors that contributed and still contribute to the devastation that occurred in this forest, and discuss their economic and environmental importance. The overall objective of the paper is to present a broad view of the forest, raising points for consideration of the population about their preservation and making people look to the forest with other eyes, always seeking the creation of strategic actions for possible restoration of the biome through sustainable development. This work also aims at identifying, systematizing and disseminating information to support the protection and rational use of the remaining Atlantic Forest. Key words: Watersheds; Biodiversity; Dominion Atlantic Forest; Hotspots

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CARACTERÍSTICAS, ABRANGÊNCIA E A ÁREA ORIGINAL DA MATA

ATLÂNTICA

As florestas tropicais por estarem localizadas entre os trópicos são

conhecidas por sua alta biodiversidade, que é um dos fatores que contribui para a

existência de muitos nichos ecológicos (Mantovani, 2003). No Brasil, podemos

destacar como exemplos duas importantes florestas tropicais de grandes dimensões:

a Floresta Amazônica e a Mata Atlântica.

A maior dessas florestas se estende pela bacia hidrográfica do Rio

Amazonas e está localizada na região norte do Brasil, estendendo-se ainda pelos

países vizinhos, como a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa,

Peru, Suriname e Venezuela. Essa floresta ainda permanece muito preservada,

devido sua enorme extensão. Ela abriga um complexo e diversificado conjunto de

formações vegetais e, que se convencionou chamar de Floresta Amazônica ou

Floresta Equatorial Amazônica.

A outra, menor, porém de grandes dimensões, é chamada de Mata Atlântica,

ela estabeleceu-se ao longo de toda costa leste do Brasil e se estendia também a

oeste, até algumas áreas dos Estados da Bahia, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e

Piauí, Estados que não estão localizados junto à costa, com exceção da Bahia

(Figura 1).

A Mata Atlântica apresenta uma formação vegetal que está presente em

grande parte da região litorânea brasileira. Originalmente a floresta se estendia do

Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul (onde há uma importante cadeia de

montanhas que acompanham a costa), e cobria uma área de cerca de 1,3 milhões de

Km2, ou seja, 15% do território nacional, passando por 17 Estados - Alagoas, Bahia,

Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba,

Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do

Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo (Figuras 1a.-1b. e Tabela 1). Ela

representava a segunda maior floresta tropical úmida em território brasileiro

(Fundação SOS Mata Atlântica & INPE, 2001), atualmente é o terceiro bioma em

extensão no Brasil, atrás da Amazônia com aproximadamente 4.196.943 Km2

encobrindo 49,29% do país e do Cerrado com 2.036.448 Km2 representando 23,92%

do território brasileiro. Em termos de biodiversidade, a Mata Atlântica possui a

segunda maior riqueza de espécies da flora e da fauna brasileira.

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Figura 1a. O Domínio Mata Atlântica nos 17 Estados Brasileiros. No Brasil a Mata Atlântica ocorre em 17 Estados e em cerca de 3.400 municípios. Sendo que, três Estados (RJ, ES, SC) estão integralmente incluídos no Domínio da Mata Atlântica. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Figura 1b. Domínio original da Mata Atlântica próximo ao ano de 1500 e seus Remanescentes Florestais atuais. Segundo o Decreto 750/93. Fonte: Fundação SOS Mata Atlântica.

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Tabela 1. Área original da Mata Atlântica segundo definição do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica.

Área original da Mata Atlântica segundo definição do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA

UF Área UF Área Km 2 (1) Km 2 (2) % (3)

Alagoas 27.933 14.529 52,01 Bahia 567.295 177.924 31,36 Ceará 146.348 4.878 3,33 Espírito Santo 46.184 46.184 100,00 Goiás 341.290 10.687 3,13 Mato Grosso do Sul 358.159 51.536 14,39 Minas Gerais 588.384 281.311 47,81 Paraíba 56.585 6.743 11,92 Pernambuco 98.938 17.811 18,00 Piauí 252.379 22.907 9,08 Paraná 199.709 193.011 96,65 Rio de Janeiro 43.910 43.291 98,59 Rio Grande do Norte 53.307 3.298 6,19 Rio Grande do Sul 282.062 132.070 46,82 Santa Catarina 95.443 95.265 99,81 Sergipe 22.050 7.155 32,45 São Paulo 248.809 197.823 79,51 TOTAL 3.428,783 1.306.421 38,10 (1) IBGE, 1999 (2) ISA, 1999 (3) Sobre a área da UF DMA – Domínio da Mata Atlântica (CONAMA, 1992)

A composição da Mata Atlântica distingue-se da composição dos outros

biomas por ser extremamente heterogênea. A floresta estende-se por uma grande

área que apresenta zonas climáticas e formações vegetais diversificadas, que vão de

tropicais a subtropicais.

Diferentemente da maioria das florestas tropicais espalhadas pelo mundo, a

Floresta Atlântica possui um conjunto de variáveis geográficas e climáticas que a

tornam singular. A elevação da topografia do bioma vária entre o nível do mar até

2.900m de altitude (Mantovani, 2003), a temperatura média vária de 14-21ºC,

chegando à máxima de 35ºC, não passando a mínima absoluta de 1ºC, embora que

no Sul do país a temperatura possa cair até valores abaixo de 0ºC, e com

pluviosidade média de 1200 mm anuais (IZMA, 2009). Atualmente, os climas no

bioma, variam de regimes sub-úmidos com estações secas, no Nordeste, até zonas

com pluviosidade extrema, em alguns locais da Serra do Mar (Câmara, 2005). Essa

grande variação de temperatura mais a grande umidade trazida pelo mar são os

principais responsáveis pela vasta diversidade de espécies ali encontrada.

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A GRANDE BIODIVERSIDADE QUE A MATA ATLÂNTICA APRESENTA

A Biodiversidade diz respeito à variabilidade de organismos vivos de todas

as origens, incluindo também os ecossistemas terrestres, marinhos e outros

ecossistemas aquáticos, e os complexos processos ecológicos de que fazem parte,

compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies (diversidade genética), entre

espécies e ecossistemas.

Os resultados de estudos e levantamentos técnico-científicos realizados em

pesquisas no Domínio da Mata Atlântica, especialmente nas últimas décadas,

confirmam a notável diversidade do bioma. Esse domínio é um complexo

ecossistema de grande importância, não só para o Brasil mais para todo o mundo,

pois o bioma abriga parcelas significativas de diversidade biológicas.

Esse conjunto fitofisionômico bastante diversificado propiciou uma

significativa variação ambiental, criando as condições adequadas para a evolução de

um complexo biótico de natureza vegetal e animal altamente rico. É por este motivo

que a Mata Atlântica é considerada atualmente como um dos biomas mais ricos em

termos de diversidade biológica.

Devido à sua enorme riqueza biológica e seu estado de degradação

acentuada, a Mata Atlântica, juntamente com outros 34 biomas que também

apresentam um alto nível de riqueza em espécies e que sofrem com as ações

antrópicas causadas pelo homem, foram incluídas por estudiosos na lista dos

Hotspots mundiais. Lista que apresenta todos os biomas que tem prioridade para a

conservação da biodiversidade ali presente.

A Mata Atlântica figura entre os cinco principais biomas no ranking dos

Hotspots de biodiversidade do planeta (Figura 2), devido seu alto grau de

endemismo, abrigando muitas espécies que não são encontradas em nenhum outro

lugar (Lagos & Muller, 2007).

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Figura 2. Os Hotspots de biodiversidade global. Fonte: Hotspots Revisitados - As Regiões Biologicamente Mais Ricas e Ameaçadas do Planeta 1. Andes Tropicais 2. Tumbes-Chocó-Magdalena (Panamá, Colômbia, Equador, Peru) 3. Mata Atlântica (Brasil, Paraguai, Argentina) 4. Cerrado 5. Florestas Valdivias (Chile Central) 6. Mesoamérica (Costa Rica, Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala, Belize, México) 7. Ilhas do Caribe 8. Província Florística da Califórnia 9. Floresta de Pinho-Encino de Sierra Madre (México, EUA) 10. Floresta da Guiné (África Ocidental) 11. Província Florística do Cabo (África do Sul) 12. Karoo das Plantas Suculentas (África do Sul, Namíbia) 13. Madagascar e Ilhas do Oceano Índico 14. Montanhas do Arco Oriental 15. Florestas de Afromontante (África Ocidental)

16. Maputaland-Pondoland-Albany (África do Sul, Swazilândia, Moçambique) 17. Chifre da África 18. Bacia do Mediterrâneo 19. Cáucaso 20. Ghats Ocidentais (Índia e Sri Lanka) 21. Montanhas do Centro-Sul da China 22. Sunda (Indonésia, Malásia, e Brunei) 23. Wallacea (Indonésia) 24. Filipinas 25. Região da Indo-Birmânia 26. Himalaia 27. Região Irano-Anatólica 28. Montanhas da Ásia Central 29. Japão 30. Sudoeste da Austrália 31. Nova Caledônia 32. Nova Zelândia 33. Ilhas da Polinésia e Micronésia (incluindo Hawai) 34. Ilhas da Melanésia Oriental

Apesar da intensa fragmentação e destruição, que começou com a

exploração de seus recursos no início do século XVI, a Mata Atlântica ainda

continua sendo uma das florestas mais ricas em biodiversidade, detendo recordes de

diversidade de espécies por hectares jamais vistos em outros biomas (Lino &

Simões, 2004).

Até bem pouco tempo atrás, pensava-se que a Mata Atlântica fosse somente

as florestas que ficavam junto ao litoral do Brasil. Mas, na verdade, atualmente

considera-se que a Mata Atlântica engloba um conjunto de mosaicos florestais e

formações de ecossistemas associados que são representados por uma série de

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tipologias ou unidades fitogeográficas (Figura 3), que inclui: Floresta Ombrófila

Densa; Floresta Ombrófila Aberta; Floresta Ombrófila Mista - Mata de Araucária,

também conhecidas como Pinheiros-do-Paraná; Floresta Estacional Decidual;

Floresta Estacional Semidecidual; Formações Pioneiras (Restinga, Manguezal,

Campo Salino, vegetação com influencia fluvial ou lacustre); Campos de Altitude,

Encraves de Cerrado e, Zonas de tensão ecológica (Marcuzzo & Pagel, 1998), o que

proporciona a grande biodiversidade reconhecida para o bioma.

Figura 3. Distribuição das diferentes formações vegetais dentro do Domínio da Mata Atlântica. Fonte: Digitalização do Mapa de Vegetação do Brasil, IBGE, escala 1:5.000.000. - Instituto Socioambiental / Fundação SOS Mata Atlântica.

A partir da tabela 2 podemos observar a extensão de algumas dessas

formações vegetais dentro do Domínio da Mata Atlântica. Podemos notar que as

formações florestais predominante são a Floresta Estacional Semidecidual, que

cobre cerca de 486 mil Km2, seguida pela Floresta Ombrófila Densa e pela Floresta

Ombrófila Mista, cada uma correspondendo respectivamente a 16,75% e 12,93% da

extensão do Domínio. Já as formações menos expressivas são os Refúgios

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Ecológicos com 103 Km2 e a Floresta Ombrófila Aberta com 18.740 Km2. Essas

formações florestais juntamente com as demais, totalizam uma área estimada em

1.306.421 Km2 de floresta, o que corresponde à área atual do Domínio da Mata

Atlântica.

A Floresta Estacional Semidecidual é também conhecida como Mata de

Interior. As características ecológicas que se destacam nesse tipo de vegetação são a

dupla estacionalidade climática e a chamada seca fisiológica. Essa formação vegetal

ocorre principalmente nos Estados de São Paulo, Paraná, Minas Gerais, Mato

Grosso do Sul, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Com a ocorrência de alguns

encraves no Nordeste, como nos Estados da Bahia e do Piauí. Formada por um

conjunto vegetativo bastante diversificado, a Floresta Estacional Semidecidual

dividi-se em: Floresta Estacional Semidecidual das Terras Baixas, Floresta

Estacional Semidecidual Submontana e Floresta Estacional Semidecidual Montana.

Já a Floresta Ombrófila Densa ou Floresta Pluvial Tropical Atlântica é uma floresta

que se caracteriza principalmente por apresentar uma cobertura vegetal densa

formada pelo dossel das árvores, por ser uma floresta perenefoliar e também por

apresentar uma ecologia que se reside nos ambientes ombrófilos – relacionada com

os índices termo-pluviométricos mais elevados das regiões litorâneas. Devido à

precipitação bem distribuída durante todo o ano, a floresta praticamente não tem

períodos de seca. Essa formação vegetal estende-se do Ceará ao Rio Grande do Sul,

localizada principalmente nas encostas da Serra do Mar, da Serra Geral e em ilhas

situadas no litoral entre os Estados do Paraná e do Rio de Janeiro (RBMA, 2010).

Floresta Ombrófila Mista conhecida como Mata de Araucária, é caracterizada por

apresentar dois estratos, um estrato superior com a presença dominante da

Araucária angustifólia e um estrato inferior constituído por árvores e arbustos mais

baixos pertencentes em sua maioria a família das Mirtáceas. O estrato superior

forma uma cobertura característica, dando a impressão de tratar-se de uma formação

uniestratificado. Mais sob a cobertura das copas das araucárias encontram-se outras

espécies de árvores, arbustos, ervas e epífitas, que variam em número e porte

dependendo do local e do estágio de desenvolvimento da comunidade em questão.

Está floresta estende-se principalmente aos Estados do Rio Grande do Sul, Santa

Catarina e Paraná, e em pequenos fragmentos, nas partes mais elevadas de São

Paulo, Rio de Janeiro e no sul de Minas Gerais (Biodiversidade RS, 2010).

Entre as formações vegetais do Domínio da Mata Atlântica encontramos as

chamadas zonas de tensão ecológicas ou ecótonos, que são formações

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fitogeográficas com estruturas fisionômicas indiferenciadas, onde as vegetações de

duas ou mais regiões se interpenetram. De modo geral, há uma gradual mudança

fitofisionômica e florística evidenciada pelo distanciamento entre essas áreas e pelos

diversos tipos de encraves, que caracterizam as faixas de contato inter-regionais

(Veloso, 1991).

Tabela 2. Fisionomias vegetais inseridas no Domínio da Mata Atlântica, conforme CONAMA 1992.

Fitofisionomias (1) Extensão em Km2 (2) Porcentagem (3) 1-Formações Florestais 1.041.998 79,76 1.2- Ombrófila Densa 218.790 16,75 1.3- Ombrófila Aberta 18.740 1,43 1.4- Ombrófila Mista 168.916 12,93 1.5- Estacional Semidecidual 486.500 37,23 1.6- Estacional Decidual 149.052 11,41 2- Zonas de Tensão Ecológica 157.747 12,07 3- Encraves 65.468 5,01 4- Refúgio Ecológico 103 0,01 5- Formações Pioneiras 41.105 3,15 TOTAL DMA 1.306.421 100,00 (1) Mapa de Vegetação do Brasil, 1993 (2) ISA, 1999 (3) Sobre a área total do DMA Fonte: Modificado a partir de Reserva da Biosfera da Mata Atlântica / Anuário Mata Atlântica

A abundância de espécies na Mata Atlântica é tão expressiva que os dois

maiores recordes de variedade para vegetais lenhosos foram catalogados nesse

bioma. Com 454 espécies em uma área de 10.000 m2 no sul do Estado da Bahia e

476 espécies numa região serrana do Espírito Santo, também com 10.000 m2.

Estudos indicam que o bioma ainda abriga variadas formas de vida como: 261

espécies de mamíferos – sendo que 28% são endêmicas, 340 espécies de anfíbios –

74% endêmicos, 192 de répteis – 31% endêmicos, e 1.020 espécies de aves – sendo

18% encontradas só neste bioma, além de conter aproximadamente 20.000 espécies

de plantas vasculares, das quais 10.000 estão restritas ao bioma. Os primatas, por

exemplo, é um grupo onde mais de 66% das espécies são endêmicas.

A biota da floresta é composta tanto por espécie mais antigas (Pré-Plioceno,

compreendidas entre 5 milhões e 332 mil e 1 milhão e 806 mil anos atrás) quanto

novas (Plioceno, compreendida entre 1 milhão e 806 mil e 11 mil e 500 anos atrás)

datadas do período Neogeno, distribuídas em pelo menos cinco centros de

endemismo e duas áreas de transição. Esses centros de endemismo podem ser

constatados com base na distribuição das plantas e dos vertebrados terrestres (Silva

& Casteletti, 2003; Silva et al, 2004).

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O solo geralmente é bastante raso, sempre úmido e extremamente pobre em

nutrientes e minerais. Recebendo uma iluminação bem reduzida, devido à absorção

dos raios solares pelo estrato arbóreo da copa das árvores. A umidade e a presença

de grande quantidade de matéria orgânica constituída principalmente pela

serrapilheira tornam o solo favorável à ação de microrganismos decompositores

como os fungos e bactérias, que possibilitam o reaproveitamento desse material

pelas raízes dos vegetais. A vegetação de grande porte, apensar do solo ser raso,

consegue sustentar-se porque possuem raízes tabulares e raízes escora, paralelas ao

solo, formando uma espécie de "manta de raízes", devido o emaranhamento que as

mesma se encontram.

O número de espécies e o grau de endemismo da fauna e da flora para o

Domínio da Mata Atlântica variam de trabalho para trabalho. Devido à grande

dificuldade que os autores encontram em definir a real área de abrangência da

floresta, pelas diferentes metodologias aplicadas aos estudos e, pela incerteza a

respeito da taxonomia e distribuição dos espécimes.

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AS BACIAS HIDROGRÁFICAS E O AQÜÍFERO GUARANI NO DOMÍNIO

DA MATA ATLÂNTICA

A Mata Atlântica também apresenta um papel de grande importância para a

manutenção dos recursos hídricos disponíveis nos principais Estados brasileiros,

cobrindo sete das nove maiores bacias hidrográficas do país (Figura 4).

Figura 4. Bacias e Micro Bacias Hidrográficas na Mata Atlântica e seu Domínio. Fonte: Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - Anuário Mata Atlântica. Fonte: Portal da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. 1. Rios Litorâneos do Extremo Sul da Mata Atlântica (Bacia dos Rios Araranguá, Mapituba e Tramandaí) 2. Rios Litorâneos de Santa Catarina 3. Rios Litorâneos do Paraná 4. Bacia Hidrográfica do Rio Ribeira de Iguape 5. Rios Litorâneos do Norte de São Paulo e Baía de Ilha Grande 6. Rios Litorâneos do Rio de Janeiro 7. Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul 8. Rios Litorâneos do Espírito Santo entre a Foz do Rio Paraíba do Sul e Rio Doce 9. Bacia Hidrográfica do Rio Doce 10. Rios Litorâneos entre a Foz do Rio Doce e do Rio Jequitinhonha 11. Bacia Hidrográfica do Rio Jequitinhonha

12. Bacia Hidrográfica do Rio Pardo 13. Bacia Hidrográfica do Rio de Contas e Adjacentes 14. Bacia Hidrográfica do Rio Paraguaçu 15. Rios Litorâneos entre a Foz do Rio Paraguaçu e do Rio São Francisco 16. Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco 17. Rios Litorâneos do Nordeste Oriental 18. Bacia Hidrográfica do Rio Paraná Superior (Alto Paraná) 19. Bacia Hidrográfica do Rio Iguaçu 20. Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai Superior 21. Bacia Hidrográfica do Rio Uruguai Médio 22. Bacia Hidrográfica da Laguna dos Patos

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18

A floresta é fundamental para os processos de manutenção dos recursos

hídricos, assegurando a quantidade e qualidade necessária de água potável para mais

de 120 milhões de brasileiros em cerca de 3400 municípios, e para os mais diversos

setores da economia nacional como a agricultura, a pesca, a indústria, o turismo e a

geração de energia.

Os ecossistemas aquáticos na Mata Atlântica, como os rios e lagos,

protegem uma riquíssima diversidade de espécies, mas a maioria desses

ecossistemas se encontram ameaçados devido as fortes pressões que as ações

humanas vem provocam ao longo dos anos. Como exemplos de ameaças que esses

ecossistemas vêm sofrendo, podemos citar: a poluição; assoreamento;

desmatamento das Áreas de Preservação Permanente, como as matas ciliares; e as

represas feitas sem os devidos cuidados ambientais. Estudos e levantamento feitos

em 10% da região da Planície de Inundação do Alto Rio Paraná (526.000 km2 -

0,4% do bioma Mata Atlântica), que é uma área de proteção ambiental no Estado do

Paraná, foram encontrados 50% das espécies de peixes e 6% dos anfíbios

registrados para todo o bioma e 58% dos anelídeos, 50% dos rotíferos e 8% das

algas registrados para o Brasil (Agostinho et al., 2005).

O Aqüífero Guarani é considerado o maior reservatório subterrâneo de água

doce do planeta. Sua ampla área abrange significativamente o Domínio da Mata

Atlântica, o aqüífero se estende da Bacia do Rio Paraná até a Bacia do Paraguai-

Paraná, estendendo-se das coordenadas 14°S a 35°S até 47°W a 60°W (Figura 5)

(Facetti, 2005).

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19

Figura 5. Distribuição geográfica do Aqüífero Guarani em relação ao Hotspot Mata Atlântica. Fonte: State of the Hotspots - Mata Atlântica: Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas.

Com 1,1 milhões de Km2, sendo que 770.000 Km2 estão em território

brasileiro, o Aqüífero ainda abrange mais três Países, a Argentina, o Paraguai e o

Uruguai com 220.000 Km2 – 80.000 Km2 – 60.000 Km2 respectivamente. A

profundidade no Aqüífero pode variar de poucos metros até quase 1.000 metros e

um volume de água na ordem de 45.000 Km3 (Gastmans & Chang, 2005).

A utilização de suas águas de modo consciente e sustentável com a

conservação das condições que garantem a qualidade da água são os principais

fatores que estão ligados a proteção do Aqüífero. Pelo fato da Mata Atlântica estar

sobre esse imenso manancial subterrâneo o último fator deve está intimamente

ligado à preservação da floresta. A proteção, tanto das florestas como das águas na

Mata Atlântica deve ser realizada com urgência, através de políticas e mecanismos

de gestão integrada, além de mecanismos institucionais apropriados. A perda das

últimas áreas remanescentes da Mata Atlântica pode desenvolver uma série de

fenômenos físicos, químicos e biológicos que, em última instancia, alterariam a

capacidade de infiltração dos solos, o tempo necessário para a renovação da água e,

ainda, a qualidade da água do Aqüífero. Podendo ocorrer um grande desequilíbrio

nos ecossistemas acima dele (Facetti, 2005).

Page 20: MATA ATLÂNTICA - Universidade Metodista

20

HISTORIA – COLONIZAÇÃO E A DEVASTAÇÃO DA MATA

ATLÂNTICA

A Mata Atlântica foi intensamente devastada pelas ações do homem desde o

período colonial em razão de sua localização. Estudos recentes apontam que restam

hoje entre 11 a 16% de sua vegetação original. A maior parte dos remanescentes

florestais deste bioma encontra-se na forma de pequenos fragmentos aleatoriamente

distribuídos (Viana, 1995) e biologicamente empobrecidos, cuja restauração poderia

levar centenas de anos. Seus principais remanescentes se encontram concentrados

nos Estados das regiões Sul e Sudeste - área hoje habitada por 120 milhões de

pessoas - 80% da população do Brasil, recobrindo grande parte da Serra do Mar e da

Serra da Mantiqueira, onde o processo de ocupação foi dificultado pelo relevo

acidentado e pouca infra-estrutura de transporte. Hoje, a maior parte da área

litorânea que já foi ocupada pela Mata Atlântica concentra-se as maiores cidades e

pólos industriais responsáveis por grande parte da economia gerada no País

(Ministério do Meio Ambiente, 2002).

No começo do século XVI quando os portugueses chegaram ao literal

brasileiro, se surpreenderam ao encontrarem a Mata Atlântica. A beleza majestosa e

a abundante riqueza que a floresta apresentava, mexeram profundamente com a

concepção dos europeus e contribuiu para criar uma imagem de terra paradisíaca,

onde os recursos naturais pareciam abundantes quase que inesgotáveis e, por mais

de 500 anos a Mata Atlântica propiciou e vem propiciando lucro fácil ao homem.

A Mata Atlântica vem sofrendo transformações de sua paisagem desde o

inicio de sua colonização, onde o homem é o principal responsável por essas

alterações. Os colonizadores converteram grandes áreas de florestas naturais para

outros usos, cujo resultado final pode ser observado pelo domínio do homem em

áreas onde antes só havia floresta. O alto grau de interferência na Mata Atlântica

devido à ocupação dos primeiros espaços territoriais próximos à região costeira até

tempos mais recentes com muitas matérias-primas sendo exploradas através de

diferentes ciclos econômicos e com eles vieram diferentes impactos. Entre os ciclos

vivenciados pela Floresta Atlântica podemos destacar: Ciclo do Pau-Brasil (século

XVI), Ciclo do Couro (século XVI - ), Ciclo da Cana-de-Açúcar (séculos XVI-

XVIII), Ciclo da Pecuária (séculos XVI-XIX), Ciclo da Mineração (1709-1789),

Agricultura e Industrialização (1822-1889), Ciclo do Café (1800-1930) e o Ciclo da

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Soja (1970 -). A exploração do Pau-Brasil (Caesalpinia sp.), por exemplo, durou

mais de três séculos de extração predatória sem que sequer o processamento da

madeira para extração do corante tivesse sido desenvolvido na colônia, agregando

algum valor ao produto. Estes ciclos econômicos juntamente com a ocupação

desordenada dos centros urbanos são alguns dos principais fatores que contribuíram

e que ainda contribuem para a devastação da Mata Atlântica. A dinâmica da

destruição foi mais acentuada durante as últimas três décadas, resultando em

alterações severas para os ecossistemas que compõem o bioma, especialmente pela

alta fragmentação do habitat e perda de sua biodiversidade. Muitas espécies vegetais

como o Pau-Brasil, o Cedro e a Araucária foram quase extintas devido sua

superexploração, o que acarretou uma grande perda de hectares da floresta. Pois

essas árvores eram e ainda são consideradas madeiras de alto valor econômico,

essas e outras madeiras foram empregadas em diversas atividades desde o período

colonial, da construção de navios a extração de essências para perfumes. Mas a

exploração da madeira na Mata Atlântica teve uma grande importância econômica

para o Brasil até muito recentemente (Dreyer, 2003). Segundo dados do IBGE a

Mata Atlântica era responsável por grande parte das madeiras em toras

comercializadas no País. Em meados de 1970 a floresta ainda contribuía com 47%

de toda a produção de madeira em tora no Brasil, com um total de 15 milhões de m3.

Produção radicalmente reduzida para menos de 7,9 milhões de m3 em 1988, dado o

esgotamento dos recursos devido à exploração não sustentável. Hoje, no entanto, a

indústria conta com a exploração em larga escala de madeira da Floresta Amazônica

ou de plantações de espécies exóticas de Pinheiros e Eucaliptos. Entre 1985 e 1990

foram cortadas na Mata Atlântica 1.200.000.000 de árvores (Centro Ecológico,

2005).

De 2005 a 2008 a Mata Atlântica perdeu mais de 102.938 hectares, o

equivalente a dois terços da cidade de São Paulo, de acordo com o levantamento do

Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica &

INPE, 2008). A destruição da Mata expressa e sintetiza todo o processo de

desenvolvimento econômico predatório no Brasil. Os dados do levantamento

mostram que o desmatamento é expressivo, contrariando a queda na taxa observada

entre 2000-2005.

O levantamento do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica

renova os dados de 10 dos 17 Estados que possuem a Mata Atlântica em seu

domínio: Bahia, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de

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Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Mostrando os Estados que mais

contribuem para esse crescente desmatamento que são: Minas Gerais, Santa

Catarina e Bahia, que perderam nos últimos três anos, 32.728 ha, 25.953 ha e 24.148

ha, respectivamente. Atrás destes Estados se encontram o Estado do Paraná, Rio

Grande do Sul, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Rio de Janeiro, Goiás e Espírito

Santo (SOS Mata Atlântica & INPE, 2008).

Em Minas Gerais a floresta possuía, originalmente, 27.235.854 ha de Mata

Atlântica, que se estendiam por 46% de seu território. Pelo levantamento, restam

apenas 9,6% de floresta. Já em Santa Catarina, que está completamente inserido no

bioma, tem 23,2% de floresta, e a Bahia, com 33% do território na Mata Atlântica,

tem hoje apenas 8,8% de floresta. (INPE, 2008).

Além da exploração dos recursos naturais da Mata Atlântica, as

monoculturas são um outro problema que contribuiu em grande parte para o

agravamento do desmatamento da floresta. Nos séculos XVI e XVII, os

responsáveis por destruir enormes extensões de terras foram a Cana-de-Açúcar e o

Café, que necessitavam cada vez mais de grandes áreas, devido o crescimento

econômico da época e, hoje podemos destacar o plantio da Soja como o principal

vilão das monoculturas (Oliveira, 2009).

Nos dias atuais, a cada ano que passa a soja ganha mais mercado e com isso

exigi cada vez mais território para as expansões agrícolas. Deste modo à soja

continuará a devastar a Mata Atlântica e iniciará uma devastação mais acentuada da

Floresta Amazônica por já ter invadido suas fronteiras.

Se por um lado não restam dúvidas de que a Mata Atlântica é o bioma que

mais sofreu modificações desde o período colonial brasileiro, com efeitos

irreversíveis sobre a biodiversidade, a sua abrangência também coincide com os

locais de maior concentração do conhecimento científico do país. Assim, fazem-se

também prioritárias a criação e estruturação de novos centros difusores de

conhecimento, distribuídos de maneira mais uniforme nas demais regiões

brasileiras.

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AS ESPÉCIES AMEAÇADAS DA MATA ATLÂNTICA

O Brasil abriga cinco importantes biomas e o maior sistema fluvial do

planeta, e apresenta uma das mais ricas biotas continental do mundo. Estudos

mostram que o Brasil abriga 13% de toda biota mundial (Lewinsohn & Prado,

2006), o que lhe rendeu o titulo de país Megadiverso. Mas os números relativos à

perda de seu patrimônio natural também chama a atenção. A Mata Atlântica é a

floresta mais alterada entre os grandes biomas do país; seguido de perto pelo

Cerrado, que perde cada vez mais espaço para a soja e, mais recentemente, para a

cana-de-açúcar; e a Amazônia que perde áreas do tamanho de campos de futebol a

cada hora, devido sua superexploração.

Um dos principais fatores que contribui para a perda de grandes áreas e, por

conseqüência, de espécies – muitas exclusivas da Mata Atlântica e seus

ecossistemas associados, deriva do modelo econômico e de ocupação territorial.

Apesar das discordâncias em relação aos números das espécies ameaçadas de

extinção no Domínio da Mata Atlântica, os números não são nada confortáveis,

entre centenas ou milhares de vezes acima do que é registrado na história natural dos

processos de extinção.

As espécies ameaçadas de extinção no Brasil não estão homogeneamente

distribuídas no território nacional (Tabela 3). A Mata Atlântica e o Cerrado são os

dois maiores Hotspots brasileiros e, juntos respondem por 72% das espécies

ameaçadas que estão descritas no Livro vermelho, totalizando cerca de 458 táxons.

Devido ao grande número de espécies endêmicas e a acentuada devastação e

fragmentação florestal fazem da Mata Atlântica a campeã em número de espécies

com alto risco de extinção (Machado, 2008).

A partir da tabela 3 podemos observar que no Brasil a concentração de

espécies ameaçadas se dá principalmente nos limites da Mata Atlântica. Neste

bioma, algumas regiões se destacam, como: a região serrana do Espírito Santo e a

Serra do Mar, do Estado do Rio de Janeiro até o norte de Santa Catarina; a Mata

Atlântica do Sul da Bahia; o Centro de Endemismo de Pernambuco, nos Estados de

Pernambuco e Alagoas.

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Tabela 3. Número de espécies ameaçadas em cada bioma por categoria de ameaça. Legenda: EX – Extinta; EW – Extinta na natureza; CR – Criticamente em Perigo; EN – Em Perigo; VU – Vulnerável. Fonte: Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção.

Número de espécies ameaçadas em cada bioma por categoria de ameaça

Biomas

Categorias de Ameaças Total

EX EW CR EN VU Brasil 7 2 125 163 330 627 Mata Atlântica 5 1 83 103 188 380 (60,6%) Cerrado 2 - 13 22 74 111 (17,7%) Marinho - - 10 20 56 86 (13,7%) Campos Sulinos - - 11 16 33 60 (9,5%) Amazônia 1 - 9 14 33 57 (9,1%) Caatinga - 1 10 6 26 43 (6,8%) Pantanal 1 - 2 3 24 30 (4,7%)

Apesar da legislação existente para proteger e preservar a Mata Atlântica e

sua diversidade biológica, a perda e a fragmentação dos hábitats, agravadas pelas

atividades antrópicas, como: a caça, a extração de produtos florestais e pela

conversão das florestas em terras cultivadas, não diminuíram (Machado, 20008).

Hoje, estima-se que pelo menos 510 espécies de plantas, aves, mamíferos, répteis e

anfíbios da Mata Atlântica estão oficialmente ameaçadas de extinção. Algumas

estão ameaçadas apenas no bioma, outras em todo o Brasil e outras em nível global

(Tabela 4). Além disso, centenas de outras espécies também estão ameaçadas em

partes específicas da Mata Atlântica. (Ministério do Meio Ambiente, 2002).

Tabela 4. Número total de espécies, espécies endêmicas e espécies ameaçadas de grupos selecionados da Mata Atlântica do Brasil. Fonte: State of the Hotspots - Mata Atlântica: Biodiversidade, Ameaças e Perspectivas.

Número total de espécies, espécies endêmicas e espécies ameaçadas de grupos

selecionados da Mata Atlântica do Brasil

Taxa

Número total de espécies

Espécies endemis

mo

% de

endemismo

Espécie

s ameaça

das

% de espécies ameaça

das

Espécies ameaçadas em escala regional

Árvores e arbustos

20.000 8.000 40,00 367 1,84 151

Aves 849 188 22,14 104 12,25 362 Mamíferos 250 55 22,00 35 14,00 113 Répteis 197 60 30,46 3 1,52 18 Anfíbios 340 90 26,47 1 0,29 16

Page 25: MATA ATLÂNTICA - Universidade Metodista

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PROJETOS E PROGRAMAS DE INCENTIVO A CONSERVAÇÃO DA MATA ATLÂNTICA BRASILEIRA

Uma das melhores formas encontradas por muitos países para garantir a

proteção da diversidade de seres vivos e de seus hábitats, foram à criação das

Unidades de Conservação, que são consideradas a melhor estratégia a ser adotada

para preservar. Embora as ações para a criação das unidades de conservação tenham

sido altamente positivas, as grandes áreas a serem preservadas e a falta de

informações sobre as poucas áreas protegidas enfatiza a necessidade imediata de

adotar ações voltadas para áreas prioritárias, estipuladas a partir de estudos técnico-

cientificos. Áreas não só da Mata Atlântica, mas de todos os outros biomas.

Está parte do trabalho tem como objetivo, expor alguns dos principais

projetos e programas de incentivo a conservação da biodiversidade da Mata

Atlântica. Iniciativas que são desenvolvidas a partir de políticas públicas com a

ajuda de Organizações não governamentais, que por conseqüência resultam em

importantes aprendizado e inovações estratégicas para a conservação do bioma.

A partir da degradação ambiental observada no Brasil, foram criados em

1934 mecanismos legais voltados para a conservação – Código Florestal Brasileiro,

mas era insuficientemente satisfatório. Publicado em 1934 e editado novamente em

1965, o código florestal já definia uma área mínima das matas nativas a serem

protegidas. Mas só em 1988, com a nova Constituição Federal, que a conservação

da biodiversidade passou a ser de competência da União, dos Estados e dos

Municípios.

Na Mata Atlântica brasileira nos últimos 40 anos foram criadas mais de 600

novas áreas de proteção, sendo uma das regiões com o maior número de Unidades

de Conservação de Proteção Integral - entre Parques, Reservas Biológicas, Estações

Ecológicas entre outras. Apesar de grande, este número é insuficiente, pois as

Unidades de Conservação são pequenas e a floresta passou e vem passado por alto

grau de devastação. Mas esse crescimento no número de áreas protegidas representa

o início de uma caminhada importante para a preservação do bioma.

Pessoal mal preparado e a falto de investimentos dos órgãos governamentais

dificultam e limitam seriamente os trabalhos realizados nas Unidades de

Conservação. Além disso, muito dos fragmentos de Mata Atlântica que restam para

se preservar se encontram em propriedades privadas. Isso pode permitir o

Page 26: MATA ATLÂNTICA - Universidade Metodista

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estabelecimento de uma ampla rede reconhecida como indispensável na proteção da

biodiversidade da floresta.

Podendo ser criada voluntariamente e em perpetuidade nas propriedades

privadas, as RPPNs - Reservas Particulares do Patrimônio Natural – são uma

categoria de Unidade de Conservação reconhecidas pela atual legislação ambiental

brasileira. Na Mata Atlântica existem atualmente cerca de 565 destas reservas, que

juntas cobrem uma área de aproximadamente 16 mil hectares (Fundação SOS Mata

Atlântica, 2009). O número das RPPNs vem aumentando e muitas são importantes

para a preservação e proteção de espécies ameaçadas, como exemplo podemos citar

a RPPN Frei Caneca em Pernambuco, responsável por proteger populações de

limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi) que aparece no Livro Vermelho como

espécie criticamente ameaçada. A partir daí notamos a grande importância das

RPPNs para a conservação da biodiversidade brasileira, pois, juntas contribuem para

uma rápida ampliação das áreas protegidas no país e possibilitam a participação da

iniciativa privada no esforço nacional de conservação, auxiliando os órgãos públicos

nesta difícil tarefa de preservar a vida.

Uma outra forma auspiciosa que os Governantes encontraram para preservar

não só a Mata Atlântica mais também os outros biomas, é a compensação fiscal,

através do chamado ICMS Ecológico, calculado com base nas áreas sob proteção

oficial declarada pelos Estados e Municípios. Este instrumento busca um modelo de

gestão ambiental integrado, objetivando principalmente a conservação da

biodiversidade e visando a diminuição da poluição produzida pelos esgotos

domésticos e lixo dos municípios. O Estado do Paraná foi o primeiro a adotar este

modelo de gestão em 1991 e, desde então os números de áreas sob proteção oficial

aumentaram no Estado e contribuiu para a melhoria na qualidade da conservação

dos parques municipais, estaduais e das RPPN e, incentivou a criação e manutenção

de outras Unidades de Conservação.

Lançado no ano de 1996 pelo Ministério do Meio Ambiente em parceria

com o Banco Mundial e com o Fundo Global para o Meio Ambiente (Global

Environment Facility), o Programa Nacional de Biodiversidade é um planejamento

para a conservação do bioma. O Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da

Diversidade Biológica Brasileira – Probio – é um importante componente

estratégico do programa, visando priorizar as áreas para a conservação na Mata

Atlântica.

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A implementação do Corredor Central de Biodiversidade, nos Estados do

Espírito Santo e Sul da Bahia, são financiados pelo Banco Mundial em colaboração

com o Ministério do Meio Ambiente, agências ambientais estaduais e ONGs. O

corredor da Bahia, por exemplo, abrange 8.500 Km2 de uma das regiões que detém

os maiores recordes de riqueza em espécies do mundo. As Reservas da Biosfera são

ecossistemas terrestres ou marinhos especialmente protegidos, que tem como

objetivo pesquisar soluções para conciliar a conservação da biodiversidade e ao

mesmo tempo, possibilitar o uso sustentável dos recursos naturais dos biomas. Além

de serem unidades reconhecidas internacionalmente pela United Nations

Educational, Scientific and Cultural Organization (UNESCO) como Patrimônio

Natural de importância mundial, para as atuais e futuras gerações. Entre as 440

reservas declaradas pela UNESCO em 97 países, na Mata Atlântica está à maior

Reserva da Biosfera em área florestal do mundo. A área da Reserva da Biosfera da

Mata Atlântica conta com aproximadamente 35.000.000 hectares cobrindo 15

Estados brasileiros. Na esfera internacional a floresta ainda conta com 4 áreas

reconhecidas como Sítios do Patrimônio Mundial Natural, que estão localizadas na

costa do descobrimento BA/ES; Mata Atlântica do Sudeste SP/PR; Ilhas Atlânticas

Fernando de Noronha/Atol das Rocas e Foz do Iguaçu/PR e 1 Sítio RAMSAR no

Parque Nacional da Lagoa do Peixe /RS (Lino 2002).

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CONCLUSÃO

Apesar de toda a degradação ocorrida na Mata Atlântica nos últimos

séculos, observamos que o desmatamento na floresta vem diminuiu, mas ainda

continua. É preciso que as políticas públicas que incentivam a preservação e a

fiscalização realizada pelos órgãos competentes, atuem de maneira mais eficiente

para que as leis ambientais sejam colocadas em prática e cumpridas, garantindo

assim, a preservação e regeneração da floresta.

Um dos grandes problemas para a conservação deste bioma e de sua vida

selvagem é a fragmentação dos ecossistemas. Os Parques e Reservas da Mata

Atlântica contribuem significamente para a preservação da diversidade biológica do

bioma, mais ainda são necessárias extensas áreas protegidas para que a conservação

se torne expressiva e significativa, de forma a se manter os processos ecológicos e

evolutivos viáveis a longo prazo. Umas das melhores alternativas é a criação de

novas áreas de proteção integral, como as RPPNs que são importantes para a

preservação e proteção de espécies ameaçadas e que estão isoladas de outras

populações. Não podemos esquecer também da importância da Educação Ambiental

que é um instrumento que ajuda a minimizar os problemas socioambientais,

mostrando a população a importância dos diferentes ambientes em que vivemos e a

importância da floresta para nossa sobrevivência.

A Mata Atlântica possui uma grande importância do ponto de vista

ambiental e econômico, sua preservação é primordial. Por isso, viver na Mata

Atlântica é um grande privilégio, mas também uma grande responsabilidade.

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