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Cursos de Pós-Graduação Lato Sensu Televirtuais | 2012
Universidade Anhanguera-Uniderp
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INTRODUÇÃO Trabalho há muitos anos com Metodologia da Pesquisa. Para ensinar e para
pesquisar. Ao longo do tempo, deparei-me com muitos obstáculos. O mesmo
aconteceu com muitos de meus alunos. E não foram poucos os que desistiram de
tentar ultrapassá-los. Vencê-los, realmente, não é fácil.
Percebi, também, algo muito importante. É preciso deixar de lado a
preocupação com resultados, isto é, com o término do trabalho; seja porque há uma
data estabelecida para isso ou há uma nota por sua consecução ou um certificado...
Isto deixa aquele que pesquisa ansioso e a tendência é pensar mesmo nos resultados e
não no processo que leva à consecução da pesquisa.
Não há dúvida alguma de que há prazos. Mas, também, há planejamento e é
isto que faz com que o trabalho seja concluído “naturalmente”.
Há que se ter claro, antes de tudo, que toda pesquisa está associada à
formação de quem pesquisa. E é isto que garante que ela seja de qualidade, pois o
processo é de conhecimento.
Por outro lado, não se pode esquecer que as Ciências Humanas são, ainda,
muito criticadas – há aqueles que nem as consideram ciências. E isto tem complicado
bastante as pesquisas na área.
No tocante aos estudantes, há uma insatisfação muito grande quanto ao
desenvolvimento de trabalhos de pesquisa acadêmico-científicos. A maioria não traz
da graduação uma orientação segura. E a maioria só houve falar em pesquisa
científica nos cursos de pós-graduação.
Feliz, ou infelizmente, somos obrigados a admitir que as epistemologias, as
teorias, os métodos e os procedimentos metodológicos das Ciências Humanas não nos
têm dado muita segurança, porque também não estão seguros de si mesmos.
Pois bem, este trabalho é dirigido àqueles que se matricularam em um dos
cursos de pós-graduação “lato sensu” da Rede Anhanguera e quer contribuir para os
estudos, a pesquisas e os trabalhos de conclusão de cursos.
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Para tanto, responderá a algumas questões, a fim de permitir uma melhor
compreensão sobre os mecanismos da pesquisa. Quer também auxiliar na
compreensão de concepções, conceitos e perspectivas dos especialistas na matéria e
ser ponto de referência para melhor situar, interpretar e compreender a relação de
quem pesquisa com a própria pesquisa.
De início, uma ressalva:
pesquisas não são voltadas para objetos; elas o são para sujeitos.
É difícil a tarefa de procurar responder sobre o sujeito (o que é?). Mas isto
hoje, mais do que nunca, é necessário e urgente.
Dotados de consciência, os sujeitos têm o poder de agir sobre suas próprias
vidas. Eles conhecem, agem, sentem e querem. Isto dá, perfeitamente, a idéia do
que significa pesquisar para sujeitos. E dá também uma ideia do que significa
pesquisar os próprios sujeitos.
O conhecimento humano implica sempre uma reflexividade com vistas ao que
se conhece. E a Metodologia da Pesquisa Científica tem de possibilitar, àqueles que a
estudam, entender o porquê de as ciências serem tidas como rigorosas.
Elas o são, porque seus conhecimentos decorrem de pensamentos rigorosos,
isto é, daqueles pensamentos que se dirigem a um objeto, possuem um método e são
lógicos, isto é, coerentes, não contraditórios. E assim têm de ser, porque a Ciência
nasceu sob a égide da razão e da verdade. Não é, pois, por outro motivo que o rigor
da Ciência, hoje, se encontra nos seus próprios discursos.
Além do conhecimento científico, o conhecimento filosófico se constitui
também rigoroso. Por isto, a Filosofia e a Ciência são consideradas interpretações
rigorosas da realidade.
Além delas, a Arte, a Religião e o Senso Comum também se constituem formas
de interpretação da realidade, mas, não são interpretações rigorosas da realidade.
São interpretações, claro, mas interpretações que se dão a partir das características
próprias de cada uma delas. A Arte ligada à imaginação, à criatividade; a Religião, à
crença e o Senso Comum, às impressões ordinárias, vulgares, que temos da realidade.
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A questão do rigor da Ciência tem conseqüências importantes para a
Metodologia da Pesquisa Científica, uma vez que por ela os alunos terão de aprender
muito bem a diferença entre a construção de uma interpretação científica, em vista a
uma determinada situação, e a construção de uma interpretação construída a partir
de uma situação qualquer.
Assim, se um grupo de alunos constrói uma interpretação sobre a queda de um
objeto lançado do topo de um edifício, esta poderá ser até muito interessante, mas é
praticamente certo que não será a mesma interpretação que os físicos fariam. E isto
porque os físicos se baseariam nas teorias existentes sobre a queda dos corpos.
Nesse sentido, o conhecimento verdadeiro diz respeito a um conhecimento
que é pertinente ao nosso mundo. E é relativo aos contextos e aos projetos
científicos.
A CIÊNCIA
O homem, ao fazer ciência, nada mais faz do que interpretar suas próprias
ações e ao que o cerca – a realidade. Trata-se de um desejo. Desejo de superação
daquilo que lhe causa admiração. Espanto, no entendimento de Aristóteles.
É essa interpretação que se transforma num discurso verdadeiro. Num
discurso que pretende dizer exatamente como a realidade é. Mesmo que se saiba que
esse discurso será outro decorrido algum tempo, uma vez que a realidade se
transforma. Portanto, o discurso da ciência é um discurso com sentido.
A ciência tem proposto conhecer a realidade de modo cada vez mais
sistemático e preciso. Isto quer dizer que a ciência acaba por organizar os dados, que
colhe da realidade, em conjuntos logicamente coerentes e busca determinar as
ligações existentes entre os fenômenos. Não é por outro motivo, pois, que se
estabelece um contato com a realidade, de modo a obter informações a respeito dela
e, ao mesmo tempo, dispor de instrumentos que permitam coordená-las e criar
esquemas explicativos.
Um detalhe importante: ao considerar que seus conhecimentos devam ter
caráter universal, a ciência deseja resultados que sejam intersubjetivamente
controláveis.
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Mas, quero crer que, em vez de falarmos da ciência em geral, seja melhor
caracterizar o que seja uma disciplina científica. Nesse sentido, uma disciplina se
caracteriza como científica quando possui um objeto, um método e um corpo
conceitual.
Pois bem, toda disciplina científica tem obrigatoriamente um objeto, isto é,
aquilo para o qual ela quer conhecer. Daí constituir-se a objetividade numa de suas
principais características, já que por objetividade se entende o modo como uma
disciplina científica conhece o seu objeto. Por isto, e é o sentido que a Ciência
Moderna atribui ao termo, a objetividade acabou por se tornar a característica
daquilo que é objetivo, isto é, na postura que adota o cientista de ver as coisas como
as coisas realmente são.
É possível compreender agora, porque a concepção de objetividade só se
consolidou com o advento da Ciência Moderna. Foi ela que se preocupou em distinguir
o que é objeto de nossas percepções – no sentido de conhecimento empírico – e o que
é objeto de nossa subjetividade.
Pode-se afirmar que a Ciência Moderna nasceu sob a égide do que se chamou
método experimental. Aliás, ainda hoje, quando me refiro à ciência em sala de aula,
ouço freqüentemente referências à experimentação.
De fato, a ciência sempre se esforçou por eliminar tudo o que dizia respeito à
subjetividade, a fim de poder definir, reproduzir e comunicar os fatos. E o fez
prolongando nossos sentidos por meio de instrumentos de medir, o que acabou por
determinar o tratamento meramente quantitativo deles. Com isto, pensou-se
que por meio da repetição dos experimentos fosse possível evitar o risco de erro.
Nesta perspectiva, o fato científico nada mais é do que o fato mensurável. Por isto,
outro não foi o trabalho da Ciência Moderna que o de descrever seus procedimentos
de medida. E para tornar essa descrição fiável, valeu-se da linguagem matemática.
Portanto, é primordial para o cientista moderno poder reproduzir os fatos. Daí
a importância adquirida por aquilo que os cientistas modernos chamando de “método
experimental”. Nessa linha, para aqueles que trabalham com os fenômenos físico-
naturais, não há ciência sem experiência.
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Cabem aqui duas observações. A primeira, para dizer que há, hoje, outra
concepção de ciência – a Ciência Pós-Moderna. A segunda, que essa nova concepção
de ciência faz-nos refletir sobre uma nova concepção de método.
A Ciência Moderna deslocou a questão do método, do sujeito para o objeto.
Com isto, criou um grande problema, principalmente, para as Ciências Humanas. Por
exemplo, para os psicólogos, também a experiência (ou teste) passou a ter
importância. Para o historiador, a fidelidade aos documentos não deixa dúvida sobre a
importância dada ao fato.
Por isto, faço coro com aqueles que defendem a tese de que a questão do
método tem de ser aprofundada.
Em seu sentido etimológico, método quer dizer caminho, isto é, ir de um
lugar a outro. No caso que é o nosso, trata-se do caminho que o sujeito percorre para
conhecer determinado objeto. Trata-se, pois, de uma escolha. Não é, pois, sem
sentido a afirmação (LALANDE,1993, p. 679) de que a idéia de método é sempre a de
uma direção definível e regularmente seguida numa operação do espírito (o grifo é
meu).
Prefiro manter o termo espírito. Pensamento em seu lugar poderia dar a idéia
de que tomamos o sujeito apenas como cognoscente, esquecendo-nos das críticas
pertinentes a esse respeito. Noutros termos, o sujeito não é somente cognoscente.
Por outro lado, poderia surgir a idéia de uma fragmentação da própria
concepção de sujeito, tal qual às das antropologias contemporâneas, com relação à
concepção de homem, absolutamente indefensáveis em tempos pós-modernos.
Vejo, então, dois caminhos para o conhecimento do objeto: o categórico-
dedutivo e o empírico-indutivo.
LALANDE (Ibidem, p. 142), ao se referir a categórico-dedutivo, remete-nos ao
termo dedutivo (p. 229) - que constitui uma dedução – e atribui a ele quatro sentidos.
Interessa-nos o segundo:
Em particular: ao falar-se de uma conduta geral de pensamento: aquela que utiliza apenas o raciocínio (como nas matemáticas puras) sem fazer apelo à experiência no curso de seu desenvolvimento. O método dedutivo. Este método é dito categórico-dedutivo se partir de
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proposições dadas como verdadeiras; hipotético-dedutivo se essas proposições iniciais são apenas supostas a título provisório ou consideradas como simples lexis.
Para indutivo, o autor (Ibidem, p. 563) atribui dois significados: A. que
procede por indução: método indutivo. B. que resulta de uma indução: verdade
indutiva.
Ainda, para LALANDE (Ibidem, p. 559-560), há um sentido usual na linguagem
filosófica, para o termo indução:
operação mental que consiste em remontar de um certo número de proposições dadas, geralmente singulares ou especiais, a que chamaremos indutoras, a uma proposição ou a um pequeno número de proposições mais gerais, chamadas induzidas, tais que implicam todas as proposições indutoras.
Tenho-me permitido fazer um detalhamento que julgo dos mais importantes
para a metodologia da pesquisa científica. A distinção entre métodos, enfoques e
procedimentos. Tratarei disto, mais à frente.
Pensemos agora no corpo conceitual. Para facilitar o entendimento do que
isto seja, quero dizer que toda disciplina científica tem uma terminologia própria, o
que, na maioria das vezes, chega mesmo a identificá-la, sem referência explícita a
ela. Por exemplo, quando me refiro, aleatoriamente, a número, cálculo, binômio,
congruência, resto, função... sequer preciso mencionar Matemática. Quando me
refiro a peso, massa, aceleração, movimento, vetor, gravidade... sequer preciso
mencionar Física.
O corpo conceitual, pois, diz respeito aos conceitos que são próprios a uma
disciplina científica. Por isto, a lógica do discurso de uma disciplina científica
depende, também, de seu corpo conceitual.
Por discurso entende-se:
A. Operação intelectual que se efetua através de uma sucessão de operações
elementares parciais e sucessivas.
B. Especialmente, expressão e desenvolvimento do pensamento através de
uma sucessão de palavras ou proposições que se encadeiam (Ibidem, 1993,
p. 266).
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O EPISTEMOLÓGICO
Referir-se ao epistemológico significa referir-se a uma reflexão crítica sobre o
conhecimento científico, em geral, isto é, a um tipo de conhecimento que seja
fundamentado, justificado e validado. É, também, referir-se a como esse
conhecimento é construído.
Uma observação importante:
Fundamento foi durante tanto tempo sinônimo de contraforte abstrato, de base teórica, que existe algum perigo em pretender hoje atribuir-lhe, e subitamente, um conteúdo concreto. A distinção entre os fundamentos e os princípios parece-nos, sem dúvida, dever subsistir, mas não tão nitidamente como se pretende. Eu chamo fundamento aos princípios gerais sobre os quais pode repousar um sistema do mundo metafísico ou religioso; princípios, aos princípios especiais sobre os quais repousa uma disciplina oarticular; os fundamentos e os princípios são, uns e outros, de ordem abstrata, teórica e lógica (Ibidem, p. 436).
Quando refletimos criticamente sobre a Matemática, colocamos em jogo, por
exemplo, questões como a do raciocínio matemático, do sentido dos principais
conceitos utilizados por ela – número, relações numéricas etc. – e aprofundamo-nos
no fundamento de seus postulados, teoremas, axiomas.
A epistemologia da Biologia, por exemplo, estuda a maneira como os biólogos
construíram os saberes que são próprios dessa ciência.
A Epistemologia não é, contudo, História da Ciência, uma vez que esta se
preocupa com o resgate de como a Ciência se desenvolveu.
O PROJETO DE PESQUISA
Tenho observado, de uns anos para cá, que há uma predisposição, por parte
de alguns estudiosos, em não elaborar o projeto de pesquisa. Querem pesquisar,
imediatamente. Alguns até consideram ser perda de tempo debruçar-se sobre ele. O
que, evidentemente, não está correto, pelo menos no meu modo de entender. Para
mim, um projeto de pesquisa, bem elaborado, significa meio caminho andado na
consecução do trabalho de pesquisa. Além do mais,
antes de começar a pesquisar, é preciso saber o que vai pesquisar.
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É isso mesmo. Antes de qualquer coisa, você tem que se decidir por um TEMA.
De preferência, um tema que conheça bem. Um tema que já estudou bastante ou um
tema que mais goste.
Ao conhecer o tema, certamente, terá muitas dúvidas. Delas decorrerá o seu
problema de pesquisa. Mas, cuidado. O problema de pesquisa não é o conjunto das
dúvidas que você possui. Só se transformará em problema de pesquisa a dúvida que
realmente não puder ser resolvida. Por isto, o problema de pesquisa tem de ser,
além de específico, muito bem delimitado. De modo algum, vago ou impreciso.
Além disso, recomenda-se, academicamente, que seja único. Cuidado, pois,
com a sua formulação. Por exemplo, o projeto de pesquisa que tem como problema
de pesquisa “O Direito como norma” apresenta um único problema de pesquisa. Outro
projeto, que tem como problema de pesquisa “O Direito como norma e valor”
apresenta dois problemas de pesquisa. Muito cuidado, pois, na formulação do
problema de pesquisa.
Sempre que perguntamos por algo, bem ou mal, temos uma resposta para o
que perguntamos. Pode não ser a resposta adequada, mas não deixa de ser uma
resposta. Pois bem, a resposta, ou resposta, que se atribui ao problema de pesquisa é
exatamente a hipótese, ou hipóteses. E a pesquisa será exatamente a busca por
confirmá-la.
Depois disso, reflita sobre a relevância da pesquisa. Por que é importante
pesquisar o que se está propondo? Não se pode esquecer que toda pesquisa tem de ser
pensada em termos de relevância pessoal e relevância social.
Observe o seguinte. Quando pensamos a realidade física, pretendemos
descrevê-la, explicá-la ou interpretá-la. Já com a realidade humana é diferente. O
pensamento é uma atividade humana e surge de outras atividades humanas. Portanto,
exerce influência sobre tudo que é humano. Além disso, há o problema da
responsabilidade moral e social que o acompanha.
Outro quesito: o (s) objetivo (s) da pesquisa.
Muitos alunos-pesquisadores se atrapalham muito quando precisam se referir
aos objetivos da pesquisa. Muitas vezes, objetivos são tomados como problemas de
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pesquisa e vice-versa. É preciso atenção. Outros insistem em mencionar objeto de
pesquisa. Vejamos.
OBJETIVO adj. Relativo ao objeto. / Que existe independentemente do pensamento; que diz respeito ao mundo exterior (opõe-se a subjetivo). / Que expõe, investiga ou critica, baseando-se nos fatos e não nos sentimentos; isento de parcialidade: crítica objetiva. / - S. m. Fim a atingir; alvo, propósito.
OBJETO s.m. Tudo o que se oferece à vista, que afeta os sentidos. / Qualquer coisa. / Fig. Tudo o que se oferece ao espírito, que o ocupa; intenção, propósito. / Causa, motivo de um sentimento, de uma ação. / Matéria própria: o objeto de uma ação. / Dir. Aquilo sobre o que incide um direito, uma obrigação, um contrato, uma demanda em juízo. / Filos. O que é pensado e se opõe ao ser pensante, ou sujeito. / Gram. Complementos verbais: objeto direto e objeto indireto. // O objeto amado, a pessoa a quem se ama (KOOGAN/HOUAISS, 1997, p. 1157).
Percebeu a diferença? Aliás, não pense duas vezes para recorrer ao dicionário.
Quando estiver trabalhando com um texto de uma área específica, existem
dicionários para eles. Há dicionários de Filosofia, Sociologia, Psicologia, Ciências etc.
Use-os sempre. Nunca utilize um vocábulo que não conheça o seu real significado.
Outro passo para a consecução do projeto de pesquisa é a justificativa. Na
própria elaboração do projeto de pesquisa existe, implícita, uma justificativa. Afinal,
você está elaborando um projeto de pesquisa, porque a você foi solicitada uma
pesquisa. Será o seu Trabalho de Conclusão de Curso. Pois bem, aí está a justificativa
acadêmica.
Quero me referir a outra justificativa. A que diz respeito ao “por quê?” dela,
no aspecto contribuição para o desenvolvimento da Ciência, aliás, um ponto que tem
causado surpresa a muitos estudantes. Muitos, ou mesmo a maioria deles, não se
sentem capazes de contribuir com o desenvolvimento da ciência. Ora, se estão
pesquisando...
Descreva, pois, o contexto da pesquisa, fale sobre a definição do problema,
explicite os objetivos e diga por que quer pesquisar o que propõe. Antecipe uma
situação precisa, nova, que deseja realizada. Selecione, e/ou crie, e organize os
meios de intervenção que considerar pertinente relativamente à mudança que deseja.
Não esqueça da relevância pessoal e social.
Aliado à justificativa, o referencial teórico.
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Claro está que, se já se decidiu por um tema e tem um problema de pesquisa,
muitas leituras já foram feitas – artigos de revistas científicas, capítulos de livros, ou
mesmo alguns livros, um ou vários documentos – não esqueça, no caso da pesquisa, a
leitura é seletiva – propiciarão ter uma postura teórica. Será ela que fundamentará o
seu trabalho. Pergunte a você mesmo que argumentos sugeridos por um ou vários
autores apóiam o seu trabalho. Mas, cuidado. Não basta citar os nomes dos autores
lidos. O referencial teórico resulta da sua elaboração mental a partir do que leu.
De importância considerável, a metodologia da pesquisa científica. A
metodologia da pesquisa envolve o método. Se o método adotado for o categórico-
dedutivo, você terá ainda que se decidir por um enfoque ou uma abordagem. Se o
método adotado for o empírico-indutivo, você terá que optar por um, ou mais,
procedimentos metodológicos. Por fim, a coleta de dados.
Por método entende-se o caminho que o sujeito percorre para conhecer
determinado objeto. Sujeito é aquele que conhece e objeto aquilo que se conhece.
Portanto, o caminho escolhido pelo sujeito é decisão dele. Está em sua mente. Nesse
sentido, seu ponto de partida pode ser uma afirmação de caráter universal ou uma
afirmação de caráter particular a respeito do objeto. No primeiro caso, o método
categórico-dedutivo e no segundo, o método empírico-indutivo.
O método categórico-dedutivo é o que admite enfoques ou abordagens; o
método empírico-indutivo, procedimentos metodológicos. No primeiro caso, pode-se
dizer que a pesquisa é mais teórica e, no segundo, que é mais prática.
Dentre os enfoques ou abordagens existentes, as mais comuns são o
hermenêutico, o fenomenológico e o dialético.
Abbagnano (1996, p. 315, 531, 603) dá os seguintes significados para
dialética, fenomenologia e hermenêutica:
Dialética. Na história da filosofia este termo, derivado de diálogo, não tem uma significação unívoca, de modo que possa ser determinado e aclarado de uma vez por todas, mas tem recebido distintos significados diversamente aparentados entre si e não reduzíveis uns aos outros ou a um significado comum. No entanto, é possível distinguir quatro significados fundamentais: 1) a D. como método da divisão; 2) a D. como lógica do provável; 3) a D. como lógica; 4) a D. como síntese dos opostos.
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Fenomenologia. A descrição do que aparece ou a ciência que tem como tarefa ou projeto esta descrição.
Hermenêutica. Uma técnica qualquer de interpretação.
É claro que neste momento isto diz muito pouco, mas com o andamento da
pesquisa tudo tende a ser esclarecido.
A teoria tem uma função importantíssima no processo metodológico, uma vez
que é por ela que rompemos com o senso comum. É por ela que racionalizamos e
explicamos a realidade.
Dentre os procedimentos metodológicos, a análise documental, o estudo de
caso, a análise estatística, a análise comparativa, dentre outros.
A busca por um procedimento metodológico adequado esclarecerá melhor o
que estamos aqui a discutir.
Algumas instituições de ensino exigem solicitam que seus alunos incluam no
projeto de pesquisa um cronograma da pesquisa. O cronograma faz menção às etapas
que serão ser percorridas ao longo da pesquisa. Assinala o tempo a ser vencido pelo
aluno em cada uma delas.
Por fim, referências – não mais bibliografia. Todos os documentos consultados
para a elaboração do projeto de pesquisa. São considerados documentos os livros,
capítulos de livros, artigos científicos, anais de congressos científicos, documentos
históricos, relatórios de pesquisas já realizadas etc.
Um aspecto importante: mantenha-se atualizado com vistas aos documentos. E
mais, relacione todo material utilizado para a elaboração do projeto de pesquisa. Não
esqueça: siga as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
A LEITURA DE TEXTOS FILOSÓFICOS OU CIENTÍFICOS
Você já deve ter percebido que não é fácil ler um texto filosófico ou científico.
Há de concordar comigo que são muitas as dificuldades. Ouço freqüentemente dos
meus alunos que eles não entendem o que os autores dizem. Alguns mais exacerbados
chegam a se perguntar por que têm de ler o que têm de ler.
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Ora, você irá elaborar uma monografia. Terá que ter elementos para isso. A
leitura da documentação pertinente é essencial; por ela você vai adquirir os
conhecimentos necessários para a consecução de sua pesquisa. Seu trabalho precisa
ser fundamentado, justificado e validado. Para isso, você precisa, de fato, ser um
bom leitor.
Não se esqueça. Você venceu uma etapa importante do seu trabalho de
pesquisa: elaborou o projeto de pesquisa. Portanto, já se decidiu por um tema e o
que é mais importante por um problema de pesquisa. Precisa agora resolvê-lo.
Faça o levantamento documental necessário; organize-o e passe a ler texto por
texto.
Em cada texto comece por conhecer o autor. Explore bem os dados de sua vida
e de sua obra. Conheça seu ambiente cultural e suas preocupações em relação a ele.
Um texto extenso precisa ser delimitado. Faça-o sempre em vistas de sua
capacidade de trabalho. Não há norma para isso. Avance na leitura parte por parte.
Leia cada parte atentamente. Uma por uma. No primeiro momento, de uma
única vez. Sua inteligência precisa ter noção do todo, para poder trabalhar com as
partes. Não interrompa a leitura, nada assinale. Simplesmente, leia.
Depois disso, faça outra leitura. Assinale tudo que for desconhecido para você.
Muita atenção ao vocabulário. Não dê qualquer sentido às palavras. Elas certamente
terão um sentido específico. Pesquise tudo aquilo que for desconhecido: datas,
acontecimentos, autores citados etc.
Feito isto, você tem disporá de todos os elementos necessários para saber
exatamente o que o autor disse. Se você dispuser a falar do texto sem que saiba
exatamente o que o autor quis dizer estará interpretando o texto, porém,
equivocadamente.
Uma maneira interessante de saber o que o autor disse é elaborando o resumo
do texto. Faça isso a partir da idéia, ou idéias, principal de cada parágrafo. Mas, não
altere nada. Trabalhe com as próprias palavras do autor.
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Agora sim, termine a leitura fazendo a interpretação. Coloque as suas idéias
frente às idéias do autor. Concorde, discorde, critique, problematize.
Não desanime. Se for o caso, leia o texto quantas vezes forem necessárias. Não
passe para a parte seguinte se for deixar alguma coisa para trás; alguma coisa que
não conseguiu descobrir; que não entendeu.
Aprenda a fazer anotações. Elas poderão ajudar no momento da elaboração da
dissertação. Abra “pastas” para isso em seu computador. Uma para o que poderá
servir como citação. Outra para relacionar os documentos lidos. Será muito mais fácil
organizar as referências. Outra, ainda, para expor, se necessário, o pensamento de
um autor. Enfim, crie quantas “pastas” forem necessárias; essas pastas poderão ser
de diferentes naturezas.
MEDEIROS (1996, p. 16) define anotação como processo de seleção de
informação para posterior aproveitamento. E aconselha: as notas devem permitir
redação a partir delas, ou seja, não devem ser tão sintéticas que dificultem o
entendimento e não possam ser convertidas em texto.
Mas, cuidado. Fique atento para a qualidade das fontes de pesquisa. Escolha
somente documentos que tenham referência. As bibliotecas hoje estão equipadas
para auxiliar você nesse aspecto. Procure-as com freqüência. Não se limite a uma ou
duas. Esteja em contato com quantas puder, desde que atualizadas. Não se esqueça
dos periódicos. Trabalhe os periódicos mais atuais, porque eles mostram as
tendências do momento.
OS ELEMENTOS FORMAIS DA MONOGRAFIA
São quatro os elementos formais da monografia. Eles não têm uma ordem pré-
estabelecida, apenas, têm de ser considerados quando da sua elaboração: o
epistemológico, o teórico, o morfológico e o técnico. DE BRUYNE, HERMAN e DE
SCHOUTHEETE (1977, p. 35) denominam pólos da pesquisa.
Ao epistemológico já se fez referência. Mas, não custa relembrar. O
epistemológico diz respeito ao conhecimento que temos de ter da Ciência.
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Na elaboração da monografia, o epistemológico permitirá o que chamo de
enfoques da pesquisa ou, como querem alguns, os processos discursivos.
No caso das pesquisas em Ciências Humanas, seriam, predominantemente, o
dialético, o fenomenológico, o hermenêutico.
O técnico diz respeito à coleta de dados. Assim a entrevista (estruturada, livre,
centralizada num tema particular), o questionário, a observação direta, a observação
participante e a análise documental.
Observem, algumas coisas que DE BRUYNE, HERMAN e DE SCHOUTHEETE ( 1977,
p. 211-4) dizem a respeito.
1. ENTREVISTA (ORAL) ESTRUTURADA (PROTOCOLO FIXO) LIVRE, SOBRE UM TEMA GERAL CENTRALIZADA NUM TEMA PARTICULAR (LISTA-CONTROLE) INFORMAL E CONTÍNUA ENTREVISTAS REPETIDAS EM PROFUNDIDADE INDIRETA
O QUE SE BUSCA FATOS OBSERVADOS E/OU OPINIÕES EXPRESSAS SOBRE ACONTECIMENTOS,
SOBRE OS OUTROS, SOBRE A PRÓPRIA PESSOA MUDANÇAS DE ATITUDES, DE INFLUÊNCIAS EVOLUÇÕES DOS FENÔMENOS SIGNIFICAÇÕES DAS RESPOSTAS CONTEÚDO LATENTE
ESCOLHAS TÉCNICAS
SELEÇÃO DOS INFORMANTES (APTOS E DISPOSTOS A RESPONDER) AMOSTRA RESPONDEDORES ¨REPRESENTATIVOS¨ PESSOAS ¨COMPETENTES¨
DIFICULDADES A SUPERAR BARREIRA PARA COMUNICAÇÃO; RELAÇÃO ARTIFICIAL MECANISMOS DE DEFESA (FUGA, RECUSA, RACIONALIZAÇÃO, CONFORMISMO ETC.) ESTADO DE INFORMAÇÃO ALEATÓRIO DOS RESPONDEDORES SUBJETIVIDADE
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DISPARIDADE ENTRE DECLARAÇÕES E COMPORTAMENTOS INADEQUAÇÃO DOS CONCEITOS COM O REAL, DIFICULDADES DE LINGUAGEM,
INCOMPREENSÕES
VANTAGENS RELATIVAS INCITAÇÕES A RESPONDER (ACOLHIMENTO, DESEJO DE COMUNICAR ETC.) QUANTIDADE E QUALIDADE AUMENTADAS DAS INFORMAÇÕES, PROBLEMAS MAIS
COMPLEXOS OU MAIS CARREGADOS AFETIVAMENTE FLEXIBILIDADE
2. QUESTIONÁRIO (ESCRITO) ESTRUTURADA (PROTOCOLO FIXO) LIVRE, SOBRE UM TEMA GERAL CENTRALIZADA NUM TEMA PARTICULAR (LISTA-CONTROLE) INFORMAL E CONTÍNUA ENTREVISTAS REPETIDAS EM PROFUNDIDADE INDIRETA
O QUE SE BUSCA
FATOS OBSERVADOS E/OU OPINIÕES EXPRESSAS SOBRE ACONTECIMENTOS, SOBRE OS OUTROS, SOBRE A PRÓPRIA PESSOA
MUDANÇAS DE ATITUDES, DE INFLUÊNCIAS EVOLUÇÕES DOS FENÔMENOS SIGNIFICAÇÕES DAS RESPOSTAS CONTEÚDO LATENTE
ESCOLHAS TÉCNICAS
FORMULAÇÃO DAS PERGUNTAS : FECHADAS (ESCOLHA DAS RESPOSTAS REDUZIDAS) ABERTAS (CONTEÚDO E FORMA DAS RESPOSTAS DEIXADAS À ESCOLHA) PRÉ-FORMADAS (COMPROMISSO ENTRE PERGUNTAS FECHADAS E ABERTAS)
DIFICULDADES A SUPERAR BARREIRA PARA COMUNICAÇÃO; RELAÇÃO ARTIFICIAL MECANISMOS DE DEFESA (FUGA, RECUSA, RACIONALIZAÇÃO, CONFORMISMO ETC.) ESTADO DE INFORMAÇÃO ALEATÓRIO DOS RESPONDEDORES SUBJETIVIDADE DISPARIDADE ENTRE DECLARAÇÕES E COMPORTAMENTOS
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INADEQUAÇÃO DOS CONCEITOS COM O REAL, DIFICULDADES DE LINGUAGEM, INCOMPREENSÕES
DESVIOS DEVIDO À RIGIDEZ EXAME E ORDENAÇÃO MAIS DIFÍCEIS INTERPRETAÇÃO DELICADA, RISCO DE ERRO CUSTO MAIS ELEVADO
VANTAGENS RELATIVAS UNIFORMIDADE ANONIMATO FACILIDADE DE EXAME FILTRAGEM DAS PERGUNTAS RESPOSTAS MAIS COMPLEXAS
ESCOLHAS TÉCNICAS DEFINIÇÃO DE OBJETOS A SEREM OBSERVADOS E DAS UNIDADES AMOSTRAGEM REPRESENTATIVA SELEÇÃO DE DADOS NECESSIDADE DE SISTEMATIZAR AS ANOTAÇÕES (CATEGORIAS, ESCALAS)
DIFICULDADES A SUPERAR MANIFESTAÇÕES SENSÍVEIS (SINAIS A SEREM INTERPRETADOS) DIVERSIDADE DE OBJETOS E DE NÍVEIS DE OBSERVAÇÃO SUJEITO OBSERVADO COMPORTANDO-SE DE MODO DIFERENTE DO QUE SOZINHO;
COMPORTAMENTO DIFERENTE DO PENSAMENTO; CONDUTAS AMBÍGUAS IMPRECISÃO; ACÚMULO INÚTIL DOS DADOS; OBSERVAÇÃO INTENCIONAL; NÃO
CORRESPONDÊNCIA DA INTERPRETAÇÃO COM AS NOTAS
4. OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE (OBSERVADOR CONHECIDO OU OCULTO)
O QUE SE BUSCA FATOS TAIS COMO SÃO PARA OS SUJEITOS OBSERVADOS FENÔMENOS LATENTES (QUE ESCAPAM AOS SUJEITOS, MAS NÃO AO OBSERVADOR)
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ESCOLHAS TÉCNICAS ENTREVISTA ¨AO VIVO¨ DURANTE O ACONTECIMENTO E OBSERVAÇÃO QUER DIRETA,
QUER POR PESSOAS INTERPOSTAS (INFORMANTES SÃO ¨COLEGAS¨ RELAÇÃO FACE A FACE DURÁVEL, ATIVA OU NÃO (VER, ESCUTAR, COMPARTILHAR);
OBSERVADOR SIMULTANEAMENTE SEPARADO E IMPLICADO CAPACIDADES NECESSÁRIAS AO PESQUISADOR; INTUIÇÃO, IMAGINAÇÃO, PERCEPÇÃO
DOS PROBLEMAS
DIFICULDADES A SUPERAR RECUSA POSSÍVEL DO OBSERVADOR OU INTEGRAÇÃO E SOCIALIZAÇÃO
EXCESSIVAS O ACONTECIMENTO QUE INTERESSA FREQÜENTEMENTE É FORTUITO PROBLEMA DE ÉTICA
VANTAGENS RELATIVAS PARTICIPAÇÃO MÁXIMA DO PESQUISADOR RELAÇÃO MENOS ARTIFICIAL
ANÁLISE DOCUMENTAL
FONTES PRIVADAS OU OFICIAIS (ARQUIVOS, RELATÓRIOS, ESTATÍSTICAS, DIRETA OU INDIRETAMENTE PERTINENTES, REFERINDO-SE À INSTITUIÇÃO OU À SITUAÇÃO ESTUDADA)
O QUE SE BUSCA FATOS, ATRIBUTOS, OPINIÕES, COMPORTAMENTOS, EVOLUÇÕES, TENDÊNCIAS (EXPLORAÇÃO, PRÉ-PESQUISA, VERIFICAÇÃO DE HIPÓTESES)
ESCOLHAS TÉCNICAS
a) ANÁLISE QUALITATIVA DO CONTEÚDO NECESSIDADE DE UMA CRÍTICA HISTÓRICA AUTENTICIDADE, VALOR MOTIVOS E CONDIÇÕES DO ESTABELECIMENTO DO TEXTO
b) ANÁLISE DE CONTEÚDO QUANTITATIVO
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ESCOLHA DOS TEXTOS (AMOSTRAGEM) DESCRIÇÃO QUANTITATIVA DO TEXTO DETERMINAÇÃO DAS UNIDADES
DIFICULDADES A SUPERAR DIFICULDADE DE ACESSO (SEGREDO) DIFICULDADE DE INTERPRETAÇÃO (SENTIDO DAS PALAVRAS, CONTEXTO ETC.) ¨REEMPREGO¨ NUMA PERSPECTIVA DE PESQUISA O IMPORTANTE NEM SEMPRE ESTÁ ESCRITO
VANTAGENS RELATIVAS INSTRUMENTOS ¨NÃO REATIVOS¨ ECONOMIA DE TEMPO E DE DINHEIRO
A coleta de dados vem intimamente ligada ao que chamo de procedimento
metodológico ou, como querem alguns, os modos de investigação.
A ESTRUTURA TÉCNICA DA MONOGRAFIA Apresento, aqui, uma estrutura ideal para monografias de conclusão de cursos
“lato sensu” E está baseada no que dispõe a NBR-14724/2002, da ABNT.
- Capa
- Página de Rosto
- Resumo
- Sumário
- Introdução
- Desenvolvimento
- Conclusão
- Referências Bibliográficas
Outros elementos como Folha de Aprovação, Lombada, Errata, Dedicatória,
Agradecimentos, Epígrafe, Listas, Glossário, Apêndices, Anexos e Índice podem ser
inseridos, desde que haja orientação para isso da instituição que exige o trabalho ou
que o próprio trabalho exija.
CAPA
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Obrigatória em todo trabalho acadêmico-científico. A instituição que exige o
trabalho decidirá sobre o material a ser utilizado. Papel simples, capa dura, cor etc.
Elementos da capa:
no alto, o nome da instituição e logo abaixo o nome do curso
logo abaixo, o nome do autor do trabalho
no meio, o título do trabalho
em baixo, o local onde o trabalho foi realizado e o ano
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MODELO DE CAPA
INSTITUTO DE EDUCAÇÃO BARÃO DO RIO BRANCO
CURSO DE DIREITO
ANTÔNIO MARCOS PEREIRA DOS SANTOS
A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA VIDA DA ESCOLA
Miríades – 2003
Observar 3 cm para a margem superior e esquerda e 2 cm para a inferior e
esquerda.
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PÁGINA DE ROSTO
Os mesmos elementos da capa, acrescidos da indicação da natureza do
trabalho.
MODELO DE PÁGINA DE ROSTO
ANTÔNIO MARCOS PEREIRA DOS SANTOS
A PARTICIPAÇÃO DO PROFESSOR NA VIDA DA ESCOLA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência parcial, para conclusão do Curso de Pedagogia, no Instituto Barão do Rio Branco, sob a orientação do Prof. Maurício de Lima Duarte.
Miríades – 2003
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RESUMO
Uma breve apresentação dos pontos mais importantes do trabalho. Convém destacar a natureza do estudo, sua relevância, seus objetivos, os principais resultados encontrados e o que se concluiu.
São aproximadamente 250 palavras, no caso de monografias de conclusão de curso, em linguagem clara, breve e concisa.
SUMÁRIO
Trata-se de apresentar as divisões contidas ao longo do trabalho, seguidas
pelo número das páginas que iniciam tais divisões. Em monografias, geralmente
indicam a página onde se iniciam a Introdução, os Capítulos, a Conclusão e as
Referências Bibliográficas.
INTRODUÇÃO
De um modo geral, é na introdução que se anuncia o que se pretende fazer no
trabalho. O problema de pesquisa tem de ser anunciado, além de contextualizado. É o
estado da arte da questão. Serve para situar o leitor. O problema de pesquisa, as
hipóteses serão aqui declinadas, assim como os objetivos pretendidos. Não deixe de
fazer referência ao procedimento metodológico e à técnica de coleta de dados.
Anuncie o que fará em cada capítulo.
DESENVOLVIMENTO
Referir-se ao desenvolvimento significa referir-se ao trabalho propriamente
dito. Todo o seu empenho em construir algo novo aparece aqui. É o resultado de sua
elaboração mental. Para facilitar o trabalho de leitura, divida-o em capítulos mais ou
menos do mesmo tamanho. Se tiver necessidade de ilustrar o seu texto, faça-o sem
nenhuma preocupação. Para isso, poderá valer-se de fotos, quadros, tabelas, mapas
etc.
CONCLUSÃO
Local de apresentação dos resultados obtidos. Não esqueça. Ao iniciar o
trabalho propôs-se a resolver um problema. Relate agora como chegou a solucioná-lo.
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REFERÊNCIAS
Relação de todas as obras consultadas para a elaboração do trabalho.
Preferencialmente, as obras serão apresentadas no sistema alfabético. Seguir,
rigorosamente, as normas da ABNT.
APRESENTAÇÃO GRÁFICA MONOGRAFIA
Estrutura geral
A. Elementos pré-textuais
Capa dura
Lombada
Capa
Página de rosto
Resumo
Palavras-chave
Lista de tabelas
Lista de abreviaturas e siglas
Sumário
B. Elementos textuais
Introdução
Desenvolvimento do trabalho – capítulos
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Conclusão
C. Elementos pós-textuais
Referências
Anexos
Digite e imprima a monografia na cor preta, em papel branco, formato A4
(21,0 x 29,7 cm), somente de um lado da folha.
O espaço entre as linhas 1,5. Utilize como fonte Times New Roman ou Arial,
tamanho 12.
Os títulos das seções serão separados do texto por espaço duplo e deverão ser
escritos com letras maiúsculas, em negrito. Assim, INTRODUÇÃO, CAPÍTULO 1 ou
CAPÍTULO 4, CONCLUSÃO, REFERÊNCIAS.
As páginas deverão ser marginadas: superior e esquerda, 3 cm. Direita e
inferior 2 cm.
A numeração das páginas se dará na parte superior direita de cada uma delas,
a 2 cm da borda superior, com números arábicos em ordem crescente. Todas as
páginas devem ser contadas, mas somente numeradas a partir da Introdução.
Os parágrafos se iniciam a seis toques da margem esquerda.
Evite o uso de notas de rodapé. O que vai para o rodapé da página pode
perfeitamente fazer parte do texto.
A redação do trabalho apresenta características próprias. Afinal, trata-se de
um trabalho científico. Portanto, o texto tem de ser facilmente compreendido. Sua
linguagem, própria da área estudada, deve ser clara e precisa. Os argumentos
coerentes, isto é, lógicos, não contraditórios.
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Não suponha nada quando estiver escrevendo. Nenhum leitor é obrigado a
saber o que passa em seus pensamentos. Aliás, você escreve para o leitor e não para
você.
Não use gírias. Não abuse de citações, tabelas e gráficos. A leitura se torna
difícil e certamente desestimulará o leitor.
Muitos termos hoje, utilizados em informática, têm sido popularizados. Nada
justifica valer-se de deletar no lugar de apagar. Ou fazer um print no lugar de
imprimir. Não use esse tipo de expediente.
Não faça citações em língua estrangeira. Traduza o texto e jogue o original
para o rodapé da página, para que o leitor possa conferir. Neste caso, a nota de
rodapé pode ser utilizada.
Construa parágrafos curtos. Parágrafos longos podem trazer confusão para o
leitor.
Tome cuidado com a correção gramatical. Não vacile. Antes de dar o trabalho
por concluído, passe por um revisor. Um bom professor de Português vai chamar a
atenção para muitos aspectos que poderiam ser evitados em sua redação.
ARTIGO CIENTÍFICO
Entende-se por artigo científico “a parte de uma publicação com autoria
declarada, que apresenta e reflete ideias, métodos, técnicas, processos e resultados
nas diversas áreas do conhecimento” (ABNT. NBR 6022, 2003, p. 2).
Os artigos científicos podem ser: a) originais ou de divulgação, quando
apresentam temas ou abordagens originais, na forma de relatos de caso, comunicação
ou notas prévias e b) de revisão, quando analisam e discutem trabalhos já publicados,
revisões bibliográficas etc.
Os artigos científicos têm como elementos estruturais:
A. título e subtítulo (quando houver) - figuram na página de abertura do artigo;
B. a autoria - nome completo do (s) autor (es) grafado (os) na forma direta e acompanhado (os) de um breve currículo;
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C. currículo - inclui endereço (e-mail) para contato;
D. resumo – apresenta de forma concisa, o problema de pesquisa, os objetivos, os enfoques ou abordagens, o procedimento metodológico e os resultados alcançados. Não deve ultrapassar duzentas e cinquenta palavras e nem conter citações;
E. palavras-chave – obrigatória a indicação de palavras, que expressem, com clareza, sobre o que se está tratando. Devem ser separadas entre si por ponto;
F. introdução – expõe a finalidade e os objetivos do trabalho, de modo que o leitor tenha uma visão geral do que está será abordado. Deve conter, de modo geral: uma visão da problemática tratada, inclusive para apontar o surgimento do problema, o objeto do artigo, a revisão bibliográfica e a justificativa, que inclui a escolha do tema, o problema de pesquisa, a hipótese de estudo, o objetivo pretendido, o procedimento metodológico utilizado, ou o enfoque ou a abordagem;
G. desenvolvimento - parte principal e mais extensa do trabalho. Deve apresentar a fundamentação teórica, os resultados alcançados e a discussão. Poderá ser dividido em seções e subseções;
H. conclusão – corresponde ao que foi feito em termos do que havia sido anunciado na introdução. Deve ser breve e poderá conter recomendações e sugestões;
I. referências – lista ordenada dos documentos efetivamente citados no texto.
Atenção
Para mais informações, consulte as normas da ABNT.
Para publicação em periódicos, consulte as normas de publicação de cada um
deles.
CITAÇÕES E REFERÊNCIAS
Entende-se por citação a indicação, no texto acadêmico-científico, de todos
os documentos consultados para a realização de uma pesquisa. Além de propiciar
autenticidade à informação, é um subsídio ao trabalho, no que diz respeito ao seu
grau de aprofundamento. As referências constituem o conjunto das informações
próprias aos documentos citados e permitem prontamente a sua identificação.
As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT – permitem
que elas sejam utilizadas adequadamente.
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As indicações a seguir têm como base a NBR 10520 e a NBR 6023, que
Não se recomenda utilizar material de curta duração nas redes.
Ordenação das referências
Quando utilizado o sistema alfabético (autor-data), as referências devem
estar reunidas no final do trabalho, em uma única lista em ordem alfabética, sob o
título “Referências”. No entanto, a entrada da referência deve obedecer à forma
adotada na citação dentro do texto, mas não necessariamente quanto à grafia.
Exemplos:
No texto:
Como diz Morin (2001, v. 2, p. 311), “[...] luto aqui, não contra um
argumento, mas contra um imperativo paradigmático que ofusca: não condeno, ao
contrário, adiro plenamente à rejeição científica necessária do subjetivismo, isto é,
da idiossincrasia afetiva, do egocentrismo, do etnocentrismo, da opinião arbitrária.
Mas, importa distinguir a realidade da subjetividade e a ilusão do subjetivismo. É
porque esta distinção não foi operada que a luta elucidativa contra o subjetivismo
tornou a ciência cega para o sujeito”.
Na lista de referências:
MORIN, Edgar. O método II: a vida da vida. Tradução de Marina Lobo. Porto Alegre:
Sulina, 2001.
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CONCLUSÃO
As discussões acerca da teoria e da prática não são recentes. Há os que
defendem a prevalência da teoria e há os que defendem a prevalência da prática.
Mais recentemente defende-se, com razão, a indissociabilidade entre elas.
Isto significa que é preciso considerar que para “fazer” é preciso “saber”. E para
“saber” é preciso “fazer”.
Nesse sentido, há quem diga que “teoria e prática são duas faces de uma
mesma moeda”.
Por isto, privilegiamos em nossa disciplina a teoria, para que se possa “fazer
bem” aquilo que nos interessa – o TCC.
REFERÊNCIAS
LUDWIG, Antonio Carlos Will. Fundamentos e Práticas de Metodologia Científica. Petrópolis (RJ): Vozes, 2009. MARTINS, Gilberto de Andrade; THEOPHILO, Carlos Renato. Metodologia da Investigação Científica. 2ed. São Paulo: Atlas, 2009. DEMO, Pedro. Metodologia Científica em Ciências Sociais. 3ed. São Paulo: Atlas, 1995. APPOLINARIO, Fabio. Dicionário de Metodologia Científica – um Guia. São Paulo: Atlas, 2011. FREIXO, Manoel João Vaz. Metodologia Científica. 2ed. Portugal: Instituto Piaget, 2010.