FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
MANUAL PARA A ELABORAO DO TRABALHO DE CONCLUSO DE CURSO
(TCC)
2010 Mariana
1
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
SUMRIOCAPTULO 1 O que o TCC?
.................................................................................6
O que uma monografia
...................................................................6
CAPTULO 2 Tipos de PesquisaPesquisa Bibliogrfica
........................................................................................9
Pesquisa Descritiva
............................................................................................
9 Pesquisa Experimental
......................................................................................11
Pesquisa Exploratria
.......................................................................................12
Roteiro para as pesquisas Descritiva e Experimental
.......................12 CAPTULO 3 Metodologia da
PesquisaAbordagem Quantitativa
.................................................................................16
Abordagem Qualitativa
...................................................................................16
CAPTULO 4 As etapas da preparao de uma pesquisaEscolha e
delimitao do tema
.........................................................................20
Seleo de mtodos e tcnicas
.........................................................................22
- Levantamento bibliogrfico
...................................................................23
- Apontamento e anotaes
......................................................................25
Coleta e anlise de dados leitura e processos de leitura -
Pr-leitura
...............................................................................................27
- Leitura seletiva
.......................................................................................27
- Leitura crtica ou reflexiva
.....................................................................28
- Leitura interpretativa
..............................................................................29
Tcnicas de coleta de dados - Entrevista
......................................................................................................31
- Questionrio
.................................................................................................33
2
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
- Formulrio
....................................................................................................34
CAPTULO 5 Como elaborar um projeto de pesquisa?- Ttulo
..............................................................................................................36
- Introduo
.......................................................................................................36
- Objetivos
.........................................................................................................37
- Justificativa
.....................................................................................................37
- Metodologia
....................................................................................................38
- Cronograma
....................................................................................................39
- Oramento
......................................................................................................39
- Referncias
bibliogrficas..............................................................................39
CAPTULO 6 As partes do relatrio da pesquisa
......................................................41 CAPTULO 7
Como elaborar o contedo da MonografiaElementos textuais: contedo do
trabalho.........................................................46
- O uso da linguagem cientfica
.........................................................................47
- Caractersticas da linguagem cientfica
...........................................................48 - Uso
do vocabulrio comum
.............................................................................49
Como elaborar a introduo, o desenvolvimento e a concluso da
Monografia- Introduo
........................................................................................................50
- Desenvolvimento
.............................................................................................53
- Concluso
........................................................................................................57
CAPTULO 8 Elementos de apoio ao texto: Normas da ABNT
...........................61 CAPTULO 9 Exemplo prtico de
Monografia
........................................................95 CAPTULO
10 Informaes
NUPE/FEMAR..............................................................124
3
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 11 Referncias bibliogrficas
........................................................................126
CAPTULO 12 Bibliografia complementar
.......................................................................127
4
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
APRESENTAOEstamos no sculo vinte e um e o mundo tem passado por
mudanas muito rpidas, como jamais vimos. O aumento da tecnologia, a
ampliao cada vez mais crescente dos meios de comunicao, o
surgimento de novas formas de trabalho e de estudo so resultados de
uma gerao que tem buscado cada vez mais a ampliao de seus
conhecimentos. Essas mudanas ocorreram e tm ocorrido porque,
justamente, em algum momento da histria, algum se disps a pesquisar
e a conhecer, para tentar compreender o mundo que o cerca e nele
interferir, contribuindo significativamente para o desenvolvimento
de novos saberes, novas tecnologias, novas formas de ver o mundo e
os fenmenos que nele ocorrem. Sabemos que muitos desses
conhecimentos produzidos e das novas tcnicas desenvolvidas
trouxeram mudanas considerveis para a vida no planeta, assim como
sabemos que tambm houve aqueles que produziram conhecimentos que
resultaram em problemas para a vida na terra. Apesar de haver
pontos negativos, o nosso foco justamente sobre os benefcios que o
conhecimento pode trazer vida em comunidade, ao ambiente de
trabalho, sociedade como um todo. Para proporcionarmos mudanas na
sociedade preciso conhecer e para conhecer preciso pesquisar. O
conhecimento pressupe a pesquisa e justamente a pesquisa como fonte
de conhecimento e de interferncia positiva na sociedade que o nosso
foco. Esse Manual trata justamente da elaborao de pesquisa e,
conseqentemente, da produo de conhecimento que possa ser positivo
para o ambiente de trabalho, para as relaes humanas, para a
sociedade em geral. E nada melhor que o ambiente acadmico para
realizar tal intento, haja vista que na academia que se produz o
maior nmero de pesquisas que tem proporcionado bons resultados
sociedade. Desse modo, na elaborao do seu projeto de pesquisa e na
realizao de sua pesquisa que, voc, prezado aluno, poder contribuir
com a sociedade brasileira, ao compreender a realidade que o cerca
e assim poder propor mudanas e melhorias, pois, afinal, devemos
sempre buscar melhorar o meio que nos cerca e aprimorar nossa viso
sobre ele. Esperamos que esse Manual possa contribuir enormemente
para a produo de conhecimentos, que sero teis para a academia
enquanto produtora de conhecimentos, mas, principalmente, para a
nossa sociedade, que necessita de pessoas capacitadas e com
competncia para analis-la, compreend-la e proporcionar mudanas
significativas. Juara Moreira Teixeira
5
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 1I O QUE O TCC?O Trabalho de Concluso de Curso (TCC)
requisito necessrio para a obteno do ttulo de Bacharel em
Administrao e consiste na elaborao de uma Monografia, resultante de
uma pesquisa de carter cientfico, que verse sobre algum tema
estudado por voc durante a graduao e/ou de uma observao surgida
durante o seu perodo de estgio. Por ser uma Monografia, esta deve
obedecer a algumas regras institudas quanto sua elaborao.
Entretanto, antes de elaborar a Monografia propriamente dita que
ser entregue no 8 perodo , voc dever apresentar um Projeto ou Plano
de trabalho no 7 perodo indicando qual o tema que voc objetiva
pesquisar, de onde surgiu esse tema, o que ele apresenta de novo em
relao bibliografia existente, qual a relevncia do estudo desse tema
para a rea da Administrao, qual o procedimento de pesquisa, quais
dados sero analisados, a qual objetivo se pretende chegar, entre
outras questes que sero explicadas com mais profundidade ao longo
desse Manual.
II O QUE UMA MONOGRAFIA?De acordo com Oliveira (1999), a palavra
Monografia, em sua origem, significa trabalho escrito sobre um nico
tema(p.235). Isso quer dizer que, ao elaborar uma Monografia,
torna-se necessrio delimitar um determinado tema com o qual se
deseja trabalhar. Oliveira (1999) afirma que uma pesquisa sobre a
caracterizao dos escritos cientficos mostra que Salvador (1977: 32)
apresenta a conceituao de Monografia segundo alguns autores: A
monografia um estudo cientfico de uma questo bem determinada e
limitada, realizado com profundidade e de forma exaustiva. (Rafael
Farina)
6
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
um trabalho sistemtico e completo sobre um assunto particular,
usualmente pormenorizado no tratamento, mas no extenso no alcance.
(American Library Association) Pelos trechos citados acima podemos
concluir, de modo simplificado, que a monografia o resultado de uma
pesquisa sobre um determinado tema. Esse tema dever ser pesquisado
exaustivamente, a fim de saber se j foi dito algo sobre ele, quais
posicionamentos que existem a respeito do assunto, quais dados
podem auxiliar na confirmao de sua hiptese. Tambm um trabalho
sistemtico, isto , um trabalho bem organizado, com suas partes
interdependentes, que exige um roteiro para ser seguido passo a
passo at a concluso da pesquisa. Para realizar tal feito no
necessrio um tratado enorme sobre o tema escolhido, mas apenas o
necessrio que mostre que a pesquisa bem feita, fruto de um trabalho
cuidadoso de coleta e anlise de dados relevantes. exatamente por
isso que foi dito na citao acima que a monografia no um trabalho
extenso no alcance. Portanto, no se deve confundir uma pesquisa bem
organizada, que segue todo um planejamento prvio e que faz uma
anlise cientfica cuidadosa, com uma extenso desregrada, usada
apenas para embromar o avaliador do trabalho. A seguir, so expostas
algumas consideraes feitas por Oliveira (1999) sobre a elaborao de
uma monografia:A - a monografia no : - repetir o que j foi dito por
outro, sem se apresentar nada de novo ou em relao ao enfoque, ao
desenvolvimento ou s concluses; - responder a uma espcie de
questionrio; no executar um trabalho semelhante ao que se faz em um
exame ou deveres escolares; - manifestar meras opinies pessoais,
sem fundament-las com dados comprobatrios logicamente
correlacionados e embasados em raciocnio; - expor idias demasiado
abstratas, alheias tanto aos pensamentos, preocupaes, conhecimentos
ou desejos pessoais do autor da monografia como de sua particular
maturidade psicolgica e intelectual; - manifestar uma erudio
livresca, citando frases irrelevantes, no pertinentes e
mal-assimiladas, ou desenvolver perfrases sem contedo ou
distanciadas da particular experincia de cada caso. B - a
monografia : - um trabalho que observa e acumula observaes; -
organiza essas informaes e observaes; - procura as relaes e
regularidades que podem haver entre elas; - indaga sobre os seus
porqus; - utiliza de forma inteligente as leituras e experincias
para comprovao; - comunica aos demais seus resultados.
7
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
C - as afirmaes cientficas componentes de uma monografia: -
expressam uma descoberta verdadeira; - apresentam provas. Para
muitos, a comprovao que distingue o cientfico daquele que no . Em
conseqncia, pode-se afirmar que a maior arte de uma investigao
cientfica consiste na procura de provas conclusivas; - pretendem
ser objetivas, ou seja, independentes do pesquisador que as
apresenta: qualquer outro investigador deve poder encontrar o mesmo
resultado, isto , verificar as informaes ou, com o seu trabalho,
refut-las ou modific-las; - possuem uma formulao geral. A cincia
procura, classifica e relaciona fatos ou fenmenos com a inteno de
encontrar os princpios gerais que os governam; - so, geralmente,
sistemticas, portanto ordenadas segundo princpios lgicos; - expe
interpretaes e relaes entre os fatos-fenmenos assim como suas
regularidades. (p.237-238)
Para proceder elaborao de sua monografia voc precisa escolher um
determinado assunto (tema) que ser objeto de sua pesquisa. Tanto a
escolha do tema quanto o planejamento e a elaborao da pesquisa
devero seguir alguns passos, como os explicitados a seguir,
compilados de Marconi e Lakatos (2003) e Oliveira (1999).
8
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 21 TIPOS DE PESQUISA11.1 - Pesquisa Bibliogrfica
Voc tem um problema a ser investigado (que o tema da sua
pesquisa) e, para investigar e encontrar respostas para esse
problema, voc precisar de referncias tericas publicadas em artigos,
livros, dissertaes e teses, que sero a sua pesquisa bibliogrfica. A
pesquisa bibliogrfica pode ser realizada independentemente ou como
parte da pesquisa descritiva ou experimental. Em ambos os casos,
voc ir pesquisar todo o material disponvel que d contribuio para o
assunto, tema ou problema do qual voc est tratando. Todo o
procedimento da pesquisa bibliogrfica est descrito no item
Levantamento bibliogrfico.
1.2 - Pesquisa Descritiva
A pesquisa descritiva observa, analisa e correlaciona fatos ou
fenmenos (variveis) sem manipul-los. Procura descobrir, com a maior
preciso possvel, a freqncia com que um fenmeno ocorre, sua relao e
conexo com outros, sua natureza e suas caractersticas. Busca
conhecer as diversas situaes e relaes que ocorrem na vida social,
poltica e demais aspectos do comportamento humano, tanto do
indivduo tomado isoladamente como de grupos e comunidades mais
complexas. A pesquisa descritiva desenvolve-se, principalmente, nas
cincias humanas e sociais, abordando aqueles dados e problemas que
merecem ser estudados, mas cujo registro no consta de documentos.
Os dados, por ocorrerem em seu hbitat natural,
1
Texto retirado na ntegra de CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.;
DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson
Prentice Hall, 2006.p. 60-64.
9
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
precisam ser coletados e registrados ordenadamente para seu
estudo propriamente dito. A pesquisa descritiva pode assumir
diversas formas, entre as quais se destacam:
a) Estudos descritivos: trata-se do estudo e da descrio das
caractersticas, propriedades ou relaes existentes na comunidade,
grupo ou realidade pesquisada. Os estudos descritivos, assim como
os exploratrios, favorecem, na pesquisa mais ampla e completa, as
tarefas de formulao clara do problema e da hiptese como tentativa
de soluo. Comumente se incluem nesta modalidade os estudos que
visam a identificar as representaes sociais e o perfil de indivduos
e grupos, como tambm os que visam a identificar estruturas, formas,
funes e contedos.
b) Pesquisa de opinio: procura saber atitudes, pontos de vista e
preferncias das pessoas a respeito de algum assunto com o objetivo
de tomar decises. A pesquisa de opinio abrange uma faixa muito
grande de investigaes que visam a identificar falhas ou erros,
descrever procedimentos, descobrir tendncias, reconhecer interesses
e outros comportamentos. Esta modalidade da pesquisa a mais
divulgada pelos meios de comunicao, pois permite tratar de temas do
cotidiano, como intenes de voto, de compra e de consumo; verificar
tendncias de opinio pblica; criar, por meio da manipulao de dados,
opinies contra ou a favor de temas polmicos, como aborto, pena de
morte, reduo da idade penal etc.
c) Pesquisa de motivao: busca saber as razes inconscientes e
ocultas que levam, por exemplo, o consumidor a utilizar determinado
produto ou que determinam certos comportamentos e atitudes.
d) Estudo de caso: a pesquisa sobre determinado indivduo,
famlia, grupo ou comunidade que seja representativo de seu
universo, para examinar aspectos variados de sua vida.
e) Pesquisa documental: so investigados documentos com o
propsito de descrever e comparar usos e costumes, tendncias,
diferenas e outras caractersticas.
10
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
As bases documentais permitem estudar tanto a realidade presente
como o passado, com a pesquisa histrica. Em sntese, a pesquisa
descritiva, em suas diversas formas, trabalha sobre dados ou fatos
colhidos da prpria realidade. A coleta de dados aparece como uma
das tarefas caractersticas da pesquisa descritiva. Para viabilizar
essa importante operao de coleta de dados so utilizados como
principais instrumentos, a observao, a entrevista, o questionrio e
o formulrio. A coleta e o registro de dados, porm, com toda a sua
significao, no constituem, por si ss, uma pesquisa, mas sim tcnicas
especficas para a consecuo dos objetivos da pesquisa. Seja qual for
seu tipo, a pesquisa resulta da execuo de inmeras tarefas, desde a
escolha do assunto at o relatrio final, o que tambm implica a adoo
simultnea e consecutiva de variadas tcnicas em uma pesquisa. 1.3
Pesquisa Experimental
A pesquisa experimental caracteriza-se por manipular diretamente
as variveis relacionadas com o objeto de estudo. Nesse tipo de
pesquisa, a manipulao das variveis proporciona o estudo da relao
entre as causas e os efeitos de determinado fenmeno. Com a criao de
situaes de controle, procura-se evitar a interferncia de variveis
intervenientes. Interfere-se diretamente na realidade,
manipulando-se a varivel independente a fim de observar o que
acontece com a dependente. Enquanto a pesquisa descritiva procura
classificar, explicar e interpretar os fenmenos que ocorrem, a
pesquisa experimental pretende dizer de que modo ou por que o
fenmeno produzido. Para atingir esses resultados, o pesquisador
deve fazer uso de aparelhos e instrumentos que a tcnica moderna
coloca a seu alcance ou de procedimentos apropriados e capazes de
tornar perceptveis as relaes existentes entre as variveis
envolvidas no objeto de estudo. Convm esclarecer que a pesquisa
experimental no se resume a pesquisas realizadas em laboratrio,
assim como a descritiva no se resume a pesquisas de campo. Os
termos de campo e de laboratrio indicam apenas o contexto em que
elas se realizam. Uma pesquisa pode ser experimental tanto em
contexto de campo quanto de
11
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
laboratrio. O mesmo acontece com a descritiva. Pode-se dizer
que, no contexto de laboratrio, realizam-se mais pesquisas de
natureza experimental. 1.4 Pesquisa exploratria
A pesquisa exploratria, designada por alguns autores como
pesquisa quase cientfica ou no cientfica, normalmente o passo
inicial no processo de pesquisa pela experincia e um auxlio que
traz a formulao de hipteses significativas para posteriores
pesquisas. A pesquisa exploratria no requer a elaborao de hipteses
a serem testadas no trabalho, restringindo-se a definir objetivos e
buscar mais informaes sobre determinado assunto de estudo. Tais
estudos tm por objetivo familiarizar-se com o fenmeno ou obter uma
nova percepo dele e descobrir novas idias. A pesquisa exploratria
realiza descries precisas da situao e quer descobrir as relaes
existentes entre seus elementos componentes. Esse tipo de pesquisa
requer um planejamento bastante flexvel para possibilitar a
considerao dos mais diversos aspectos de um problema ou de uma
situao. Recomenda-se a pesquisa exploratria quando h pouco
conhecimento sobre o problema a ser estudado.
2
ROTEIRO
PARA
AS
PESQUISAS
DESCRITIVA
E
EXPERIMENTAL
Obs.: Muitas indicaes presentes nesse roteiro podero ser usadas
na confeco do projeto e na apresentao do relatrio final.
As pesquisas descritiva e experimental, embora percorram as
diversas fases da pesquisa bibliogrfica, apresentam algumas
caractersticas prprias. O roteiro abaixo, que pretende adaptar os
passos das pesquisas descritiva e experimental as fases da pesquisa
bibliogrfica, poder servir de orientao para a execuo de trabalhos
dessa natureza.
12
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
a)
Escolha do tema: deve-se escolher um tema que seja significativo
e adequado ao interesse, ao nvel de formao e s reais condies de
trabalho do pesquisador. Constitui dificuldade adicional para o
estudante pretender trabalhar com temas com os quais no tenha
afinidade ou que no despertem motivao ou interesse.
b)
Delimitao do tema: dentro de um mesmo tema, deve-se selecionar
um tpico para ser estudado e analisado em profundidade, tornando-o
vivel de ser pesquisado. Evite temas amplos que resultem em
trabalhos superficiais.
c)
Justificativa da escolha: o aluno deve mostrar as razes da
preferncia pelo assunto escolhido e sua importncia diante de outros
temas. (No relatrio de pesquisa, os itens descritos acima constam
da introduo.)
d)
Reviso da literatura especializada: a realizao de uma pesquisa
bibliogrfica que visa a identificar, localizar, ler, analisar e
anotar os principais tpicos da literatura especializada sobre a
questo delimitada. Tal estudo preliminar e sinttico trar informaes
sobre a situao atual do problema, sobre os trabalhos j realizados a
respeito e sobre opinies existentes, o que constitui o estado da
arte sobre a questo. Esses conhecimentos prvios auxiliaro o
investigador nos demais passos para o planejamento do projeto de
pesquisa.
e)
Formulao do problema: deve-se redigir, de forma interrogativa,
clara, precisa e objetiva, o tpico que se tornar o objeto de estudo
da pesquisa. O problema levantado deve expressar uma relao entre
duas ou mais variveis. A elaborao clara do problema fruto de reviso
da literatura e de reflexo pessoal.
f)
Enunciado da hiptese: a hiptese, como resposta e explicao
provisria, relaciona as duas ou mais variveis do problema
levantado. A hiptese deve ser testvel e responder ao problema,
ainda que de forma provisria. Nos trabalhos escolares e acadmicos,
conveniente que o nmero de hipteses seja reduzido.
13
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
g)
Amostragem: a pesquisa procura estabelecer generalizaes a partir
de observaes em grupos ou conjuntos de indivduos chamados de
populao ou universo. Populao pode referir-se a um conjunto de
pessoas, de animais ou de objetos que representem a totalidade de
indivduos que possuam as mesmas caractersticas definidas para um
estudo. A pesquisa, porm, feita com uma parte representativa da
populao, denominada amostra, e no com a totalidade dos indivduos.
Amostragem , pois, a coleta de dados de uma parte da populao,
selecionada segundo critrios que garantam sua
representatividade (SELLTIZ, 1976, p.571). h) Instrumentos: no
projeto de pesquisa, devem-se indicar as tcnicas a serem usadas
para a coleta de dados, como a entrevista, o questionrio e o
formulrio, anexando-se ao projeto um modelo do instrumento a ser
utilizado. Quando se tratar de pesquisa experimental, devem ser
descritos os instrumentos e materiais ou as tcnicas a serem usadas.
i) Procedimentos: em pesquisas descritivas faz-se a descrio
detalhada de todos os passos da coleta e do registro dos dados
(quem? quando? onde? como?). Descrevem-se ainda as dificuldades, as
preocupaes, a superviso e o controle. Na pesquisa experimental,
detalhada a forma usada para fazer a observao, a manipulao da
varivel independente, o tipo de experimento, o uso ou no de grupo
de controle e a maneira do registro dos resultados. No relatrio, os
dados so apresentados depois de classificados sob forma descritiva
e, de preferncia, em tabelas, quadros ou grficos. Os dados devem
explicar-se por si mesmos a fim de no exigirem do leitor exames
exaustivos que o obriguem a um grande esforo interpretativo. j)
Anlise dos dados: depois de coletados e tabulados os dados e
expostos em tabelas de forma sinttica, eles devem ser submetidos ou
no, conforme o caso, ao tratamento estatstico. (MARINHO, 1980,
p.66). Todas as informaes reunidas nos passos anteriores devem ser
comparadas entre si e analisadas. A anlise, a partir da classificao
ordenada dos dados, do confronto dos resultados das tabelas e
das
14
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
provas
estatsticas,
quando
empregadas,
procura
verificar
a
comprovao ou no das hipteses de estudo. k) Discusso dos
resultados: a generalizao dos resultados obtidos pela anlise. Na
discusso, o pesquisador deve fazer as inferncias e generalizaes
cabveis, com base nos resultados alcanados. Os resultados tambm
devem ser discutidos e comparados com afirmaes e posies de outros
autores. Finalmente, aspectos paralelos revelados pela pesquisa
devem ser abordados e comentados. l) Concluso: deve apresentar um
resumo dos resultados mais significativos da pesquisa e sintetizar
os resultados que conduziro comprovao ou rejeio da hiptese de
estudo; deve fazer as inferncias que os dados alcanados permitem e
indicar os aspectos que meream mais estudo e aprofundamento. m)
Referncia bibliogrfica: so as referncias bibliogrficas que serviram
de embasamento terico e que sero apresentadas segundo as normas da
ABNT, conforme ser visto mais adiante. n) Anexos: so constitudos de
elementos complementares, como questionrios e outras fichas de
observao e registro utilizadas no trabalho, que auxiliam a anlise
do leitor da pesquisa. 2
2
O item 2 foi retirado na ntegra de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN,
Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2006. p.65-67.
15
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 32 METODOLOGIA DA PESQUISA2.1 Abordagem Quantitativa
A abordagem quantitativa e a qualitativa so dois mtodos
diferentes pela sua sistemtica, e, principalmente, pela forma de
abordagem do problema que est sendo objeto de estudo, precisando,
dessa maneira, estar adequado ao tipo de pesquisa que se deseja
desenvolver. Entretanto, a natureza do problema ou seu nvel de
aprofundamento que ir determinar a escolha do mtodo. O
quantitativo, conforme o prprio termo indica, significa quantificar
opinies, dados, nas formas de coleta de informaes, assim como tambm
com o emprego de recursos e tcnicas estatsticas desde as mais
simples, como percentagem, mdia, moda, mediana e desvio padro, at
as de uso mais complexo, como coeficiente de correlao, anlise de
regresso etc., normalmente usadas em defesas de teses. O mtodo
quantitativo tambm empregado no desenvolvimento das pesquisas de
mbito social, econmico, de comunicao, mercadolgicas, de opinio, de
administrao, representando, em linhas gerais, uma forma de garantir
a preciso dos resultados, e evitando com isso distores de anlise e
interpretaes. 2.2 Abordagem Qualitativa
Com relao ao emprego do mtodo ou abordagem qualitativa esta
difere do quantitativo pelo fato de no empregar dados estatsticos
como centro do processo de anlise de um problema. A diferena est no
fato de que o mtodo qualitativo no tem a pretenso de numerar e
medir unidades ou categorias homogneas. So vrios os autores que no
estabelecem qualquer distino entre os mtodos quantitativo e
qualitativo, tendo em vista que a pesquisa quantitativa tambm
qualitativa. (...) A pesquisa qualitativa tem como objetivo situaes
complexas ou estritamente particulares. 16
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
As pesquisas que se utilizam da abordagem qualitativa possuem a
facilidade de poder descrever a complexidade de uma determinada
hiptese ou problema, analisar a interao de certas variveis,
compreender e classificar processos dinmicos experimentados por
grupos sociais, apresentar contribuies no processo de mudana, criao
ou formao de opinies de determinado grupo e permitir, em maior grau
de profundidade, a interpretao das particularidades dos
comportamentos ou atitudes dos indivduos. Existem situaes de
pesquisas que envolvem conotaes qualitativas, na opinio de vrios
cientistas sociais, em pelo menos trs aspectos:
1.
Situaes em que se evidencia a necessidade de substituir uma
simples informao estatstica por dados qualitativos. Isto se aplica,
principalmente, quando se trata de investigao sobre fatos do
passado ou estudos referentes a grupos dos quais se dispe de pouca
informao.
2.
Situaes em que observaes qualitativas so usadas como indicadores
do funcionamento de estruturas sociais.
3.
Situaes em que se manifesta a importncia de uma abordagem
qualitativa para efeito de compreender aspectos psicolgicos, cujos
dados no podem ser coletados de modo completo por outros mtodos
devido complexidade que envolve a pesquisa. Neste caso, temos
estudos dirigidos anlise de atitudes, motivaes, expectativas,
valores, opinio etc. (ver Parte IV)
A abordagem qualitativa nos leva, entretanto, a uma srie de
leituras sobre o assunto da pesquisa, para efeito da apresentao de
resenhas, ou seja, descrever pormenorizada ou relatar
minuciosamente o que os diferentes autores ou especialistas
escrevem sobre o assunto e, a partir da, estabelecer uma srie de
correlaes para, ao final, darmos nosso ponto de vista
conclusivo.33- Texto retirado na ntegra de: OLIVEIRA, Slvio Luiz
de. Tratado de Metodologia Cientfica Projetos de Pesquisas, TGI,
TCC, Monografias, Dissertaes e Teses. So Paulo: Pioneira Thomson
Learning, 2002. p. 114 117.
17
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Veja abaixo uma breve comparao entre o mtodo quantitativo e o
mtodo qualitativo, conforme exposto pela empresa Opinio Consultoria
(2006)4.
Mtodo Quantitativo Nos estudos quantitativos o principal
objetivo a avaliao de uma populao, do ambiente de mercado ou de um
fenmeno. Os resultados obtidos so indicadores numricos que refletem
a realidade do universo em questo. Esses resultados so expressos
por meio de nmeros absolutos, propores ou taxas. Por exemplo: a
distribuio de consumo de energia eltrica de uma populao, a renda
mdia dos moradores de um bairro, a proporo de eleitores de um
candidato, o nmero de compradores de celular num determinado perodo
de tempo, a populao que deseja adquirir determinado produto ou
servio, etc. Entre suas caractersticas destacam-se: Definio de
amostras representativas do universo; Utilizao de questionrios
estruturados com questes abertas e/ou fechadas; Utilizao de mtodos
de coleta por meio de entrevista pessoal, por telefone, maladireta
(correio e/ou internet) ou domiciliar; Possibilita anlises
estatsticas.
Mtodo Qualitativo O mtodo qualitativo busca responder os
"porqus", investigar conceitos, motivaes e sentimentos que
antecedem ou esto presentes no comportamento do indivduo e na
formao das representaes sociais. Tem como caractersticas: Relatrios
analticos elaborados a partir do discurso produzido pelos
entrevistados; Propiciar um estudo mais aprofundado de determinadas
variveis que a tcnica quantitativa no consegue captar; Utiliza
tcnica de Grupo de Discusso, Grupo Focal e Entrevistas em
Profundidade; Cliente Secreto / Mistery Shopper: caracteriza-se por
uma simulao na qual o analista se passa por um consumidor para
avaliar/testar produtos ou servios da empresa.
4
A partir desse pargrafo at o final desse captulo, todo o contedo
exposto foi retirado de: Opinio Consultoria. Mtodos de Pesquisa.
Disponvel em: . Acesso em: 06 agosto 2007.
18
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Quadro Comparativo ... Quantitativa Objetivo Testa a Teoria
Reduo, Controle e Preciso Mecanicista: partes so iguais ao todo
Possibilita anlises estatsticas Os elementos bsicos da anlise so os
nmeros O pesquisador mantm distncia do processo Independe do
contexto Teste de hipteses O raciocnio lgico e dedutivo Estabelece
relaes, causas Busca generalizaes Preocupa-se com a quantidade
Utiliza instrumentos especficos ... Qualitativo Subjetivo
Desenvolve a teoria Descoberta, descrio, compreenso, interpretao
partilha Organicista: o todo mais do que as partes Possibilita
narrativas ricas, interpretaes individuais Os elementos bsicos da
anlise so palavras e idias O pesquisador participa do processo
Depende do contexto Gera idias e questes para pesquisa O raciocnio
dialtico e indutivo Descreve os significados, descoberta Busca
particularidades Preocupa-se com a quantidade das informaes e
respostas Utiliza a comunicao e observao
19
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 4
4 - AS ETAPAS DA PREPARAO DE UMA PESQUISAAntes de iniciar o seu
projeto de pesquisa e de realizar a pesquisa propriamente dita, voc
dever adotar alguns procedimentos, tais como: 1) Primeiramente, a
escolha e a delimitao do tema. 2) Aps a escolha do tema, voc ir
indicar quais os objetivos que voc pretende atingir e quais os
mtodos e as tcnicas que sero utilizadas na pesquisa para atingir os
seus objetivos e responder ao tema da pesquisa, para s ento partir
para o prximo passo: a elaborao do seu projeto de pesquisa. Isso
porque, para proceder elaborao do projeto, voc precisa ter em mente
o que deseja pesquisar (o tema e a delimitao do tema), para qu
(objetivos), por qu (justificativa) e como deseja pesquisar esse
tema (mtodos a serem utilizados). Veja abaixo a explicao dos tpicos
acima: 4.1 ESCOLHA E DELIMITAO DO TEMA:
O tema da pesquisa a designao do problema (prtico) e da rea do
conhecimento a serem observados. A escolha do tema poder se dar a
partir de uma anlise de um assunto j estudado, mas que precisa de
maiores explicaes, ou que ainda no foi abordado pela rea do
conhecimento na que voc deseja pesquisar. Por exemplo, podemos
imaginar uma pesquisa sobre o tema: Os acidentes de trabalho nas
indstrias de So Paulo. Esse tema poder ser estudado por vrios
ngulos:
1) Qual o tipo de empresa que ser analisada?(De alimentos? De
calados? De minrio?) 2) Qual o tipo de acidente? (em uma nica
empresa, vrios tipos podero ser identificados)
20
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
3) Qual o tipo de abordagem que ser dada? (No exemplo acima,
podero ser feitas pesquisas nas mais diversas reas do conhecimento
como, por exemplo, nas reas de psicologia do trabalho, tecnologia,
ergonomia e direito trabalhista). 4) O que se busca com a pesquisa?
(Apenas compreender os motivos e a gravidade dos acidentes ou
propor formas de reduo dos acidentes?)
Como se pode ver, a respeito de um mesmo tema podem ser
identificadas vrias possibilidades de pesquisa. Assim, ao escolher
um tema, voc dever delimit-lo, isto , definir de modo bem preciso
quais os aspectos que voc ir abordar, qual o enfoque que ser dado
(por exemplo, na rea da Administrao, qual campo dessa rea ser
utilizado para a abordagem que se prope?) e os resultados que voc
deseja alcanar. Voc poder formular o problema de modo a fazer uma
pesquisa descritiva, isto , fazer uma anlise sobre as condies de
trabalho na empresa x, a partir de estudos de campo, entrevistas,
etc., a fim de buscar explicaes para as causas dos acidentes, assim
como poder ser uma pesquisa normativa, ou seja, voc poder propor
uma pesquisa que tenha como objetivo analisar as condies de
trabalho, mas com o intuito de propor formas de melhoria e reduo
dos problemas detectados. Poder tambm juntar as duas perspectivas,
a descritiva e a normativa, dependendo da complexidade do assunto a
ser abordado. Aps essa etapa, feita a escolha de uma teoria para
embasar a pesquisa, dentre as diversas existentes na rea que se
pretende pesquisar. Para isso, dever ser feita uma pesquisa sobre a
bibliografia existente sobre o tema, procurando enquadrar a sua
pesquisa na teoria e no mtodo de abordagem mais apropriado para a
pesquisa proposta e que seja condizente com seu interesse. Na
pesquisa bibliogrfica voc poder contar com o auxlio de um professor
orientador e tambm dever estar munido de conhecimentos bsicos
necessrios iniciao da pesquisa. A escolha do tema responde
pergunta: O que ser explorado? Ao delimitar o tema a ser
pesquisado, voc se deparar com um problema (ou vrios) a ser
investigado. Esse problema requer alguns procedimentos que so
necessrios para a boa execuo da pesquisa. Para isso devero ser
adotados alguns procedimentos, conforme transcrito de Oliveira
(1999: p.107):
21
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Procedimentos para avaliar o problema:
Escolher um problema que chame a ateno e precise de resposta.
Recompilar as informaes relacionadas ao problema. Analisar a
relevncia das informaes. Estudar possveis relaes entre as informaes
que possam contribuir e esclarecer o problema. Propor diversas
explicaes hipteses para as causas do problema. Estabelecer a
relevncia das aplicaes, utilizando como mtodo a observao e a
anlise. Procurar relaes entre as explicaes que procuram contribuir
para solucionar o problema. Procurar relaes entre os dados e as
explicaes. Analisar.
As respostas ou explicaes vm por intermdio da observao, do
experimento e da pesquisa de campo com o emprego de entrevistas e
questionrios, quando se trata de uma pesquisa de opinio (abordagem
quantitativa).
Responde s perguntas: O que? Como? (Marconi & Lakatos, 2003:
p.160) 4.2 SELEO DE MTODOS E TCNICAS
Aps a delimitao do tema e a verificao de um problema (ou mais
problemas) a ser investigado, voc dever partir para o levantamento
de bibliografia e de dados para embasar a sua pesquisa. Alm disso,
voc dever indicar quais as tcnicas de pesquisa que voc utilizar:
pesquisa bibliogrfica, questionrios, anlise de documentos, etc.
Marconi e Lakatos assim observam:
A seleo do instrumental metodolgico est, portanto, diretamente
relacionada com o problema a ser estudado; a escolha depender dos
vrios fatores relacionados com a pesquisa, ou seja, a natureza dos
fenmenos, o
22
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
objeto da pesquisa, os recursos financeiros, a equipe humana e
outros elementos que possam surgir no campo da investigao. Tanto os
mtodos quanto as tcnicas devem adequar-se ao problema a ser
estudado, s hipteses levantadas e que se queira confirmar, ao tipo
de informantes com que se vai entrar em contato. Nas investigaes,
em geral, nunca se utiliza apenas um mtodo ou uma tcnica, e nem
somente aqueles que se conhece, mas todos os que forem necessrios
ou apropriados para determinado caso. Na maioria das vezes, h uma
combinao de dois ou mais deles, usados concomitantemente. (2003, p.
163)
O primeiro passo fazer a pesquisa bibliogrfica para te orientar
na escolha dos outros mtodos. Essa pesquisa bibliogrfica dever
seguir os seguintes passos, conforme Cervo, Bervian e Silva (2007):
4.2.1 - Levantamento bibliogrfico5
Praticamente todo o conhecimento humano pode ser acessado nos
livros ou em impressos que se encontram nas bibliotecas. A pesquisa
bibliogrfica tem como objetivo encontrar respostas aos problemas
formulados, e o recurso utilizado para isso a consulta dos
documentos bibliogrficos. (...) Na pesquisa bibliogrfica, a fonte
de informaes, por excelncia, estar sempre na forma de documentos
escritos, estejam eles impressos ou depositados em meios magnticos
ou eletrnicos. (...)
Quanto sua natureza, os documentos bibliogrficos podem ser:
a)
Primrios: quando coletados em primeira mo, como pesquisa de
campo, testemunho oral, depoimentos, entrevistas, questionrios,
laboratrios.
b)
Secundrios: quando colhidos em relatrios, livros, revistas,
jornais e outras fontes impressas, magnticas ou eletrnicas.
c)
Tercirios: quando citados por outra pessoa.
5 - A partir desse tpico at o tpico 4.3.4, o texto foi retirado
na ntegra de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA,
Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice
Hall, 2006. p.79-86.
23
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Quanto s formas de apresentao e de armazenamento, os documentos
escritos podem ser:
a)
Impressos: atas de reunies, atlas, Bblias, biografias, bulas
(remdios,
cartes-postais, colees, constituies, convnios, fac-smiles,
decises judiciais, dicionrios, dissertaes e teses, enciclopdias,
fascculos, fotografias, jornais, leis e decretos, livros, mapas e
globos, microfichas, monografias, relatrios oficiais, relatrios
tcnico-cientficos, resenhas, revistas, etc. b) Meios magnticos e
eletrnicos: arquivos em disquete, bases de dados
em CD-ROM, boletins eletrnicos (BBS), e-mails, FTPs, discos,
discos compactos (CD compact disc), fitas gravadas, homepages,
filmes e vdeos, listas de discusses, microfilmes, slides
(dispositivos) etc. c) Reunies cientficas: congressos, jornadas,
reunies, conferncias,
workshops etc. d) (...) Nos primeiros passos da consulta o
pesquisador necessita de informaes gerais sobre o assunto que deve
desenvolver. Essas informaes podem ser encontradas em verbetes de
dicionrios especializados, enciclopdias e em manuais. Estes o
remetero aos tratados completos, isto , s obras que abordam e
desenvolvem amplamente o assunto. Se necessitar de um estudo
atualizado e recente, o estudante deve preferir procurar artigos em
revistas especializadas. Se necessitar de notcias ou crnicas da
atualidade deve privilegiar as sees especializadas dos jornais e
das revistas semanais. Aps localizar a bibliografia necessria sua
pesquisa, o estudante deve proceder leitura de reconhecimento,
examinado a capa, a contracapa, as orelhas, a folha de rosto, o
sumrio, a bibliografia, a introduo e o prefcio dos livros. Esses
elementos fornecem uma idia sobre o tema, o autor e o contexto em
que foi produzida a obra que sero a matria-prima da pesquisa. No se
trata, pois, no incio, de um estudo exaustivo da documentao, mas
apenas de um rpido exame. Nessa fase do levantamento, deve-se
fazer, pelo menos, a identificao e localizao de toda a bibliografia
necessria para o trabalho, at para saber o que h disponvel na Notas
de aula.
24
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
biblioteca de sua instituio, o que precisa ser adquirido, o que
precisa ser fotocopiado e o que o estudante tem em seu prprio
acervo. A medida que os documentos que interessam ao assunto so
identificados e localizados pela leitura de reconhecimento, deve-se
anotar as referncias bibliogrficas. Em outros termos, procede-se
elaborao preliminar da bibliografia do prprio trabalho. A
bibliografia para uso do pesquisador deve estar relacionada com o
plano de assunto, de sorte que corresponda s suas partes
constitutivas. Faz-se, pois, a seleo desse material com vistas ao
tema ou ao aspecto que se quer focalizar. Chega ento o momento da
leitura, anlise e interpretao dos documentos. Antes, porm, convm
saber como se h de registrar cuidadosamente os dados selecionados
para maior eficincia. 4.2.2 Apontamentos e anotaes
Uma vez selecionado o material, o estudante deve anotar as idias
principais e secundrias, os dados e as informaes ou afirmaes que os
documentos podem fornecer. Trata-se dos procedimentos de
apontamentos e anotaes que constituiro a matria-prima para a
fundamentao cientfica de seu trabalho e para as citaes. preciso
assegurar a reteno daquilo que se quer conservar, pois a memria
interna frgil. No h diferenas entre apontamentos e anotaes, mas o
estudante deve estar atento para dois aspectos desses
procedimentos: um quanto transcrio do que lhe interessa, que ser
usada posteriormente como citaes; outro se refere s idias e
reflexes que ele tem durante a leitura; geralmente so idias e
reflexes originais, que merecem ser anotadas, para posterior
desenvolvimento (MICHAELIS, 2000). As anotaes e os apontamentos so
como uma memria exterior. Bem organizados, podem se constituir em
uma minibiblioteca para uso pessoal. O apontamento pode ser formal,
quando se transcrevem as palavras textuais extradas de um
documento, ou conceptual, quando se traduzem as idias de outrem com
as prprias palavras. Registre somente os dados, fatos ou proposies
mais importantes. (...) Como assegurar a eficincia de um
apontamento? Observe as seguintes normas prticas:
25
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
a)
Ter sempre em vista os objetivos do trabalho, procurando anotar
somente os dados suscetveis de fornecer alguma luz sobre o problema
formulado.
b)
Percorrer antes todo o texto para evitar anotaes de dados que so
desenvolvidos adiante.
c)
Sublinhar com lpis os pontos principais se o livro prprio. Caso
contrrio, registrar as anotaes em folhas numeradas, colocando a
pgina do livro em cada nova afirmao ou pensamento do autor.
d)
Transcrever as anotaes em fichas, cadernos ou folhas, colocando
entre aspas as citaes textuais e anotando em folhas separadas ou no
verso as idias prprias que surgirem.
Portanto, em uma pesquisa bibliogrfica, um bom apontamento deve
ser feito em duas etapas:
I)
Em um primeiro momento, registre os dados sobre folhas de papel,
com o cuidado de colocar, no alto de cada folha, as referncias
bibliogrficas da obra consultada, margem esquerda as respectivas
pginas e, no verso, as idias pessoais que surgirem durante a
leitura. A ordem dos apontamentos simplesmente cronolgica: os dados
so registrados medida que a leitura avana.
II)
Em um segundo momento, registre os dados sobre fichas. O tipo ou
modelo da ficha questo de preferncia (...). A experincia mostra que
entre os pesquisadores existe grande liberdade neste particular. O
que todos observam, entretanto, que as fichas so organizadas em
funo dos assuntos. A ordem dos apontamentos registrados sobre as
fichas no mais uma ordem cronolgica, mas lgica. O contedo da ficha
deve ser identificado por meio de um termo ou dois, em seu
cabealho. Em geral, esses cabealhos correspondem ao sumrio do
trabalho. Devem figurar em uma ficha outros elementos
indispensveis, como as referncias
bibliogrficas e a respectiva pgina da obra de onde se extraiu o
apontamento.
26
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
4.3 COLETA E ANLISE DE DADOS: LEITURA E PROCESSOS DE LEITURA
O pesquisador entra, nesse momento, em uma das fases decisivas
da elaborao do trabalho cientfico. Trata-se da coleta e do registro
de informaes, em primeiro lugar, da anlise e da interpretao dos
dados reunidos e, finalmente, da classificao deles. (...) 4.3.1
Pr-leitura Nessa fase inicial da leitura informativa, o estudante
deve certificar-se da existncia das informaes que procura, alm de
obter uma viso global delas. So duas, pois, as finalidades dessa
leitura: em primeiro lugar, permitir ao estudante selecionar os
documentos bibliogrficos que contm dados ou informaes suscetveis de
serem aproveitados na fundamentao de seu trabalho; em segundo
lugar, dar ao estudante uma viso global do assunto focalizado, viso
indeterminada, mas indispensvel para poder progredir no
conhecimento. Faz-se a leitura de reconhecimento ou a pr-leitura
examinando a folha de rosto, o sumrio, os ndices, as referncias
bibliogrficas, as notas ao p da pgina, o prefcio, a introduo e a
concluso. Em se tratando de livros, deve-se percorrer o captulo
introdutrio e o final; para o conhecimento de um captulo deve-se
ler o primeiro e o ltimo pargrafo. Em se tratando de artigos de
revistas semanais ou jornais, normalmente a idia est contida no
ttulo do artigo e das partes. Os primeiros pargrafos trazem
geralmente o conjunto dos dados mais importantes, mas artigos
cientficos precisam ser lidos integralmente para uma compreenso
geral do assunto. 4.3.2 Leitura seletiva Localizadas as informaes
nos textos, procede-se escolha do que for mais adequado de acordo
com os propsitos do trabalho. Selecionar eliminar o dispensvel para
fixar-se no que realmente de interesse. D-se o primeiro passo de
uma leitura mais sria, embora no se trate ainda de um estudo
exaustivo e minucioso. Para selecionar os dados e as informaes
necessrio definir os critrios. No pode haver 27
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
seleo sem critrios de seleo. Os critrios de leitura seletiva so
os propsitos do trabalho: o problema formulado, as perguntas
elaboradas quando se questionou o assunto ou, em outros termos, os
objetivos intrnsecos do trabalho. Somente os dados que possam
fornecer alguma luz sobre o problema, constituindo um elemento de
resposta ou de soluo, que sero selecionados. Pode-se voltar vrias
vezes a um mesmo texto com propsitos distintos. So estes que
determinam a importncia e a significao dos documentos
bibliogrficos. 4.3.3 Leitura crtica ou reflexiva
Feita a seleo do material til para o trabalho, o pesquisador
ingressa no estudo propriamente dito dos textos com a finalidade de
saber o que o autor afirma sobre o assunto. Nessa fase so
necessrias certas atitudes, como culto desinteressado da verdade e
ausncia de preconceitos. Simultaneamente o estudante deve ter
sempre presente diante de si os problemas que se dispe a resolver
por meio do estudo. uma fase de estudos, isto , de reflexo
deliberada e consciente (processo de aprendizagem); de percepo dos
significados, o que envolve um esforo reflexivo que se manifesta
por meio das operaes de anlise, comparao, diferenciao, sntese e
julgamento (processo de apreenso); de apropriao dos dados
referentes ao assunto ou problema (processo de assimilao). O estudo
de um texto passa pelas mesmas fases do pensamento reflexivo: de
uma viso global, passa-se anlise das partes dos elementos
constitutivos para se chegar a uma sntese integradora. A leitura
crtica supe a capacidade de escolher as idias principais e de
diferencilas entre si e das secundrias. (...) A anlise de
documentos desdobra-se, portanto, em certo nmero de operaes muito
precisas: identificao e escolha da idia diretriz e das idias
secundrias; diferenciao ou comparao das idias entre si a fim de
determinar a importncia relativa de cada uma no conjunto das idias;
compreenso do significado exato dos termos ou dos conceitos que
expressam;
28
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
julgamento do material, aps a escolha, diferenciao e compreenso.
O julgamento dos dados fornecidos pela anlise corresponde a uma
fase decisiva da leitura cientfica. Faz-se por meio da leitura
interpretativa. 4.3.4 Leitura interpretativa A leitura
interpretativa a ltima etapa da leitura de um texto e a aplicao
deste aos fins particulares da pesquisa. Essa fase implica um
trplice julgamento: I) Partindo das intenes do autor e do tema do
texto, o pesquisador procura saber o que o autor realmente afirma,
quais os dados que oferece e as informaes que transmite, qual o seu
problema, suas hipteses, suas teses, suas provas e suas concluses.
Essa crtica objetiva de grande importncia: o pesquisador no pode
incorporar em seu trabalho concluses alheias que no repousem sobre
provas convincentes. II) O pesquisador relaciona, em seguida, o que
o autor afirma e os problemas para os quais est procurando uma
soluo. O julgamento das idias se fazia antes em funo dos propsitos
do autor; agora se faz em funo dos propsitos do pesquisador, e
aplicado na soluo dos problemas formulados na pesquisa. Antes, um
dado ou informao tinha valor, utilidade ou importncia se
concorresse para resolver o problema do autor. Agora, esse mesmo
dado ter valor, utilidade ou importncia se concorrer para
solucionar o problema do pesquisador. III) Finalmente, o material
coletado julgado em funo do critrio verdade. O pesquisador deve
duvidar da realidade de toda e qualquer proposio (dvida metdica).
Uma afirmao sem provas ter apenas valor provisrio, servindo como
ponto de referncia, nunca como concluso, por maior que seja a
autoridade do autor no assunto. 4.4 TCNICAS DE COLETA DE DADOS6
6
A partir desse item at o item 4.4.3, todas as informaes foram
coletadas na ntegra de: CERVO,
Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia
Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p.
50-54.
29
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Toda pesquisa, em especial a pesquisa descritiva, deve ser bem
planejada se quiser oferecer resultados teis e fidedignos. Esse
planejamento envolve tambm a tarefa de coleta de dados, que
corresponde a uma fase intermediria da pesquisa descritiva. A
coleta de dados ocorre aps a escolha e a delimitao do assunto, a
reviso bibliogrfica, a definio dos objetivos, a formulao do
problema e das hipteses, o agrupamento dos dados em categorias e a
identificao das variveis (essas duas ltimas tarefas so mais bem
desenvolvidas com a assistncia de um estatstico ou de um analista
de sistemas). Realizada a coleta de dados, seguem-se as tarefas da
anlise e discusso dos dados e depois a concluso e o relatrio do
trabalho. A coleta de dados, tarefa importante na pesquisa, envolve
diversos passos como a determinao da populao a ser estudada, a
elaborao do instrumento de coleta, a programao da coleta e tambm o
tipo de dados e de coleta. H diversas formas de coleta de dados,
todas com suas vantagens e desvantagens. Na deciso do uso de uma
forma ou de outra, o pesquisador levar em conta a que menos
desvantagens oferecer, respeitados os objetivos da pesquisa. Os
instrumentos de coleta de dados, de largo uso, so a entrevista, o
questionrio e o formulrio. Na aplicao da entrevista e do formulrio,
o informante conta com a presena do pesquisador ou seu auxiliar,
que registra as informaes. O questionrio, sem a presena do
investigador, preenchido pela pessoa que fornece as informaes. Alm
do instrumento usado, o tipo de pergunta, que pode ser fechada por
um nmero limitado de opes ou aberta, sem restries, determina a
maior ou menor exatido dos dados e o grau de dificuldade na tabulao
e anlise das informaes. Esses aspectos e a disponibilidade de tempo
e de recursos devem ser levados em considerao ao ser fixado o
instrumento de coleta de dados. Somente depois de ter sido definido
o objetivo da pesquisa e depois de levantadas as hipteses e as
variveis que o pesquisador vai elaborar as questes do instrumento
de coleta de dados. A preocupao bsica ao elaborar as perguntas deve
ser, alm da validade, a finalidade e a relao das questes com o
objetivo da pesquisa. As perguntas, em maior ou menor nmero, devem
sempre colher informaes a respeito das variveis e das hipteses de
trabalho. Em geral, as questes alheias aos objetivos da pesquisa no
se justificam.
30
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Trataremos, em tpicos distintos, das tcnicas de aplicao do
formulrio e do questionrio, mas podemos antecipar os diversos
passos a serem observados na elaborao das perguntas:
identificar os dados ou as variveis sobre os quais sero feitas
as questes; selecionar o tipo de pergunta a ser utilizado diante
das vantagens e desvantagens de cada tipo, com vistas ao tempo a
ser consumido para obter os dados e a maneira de tabul-los e
analis-los; elaborar uma ou mais perguntas referentes a cada dado a
ser levantado; analisar as questes elaboradas quanto clareza da
redao, classificao e sua real necessidade; codificar as questes
para a posterior tabulao e anlise com a incluso dos cdigos no
prprio instrumento; elaborar instrues claras e precisas para o
preenchimento do instrumento; submeter as questes a outros tcnicos
para sanar possveis deficincias; revisar o instrumento para dar
ordem e seqncia s questes; submeter o instrumento a um pr-teste
para detectar possveis reformulaes ou correes, antes de sua
aplicao.
Outros instrumentos usados em pesquisas descritivas, como a
entrevista e a observao, embora no percorram rigorosamente os
passos descritos, devem cercar-se das devidas precaues para evitar
prejuzos pesquisa decorrentes de falhas na coleta de dados. 4.4.1
Entrevista
A entrevista no uma simples conversa. uma conversa orientada
para um objetivo definido: recolher, por meio do interrogatrio do
informante, dados para a pesquisa.
31
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
A entrevista tornou-se, nos ltimos anos, um instrumento do qual
se servem constantemente os pesquisadores em cincias sociais. Eles
recorrem entrevista sempre que tm necessidade de obter dados que no
podem ser encontrados em registros e fontes documentais e que podem
ser fornecidos por certas pessoas. Esses dados sero utilizados
tanto para o estudo de fatos como de casos ou de opinies. Devem-se
adotar os seguintes critrios para o preparo e a realizao da
entrevista: planejar a entrevista, delineando cuidadosamente o
objetivo a ser alcanado; obter, sempre que possvel, algum
conhecimento prvio acerca do entrevistado; marcar com antecedncia o
local e o horrio da entrevista; qualquer transtorno poder
comprometer os resultados da pesquisa; criar condies, isto , uma
situao discreta, para a entrevista, pois ser mais fcil obter
informaes espontneas e confidenciais de uma pessoa isolada do que
de uma pessoa acompanhada ou em grupo; escolher o entrevistado de
acordo com a sua familiaridade ou autoridade em relao ao assunto
escolhido; fazer uma lista das questes, destacando as mais
importantes; assegurar um nmero suficiente de entrevistados, o que
depender da viabilidade da informao a ser obtida.
O entrevistado deve ser sempre previamente informado do motivo
da entrevista e de sua escolha. O entrevistador deve obter e manter
a confiana do entrevistado, evitando ser inoportuno, no
interrompendo outras atividades de seu interesse nem o
entrevistando quando estiver irritado, fatigado ou impaciente.
Convm dispor-se a ouvir mais do que falar. O que interessa o que o
informante tem a dizer. Deve-se dar o tempo necessrio para que o
entrevistado discorra satisfatoriamente sobre o assunto. O
entrevistador deve controlar a entrevista, reconduzindo, se
necessrio, o entrevistado ao objeto da entrevista. Deve-se evitar
perguntas diretas que precipitariam as informaes, deixando-a
incompletas. conveniente apresentar primeiramente as perguntas que
tenham menores probabilidades de provocar recusa ou produzir
qualquer
32
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
forma de negativismo, uma aps outra, a fim de no confundir o
entrevistado. Sempre que possvel, conferir as respostas,
mantendo-se alerta a eventuais contradies. Finalmente, o
entrevistador no deve confiar demasiadamente em sua memria. Deve
anotar, cuidadosamente, os dados, registrando-os sumariamente
durante a entrevista e completando suas anotaes logo em seguida ou
o mais breve possvel. Deve registrar tambm aqueles dados fornecidos
aps a entrevista, quando considerados de importncia. Quando se h de
recorrer entrevista? Recorre-se entrevista quando no houver fontes
mais seguras para as informaes desejadas ou quando se quiser
completar dados extrados de outras fontes. A entrevista possibilita
registrar, alm disso, observaes sobre a aparncia, o comportamento e
as atitudes do entrevistado. Da sua vantagem sobre o questionrio.
Deve-se evitar recorrer entrevista para obter dados de valor
incerto ou para obter informaes precisas, cuja validade dependeria
de pesquisas ou de observaes controladas, tais como datas, relaes
numricas etc. 4.4..2 Questionrio
O questionrio a forma mais usada para coletar dados, pois
possibilita medir com mais exatido o que se deseja. Em geral, a
palavra questionrio refere-se a um meio de obter respostas s
questes por uma frmula que o prprio informante preenche. Assim,
qualquer pessoa que preencheu um pedido de trabalho teve a
experincia de responder a um questionrio. Ele contm um conjunto de
questes, todas logicamente relacionadas com um problema central.
Todo questionrio deve ter natureza impessoal para assegurar
uniformidade na avaliao de uma situao para outra. Possui vantagem
de os respondentes se sentirem mais confiantes, dado o anonimato, o
que possibilita coletar informaes e respostas mais reais (o que
pode no acontecer na entrevista). Deve, ainda, ser limitado em sua
extenso e finalidade. necessrio estabelecer, com critrio, as
questes mais importantes a serem propostas e que interessam ser
conhecidas, de acordo com os objetivos. Devem ser propostas
perguntas que conduzam facilmente s respostas de forma a no
insinuarem
33
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
outras colocaes. Se o questionrio for respondido na ausncia do
investigador, dever ser acompanhado de instrues minuciosas e
especficas. O uso de perguntas abertas permite obter respostas
livres. Exemplo: Do que voc mais gosta na cidade? J as perguntas
fechadas permitem obter respostas mais precisas. Exemplo: Seu nvel
de escolaridade :
( ) ensino fundamental ( ) ensino mdio
( ) graduao ( ) ps-graduao
As perguntas fechadas so padronizadas, de fcil aplicao, simples
de codificar e analisar. As perguntas abertas, destinadas obteno de
respostas livres, embora possibilitem recolher dados ou informaes
mais ricos e variados, so codificadas e analisadas com mais
facilidade. 4.4.3 Formulrio
O formulrio uma lista informal, catlogo ou inventrio, destinado
coleta de dados resultantes quer de observaes quer de interrogaes,
e seu preenchimento feito pelo prprio investigador. Entre as
vantagens que o formulrio apresenta, podemos destacar a assistncia
direta do investigador, a possibilidade de comportar perguntas mais
complexas e a garantia da uniformidade na interpretao dos dados e
dos critrios pelos quais so fornecidos. O formulrio pode ser
aplicado a grupos heterogneos, inclusive a analfabetos, o que no
ocorra com o questionrio. Uma vez colhidos os dados
cientificamente, isto , por meio de tcnicas da observao controlada,
passa-se sua codificao e tabulao (grficos, mapas, quadros
estatsticos). Somente ento os dados so analisados e interpretados
em funo das perguntas formuladas no incio ou das hipteses
levantadas. A maioria das pessoas tem familiaridade com o
formulrio, pois rgos pblicos, empresas privadas e bancos
utilizam-se sistematicamente para cadastramento inicial de seus
clientes, e esse instrumento de coleta de dados passa a ser a
principal fonte de alimentao de seus bancos de dados.
34
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
OBS: Neste item foram dadas as coordenadas que voc utilizar
tanto para citar em seu projeto como ser o seu mtodo de pesquisa
quanto para utilizar esses procedimentos na execuo de sua pesquisa
e na elaborao do relatrio final.
35
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 55 - COMO ELABORAR UM PROJETO DE PESQUISA?Antes de
iniciar sua pesquisa, voc dever traar o percurso que voc far
durante a sua pesquisa, o que ser feito por meio do seu projeto de
pesquisa, a ser entregue no stimo perodo. A elaborao do projeto de
extrema importncia, pois a ele que voc ir recorrer durante a sua
pesquisa, para se orientar em relao aos passos a serem seguidos
durante a pesquisa. O seu projeto dever ter os seguintes
tpicos:
1)TTULO DO TRABALHO 2) INTRODUO 3) OBJETIVOS 4) JUSTIFICATIVA 5)
METODOLOGIA 6) CRONOGRAMA 7) ORAMENTO (se for o caso) 8)
BIBLIOGRAFIA BSICA
Tais tpicos esto explicitados abaixo. Observe: 1 TTULO
Corresponde ao tema e deve obedecer aos critrios de relevncia,
viabilidade e originalidade. Deve resumir, de forma sucinta, o tema
da pesquisa.
2INTRODUO
Voc dever determinar o tipo de enfoque, bem como sua extenso e
profundidade, ou seja, dever delimitar o assunto de sua
pesquisa.
36
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
2.1 - O QUE FAZER? Contextualizar o assunto (problema a ser
investigado) tratado. Formular o problema. Enunciar as hipteses.
Definir os termos do problema e da hiptese. Estabelecer as bases
tericas, isto , a relao que existe entre a teoria, a formulao do
problema e o enunciado da hiptese.
3 OBJETIVOS: 3.1 Objetivo geral da pesquisa:
Definir, de modo geral, o que se pretende alcanar com a execuo
da pesquisa (viso global e abrangente). 3.2 Objetivos especficos da
pesquisa:
Fazer aplicao dos objetivos gerais a situaes particulares.
Definir passo a passo o que voc far em sua pesquisa, isto , quais
tpicos voc ir pesquisar para testar e responder a sua hiptese;
resolver o problema que voc se props a pesquisar.
Nota: para formular os objetivos, usam-se verbos no infinitivo,
tais como: pesquisar, descrever, esclarecer, comparar, contribuir
para, promover etc. Para a descrio da metodologia, os verbos so
empregados no tempo futuro.
4 JUSTIFICATIVA DA PESQUISA:
4.1 - POR QU? PARA QU? E PARA QUEM FAZER? Motivos que justificam
a pesquisa: motivos de ordem terica e de ordem prtica.
37
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Explicar por que foi escolhido o tema, por que relevante
realizar tal pesquisa em que ela pode contribuir para a rea a que
se destina.)
5 METODOLOGIA
Voc dever dizer quais mtodos e tcnicas que sero utilizados na
pesquisa. Tambm dever citar quais os tericos que voc utilizar para
embasar a sua pesquisa aconselhvel incluir um roteiro com as
principais etapas da pesquisa.
5.1 ONDE? COMO?
Descrever o campo de observao com suas unidades de observao e
variveis que interessam pesquisa:
- Populao com suas caractersticas. - Se for utilizar amostra,
justificar, dando os motivos, e apresentar o modo como a amostra
ser selecionada e suas caractersticas. -Local. -Unidades. -Quais as
variveis que sero e como sero controladas. Qual o plano de
experimento que ser utilizado.
5.2 - COM QU? Descrever o instrumento de pesquisa que vai ser
utilizado. Que informaes se pretende obter com eles. Como o
instrumento ser usado ou aplicado para obter estas informaes. 5.3
QUANTO? (utilizao de provas estatsticas) Quais as hipteses
estatsticas enunciadas. Como os dados obtidos sero codificados.
38
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Que tabelas sero feitas e como sero feitas. Que provas
estatsticas sero utilizadas para verificar as hipteses. Em que nvel
de significncia. Reviso sobre a interpretao dos dados.
6CRONOGRAMA 6.1 QUANDO?
Definir o tempo que ser necessrio para executar o projeto, isto
, para realizar a pesquisa, dividindo o processo em etapas e
indicando que tempo necessrio para a realizao de cada etapa.
Por exemplo: Leitura bibliogrfica: maro, abril, maio Coleta de
dados: abril e maio E assim sucessivamente. 7 ORAMENTO
7.1 - COM QUANTO FAZER E COMO PAGAR? (Plano de custos da
pesquisa, se for o caso):
Prever os gastos que sero feitos com a realizao da pesquisa,
especificando cada um deles. 8 BIBLIOGRAFIA BSICA
Fazer uma lista bibliogrfica que contenha obras referentes aos
pressupostos tericos do tema ou ao seu embasamento terico. Esta
bibliografia no precisa ser exaustiva, pois isso ser exigido no
relatrio, mas dever ser organizada de acordo com
39
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
as normas da ABNT. Dever, tambm, ser coerente com o tema, a
justificativa, os objetivos e a metodologia e o cronograma de seu
projeto.
40
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 66 AS PARTES DO RELATRIO DA PESQUISAEssa a fase final de
todo esse processo da pesquisa. O relatrio dever conter as suas
consideraes sobre os resultados da pesquisa realizada, dando em
detalhes os objetivos, a justificativa, a metodologia usada, os
dados obtidos, a anlise desses dados, as concluses a que voc chegou
etc. Seguindo a atual nomenclatura proposta pela Associao
Brasileira de Normas Tcnicas (ABNT), na norma brasileira (NBR) n
14724, de 2005, a estrutura do trabalho acadmico (relatrio)
dividida da seguinte forma:7 Elementos pr-textuais: elementos que
antecedem o texto com informaes que ajudam na identificao e
utilizao do trabalho. b) Elementos textuais: parte do trabalho em
que exposta a matria. Deve ter trs partes fundamentais: introduo,
desenvolvimento e concluso. A parte textual comporta tambm os
elementos de apoio, constitudos por notas, citaes, tabelas, quadros
e ilustraes, inseridos no corpo do texto. c) Elementos ps-textuais:
elementos que complementam o trabalho (item 3.9) e que se dividem
em obrigatrios, como as referncias bibliogrficas, e opcionais, como
os glossrios, os apndices, os anexos e os ndices.
a)
Os elementos precisam ser considerados em suas duas dimenses:
uma que diz respeito esttica do trabalho (aspectos grficos) e outra
que se refere diviso estrutural das partes do trabalho.
7
A partir desse pargrafo at o final desse captulo, todas as
informaes foram retiradas na ntegra de:
CERVO, Amado Lus; BERVIAN, Pedro A.; DA SILVA, Roberto.
Metodologia Cientfica. 6 ed. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006.
p. 91-95 e p. 102 - 106.
41
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
a) Aspectos grficos do trabalho acadmico: papel; impresso do
texto; formatao (margens e espaos); numerao; ttulos, subttulos,
divises e pargrafos.
b) Estrutura do trabalho acadmico: capa (obrigatrio); folha de
rosto (obrigatrio); folha de dedicatria (opcional); folha de
agradecimentos (opcional); epgrafe (opcional); resumo em lngua
verncula (obrigatrio); lista de ilustraes (opcional); lista de
tabelas (opcional); lista de abreviaturas e siglas(opcional);
sumrio (obrigatrio); introduo (obrigatrio); desenvolvimento
(obrigatrio); concluso (obrigatrio); referncias bibliogrficas
(obrigatrio); apndices (opcional); anexos (opcional); ndices
(opcional); glossrios (opcional).
c) Impresso do texto: Os programas de editorao de textos
apresentam grande nmero de fontes, para as mais variadas aplicaes.
Para a apresentao de trabalhos escolares e acadmicos,
42
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
entretanto, deve-se optar por aquelas que melhor se assemelham
chamada letra de forma. (...) Prefira sempre o tamanho 12 para a
parte textual, no modo normal. Quando precisar de variaes, para
reforar a esttica e a formatao do texto, adote os seguintes
procedimentos: para as citaes at trs linhas, use sempre a forma
normal da mesma fonte e deixe sempre entre aspas ..; para grifar,
use sempre a mesma fonte na forma negrito ou itlico, sem aspas;
para ttulos, use forma negrito, no tamanho 14 da mesma fonte; para
subttulos, use a forma negrito, no tamanho 12 da mesma fonte; para
notas de rodap e comentrios acima de trs linhas, utilize o tamanho
10 da mesma fonte.
MODELO DE CAPA PARA TRABALHOS ACADMICOS
Nome da instituio de ensino Nome da faculdade ou instituto Nome
do departamento
Nome do autor do trabalho
Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)
Local e data de aprovao
43
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
MODELO DE FOLHA DE ROSTO PARA TRABALHOS ACADMICOS
Nome do autor do trabalho
Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)
Monografia apresentada Faculdade de Administrao de Mariana como
pr-requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao, com
Habilitao em Administrao de Empresas sob a orientao do (a) Prof(a).
(Ms. ou Dr.) (Nome).
Nome do orientador (e do co-orientador, se houver) Prof (a). Ms/
Dr(a).
Local e data de apresentao do trabalho
MODELO DE FOLHA DE APROVAO PARA TRABALHOS ACADMICOSNome do autor
do trabalho
Ttulo do trabalho: subttulo (se houver)
Monografia apresentada Faculdade de Administrao de Mariana como
pr-requisito para a obteno do ttulo de Bacharel em Administrao, com
Habilitao em Administrao de Empresas sob a orientao do (a) Prof(a).
(Ms. ou Dr.) (Nome).
Banca Examinadora Prof(a). Ms./ Dr(a).
______________________________ Nome da instituio de origem Prof(a).
Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da instituio de
origem Prof(a). Ms./ Dr(a). ______________________________ Nome da
instituio de origem
Local e data de apresentao do trabalho
44
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
MODELO DE FOLHA DE DEDICATRIA PARA TRABALHOS ACADMICOS
Aos meus pais.
MODELO DE FOLHA DE AGRADECIMENTOS PARA TRABALHOS ACADMICOS
Agradeo aos professores do (ano, disciplina e curso), que com
seus ensinamentos forneceram os estmulos e as orientaes necessrias
para a elaborao deste trabalho.
45
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
CAPTULO 77 - COMO ELABORAR O CONTEDO DA MONOGRAFIA7.1 ELEMENTOS
TEXTUAIS: CONTEDO DO TRABALHO8
Os elementos textuais constituem a parte escrita, chamada corpo,
que na verdade a alma do trabalho acadmico, cujo contedo distribudo
conforme a seguir:
introduo; desenvolvimento; concluso.
Assim como a apresentao visual do trabalho requer cuidados por
parte do aluno, a seleo, distribuio e tratamento do contedo deve se
orientar por certos procedimentos capazes de expor e articular com
clareza as idias de seu autor. natural que, depois do levantamento
bibliogrfico, das leituras e das anotaes, o aluno tenha dvidas
quanto melhor maneira de distribuir esse contedo ao longo da
monografia. O que importante? Em que ordem colocar os assuntos?
Como utilizar as anotaes efetuadas para melhor valorizar o texto
com opinies e pareceres que evidenciem autoridade cientfica? Como
dar monografia alguma fundamentao cientfica para que ela no fique
parecendo um mero apanhado de idias desconexas? Nas sees a seguir,
veremos, passo a passo, os seguintes tpicos:
como usar a linguagem cientfica na redao acadmica; como lidar,
na redao, com as idias de senso comum; a estrutura e o contedo da
introduo;
8
A partir desse item at o item 7.1.3 todo o contedo foi retirado
de: CERVO, Amado Lus; BERVIAN,
Pedro A.; DA SILVA, Roberto. Metodologia Cientfica. 6 ed. So
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2006. p. 91-95 e p. 108 -111.
46
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
como ordenar o contedo no desenvolvimento, que a parte mais
extensa da monografia; como utilizar a concluso para assumir
posturas diante do tema estudado e afirmar sua posio de
independncia e autonomia intelectual. 7.1.1 O USO DA LINGUAGEM
CIENTFICA
O autor, ao redigir o trabalho final, para apresentar os
resultados de seu trabalho de pesquisa, precisa ter em mente que
est escrevendo para dois pblicos distintos. Um pode ser chamado de
pblico interno, pertencente s comunidades tcnicas, acadmicas e
cientficas, composto de pessoas que tambm fazem pesquisa e que
tambm escrevem. O outro o pblico externo, composto, no
necessariamente, mas inclusive, de leigos, que podem ter interesse
pelo assunto ou necessidade de leituras do gnero, mas que no
dominam ou nem precisam dominar a linguagem tcnica, acadmica e
cientfica. Ter isso em mente pode facilitar muito a escolha dos
termos apropriados e a forma de apresent-los, como veremos a
seguir.
a) Impessoalidade: todo trabalho acadmico, tcnico ou cientfico
deve ter carter impessoal. Ele redigido na terceira pessoa,
evitando-se referncias pessoais, como meu trabalho, meus estudos,
minha tese. Utilizam-se, em tais casos, expresses como o presente
trabalho, o presente estudo, mas no deixe de assumir a autoria das
idias originais, argumentos inovadores ou teses polmicas, quando
necessrio. O uso de ns, pretendendo indicar impessoalidade,
igualmente desaconselhvel, embora tal construo possa aparecer
quando se trata de marcar os resultados obtidos pessoalmente com
uma pesquisa: somos de opinio que ..., julgamos que ..., chegamos
concluso que ..., deduzimos que ... etc. b) Objetividade: o carter
objetivo da linguagem que veicula conhecimentos cientficos resulta
da prpria natureza da cincia. Por isso, essa linguagem impessoal e
objetiva deve afastar do campo cientfico pontos de vista pessoais
que deixem transparecer impresses subjetivas, no fundadas, sobre
dados concretos. Expresses como eu penso, parece-me, parece ser e
outras violam freqentemente o princpio da objetividade, indicando
raciocnio subjetivo.
47
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
Grande nmero de vocbulos e expresses d margem a interpretaes
subjetivas; sua utilizao compromete o valor do trabalho. Veja
alguns exemplos de comparao entre linguagem subjetiva e linguagem
objetiva em pesquisa social:
linguagem subjetiva: a sala estava suja; linguagem objetiva: o
entrevistado, enquanto falava, deixou cair as cinzas do cigarro no
cho. Viam-se os restos de cigarros apagados e fragmentos de papel
pelo cho; linguagem subjetiva: a sala era grande e espaosa;
linguagem objetiva: a sala media 12m de comprimento por 8m de
largura.
A linguagem cientfica deve, portanto, ser objetiva, precisa,
isenta de qualquer ambigidade. Contrasta, nesse sentido, com a
linguagem subjetiva, apreciativa, adequada a outros fins.
c) Modstia e cortesia: os resultados de um estudo ou pesquisa,
quando cientificamente alcanados, impem-se por si mesmos. O
pesquisador no deve, portanto, insinuar que os resultados de outros
estudos ou pesquisas anteriores estejam cobertos de erros e
incorrees. O prprio trabalho, por mais perfeito que seja, nem
sempre est isento de erros. A cortesia trao importante de todo
trabalho, sobretudo quando se trata de discordar dos resultados de
outras pesquisas. cortesia sucede a modstia, quando o pesquisador
se torna especialista em seu ramo. Ao adquirir conhecimentos
profundos no setor de seu estudo especfico, o pesquisador no deve
transmiti-los com ares absolutos de autoridade absoluta. Sua
pesquisa impese por si mesma. A linguagem que a reveste limita-se
descrio de seus passos e transmisso de seus resultados,
testemunhando intrinsecamente a modstia e a cortesia essenciais a
um bom trabalho. Sua finalidade expressar, e no impressionar.
48
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
7.1.2 CARACTERSTICAS DA LINGUAGEM CIENTFICA
A linguagem, como instrumento de comunicao, pode desempenhar
funes distintas. Convm indic-las aqui, pelo menos as principais,
para que se tenha presente a funo caracterstica da linguagem
cientfica. Salvador (1970, p.141) assim classifica as funes
principais da linguagem- comunicao.
funo expressiva, adequada comunicao ou expresso de emoes,
sentimentos ou vivncias psicolgicas; funo persuasiva, adequada ao
discurso (retrico) que pretende usar sobre a vontade para dirigir a
conduta dos homens, como na propaganda; funo informativa, adequada
transmisso de conhecimentos e informaes.
Com respeito s formas de expresso, a linguagem-comunicao pode
revestir-se de carter:
coloquial, prprio da linguagem comum; literrio, enquanto tem em
vista objetivos estticos; tcnico, caracterstico da linguagem
cientfica.
A linguagem cientfica nada tem de persuasiva ou de expressiva no
sentido indicado; ela essencialmente informativa. Em suma, a
linguagem cientfica informativa e tcnica, de ordem cognoscitiva e
racional, firmada em dados concretos, a partir dos quais analisa,
compara e sintetiza, argumenta, induz ou deduz e conclui.
Distingue-se, portanto, da linguagem literria. Enquanto esta deve
impressionar, agradando pela elegncia e pela evocao de valores
estticos, aquela deve esclarecer pela fora dos argumentos; enquanto
esta tem por nota distinta a subjetividade (estilo literrio),
aquela tem por nota distintiva a objetividade (estilo
cientfico).
49
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
7.1.3 USO DO VOCABULRIO COMUM
Idias claras e precisas exprimem-se por meio de smbolos que as
representem. Os smbolos convencionalmente aceitos e agrupados em um
sistema constituem a linguagem. Tratando-se de linguagem cientfica,
os smbolos empregados so aqueles que representam idias. Ocorre,
entretanto, que nem todo smbolo ou palavra designa uma nica coisa
ou corresponde a uma idia apenas. Cumpre por isso, para que a
linguagem cientfica seja clara e precisa, escolher os termos mais
adequados s idias que se quer exprimir e determinar sua
significncia exata. O redator com pretenses tcnicas, acadmicas ou
cientficas deve conhecer, em primeiro lugar, a significao exata dos
termos empregados, conforme se encontra nos dicionrios, e
determinar, em segundo lugar, a significao que recebe no contexto.
Em uma redao cientfica, no se admite o uso dos termos em sentido
figurado: devem ser empregados unicamente em sentido prprio,
concreto e objetivo. Assim, o botnico se serviria do termo rosa
para designar a flor da roseira, planta da famlia das rosceas,
enquanto o poeta poderia utilizar o mesmo termo, em sentido
figurado, para designar uma mulher formosa. 7.2 COMO ELABORAR A
INTRODUO, O DESENVOLVIMENTO E A CONCLUSO DA MONOGRAFIA9 7.2.1
INTRODUO: CONCEITO E REQUISITOS NECESSRIOS
A parte introdutria abre o trabalho propriamente dito,
anunciando o assunto, e supe a compreenso dele quanto a seu
alcance, suas implicaes e seus limites. O leitor, quando se prope
leitura de um texto, quer antes de tudo saber do que se trata.
Satisfeita essa exigncia, ele deseja ser encaminhado para a
compreenso exata do assunto focalizado. Deduzem-se dessas
necessidades os requisitos imprescindveis a uma boa introduo:9
A partir desse tpico at o final desse captulo, todas as
informaes foram retiradas de: CERVO, Amado Luiz; BERVIAN, Pedro
Alcino; SILVA, Roberto da. Metodologia Cientfica. 6. ed. So Paulo:
Pearson Prentice Hall, 2007.
50
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
a definio do tema; a indicao do problema e da hiptese; a indicao
da metodologia de trabalho a ser seguida; a estrutura interna do
trabalho, com indicao de como esto distribudos e organizados seus
argumentos.
O mtodo para a elaborao da introduo busca mostrar como, na
prtica, sero preenchidas essas exigncias fundamentais. 7.2.1.1.
Sobre o tema Definir o tema consiste em anunciar sua idia geral e
precisa. Isso ser feito logo no incio da introduo, tendo-se o
cuidado de escolher bem os termos que envolvem a definio. Esquema
da Introduo:
a) Anunciar o assunto: 1. Idia geral; 2. Delimitar; 3. Situar;
4. Mostrar a importncia; 5. Justificar; 6. Definir os termos; 7.
Documentao 8. Metodologia
b) ... e como ser desenvolvido: 9. Idias-mestras do
desenvolvimento; 10. Plano do desenvolvimento
Uma vez anunciado o tema, torna-se freqentemente necessrio
delimit-lo, isto , indicar o aspecto especfico que ser focalizado
(delimitao do assunto). Por vezes, o assunto anunciado e delimitado
sob forma de problema ou pergunta. Levanta-se, nesse
51
FEMAR - FUNDAO EDUCACIONAL DE MARIANA FAMA - FACULDADE DE
ADMINISTRAO DE MARIANA Rua Dom Silvrio, 161 - Centro - Mariana - MG
- Tel.(31)3558-2673 [email protected]
caso, uma ou mais hipteses que sero demonstradas posteriormente.
Aos poucos, o leitor habilitado a penetrar na