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Biotecnologia aplicada à Caprinos e Ovinos

Universidade Federal de Pelotas

CDTec - Graduação em Biotecnologia

Disciplina de Biotecnologia Animal

Junho, 2012

Priscila M. M. de Leon Dra., Médica Veterinária

PNDP Biotecnologia/UFPel

• Cabras:

– são dóceis e de fácil manejo;

– pouco exigentes qualitativa e quantitativamente quanto a alimentação;

– extremamente adaptáveis a qualquer clima;

Caprinocultura

• Ordem: Artiodactyla

• Família: Bovidae

• Gênero: Capra

• Espécie: Capra aegagrus

• Foi o primeiro animal domesticado para produzir alimentos (leite e carne) – 7.000 a.c. no Oriente Médio;

• Rebanho caprino mundial tem cerca de 880 milhões de cabeças;

• Forte concentração nos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento (mais de 90% do total);

• As raças de caprinos mais criadas:

1 – Carne: Boer e Anglonubiana

2 – Leite: Sannen e Alpina

3 – Mista: Anglonubiana e Mambrina

• No Brasil: a criação de caprinos tem oscilado bastante nos últimos 25 anos;

Caprinocultura no Brasil

Grande destaque são os laticínios;

• O leite de cabra tem:

– 20% mais cálcio e até 30% menos colesterol que o leite de vaca;

– Menor teor de açúcar e teores semelhantes de proteínas e vitaminas;

– mais digestivo, pois leva cerca de 40 minutos para ser absorvido, enquanto o leite bovino demora, em média, duas horas;

– Alcalino como o leite materno (leite de vaca é ácido) → substituto ideal do leite humano na lactação infantil;

Caprinocultura de Leite

• Raça ALPINA

₋ Origem: Suiça;

₋ Características Gerais: Raça bastante difundida entre os criadores

₋ brasileiros, apresenta diversos padrões de pelagem;

₋ Aptidão: Animal predominantemente leiteiro;

Caprinocultura de Leite

• Raça SAANEN

₋ Origem: Suiça;

₋ Características Gerais: tem contribuído para a formação e melhoramento de outras raças leiteiras. A sua pelagem é preferencialmente branca;

₋ Aptidão: Animal predominantemente leiteiro;

• A carne se destaca por:

– qualidade nutritiva em virtude dos baixos teores de colesterol, calorias e gorduras de cobertura e intramuscular;

– pelo seu sabor característico, maciez e suculência

* As peles são um subproduto importante da pecuária de corte, podendo representar até 30% do valor comercial da carne; Valorizadas no mercado pela maior elasticidade, resistência e textura apresentadas;

Caprinocultura de Corte

Caprinocultura de Corte

• Raça Anglonubiana

₋ Origem: Inglaterra;

₋ Características Gerais: extremamente rústicas; surgiram do cruzamento com cabras Asiáticas ;

₋ Aptidão: dupla aptidão, produzindo muito bem carne e leite.

• Raça BOER

₋ Origem: África do Sul

₋ Características Gerais: cruzamento de cabras indígenas e européias. O padrão da raça estipula a cor branca, com a cabeça vermelha ou escura. Apresentam estacionalidade reprodutiva.

₋ Aptidão: especializada na produção de carne.

é necessário investir no melhoramento genético das raças, na assistência técnica aos produtores, no cooperativismo, no desenvolvimento da agroindústria e no próprio marketing dos produtos.

Como fazer isso? Com Ciência & Tecnologia, extensão rural, mobilização social, empreendedorismo e políticas públicas;

Desenvolvimento da Caprinocultura

• Brasil é o 15º produtor mundial de leite de cabra;

• No entanto a metade da produção é para o autoconsumo das famílias produtoras (35,7 milhões de litros produzidos x 19,7 milhões de litros vendidos);

• Ovelhas:

– Domesticadas pelo homem para a alimentação, consumo da carne e do leite, e proteção, uso da lã;

– A ovinocultura está presente em todos os continentes;

– Fácil adaptação a diferentes climas, relevos e vegetações;

– Criação ovina está destinada tanto à exploração econômica como à subsistência das famílias de zonas rurais;

Ovinocultura

• Ordem: Artiodactyla

• Família: Bovidae

• Gênero: Ovis

• Espécie: Ovis aries

• Domesticadas pelo homem para a alimentação, consumo da carne e do leite, e proteção, uso da lã;

• Os maiores rebanhos estão distribuídos pelos países pertencentes à Ásia, África e Oceania;

• A China se destaca como sendo o país com maior número de animais, seguido da Austrália, Índia, Irã, Sudão e Nova Zelândia.

• América do Sul rebanhos de raças mistas que produzem lã e carne de qualidade para o mercado internacional;

Austrália e Nova Zelândia são reconhecidos por desenvolverem sistemas de produção de alta produtividade

Suas criações, altamente tecnificadas, visam à produção de carne e lã;

Esses países a controlar o mercado internacional da ovinocultura → desenvolvendo técnicas produtivas e raças especializadas;

Ovinocultura Mundial

• O consumo de carne ovina ainda é limitado em comparação a outros produtos de origem animal;

• O grande desafio da ovinocultura mundial está em elevar o consumo do produto;

O Brasil pode beneficiar-se: o incremento da oferta de animais jovens para abate; fortalecimento da cadeia produtiva através da organização de produtores são desafios a serem alcançados para que o país possa exportar a carne ovina para países de maior consumo;

• O Brasil possui 15,5 milhões de cabeças ovinas distribuídas por todo o país, porém, concentradas em grande número no estado do Rio Grande do Sul e na região nordeste;

Ovinocultura no Brasil

• No Rio Grande do Sul a criação de ovinos é baseada em raças de carne, laneiras e mistas, adaptadas ao clima subtropical, onde se obtém lã e carne;


• No Nordeste os ovinos são de raças deslanadas, adaptadas ao clima tropical, alta rusticidade e produzem carne e peles;

A ovinocultura no nordeste brasileiro cresceu significativamente nos últimos anos;

Introdução de raças especializadas, melhoramento genético e técnicas de manejo propiciaram a elevação da produtividade.

• As principais raças em criação no Brasil são:

– Produção de Carne: Suffolk, Hampshire Down, Ile de France, Texel, Poll Dorset, Santa Inês, Morada Nova e Bergamácia;

– Produção de Lã: Merino Australiano e Ideal;

– Dupla Aptidão: Corriedale, Romney Marsh e Border Leicester;


• As raças laneiras e mistas concentram grande parte do rebanho mundial, o que torna a lã um dos principais produtos derivados da ovinocultura.

• A Austrália apresenta o maior volume de lã produzida;

• A queda na produção de lã está vinculada à grave crise das décadas de 80 a 90 → devido ao inicio da comercialização de tecidos sintéticos;

• A queda do rebanho do RS em meados da década de 1990 (crise internacional da lã e pelo aumento da área cultivada com grãos);

Ovinocultura de Lã

Ovinocultura de Lã

• Raça Ideal

₋ Origem: Austrália;

₋ Características: produtora de lã fina de alto rendimento industrial (finura, comprimento, uniformidade e alto rendimento); cordeiros precoces para o abate;

₋ Aptidão: Lã;

• Raça Merino Australiana

₋ Características: lã de excelente qualidade e elevado valor econômico, destinada à fabricação de tecidos finos;

₋ Adapta-se à altas temperaturas e vegetação pobre, (velo fino e denso = isolante térmico);

₋ Aptidão: Lã;

• A produção de carne se tornou o principal objetivo da ovinocultura;

• Os preços pagos ao produtor elevaram-se na ultima década, tornando a atividade atraente e rentável;

• A industrialização da carne ovina deve ser perseguida;

• Os maiores frigoríficos para abate de ovinos localizam-se no RS (compram matéria prima no mercado interno e comercializam carcaça e/ou kit cordeiro);

Ovinocultura de Corte

• Consumo brasileiro de carne ovina está entre 0,6 – 0,7 kg per capita ano (muito baixo);

• Brasil importa carne ovina do Uruguai (cortes com osso, congelados e resfriados);



• Raça Dorper

₋ Características: ganham peso rápido e apresentam carcaças com maior rendimento;

₋ Seleção em países de clima temperado e sob manejo intensivo;

₋ Aptidão: carne;

• Raça Santa Inês

₋ Características: grande adaptabilidade ao clima tropical brasileiro;

₋ São mais resistentes aos parasitas, aproveitam com grande eficiência as forrageiras menos nobres e suportam muito bem as condições climáticas;

₋ Aptidão: Carne;

• Crescente interesse pela exploração da produção de leite na Ovinocultura (exploração tradicional na Europa);

• Itália é o país de maior produção de leite ovino;

• Roquefort é o queijo ovino mais conhecido;

Ovinocultura de Leite

• Biotecnologia da Reprodução

• Transgênese - Biorreatores

• Clonagem

• Marcadores Moleculares

Biotecnologia em Ovinos e Caprinos

• No Brasil, grande parte dos produtores de caprinos e ovinos utiliza sistemas de criação tradicionais;

• A otimização do sistema produtivo tem como principal limitante a eficiência reprodutiva do rebanho;

• Essa eficiência pode ser incrementada com a adequação e emprego de Biotécnicas de Reprodução Assistida

• A aquisição de animais geneticamente superiores somente faz sentido se biotécnicas de reprodução assistida forem empregadas para permitir a multiplicação acelerada desses animais; – aumentam a seleção diferencial;

– encurtam o intervalo entre gerações;

– maior produção no número de descendentes daqueles animais de elevado mérito genético;

Biotecnologia da Reprodução -Ovinos e Caprinos

• Caprinos e ovinos apresentam :

– Estacionalidade reprodutiva

– Prolificidade

– Período de gestação curto

Cabras e ovelhas são poliéstricas estacionais de dias curtos

• Temporada reprodutivo ocorre no outono;

Sincronização e Indução de Estro em Cabras e Ovelhas;

Inseminação Artificial;

Transferência de Embriões;

Produção in vitro de embriões / Criopreservação de Embriões

Congelamento / Sexagem de Sêmen


• Objetivos:

– Melhoramento Genético

– Incremento da Produção

– Reprodução de Genética de Alta qualidade

– Produção de Fêmeas em rebanhos leiteiros

– Comercialização de Embriões

– Beneficiar Transgênese e Clonagem


• Vantagens:

– uso maximizado de reprodutores,

– sincronização de partos e lotes homogêneos (facilita o manejo sanitário e nutricional)

– programação de acasalamentos

– uso eficiente de inseminação artificial, transferência de embriões e técnicos;

– diminuição do intervalo de partos

– Maior número de partos durante a vida produtiva do animal;


• Produção in vitro de embriões (PIV):

– PIV consiste em se obter um elevado número de embriões a partir de uma única doadora após as etapas de estimulação ovariana, fecundação e coleta/transferência embrionária;

– Limitantes PIV:

• variabilidade da resposta superovulatória;

• procedimentos cirúrgicos para coleta e transferência dos embriões;


• oFSH – origem ovina;

• pFSH – origem porcina


Criopreservação de Embriões - Vitrificação

Coleta de Oócitos – Aspiração Folicular

Maturação in vitro

• Bioreatores: produção de proteínas recombinantes de interesse farmacêutico;

• Animais transgênicos: são gerados por ferramentas da biologia molecular e biotécnicas reprodutivas;

• Animais de produção podem servir como “biofábricas” na produção em larga escala de proteínas expressas nos fluidos corporais.

• Em 2006: aprovada pela Agência Européia de Medicina a produção pioneira da antitrombina humana (Atryn®) pela empresa americana GTC Biotherapeutics em cabras transgênicas como biorreatores;

Transgênese -Ovinos e Caprinos

• No Brasil: nas Universidades Estadual do Ceará (UECE) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) conseguiram as primeiras crias caprinas nascidas no Brasil após microinjeção de uma construção de DNA com Fator Estimulante de Colônias de Granulócitos humano – hG-CSF (Freitas et al., 2003);

• Aplicação da transgênese em caprinos:

– está voltada, sobretudo para produção de medicamentos, particularmente para uso na espécie humana;

– embora haja interesse no aumento de características produtivas, como a produção de leite ou carne;

* Tx de sucesso menor que 1%



O núcleo utilizado foi oriundo de uma célula da glândula mamária de uma ovelha de seis anos denominada Bellinda (raça Finn Dorset)

Doadora do óvulo foi outra ovelha, chamada Fluffy (raça Scottish Blackface);

Receptora foi Lassie (raça Scottish Blackface);

*Para evitar que pudessem ser misturadas características destas três fêmeas, elas eram de raças com características fenotípicas diferentes entre si.

*276 tentativas para ser obtido um animal clonado viável.

Clonagem -Ovinos e Caprinos

• 1997: pesquisadores do Instituto Roslin / Escócia anunciaram a clonagem do primeiro mamífero, a partir de células mamárias de uma ovelha → nascimento da Dolly;

• Princípio da Clonagem, etapas:

– utilização de oócitos como citoplasma receptor após o processo de enucleação;

– reconstruir o embrião e transferi-lo para uma receptora sincronizada;


• Aplicações da Clonagem:

– conhecer a interação núcleo-citoplasma na reprogramação nuclear;

– a transferência nuclear atende a programas de melhoramento genético, pela multiplicação de animais com características genéticas desejáveis;

– ferramenta para uso com técnicas de transgênese a partir da utilização de linhagens celulares que receberam genes específicos;

• Clone caprino (Baguisi et al., 1999);

• Na espécie caprina não foram observados problemas relacionados com placentação, peso ao nascer, distúrbios cárdio-respiratórios, nem de mortalidade peri-natal → o que faz dessa espécie um ótimo modelo para tentarmos entender o mecanismo destas síndromes nas demais espécies clonadas;

• em virtude da reprogramação incompleta e da expressão gênica anormal;


• Variantes no DNA, Biomarcadores, podem proporcionar a informação de:

– Identidade;

– Paternidade;

– Valor Genético;

– Desempenho Individual;

• SNP Chip – Ilumina

• OvineSNP50 DNA Analysis Kit

Biomarcadores -Ovinos e Caprinos

1. Sheep Domestication: Poll

2. Breed and Trait Specific: meat, microphthalmia

Cases Vs Controls

Yellow fat in Perendales

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