Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza 2016 0
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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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MURMIAP
MANUAL DE USO RACIONAL DE MEDICAMENTOS E INSUMOS NA
ATENÇÃO PRIMÁRIA DE FORTALEZA
1ª EDIÇÃO
FORTALEZA
FEVEREIRO/2016
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“O que mais me surpreende na
humanidade, são os "homens". Porque
perdem a saúde para juntar dinheiro.
Depois perdem dinheiro para recuperar a
saúde. E por pensarem ansiosamente no
futuro, esquecem do presente de tal
forma que acabam por não viver nem o
presente nem o futuro. E vivem como se
nunca fossem morrer...
... E morrem como se nunca tivessem
vivido ”
Dalai Lama
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Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de Saúde de Fortaleza (MURMIAP) - 2016. Célula de Atenção Primária; Célula de Assistência Farmacêutica; Célula de Atenção à Saúde Mental; 110 páginas
1.Uso Racional de Medicamentos; 2. Terapêutica; 3.Padronização na prescrição de Medicamentos; 4. Elenco de medicamentos da atenção primária em saúde; 5. Atenção Primária à Saúde.
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Prefeitura de Fortaleza
Secretaria Municipal de Saúde
Coordenadoria de Políticas e Organização das Redes de Atenção à
Saúde
Célula de Atenção Primária á Saúde
Roberto Cláudio Rodrigues Bezerra
Prefeito de Fortaleza
Maria do Perpétuo Socorro Martins Breckenfeld
Secretária de Saúde do Município
Lúcia Carvalho Cidrão
Secretária Executiva
Maria Imaculada Ferreira Fonseca
Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção à Saúde- COPAS
André Luiz Benevides Bomfim
Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS
Magno de Souza Sampaio
Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF
Carolina Aires de Castro
Gerente da Célula de Atenção à Saúde Mental – CEASM
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Célula de Assistência Farmacêutica
Magno de Souza Sampaio
Gerência da Célula de Abastecimento
Saullo Diego de Moura de Oliveira
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional I
Elida Flávia Peixoto Landim
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional II
Olavo Honório Pitombeira Júnior
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional III
Osvaldina Nogueira de Menezes
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional IV
Rômulo José dos Reis Gomes
Lawrence Pinheiro Marinho
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional V
Thiago Luciano Ayres Sampaio
Assistência Farmacêutica da Secretaria Executiva Regional VI
Georgeline Medeiros Silveira
Farmacêutica da Farmácia Viva Lúcia Gurgel
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Equipe de Elaboração
André Luiz Benevides Bomfim
Gerente da Célula de Atenção Primária à Saúde – CEAPS
Andreia Maluf Favaro
Farmacêutica da Célula de Atenção à Saúde Mental
Antonio Carlos Araújo Fraga
Farmacêutico da Célula de Vigilância Sanitária de Fortaleza
Emilio Rossetti Pacheco
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza
Frederico Fernando Esteche
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza
Helaine Cristina Alves de Vasconcelos
Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica
Leandro Araujo Da Costa
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza
Magda Moura de Almeida
Médica de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza
Magno de Souza Sampaio
Gerente da Célula de Assistência Farmacêutica – CELAF
Marco Túlio Aguiar Mourão Ribeiro
Médico de Família e Comunidade da Prefeitura de Fortaleza
Otenberg Nogueira De Souza Júnior
Médico de Família e Comunidade
Rafaela Yasmine de Sousa Ferreira
Residente de Medicina de Família e Comunidade da Regional I
Roberto Ribeiro Maranhão
Médico de Família e Comunidade da Unidade Lineu Jucá Regional I
Talita Rodrigues de Souza
Farmacêutica da Célula de Assistência Farmacêutica
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SUMÁRIO
I. APRESENTAÇÃO .................................................................................................. VIII
II. PREFÁCIO .............................................................................................................. IX
1. ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA À SAÚDE NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA ... 11
1.1 Atenção Primária em Saúde ........................................ ..........................................12
1.2 Estruturação da Assistência Farmacêutica ............................................................ 14
1.3 Elenco de Medicamentos Padronizados no Município de Fortaleza ...................... 17
2. INFORMAÇÕES ÚTEIS .......................................................................................... 21
2.1 Dicas para Prescrição Racional de Medicamentos ................................................ 22
2.2 Medicamentos Sujeitos ao Controle Especial ........................................................ 24
2.3 Classificação de Risco dos Medicamentos na Gravidez e Amamentação ............ 27
3. COMPONENTE DESCENTRALIZADO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA...... 31
3.1 Orientações sobre os Medicamentos Essenciais Padronizados............................ 32
Ácido Acetilsalicílico .................................................................................................... 34
Amoxicilina / Amoxicilina + Clavulanato....................................................................... 36
Beclometasona ............................................................................................................ 38
Budesonida .................................................................................................................. 40
Carbonato de Cálcio + Colecalciferol .......................................................................... 42
Captopril ...................................................................................................................... 44
Cefalexina .................................................................................................................... 46
Cloreto de Sódio .......................................................................................................... 48
Enalapril ....................................................................................................................... 50
Gliclazida ..................................................................................................................... 52
Ibuprofeno ................................................................................................................... 54
Levodopa + Benzerazida ............................................................................................. 56
Levodopa + Carbidopa ................................................................................................ 58
Losartana ..................................................................................................................... 60
Metformina ................................................................................................................... 62
Miconazol .................................................................................................................... 64
Omeprazol ................................................................................................................... 66
Permetrina ................................................................................................................... 68
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Prednisona/ Prednisolona ............................................................................................ 70
Prometazina................................................................................................................. 72
Ranitidina ..................................................................................................................... 74
Sais para Reidratação Oral ......................................................................................... 76
Sinvastatina ................................................................................................................. 78
Sulfametoxazol + Trimetoprima ................................................................................... 80
4. COMPONENTE ESTRATÉGICO DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA ............... 83
4.1 Programa de Controle do Tabagismo .................................................................... 85
4.2 Programa de Atenção Integral à Criança e Adulto com Asma ............................... 85
4.3 Programa de Insulinas e Insumos para Diabetes .................................................. 86
4.4 Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis/AIDS ................................... 88
4.5 Programa de Tuberculose e Hanseníase .............................................................. 89
4.6 Programa de Alimentação e Nutrição .................................................................... 90
4.7 Programa de Cuidado com a Mulher ..................................................................... 91
5. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS ..................................................................... 93
5.1 Fitoterápicos no Sistema Único de Saúde ............................................................. 94
5.2 Farmácia Viva Lúcia Gurgel................................................................................... 95
5.3 Medicamentos Fitoterápicos Disponíveis para Prescrição .................................... 96
Creme de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) .............................................. 96
Elixir de Aroeira 7% (Myracrodruon urundeuva Allemão) ........................................... 96
Elixir de Erva Cidreira (Lippia Alba) ............................................................................ 97
Pomada de Confrei a 5% (Symphytum officinale L.) .................................................. 97
Sabonete Líquido de Alecrim Pimenta (Lippia sidoides Cham) .................................. 98
Tintura de Alecrim Pimenta a 20% (Lippia sidoides Cham) ........................................ 98
Tintura de Malva Santa a 20% (Plectrantus barbarus Benth) ..................................... 99
Xarope de Chambá (Justicia pectoralis Jacq) ............................................................ 99
Xarope de Guaco (Mikania glomerata Sprengel) ...................................................... 100
6. INSUMOS PARA TRATAMENTO DE FERIDAS .................................................. 101
6.1 Princípios Básicos no Tratamento de Feridas ..................................................... 102
6.2 Tipos de Feridas mais Comuns na Atenção Primária .......................................... 103
6.3 Tipos de Curativos Realizados na Atenção Primária ........................................... 106
6.4 Insumos Padronizados para Curativos no Município ........................................... 106
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APRESENTAÇÃO
O Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária de
Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, traz a relação de medicamentos padronizados
pela Assistência Farmacêutica do Município, representando mais uma importante contribuição no
campo da assistência à saúde nos serviços da comunidade.
O Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Saúde de Fortaleza
é fruto do trabalho dedicado aos atuais e futuros profissionais de medicina de família e comunidade e
tem por objetivo servir como instrumento de consulta rápida, orientando a equipe de saúde, em
especial aos médicos, com relação aos itens medicamentosos disponíveis para prescrição, e
padronizar as condutas referentes à prescrição desses medicamentos na rede básica assistencial.
É fundamental que todos os profissionais de saúde que realizam assistência primária no
município e em especial os prescritores tomem conhecimento e se conscientizem da política
institucional referente à padronização e indicação de uso dos medicamentos normatizados neste
manual, priorizando a prescrição dos medicamentos aqui relacionados. Consulta recente ao
Conselho Federal de Medicina reforçou a obrigatoriedade do médico, quando trabalhando em uma
instituição pública ou privada, seguir as normas por ela emanadas. Esta é uma contribuição para a
disseminação do conhecimento técnico e o fortalecimento de estratégias para a efetivação do
controle de medicamentos na esfera pública, com apoio de todos os envolvidos.
O principal desafio ao uso racional de medicamentos na atenção básica é a falta de
acesso dos profissionais de Saúde à informação de qualidade e isenta de conflito de interesses.
Muitas unidades básicas de saúde não possuem sistema informatizado com acesso à internet para
busca de evidências, comprometendo a pesquisa sistemática por fontes confiáveis de informação.
A contínua atualização das informações do conhecimento científico torna necessária a
reedição deste manual a cada dois anos, para permitir atualizações do elenco de medicamentos
disponíveis, através da incorporação de novas tecnologias e substituição daquelas que se mostram
menos eficazes e em desuso na atenção primária em saúde.
Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza
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PREFÁCIO
É com satisfação que a Coordenadora de Políticas e Organização das Redes de Atenção
à Saúde apresenta o Manual de Uso Racional de Medicamentos e Insumos na Atenção Primária
de Saúde de Fortaleza (MURMIAP), em sua 1ª edição, um dos produtos estratégicos na promoção
do uso seguro e racional dos medicamentos na atenção primária em saúde. Este manual pretende
cumprir sua missão junto à sociedade, tornando-se referência para atividade de seleção e
padronização de medicamentos, no contexto da assistência farmacêutica no município de Fortaleza.
As Células de Atenção Primária à Saúde e Assistência Farmacêutica compuseram
equipes de trabalho, para realização de análise crítica na elaboração das diretrizes e protocolos de
recomendação para utilização racional de medicamentos. Desta forma, mostra a amplitude do
comprometimento da gestão e a responsabilidade na obtenção de um consenso para tomada de
decisões estratégicas no nível primário de saúde.
Nesta primeira edição, foi incluída a lista de medicamentos padronizados pela Assistência
Farmacêutica do Município, orientações sobre assistência à saúde no município, informações úteis
sobre a utilização de medicamentos em crianças, gestantes e idosos, como realizar uma boa
prescrição de medicamentos, classificação de risco dos medicamentos na gravidez e na
amamentação, bem como informações sobre medicamentos sujeitos ao controle especial,
medicamentos fitoterápicos disponíveis no município e insumos para o tratamento de feridas.
Ressaltamos que os protocolos de recomendação de utilização, resultante deste trabalho,
estarão brevemente disponibilizados em versão eletrônica na internet, no site da Secretaria Municipal
de Saúde, no ícone “Downloads”, onde ficará disponível para consulta pública dos leitores a fim de
receber críticas e sugestões para seu aperfeiçoamento em: http://www.fortaleza.ce.gov.br/sms. Em
caso de dúvidas, sugestões ou comentários, envie um e-mail para ([email protected]).
Este material destina-se a ser um relevante instrumento na disseminação de informações para a
comunidade científica e um norteador para orientações aos prescritores.
Assim, estaremos seguindo as orientações da Organização Mundial da Saúde, quanto às
atividades relacionadas à seleção e padronização, política institucional para dispensação de
medicamentos, farmacovigilância e educação continuada à equipe da saúde. Desta maneira,
construindo os padrões das práticas para o uso seguro e racional do medicamento.
Desejamos a todos que aproveitem bem o manual!
Célula de Atenção Primária à Saúde do Município de Fortaleza
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ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA NO
MUNICÍPIO DE FORTALEZA
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1. ATENÇÃO PRIMÁRIA EM SAÚDE
O Relatório Dawson, em 1920, preconizou a organização do sistema de atenção à saúde
em diversos níveis, criando a concepção moderna de Atenção Primária em Saúde (APS) (MENDES,
2012). Em Alma-Ata, 1978, a Conferência Internacional sobre APS, organizada pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), representou um
marco histórico da APS (GIOVANELLA, 2008).
A conferência de Alma-Ata definiu a APS como:
Cuidados essenciais baseados em métodos de trabalho e tecnologias de
natureza prática, cientificamente críveis e socialmente aceitáveis,
universalmente acessíveis na comunidade aos indivíduos e às famílias, com a
sua total participação e a um custo suportável para as comunidades e para os
países, à medida que se desenvolvem num espírito de autonomia e
autodeterminação (UNICEF, 1979).
Nos anos seguintes, houve um embate entre as concepções de APS abrangente e
seletiva. A concepção de APS abrangente ou integral, defendida pela Declaração de Alma-Ata, foi
questionada por órgãos internacionais por ser pouco propositiva. A APS seletiva prevaleceu nos
países em desenvolvimento com ações organizadas em programas verticais focalizados utilizando
recursos limitados e de custo reduzido com finalidade de combater as principais doenças
(GIOVANELLA, 2008).
Na última década surgiu um movimento de renovação da atenção primária, estimulado
pela OMS e OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde), com objetivo de alcançar os Objetivos
do Milênio acordados nas Nações Unidas. Vários documentos foram publicados, entre eles,
“Renovação da Atenção Primária em Saúde nas Américas” (OPAS/OMS, 2005) e “Atenção Primária
à saúde: Agora Mais do que Nunca” (OMS, 2008), com uma atualização da concepção abrangente
de APS, estratégia utilizada para reorganizar os sistemas de saúde (GIOVANELLA, 2008). Neste
projeto adotaremos a concepção de APS abrangente ou integral.
A APS como estratégia de organização do sistema de atenção à saúde é compreendida
como uma forma de organização dos serviços de saúde, com objetivo de integrar todos aspectos
desses serviços, a partir do ponto de vista da população, o que implica a articulação da APS como
parte e como coordenadora de uma Rede de Atenção à Saúde (RAS). Responde às necessidades de
saúde da população, através de serviços preventivos, curativos, reabilitadores e de promoção de
saúde. A Atenção Primária integra os cuidados, lida com o contexto e influência as respostas das
pessoas a seus problemas de saúde. Essas perspectivas estão em harmonia com as diretrizes do
Sistema Único de Saúde (MENDES, 2012).
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A Atenção Primária tem características diferentes dos outros níveis de atenção, como
priorização dos problemas mais frequentes, simples ou complexos, que surgem em fases iniciais,
portanto menos definidos; maior proporção de pacientes em tratamento continuado; maior variedade
de diagnósticos e maior dedicação à prevenção de doenças e promoção à saúde (TAKEDA, 2004).
As quatro principais características da Atenção primária são: porta de entrada para o
sistema de saúde, primeiro contato; continuidade do cuidado, longitudinalidade; integralidade da
atenção e coordenação do cuidado às necessidades dos indivíduos, famílias e comunidade. Outras
características são a centralização na família, orientação na comunidade e a valorização da cultura.
Alguns elementos não são únicos da Atenção Primária, porem são essenciais, como registro
adequado, continuidade de pessoal, a qualidade clínica e a comunicação dentro da equipe e com os
pacientes. As suas três funções essenciais são: a resolubilidade, a comunicação e a
responsabilização (STARFIELD, 2004).
No Brasil a Estratégia de Saúde da Família foi adotada como politica de estado para
expansão da APS, com um papel importante na organização do Sistema Único de Saúde (SUS). A
ESF apresenta características únicas em relação à APS de outros países, como a presença de
equipes multiprofissionais. O crescimento do número de equipes de saúde da família trouxe a
medicina de família e comunidade para o centro da discussão da saúde no Brasil, principalmente no
campo da formação médica (SAMPAIO, 2012).
Diante da grande cobertura populacional da estratégia de saúde da família e da necessidade
de reformulação, fortalecimento e adequação de formação de recursos humanos para atuar
na atenção primária, o governo brasileiro aprovou em outubro de 2013 a Lei 12.871, que tem
como um dos eixos principais a formação médica brasileira.
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2. ESTRUTURAÇÃO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
MISSÃO: prestar assistência farmacêutica de qualidade aos usuários e profissionais da saúde, da rede pública de Fortaleza, contribuindo na ampliação do acesso e utilização racional dos medicamentos essenciais. VISÃO: contribuir com a Política Nacional de Medicamentos através da aquisição, informação, produção, dispensação e controle de medicamentos, garantindo para os usuários da rede básica de atenção, medicamentos confiáveis, promovendo saúde à população, com segurança e eficácia. VALORES: responsabilidade, respeito mútuo, dedicação ao trabalho e competência científico – profissional.
De acordo com a Política Nacional de Medicamentos, a Assistência Farmacêutica (AF)
pode ser definida como: “Grupo de atividades relacionadas com o medicamento destinadas a apoiar
as ações de saúde demandadas por uma comunidade. Envolve o abastecimento de medicamentos
em cada uma de suas etapas constitutivas, a conservação e controle de qualidade, a segurança e a
eficácia terapêutica dos medicamentos, o acompanhamento e a avaliação da utilização, a difusão de
informações sobre medicamentos e a educação permanente dos profissionais de saúde, do paciente
e da comunidade para assegurar o uso racional de medicamentos”.
A organização e estruturação da AF, nos diferentes níveis de atenção, tem-se dado,
principalmente, a partir de um ciclo logístico do medicamento, que abrange todas as etapas inerentes
ao seu gerenciamento: seleção, programação, aquisição, armazenamento, distribuição e
dispensação. Essas etapas, apesar de guardarem certa independência, devem estar articuladas, de
modo a assegurar o gerenciamento adequado dos medicamentos, atendendo às necessidades e
agregando valor às ações e serviços da atenção básica. Selecionar os medicamentos com base
técnico/científica, considerando segurança, eficácia e custo/efetividade e gerenciar de forma
adequada os recursos financeiros, implica no desenvolvimento de ações estruturantes com
planejamento realizados para curto, médio e longo prazo.
A AF está inserida nos diversos níveis de atenção à saúde (primária, secundária e
terciária) assumindo importância fundamental no sistema de saúde devido à sua transversalidade
com as demais ações e programas de saúde. A Secretaria Municipal de Saúde tem como meta
ampliar o acesso aos medicamentos para a atenção primária de saúde e a sua utilização racional.
A Organização Mundial de Saúde estima que, no mundo, mais da metade de todos os
medicamentos são prescritos, dispensados ou vendidos inapropriadamente, e que metade dos
pacientes não os usa, corretamente. Portanto, é gasto muito dinheiro que, ao invés de benefícios,
pode trazer sérios riscos à saúde. O uso racional dos medicamentos requer que “o usuário receba
medicamentos apropriados para sua situação clínica, nas doses que satisfaça as necessidades
individuais, por um período adequado e ao menor custo possível para ele e sua comunidade”.
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Embora tenha uma definição bastante simples, o uso racional de medicamentos, engloba
um objetivo com muitos obstáculos a ser alcançado atualmente. A prescrição e dispensação dos
medicamentos são, sem dúvida, as etapas que mais impactam diretamente sobre o uso racional,
devendo ser permanentemente qualificadas, a fim de melhorar a previsão orçamentária do município
e os indicadores de saúde da população atendida.
É no momento da prescrição que é possível ao prescritor escolher a opção mais efetiva
para o tratamento do seu paciente, sem riscos e no menor custo possível. É no momento da
dispensação que deve ocorrer uma boa interação entre o profissional farmacêutico e o usuário. Esse
é o momento em que o paciente deve receber todas as informações e orientações sobre o uso
correto do medicamento, de modo a contribuir com a adesão ao tratamento.
Algumas estratégias para o uso racional de medicamentos são acessíveis e passíveis de
implementação, tais como a seleção adequada, a elaboração de formulário terapêutico, a
farmacovigilância e a educação dos usuários quanto aos riscos da automedicação.
As medidas regulatórias adotadas nos países também contribuem para o uso racional de
medicamentos. Podem-se destacar, entre elas, os critérios adotados para a concessão de registro
que devem considerar a sua segurança, eficácia e as condições de fabricação. Outra medida é a
revisão da classificação de medicamentos sob prescrição, restringindo a venda livre de
medicamentos que possam apresentar qualquer risco ao usuário.
Uma das estratégias mais adequadas para a promoção do uso racional de medicamentos
está relacionada à produção de conhecimento, elaboração de informações com base em evidências
e divulgação de fontes confiáveis e acessíveis de consulta.
É importante que as condutas terapêuticas sejam uniformizadas de maneira a tornar
impessoais as decisões de escolha de medicamentos utilizados e para facilitar o desenvolvimento de
trabalhos de educação continuada com os prescritores, dispensadores e usuários.
RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS PARA PROVIMENTO DA ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA
A Assistência Farmacêutica representa hoje uma das áreas com maior impacto financeiro
no âmbito do SUS de uma forma geral, o que também é uma realidade nas secretarias estaduais de
saúde (SES) e sua gestão neste âmbito se reveste de fundamental importância.
O acesso aos medicamentos depende de um financiamento sustentado. Ao se definir a
política de assistência farmacêutica e os medicamentos a serem disponibilizados nos diferentes
programas de saúde, em qualquer instância gestora do SUS, deverão ser assegurados os recursos
financeiros que viabilizem as ações de saúde e a sua continuidade.
O financiamento da Assistência Farmacêutica é de responsabilidade das três esferas de
gestão do SUS e pactuado na Comissão Intergestores Tripartite (CIT). Conforme estabelecido na
portaria GM/MS número 204/2007, os recursos federais são repassados na forma de blocos de
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financiamento, entre os quais os blocos de financiamento do custeio da assistência farmacêutica, que
é atualmente constituído por três componentes:
COMPONENTE BÁSICO: Destina-se à aquisição de medicamentos e insumos no
âmbito da atenção básica em saúde e àquelas relacionadas a agravos e
problemas de saúde específicos, inseridos na rede de cuidados da atenção
básica, sendo composto de uma parte financeira fixa (valor per capta pactuado na
Comissão Intergestores Bipartite - CIB, como contrapartida de estados e
municípios) e uma parte financeira variável (valor per capta pactuado de forma
centralizada ou descentralizada, destinados a aquisição de medicamentos e
insumos para os programas de cobertura de hipertensão, diabetes, asma e rinite,
saúde mental, saúde da mulher, alimentação e nutrição e combate ao tabagismo).
COMPONENTE ESTRATÉGICO: Destina-se ao financiamento para o custeio de
ações de assistência farmacêutica nos programas de endemias de abrangência
nacional, tais como tuberculose, hanseníase, malária, leishmaniose, doença de
chagas, doenças sexualmente transmissíveis, hemoderivados e imunobiológicos.
COMPONENTE EXCEPCIONAL: Destina-se ao financiamento dos programas de
atendimentos dos agravos presentes na tabela de procedimentos ambulatoriais a
nível estadual e executados conforme Protocolos Clínicos e Diretrizes
Terapêuticas, publicados pelo Ministério da Saúde.
Após o processo de descentralização da atenção básica aos municípios, os mesmos
passaram a ser os responsáveis diretos pelas ações de saúde neste âmbito. Assim o repasse
financeiro ficou vinculado à implementação das atividades relacionadas à reorientação da assistência
farmacêutica. A partir de então foi possível planejar a aquisição dos produtos medicamentosos de
acordo com as demandas prioritárias, ampliando o acesso dos usuários do sistema de saúde aos
medicamentos básicos, promovendo assim o uso racional.
O elenco de medicamentos para atenção básica seria constituído por dois componentes:
COMPONENTE ESTRATÉGICO: Contempla o conjunto de medicamentos e produtos,
cuja responsabilidade pelo financiamento e/ou aquisição é do ministério da saúde. Dentre eles,
hipertensão e diabetes, inclusive insulina; asma e rinite; saúde da mulher; Alimentação e Nutrição e
combate ao tabagismo.
COMPONENTE DESCENTRALIZADO: Constituído pelo incentivo aos medicamentos
essenciais, definidos num elenco mínimo e obrigatório que deve constar na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais, financiado com recursos do ministério da saúde, estados e municípios.
A dispensação do medicamento para o usuário da Atenção Básica é realizado a partir de
uma prescrição médica, para um período de até 30 dias do tratamento prescrito.
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3. ELENCO DE MEDICAMENTOS PADRONIZADOS NO MUNICÍPIO DE FORTALEZA
Medicamentos são importantes recursos terapêuticos capazes de curar doenças,
minimizar sintomas, prevenir patologias ou alterar sistemas fisiológicos. Medicamentos essenciais
são aqueles que satisfazem às necessidades prioritárias no processo do cuidado à saúde de uma
população. Eles devem ser selecionados com o objetivo de atender aos problemas de relevância em
saúde pública, devendo ser consideradas as evidências de eficácia e segurança, assim como, dados
das relações custo-efetividade e custo-benefício.
A seleção de medicamentos possibilita ganhos terapêuticos e econômicos, sendo os
ganhos terapêuticos aqueles relacionados à promoção do uso racional e à melhoria da qualidade
terapêutica, e os econômicos aqueles que se referem à racionalização dos custos dos tratamentos.
Dessa forma, a lista padronizada de medicamentos favorece a qualidade na
assistência, uniformizando as condutas terapêuticas, tornando impessoais as decisões de escolha
dos medicamentos e facilitando a educação continuada de prescritores, dispensadores e usuários.
Esta relação de medicamentos destina-se ao uso exclusivo dos pacientes atendidos
nas unidades próprias da rede municipal de saúde, sendo disponibilizados nas unidades conforme o
perfil assistencial das mesmas. Cada medicamento foi designado pela denominação comum
brasileira (DCB) acompanhado de concentração, forma e apresentação farmacêuticas, conforme
apresentado a seguir:
MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA
Aciclovir 200mg Comprimido
Ácido Acetilsalicílico 100mg Comprimido
Ácido Fólico 5mg Comprimido
Ácido Valpróico 500 mg Comprimido
50mg/ml Solução Oral
Albendazol 400mg Comprimido
40mg/ml Suspensão Oral
Alendronato (Sódico) 70mg Comprimido
Alopurinol 300mg Comprimido
Amiodarona (Cloridrato) 200mg Comprimido
Amitriptilina (Cloridrato) 25 mg Comprimido
Amoxicilina 50 mg/ml Suspensão Oral
500mg Cápsula
Amoxicilina + Clavulanato de Potássio 50mg+12,5mg/ml Suspensão Oral
500mg+125mg Comprimido
Anlodipino (Besilato) 5mg Comprimido
Atenolol 50mg Comprimido
Azitromicina 40mg/ml Suspensão Oral
500mg Comprimido
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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA
Beclometasona (Dipropionato) 50mcg e 250mcg Aerossol Oral
Benzilpenicilina Benzatina 1.200.000 UI e
600.000UI Pó p/ Solução Injetável
Benzilpenicilina Procaína+Potássica 300.000UI+100.000UI Pó p/ Solução Injetável
Biperideno (Cloridrato) 2 mg Comprimido
Budesonida 50 mcg Aerossol nasal
Captopril 25 mg Comprimido
Carbamazepina 200 mg Comprimido
20mg/ml Suspensão Oral
Carbonato de Cálcio 1250 mg* Comprimido
Carbonato de Cálcio + Colecalciferol 600 mg + 400 UI Comprimido
Carbonato de Lítio 300 mg Comprimido
Carvedilol 6,25mg/25 mg Comprimido
Cefalexina 50 mg/ml Suspensão Oral
500 mg Cápsula
Ciprofloxacino (Cloridrato) 500 mg Comprimido
Claritromicina 500 mg Comprimido
Clomipramina (Cloridrato) 25 mg Comprimido
Clonazepam 2,5 mg/ml Solução Oral
Cloreto de Sódio 0,9% Solução Injetável e Nasal
Clorpromazina (Cloridrato) 25mg e 100 mg Comprimido
40 mg/ml Solução Oral
Dexametasona 0,1% Creme Dermatológico
0,1mg/ml Solução Oral
Diazepam 5 mg Comprimido
5 mg/ml Solução Injetável
Digoxina 0,25 mg Comprimido
Dipirona Sódica
500 mg Comprimido
500 mg/ml Solução Oral
500 mg/ml Solução Injetável
Doxazosina (Mesilato) 2 mg Comprimido
Enalapril (Maleato) 5mg e 20 mg Comprimido
Noretisterona (Enantato) + Estradiol (Valerato)
50mg+5mg/ml Solução Injetável
Eritromicina 500 mg Comprimido
50 mg/ml Suspensão Oral
Espiramicina 500 mg Comprimido
Espironolactona 25 mg Comprimido
Fenitoína 100 mg Comprimido
Fenobarbital 100 mg Comprimido
40 mg/ml Solução Oral
Finasterida 5 mg Comprimido
Fluconazol 150 mg Cápsula
Fluoxetina (Cloridrato) 20 mg Comprimido
Folinato de Cálcio 15mg Comprimido
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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA
Furosemida 40 mg Comprimido
Glibenclamida 5 mg Comprimido
Glicazida MR** 30 mg Comprimido
Haloperidol 1 mg e 5 mg Comprimido
2 mg/ml Solução Oral
Haloperidol (Decanoato) 50 mg/ml Solução Injetável
Hidroclorotiazida 25 mg Comprimido
Ibuprofeno 600 mg Comprimido
50 mg/ml Suspensão Oral
Isossorbida (Mononitrato) 40 mg Comprimido
Itraconazol 100 mg Cápsula
Levodopa + Benserazida 100mg + 25mg
Comprimido Birranhurado/Cápsula HBS***
200mg + 50mg Comprimido
Levodopa + Carbidopa 200mg + 50mg e 250 mg + 25mg
Comprimido
Levonorgestrel + Etinilestradiol 0,15mg + 0,03mg Comprimido
Levotiroxina (Sódica) 25 mcg e 100 mcg Comprimido
Lidocaína (Cloridrato) 2% Geléia
Loratadina 1 mg/ml Xarope
10 mg Comprimido
Losartana 50 mg Comprimido
Medroxiprogesterona 150mg/ml Solução Injetável
Metformina (Cloridrato) 500 mg Comprimido
Metildopa 250 mg Comprimido
Metoclopramida (Cloridrato) 10 mg Comprimido
4 mg/ml Solução Oral
Metronidazol
100mg/g Creme Vaginal
250 mg Comprimido
40mg/ml Suspensão Oral
Miconazol (Nitrato) 2% Creme Vaginal
2% Creme Dermatológico
Nistatina 100.000 ui/ml Suspensão Oral
Nitrofurantoína 100 mg Comprimido
Noretisterona 0,35mg Comprimido
Nortriptilina (Cloridrato) 25 mg Cápsula
Ondansentrona (Cloridrato) 4 mg Comprimido
Óleo mineral 100% Solução Oral
Omeprazol 20 mg Cápsula
Paracetamol 500 mg Comprimido
200 mg/ml Solução Oral
Permetrina 1% Loção Cremosa
5% Creme Dermatológico
Pirimetamina 25 mg Comprimido
Prednisolona 3 mg/ml Solução Oral
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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MEDICAMENTO CONCENTRAÇÃO FORMA FARMACÊUTICA
Prednisona 5mg e 20 mg Comprimido
Prometazina (Cloridrato) 25 mg Comprimido
25 mg/ml Solução Injetável
Propranolol (Cloridrato) 40 mg Comprimido
Propiltiouracila 100 mg Comprimido
Ranitidina (Cloridrato) 150 mg Comprimido
15 mg/ml Solução Oral
Sais para Reidratação Oral 27,9 g Pó p/ solução Oral
Salbutamol (Sulfato) 100 mcg/dose Aerossol Oral
Sinvastatina 20 mg e 40 mg Comprimido
Sulfadiazina de Prata 500 mg Comprimido
1% Pasta
Sulfametoxazol + Trimetoprima 400 mg + 80 mg Comprimido
40 mg + 8 mg/ml Suspensão Oral
Sulfato Ferroso 40 mg de ferro Comprimido
25 mg/ml de ferro Solução Oral
Tiamina (Cloridrato) 300 mg Comprimido
Timolol (Maleato) 0,5% Solução Oftálmica
Varfarina (Sódica) 5 mg Comprimido
* Equivalente a 500mg de cálcio elementar.
** Liberação Modificada.
***HBS: Hydrodynamically Balanced System (Sistema de Liberação Prolongada).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de organização. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 72pg.
2. BRASIL. CONASS. Assistência Farmacêutica no SUS. Coleção pra entender a gestão do SUS. Brasília: CONASS, volume 7, 2011. 186pg.
3. FORTALEZA. Comissão Intergestores Bipartite. Resolução nº 17, de 01 de outubro de 2015. Dispõe sobre a atualização da Relação de Medicamentos Essenciais de Fortaleza. Diário Oficial do Município, Poder Executivo, 22 dez. 2015.
4. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Relatório de Gestão, 2010. Fortaleza, 2010b. Disponível em: <http://www.saudefortaleza.ce.gov.br>. Acesso em: 05 outubro 2015.
5. Universidade Aberta do SUS. Uso racional de medicamentos [Recurso eletrônico] / Universidade Aberta do SUS; Alexandra Crispim Boing, Ana Paula Veber, Fabíola Stolf. – Florianópolis: UFSC, 2010. 52 pg.
6. WALTER SJJ. Reflexões sobre o uso racional de medicamentos. Revista Pharmacia Brasileira nº 78 - Setembro/Outubro 2010.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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INFORMAÇÕES ÚTEIS
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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DICAS PARA PRESCRIÇÃO RACIONAL DE MEDICAMENTOS
A prescrição médica é uma relação terapêutica importante entre o médico e o paciente e
representa o produto da perspicácia diagnóstica e da capacidade terapêutica do médico que fornece
instruções destinadas ao alívio ou a restauração da saúde do paciente. Entretanto, mesmo a
prescrição escrita dentro dos melhores padrões científicos atuais pode tornar-se inútil, se não utilizar
parâmetros racionais de escolha terapêutica e fornecer instruções adequadas sobre como
administrar os medicamentos prescritos. A prescrição constitui documento legal pelo qual se
responsabilizam quem prescreve, quem dispensa o medicamento e quem administra, estando sujeito
a legislações de controle e vigilância sanitários.
Ao ser atendido em uma instituição de saúde, o doente se entrega por inteiro nas mãos
daqueles (profissionais e instituição), em quem deposita confiança para a resolução do seu problema
de saúde e espera que estes sejam resolvidos, ou minimizados, sem que nenhum agravo adicional
ocorra, decorrente da sua passagem pela instituição.
Os agravos adicionais são denominados eventos adversos relacionados à medicamentos
e são a principal causa de doenças iatrogênicas e podem ser resultantes de causas evitáveis e não
evitáveis relacionadas a medicamentos. O potencial iatrogênico da prescrição “per si” decorre de
erros na escolha da dose, na via de administração, na freqüência ou na interação dos fármacos.
As causas evitáveis incluem aquelas resultantes do uso inapropriado de medicamentos e
sua redução requer uma melhor compreensão das causas e fatores de risco associados ao erro na
provisão do cuidado ao paciente e as causas inevitáveis estão relacionadas às condições intrínsecas
do paciente.
Superar as falhas e problemas requer o reconhecimento de que toda atividade de
assistência à saúde possui pontos frágeis que podem comprometer a segurança do paciente e que a
chave para reduzir o risco é criar um ambiente que elimine a cultura da culpa e punição e os
substitua por uma cultura de vigilância e cooperação, expondo dessa forma os pontos fracos que
podem concorrer para causar o erro.
A adoção de práticas profissionais baseadas em protocolos e evidências clínicas, a boa
qualidade da comunicação entre os profissionais que prestam assistência ao paciente, a abertura
para se aprender a partir das falhas ocorridas e a compreensão de que devemos tornar a assistência
brasileira mais segura, nos torna parte atuante no processo que conduz à maior segurança na saúde.
O ato de prescrever constitui uma etapa no processo de cuidado com o paciente. Baseada
no processo de decisão para qualquer atitude técnica em qualquer campo do conhecimento, a
Organização Mundial da Saúde (OMS) propõe seis etapas básicas para se alcançar uma terapêutica
efetiva:
Definição clara do problema de saúde.
Especificação dos objetivos terapêuticos.
Seleção do tratamento mais eficaz e seguro para um paciente específico.
Prescrição, incluindo medidas medicamentosas e não medicamentosas.
Informação sobre a terapêutica para o paciente.
Monitoramento do tratamento proposto.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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A Organização Mundial da Saúde considera que a prescrição por nome genérico é um dos
indicadores para avaliar a qualidade da prescrição de medicamentos, pois promove o uso racional, a
redução dos custos dos medicamentos, com consequente melhoria do acesso, da adesão, do
respeito ao tratamento, da diminuição dos erros de medicação.
Para que os resultados da prescrição sejam efetivos, é preciso facilitar e promover a
cooperação ativa entre os profissionais envolvidos. Para garantir o uso racional de medicamentos e
evitar erros de prescrição e medicação, faz-se necessário seguir algumas recomendações:
1. Conheça bem as indicações da terapia instituída para seu paciente.
2. Utilize sempre letra legível usando letra de forma clara, por extenso e sem rasuras ou opte
pela prescrição impressa.
3. Escrever o nome do medicamento, segundo a Denominação Comum Brasileira (DCB),
lembrando que a prescrição pelo nome genérico é obrigatória no sistema público de
saúde.
4. Especificar forma farmacêutica e concentração do medicamento, via de administração,
intervalo entre as doses e a duração do tratamento.
5. As doses devem adotar os sistemas de registros de pesos e medidas oficiais brasileiros.
6. A prescrição de medicamentos com a indicação “usar se necessário”, “se necessário” ou
“quando necessário”, necessita que no mínimo sejam especificados a dose máxima e o
intervalo mínimo entre as doses. Essa forma de prescrição denota que o médico abdicou
do seu dever, transferindo o julgamento da necessidade do medicamento para outro.
7. Evitar o uso de abreviações e evite utilizar fórmulas químicas para denominar os
medicamentos nas prescrições (ex: HCTZ, Fe2SO4, AAS, SMT+TMP).
8. Usar receituário específico para prescrição de fármacos sujeitos ao controle especial e
para os antimicrobianos quando a aquisição dos mesmos for de responsabilidade do
usuário.
9. Estar atento para grafias de números com zeros ou vírgulas evitando erros de dosagem.
10. Assinar e colocar o carimbo legível permitindo identificar o profissional prescritor.
11. Nome por extenso, endereço e telefone do prescritor são desejáveis, de forma a
possibilitar contato em caso de dúvidas ou ocorrência de problemas relacionados ao uso
dos medicamentos prescritos.
12. A data da prescrição também é outro item importante, pois além de registrar as
atualizações realizadas durante o tratamento do seu paciente, valida a utilização correta
das receitas de medicamentos controlados pelo órgão sanitário regulador, por meio de
receituário específico.
13. Nos retornos identifique alergias e outros problemas de medicação que possam
eventualmente estar interferindo na eficácia terapêutica e na adesão à terapia, tais como
interações medicamentosas, reações adversas ou intoxicações.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. LUIZA VL, GONÇALVES CBC. A Prescrição Medicamentosa. In: FUCHS, F.D.; WANNMACHER, L. Farmacologia clínica: fundamentos da terapêutica racional. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2010.
2. MADRUGA CMD. Manual de orientações básicas para prescrição médica. Brasília, 2ª edição, CRM-PB/CFM, 2011. 62pg.
3. NERI EDR, VIANA PR, CAMPOS TA. Universidade Federal do Ceará. Hospital Universitário Walter Cantídio. Dicas para uma boa prescrição hospitalar. Fortaleza, 2008. 38pg
4. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Guia para a boa prescrição médica. Porto Alegre: Artmed, 1998.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL
Segundo a Organização Mundial da Saúde, medicamentos psicotrópicos são substâncias
que agem no sistema nervoso central, produzindo alterações de comportamento, humor e cognição,
possuindo grande propriedade reforçadora, sendo, portanto, passíveis de autoadministração, o que
caracteriza a idéia de fármacos que levam à dependência física ou psíquica.
Os medicamentos psicotrópicos podem ser divididos em 4 categorias principais.
Os ansiolíticos sedativos, particularmente os benzodiazepínicos, são utilizados para a
farmacoterapia dos distúrbios de ansiedade.
Os antidepressivos (agentes que elevam o humor) e os antimaníacos ou estabilizadores do
humor (notavelmente os sais de lítio e determinados anticonvulsivantes) são utilizados no
tratamento dos distúrbios afetivos do humor e condições relacionadas.
Os antipisicóticos ou neurolépticos são utilizados no tratamento de doenças psiquiátricas
muito graves - as psicoses e a mania, exercendo efeitos benéficos sobre o humor e o
raciocínio, porém muitos neurolépticos clássicos estão associados ao risco de efeitos
colaterais característicos que estimulam doenças neurológicas, enquanto os antipisicóticos
modernos estão associados a um ganho ponderal e a efeitos metabólicos adversos, como
diabetes.
No entanto, na prática clínica, essas distinções por categorias tornaram-se menos válidas
pelas seguintes razões: vários medicamentos de uma classe serão utilizados para tratar problemas
anteriormente atribuídos a outra classe.
Por exemplo; alguns antidepressivos (Fluoxetina, Clomipramina) são também utilizados
para tratar uma ampla faixa de Transtornos de Ansiedade. Neurolépticos Atípicos (Olanzapina,
Risperidona), são também utilizados para estabilizar a fase maníaca do THB e parecem ter também
alguma atividade como Antidepressivos.
Então se torna necessário ter uma visão mais ampla sobre as diversas aplicabilidades
dos medicamentos que agem sobre o SNC, conhecidos como psicofármacos.
Assim a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA, através da Portaria 344/98 e
da RDC 58/07, regulamenta a venda comercialização, dispensação de Medicamentos Sujeitos ao
Controle Especial. Elas legislam sobre controle da prescrição e dispensação dos seguintes grupos de
medicamentos: entorpecentes, psicofármacos, antiretrovirais, retinóides de uso sistêmico,
imunossupressores, anabolizantes e psicotrópicas – que exigem formulários de receita específicos e
se diferenciam quanto às exigências para a prescrição convencional dos medicamentos.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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O MS implantou, em 1999, o Programa para a Aquisição dos Medicamentos Essenciais
para a área de Saúde Mental, o qual tem como objetivo a reestruturação da assistência psiquiátrica
em curso no país. Este Programa impõe a necessidade de reversão do modelo de assistência
vigente, como a implantação de uma rede de serviços ambulatoriais, com acessibilidade e
resolubilidade garantidas.
O elenco de medicamentos que compõe o Programa, consta na Relação Nacional de
Medicamentos Essenciais, desde a versão publicada em 1999, e são considerados essenciais ao
tratamento de transtornos mentais dos pacientes atendidos na rede ambulatorial do SUS.
No Município de Fortaleza são padronizadas pela assistência farmacêutica básica para
atendimento das demandas dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), as seguintes classes de
medicamentos sujeitos ao controle especial:
Antidepressivos: amitriptilina, clomipramina, fluoxetina, nortriptilina.
Ansiolíticos: clonazepam, diazepam.
Anticonvulsivantes: ácido valpróico, carbamazepina, fenitoína, fenobarbital.
Antiepilético: clonazepam.
Antimaníacos: carbonato de lítio.
Antiparkinsoniano: biperideno.
Antipisicóticos: clorpromazina, haloperidol.
TIPOS DE RECEITUÁRIO
LISTA B1: Substâncias Psicotrópicas (notificação de receita de cor azul)
Formulários de Notificação de Receita B, de cor azul, são fornecidos por profissional, hospital
ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo necessário
Para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso de
medicamento para uso injetável.
LISTA C1: Substâncias Sujeitas ao Controle Especial (receita cor branca em 2 vias)
Formulários de Notificação de Receita C, de cor branca, são fornecidos por profissional,
hospital ou ambulatório. A quantidade máxima a ser prescrita corresponde ao quantitativo
necessário para 60 dias de tratamento, não podendo conter mais que cinco ampolas no caso
de medicamento para uso injetável.
A receita e a notificação devem conter dados obrigatórios do prescritor e do paciente. A
receita de controle especial deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com letra legível e sem
rasuras ou digitada. Já a notificação de receita deverá ser preenchida pelo prescritor, manuscrita com
letra legível e sem rasuras. A posologia deve ser expressa com algarismos arábicos, por extenso e
sem emendas. A validade das receitas é de 30 dias a contar da data de emissão e deverá ser
atendida uma única vez dentro deste prazo. Uma exceção ocorre com os medicamentos
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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anticonvulsivantes e antiparkinsonianos, pois podem ser prescritos para até seis meses de
tratamento.
São padronizadas para atendimento da saúde mental as seguintes apresentações
farmacêuticas de medicamentos:
Ácido Valpróico
Comprimido de 500mg
Solução Oral de 50mg/mL Amitriptilina
Comprimido de 25mg Biperideno
Comprimido de 2mg Carbamazepina
Comprimido de 200mg
Suspensão Oral de 20mg/mL Carbonato de Lítio
Comprimido de 300mg Clomipramina
Comprimido de 25mg Clonazepam
Solução Oral de 2,5mg/mL
Clorpromazina
Comprimido de 25mg e 100mg
Solução Oral de 40mg/mL Diazepam
Comprimido de 5mg
Solução Injetável de 5mg/mL Fenitoína
Comprimido de 100mg Fenobarbital*
Comprimido de 100mg
Solução Oral de 40mg/mL Fluoxetina
Cápsula de 20mg Haloperidol
Comprimido de 1mg e 5mg
Solução Oral de 40mg/mL
Solução Injetável de 50mg/mL Nortriptilina
Comprimido de 25mg
Legenda: Medicamento pertencente à lista B1 Medicamento pertencente à lista Lista C * Pertence à lista B1, mas fica sujeito à prescrição da receita de controle especial em 2 vias.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. BRASIL. Assistência Farmacêutica Municipal – Diretrizes para estruturação e processos de organização. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Farmácia. – São Paulo, 2013. 72pg.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria n° 344, de 12 de maio de 1998. Aprova o Regulamento Técnico sobre substancias e medicamentos sujeitos a controle especial. Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, 27 de dezembro de 1998.
3. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Vigilância Sanitária. Orientações para a dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial. 2015.14pg.
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Classificação de Risco dos Medicamentos na gravidez e amamentação
1. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA GRAVIDEZ
A primeira linha de informação para qualquer produto comercializado que venha a ser
utilizado por gestantes e nutrizes consiste em relatos de eventos adversos às agências regulatórias.
A notificação e o relato de uma possível ligação entre o medicamento e um evento adverso particular,
é frequentemente a primeira indicação de problemas, às vezes muito raros para serem identificados
nos ensaios clínicos pré-comercialização.
As referências mais comuns do uso de medicamentos nessas situações provêm de
relatos de casos observados e relatados por médicos cuja paciente ou mais de uma, tenham feito
uso de um medicamento em particular coincidentemente com o período da gestação ou durante a
amamentação. Tal informação é, na realidade, um dado observacional não podendo ser considerado
de caráter definitivo ou conclusivo no que diz respeito ao risco associado ao medicamento nessas
circunstâncias. É possível encontrar na literatura relatos com conclusões divergentes, muitas vezes
por que outros fatores possam ter sido levados em consideração, ou pelo contrário, ignorados
durante as análises feitas sobre o assunto.
Também é importante considerar que os dados obtidos a partir de estudos com animais
não podem ser, integralmente, extrapolados para humanos. Esses dados provêm da interpretação
dos dados observados pelos autores ou compilação das análises de outrem, existindo dessa forma
sempre a possibilidade de uma avaliação incorreta ou inconsistente com as intenções do autor.
Nenhum medicamento está isento de riscos, independentemente da via de administração.
O efeito potencial dos medicamentos sobre o feto e neonato varia de acordo com a idade
gestacional. Portanto, antes de se administrar qualquer medicamento em uma mulher grávida, deve-
se valorizar a relação risco-benefício, considerando que o fato de não tratar determinadas patologias
poder ser tanto ou mais perigoso para o feto que o medicamento em questão.
O Food and Drug Administration (FDA) estabeleceu 5 categorias para indicar o potencial
de teratogenicidade do medicamento durante o período gestacional:
CATEGORIA DEFINIÇÃO
A
Refere-se a medicamentos e substâncias para as quais os estudos controlados em
mulheres não têm mostrado risco para o feto durante o primeiro trimestre, não
havendo nenhuma evidência de risco em trimestres posteriores, sendo bastante
remota a possibilidade de dano fetal.
B Os estudos realizados em animais não demonstraram risco fetal, mas não há
estudos controlados em mulheres ou animais grávidos que mostrem efeitos
adversos (que não seja uma diminuição na fertilidade), não sendo confirmado em
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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estudos controlados em mulheres no primeiro trimestre (e não há nenhuma
evidência de um risco em trimestres posteriores).
Também se aplica aos medicamentos nos quais os estudos em animais mostraram
efeitos adversos sobre o feto, mas os estudos controlados em humanos não
demostraram riscos para o feto.
Podemos considerar os medicamentos e substâncias incluídas nessa categoria
como de prescrição com Cautela.
C
Os estudos em animais têm demonstrado que esses medicamentos podem exercer
efeitos teratogênicos ou é tóxico para os embriões, mas não há estudos
controlados em mulheres ou não há estudos controlados disponíveis em animais
nem em humanos. Este tipo de medicamento deve ser utilizado apenas se o
benefício potencial justificar o risco potencial para o feto. Podemos considerar os
medicamentos incluídos nessa categoria como de prescrição com Risco.
D
Já existe evidência de risco para os fetos humanos, mas os benefícios em certas
situações, com o nas doenças graves ou em situações que põem em risco a vida,
e para as quais não existe outra alternativa terapêutica – para os quais fármacos
seguros não podem ser utilizados ou são ineficazes – podem justificar seu uso
durante a gravidez, apesar dos riscos. Podemos considerar os medicamentos e
substâncias incluídas nessa categoria como de prescrição com Alto Risco.
X
Os estudos em animais ou humanos têm demonstrado que o medicamento causa
anormalidades fetais ou há evidências de risco fetal baseada em experiências em
humanos ou ambos. O risco supera claramente qualquer possível benefício. Os
medicamentos e substâncias dessa classe são contra-indicados em mulheres
gestantes e são considerados como de prescrição com Perigo.
Para indicar o potencial de teratogenicidade dos medicamentos relacionados neste
manual foram utilizadas informações sobre teratogenicidade definidas pelo FDA. Estes
medicamentos estarão indicados com a letra correspondente à classificação do FDA mais um
asterisco. Dois asteriscos indicam que a informação não está disponível ou não existem dados para o
uso.
Exemplo:
2. RISCO PARA USO DE MEDICAMENTOS NA AMAMENTAÇÃO
O leite materno é fundamental para a saúde da criança pela sua disponibilidade de
nutrientes e substâncias imunoativas. A amamentação favorece a relação afetiva mãe-filho e o
desenvolvimento da criança, do ponto de vista cognitivo e psicomotor. Apresenta, também, a
propriedade de promover o espaçamento das gestações e de diminuir a incidência de algumas
doenças na mulher.
Apesar da excelência do leite materno, existem ocasiões em que o profissional de saúde
deve considerar o risco/benefício da terapia medicamentosa na mãe que amamenta. A
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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recomendação para interromper a amamentação na vigência de tratamento medicamentoso da nutriz
é muito comum, apesar de, na maioria das vezes, ser possível compatibilizar o tratamento com a
manutenção da amamentação. Profissionais de saúde com frequência são influenciados pelos efeitos
teratogênicos de uma minoria de drogas usadas durante a gestação.
Mas é importante lembrar que, enquanto a placenta permite a passagem de drogas para
o feto, o epitélio alveolar mamário funciona como uma barreira quase impermeável.
A maioria das drogas passa para o leite materno, mas em pequenas quantidades; e
mesmo quando presentes no leite, as drogas poderão ou não ser absorvidas no trato gastrointestinal
do lactente. Só excepcionalmente, quando a doença materna requer tratamento com medicações
incompatíveis com a amamentação, esta deve ser interrompida.
Na maioria dos casos, os níveis dos fármacos e/ou seus metabólitos no leite materno
estão diretamente relacionados com a dose do medicamento utilizado pela mãe. Além da quantidade
da substância presente no leite e das consequências disso para o lactente, importa considerar, ainda,
o intervalo de tempo entre a administração do medicamento e seu aparecimento no leite materno.
Em relação aos medicamentos excretados no leite materno, as recomendações são de
que a amamentação seja efetuada antes da administração do fármaco a mãe, entretanto alguns
medicamentos podem estar presentes no leite materno, mesmo num período posterior a sua
administração, sendo capaz de exercer um efeito tardio ao que era esperado.
As drogas podem ser administradas à mãe por diversas vias, tais como oral, injetável
(venosa ou intramuscular), retal ou vaginal, aerossol e tópica (pomadas e cremes). Uma vez no
sangue materno, os medicamentos podem ser excretados parcialmente para a glândula mamária e,
daí, para o leite. Assim, a presença e/ou a concentração da droga no leite dependerá, dentre outros
fatores, da via de administração à mãe. O fator determinante da quantidade de droga que aparece no
leite é sua concentração no sangue materno, exceto se for um medicamento de aplicação tópica
diretamente na mama.
É valido lembrar também que o conteúdo de um medicamento no leite materno pode
variar dependo do período da lactação. O colostro substância que é secretada antes da excreção do
leite, possui uma concentração relativamente menor de gorduras e açúcares.
O conteúdo lipídico do leite também difere entre cada amamentação, com as primeiras
frações contendo menos gorduras que as frações finais. Quase sem exceção, um medicamento que
e mais lipossolúvel ira se transferir mais rapidamente, e em maiores quantidades, para o leite
materno do que aquele que for menos lipossolúvel. Dessa forma, medicamentos com baixa
lipossolubilidade e aqueles que são hidrossolúveis difundem-se lentamente para o leite materno e
devem ser preferidos para as mulheres que amamentam.
Embora o conhecimento sobre o uso de drogas durante o período da amamentação
tenha sido muito ampliado, ainda não se conhecem os efeitos no lactente de muitas drogas utilizadas
pela nutriz, principalmente de novos fármacos que estão constantemente entrando no mercado.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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Além disso, para muitas drogas novas ainda não há dados suficientes sobre transferência
para o leite materno e segurança para uso no período da lactação. Mas, em geral, há uma tendência
em reduzir o número de drogas consideradas incompatíveis com a amamentação.
As categorias de risco dos medicamentos abordadas neste Manual e seus respectivos
marcadores são os seguintes:
1. USO COMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO
Desta categoria fazem parte os fármacos cujo uso é potencialmente seguro durante a
lactação, haja vista não haver relatos de efeitos farmacológicos significativos para o lactente.
2. USO CRITERIOSO DURANTE A AMAMENTAÇÃO
Nesta categoria estão os medicamentos cujo uso no período da lactação depende da
avaliação do risco/benefício. Quando utilizados, exigem monitorização clínica e/ou laboratorial do
lactente, devendo ser utilizados durante o menor tempo e na menor dose possível. Novos
medicamentos cuja segurança durante a amamentação ainda não foi devidamente documentada
encontram-se nesta categoria.
3. USO CONTRAINDICADO DURANTE A AMAMENTAÇÃO
Esta categoria compreende os fármacos que exigem a interrupção da amamentação,
pelas evidências ou risco significativo de efeitos colaterais importantes no lactente.
X. INCOMPATÍVEL COM A AMAMENTAÇÃO
Esta categoria compreende os fármacos que são incompatíveis com a amamentação.
?. SEM DADOS DISPONÍVEIS
Esta categoria compreende os fármacos que ainda não dispõe de literatura que possa
evidenciar a segurança na utilização do mesmo durante a amamentação.
Para indicar o potencial de segurança dos medicamentos relacionados neste manual
foram utilizadas informações indicadas com o símbolo correspondente à categoria de risco.
Exemplo:
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria da Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. Amamentação e uso de medicamentos e outras substâncias / Ministério da Saúde, Secretaria da Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas e Estratégicas. 2ª edição Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 92 p.
2. SCHVARTSMAN C, LEWI DS, MORGULIS RNF, ALMEIDA SM. Manual Farmacêutico 2011/2012. Hospital Albert Einstein. São Paulo, 2010. 480p.
3. UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA. Faculdade de Farmácia Odontologia e Enfermagem. Grupo de Prevenção ao Uso Indevido de Medicamentos. Informações para o uso de medicamentos na gravidez e lactação. Coordenacao Mirian Parente Monteiro. Fortaleza - Ceará, 2008.112p.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
31
COMPONENTE
DESCENTRALIZADO
DA ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
32
Orientações sobre os Medicamentos Padronizados na Atenção Primária
Instruções para Consulta
Traz informações sobre procedimentos
que devem ser orientados aos pacientes
no momento da prescrição e reforçados
durante a dispensação do medicamento
Apresenta o fármaco sobre os
quais as orientações serão
dadas.
Inclui todas as apresentações
comerciais disponíveis pela
assistência farmacêutica no
município de Fortaleza.
Sinaliza a classificação de
risco do medicamento quando
utilizado na gravidez e durante
lactação.
Fornece dados de custo
e consumo com o
medicamento durante a
gestão de compra do
ano de 2014.
Traz informações sobre a
problemática atual na
prescrição do medicamento,
cuidados a serem observados
durante o uso e os perigos
advindos do uso prolongado
do fármaco.
Descreve as indicações de uso
mais frequentes na atenção
primária em saúde e as
respectivas doses posológicas.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
33
Relaciona os efeitos decorrentes das interações com outros medicamentos dispensados pela atenção primária e como conduzir o uso concomitante.
Descreve as reações adversas de ocorrência mais comuns
Lista as fontes utilizada na busca das informações.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
34
Nome da Substância
ÁCIDO ACETILSALICÍLICO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
100mg Comprimido
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Adultos
Analgésico e antipirético
Dose usual: 40 a 60mg/kg/dia, VO, 4 a 6 vezes ao dia.
Antiagregante em pacientes arteriopatas (coronarianas,etc.)
Dose usual: 81 a 500mg/dia.
Artrite reumatoide
Dose usual: 3,2 a 6g/dia, VO.
Crianças:
Analgésico e antipirético
Dose usual: 10 a 15mg/kg, VO, 4 a 6 vezes ao dia.
Anti-inflamatório
Dose usual: 60 a 100mg/kg/dia, VO, fracionados em 3 a 4 administrações.
Antiagregante plaquetário
Dose usual: 3 a 5mg/kg/dia, VO, 2 vezes por semana.
ALERTA Problemática
1. Prescrições desnecessárias para prevenção primária de eventos cardiovasculares
em pacientes com baixo e médio risco cardiovascular;
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Evitar o uso nos primeiro e último
trimestres da gravidez (encerramento
prematuro do canal arterial fetal).
- Não há evidências que apoiem o uso de
AAS especificamente no tratamento de
demência associada à doença
cerebrovascular.
- Risco de ulceração gástrica e
sangramento.
- Insuficiência hepática grave e
nefrotoxicidade.
- Risco de desenvolvimento precoce de
degeneração macular relacionada à
idade.
63o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
5o
item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza
ÁC
IDO
AC
ETILSALIC
ÍLICO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
35
ORIENTAÇÕES:
Administrar com bastante água ou com alimento a fim de evitar desconforto. A presença do alimento retarda a velocidade, mas não a extensão da absorção.
Orientar que o paciente evite deitar-se dentro de 15 a 30 minutos após a administração.
Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas.
INTERAÇÕES COM AAS
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Prednisona Aumenta o risco de
sangramento
gastrointestinal e
ulcerações.
Monitorar a terapia prescrita. Redução gradativa da
dose do AAS juntamente com a dose dos
corticosteróides.
Cetoprofeno
Evitar uso concomitante quando terapia crônica ou
em doses altas. Quando for necessário, monitorar
sinais clínicos (hemorragias) e laboratoriais (TTPA e
INR) de alterações hematológicas.
Furosemida Reduz o efeito diurético Espaçar os horários de administração dos
medicamentos Captopril Reduz a eficácia anti-
hipertensiva
Varfarina Aumenta o risco de
hemorragias Monitorizar evidências de sangramento.
Ibuprofeno Reduz o efeito
antiplaquetário
Uso concomitante deve ser evitado. Caso seja
necessário, orientar a administração do AAS 30
minutos antes ou 8 horas após o ibuprofeno.
TTPA – Sigla em inglês para: Tempo de Ativação Parcial de Tromboplastina; INR – Razão
Normalizada Internacional; AAS – Ácido Acetilsalicílico
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
• Náuseas e vômito. • Dor abdominal. • Úlcera gastrointestinal. • Sangramento. • Broncoespasmo.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de
Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,
2015. 3. Rands G, Orrell M, Spector AE. Aspirin for vascular dementia (Cochrane Review). In: The Cochrane
Library, issue 2, 2009. Oxford: Update Software.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
36
Nome da Substancia
AMOXICILINA
AMOXICILINA + CLAVULANATO DE POTÁSSIO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
500mg Comprimido
50mg/ml Suspensão
500mg + 125mg Comprimido
500mg + 125mg/ml Suspensão
ALERTA
Problemática
1. Prescrições com esquemas prolongados de tratamento sem indicação.
2. Tratamento de amigdalites agudas recorrentes não complicadas.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Hipersensibilidade às penicilinas.
- Colite pseudomembranosa (prolongada
ou significativa) de intensidade leve à
grave pode surgir durante o uso ou em até
2 semanas após a última dose.
- Supercrescimento de microrganismos
resistentes ao medicamento.
- O uso de altas doses de amoxicilina
pode predispor ao risco de cristalúria
(manter hidratação adequada).
Indicações mais frequentes e posologias na APS*
Adultos Infecções causadas por microrganismos sensíveis**
250 a 500 mg por via oral, a cada 8 ou 12 horas.
Profilaxia de endocardite bacteriana
2 g, por via oral, em dose única, de 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja
sangramento.
Erradicação de Helicobacter pylori
1 g, por via oral, a cada 12 horas, combinada a claritromicina 500 mg e omeprazol 20 mg, ambos
por via oral, a cada 12 horas, durante 7 a 14 dias.
Associado com Clavulanato: 250 + 62,5 a 500 + 125 mg, por via oral, a cada 8 ou 12 horas Crianças
Infecções causadas por microrganismos sensíveis** (10 opção)
20 a 90 mg/kg, dividido a cada 8 ou 12 horas.
Profilaxia de endocardite bacteriana
50 mg/kg, por via oral, em dose única, 30 minutos a 1 hora antes de procedimento em que haja
sangramento.
15o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
39o item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza
AM
OX
ICILIN
A/A
MO
XIC
ILINA
+ CLA
VU
LAN
ATO
DE P
OTÁ
SSIO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
37
Associado com Clavulanato: 20 a 90 mg/kg de amoxicilina, por via oral, a cada 8 ou 12 horas.
* A dose e a duração do tratamento dependem do local e gravidade da infecção, mas geralmente são eficazes
entre 7 e 14 dias. ** A amoxicilina Associado ao clavulanato (Bactérias produtoras de betalactamase infeccoes
não-graves por Haemophilus influenzae, Moraxella catarrhalis, E. coli, algumas espécies de klebsiella,
Enterobacter, Helicobacter pylori).
ORIENTAÇÕES:
A alimentação não interfere na ação de amoxicilina, que pode ser ingerida com alimentos.
Recomendar a reconstituição da suspensão com água filtrada ou fervida, até a marca indicada no frasco e agitação do mesmo sempre que for retirar a dose correspondente.
A suspensão oral, após reconstituição, ficará estável por 14 dias se for conservada em geladeira (entre 2ºC e 8ºC).
A suspensão contém açúcar. Utilizar com cautela e informar aos portadores de diabetes.
Informar que as cápsulas não devem ser mastigadas ou partidas.
Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar e reaprazar os horários.
Os pacientes devem ser alertados para não interromper o uso antes do final do tratamento, mesmo quando houver melhora dos sintomas após a primeira dose.
INTERAÇÕES COM AMOXICILINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Alopurinol
Aumenta a chance de
desenvolvimento de reações
alérgicas de pele (exantema).
Reduzir a dose de alopurinol ou
terapia farmacológica alternativa
Anticoncepcionais
Hormonais
Reduz a eficácia da terapia
contraceptiva.
Recomendar a utilização de
métodos de barreira durante a
terapia antibiótica
Varfarina Aumenta o risco de
sangramento.
Monitorização intensiva da terapia
concomitante (Tempo protrombina
e INR).
* INR - Razão Normalizada Internacional
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
• Diarréia (3 a 15%) • Náuseas (3%) • Vômitos (2%) • Eritema e Exantema (3%) • Candidíases Mucocutânea (4%)
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Uso indiscriminado de antimicrobianos e Resistência Microbiana. In: Uso racional de medicamentos – Temas selecionados. 1ª edição. Brasília, 2012.
3. Bula do medicamento de referência - CLAVULIN® (Glaxosmithkline).
4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
38
Nome da Substancia
BECLOMETASONA
DIPROPIONATO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
50mcg/250mcg Aerossol Oral
ALERTA
Problemática
1. Prescrições para exacerbação aguda de asma e bronquite não asmática.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Os efeitos terapêuticos não são
percebidos imediatamente, portanto não
deve ser usado como medicamento de
alívio durante crises de falta de ar.
- A formulação contém aproximadamente
9mg de álcool/dose.
- O uso concomitante com corticosteróides
sistêmicos deverá ser realizado sob doses
ajustadas.
- Efeitos sistêmicos (retardo do crescimento
em crianças e adolescentes, redução da
densidade mineral óssea, catarata e glaucoma,
principalmente se uso em altas doses).
- Pode causar fenômenos de sensibilização e,
excepcionalmente, efeitos colaterais sistêmicos
típicos da classe terapêutica.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
CRIANÇAS
Asma – Tratamento após a crise Dose baixa (menores de 12 anos): 100 a 200 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Dose media/alta (de 5 a 12 anos): 200 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica) Maiores de 6 anos: 100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas.
Após melhora dos sintomas reduzir a dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12
horas.
ADULTOS
Asma – Tratamento após a crise Dose baixa: 100 a 400 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas. Dose media/alta: 400 a 1000 microgramas, por via inalatória, a cada 12 horas.
18o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
132o
item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza
BEC
LOM
ETASO
NA
DIP
RO
PIO
NA
TO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
39
Rinite (alérgica moderada e grave e não alérgica)
100 microgramas (2 jatos) em cada narina, a cada 12 horas. Após melhora dos sintomas reduzir a
dose para 50 microgramas (1 jato) em cada narina, a cada 12 horas.
ORIENTAÇÕES
Orientar que o frasco seja agitado sempre antes de usar.
Orientar o paciente quanto ao modo de utilizar corretamente o aerossol e os espaçadores, bem como a realização periódica de manutenção e limpeza dos artefatos, a fim de evitar obstrução.
Alertar que o uso de espaçador nas formas aerossol favorece a ação do medicamento e reduz a ocorrência de efeitos adversos.
Alertar que o enxágue bucal após administração e o uso de espaçador reduzem o risco de candidíase oral, rouquidão e disfonia. Não engolir a água do enxágüe.
Orientar para não interromper o uso abruptamente, devido aos riscos de efeitos adversos importantes.
Orientar para notificar a falta de resposta ao tratamento, para possível ajuste de dose.
INTERAÇÕES COM BECLOMETASONA
As interações descritas na literatura para a beclometasona referem-se à administração sistêmica
deste fármaco. Para a administração nasal não há informação de interações, mas em caso de
absorção sistêmica, interações farmacológicas poderiam ocorrer, especialmente com fármacos
inibidores de enzimas envolvidas no metabolismo da beclometasona.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Candidíase Orofaringeana.
Tosse.
Rouquidão.
Irritação da Faringe.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - CLENIL® (Chiesi).
3. Fortaleza. Secretaria Municipal de Saúde. Célula de Atenção às Condições Crônicas. Guia de bolso para o programa de atenção integral à criança e adulto com asma de Fortaleza. PROAICA – 1ª edição. Ceará, 2015. 16 p.
4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,
2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
40
Nome da Substancia
BUDESONIDA
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
50mcg Aerossol Nasal
(equivale a 32 mcg de budesonida por dose).
ALERTA
Problemática
1. Terapia inicial combinada de corticóide inalatório e agonista β-2 de longa
duração no tratamento de asma leve e moderada, sem tentativa prévia de
monoterapia com corticóide inalatório.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Os efeitos terapêuticos não são
percebidos IMEDIATAMENTE,
portanto não deve ser usado como
medicamento de alívio durante crises
de falta de ar.
- Aparecimento de sinais ou sintomas
de hipercorticismo, supressão da
função hipotálamo-hipófise-adrenal ou
inibição do crescimento em crianças.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Crianças maiores de 6 anos e Adultos
Rinite alérgica moderada a grave e rinite não alérgica
200 microgramas (4 jatos), em cada narina, a cada 24 horas.
Após alívio dos sintomas reduzir a dose para 100 microgramas (2 jatos), em cada narina, a cada 24
horas. A duração total do tratamento é de 3 meses.
1o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
97o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
BU
DESO
NID
A
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
41
ORIENTAÇÕES
Orientar que o frasco seja agitado suavemente antes de usar em cada aplicação.
Caso permaneça 2 dias consecutivos sem usar, agitar até aparecer uma fina nevoa. Caso permaneça 14 dias consecutivos sem usar, lavar o aplicador e agitar ate aparecer uma fina nevoa.
O efeito do medicamento pode levar alguns dias. Orientar o uso regular e para não interromper o uso abruptamente, devido aos riscos de efeitos adversos importantes.
Orientar sobre a importância de limpar as narinas previamente a aplicação.
INTERAÇÕES COM BUDESONIDA
As interacoes descritas na literatura para a budesonida referem-se à administração sistêmica deste
fármaco. Para a administração nasal não há informação de interações, mas, em caso de absorção
sistêmica, interações farmacológicas poderiam ocorrer, especialmente com fármacos inibidores de
enzimas envolvidas no metabolismo da budesonida (cetoconazol e cimetidina).
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Ressecamento da mucosa nasal
Irritação do conduto nasal
Secreção hemorrágica
Epistaxe.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - BUSONID® (Astrazeneca).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,
2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
42
Nome da Substancia
CARBONATO DE CÁLCIO
+ COLECALCIFEROL
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
600 mg + 400 UI Comprimido
ALERTA
Problemática
1. Prescrições desnecessárias para prevenção de osteoporose em mulheres sem
fatores de risco.
2. Utilização por tempo prolongado e sem avaliações periódicas.
3. Prescrição de Cálcio sem a associação com a Vitamina D.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Não evidências que justifiquem o uso de
suplemento de cálcio em idades pediátricas
em crianças normais para aumentar o pico da
massa óssea.
- Não está indicada a suplementação de
cálcio de forma rotineira, em pessoas que
fazem ingestão regular e adequada de cálcio,
através da alimentação.
- Há evidências de que o uso isolado de
cálcio, sem a associação de Vitamina D, é
menos eficaz.
- Pode haver redução da absorção de cálcio
se ingerido com espinafre, farelos e cereais.
Algumas preparações cotem aspartame
(contraindicado para fenilcetonúricos).
- Constipação.
- Uso excessivo da Vitamina D pode
causar hipercalciúria e cálculos renais.
Ajustar a dose quando houver
comprometimento renal.
- Formação de cálculos renais e interação
negativa do cálcio com outros nutrientes,
principalmente ferro, zinco, magnésio e
fósforo.
- Concentrações séricas elevadas de
cálcio podem aumentar o risco de infarto
agudo do miocárdio, pela associação
positiva entre a espessura da carótida e a
calcificação da aorta. Cabe destacar que o
mesmo risco não é observado com
consumo de dietas ricas em cálcio.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Tratamento da osteoporose 1 a 2 comprimidos ao dia (a depender da avaliação da ingesta de cálcio pela alimentação).
Prevenção de osteoporose em mulheres pós-menopausadas Avaliar a ingesta de cálcio pela alimentação, caso essa ingesta não seja a suficiente (1,2 gr)
prescrever 01 comprimido ao dia.
2o
item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
8o
item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza.
CA
RB
ON
ATO
DE C
ÁLC
IO + C
OLEC
ALC
IFERO
L
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
43
Usuários crônicos de Corticosteróides A suplementação com cálcio e vitamina D com 02 comprimidos ao dia, fracionados em 02 tomadas,
deve ser oferecida a todos pacientes em uso de corticosteróides para restaurar um balanço de cálcio
normal e deve ser continuada, enquanto o paciente estiver recebendo corticóides.
ORIENTAÇÕES:
Deve ser administrado com a presença de alimentos. Maior eficácia quando administrado com sucos cítricos. Orientar para evitar uso concomitante de alimentos ricos em fibras, álcool, fumo ou cafeína.
Quando a dose for superior a 600mg de cálcio ao dia, prefere-se o fracionamento da dose em dois horários durante o dia.
Orientar ao paciente que a dose diária recomendada de vitamina D em adultos pode ser obtida pela exposição direta à luz solar (antes de 10:00 da manhã e após as 16:00) e pelos componentes da dieta.
Estimular a prática de exercícios físicos, pela importância na construção e manutenção da massa óssea e prevenção da osteoporose.
INTERAÇÕES COM CÁLCIO E COLECALCIFEROL
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Hidroclorotiazida Aumenta o nível sério de cálcio.
Espaçar os horários de
administração dos
medicamentos.
Digoxina Arritmia e colapso cardiovascular.
Atenolol
Reduz sua efetividade, devido à redução
na absorção.
AAS
Captopril
Fenitoína
* AAS – Ácido Acetilsalicílico
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
Constipação
Dispepsia
Anorexia
Náuseas e vômitos
BIBLIOGRAFIA
1. Bolland MJ, Grey A, Avenell A, Gamble GD, Reid IR. Calcium supplements with or without vitamin D and risk of cardiovascular events: reanalysis of the Women’s Health Initiative limited access dataset and meta-analysis. BMJ. 2011; 342:1-9.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
3. Bula do medicamento de referência - CALTRATE® (Pfizer).
4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare,
2015. 5. Pinto Neto A.M et al. Consenso Brasileiro de Osteoporose, revista brasileira de Reumatologia, vol. 42, n
o
06, 2002.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
44
Nome da Substancia
CAPTOPRIL
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
25mg Comprimido
ALERTA
Problemática 1. Prescrição inadequada de uso pela via sublingual. 2. Prescrição sem estratificação de risco cardiovascular global.
3. Prescrições que associam captopril a um bloqueador de angiotensina II em hipertensos.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A dose deve ser ajustada se houver comprometimento renal. - Pacientes que realizaram procedimento cirúrgico têm mais risco de desenvolver angioedema. - Evitar o uso em mulheres em idade fértil.
- Anormalidades hematológicas (efeitos antiplaquetários de redução do tromboxano pela angiotensina).
Indicações mais frequentes e posologias na APS*
Adultos
Urgência Hipertensiva
25 mg, por via oral. Repetir em uma hora se necessário.
Tratamento da Hipertensão Arterial (1º opção)
25mg/dose, via oral, 2 a 3 vezes ao dia. Ajustar a cada 1 – 2 semanas até a dose de 50mg,
via oral, 2 a 3 vezes ao dia.
Insuficiência Cardíaca após Infarto do Miocárdio 6,25mg/dose, via oral, 2 vezes ao dia no 1º dia. Progredir para 12,5mg/dose, via oral, 2 a 3 vezes ao dia. Insuficiência Cardíaca não relacionada ao Infarto do Miocárdio 6,25mg/dose, via oral, 3 vezes ao dia no 1º dia. Progredir para 50mg/dose, via oral, 3 vezes ao dia, após 1 a 2 semanas.
* Mostrou benefícios de nefroproteção (prevenção do surgimento de microalbuminúria) e retardou a progressão
de retinopatia diabética em portadores de diabetes tipo 2. Reduz a progressão da doença renal crônica em
pacientes com nefropatia e portadores de diabetes tipo 1.
Crianças
(<6 meses)
Tratamento da Hipertensão Arterial
0,01 a 0,05 mg/kg/dose, por via oral, 3 vezes ao dia.
(>6 meses)
0,15 a 0,5 mg/kg/dose, por via oral, 3 vezes ao dia.
21o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
1o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
CA
PTO
PR
IL
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
45
ORIENTAÇÕES
Existe descrita formulação extemporânea (pronto uso) para uso pediátrico.
Os comprimidos podem apresentar leve odor sulfuroso.
Informar que os alimentos diminuem a absorção do captopril. Recomendar que a administração seja realizada 1 hora antes ou 2 horas após a refeição.
A prática da administração sublingual do comprimido de captopril não é recomendada, pois suas características farmacocinéticas não permitem a absorção de doses ideais por essa via, devendo, portanto, ser deglutido.
Recomendar aos pacientes que em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se estiver perto do horário da próxima dose, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses juntas.
Alertar para recorrer a atendimento médico caso surjam edema de face, transtornos para respirar ou deglutir e rouquidão.
INTERAÇÕES COM CAPTOPRIL
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Metformina Reduz os índices glicêmicos. Monitorizar a glicemia.
Furosemida Disfunção renal quando uso
concomitante e prolongado.
Monitorizar a terapia concomitante. Considerar
redução da dose da Furosemida ou Captopril
caso os níveis de creatinina sérica aumentem.
AAS* Reduz a resposta anti-
hipertensiva e aumenta o risco
de disfunção renal
Monitorar pressão arterial. Considerar terapia
antiinflamatória alternativa (principalmente na
presença de ICC***). AINES**
Antiácidos Reduzem significativamente a
biodisponibilidade Distanciar os horários de tomada em 2 horas.
Sulfametoxazol+
Trimetroprima
Aumenta o risco de
hipercalemia Monitorizar níveis séricos de potássio.
* AAS – Ácido Acetilsalicílico; ** AINES - Antinflamatório Não-Esteróide; *** ICC - Insuficiência Cardíaca Congestiva.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Tosse Seca (2%) • Hipotensão Postural (3%) • Exantema (7%) • Hipercalemia, sendo > 5,1 mmol/L (11%)
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - CAPTOSEN® (Pharlab).
3. Camargo EG, Weinert LS, Lavinsky J, Silveiro SP. Prática clínica: nefropatia diabética e bloqueio do sistema renina-angiotensina-aldosterona. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio Grande do Sul. Ano XV nº 08 Mai/Jun/Jul/Ago 2006.
4. K ME, S B, B HR. The effect of captopril on progression of retinopathy in type 2 diabetes. Diabetes Technol Ther. 2009 Nov; 11(11):711-5.
5. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 6. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de
Nefrologia. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
46
Nome da Substancia
CEFALEXINA
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
500mg Comprimido
50mg/ml Suspensão Oral
ALERTA Problemática
1. Prescrições para infecções de garganta de repetição; 2. Prescrições por prazos além do mínimo eficaz.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Pode induzir colite pseudomembranosa
por Clostridium difficile.
- Pode causar diminuição da atividade de
protrombina.
- Usar com cautela nos casos de
insuficiência renal e hepática.
- Risco de superinfecção fúngica ou
bacteriana por microorganismos
resistentes.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Adultos
Tratamento de infecções por microrganismos sensíveis*
• 250 a 500 mg, por via oral, a cada 6 horas. Em infecções graves, 1 g, por via
oral, a cada 6 horas, durante 7 a 14 dias.
Crianças
Tratamento de infecções por microrganismos sensíveis*
• 25 a 50 mg/kg, por via oral, dividido a cada 6 horas. Em infecções graves, 50
a 100 mg/kg, por via oral, dividido a cada 6 horas, durante 7 a 14 dias.
*cocos gram-positivos aeróbios, exceto enterococos; Staphylococcus aureus produtor de penicilinase, mas não
contra os oxacilina-resistentes; Escherichia coli; Proteus mirabilis e Klebsiella pneumoniae
34o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
59o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
CEFA
LEXIN
A
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
47
ORIENTAÇÕES
Orientar para o uso durante todo o tempo prescrito, mesmo que haja melhora dos sintomas, sob o risco de desenvolvimento de resistência bacteriana e piora do quadro.
Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar e reaprazar os horários.
Administrar com bastante água ou com alimento a fim de evitar desconforto, pois a presença do alimento retarda a velocidade, mas não a extensão da absorção.
Orientar sobre o modo de reconstituição do medicamento. Informar que a suspensão deve ser agitada antes de administrar. Alertar para a observação cuidadosa da validade do medicamento após a reconstituição (7 a 14 dias, caso tenha sido refrigerada entre 2ºC e 8ºC).
Orientar a busca por assistência médica caso haja o aparecimento de reações adversas dermatológicas.
INTERAÇÕES COM CEFALEXINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Metformina
Aumenta os níveis
plasmáticos do
Hipoglicemiante
Considerar redução na dose de metformina
ou Monitorizar a associação a fim de
acompanhar a presença dos efeitos
adversos da metformina (diarréia, náuseas,
vômitos, cefaléias).
Aminoglicosídeos Intensifica a
toxicidade renal
Monitorizar a função renal, especialmente
em pacientes nefropatas.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Diarréia, náuseas e vômitos (3 a 15%). • Hipersensibilidade Cruzada (10% de pacientes alérgicos a penicilinas) • Urticárias e Dermatites (4%).
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - KEFLEX® (Bagó).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
48
Nome da Substancia
CLORETO DE SÓDIO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
0,9% Solução Nasal
0,9% Solução Injetável
ALERTA
Problemática 1. Uso indiscriminado nas infecções de vias aéreas superiores. 2. Prescrições de “aplicação nasal conforme a necessidade”. 3. Uso da solução injetável para limpeza de escoriações e ferimentos superficiais.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado USO INJETÁVEL
- Avaliar o uso nos casos de insuficiência renal, cardíaca, hipertensão, condições clínicas e uso de medicamentos que causem retenção de sódio. - Evitar administração excessiva. O aumento da concentração plasmática de sódio não deve exceder 10 mmol/L em 24 horas. - Observar pressão venosa jugular, crepitações em bases pulmonares e, em idosos, pressão venosa central.
USO NASAL
- Nesta via de administração, o cloreto de sódio não apresenta risco conhecido à saúde. - A presença do cloreto de benzalcônio em algumas apresentações pode provocar prejuízo da função mucociliar em pacientes portadores de rinossinusite alérgica, aumentando os casos de rinite medicamentosa, além de afetar a função imunológica (reduz a atividade fagocitária dos neutrófilos).
Indicações mais frequentes e posologias na APS
Solução Nasal:
Fluidificante, Umidificante e Descongestionante Nasal*
Tratamento coadjuvante para os casos de gripes e resfriados, rinites e de quaisquer outras condições
associadas ao ressecamento da mucosa nasal, como nos ambientes fechados, com baixa umidade
do ar e poluição.
* Cloreto de sódio 0,9% administrado como gotas nasais alivia a congestão nasal por ajudar a liquefazer a
secreção mucosa.
14o
item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
72o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
CLO
RETO
DE SÓ
DIO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
49
Neonato
1 a 2 gotas em cada narina antes da amamentação.
Crianças e adultos
2 a 6 gotas em cada narina, a cada duas horas.
Solução Injetável
Veículo ou diluente para a administração parenteral de fármacos e para manter desobstrução de dispositivos invasivos (cateteres e cânulas).
Fluido para irrigações estéreis, por exemplo, de olho ou bexiga.
Limpeza geral de ferimentos mais profundos (utilizado como principal cobertura em curativos), queimaduras e suturas cirúrgicas.
Veículo para nebulização de medicamentos.
A concentração e a dose das soluções de cloreto de sódio para uso intravenoso são determinadas
por diversos fatores, incluindo idade, peso, condição clínica e, em particular, o estado de hidratação
do paciente. As concentrações séricas de eletrólitos devem ser cuidadosamente verificadas.
ORIENTAÇÕES
Apesar de algumas apresentações da solução nasal de cloreto de sódio 0,9% conter conservante antimicrobiano (geralmente cloreto de benzalcônio), orientar o doente para evitar contato do conta-gotas com a mucosa nasal para não contaminá-lo e aconselhar a não dividi-lo com outras pessoas.
Escoriações e ferimentos superficiais devem ser limpos com água corrente e sabão neutro.
A solução de cloreto de sódio deve ser armazenada a 25ºC. Entretanto uma breve exposição até o limite de 40ºC não afeta adversamente a preparação.
Aconselhar que a sobra da solução estéril seja descartada, se a utilização seguinte envolver a administração injetável.
INTERAÇÕES COM CLORETO DE SÓDIO
Não é conhecida interação medicamentosa clinicamente relevante pela via tópica.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
O uso tópico deste medicamento não se mostra capaz de produzir algum inconveniente, devido suas características fisiológicas.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Machado AS, Valverde JG, Santana Junior JS, Barreto LG, Nonato GS, Hagenbeck KF, Xavier DV, Brasil JM. Efeitos tóxicos atribuídos ao cloreto de benzalcônio sobre a mucosa nasal e atividade mucociliar. Rev. bras. alerg. imunopatol. 2008;31(1):2-9.
3. Rodrigues C, Silva C. Limpeza de feridas: técnicas e soluções. J. of tissue regeneration e healing. 2012; 1 (1):25 – 31.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
50
Nome da Substancia
ENALAPRIL MALEATO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
5mg e 20 mg Comprimido
ALERTA
Problemática
1. Prescrições sem risco cardiovascular global definido.
2. Prescrições para paciente com baixo risco para doença aterosclerótica.
3. Prescrições que associam enalapril a um bloqueador de angiotensina II em hipertensos.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Iniciar tratamento com dose baixa (ajustar a
cada 2 ou 4 semanas), e monitorar pressão
arterial apos a primeira dose.
- Monitorar potássio sérico, especialmente se
houver insuficiência renal.
- Evitar o uso em mulheres em idade fértil.
- O uso em pacientes com função renal
reduzida pode causar aumento de até
30% da creatinemia, mas a longo prazo
prepondera seu efeito nefroprotetor.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
ADULTOS
Tratamento da Hipertensão Arterial
5 a 40 mg/dia, por via oral, a cada 12 ou 24 horas. Iniciar com dose ainda menor (2,5 mg) se for
adicionar a um diurético ou em paciente com disfunção renal.
Insuficiência Cardíaca
Iniciar com 2,5 mg por dia, por via oral, a cada 24 horas.
Aumentar a dose a cada 2 a 4 semanas ate alcançar a dose usual de manutenção de 20 mg/dia,
dada em dose única ou dividida em duas doses.
Com disfunção ventricular esquerda assintomática: iniciar com 2,5 mg de 12 em 12 horas até o
máximo de 20 mg/dia em doses dividida.
Prevenção de Cardiopatia Isquêmica*
Iniciar com 2,5 mg, por via oral, a cada 12 horas.
* Eficácia superior aos diuréticos na prevenção de eventos cardiovasculares em pacientes idosos.
ORIENTAÇÕES
A absorção não é influenciada pela presença de alimentos. Entretanto orientar sobre a restrição aos alimentos que contém potássio (inclusive substitutos do sal e suplementos dietéticos).
27o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
11o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
ENA
LAP
RIL M
ALEA
TO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
51
Orientar cautela na realização de atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir veículos.
Em caso de esquecimento de uma dose, usar assim que lembrar. Se o horário da próxima dose estiver próximo, desconsiderar a dose anterior, esperar e usar no horário. Nunca usar duas doses ao mesmo tempo.
Informar que pressão alta pode não manifestar sintomas e reforçar a importância de não deixar de usar o medicamento diariamente.
INTERAÇÕES COM ENALAPRIL
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Rifampicina Reduz a eficácia do anti-
hipertensivo
Monitorizar a pressão arterial quando uso
concomitante. AINES*
AAS**
Antiácidos Reduz a absorção do
enalapril
Distanciar a tomada dos medicamentos em no
mínimo 2 horas.
Metformina
Aumenta a toxicidade pelo
enalapril (acidose láctica
hipercalêmica)
Ajustar a dose, ou substituir antihipertensivo,
monitorar pressão arterial e sinais e sintomas
específicos.
Clomipramina
Aumenta a toxicidade pela
clomipramina (confusão,
insônia, irritabilidade)
Substituir uma das terapias ou reduzir a dose da
clomipramina.
Furosemida Risco de disfunção renal
quando uso for prolongado.
Monitorizar a terapia concomitante. Considerar
redução da dose da Furosemida ou Enalapril
caso os níveis de creatinina sérica aumentem.
Hidroclorotiazida Risco de hipotensão
postural e efeito nefrotóxico
Observar evidências de hipotensão postural no
início do tratamento. Observar sinais e sintomas
de disfunção renal.
* Antiinflamatório Não Esteroidais; ** Ácido Acetilsalicílico.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Tontura (8%)
Hipercalemia (3,8%)
Cefaléia (5,2%)
Astenia (3%)
Hipotensão Ortostática.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - RENITEC® (Merck Sharp & Dohme).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 4. Shah NH, LePendu P, Bauer-Mehren A, Ghebremariam YT, Iyer SV, Marcus J, et al. Proton Pump
Inhibitor Usage and the Risk of Myocardial Infarction in the General Population. PLoS One 10(6): e0124653. 2015
5. Sociedade Brasileira de Cardiologia / Sociedade Brasileira de Hipertensão / Sociedade Brasileira de Nefrologia. Diretrizes Brasileiras de Hipertensão VI. Arq Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-51.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
52
Nome da Substancia
GLICLAZIDA
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
30 mg Comprimido Liberação Prolongada
ALERTA Problemática
1. Prescrições para diabéticos tipo 1.
2. Prescrições para pacientes com sobrepeso e manifestações leves de
glicemia (< 200mg/dL), sem outras comorbidades.
3. Prescrições para pacientes com glicemia de jejum normal ou próxima do
normal, mas com hemoglobina glicada acima do normal.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- A presenta boa efetividade na redução da
hemoglobina glicosilada (redução de 1 - 2%
no nível sérico de HbA1c).
- Não indicado para o uso em crianças.
- Pacientes idosos embora se beneficiem
mais do uso (melhor tolerabilidade, menor
risco de hipoglicemia e interação com cálcio
coronariano) devem ser monitorizados.
- Falência pancreática secundária, onde
50% dos pacientes podem necessitar de
insulina para um controle glicêmico
adequado em 10 anos de uso.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Adultos e Idosos
Tratamento de diabete melito tipo 2. (1ª Opção) *
1 comprimido de 30mg, via oral, uma vez ao dia.
*Tratamento de pacientes quando há perda de peso e teores glicêmicos mais elevados, indicando
secreção deficiente de insulina. Recomendado aos diabéticos com evidencias de falência parcial da
produção de insulina, geralmente magros, oligossintomáticos e com hiperglicemia leve a moderada
(jejum < 300 mg/dl).
Aos pacientes tratados com metformina na dose máxima e que ainda não atingiram o controle
glicêmico recomenda-se acrescentar gliclazida à terapêutica.
4o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
17o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
GLIC
LAZID
A
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
53
ORIENTAÇÕES
Orientar para a necessidade de administrar o medicamento logo após a primeira refeição do dia, com bastante água, a fim de evitar as seguintes reações gastrintestinais (dor abdominal, náusea, vômito, dispepsia, diarréia e constipação).
Ensinar a reconhecer os sinais de hipoglicemia (palpitações, sudorese, fome, tontura, confusão mental) e ingestão de um pouco de açúcar ou mel (colocados entre a gengiva e a bochecha). Procurar auxílio médico, caso não haja melhora.
Orientar para que se uma dose for esquecida, a dose do horário seguinte não deve ser aumentada.
Informar que bebidas alcoólicas podem provocar hipoglicemia e efeito semelhante ao do “dissulfiram”. Recomendar a redução do consumo de álcool, sempre acompanhado de alimentos, a fim de amenizar o efeito hipoglicemiante do álcool.
INTERAÇÕES COM GLICLAZIDA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Bloqueadores Beta-Adrenérgicos
Altera o metabolismo glicêmico, causando hipoglicemia,
hiperglicemia
Uso concomitante deve ser evitado. Avaliar a troca de
algum dos esquemas terapêuticos. Caso o uso
concomitante seja necessário, monitorar a glicemia e avaliar redução da dose de gliclazida.
Ciprofloxacino
Varfarina Aumenta o efeito anticoagulante
Miconazol Aumenta o efeito hipoglicemiante
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
• Hipoglicemia (5%). • Aumento de peso • Náuseas, vômito e diarréia (5%)*.
* Esses distúrbios podem ser evitados ou reduzidos se a administração for realizada no desjejum.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - DIAMICRON® (SERVIER).
3. Hissa RMN. Estudo comparativo entre vidagliptina e gliclazida em relação às concentrações séricas de triglicerídeos e lipoproteínas correlacionado com estresse oxidative em pacientes com diabetes mellitus tipo 2 inadequadamente controlados com metformina após 16 semanas. Dissertação de mestrado.Programa de pós-graduação em cirurgia. Universidade Federal do Ceará, 2015.76pg.
4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 5. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015
[organização Jose Egidio Paulo de Oliveira, Sergio Vencio]. – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015. 390pg.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
54
Nome da Substancia
IBUPROFENO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
600 mg Comprimido
50 mg/ml Solução Oral
Indicações mais frequentes e posologias na APS
Adultos
Analgésico (dor leve a moderada) e antiinflamatório:
400mg, via oral, a cada 4 ou 6 horas. Dose máxima 2400mg/dia
Osteoartrite/Artrite reumatóide:
400-800mg, via oral, a cada 6 ou 8 horas. Dose máxima 3200mg/dia.
Crianças
Analgésico:
7,5 mg/kg dose a cada 6 a 8 horas; Dose diária máxima: 30 mg / kg
Antipirético:
13o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
9o
item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza.
ALERTA
Problemática 1. Interações medicamentosas graves e moderadas; 2. Uso indiscriminado em pacientes em terapia anti-hipertensiva, hipoglicemiante e
psicotrópica concomitante, sem monitoramento adequado ou avaliação dos riscos e benefícios.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Usar com precaução em doentes com retenção de líquidos, hipertensão ou história de insuficiência cardíaca. A pressão arterial e o estado cardiovascular devem ser monitorizados durante o curso da terapia. - Em pacientes que fazem uso de drogas psicotrópicas, checar interações medicamentosas antes de prescrever.
- Deve ser evitado nas últimas seis a oito semanas de gravidez para prevenir a gestação prolongada a partir da inibição da síntese de prostaglandinas, o fechamento prematuro do canal arterial, complicações maternas e fetais de atividade antiplaquetária.
- Por ser seletivamente utilizado para o alívio da dor em tratamentos curto. - Pode agravar a hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva e edema. Diminui a eficácia dos anti-hipertensivos e podem causar alteração da função renal quando associados. - A partir de 07 dias de tratamento aumenta o risco de um novo infarto. - Doses elevadas (≥1200mg/dia) foram associadas a um risco aumentado de eventos vasculares.
IBU
PR
OFEN
O
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
55
Mais de 6 meses a 12 anos:
5 mg/kg/dose para a temperatura inferior a 39,2°C, por via oral a cada 6 a 8 horas.
10 mg /kg/ dose para a temperatura superior ou igual a 39,2°C, por via oral a cada 6 a 8 horas; a dose máxima diária recomendada é de 40 mg/kg.
ORIENTAÇÕES
Dentre os antiinflamatórios não-esteroidais é o representante de primeira escolha, pois apresenta eficácia e maior segurança, com menor risco de eventos gastrintestinais.
Orientar a administração com bastante água (>250mL) ou na presença de alimentos.
Reforçar a importância de evitar o uso de bebidas alcoólicas, pelo risco aumentado de ulcerações e sangramento gastrintestinal.
INTERAÇÕES COM IBUPROFENO
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Propranolol
Reduz o efeito
antihipertensivo*
Acompanhar a pressão arterial, a função
cardiovascular e o peso corpóreo
Anlodipino
Captopril
Furosemida
Varfarina
Aumenta a atividade
anticoagulante (risco
de sangramento)
Monitorizar a terapia concomitante ou reduzir a dose
da varfarina.
AAS Reduz o efeito
antiplaquetário
Em caso de uso concomitante, administrar o AAS 30
minutos antes ou 8 horas após a tomada do
ibuprofeno
Hidroclorotiazida Aumenta o risco de
nefropatia aguda.
Monitorização sérica de eletrólitos quando o uso
concomitante não puder ser evitado.
* Os pacientes que utilizam antagonistas do receptor da angiotensina II ou beta-bloqueador ou IECA, e que
exigem uso prolongado (superior a 1 semana) de ibuprofeno devem ter a pressão arterial monitorada mais de
perto após o início, a interrupção ou mudança de dosagem do ibuprofeno.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Hipotensão (10%), Tontura (9%), Cefaléia (3%) • Dor epigástrica (9%), Náuseas e vômitos (3%) • Edema (3%), Prurido (3%), Exantema (9%)
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - MOTRIN® (Pfizer).
3. Drugs.com. Ibuprofen Drug Interactions - Drugs.com [Internet]. 2015 [cited 4 September 2015]. Available from: http://www.drugs.com/drug-interactions/ibuprofen.html
4. Kearney PM, Baigent C, Godwin J, Halls H, Emberson JR, Patrono C. Do selective cyclo-oxygenase-2 inhibitors and traditional non-steroidal anti-inflammatory drugs increase the risk of atherothrombosis? Meta-analysis of randomised trials. BMJ. 2006; 332(7553):1302–8.
5. McGettigan P, Henry D. Cardiovascular risk with non-steroidal anti-inflammatory drugs: Systematic review of population-based controlled observational studies. PLoS Med. 2011;8(9).
6. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 7. Risser A, Donovan D, Heintzman J, Page T. NSAID prescribing precautions. Am Fam Physician. 2009;
80(12):1371–8.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
56
Nome da Substancia
LEVODOPA+ BENSERAZIDA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
100 mg + 25mg Cápsula HBS/Comprimido 200 mg + 50mg Cápsula/Comprimido
ALERTA
Problemática 1. Os doentes não respondem a terapia de modo eficaz. 2. Prescrição ineficaz para parkinsonismo induzido por medicamento.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - O tratamento deve ser iniciado gradualmente; a dose deve ser estabelecida individualmente e aumentada gradativamente até a otimização do efeito. - Indução da dopa-descarboxilase ocorre gradualmente entre o 3º e 4º mês de tratamento com levodopa+benserazida, podendo ser necessária readequação de dose. - Pacientes com dificuldade na deglutição devem utilizar as formas dispersíveis.
- Aparecimento de flutuações motoras, movimentos involuntários (discinesia) e redução da mobilidade (acinesia). - Indivíduos com deficit renal podem ter desorientação, confusão mental, ilusão, discinesia e convulsões. - Pode ocorrer perda de resposta clínica após vários anos de tratamento, relacionada à progressão da doença.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS ACIMA DE 25 ANOS Doença de Parkinson De 100 a 200 mg de levodopa e 25 a 50 mg de benserazida (razão 4:1), por via oral, duas vezes ao dia. A dose diária pode ser aumentada gradualmente com 50 a 100 mg de levodopa e 12,5 a 25 mg de benserazida a cada 3 a 7 dias, em 3 a 4 doses divididas. Durante a progressão da doença há a necessidade de aumento de dose para manutenção da eficácia clínica; não exceder a dose diária de 800 mg de levodopa e 200 mg de benserazida.
IDOSO Doença de Parkinson Dose inicial de 50 mg de levodopa e 12,5 mg de benserazida, por via oral, uma ou duas vezes ao dia. Aumentar a dose diária em 50 mg de levodopa e 12,5 mg de benserazida a cada 3 a 4 dias, de acordo com a resposta clínica.
ORIENTAÇÕES
Os comprimidos convencionais devem ser engolidos sem mastigar. Podem ser partidos para facilitar a deglutição e o ajuste posológico.
19o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 52
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
LEVO
DO
PA
+ BEN
SERA
ZIDA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
57
Já o comprimido dispersível não deve ser administrado partido ou mastigado. Deve ser dissolvido em água (copo de aproximadamente 25 - 50 mL) até que se desintegre completamente e produza uma suspensão leitosa. Recomenda-se agitar a suspensão e tomá-la imediatamente.
A cápsula não deve ser administrada aberta, partida ou mastigada.
A substituição do comprimido convencional pelo comprimido dispersível deve preferencialmente ser feita de um dia para outro, iniciando-se com a dose matinal.
A presença do alimento reduz em 15% a velocidade e a extensão da absorção. Assim recomenda-se administrar 30 minutos antes ou 1 hora após as refeições.
Recomendar dieta rica em vitamina B6 (bananas, ovos galados, ervilha, carnes, amendoim e cereais integrais).
O pico de resposta clínica ocorre até o final do 1º mês de tratamento. Orientar para não interromper abruptamente o uso.
Orientar se houver esquecimento da dose: a mesma deverá ser desconsiderada se faltarem 2 horas ou menos até a próxima dose, nunca duplicar a dose.
Orientar que pode ocorrer alteração da cor da urina, passando, em geral, a avermelhada, e tornando-se mais escura, após um tempo em repouso. Outros fluidos ou tecidos corporais também podem se descolorir ou se pigmentar, incluindo a saliva, a língua, os dentes ou a mucosa oral.
Em pacientes com glaucoma de ângulo aberto, recomenda-se medir regularmente a pressão intraocular, pois a levodopa pode aumentá-la.
INTERAÇÕES COM LEVODOPA + BENSERAZIDA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA
Fenitoína Reduz a efetividade (diminui a concentração plasmática máxima
do antiparkinsoniano)
Monitorar o uso concomitante quanto à eficácia terapêutica
e ajustar a dose do antiparkinsoniano caso
necessário ou a modificação da terapia complementar.
Sulfato Ferroso
Haloperidol
Metoclopramida Aumenta a taxa de absorção da
levodopa (efeitos extrapiramidais)
Antiácidos Reduz a extensão de absorção de levodopa na forma HBS* em 32%.
*HBS - Hydrodynamically Balanced System (Sistema de liberação prolongada).
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Ansiedade, Depressão e Distúrbios do sono (particularmente em idosos).
Náuseas, Vômitos e Sedação excessiva (especialmente no início do tratamento).
Movimentos involuntários e episódios psicóticos.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - PROLOPA® - Roche.
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
58
Nome da Substancia
LEVODOPA + CARBIDOPA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
250 mg + 25mg Comprimido
ALERTA
Problemática 1. Os doentes não respondem a terapia de modo eficaz. 2. Dificuldade de adequação da forma farmacêutica as necessidades do paciente. 3. Prescrição ineficaz para parkinsonismo induzido por medicamento.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A dose deve ser estabelecida individualmente e aumentada gradativamente até otimização do efeito. - Estudos epidemiológicos demonstraram que pacientes com doença de Parkinson apresentam risco 2–6 vezes maior de desenvolver melanoma do que a população em geral.
- Pode haver flutuação dos sintomas da doença, desorientação, confusão mental e ilusão. - Pode ocorrer perda de resposta clínica apos vários anos de tratamento, relacionada à progressão da doença.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS MAIORES DE 25 ANOS Doença de Parkinson Iniciar com levodopa 125 mg + carbidopa 12,5 mg, uma a duas vezes ao dia, aumentando diariamente em 125 mg de levodopa + 12,5 mg de carbidopa, ou em dias alternados de acordo com a resposta clinica. ORIENTAÇÕES
Os comprimidos podem ser partidos para facilitar a deglutição e o ajuste posológico.
A presença do alimento reduz em 30% a velocidade e a extensão da absorção. Recomendar tomada do medicamento longe das refeições e, particularmente de alimentos ricos em proteínas.
O pico de resposta clínica ocorre até o final da 3ª semana de tratamento. Orientar para não interromper abruptamente o uso.
Orientar para o caso de esquecimento da dose: a mesma deverá ser desconsiderada se faltarem duas horas ou menos até a próxima dose, nunca duplicar a dose.
Orientar que o uso do medicamento poderá dar tonalidade escura a saliva, urina e suor; sabor amargo e sensação de queimação na língua poderão estar presentes.
Orientar que o uso do medicamento poderá dar tonalidade escura a saliva, urina e suor; sabor amargo e sensação de queimação na língua poderão estar presentes.
74o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 77
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
LEVO
DO
PA
+ CA
RB
IDO
PA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Solução extemporânea de levodopa+carbidopa pode ser preparada com 10 comprimidos (100/25 mg ou 100/10 mg) e 2 g de acido ascórbico em pó para 1 litro de água potável, agitar suavemente por 5 minutos e filtrar. A solução permanece estável por 24 horas a temperatura ambiente e por 7 dias sob refrigeração. Descartar a solução se houver descoloração ou escurecimento.
INTERAÇÕES COM LEVODOPA + CARBIDOPA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA
Fenitoína Reduz a efetividade (diminui a concentração plasmática máxima
do antiparkinsoniano)
Monitorar o uso concomitante quanto à eficácia terapêutica
e ajustar a dose do antiparkinsoniano caso
necessário ou a modificação da terapia complementar.
Sulfato Ferroso
Haloperidol
Metoclopramida Aumenta a taxa de absorção da
levodopa (efeitos extrapiramidais)
Antiácidos Reduz a extensão de absorção de levodopa na forma HBS* em 32%.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Ansiedade, Depressão e Distúrbios do sono (10%).
Discinesia, incluindo movimentos coreiformes e distonia (30% a 80%, graves e dependentes da dose).
Hiperprolactinemia e aumento de TSH
Hiperuricemia
Síndrome neuroléptica maligna tem sido reportada durante a retirada abrupta da levodopa+carbidopa.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - SINEMET® - Merck Sharpe & Dohme. 3. Micromedex
® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
60
Nome da Substancia
LOSARTANA POTÁSSICA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
50 mg Comprimido
ALERTA
Problemática
1. Primeira opção de escolha para tratamento de hipertensão arterial e insuficiência cardíaca congestiva.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A utilização de losartana no período gestacional pode ocasionar graves defeitos ou a morte do feto em desenvolvimento.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: Crianças (> 6 anos) Hipertensão arterial sistêmica 0,7 mg/kg, por via oral, a cada 24 horas. Adultos Insuficiência cardíaca congestiva • Dose inicial: 12,5 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dobrar a dose a cada 7 dias, se necessário, até 50 mg/dia. Hipertensão arterial sistêmica • Dose inicial 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 25 a 100 mg, por via oral, uma vez ao dia ou dividido a cada 12 horas. Profilaxia de acidente cerebrovascular em paciente com hipertrofia ventricular esquerda • Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100mg, por via oral, uma vez ao dia. Associado a hidroclorotiazida 12,5 a 25 mg, por via oral, uma vez ao dia. Nefropatia diabética em pacientes com diabetes tipo 2 e história de hipertensão • Dose inicial: 50 mg, por via oral, uma vez ao dia. Dose de manutenção: 100mg, por via oral, uma vez ao dia de acordo com controle da pressão arterial. ORIENTAÇÕES
Os comprimidos podem ser tomados com ou sem alimentos.
O máximo efeito hipotensor é alcançado após 3 a 6 semanas de tratamento.
Existe descrita formulação extemporânea (pronto uso) para uso pediátrico.*
12o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 4
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
LOSA
RTA
NA
PO
TÁSSIC
A
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
61
* Preparação da Formulação Extemporânea para crianças – suspensão oral 2,5 mg/mL: colocar 10 comprimidos de losartana potássica 50mg num recipiente com 10 mL de água purificada, agitar por 2 minutos, deixar em repouso durante 1 hora e agitar por mais 1 minuto; adicionar esta mistura a 190 mL de Ora-plus e Ora-sweet 50/50 e agitar por mais 1 minuto. Armazenar sob refrigeração entre 2 e 8ºC. Estável por até 4 semanas. Agitar bem antes de usar.
INTERAÇÕES COM LOSARTANA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
AINES Reduz a eficácia da terapia anti-
hipertensiva
Monitorizar a pressão arterial quando uso
concomitante. Fluconazol
Rifampicina
Lítio Aumenta a toxicidade pela losartana (fraqueza, tremor,
sede, confusão)
Monitorizar sinais e sintomas específicos.
* AINES – Antiinflamatório Não Esteróide
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Diarréia (2%) • Infecção de vias aéreas superiores (8%) • Anemia (2%) • Dor nas pernas (2%) • Tosse (8%) • Hipotensão Ortostática dose dependente (0,5 - 2%) • Hipercalemia (7%)
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - COZAAR® (Merck Sharp & Dohme).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
62
Nome da Substancia
METFORMINA CLORIDRATO
Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
500mg Comprimido
ALERTA Problemática
1. Prescrições para paciente diabético sem sobrepeso onde a resistência insulínica não seja fator preponderante.
2. Prescrições onde a mudança no estilo de vida (dieta e exercícios) não estejam associadas ao uso da metformina.
3. Prescrições para pacientes obesos e não diabéticos.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Possui beneficio definido no tratamento de diabetes tipo 2 em pacientes obesos. - Durante períodos de infecções,
cirurgias ou traumas, substituir o uso
por insulina.
- Contraindicada na insuficiência renal.
- Pode haver redução na absorção de vitamina B12. - Não é contraindicada em idosos, mas, quando recomendada, deve-se dar maior atenção às funções renal, hepática, cardiopulmonar e a quaisquer situações que predisponham à acidose láctica.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: Adultos e maiores de 10 anos Tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 2.* (1ª Opção) 1 comprimido de 500mg, 2 vezes ao dia, ao desjejum e ao jantar, ou 850mg, 1 vez ao dia.** * Tratamento de diabete tipo 2, em paciente obeso (índice de massa corpórea acima de 30). ** A posologia da metformina deve ser individualizada, tomando como bases a eficácia e a tolerância ao produto. No início do tratamento devem-se medir os níveis plasmáticos de glicose, em jejum, para avaliar a resposta terapêutica à metformina e determinar a dose mínima eficaz para o paciente. Se necessário, elevar a dose semanalmente, com inclusão de 1 comprimido, até que se obtenha controle dos níveis de glicose sanguínea ou ate que se atinja a dose máxima recomendada de 2.550 mg/dia, fracionada em três administrações (desjejum, almoço e jantar). Posteriormente, deve-se medir a hemoglobina glicosilada a cada três meses.
Tratamento de Diabetes Mellitus Tipo 1(dependentes de insulina)* 1 comprimido de 500 mg ou 850 mg 2 a 3 vezes por dia. * A metformina e a insulina podem ser utilizadas em associação, no sentido de se obter um melhor
controle da glicemia. A dose de insulina deve ser ajustada com base nos valores da glicemia.
5o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
2o
item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza.
METFO
RM
INA
CLO
RID
RA
TO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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ORIENTAÇÕES:
Orientar para administrar com alimentos para reduzir os sintomas gastrintestinais.
A absorção é retardada pela presença de alimentos.
Reforçar a necessidade de aumentar a ingestão de água e evitar uso de bebidas alcoólicas.
Ensinar a reconhecer sintomas de acidose lática (diarréia, hiperventilação, dores ou cãibras musculares, sonolência e cansaço).
INTERAÇÕES COM METFORMINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Cefalexina Aumenta a
concentração sérica de metformina
Se a associação for necessária, monitorar glicose sanguínea
periodicamente. Avaliar reducao da dose de metformina. Ciprofloxacino
Altera o metabolismo da glicose, com hipoglicemia ou hiperglicemia.
Enalapril Pode causar acidose
láctica e hiperpotassemia
Evitar o uso simultâneo em pacientes com insuficiência renal.
Hidroclorotiazida Furosemida
Intolerância a glicose
O uso simultâneo requer monitorização da glicemia. Ajuste de dose pode ser
necessário na possível manifestação de acidose láctica*.
* Caracterizado por mal-estar, mialgias, dificuldade respiratória, hiperventilação, batimentos cardíacos
irregulares, sonolência, dor abdominal. REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
• Distúrbios do paladar (sabor metálico). • Diarréia, flatulência, dor abdominal, indigestão, náuseas, vômitos. • Anorexia, astenia, fotossensibilidade. • Acidose lática. • Eritema, prurido, urticária.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - GLIFAGE® (Merck S/A).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 4. P.R. Vade-Mécum
®. Substâncias de uso terapêutico. 12ª edição. 2007. Prol gráfica, São Paulo.368pg.
5. Sociedade Brasileira de Diabetes. Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes: 2014-2015 [organização Jose Egidio Paulo de Oliveira, Sergio Vencio]. – São Paulo: AC Farmacêutica, 2015. 390pg.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
64
Nome da Substancia
MICONAZOL NITRATO
Apresentações disponíveis no
elenco de medicamentos de Fortaleza:
2% Creme Vaginal
2% Creme Dermatológico
ALERTA Problemática
1. Tratamento sem evidências em mulheres assintomáticas. 2. Tratamento recorrente para vulvovaginite por candida.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado
- Medicamentos à base de óleo que pode enfraquecer os preservativos de látex e diafragmas, oferecer outras medidas de anticoncepção durante o tratamento. - Tratamento de rotina do parceiro sexual é desnecessário, a menos que o parceiro esteja com sintomas de prurido local ou irritação no órgão genital.
- As mulheres com mais de 4 episódios de tratamento por ano, devem ser investigadas para a ocorrência de diabetes uso recorrente de antibióticos, ou imunossupressão.
Indicações mais frequentes e posologias na APS
Adultos
Infecções Cutâneas
• Aplicar nas lesões, 2 vezes ao dia, continuando por pelo menos 10 dias após o local da infecção
estar livre de lesões. Tinha: aplicar, topicamente, nas áreas afetadas, uma vez ao dia.
Vulvovaginite por Candida
• Aplicar 5 g do creme, 1 vez ao dia, durante 10 a 14 dias; ou 2 vezes ao dia, durante 5 a 7 dias.
Crianças e adolescentes a partir de 12 anos
Vulvovaginite por Candida
• Aplicar 5 g do creme vaginal a 2% antes de dormir, durante 3 a 7 dias.
Crianças
Infecções cutâneas
• Aplicar nas lesões, 2 vezes ao dia, continuando por pelo menos 10 dias após o local da infecção
estar livre de lesões. Tinha: aplicar, topicamente, nas áreas afetadas, uma vez ao dia.
ORIENTAÇÕES
Orientar que a dose deve ser aplicada preferencialmente na hora de dormir e que pela manhã deve ser utilizado um protetor diário para proteger a roupa íntima (reter os resquícios de creme não absorvidos).
70o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza.
92o
item no ranking de
medicamentos dispensados em
Fortaleza.
MIC
ON
AZO
L NITR
ATO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
65
Enfatizar que o aplicador deverá ser reutilizado para aplicações posteriores, após lavá-lo com água morna e sabão.
Informar que todo o curso da terapia deverá ser seguido, mesmo que inicie o período menstrual ou as queixas melhorem após o início do tratamento.
Indicar a melhoria dos hábitos de higiene (asseio pessoal e uso de roupas íntimas adequadas) para auxiliar na curar da infecção e evitar a reinfecção.
Orientar para evitar o contato do creme com os olhos, nariz ou boca. Não utilizar em áreas da pele que tem cortes ou arranhões. Em caso de contato acidental, lavar abundantemente o local com água.
INTERAÇÕES COM MICONAZOL
MEDICAMENTO EFEITO CONDUTA
VARFARINA Aumenta o risco de
sangramento.
Quando uso concomitante for necessário, monitorar sinais clínicos de hemorragias
(tempo de protrombina). O ajuste de dose do anticoagulante pode ser necessário em
conformidade com a verificação do INR*.
DIAZEPAM CLONAZEPAM
Aumenta a toxicidade pelos benzodiazepínicos.
Quando uso concomitante for necessário, monitorar sinais clínicos de sedação excessiva
e efeitos hipnóticos. O ajuste de dose do benzodiazepínico pode ser necessário.
ANLODIPINA Aumenta a toxicidade
pelo anlodipino. Observar sinais de hipotensão e sobredose**.
SINVASTATINA Aumenta o risco de
rabdomiólise. Monitorar sinais e sintomas de rabdomiólise e níveis de Creatina-fosfoquinase sérica (CK).
* INR - Razão Normalizada Internacional; ** Caracterizado por fadiga, edema e alterações do ritmo cardíaco.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Irritação local • Prurido • Sensação de Ardência • Cólicas abdominais
BIBLIOGRAFIA
1. Bestpractice.bmj.com. BMJ Best Practice [Internet]. 2015 [cited 9 September 2015]. Available from: http://bestpractice.bmj.com/best-practice/monograph/75/treatment/details.html#expsec-5.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
3. Bula do medicamento de referência – NITRATO DE MICONAZOL® (Teuto). 4. Drugs.com. Jantoven and miconazole topical Drug Interactions - Drugs.com [Internet]. 2015 [cited 9
September 2015]. Available from: http://www.drugs.com/drug-interactions/jantoven-with-miconazole-topical-2311-2631-1626-0.html?professional=1.
5. Duncan B, Schmidt M, Giugliani E, Duncan M, Giugliani C. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4th ed. Porto Alegre: Artmed; 2013.
6. Feuerschuette OHM, Silveira SK, Feuerschuette I, Corrêa T, Grando L, Trepani A. Candidíase vaginal recorrente: manejo clínico. FEMINA, 2010, 38(2):31 – 36.
7. Gusso G, Lopes J. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed; 2012.
8. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
66
Nome da Substancia
OMEPRAZOL Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
20 mg Cápsula
ALERTA
Problemática 1. Prescrições desnecessárias para proteção gástrica. 2. Utilização por mais de 08 semanas.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Para pessoas em uso de > 1 medicamento, não prescrever omeprazol para proteção gástrica. - Para dispepsia não investigada, revisar as medicações em uso antes de iniciar omeprazol. - Quando a pessoa necessitar de uso continuado de AINE, o omeprazol deverá ser prescrito somente se houver antecedentes de úlcera péptica. - O uso de omeprazol reduz a eficácia dos anticoncepcionais hormonais orais.
- 44% no aumento da incidência de fratura de quadril em pacientes com mais um ano de uso. - Demência - Deficiência de cianocobalamina. - Hipomagnesemia tem sido relatada em tratamentos maiores do que 3 meses. - A gastrite atrófica tem sido bem relatada. - 16% no aumento de incidência infarto de agudo de miocárdio.
Indicações mais frequentes e posologias na APS ADULTOS Dispepsia Não Investigada 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 02 semanas de acordo com a avaliação clínica. Dispepsia Investigada Não Ulcerosa 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. Ulcera Gástrica ou Duodenal (10 opção) 01 cápsula de 20 mg em jejum por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 04 semanas de acordo com a avaliação clínica. Doença do Refluxo Gastroesofágico 01 cápsula de 20 mg de 12/12 horas (em jejum e antes do jantar) por 04 semanas. O uso poderá ser prolongado por mais 04 semanas de acordo com a avaliação clínica. ORIENTAÇÕES
A cápsula deve ser tomada antes das refeições. Maior eficácia quando administrado em jejum.
Quando estritamente necessário, as cápsulas podem ser administradas por via oral misturando os grânulos intactos a suco de frutas e ingeridas imediatamente.
10o item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza.
3o item no ranking de medicamentos
dispensados em Fortaleza.
OM
EPR
AZO
L
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
67
INTERAÇÕES COM OMEPRAZOL
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA
Clopidogrel Tem sua eficácia clínica
reduzida aumentando o risco de trombose.
Trocar por outro IBP* ou outra classe gastroprotetora.
Cetoconazol Absorção gastrintestinal do antimicrobiano é reduzida.
Não utilizar antiácidos na terapia com cetoconazol ou reduzir a dose do omeprazol (caso não seja possível a suspensão).
Digoxina Pode aumentar o risco de
toxicidade digitálica (náusea, vômito e arritmia).
Monitorização intensiva da terapia concomitante.
Anticoncepcionais Hormonais
Reduz a absorção de estrógenos comprometendo a
terapia contraceptiva. Espaçar os horários de
administração dos medicamentos.
Levotiroxina Reduz a absorção do
hormônio. *IBP – Inibidor de Bomba de Prótons
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Dor de cabeça (7%)
Dor abdominal (5,2%)
Diarréia (3,7%)
Náuseas e Vômitos (4% e 3,2% respectivamente) BIBLIOGRAFIA
1. Bula do medicamento de referência - LOSEC® - Astrazeneca.
2. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, Duncan MS, Giugliani C, organizadores. Medicina Ambulatorial: Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 4a edição. Porto Alegre: Artmed, 2013, páginas 811 a 820
3. Gusso GDF, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2012, página 1332
4. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 5. O'Donoghue ML, Braunwald E, Antman EM, Murphy SA, Bates ER, Rozenman Y, et al.
Pharmacodynamic effect and clinical efficacy of clopidogrel and prasugrel with or without a proton-pump inhibitor: an analysis of two randomised trials. Lancet. 2009 Sep 19; 374(9694): 989-97.
6. Shah NH, LePendu P, Bauer-Mehren A, Ghebremariam YT, Iyer SV, Marcus J, et al. (2015) Proton Pump Inhibitor Usage and the Risk of Myocardial Infarction in the General Population. PLoS ONE 10(6): e0124653. doi:10.1371/journal.pone.0124653
7. Yang YX, Lewis JD, Epstein S, Metz DC. Long-term proton pump inhibitor therapy and risk of hip fracture. JAMA 2006; 296:2947–2953’
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
68
Nome da Substancia
PERMETRINA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
1% Creme Dermatológico 5% Loção Cremosa
ALERTA
Problemática 1. Heterogeneidade de modos de prescrição. 2. Modo de aplicação não baseado na melhor evidência científica.
Cuidados no uso - A prevalência de pediculose em comunidades vulneráveis no Ceará pode variar de 43% a 28%. Além da falta de eficácia para o tratamento dos ovos dos parasitas, a resistência a permetrina para pediculose tem aumentado nos últimos anos. - Para escabiose, os fabricantes indicam que o creme de permetrina tópica não deve ser aplicado na cabeça. Entretanto uma pequena porcentagem de pacientes tem ácaros na cabeça, principalmente crianças, desse modo, resultando em tratamento incompleto. Assim, aconselha-se realizar a aplicação no couro cabeludo também. - Não deve ser utilizada em crianças menores de 2 meses. Para elas, pode ser prescrito para escabiose pasta d´agua com enxofre da seguinte forma: Enxofre precipitado 5% -10% (ideal 7%) + Pasta D'água q.s.p. 20g: Após o banho, aplicar no corpo todo, do pescoço para baixo. Dar banho após 24 horas e reaplicar o medicamento. Realizar um total de 3 aplicações (3 dias seguidos). Repetir em 7 dias. Tem odor desagradável, mancha a roupa e é pouco prático. - Não é indicado para o tratamento em massa de pediculose. Para tratamentos em massa usar ivermectina. - Casos graves de escabiose com uma grande quantidade de prurido ou crostas pode ser indicativo de outras doenças, tais como a AIDS.
Indicações mais frequentes e posologias na APS Adultos e Crianças acima de 2 anos Escabiose e pediculose corporal
A loção a 5% deve ser aplicada na pele limpa, da cabeça às solas dos pés, deixando em contato por 8 a 14 horas e enxaguar com água abundante, durante o banho.
Aplicar novamente nas mãos se as mesmas forem lavadas em menos de 8 horas
Uma única aplicação é normalmente suficiente para infecções leves.
Em casos moderados a graves deve-se repetir a aplicação após 7 dias (pediculose corporal) ou após 14 dias (escabiose). Duas aplicações de permetrina 5% com um intervalo de uma semana mostrou-se eficaz em 96,9% dos pacientes tratados.
Pediculose do couro cabeludo Aplicar loção a 1% nos cabelos, recém lavados com xampu e ainda úmidos. Saturar o couro
cabeludo e o cabelo e deixar agir por 10 minutos.
Passar a pente fino para remoção dos piolhos e lêndeas. Enxaguar com água abundante. Repetir o tratamento após 7 dias.
Para cabelos longos, utilizar mais de um frasco.
28o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 84
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
PER
METR
INA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
69
ORIENTAÇÕES É necessário investigar infestação em membros da família ou que tiveram contato prolongado
direto de pele-a-pele com a pessoa infestada.
A permetrina é o tratamento tópico mais eficaz para escabiose. Somente para uso externo em pele íntegra. E caso de contato com os olhos e mucosas lavar abundantemente com água corrente.
Orientar a utilização de sabonetes neutros; sabonetes escabicidas aumentam o risco de irritação.
A loção deve ser agitada antes do uso. Aplicar com cuidado nos espaços interdigitais e não lavar as mãos após a aplicação.
O tratamento de pediculose do couro cabeludo deve ser acompanhado de uso de pente fino e troca diária de vestuário e de roupas de cama. As roupas devem ser fervidas e passadas a ferro bem quente para não haver reinfestação.
Para a remoção de cascas de ovos vazias (lêndeas) e ovos mortos, pode-se aplicar solução aquosa de ácido acético (vinagre branco com água em diluição 1:1) no couro cabeludo. Deixar descansar por 20 minutos e utilizar pente fino para a remoção mecânica. As lêndeas podem permanecer nos cabelos por até seis meses e às vezes mais de um ano mesmo sem doença ativa
Após o tratamento da escabiose, a prurido pode permanecer por algumas semanas,aramente significa falha no tratamento (geralmente ocorre por absorção de proteínas do parasita morto) e não é indicativo para repetição do tratamento.
INTERAÇÕES COM PERMETRINA Não há informação de interações medicamentosas com a permetrina devido a administração ser realizada por via tópica.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Prurido, Eritema, Irritação
Erupção Cutânea
BIBLIOGRAFIA
1. Albakri L, Goldman RD. Child Health Update Permethrin for scabies in children. Can Fam Phsysician. 2010;56:1005–6.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
3. Bula do medicamento de referência - NEDAX® (Stiefel). 4. Clark JM. Permethrin Resistance Due to Knockdown Gene Mutations is Prevalent in Human Head
Louse Populations. Open Dermatol J. 2010;4(3):63–8. 5. Goldust M, Rezaee E, Raghifar R, Hemayat S. Treatment of scabies: the topical ivermectin vs.
permethrin 2.5% cream. Ann Parasitol [Internet]. 2013;59(2):79–84. 6. Heukelbach J, Sonnberg S, Becher H, Melo I, Speare R, Oliveira FA. Ovicidal efficacy of high
concentration dimeticone: A new era of head lice treatment. J Am Acad Dermatol.2011;64(4):2010–2. 7. Heukelbach J, Wilcke T, Winter B, Feldmeier H. Epidemiology and morbidity of scabies and pediculosis
capitis in resource-poor communities in Brazil. Br J Dermatol. 2005;153(1):150–6. 8. Pilger D, Heukelbach J, Khakban A, Oliveira FA, Fengler G, Feldmeier H. Household-wide ivermectin
treatment for head lice in an impoverished community: Randomized observer-blinded controlled trial. Bull World Health Organ. 2010;88(2):90–6.
9. Ranjkesh MR, Naghili B, Goldust M, Rezaee E. The efficacy of permethrin 5 % vs . oral ivermectin for the treatment of scabies 1. Ann Parasitol. 2013;59(4):189–94.
10. Speare R, Canyon D V, Heukelbalch J, Shaalan ES. Permethrin. In: Grayson M, editor. The Use of Antibiotics. 6th ed. 2010. p. 2299–305.
11. Speare R, Canyon D. Natural products and their application to the control of head lice: An evidence-based review. In: Brahmachari G, editor. Chemistry of Natural Products: Recent Trends & Developments. Kerala; 2006. p. 277–302.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Nome da Substancia
PREDNISOLONA FOSFATO SÓDICO PREDNISONA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
3 mg/ml Solução Oral 5mg e 20mg Comprimido
ALERTA
Problemática 1. Prescrições desnecessárias para gripe e outras afecções; 2. Prescrição de altas doses/uso prolongado, podendo gerar eventos adversos.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Não suspender abruptamente os tratamentos prolongados (>14 dias), pelo risco de insuficiência adrenal aguda. - Em doses únicas matinais ou em dias alternados propicia menor supressão do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal, com menor ocorrência de efeitos adversos.
- O risco de ulceração gastrintestinal ou hemorragia é aumentado quando o álcool é utilizado concomitantemente ao tratamento. - Considerar tratamentos profiláticos da estrongiloidíase e da osteoporose. - Não indicar vacinação contra vírus vivos se tratamento prolongado.
- Alteração no metabolismo da glicose, retenção de líquidos, osteoporose, ganho de peso, face arredondada. - As crianças que utilizem corticosteróides em longo prazo devem ser monitoradas para obesidade, retardo no crescimento, osteoporose e supressão adrenal. - Pode produzir catarata (cegueira) subcapsular posterior, glaucoma com risco de lesão do nervo ótico e aumento do risco de infecções oculares secundárias por fungos ou vírus.
Indicações mais frequentes e posologias na APS*: Asma (Exacerbação moderada a grave)**
Associar B2-agonista de curta duração se não apresentar melhora imediata ou se crise for grave. Crianças:1-2mg/kg/dia, por via oral, divididos em 2 doses; até no máximo 60mg/dia, durante 3 a 5 dias. Adultos: 40 a 60mg/dia, por via oral, divididos em 2 doses, durante 3 a 10 dias. DPOC
Exacerbação leve a moderada (associar a antibioticoterapia, broncodilatadores, B2-agonistas e anticolinérgicos): 40mg/dia, por via oral, durante10dias. Condições Alérgicas
Pode ser administrada em período curto, com o seguinte esquema: 30 mg no primeiro dia, 25 mg no segundo, 20 mg no terceiro, 15 mg no quarto, 10 mg no quinto e 5 mg no sexto dia.
36º e 52 º itens no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza, respectivamente. 93º e 36º itens no ranking de medicamentos dispensados em Fortaleza, respectivamente.
PR
EDN
ISOLO
NA
FOSFA
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DIC
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NISO
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2016
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Reações de Hanseníase Tipo 1 e Tipo 2
Prednisona na dose de 1 a 1,5 mg/kg/dia (excepcionalmente de 1,5 a 2 mg/kg/dia), conforme avaliação clínica (sendo na reação Tipo 2, a droga de segundo opção na ausência da Talidomida), devendo estes pacientes serem referenciados a unidades específicas para acompanhamento conjunto. Desordens Reumáticas e Doenças Inflamatórias***
Crianças: 0,14 a 2mg/kg (4 a 60 mg/m²/dia), por via oral, divididos em 3 ou 4 doses. Adultos: 5 a 60mg/dia, por via oral, divididos em 3 ou 4 doses. .* A prednisona e a prednisolona são utilizados em doses equivalentes miligrama por miligrama. Prednisona tem ação semelhante à prednisolona com duração de ação média e é preferentemente usada em tratamentos prolongados, pela menor potência de supressão do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal. ** Controle e manutenção – Paciente deve ser referenciado para o serviço especializado ***Doenças cujo uso de corticoides pode-se dar para efeito de controles de crises ou como doses de manutenção, sendo prudente a individualização do tratamento e avaliação do risco-benefício relacionado a cada patologia e a cada paciente.
ORIENTAÇÕES
Administrar com alimento para minimizar a irritação gástrica.
Recomendar um aumento na ingestão de proteínas durante o tratamento prolongado.
Não suspender abruptamente este medicamento após uso prolongado (acima de 14 dias) pelo risco de insuficiência adrenal aguda.
INTERAÇÕES COM PREDNISONA E PREDNISOLONA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
AAS* Aumenta o risco de ulceração
gástrica e sangramentos.
No uso concomitante, reduzir gradativamente a dose de uma das terapias.
Fenitoína Reduz a efetividade dos
corticóides. Ajuste da dose do corticóide pode ser necessária.
Fluconazol Aumenta a eficácia dos
corticóides. Observar a ocorrência de efeitos tóxicos*.
* retenção de líquidos, atrofia cutânea, cicatrização prejudicada de feridas, petéquias e equimoses.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
Aumento do apetite, Retenção de fluidos e sódio.
Infecções por bactérias, parasitas, vírus e fungos (dermatomicoses: entre 16% e 43%, aspergilose: 10% a 20% dos pacientes asmáticos).
Nervosismo, cansaço e insônia.
BIBLIOGRAFIA 1. Brasil. Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo Cruz. Memento terapêutico / Ministério da Saúde. Série
B. Textos Básicos de Saúde – Brasília, 2006. 302 pg. 2. Brasil. Ministério da Saúde. Portaria n. 3.125, de 7 de outubro de 2010. Aprova as diretrizes para
vigilância, atenção e controle da hanseníase. Diário Oficial da União. 2010; Seção: 39. 3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento
de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional/RENAME 2010. 2. edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2011.
4. Bula dos medicamentos de referência – METICORTEN® (Merck Sharp & Dohme) e PRELONE (Achê).
5. Cardozo Pereira AL, Bortolini Bolzani FC, Stefani M, Charlín R. Uso sistêmico de corticosteróides: revisão da literatura. Med Cutan Iber Lat Am 2007;35(1):35-50.
6. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Nome da Substancia
PROMETAZINA CLORIDRATO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
25 mg Comprimido 25 mg/mL Solução Injetável
ALERTA
Problemática 1. Embora seja de prática clínica comum, diretrizes internacionais para o manejo da
agitação psicomotora não inclui a prometazina como uma das opções farmacológicas. 2. Prescrições realizadas no intuito de obter sedação excessiva no manejo da
agressividade.
3. Preferência pela via intramuscular em detrimento da apresentação oral.
Cuidados no uso Perigos do uso
prolongado - Observar a possibilidade de intoxicação (maior sintoma é delírio) no uso da solução injetável, como hipnossedativa em pacientes propensos a dependência física com benzodiazepínicos e no controle da agitação psicomotora de quadros psicóticos. - Crianças com idade menor do que 2 anos apresentam maior risco potencial de depressão respiratória fatal. - Pode mascara os efeitos ototóxicos de grandes doses de salicilatos.
- Pode levar à hiperpigmentação da pele ou escurecimento que está restrito às áreas do corpo expostas à luz solar. - Pode retardar ou impedir o processo fisiológico de compensação vestibular.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: ADULTOS Anafilaxia 25mg por via oral, intramuscular (profunda) ou intravenosa, a intervalos de 2 horas. Terapia Antineoplásica Antiemética 12,5mg à 25mg por via oral, intramuscular ou intravenosa, a intervalos de 4 a 6 horas. Hiperemese Gravídica 12,5mg à 25mg por via oral, 1 vez ao dia. CRIANÇAS E IDOSOS Anafilaxia e Anti-Êmese 6,25mg à 12,5mg por via oral, intramuscular (profunda) ou intravenosa. Emergência Psiquiátrica Associado aos neurolépticos antipsicótico para auxiliar no controle da agressividade e na redução dos efeitos anticolinérgicos, tais como a distonia aguda.
24o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 33
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
PR
OM
ETAZIN
A C
LOR
IDR
ATO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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ORIENTAÇÕES
A administração da solução injetável não deve ser realizada em concentrações acima de 25 mg/mL e em velocidade superior a 25 mg/minuto. Deve ser feita em veia calibrosa, nunca em região da mão ou pulso.
Orientar que a tomada do comprimido deve ser realizada com alimentos para minimizar os incômodos gástricos.
Alertar para notificar imediatamente caso haja sintomas: batimento cardíaco irregular, respiração lenta, incomodo ao respirar, erupção cutânea, prurido, urticária, pele ou olhos amarelados, dor, ardor ou inchaço no lugar da injeção, visão turva, zumbido nos ouvidos, sonolência ou tontura, dificuldade para dormir, nervosismo e depressão.
Orientar para a interrupção do uso 2 dias antes de realizar testes cutâneos de alergia, devido a possibilidade de obtenção de resultados falso-negativos.
Pode afetar a capacidade de realizar atividades que exigem atenção e coordenação motora, como operar máquinas e dirigir.
Recomendar o uso de protetor solar em tratamentos prolongados, devido ao risco de fotossensibilização.
Reforçar a importância de evitar bebidas alcoólicas e outros depressores do sistema nervoso central durante o uso do medicamento.
INTERAÇÕES COM PROMETAZINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA Propranolol Eleva o risco de aumento da pressão arterial
Avaliar a possibilidade de troca de uma das
terapias por outra classe medicamentosa ou realizar o ajuste de
dose.
Fluoxetina Aumenta a concentração da prometazina
Haloperidol
Fenitoína Reduz a concentração da prometazina
Carbamazepina
Levodopa Reduz a concentração da levodopa
Metoclopramida Aumenta o risco de efeitos extrapiramidais.
Amitriptilina Aumenta o risco de prolongamento do
intervalo QT* Monitorizar a função
cardíaca.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS*
Tontura.
Sedação e Sonolência.
Tremores
Queda da pressão arterial** * Mais comum em idosos.** Mais comum quando utilizada a forma injetável.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de atenção básica. Cadernos de Atenção Básica - Saúde mental. Nº34. Brasília: Ministério da Saúde, 2013.176pg.
3. Bula do medicamento de referência - FENERGAN® (Sanofi Aventis).
4. Carvalho C.M., Maia Marcia. Tontura e Vertigem. In: Gusso G., Lopes J.M.C. Tratado de Medicina de Família e Comunidade. Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: Artmed, 2012. P 1787-1798.
5. Huf G, Coutinho ESF, Adams CE. Haloperidol mais prometazina para pacientes agitados – uma revisão sistemática. Rev. Bras. Psiquiatr. 2009, 31(3):265-70.
6. Mantovani C, Migon MN, Alheira FV, Del-ben CM. Manejo de paciente agitado ou agressivo. Rev. Bras. Psiquiatr. 2010, 32, suppl 2:S96-103.
7. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Nome da Substancia
RANITIDINA CLORIDRATO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
150 mg Comprimido 15 mg/mL Solução Oral
ALERTA
Problemática Prescrições para prevenção de eventos gástricos sem indicação.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Em pacientes idosos, com doença pulmonar crônica, diabetes ou imunocomprometidos, há maior risco de desenvolver pneumonia da comunidade. - Recém-nascidos em uso de ranitidina possuem risco de infecção e morte, pois favorece a proliferação de patógenos e suprime as defesas imunológicas.
- Demência por deficiência de absorção de cianocobalamina (B12). - Pode produzir hipergastrinemia aguda e mascarar sintomas de câncer gástrico.
- Pode aumentar os níveis de transaminases hepáticas.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: CRIANÇAS (1 mês) E ADOLESCENTES Úlcera Gástrica e Duodenal Ativa 2 a 4 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas, durante 4 a 8 semanas. Dose máxima: 300 mg. Doença do Refluxo Gastresofágico 2,5 a 5 mg/kg, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima: 300 mg/dia. Esofagite Erosiva 2,5 a 5 mg/kg/dia, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima: 600 mg/dia. ADULTOS Úlcera Gástrica e Duodenal Ativa 300 mg, por via oral, antes de dormir, durante 4 a 8 semanas. Condições Hipersecretórias Gastrintestinais 150 mg, por via oral, a cada 12 horas. Dose máxima diária: 6 g. Doença do Refluxo Gastresofágico 150 mg, por via oral, a cada 12 horas, ou 300 mg antes de dormir, por 6 semanas. Dose de manutenção: 150 mg, por via oral, a cada 12 horas. Esofagite Erosiva 150 mg, por via oral, 4 vezes ao dia, durante até 12 semanas. Dose de manutenção: 150 mg, 2 vezes ao dia, por via oral.
29o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 23
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
RA
NITID
INA
CLO
RID
RA
TO
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Dispepsia Funcional 150 mg, por via oral, a cada 12 ou 24 horas. Dose máxima diária: 300 mg. ORIENTAÇÕES:
Alertar para a possibilidade de demora de alguns dias para o alívio da dor ulcerosa.
Embora os alimentos não interfiram na absorção do fármaco, o comprimido ou solução demonstraram ser mais eficazes quando administrados antes das refeições.
A solução oral não deve ser diluída e nem misturada à outra preparação líquida.
Observar na embalagem se a solução utilizada é preparada com álcool. A preparação de referência contém aproximadamente 7,5% de etanol (álcool) p/p, ou seja, até 405 mg por colher de 5ml (aproximadamente uma colher de chá) o que equivale a cerca de 11 ml de cerveja ou 5 ml de vinho.
Informar aos usuários tabagistas para suspender o uso do cigarro ou, pelo menos, não fumar apos a última dose do dia.
INTERAÇÕES COM RANITIDINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA
Itraconazol Reduz a absorção gastrintestinal do
antifúngico.
Administrar o antifúngico com bebidas ácidas ou considerar terapia
substitutiva.
Cetoconazol Absorção gastrintestinal
do antifúngico é reduzida.
Não utilizar antiácidos na terapia com cetoconazol ou administrar a ranitidina 2 horas após o antifúnfico (caso não
seja possível a suspensão).
Varfarina Aumenta o risco de
sangramento Monitorar o tempo de protrombina e
sinais de hemorragia.
AAS* Reduz o efeito antiplaquetário
Uso concomitante deve ser evitado. Caso seja necessário, orientar a
administração do AAS 30 minutos antes ou 8 horas após a ranitidina.
*AAS – Ácido Acetilsalicílico
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
Dor abdominal, Constipação/Diarréia
Mialgia, Cefaléia
Reações de hipersensibilidade BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Bula do medicamento de referência - ANTAK® (GlaxoSmithKline).
3. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 4. Terrin G, Passariello A, Curtis M, Manguso F, Salvia G, Lega L, Messina F, Paludetto R, Canani RB.
Ranitidine is Associated With Infections, Necrotizing Enterocolitis, and Fatal Outcome in Newborns. Pediatrics, Dez 2011, v.129, n.1, e40-e45;
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Nome da Substancia
SAIS PARA REIDRATAÇÃO Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
Pó para solução Oral (2,6g Cloreto de Sódio +13,5g Glicose Anidra + 1,5g Cloreto de Potássio + 2,9g Citrato de Sódio)
ALERTA
Problemática 1. Prescrição para pacientes com diarréia sem sinais de desidratação.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Cautela em pacientes com baixo débito urinário e hipernatremia. - Em caso de vômito, suspender a reidratação por 10 minutos, recomeçando em velocidade menor. - Uso em pacientes com má absorção de glicose poderá ocorrer agravamento do quadro diarréico. - Usar com cautela em diabéticos.
- A ingestão concomitante com alimentos contendo eletrólitos ou líquidos como sucos de fruta ou alimentos com sal deve ser evitada, para prevenir a ingestão excessiva de eletrólitos e a diarréia osmótica.
Indicações mais frequentes e posologias na APS:
Reposição Hidroeletrolítica na Doença Diarréica Aguda* Crianças
Dose de 75 mL/kg, por via oral, em pequenos volumes no período de 4 horas.
Pode-se aumentar a quantidade caso a criança continue com episódios frequentes de diarréia.
Dose de 200 mL, por via oral após cada episódio de diarréia.
Pode ser administrado na velocidade de 20 mL/kg/hora, por sonda nasogástrica, no período de 6 horas. Adultos
Dose de 200 a 400 mL (de acordo com a perda de fluido), por via oral após cada episódio de diarréia. *Notas: Define-se como diarréia aguda a diminuição de consistência das fezes (líquidas ou semi-líquidas) e/ou aumento na frequência das evacuações para mais de 3, nas próximas 24 horas, com ou sem febre ou vômitos. A diarréia habitualmente dura menos de 7 dias e se prolongar por mais de 14 dias designa-se por diarréia persistente.
30o
item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza. 51
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
SAIS P
AR
A R
EIDR
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ÇÃ
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Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
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A terapia de reidratação oral é prevista para fornecer 75 mL/kg em 4 horas, após o que deve ser avaliado o estado do paciente. A oferta da solução deve continuar até que cesse a diarréia. Maiores volumes são dados quando esta é muito frequente. Estes sais também se mostraram eficazes em pacientes de cólera.
ORIENTAÇÕES:
Orientar o doente para diluir o conteúdo da embalagem em 1 litro de água potável (filtrada ou fervida).
Composição por litro após preparo: cloreto de sódio 2,6 g (65 mmol), glicose anidra 13,5 g (75 mmol), cloreto de potássio 1,5 g (20 mmol), citrato de sódio diidratado 2,9 g (10 mmol).
Administrar para adultos 200 a 400 mL, por via oral, em pequenos volumes, no período de 4 horas, na medida da tolerabilidade do paciente, ou após cada evacuação líquida.
Administrar para crianças 75 mL/kg, por via oral, em pequenos volumes no período de 4 horas, ou 200 mL após cada evacuação líquida.
Guardar em geladeira por um período máximo de 24 horas após a preparação. Após este período, desprezar toda a solução ainda existente e preparar nova solução.
A alimentação usual deve ser mantida após 4 horas de reidratação. Aconselhar a ingestão de alimentos leves como cereais, banana, legumes cozidos, batata, ervilha, feijão e outros alimentos ricos em carboidratos e sem lactose.
INTERAÇÕES COM SAIS PARA REIDRATAÇÃO Não são conhecidas interações significantes. REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
Raramente foram observadas reações adversas com ingestão das doses recomendadas. A administração de soluções mais concentradas resulta em hipernatremia e hiperpotassemia.
Vômitos (após administração rápida)**.
**Em caso de vômito, suspender a reidratação por 10 minutos, recomeçando em velocidade e quantidade menores e com maior frequencia; suplementação de zinco deve ser feita apos 4 horas de reidratação, tão logo a criança volte a comer; em casos suspeitos de cólera deve-se aumentar a concentração de sódio.
BIBLIOGRAFIA
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Capacitação em monitorização das doenças diarréicas agudas – MDDA: manual do monitor. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2010. 94pg.
3. Bula do medicamento de referência – BABYDRAX (União Química). 4. Lima RM, Dias JA. Gastroenterite aguda. Revista Nascer e Crescer. Revista do hospital de crianças
Maria Pia. 2010, vol XIX, n.º 2.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
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Nome da Substancia
SINVASTATINA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
20 e 40 mg Comprimido
ALERTA
Problemática 1. Prescrições desnecessárias para prevenção primária de eventos
cardiovasculares em pacientes com risco cardiovascular baixo e intermediário.
2. Prescrições sem tentativa anterior de mudança alimentar no estilo de vida.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - A prescrição criteriosa de sinvastatina passa necessariamente pela estratificação do risco cardiovascular do paciente; - A hipertensão arterial como fator isolado não indica o uso da sinvastatina; - Na presença de mialgia investigar os níveis de creatinofosfoquinase e enzimas hepáticas e suspender o uso do medicamento, caso os valores excedam até 5 e 3 vezes os limites superior da normalidade, respectivamente.
- Aumento de enzimas hepáticas e miopatia, incluindo miosite clinicamente importante e rabdomiólise (risco de exacerbação por fatores clínicos ou de uso de interação medicamentosa com fibratos). - Pode provocar resistência a insulina.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: Adultos Pessoas com Risco Cardiovascular alto e muito alto*: Prevenção de cardiopatia isquêmica e dislipidemias Dose de 20 a 40 mg, por via oral, em dose única. Ajustar a dose com intervalo mínimo de 4 semanas. *Na insuficiência renal grave (DCE inferior a 10 mg/mL) ou uso concomitante de fibratos: dose inicial de 5 mg/dia, ate o máximo de 10 mg/dia.
Pessoas com Diabetes
Com níveis de LDL> 190mg/dL;
Com história pregressa de doença cardiovascular;
Sem doença cardiovascular, com 40 a 75 anos, e que possuam um ou mais fatores de risco para doença cardiovascular;
Com estratificação de risco alto ou muito alto. Hipercolesterolemia
22o
item no ranking de gasto com medicamentos em Fortaleza. 13
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
SINV
ASTA
TINA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
79
Dose usual: 10 a 80mg, VO, 1 vez ao dia. Crianças (< de 10 anos) Dose usual: 10mg, 1 vez ao dia, se tolerar 10mg após 4 semanas. Crianças (> de 10 anos) Dose usual: 10mg, 1 vez ao dia, se tolerar 20mg após 4 semanas. ORIENTAÇÕES:
Deve ser administrado preferencialmente à noite.
A administração em dias alternados pode melhorar a tolerabilidade das estatinas em doentes com mialgias.
INTERAÇÕES COM SINVASTATINA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA
Diclofenaco
Risco de miopatia e rabdomiólise.
Caso a associação seja inevitável acompanhar os sinais de alarme (dor muscular, sensibilidade e fraqueza).
Anlodipina
Ciprofloxacina
Cetoconazol
Varfarina Risco de hemorragia. Monitorizar evidências de
sangramento.
Fenitoína Reduz os efeitos
terapêuticos da sinvastatina. Espaçar os horários de administração dos medicamentos.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS:
Miopatia (15%)
Rabdomiólise (15%)
Hepatotoxicidade (7%)
Dor abdominal, náuseas e diarréia (20%)
Constipação (6,6%)
Infecção respiratória do trato superior (3%) BIBLIOGRAFIA
1. Agouridis AP, Kostapanos MS, Elisaf MS. Statins and their increased risk of inducing diabetes. Expert Opin Drug Saf. 2015 Dec;14(12):1835-44.Epub 2015 Oct 5.
2. Armitage, J. The safety of statins in clinical practice. The Lancet 2007 Nov; 370 (9601): 1781-1790. Healthcare, 2015.
3. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
4. Bula do medicamento de referência - ZOCOR® (Merck Sharp & Dohme). 5. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson.
6. Kain V, Kapadia B, Misra P, Saxena U. Simvastatin may induce insulin resistance through a novel fatty acid mediated cholesterol independent mechanism. Sci Rep. 2015 Sep 8;5:13823.
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
80
Nome da Substancia
SULFAMETOXAZOL+ TRIMETOPRIMA Apresentações disponíveis no elenco de medicamentos de Fortaleza:
400 mg + 80mg Comprimido 40mg + 8mg/ml Suspensão
ALERTA
Problemática 1. Prescrições por prazos além do mínimo eficaz. 2. Prescrições desnecessárias para tratamento de gastroenterites, tratamento de
infecção baixa e alta do trato urinário e infecções do trato respiratório. 3. Desabastecimento de medicamento para tratamento e profilaxia (primária e
secundária) da pneumonia por Pneumocystis jirovecii em adultos e crianças HIV positivo.
Cuidados no uso Perigos do uso prolongado - Não há indicação de uso em quadros
de sinusite e pneumonia aguda
comunitária.
- Tem um importante papel no
tratamento e na profilaxia de infecções
por Pneumocystis jirovecii e Toxoplasma
gondii em pacientes HIV positivos.
- Para diminuir o risco de reações
indesejáveis, a duração do tratamento
com este medicamento deve ser a menor
possível, especialmente em pacientes
idosos.
- Necessário ajuste renal em nefropatas.
- Risco de Hipoglicemia.
- Alterações hematológicas (leucopenia,
neutropenia e trombocitopenia), no uso for
concomitante com o Metrotrexato.
Recomenda-se tratar com ácido fólico.
- Foram observados casos onde houve
comprometimento da função renal, nefrite
intersticial, elevação de compostos
nitrogenados sanguíneos, elevação da
creatinina sérica e cristalúria.
- Desordens hepáticas, tais como necrose
hepática, raros casos de hepatites,
colestase, elevação de bilirrubinas e
transaminases.
Indicações mais frequentes e posologias na APS: Crianças maiores de 1 mês Infecções por Microrganismos Sensíveis*
30 a 50 mg/kg (sulfametoxazol) + 6 a 10 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 12 horas, por 5 a 14 dias.
40 a 50 mg/kg (sulfametoxazol) + 6 a 10 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 6 a 12 horas, por 5 a 14 dias.
8o item no ranking de gasto com
medicamentos em Fortaleza. 61
o item no ranking de
medicamentos dispensados em Fortaleza.
SULFA
METO
XA
ZOL+ TR
IMETO
PR
IMA
Manual de Uso Racional de Medicamentos na Atenção Primária de Fortaleza
2016
81
Em infecção do trato urinário inferior aguda não complicada o tratamento deve ser realizado por via oral durante 3 dias.
Tratamento de Pneumocistose
75 a 100 mg/kg (sulfametoxazol) + 15 a 20 mg/kg, por via oral ou intravenosa, dividido a cada 6 a 12 horas, durante 14 a 21 dias.
Profilaxia de Pneumocistose
25 mg/kg (sulfametoxazol) + 5 mg/kg (trimetoprima), por via oral, dividido a cada 12 horas, 3 vezes por semana em dias alternados ou consecutivos.
Adultos Tratamento de Infecções por Microrganismos Sensíveis* (Disenteria, Cistite Não Complicada) 800 a 1200 mg (sulfametoxazol) + 160 a 240 mg (trimetoprima), por via oral ou intravenosa, a cada 12 horas, durante 5 a 14 dias. Tratamento de Pneumocistose 75 a 100 mg/kg (sulfametoxazol) + 15 a 20 mg/kg, por via oral ou intravenosa, dividido a cada 6 a 12 horas, durante 14 a 21 dias. Profilaxia de Pneumocistose em Pessoas com Aids 800 mg (sulfametoxazol) + 160 mg (trimetoprima), por via oral, a cada 24 horas ou 3 vezes por semana. Cocos (Branhamella catarrhalis); Bacilos gram-negativos (Haemophilus influenzae (betalactamase positivo, betalactamase negativo), Haemophilus parainfluenzae, E. coli, Citrobacter freundii, Citrobacter spp., Klebsiella oxytoca, Klebsiella pneumoniae, outras Klebsiella spp., Enterobacter cloacae, Enterobacter aerogenes, Hafnia alvei, Serratia marcescens, Serratia liquefaciens, outras Serratia spp., Proteus mirabilis, Proteus vulgaris, Morganella morganii, Shigella spp., Yersinia enterocolitica, outras Yersinia spp., Vibrio cholerae; Outros (Edwardsiella tarda, Alcaligenes faecalis, Pseudomonas cepacia, Burkholderia (Pseudomonas) pseudomallei. Brucella, Listeria monocytogenes, Nocardia asteroides, Pneumocystis carinii, Cyclospora cayetanensis.Escherichia coli, enterotoxicogênica, algumas cepas de shiguella. ORIENTAÇÕES:
Orientar para que o tratamento prescrito seja realizado completamente, mesmo que haja melhora dos sintomas com as primeiras doses.
Reforçar a importância de padronizar os horários para tomada do medicamento até o fim do tratamento e caso esqueça, tomar a dose assim que lembrar, reaprazando os horários.
Orientar que a agitação do frasco deve ser realizada sempre antes de administrar a dose. Após aberto, conservar em temperatura ambiente (15º à 30º C).
Já os comprimidos devem ser administrados de preferência após uma refeição e com bastante líquido, para evitar cristalúria (fator predisponente para infecção urinária).
Orientar para não ingerir bebida alcoólica durante o tratamento, pelo risco de reação tipo “dissulfiram” (caracteriza-se por desconforto abdominal, rubor, vômitos e cefaléia).
Orientar sobre o risco de fotossensibilidade, evitando a exposição à luz solar direta, durante o tratamento medicamentoso.
Orientar a busca por assistência médica caso haja o aparecimento de reações adversas dermatológicas, nas primeiras semanas de tratamento.
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INTERAÇÕES COM SULFAMETOXAZOL+TRIMETOPRIMA
MEDICAMENTOS EFEITOS CONDUTA DISPONÍVEL
Amitriptilina Reduz a eficácia antidepressiva
Ajustar a dose dos antidepressivos na terapia concomitante.
Metformina Potencializa os efeitos
hipoglicemiantes Monitorização intensiva da terapia
conjunta (caso seja necessário realizar a troca de um dos medicamentos). Fenitoína
Aumenta o risco de toxicidade pela fenitoína*
Hidroclorotiazida Aumenta a incidência de
trombocitopenia Monitorização intensiva das plaquetas
durante terapia concomitante.
Varfarina Aumenta
consideravelmente o risco de sangramento
Monitorização intensiva do tempo de coagulação.
Enalapril Pode resultar em hiperpotassemia.
Monitorar potássio plasmático ou substituir o antihipertensivo.
* A toxicidade caracteriza-se pela presença de sonolência, ataxia, nistagmo, tremores.
REAÇÕES ADVERSAS MAIS COMUNS
• Fotossensibilidade. • Náuseas e vômito. • Dor abdominal (2%). • Rash cutâneo (2%). • Urticária (3%).
Portadores de HIV têm o espectro de possíveis eventos adversos com frequência maior e com quadros clínicos diferenciados. São comuns leucopenias, hipercalemia, diarréia, anorexia, aumento de transaminases, rash maculopapular, prurido e febre.
BIBLIOGRAFIA
1. American Academy of Pediatrics Subcomittee on Manegement of Acute Otitis Media. Diagnosis and management of acute otitis media. Pediatrics. 2004;113 (5):1451-65.
2. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica e Insumos Estratégicos. Formulário Terapêutico Nacional 2010/Rename 2010. 2ª edição, Brasília, 2010, 1135pg.
3. Bula do medicamento de referência - BACTRIM® (Roche).
4. Diretrizes Brasileiras de Rinossinusites. Rev Bras Otorrinolaringol. 2008;74(2):6-59. 5. Diretrizes para pneumonia adquirida na comunidade (PAC) em adultos imunocompetentes. J Br
Pneumol. 2004; 30 supl 4:S1-S24. 6. Duncan BB, Schmidt MI, Giugliani ERJ, Duncan MS, Giugliani C, organizadores. Medicina Ambulatorial:
Condutas de Atenção Primária Baseadas em Evidências. 3a edição. Porto Alegre: Artmed, 2004, páginas 1380, 1399.
7. Fauci AS. Manual de medicina de Harrison. 17ª edição. Porto Alegre: AMGH, 2011, páginas 763,764, 634, 635, 647.
8. Gusso GDF, Lopes JMC. Tratado de Medicina de Família e Comunidade – Princípios, Formação e Prática. Porto Alegre: ARTMED, 2012, páginas 1369, 1114, 1121, 1493.
9. Micromedex® Healthcare Series [Internet database]. Greenwood Village, Colorado: Thomson
Healthcare, 2015. 10. Pedroso EPR, Oliveira RG. Blackbook Clínica Médica. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2007, página
239. 11. Pedroso EPR, Oliveira RG. Blackbook Pediatria. Belo Horizonte: Blackbook Editora, 2005, página 269. 12. World Health Organization. The treatment of diarrhea: a manual for physicians and other senior health
workers. 4th ed. Geneva; 2005.
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COMPONENTE
ESTRATÉGICO DE
ASSISTÊNCIA
FARMACÊUTICA
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COMPONENTE ESTRATÉGICO
Destina-se ao financiamento de ações de AF dos seguintes programas de saúde
estratégicos: Tuberculose, Hanseníase, Malária, Leishmaniose, Doença de Chagas, Doenças
Sexualmente Transmissíveis (DST)/Aids, Lúpus, Mieloma Múltiplo, Doença Enxerto X Hospedeiro,
Hemoderivados, Imunológicos, outras doenças endêmicas de abrangência nacional ou regional e,
ainda, Controle do Tabagismo, Alimentação e Nutrição.
Medicamentos Estratégicos são aqueles utilizados para o tratamento de agravos que
configuram problemas de saúde pública, que tenham impacto sócio-econômico, ponham em risco as
coletividades e cuja estratégia de controle concentra-se no tratamento de seus portadores.
Contemplados em programas do ministério da saúde, dispensados segundo protocolos e normas
estabelecidas, os medicamentos são repassados pelo Ministério aos Estados ou Municípios, de
acordo com previsão de consumo por demanda.
Na rede de atenção primária à saúde de Fortaleza são disponibilizados medicamentos
para o controle de doenças endêmicas transmissíveis, tais como as Doenças Sexualmente
Transmissíveis (incluindo a AIDS), Tuberculose e Hanseníase. Insumos para prevenção de agravos,
dentre os medicamentos e produtos dispensados para os programas de Alimentação, Nutrição e
Cuidado com a Mulher.
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1. PROGRAMA DE CONTROLE DO TABAGISMO
O tabagismo é reconhecidamente um problema de saúde pública, uma doença crônica,
resultante da dependência à droga nicotina, e um fator de risco para doenças cardiovasculares,
infecções respiratórias e neoplasias do pulmão.
O Programa Nacional de Controle do Tabagismo (PNCT) criado com o objetivo de reduzir
o consumo de produtos de tabaco e a prevalência de fumantes (além da morbimortalidade
relacionada) segue um modelo no qual as ações educativas, de comunicação, de atenção à saúde,
associadas às medidas legislativas e econômicas, se potencializam para prevenir a iniciação do
tabagismo, promover a cessação de fumar e proteger a população da exposição à fumaça ambiental
do tabaco.
O uso de medicamentos tem um papel bem definido no processo de cessação do
tabagismo, que é o de minimizar os sintomas da síndrome de abstinência à nicotina, facilitando a
abordagem intensiva do tabagista. Medicamentos não devem ser utilizados isoladamente, e sim em
associação com outros mecanismos reforçadores do abandono. Dessa forma, o tabagista sente
menos ânsia ao parar de fumar, e se sente mais confiante para por em prática as orientações
recebidas durante as sessões da abordagem intensiva.
Recomenda-se o tratamento farmacológico para todo fumante acima de 18 anos, que
consome mais de 10 cigarros/dia, interessado em parar de fumar. O uso de fármacos aumenta de 2 a
3 vezes a chance de sucesso de acordo com a medicação prescrita, e a escolha do medicamento
deve levar em consideração o grau de dependência à nicotina, experiências pregressas com
fármacos para tabagismo, e a presença de comorbidades.
Um adequado tratamento do tabagismo (abordagem + medicamentos) é mais custo-
efetivo do que o tratamento das doenças relacionadas ao tabaco. Existem atualmente diversas
classes terapêuticas para o tratamento do tabagismo. Na rede básica de saúde são disponibilizados
para tratamento do tabagismo, os seguintes medicamentos:
1. Nicotina
- Adesivo transdérmico de 7mg, 14mg, 21mg
- Goma de Mascar de 2mg
2. Bupropiona (Cloridrato)
- Comprimido de 150mg
2. PROGRAMA DE ATENÇÃO INTEGRAL A CRIANÇA E ADULTO COM ASMA
A asma é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores, que atinge pessoas
de ambos os sexos, e de todas as idades. Sua prevalência é elevada e ainda cresce em alguns
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países, girando em torno de 10% da população, sendo mais acentuada em crianças. Além do mais, a
doença representa uma limitação importante para o paciente, seus familiares, a sociedade, e o
serviço público de saúde. Entretanto é passível de controle.
Clinicamente, é caracterizada por aumento da responsividade brônquica a vários
estímulos, com consequente estreitamento dessas vias, dificultando o fluxo aéreo, de modo
recorrente e reversível com ou sem terapia medicamentosa.
Embora sua causa exata seja desconhecida (pode surgir em qualquer fase da vida), a
ocorrência de asma aumenta quando há exposição frequente aos fatores de risco, tais como fatores
genéticos associado aos ambientais, locais com a presença de alérgenos, poeira domiciliar, fumaça
de cigarro, produtos químicos voláteis, animais, entre outros.
O tratamento é composto pelas atividades de: monitorização da função pulmonar,
controle dos alérgenos ambientais, terapia farmacológica com medicamentos para reversão da
inflamação, broncoconstrição e secreção de muco e educação em saúde para uso correto dos
medicamentos e dos dispositivos inalatórios.
Os medicamentos são fundamentais no controle da asma e devem ser iniciados tão logo
seja constatado o início da crise. A necessidade de instituir uma terapia diária, a fim de aliviar a crise
e manter-se sob controle, até tornar-se um paciente assintomático, leva em consideração a
classificação da gravidade da doença.
Pacientes que não conseguem o controle da asma com doses diárias altas de
medicamentos, mesmo utilizando-os corretamente devem ser referenciados para centros
especializados de atendimento.
São disponibilizados para tratamento da asma, os seguintes medicamentos:
1. Budesonida
- Aerossol Nasal de 50mcg
2. Beclometasona
- Aerossol Oral de 50mcg
- Aerossol Oral de 250mcg
3. Salbutamol (Cloridrato)
- Aerossol Oral de 100mcg
3. PROGRAMA DE INSULINAS E INSUMOS PARA DIABETES
O termo “diabetes mellitus” (DM) refere-se a um transtorno metabólico de etiologias
heterogêneas, caracterizado por hiperglicemia e distúrbios no metabolismo de carboidratos,
proteínas e gorduras, resultantes de defeitos da secreção e/ou da ação da insulina. O diabetes vem
aumentando sua importância pela sua crescente prevalência e habitualmente está associado à
dislipidemia, à hipertensão arterial e à disfunção endotelial. É um problema de saúde pública
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considerado condição sensível à Atenção Primária, ou seja, evidências demonstram que o bom
manejo deste problema ainda na Atenção Básica evita hospitalizações e mortes por complicações
cardiovasculares e cerebrovasculares.
O DM tipo 2 abrange cerca de 90% dos casos de diabetes na população, seguido em
frequência pelo DM tipo 1, que responde por aproximadamente 8%. Além desses tipos, o diabetes
gestacional também merece destaque, devido a seu impacto na saúde da gestante e do feto.
A programação do atendimento para tratamento e acompanhamento das pessoas com
DM na Atenção Básica deverá ser realizada de acordo com as necessidades gerais previstas no
cuidado integral e longitudinal do diabetes, incluindo o apoio para mudança de estilo de vida (MEV), o
controle metabólico e a prevenção das complicações crônicas.
O tratamento do diabetes mellitus (DM) tipo 2 consiste na adoção de hábitos de vida
saudáveis, como uma alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, moderação no uso
de álcool e abandono do tabagismo, acrescido ou não do tratamento farmacológico. Estes hábitos de
vida saudáveis são a base do tratamento do diabetes, e possuem uma importância fundamental no
controle glicêmico, além de atuarem no controle de outros fatores de risco para doenças
cardiovasculares.
O manejo clínico da insulinização no DM tipo 2, com aporte de múltiplas doses diárias,
deve ser prioritariamente realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS), mas pode ser realizado em
um ambulatório de especialidade em casos específicos, ou com apoio matricial, se for necessário. Já
aqueles que são portadores de diabetes tipo 1, apesar de geralmente ser acompanhada pela
Atenção Especializada, também deve ter seu cuidado garantido na Atenção Básica. É essencial que
a equipe conheça essa população e mantenha a comunicação constante com os demais níveis de
atenção.
Considerado como tratamento farmacológico de terceira linha, as insulinas disponíveis no
SUS são as de ação rápida (regular) e ação intermediária (Neutral Protamine Hagedorn – NPH).
É recomendada a monitorização da glicemia capilar três ou 4 vezes ao dia a todas as
pessoas com DM tipo 1 ou tipo 2 em uso de insulina em doses múltiplas [Grau de Recomendação B].
Em pessoas com bom controle pré-prandial, porém com HbA1c elevada, a monitorização da glicemia
capilar 2 horas após as refeições pode ser útil. Em pessoas com DM tipo 2 em uso de antidiabéticos
orais a monitorização da glicemia capilar não é recomendada rotineiramente. Antes das principais
refeições e no horário de dormir.
A Portaria nº 1.555/2013, garante que sejam disponibilizados para distribuição pela
assistência farmacêutica municipal, os seguintes insumos para diabetes:
1. Insulina NPH
- Frasco ampola 100 UI/ml contendo 10 mL
2. Insulina Regular
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- Frasco ampola 100 UI/ml contendo 10mL
3. Lancetas para Punção Sanguínea Digital
4. Tiras Reagentes para Medida da Glicemia Capilar
4. PROGRAMA DE DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS/AIDS
O Programa Nacional de Combate às doenças transmitidas por via sexual, entre elas a
AIDS, formula políticas, diretrizes e estratégias que orientam ações de promoção da saúde e de
prevenção e assistência frente a esses agravos.
Entre as linhas de atuação do Programa estão:
• Prevenção: estratégias que incentivam o uso do preservativo e de seringas
descartáveis, além da difusão de informações para que o vírus HIV não seja transmitido de mãe para
filho durante a gravidez;
• Diagnóstico: ações que visam à detecção precoce e retardar a manifestação da Aids;
• Tratamento: estratégias que objetivam melhorar a qualidade de vida do paciente por
meio da utilização dos medicamentos antirretrovirais fornecidos gratuitamente pelo SUS.
O elenco de medicamentos para o Programa é definido pela Coordenação Nacional de
DST/Aids, conforme recomendações do Comitê de Assessoramento Técnico em Terapia
Antirretroviral. Após a aprovação (seguindo as normas do Consenso Nacional ou Guia de Tratamento
Clínico do Ministério da Saúde) e aquisição, o MS repassa os medicamentos antirretrovirais às
Secretarias Estaduais de Saúde, que os distribuem às Unidades Dispensadoras de Medicamentos
referenciadas.
Além dos antirretrovirais, o município fornece os medicamentos destinados ao tratamento
das infecções oportunistas, que são de responsabilidade do Distrito Federal, dos Estados e
municípios, conforme pactuação ocorrida nas CIB.
São padronizados para distribuição no nível de atenção básica, no município de
Fortaleza, os seguintes insumos:
1. Preservativo Feminino
- Tubo de poliuretano
2. Preservativo Masculino
- Envoltório de látex número 49 mm
- Envoltório de látex número 52 mm
3. Sulfadiazina de Prata
- Comprimido de 500mg
4. Fórmula Infantil com Ferro para Lactentes
- Lata contendo 400mg
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5. PROGRAMA DE TUBERCULOSE E HANSENÍASE
A tuberculose está definida como prioridade entre as Políticas Governamentais de Saúde,
estabelecendo diretrizes para as ações e fixando metas para o alcance de seus objetivos. As ações
para o controle da tuberculose no Brasil têm como meta diagnosticar, pelo menos, 90% dos casos
esperados e curar, no mínimo, 85% dos casos diagnosticados.
Para alcançar esta meta, o Plano Nacional de Controle da Tuberculose orienta as ações
de controle da doença, objetivando que os doentes sejam diagnosticados e tratados conforme os
protocolos terapêuticos preconizados pela Organização Mundial da Saúde.
O diagnóstico precoce associado ao tratamento eficaz constitui o principal aliado no
combate à doença. O tratamento da tuberculose tem a duração média de seis meses, é
autoadministrado e, em situações especiais, supervisionado pelos serviços de saúde.
O Programa Nacional de Eliminação da Hanseníase visa eliminar a doença como um
problema de saúde pública, atingindo a taxa de prevalência de menos 1 doente a cada 10.000
habitantes. Para tanto, o eixo principal do Programa é a descentralização das ações de controle da
doença, a fim de ampliar o acesso dos portadores ao diagnóstico precoce e ao tratamento.
Os medicamentos selecionados para o atendimento desse Programa, criado pelo MS,
seguem os protocolos da OMS e são distribuídos gratuitamente pelas equipes de saúde nas UBS. A
hanseníase é uma doença curável quando descoberta precocemente e, se tratada de maneira
adequada, não deixa sequelas.
O tratamento da hanseníase é feito utilizando-se poliquimioterapia, uma associação de
medicamentos para a forma contagiosa da doença (multibacilar) e outra para a sua forma não
contagiosa (paucibacilar). A duração do tratamento é de seis meses a dois anos e envolve, além do
uso correto dos medicamentos, a prevenção de sequelas ou a possibilidade do convívio com elas.
Nesse contexto, reitera-se que o sucesso do tratamento, da adesão do paciente ao
esquema proposto e o acompanhamento dos efeitos positivos e adversos, mais uma vez, está
vinculado ao trabalho e conhecimento integrado das equipes de saúde na produção do cuidado.
São disponibilizados para os programas de tratamento da tuberculose e hanseníase, os
seguintes medicamentos:
1. Etambutol
- Comprimido de 400 mg
2. Isoniazida
- Comprimido de 100 mg
3. Pirazinamida
- Suspensão a 3%
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- Comprimido de 500 mg
4. Rifampicina
- Suspensão a 2%
5. Rifampicina associada à Isoniazida
- Comprimido de 150 mg + 75 mg
6. Rifampicina associada à Isoniazida, Pirazinamida e Etambutol
- Comprimido de 150 mg + 75 mg + 400 mg +275 mg
7. Blister Multibacilar Adulto* (Rifampicina associada à Clofazimina e Dapsona)
- 2 cápsulas de Rifampicina de 300mg + 3 cápsulas de clofazimina de 100mg + 28 comprimidos
de Dapsona de 100mg.
8. Blister Multibacilar Infantil* (Rifampicina associada à Clofazimina e Dapsona)
- 2 cápsulas de Rifampicina (150mg + 300mg) + 28 comprimidos de Dapsona de 50mg + 16
cápsulas de Clofazimina de 50mg.
9. Blister Paucibacilar Adulto* (Rifampicina associada à Dapsona)
- 2 cápsulas de Rifampicina de 300mg + 28 comprimidos de Dapsona de 100mg
10. Blister Paucibacilar Infantil* (Rifampicina associada à Dapsona)
- 2 cápsula de Rifampicina (150mg + 300mg) + 28 comprimidos de Dapsona de 50mg
11. Talidomida
- Comprimido de 100 mg
* Cada blister contém tratamento para 4 semanas. Tratamento completo de 6 blisteres para a forma paucibacilar e 12 blísteres para a forma multibacilar.
6. PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO
A Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), integra os esforços do Estado
Brasileiro que, por meio de um conjunto de políticas públicas, propõe respeitar, proteger, promover e
prover os direitos humanos à saúde e à alimentação.
A população brasileira, nas últimas décadas, experimentou grandes transformações
sociais que acarretaram impacto na diminuição da pobreza e exclusão social e, consequentemente,
da fome e desnutrição. Por outro lado, observa-se aumento vertiginoso do excesso de peso em todas
as camadas da população, apontando para um novo cenário de problemas relacionados à
alimentação e nutrição.
O aleitamento materno, que deve ser a primeira prática alimentar dos indivíduos, é
recomendando que seja exclusivo até o sexto mês e continuado até o segundo ano de vida. A
introdução de alimentos deve ser feita em tempo oportuno, em quantidade e qualidade adequadas a
cada fase do desenvolvimento infantil. Esse é o momento em que os primeiros hábitos são
adquiridos e formados e a correta inserção dos alimentos tem o papel de promoção à saúde e
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hábitos saudáveis, além de proteger a criança de deficiências de micronutrientes e doenças crônicas
na idade adulta. Entretanto tem sido cada vez mais comum a inserção da alimentação complementar
(transição do aleitamento materno para os alimentos consumidos pela família) antes de concluído os
6 meses, o que prejudica o crescimento .
As deficiências de ferro e vitamina A ainda persistem como problemas de saúde pública
no Brasil: pesquisa nacional realizada em 2006 mostrou que 17,4% das crianças e 12,3% das
mulheres em idade fértil apresentaram hipovitaminose A, enquanto 20,9% e 29,4% desses grupos
populacionais, respectivamente, apresentaram anemia.
As ações de prevenção das carências nutricionais específicas, por meio da
suplementação de micronutrientes (ferro, vitamina A, dentre outros), são de responsabilidade dos
serviços de Atenção Básica, em acordo com o disposto nas normas técnicas dos programas de
suplementação. A reposição da vitamina A é parte integrante do calendário anual de vacinação da
rede básica de saúde.
São disponibilizados para atendimento ao programa de alimentação e nutrição, no
município de Fortaleza, os seguintes insumos:
1. Sulfato Ferroso
- Xarope com 12,5mg/mL
2. Vitamina A
- Cápsula oleosa contendo 100.000 UI
- Cápsula oleosa contendo 200.000 UI
7. PROGRAMA DE CUIDADO COM A MULHER
Atendendo às reivindicações de movimentos populares de mulheres, o MS elaborou o
Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher (PAISM), o qual incorporou como princípios e
diretrizes as propostas de descentralização, hierarquização e regionalização dos serviços, bem como
a integralidade e a equidade da atenção.
Incluem-se neste Programa ações educativas, preventivas, de diagnóstico, tratamento e
recuperação, englobando também a assistência à mulher na clínica ginecológica, no pré-natal, parto
e puerpério, no climatério, no planejamento familiar, na prevenção de DST, câncer de colo de útero e
de mama, além de outras necessidades identificadas a partir do perfil populacional das mulheres.
Entre as ações preventivas do Programa destaca-se a dispensação de contraceptivos
(orais, de emergência, injetáveis, dispositivos intrauterino e preservativos masculino e feminino),
buscando promover os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres e dos parceiros que as
acompanham.
São disponibilizados para o programa de atenção à mulher, os seguintes insumos
anticoncepção:
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1. Diafragma
- Anel flexível de látex nº 60
- Anel flexível de látex nº 65
- Anel flexível de látex nº 70
- Anel flexível de látex nº 75
- Anel flexível de látex nº 80
- Anel flexível de látex nº 85
2. Dispositivo Intra-uterino
- Dispositivo de cobre tamanho único
3. Enantato de Noretisterona + Valerato de Estradiol
- Solução injetável de (50 mg + 5 mg)/mL
4. Levonorgestrel
- Comprimido de 0,75 mg
5. Levonorgestrel associado à Etinilestradiol
- Comprimido de 0,75 mg
6. Medroxiprogesterona
- Solução injetável de 150 mg/mL
7. Noretisterona
- Comprimido de 0,35mg
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. INCA. Programa Nacional de Controle do Tabagismo. [on line] 2015. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/acoes_programas/site/home/nobrasil/programa-nacional-controle-tabagismo/programa-nacional. Acesso em: 05/01/2015.
2. SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT). Tabagismo. Diretrizes clínicas na saúde suplementar. Associação Médica Brasileira e Agência Nacional de Saúde Suplementar. 2011.
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4. BRASIL. Portaria nº 371, DE 04 de março de 2002. Instituir o Programa Nacional de Assistência Farmacêutica para Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus, parte integrante do Plano Nacional de Reorganização da Atenção a Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus.
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6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política Nacional de Alimentação e Nutrição. 1ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 84pg.
7. BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Área Técnica de Saúde da Mulher. Assistência em Planejamento Familiar: Manual Técnico. 4ª edição – Brasília: Ministério da Saúde, 2002.150pg.
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MEDICAMENTOS
FITOTERÁPICOS
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1. FITOTERÁPICOS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O uso de plantas medicinais é uma prática que atravessa milênios. Ao longo dos séculos,
produtos obtidos de origem vegetal constituíram as bases para o tratamento de diversas doenças,
devido ao conhecimento de suas propriedades terapêuticas (passadas de geração à geração), quer
de forma tradicional, em espécies vegetais ou mais elaboradas.
O Programa de fitoterápicos na rede SUS baseia-se na concepção metodológica do
Projeto “FARMÁCIAS VIVAS”, idealizado em 1983 pelo professor emérito da Universidade Federal
do Ceará, Francisco José de Abreu Matos, doutor em Farmacognosia, num trabalho que promove
desde então, a utilização correta, baseada em dados científicos, de plantas e seus extratos para o
alívio de diversas enfermidades.
O projeto serviu de modelo para a criação, pelo Ministério da Saúde, da Política Nacional
de Plantas Medicinais e Fitoterápicos, adotada pelo SUS (Sistema Único de Saúde). Antes, o Ceará,
pioneiro, regulamentou a utilização de plantas medicinais, fitoterápicos e serviços relacionados à
fitoterapia no SUS, a partir da idéia do “Farmácias Vivas”, abrindo espaço para o resgate das
tradições etnofarmacológicas da população nordestina. Assim, surgiram os programas municipais e
estaduais de fitoterapia, implantados junto às Secretarias de Saúde e às comunidades organizadas.
O decreto governamental regulamenta a Lei nº 12.951, de 7 de outubro de 1999, que
dispõe sobre a Política de Implantação da Fitoterapia em Saúde Pública no Estado do Ceará e é
anterior à Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (PNPMF), de 22 de junho de 2006.
A PNPMF no SUS, objetiva garantir à população brasileira o acesso seguro, eficaz e o uso racional
de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o
desenvolvimento de qualidade da cadeia produtiva e da indústria nacional, na perspectiva da
integralidade da atenção à saúde.
A participação do município envolve o desenvolvimento de ações no nível de atenção
primária em saúde, através de trabalhos de educação em saúde em escolas, postos de saúde e
centros comunitários, do incentivo ao cultivo das espécies medicinais, manipulação de fitoterápicos e
dispensação conforme prescrição médica das unidades de saúde, do Programa Saúde da Família,
além do cultivo de espécies vegetais em horto para distribuição e apoio logístico às unidades
hospitalares secundárias, que possuam demanda, estimulando a manutenção e reprodução do
programa, através de financiamento com recursos provenientes do tesouro próprio. Entretanto ainda
existem obstáculos para consolidação de ações dos programa de fitoterapia nos serviços de saúde,
tais como falta de registros de uso clínico e formação de recursos humanos.
As ações que visam à promoção do uso racional das plantas medicinais e dos
fitoterápicos na atenção básica da saúde se revestem de grande importância, porque a população
tradicionalmente as utiliza, com uma diversidade de saberes e práticas, ainda que, muitas vezes de
forma incorreta, e sem a observação de cuidados necessários à garantia da eficácia e segurança.
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2. FARMÁCIA VIVA LÚCIA GURGEL
Criada em homenagem à memória da pioneira na implantação do programa Farmácia
Viva de Fortaleza e mantida em uma parceria entre a Universidade de Fortaleza e a Prefeitura
Municipal, a Farmácia Viva Lúcia Gurgel é uma das principais produtoras de fitoterápicos do Estado.
A produção é disponibilizada para a população local.
Desde a sua implantação, a oficina farmacêutica conta com o Horto Municipal de
Fortaleza como fornecedor de matéria-prima vegetal indispensável à produção dos fitoterápicos, cuja
escolha do elenco de plantas é baseada na comprovação científica da sua atividade medicinal, fácil
plantio, de decorrência local ou regional e de impacto positivo na resolução do quadro epidemológico
das doenças mais prevalentes da região.
Atualmente, a Farmácia Viva Lúcia Gurgel, segue os padrões exigidos pelas boas
práticas de produção de medicamentos fitoterápicos e dá suporte às ações de saúde de treze (13)
postos das Secretarias Executivas Regionais de Fortaleza, CAPS geral da regional VI e Núcleo de
Atenção Médica Integrada. O objetivo é de ampliar o serviço para 93 postos de saúde da capital,
proporcionando assistência integral à saúde, às populações que necessitam de tratamentos eficazes
e pouco onerosos no município.
A oficina fitoterápica, que é a denominação do local onde são manipulados os
medicamentos à base de plantas medicinais, vem aperfeiçoando a produção, visando o aumento
desta e a manutenção da qualidade, eficácia e segurança terapêutica dos remédios. Assume grande
importância porque é nela onde são produzidos os fitoterápicos, prezando sempre pela qualidade
total do produto final.
Além disso, é importante campo de formação de recursos humanos, uma vez que o
estágio em indústria do curso de Farmácia da Universidade de Fortaleza ocorre na referida unidade
farmacêutica. Nesse ambiente, os alunos podem aplicar, na prática, os conhecimentos adquiridos no
que diz respeito à produção, controle e garantia da qualidade de matérias primas e de medicamentos
fitoterápicos, representando, dessa forma, um campo de prática, diretamente imerso na vivência
profissional da cadeia produtiva. Os estudantes e os professores supervisores têm a preocupação
em manter e aprimorar os já elevados padrões de qualidade em todas as operações farmacêuticas
desempenhadas. A comunidade acadêmica e a sociedade se beneficiam não só com um campo
amplo de atuação na área farmacêutica, mas também com o fornecimento de fitoterápicos de eficácia
e qualidade comprovadas, com a valorização de plantas com importante atividade farmacológica
pertencentes à flora regional, tornando possível o uso de recursos naturais na busca pela saúde.
Desde a implantação do programa Farmácia Viva, o Horto Municipal de Fortaleza possui
agrônomos e técnicos devidamente treinados que dão suporte ao fornecimento da matéria-prima
vegetal indispensável à produção dos medicamentos.
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3. MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS DISPONÍVEIS PARA PRESCRIÇÃO
São produzidos os seguintes fitoterápicos: Creme de Aroeira, Elixir de Aroeira, Elixir de
Erva Cidreira, Pomada de Confrei, Sabonete Líquido de Alecrim Pimenta, Tintura de Alecrim
Pimenta, Tintura de Malva Santa, Xarope de Chambá, e Xarope de Guaco. Todos têm eficácia
comprovada pela pesquisa, no tratamento das doenças e seus sintomas, tendo uma ótima aceitação
e credibilidade da população. Os fitoterápicos são dispensados aos usuários mediante prescrição
médica, proporcionando uma assistência integral à saúde.
Creme de Aroeira-do-Sertão a 15% (Myracrodruon urundeuva Allemão)
Uso: Tópico.
Parte Utilizada: Entrecasca.
Ativos: Taninos adstringentes e chalconas.
Apresentação: Bisnaga contendo 50 gramas, acompanhado de aplicador com capacidade de 5g.
Indicações: Antiinflamatório e cicatrizante sobre lesões vaginais e de colo do útero.
Modo de Usar: Aplicar 5 gramas (conteúdo de um aplicador cheio) profundamente, à noite, todos
os dias, durante 10 dias.
Informações ao Paciente: Após o uso, lavar bem o aplicador e depois de seco, conservar em
local fechado, limpo e seco, até o término do tratamento.
Contra-indicação: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).
Elixir de Aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão)
Uso: Oral
Parte Utilizada: Casca
Ativos: Taninos adstringentes e chalconas (urundeuvinas A e B).
Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 150 mL de solução.
Indicações: Antiinflamatório e Cicatrizante no tratamento de gastrite e úlcera.
Modo de Usar: 2 colheres de sopa (15mL) ao dia. Tomar antes das refeições.
Informações ao paciente:
- Orientar a conservação da solução em temperatura ambiente e ao abrigo da luz.
- Informar que o uso a longo prazo pode causar constipação que cessa com a interrupção do uso.
- Reduz a absorção de medicamentos que contenham alcalóide (atropina, hioscina, opiáceos).
Contra-indicações: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança),
pacientes diabéticos (contém sacarose), pacientes em uso de metronidazol (risco de reação tipo
dissulfiram).
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Elixir de Erva Cidreira (Lippia Alba Mill)
Uso: Oral
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Óleos essenciais, sesquiterpenos, monoterpenos.
Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 150 mL de solução.
Indicações:
- Ansiolítico
- Sedativo leve
- Carminativo (contra gases)
- Colerético (estimula a função da vesícula biliar)
- Antiespasmódico
- Antidispéptico
Modo de Usar: 2 colheres de sopa, 1 vez ao dia.
Informações ao Paciente:
- Conservar a solução em temperatura ambiente, ao abrigo do sol.
- Recomendar que a administração seja feita uma hora antes de dormir, pois o efeito sedativo
pode ser antecedido por um curto período de excitação.
Contra-indicação: Gestantes, Lactantes, Hipotensos, Portadores de Hipotireoidismo (indisponíveis
estudos científicos que estabeleçam segurança).
Pomada de Confrei a 5% (Symphytum officinale L.)
Uso: Tópico.
Parte Utilizada: Folhas.
Ativos: Alcalóides pirrolizidínicos e alantoína.
Apresentação: Pomada lipofílica em pote contendo 30 gramas.
Indicações: Cicatrizante de Ferimentos, Queimaduras, Úlceras de Decúbito,
Úlceras Varicosas.
Modo de Usar: Limpar a área afetada e aplicar a pomada em suaves
massagens, 3 vezes ao dia.
Informações ao paciente:
- Utilizar uma espátula limpa para retirar o produto do frasco.
- Este produto não deve ser aplicado em grandes áreas lesionadas, nem por períodos
prolongados, devido ao risco de produzir venoclusão hepática.
Contra-indicação: Gestantes (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).
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Sabonete Líquido de Alecrim-Pimenta (Lippia sidoides Cham)
Uso: Tópico
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides.
Apresentação: Frasco de vidro contendo 100 mL de solução.
Indicações: Dermatomicoses
- Antisséptico ativo contra fungos, bactérias (usado em escabiose infectada, micoses
tais como pé-de-atleta, pano branco e impigem) e larvas do mosquito da dengue
(Aedes aegypti);
- Combate a formação de mau odor nos pés e axilas;
- Desodorante íntimo para lavagens vaginais.
Modo de Usar: Lavar a área afetada com sabão, 3 vezes ao dia.
Informações ao paciente: Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.
Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam
segurança).
Tintura de Alecrim Pimenta a 20% (Lippia sidoides Cham)
Uso: Tópico
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides.
Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.
Indicações:
- Antisséptico ativo contra fungo e bactérias (usado em ferimentos e afecções da
pele e das mucosas);
- Micoses (pé-de-atleta, pano branco e impigem);
- Mau odor nos pés e axilas;
- Amigdalite.
Modo de Usar: Limpar a área afetada com água e sabão. Aplicar o produto com o auxílio de
chumaço de algodão, 3 vezes ao dia.
Informações ao paciente:
- Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.
- Produto manipulado com veículo alcoólico. Sua aplicação em áreas lesadas com pele não
íntegra causa bastante desconforto.
Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano e Gestantes (indisponíveis estudos científicos que
estabeleçam segurança).
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Tintura de Malva Santa a 20% (Plectrantus barbarus Benth)
Uso: Oral
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Timol, carvacrol, quinonas e flavonóides
Apresentação: Frasco de plástico leitoso contendo 30 mL de solução.
Indicações:
- Estimulante da digestão e do apetite (favorece a produção da bile).
- Hiposecretor gástrico (útil no controle da gastrite, dispepsia);
- Combate o mal-estar (ressaca pós-embriagez).
Modo de Usar: Crianças: 25 gotas, 3 vez ao dia.
Adultos: 50 gotas, 3 vez ao dia.
Informações ao paciente:
- Guardar o frasco em local protegido da luz e do calor.
- Produto manipulado com veículo alcoólico. Proibido para pacientes com restrição de uso.
Contra-indicações: Bebês menores de 1 ano e Gestantes (indisponíveis estudos científicos que
estabeleçam segurança).
Xarope de Chambá a 5% (Justicia pectoralis Jacq.)
Uso: Oral
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Cumarinas
Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.
Indicações:
- Broncodilatador útil na asma.
- Expectorante
- Coadjuvante no tratamento da Bronquite.
Modo de Usar: Crianças (0 a 3 anos): 1 colher de chá, 3 vez ao dia.
Crianças (4 a 12 anos): 1 colher de sobremesa, 3 vez ao dia.
Adultos: 1 colher de sopa, 3 vez ao dia.
Informações ao paciente:
- Recomendar a ingestão de bastante líquido e não inibir a tosse (quando é produtiva).
- Aconselhar as administrações junto às refeições, para evitar a irritação do estômago.
- O produto não necessita ser refrigerado.
- Após aberto usar por no máximo 10 dias.
Contra-indicações: Gestantes, Diabéticos e Portadores de distúrbios de coagulação
(indisponíveis estudos científicos que estabeleçam segurança).
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Xarope de Guaco a 10% (Mikania glomerata Sprengel)
Uso: Oral
Parte Utilizada: Folhas
Ativos: Cumarinas
Apresentação: Frasco de vidro âmbar contendo 100 mL de solução.
Indicações:
- Broncodilatador útil na asma.
- Expectorante
- Coadjuvante no tratamento da Bronquite.
Modo de Usar: Crianças (0 a 3 anos): 1 colher de chá, 3 vez ao dia.
Crianças (4 a 12 anos): 1 colher de sobremesa, 3 vez ao dia.
Adultos: 1 colher de sopa, 3 vez ao dia.
Informações ao paciente:
- Recomendar a ingestão de bastante líquido e não inibir o mecanismo da tosse, quando esta é
produtiva.
- Aconselhar as administrações junto às refeições, para evitar a irritação do estômago.
- O produto não necessita ser refrigerado.
- Após aberto usar por no máximo 10 dias.
Contra-indicações: Gestantes e Diabéticos (indisponíveis estudos científicos que estabeleçam
segurança).
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
1. ANTONIO GD, TESSER CD, MORETTI-PIRES RO. Phytotherapy in primary health care. Revista de Saúde Pública. 2014; 48(3): 541-553.
2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. Departamento de Assistência Farmacêutica. A fitoterapia no SUS e o Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos. Brasília: Ministério da Saúde, 2006. 148 p.
3. CEARÁ. Secretaria de Saúde. Ceará é o primeiro Estado a regulamentar uso da fitoterapia no SUS. [on line] disponível em: http://www.saude.ce.gov.br/index.php/noticias/43765-ceara-e-o-primeiro-estado-a-regulamentar-uso-da-fitoterapia-no-sus. Consulta em: 05/01/2016.
4. FORTALEZA. Secretaria Municipal de Saúde. Guia Fitoterápico. Programa Farmácia Viva. 2004.75pg. 5. PIRIZ MA, LIMA CAB, JARDIM VMR, MESQUITA MK, SOUZA ADZ, HECK RM. Plantas medicinais no
processo de cicatrização de feridas: uma revisão de literatura. Rev. Bras. Pl. Med., Campinas, v.16, n.3, p.628-636, 2014.
6. LIMA FA , BU EA, SOARES MP, ARAÚJO CRF. A fitoterapia e sua inserção no contexto da atenção básica a fitoterapia e sua inserção no contexto da atenção básica. Ver. Saud e Cienc (on line). 2015; 4(2); 120 – 128.
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INSUMOS PARA
TRATAMENTO DE
FERIDAS
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1. PRINCÍPIOS BÁSICOS NO TRATAMENTO DE FERIDAS
Ferida é qualquer lesão, resultante de um traumatismo, de origem extrínseca, violenta e
de natureza acidental ou intencional, que promove a ruptura da integridade da pele e tecidos
adjacentes e que pode apresentar diferentes profundidades, podendo atingir a epiderme, a derme ou
alcançar o tecido celular subcutâneo, a fascia e o tecido muscular.
O Tratamento de feridas se refere à proteção de lesões contra a ação de agentes
externos físicos, mecânicos ou biológicos, tendo com objetivo reduzir, prevenir e/ou minimizar os
riscos de complicações decorrentes, baseando-se no princípio do processo de cicatrização que
envolve um conjunto de processos celulares complexos, interdependentes e consecutivos, cuja
finalidade é restaurar os tecidos lesados, por meio da realização de um curativo.
Antes da seleção e aplicação de um curativo, é necessária uma avaliação completa da
ferida, do seu grau de contaminação, da maneira como esta ferida foi produzida, dos fatores locais e
sistêmicos e da presença de exsudato, como forma de agilizar o processo de cicatrização e assim,
proteger a ferida, reabilitando o tecido cutâneo envolvido. Essa avaliação deve contar com a
presença de uma equipe multiprofissional em saúde, onde se discuta a fisiopatologia da ferida e se
intervenha sobre os fatores causadores, pois via de regra são multifatoriais.
A cicatrização da ferida é otimizada em ambiente úmido, isto porque a síntese do
colágeno e a formação do tecido de granulação são melhoradas, ocorrendo com maior rapidez a
recomposição epitelial e, além disso, não há formação de crostas e escaras. A re-epitelização em
feridas expostas ocorre em 6 a 7 dias, enquanto em feridas úmidas ela é mais rápida, totalizando 04
dias. Uma vez que a migração celular acontece em meio úmido as células epidérmicas no primeiro
caso, necessitam tuneilizar a crosta formada, secretando colagenase, para atingir a umidade.
A finalidade do curativo é: promover a cicatrização da lesão, remover corpos estranhos,
reaproximar bordas separadas, proteger a ferida contra contaminação, promover hemostasia, fazer
desbridamento (remover o tecido desvitalizado) mecânico, químico ou autolítico removendo tecido
necrótico, reduzir o edema, absorver exsudato e edema, manter a umidade da superfície da lesão,
fornecer isolamento térmico, limitar a movimentação dos tecidos em torno da lesão, diminuir a
intensidade da dor e a presença dos fatores que podem retardar a cura da mesma, além do conforto
psicológico proporcionado, pois impede o paciente do contato visual com a lesão exposta.
Inicia-se com a limpeza, que deve ser feita da área menos contaminada para a área mais
contaminada. Nas feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é o tecido perilesional (ao redor da
ferida), enquanto que nas úlceras ou feridas infectadas a área mais contaminada é a do interior da
lesão. Assim, remove-se as crostas e os detritos com cuidado, lava-se a ferida com soro fisiológico e,
quando houver sujidade, somente no início do tratamento (aproximadamente os 3 primeiros
curativos) usa-se uma solução degermante, que deverá ser totalmente removida com SF 0,9% (Soro
fisiológico).
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Após total limpeza da lesão, que envolve a remoção do tecido necrótico, da matéria
estranha, do excesso de exsudato, dos resíduos de agentes tópicos e dos microrganismos existentes
nas feridas, deverá ser colocada a cobertura mais indicada em cada caso com a finalidade de
proteger contra agentes externos, proporcionando conforto e alivio ao paciente portador de ferida.
A técnica de limpeza ideal para a ferida é aquela que respeita o tecido de granulação,
preserva o potencial de recuperação, minimiza o risco de trauma e/ou infecção. O uso de antibióticos
de ação local pode apresentar interferência no processo cicatricial e risco de desenvolver resistência
bacteriana e hipersensibilidade. Por estes motivos as pomadas à base de antibiótico como:
neomicina e cloranfenicol, ou mesmo a aplicação de rifamicina, são contra-indicadas tanto em feridas
abertas, como na cicatrização de feridas cirúrgicas fechadas.
2. Tipos de Feridas mais Comuns na Atenção Primária de Saúde
A classificação das feridas pode ser feita de acordo com sua causa, cirúrgicas e não
cirúrgicas. Quanto à presença ou ausência de ruptura no tecido superficial em:
ABERTAS
- Escoriações: atritos com superfície áspera que atingem somente a epiderme.
- Incisas: são lineares, produzidas por instrumento afiado, resultando em um corte limpo.
- Contusas: bordas irregulares e sem perda de substância, produzidas por uma força
irregular que não rompe a pele, mas causa um dano considerável aos tecidos moles.
- Perfuradas: são profundas em extensão, com bordas que variam em forma e tamanho.
- Penetrantes: constituídas por um orifício de entrada e outro de saída.
FECHADAS
- Esquimoses: são pequenas coleções de sangue nos tecidos, observadas a olho nu.
- Hematomas: grandes coleções de sangue nos tecidos, provocadas por traumatismo.
- ESCORIAÇÕES E MORDIDAS DE ANIMAIS
As escoriações representam um tipo de ferida superficial que atinge somente a pele e são
produzidas pelo atrito de uma superfície áspera ou pontiaguda sobre ela. São pequenos ferimentos
nos quais não ocorre perda de tecidos nem contaminação grosseira. Aqui está incluída a maioria das
feridas produzidas por acidentes domésticos. As escoriações deverão ser tratadas no domicílio com
o auxílio da lavagem com água corrente e sabão, e se não for suficiente, o atendimento em serviços
médicos é indicado, para que os cuidados com a limpeza sejam mais eficientes.
As mordidas de animais são feridas cortocontusas que possuem características próprias
que as diferenciam das humanas: são mais alongadas, muitas vezes em forma de “V”, nunca
possuem vestígios de sucção, apresentam maior profundidade das lesões provocadas pelos dentes e
exibem marcas próprias e naturais de cada espécie animal. Essas feridas ainda podem ser
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contaminadas por uma grande variedade de bactérias e outros patógenos, como vírus, protozoários,
parasitas, entre outros.
Quando o trauma envolver a presença de um corpo estranho nos tecidos moles, deve ser
avaliado a necessidade de proteção contra o tétano. Já quando o trauma envolver mordedura de
animal, deve ser avaliado a necessidade de esquema vacinal para proteção contra a raiva humana.
- QUEIMADURAS
As queimaduras são feridas traumáticas causadas, na maioria das vezes, por agentes
térmicos, químicos, elétricos ou radioativos. Atuam nos tecidos de revestimento do corpo humano,
determinando destruição parcial ou total da pele e seus anexos, podendo atingir camadas mais
profundas como tecido celular subcutâneo, músculos, tendões e ossos.
As queimaduras causam danos extensos e são notoriamente complicadas pela perda de
fluidos e infecção da área queimada. Poderão ser tratados nas Unidades Básicas de Saúde apenas
pequenos queimados, em áreas não críticas e não complicados (queimaduras de 1º grau e 2º grau)
com superfície de acometimento menor do que 10%.
- ÚLCERA POR PRESSÃO
São feridas isquêmicas que ocorrem em tecidos moles, normalmente em áreas de
proeminências ósseas. Ocorrem quando uma pressão aplicada à pele excede a pressão capilar
normal, ocasionando diminuição da irrigação sanguínea e, consequentemente, falta de oxigênio e
nutrientes para os tecidos, o que leva à formação do processo inflamatório e morte celular. O termo
“escara” refere-se somente a um tipo de necrose.
CUIDADOS PREVENTIVOS
Limpeza frequente e sempre que necessária, porém sem força ou fricção. Não usar água
quente. Usar sabonete suave;
- Usar hidratantes na pele (óleo triglicerídeos são ideais);
- Não massagear as proeminências ósseas;
- Não deixar a pele em contato com umidade de urina, fezes ou secreções;
- Proteger áreas de fricção com coberturas protetoras;
- Providenciar equipamentos para auxiliar na manutenção da atividade;
- Manter boa hidratação oral e aumentar o consumo de proteínas, carboidratos e
vitaminas, principalmente A, C e E, conforme avaliação individual do paciente;
- Orientar o paciente e familiares sobre os riscos e cuidados;
- Reposicionar a cada 2 horas para pacientes acamados e a cada 1 hora quando
sentado. Descompressão isquiática nos paraplégicos a cada 15 minutos;
- Evitar posicionar sobre o trocânter do fêmur em ângulo de 90º;
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- Usar técnicas corretas para reposicionamento e mudanças de decúbito, estabelecendo
protocolos de horários por escrito para reposicionamentos e usando lençol móvel com duas pessoas
para movimentar o paciente (ao invés de puxar ou arrastar);
- Utilizar colchão especial (para aliviar a pressão) e almofadas (sem orifício no meio, pois
aumentam a pressão na região central), travesseiros ou coxins para reduzir a pressão nas
proeminências ósseas (calcâneos, joelhos);
- Limitar o tempo que a cabeceira da cama fica elevada a mais de 30º, se possível;
A limpeza é o primeiro e um passo importante na preparação do leito da ferida da úlcera
por pressão com vista à cicatrização, removendo resíduos na superfície bem como resíduos de
pensos e permitindo uma maior visualização da ferida para avaliação.
- ÚLCERAS DE MEMBROS INFERIORES
- VENOSAS
Síndrome extremamente frequente, com múltiplos aspectos e numerosas causas. Fatores
predisponentes importantes são ortostatismo, vulnerabilidade da perna a traumas e infeções e os
efeitos do aumento da pressão venosa e a diminuição do fluxo arterial.
O tratamento das feridas de etiologia venosa deve envolver medidas que auxiliem o
retorno venoso, uma vez que estas lesões cicatrizarão mais rapidamente se o edema for reduzido.
Para tal, utilizar-se-ão os seguintes métodos:
- Terapia compressiva: meias compressivas, atadura elástica ou bota de Unna. A escolha
dependerá da cobertura utilizada e do volume do exsudato.
- Repouso: deve ser diário, duas horas no período da manhã e da tarde, ou dez minutos a
cada hora, no mínimo. É imprescindível manter os membros inferiores elevados, acima do nível do
coração, sem fletir os joelhos.
- Exercícios: orientar a realização de 20 exercícios, três vezes ao dia, de elevação e
abaixamento do corpo, apoiando-se nas extremidades dos pés.
- Deambulação: é permitida a deambulação moderada se for seguida de repouso.
- PÉ DIABÉTICO
Denomina-se pé diabético um estado fisiopatológico multifacetado, caracterizado por
lesões que surgem nos pés da pessoa com diabetes e ocorrem como consequência de complicações
crônicas, neuropatia em 90% dos casos, de doença vascular periférica e de deformidades.
Após trauma, onde os dedos são os locais com maior risco de lesão, pode surgir uma
úlcera dolorosa essencialmente isquêmica ou neuroisquêmica, às vezes indolor, quando associada à
insensibilidade.
A técnica de limpeza da úlcera consiste em remover restos celulares, materiais estranhos,
tecido necrótico ou desvitalizado, resíduos de agentes tópicos presentes na superfície da úlcera,
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propiciando a promoção e a preservação do tecido de granulação. Deve ser sempre manuseada de
forma cuidadosa e criteriosa, em toda a extensão e profundidade, podendo ser realizada por irrigação
e limpeza mecânica.
Na prática da unidade de saúde, as úlceras com tecido de granulação podem ser
irrigadas com jato obtido por pressão manual do frasco de solução fisiológica (bolsa plástica)
perfurado com agulha de grosso calibre (40 x 1,2mm ou 25 x 0,8mm). Já para as úlceras com tecido
necrótico infectado a irrigação deverá ser feita com seringa com agulha para aumentar a efetividade
da remoção da população microbiana.
3. Tipos de Curativos Realizados na Atenção Primária
O tipo de curativo a ser realizado varia de acordo com a natureza, a localização e o
tamanho da ferida. Em alguns casos é necessária uma compressão, em outros, lavagem exaustiva
com solução fisiológica a 0,9% e outros exigem imobilização com ataduras ou uso de medicamentos.
Nos curativos com a presença de orifícios de drenagem a proteção da pele sadia em torno da lesão é
o objetivo principal.
1. Curativo Semi-oclusivo: É comumente utilizado em feridas cirúrgicas, drenos, feridas
exsudativas, absorvendo o exsudato e isolando-o da pele adjacente saudável.
2. Curativo Oclusivo: Não permite a entrada de ar ou fluídos, atua como barreira mecânica,
impede a perda de fluídos, promove isolamento térmico, veda a ferida, a fim de impedir
enfisema e a formação de crosta.
3. Curativo Compressivo: Utilizado para reduzir o fluxo sanguíneo, promover a estase e ajudar
na aproximação das extremidades da lesão.
4. Curativo Aberto: Realizado em ferimentos que não há necessidade de serem ocluídos. São
feridas cirúrgicas limpas após 24 horas, cortes pequenos, suturas e escoriações.
4. Insumos Padronizados para realização de curativos no Município
Para que as Unidades Básicas de Saúde possam realizar de forma adequada os
procedimentos descritos na realização dos curativos foram padronizados para atendimento das
demandas de saúde no município de Fortaleza, a seguinte relação de materiais complementares e
coberturas para curativos a serem utilizadas durante o atendimento na UBS ou no domicílio de
pacientes acamados.
MATERIAIS COMPLEMENTARES
Algodão Hidrófilo – pacote com 500g
Atadura de crepom 10 x 4,5cm – unidade
Atadura de crepom 15 x 4,5cm – unidade
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Atadura de crepom 10 x 4,5cm – unidade
Esparadrapo Comum – rolo
Esparadrapo Microporoso – rolo
Compressa de Gaze Estéril – pacote com 5 unidades
Compressa de Gaze Não-Estéril – pacote com 5 unidades
Luva Estéril Descartável n°7 – par
Luva Estéril Descartável n°7,5 – par
Luva para Procedimento P – par
Luva para Procedimento M – par
Máscara Cirúrgica Descartável – unidade
COBERTURAS PARA CURATIVOS E SOLUÇÕES AUXILIARES
As coberturas são todas as substâncias que são aplicadas como finalização do curativo,
formando uma barreira física, capaz de pelo menos cobrir e proteger o leito da ferida.
ÁCIDOS GRAXOS ESSENCIAIS (AGE)
Composição — óleos ácidos graxos vegetais poliinsaturados (ácido linoleico, ácido
caprílico e ácido cáprico), vitamina A, vitamina E, lecitina de soja e lanolina.
São componentes estruturais importantes de todas as membranas, seja revestindo uma
célula ou em seu interior.
Triglicerídeos de cadeia média capaz de alterar funções leucocitárias, modificando
reações inflamatórias e imunológicas, utilizado tanto no tratamento de lesões
abertas, como na profilaxia de úlceras de decúbito, formando uma película
protetora sobre a pele.
Ácido linoleico, ácido caprílico, vitamina A e lecitina de soja. Promovem
quimiotaxia dos leucócitos e neo-angiogênese, mantêm o meio úmido e aceleram
o processo de granulação.
Função — Prevenção de úlcera por pressão devido ao poder hidratante. Age no
tratamento de feridas abertas com ou sem infecção.
Indicação — proteção, hidratação, restauração da pele.
Contra-indicação — sensibilidade ao produto.
Técnica do Curativo:
Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com S.F. 0,9 % até se
soltar, realizando-o com cuidado para não promover trauma;
Remover os tecidos desvitalizados circundantes;
Realizar a limpeza com S.F. 0,9%;
Passar AGE sobre o tecido perilesional e sobre a lesão;
Colocar gaze embebida em AGE sobre a lesão;
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Realizar o enfaixamento do local com atadura de crepom.
Freqüência de Troca — cada 24 horas.
Trabalhos mostram que o uso de AGE em lesões de pele leva a uma resposta rápida e
eficiente da cicatrização dentro de poucos dias, com desenvolvimento de tecido de granulação e
intensa angiogênese (proliferação de vasos sangüíneos).
SULFADIAZINA DE PRATA 1%
Composição — sulfadiazina de prata micronizada 1% hidrofílico.
Função — Antimicrobiano tópico de quarta geração, a sulfadiazina de prata confere
características bactericidas imediata (o íon prata precipita proteínas e age diretamente na membrana
citoplasmática da célula bacteriana) e bacteriostáticas residual (libera pequenas quantidades de prata
iônica), agindo diretamente na membrana citoplasmática bacteriana, eficaz contra os germes gram
positivos e negativos, vírus, dermatófitos, fungos e/ou infecções mistas.
Indicação — queimadura, tecido desvitalizado com presença de fibrose e necrose.
Contra-indicação — sensibilidade ao produto, gestantes e crianças menores de 2 meses.
Técnica do Curativo:
Remover curativo anterior, umedecendo bem a cobertura com S.F. 0,9 % até se
soltar, realizando-o com cuidado para não promover trauma;
Realizar a limpeza com S.F. 0,9% ou água clorada morna (em jato de água
corrente);
Remover os tecidos desvitalizados circundantes e resíduos de pomada (o excesso
deve ser removido completamente);
Passar uma fina camada de pomada por toda a extensão da lesão (5mm de
espessura);
Finalizar a cobertura com a utilização de gaze embebida em óleo hidratante (AGE)
e enfaixar o local com atadura de crepom.
Frequência de Troca — diária a cada 12 horas, ou se saturada. Após este período, a
pomada sofre oxidação e perde seu efeito maior, apresentando aspecto viscoso e esverdeado,
semelhante à secreção purulenta, mesmo sem infecção existente.
CLORETO DE SÓDIO 0,9% (Solução Fisiológica)
- Composição: Cloreto de sódio a 0,9%.
- Ação: Solução isotônica que limpa o leito e mantém a umidade da ferida, favorece o
desbridamento autolítico e a formação de tecido de granulação. Amolece os tecidos desvitalizados.
- Indicação: manutenção da umidade de todos os tipos de feridas.
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- Contra-indicação: não há.
- Técnica do Curativo: irrigar a região com solução fisiológica com fluxo de jato contínuo.
Umedecer as gazes de contato o suficiente para manter o leito da ferida úmida até a próxima troca,
retirar e ocluir com gazes estéreis e secas.
- Frequência de Troca: As trocas deverão ser feitas conforme a saturação das gazes e a
umidade da ferida ou no máximo a cada 24 horas.
SOLUÇÃO ÁLCOÓLICA A 70% (Auxilia a limpeza de curativos)
- Composição: álcool etílico a 70%.
- Ação: Promover anti-sepsia de dispositivos presentes na ferida, remover a flora
bacteriana local, diminuindo assim a colonização por bactérias.
- Indicação: limpeza e desinfecção de dispositivos invasivos fechados (sistemas de
drenos, cateteres e sondas), curativos do coto umbilical.
- Contra-indicação: não usar diretamente sobre a pele.
- Técnica de curativo: iniciar a limpeza da região circunscrita à ferida (tecido perilesional),
com o auxílio de uma gaze estéril, no sentido do local mais limpo para o local mais contaminado, e
desprezando-a em seguida.
Frequência de Uso: Diariamente até a remoção completa do dispositivo.
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
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Adulto e do Idoso. Protocolo de Assistência aos Portadores de Feridas. 2006. 52pg.
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Procedimentos. Cadernos de Atenção Primária. Nº30 – Brasília: Ministério da Saúde, 2011. 64 pg.
3. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de condutas para tratamento de úlceras em hanseníase e diabetes.2ª edição–
Brasília: Ministério da Saúde, 2008. 92 pg.
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2008; 35(3); 203 – 206.
5. IURK LK, OLIVEIRA AF, GRAGNANI A, FERREIRA LM. Evidências no tratamento de queimaduras. Rev.
Bras. Queimaduras. 2010;9(3):95-99.
6. ODA RM, SALOTTI SRA, GUIMARÃES HCQCP. Manual de normas, rotinas e técnicas de curativos.
1ª.edição. Bauru: Centro de Estudos Dr. Reynaldo Quagliato, 2004. 36pg.