Manual de Gesto Financeira
Profa. Dra. Sirlei Pitteri
Doutora em Administrao (USCS). Graduada em Fsica (USP), Mestre em Administrao (USCS). Executiva do Citibank como
Gerente de Projetos de TI para Tesouraria, Mercado de Capitais, Negcios Internacionais. Diretora Administrativa e Financeira
em empresa de construo civil. Consultora em gesto organizacional, pesquisadora e professora em Administrao.
Currculo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3838103939911778
So Paulo - SP Fevereiro 2013
SUMRIO
1 SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO................................................... 3 1.1 Instituies Reguladoras do SFB........................................................................... 3 1.2 Instituies do SFB..................................................................................................... 5 1.3 Instituies Auxiliares do SFB................................................................................. 6 1.4 Tipos de Mercados Financeiros............................................................................. 8 1.5 Viso Macro do Sistema Financeiro Brasileiro................................................. 9 1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)........................................................... 10 2 FUNDAMENTOS DE MATEMTICA FINANCEIRA.............................. 12 2.1 Conceitos de inflao, juros, capital e montante........................................... 12 2.2 Regimes de Capitalizao, Juros Simples e Juros Compostos.................. 13 2.3 Valor Presente e Valor Futuro................................................................................ 15 2.4 Exerccios de Matemtica Financeira................................................................... 15 2.5 Noes de Calculadora Financeira HP12C........................................................ 17 2.6 Estudo de Caso............................................................................................................ 19 3 NOES DE CONTABILIDADE............................................................. 22 3.1 Balano Patrimonial................................................................................................... 22 3.2 Demonstrao de Resultados................................................................................ 24 3.3 Anlise de Balano e ndices Operacionais..................................................... 25 4 FUNDAMENTOS DE FINANAS CORPORATIVAS............................. 28 4.1 Valor e Objetivos de uma empresa...................................................................... 28 4.2 Sistemas de Tributao Brasileiros....................................................................... 28 4.3 Fontes de Obteno de Recursos......................................................................... 32 4.4 Relacionamentos entre os Stakeholders............................................................ 33 4.5 Viso Sistmica das Atividades Financeiras...................................................... 33 4.6 Organizao do Departamento Financeiro....................................................... 34 4.7 Ciclos Operacional, Econmico e Financeiro e Fluxo de Caixa................. 34 5 ESTRUTURA DE CUSTOS GERENCIAIS................................................ 36 5.1 Custos Envolvidos na Entrega de Valor.............................................................. 36 5.2 Custos Diretos e Custos Indiretos........................................................................ 36 5.3 Estrutura de Custos Gerenciais.............................................................................. 37 5.4 Sistemas de Informaes Estratgicas................................................................ 38 6 FUNDAMENTOS PARA COMPOSIO DE PREOS........................... 39 6.1 Formao de Preos de Produtos e Servios................................................... 40 6.2 Economia de Escala, Economia de Amplitude e Ponto de Equilbrio..... 42 6.3 Objetivos e Estratgias de Preos........................................................................ 45 6.4 Componentes Tangveis e Intangveis de Preos........................................... 46 6.5 Clculo da Demanda e do Potencial de Mercado.......................................... 46 7 EXERCCIOS RESOLVIDOS.................................................................... 48 7.1 Matemtica Financeira............................................................................................. 48 7.2 Estudo de Caso............................................................................................................ 52 REFERNCIAS.................................................................................................... 57
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1 SISTEMA FINANCEIRO BRASILEIRO O Sistema Financeiro Brasileiro um dos mais avanados do mundo e sua solidez
se deve a uma gesto macroeconmica comprometida com a estabilidade. A formao do sistema financeiro brasileiro comeou em 1808, atravs da fundao da primeira instituio financeira nacional, o Banco do Brasil na poca, uma das poucas instituies da espcie no mundo, ao lado do Ricks Banck, da Sucia (1694) e do Banco de Frana (1800). Nas dcadas de 1950, 1960 e 1970, novas instituies e estruturas de regulao foram criadas, como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), hoje entre as maiores agncias de fomento do mundo, e o Sistema Financeiro de Habitao (SFH), dedicado a financiamentos imobilirios. Tambm foram institudos o Conselho Monetrio Nacional (CMN), rgo federal superior responsvel pela fixao das diretrizes da poltica monetria brasileira, o Banco Central, encarregado de sua execuo, alm da regulao e superviso do sistema financeiro, e a Comisso de Valores Mobilirios (CVM), dedicada regulao e superviso do mercado de capitais (POR DENTRO, 2013). 1.1 INSTITUIES REGULADORAS DO SFB
O Ministrio da Fazenda o rgo que formula e executa a poltica econmica
brasileira. Sua rea de atuao abrange assuntos diversos, dentre os quais se destacam: moeda, crdito e instituies financeiras; poltica e administrao tributria; administrao financeira e contabilidade pblica; dvida pblica; negociaes econmicas internacionais; preos em geral; tarifas pblicas e administradas; fiscalizao e controle do comrcio exterior; e acompanhamento da conjuntura econmica. Alm dos rgos de assistncia direta e imediata, o Ministrio da Fazenda do Brasil composto por cinco secretarias: (1) Tesouro Nacional (STN); (2) Receita Federal do Brasil (SRFB); (3) Poltica Econmica (SPE); (4) Acompanhamento Econmico (SEAE) e (5) Assuntos Internacionais (SAIN) (POR DENTRO, 2013).
O Sistema Financeiro Nacional (SFN) formado por instituies que tm por finalidade intermediar o fluxo de recursos entre os poupadores e investidores e os tomadores de recursos, em condies satisfatrias para o mercado (SFN, 2013).
O Conselho Monetrio Nacional (CMN), presidido pelo Ministro da Fazenda, o rgo normativo, responsvel pelas polticas monetria, creditcia e cambial. o rgo deliberativo mximo do Sistema Financeiro Nacional. Ao CMN compete: estabelecer as diretrizes gerais das polticas monetria, cambial e creditcia; regular as condies de constituio, funcionamento e fiscalizao das instituies financeiras e disciplinar os instrumentos de poltica monetria e cambial (CMN, 2013).
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O Banco Central do Brasil (BCB ou BACEN) o rgo executor das polticas do
Sistema Financeiro Nacional. Foi criado pela Lei 4.595, de 31 de dezembro de 1964. o principal executor das orientaes do Conselho Monetrio Nacional e responsvel por garantir o poder de compra da moeda nacional, tendo por objetivos:
a) zelar pela adequada liquidez da economia; b) manter as reservas internacionais em nvel adequado; c) estimular a formao de poupana; d) zelar pela estabilidade e promover o permanente aperfeioamento do sistema financeiro.
Dentre suas atribuies esto:
a) emitir papel-moeda e moeda metlica; b) executar os servios do meio circulante; c) receber recolhimentos compulsrios e voluntrios das instituies financeiras e bancrias; d) realizar operaes de redesconto e emprstimo s instituies financeiras; e) regular a execuo dos servios de compensao de cheques e outros papis; f) efetuar operaes de compra e venda de ttulos pblicos federais; g) exercer o controle de crdito; h) exercer a fiscalizao das instituies financeiras; i) autorizar o funcionamento das instituies financeiras; j) estabelecer as condies para o exerccio de quaisquer cargos de direo nas instituies financeiras; k) vigiar a interferncia de outras empresas nos mercados financeiros e de capitais l) controlar o fluxo de capitais estrangeiros no pas.
Sua sede fica em Braslia, capital do Pas, e tem representaes nas capitais dos
Estados do Rio Grande do Sul, Paran, So Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Cear e Par (BCB, 2013).
A Comisso de Valores Mobilirios (CVM) o rgo normativo responsvel pelo
desenvolvimento, disciplina e fiscalizao do mercado de aes e debntures. Sua principal atribuio a fiscalizao da emisso e negociao de ttulos emitidos pelas sociedades annimas de capital aberto, para que as bolsas de valores funcionem com um mnimo de sobressaltos e surpresas desagradveis (HOJI, 2004). De acordo com a lei que a criou, a Comisso de Valores Mobilirios exercer suas funes, a fim de:
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a) assegurar o funcionamento eficiente e regular dos mercados de bolsa e de balco; b) proteger os titulares de valores mobilirios contra emisses irregulares e atos ilegais de administradores e acionistas controladores de companhias ou de administradores de carteira de valores mobilirios; c) evitar ou coibir modalidades de fraude ou manipulao destinadas a criar condies artificiais de demanda, oferta ou preo de valores mobilirios negociados no mercado; d) assegurar o acesso do pblico a informaes sobre valores mobilirios negociados e as companhias que os tenham emitido; e) assegurar a observncia de prticas comerciais equitativas no mercado de valores mobilirios; f) estimular a formao de poupana e sua aplicao em valores mobilirios; g) promover a expanso e o funcionamento eficiente e regular do mercado de aes e estimular as aplicaes permanentes em aes do capital social das companhias abertas (CVM, 2013).
1.2 Instituies do SFB Bancos Comerciais: Constituem a base do sistema monetrio. So intermedirios
financeiros com o objetivo de conseguir recursos necessrios para financiar o comrcio, indstria, empresas de servios e pessoas fsicas no curto e mdio prazo. Principais fontes de recursos so depsitos vista e a prazo fixo. Repassam recursos (oficiais e externos), prestam servios de natureza financeira (cobranas, recebimentos de tributos), operaes de cmbio, descontos de ttulos e abertura de crdito.
Caixas Econmicas: Integram o Sistema Brasileiro de Poupana e Emprstimo e o Sistema Financeiro da Habitao. So instituies com objetivos sociais, que concedem emprstimos e financiamentos a programas e projetos na rea da habitao, assistncia social, sade, educao, trabalho, transportes urbanos e esportes. Tm a competncia de vender bilhetes de loteria.
Bancos de Desenvolvimento: O BNDES destaca-se como o principal agente do Governo Federal para financiamentos de mdio e longo prazos. Instituies de fomento regionais so o Banco do Nordeste do Brasil e o Banco da Amaznia. Os bancos de desenvolvimento estaduais so controlados pelos governos estaduais, e repassam recursos oficiais internos e externos.
Bancos de Investimentos: Tm como principal funo intermediar recursos de mdio e longo prazos para financiamentos de capital fixo ou capital de giro das empresas. Esses bancos no podem captar recursos de depsitos vista. Captam dinheiro por meio da emisso de Certificados de Depsitos Bancrios (CDB), Recibos de Depsitos Bancrios
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(RDB) ou pela venda de cotas de fundos de investimentos. Essas instituies so especializadas em subscrio pblica de aes (underwriting) e estruturao de financiamentos de projetos.
Bancos Mltiplos: Um banco mltiplo constitudo, em geral, a partir de um grupo econmico que possui vrias instituies financeiras. Esse conceito foi criado em 1988, com a finalidade de racionalizar os processos e consequentemente reduzir os custos operacionais. Pode operar como banco comercial, banco de investimento, banco de crdito imobilirio, banco de aceite (operar com descontos), banco de desenvolvimento e arrendamento mercantil.
Bolsas de Valores, de Mercadorias e Futuro: So instituies civis sem fins lucrativos, constitudas pelas corretoras de valores, com a finalidade de fornecer infraestrutura para o mercado de aes, mercadorias e futuros. Sua principal funo manter um local adequado para as negociaes de compra e venda de aes, mercadorias e ndices. Esse local chama-se prego. As operaes feitas fora da bolsa so chamadas operaes de balco (HOJI, 2004).
1.3 Instituies Auxiliares do SFB Empresas de Factoring: Factoring significa fomento comercial e exercem papel
importante no mercado financeiro. No esto sujeitas s normas do Banco Central. Suas principais atividades se constituem de comprar e vender direitos creditrios (duplicatas) provenientes de atividades industriais, comerciais e servios.
Administradoras de Carto de Crdito: So empresas que prestam servios de intermediao entre o consumidor e o varejista. O consumidor paga anuidade administradora e o lojista paga comisso sobre os valores vendidos por meio do carto. O lojista receber os crditos em prazo equivalente ao que o consumidor paga ao carto. Caso o lojista queira antecipar os recebimentos, a administradora cria uma operao de desconto, com taxas de juros praticadas no mercado.
Banco do Brasil (BB): Banco mltiplo e opera como agente financeiro do Governo Federal, na execuo de polticas oficiais e crdito rural. Responsvel pela gesto da Cmara de Compensao de Cheques e Outros Papis.
Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES): Responsvel por polticas de investimentos de longo prazo, como financiamentos para aquisio de equipamentos e projetos de desenvolvimento econmico.
Caixa Econmica Federal (CEF): Atua tambm como banco mltiplo, mas sua finalidade principal a funo social. Detentora dos direitos de administrao dos recursos do FGTS, do Sistema Financeiro da Habitao (SFH) e das loterias federais (HOJI, 2004).
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1.4 Tipos de Mercados Financeiros
Mercado Monetrio: So negociadas operaes de curto e curtssimo prazos. A poltica monetria do Governo Federal executada por meio deste mercado, com a compra e a venda de ttulos de crdito emitidos pelo Banco Central, como Bnus do Banco Central (BBC) e Notas do Banco Central (NBC). So tambm negociados ttulos pblicos emitidos pelo Tesouro Nacional Notas do Tesouro Nacional (NTN) e Letras do Tesouro Nacional (LTN); pelos Estados e Municpios, ttulos emitidos por instituies privadas Debntures, Certificados de Depsitos Interbancrios (CDI) ou Certificados de Depsitos Bancrios (CDB).
Mercado de Crdito: Os tomadores de recursos recorrem a esse mercado para suprir necessidades de capital de giro e para financiamentos de bens e servios. Os recursos originam-se basicamente de depsitos captados pelas instituies financeiras, repasses de linhas de crdito (internas e externas) e recursos prprios das instituies financeiras. As operaes mais comuns so capital de giro, adiantamento sobre contrado de cmbio (ACC), repasse de recursos externos (Resoluo 2.770), financiamento importao e/ou de servios e bens durveis.
Mercado de Capitais: Sua finalidade financiar atividades produtivas e o capital de giro das empresas, por meio de recursos de mdio e longo prazos. Os principais instrumentos de financiamentos so: aes, debntures, notas promissrias (commercial papers). O fator diferenciador so os dois mercados: Mercado Primrio e Mercado Secundrio. No Mercado Primrio, as empresas e as instituies financeiras emitem ttulos, certificados, aes, debntures e ttulos de crdito e vendem no mercado primrio (para investidores). No Mercado Secundrio, esses ttulos so negociados para outras pessoas, empresas, bancos. Diferentemente do mercado de crdito, o crdito concedido aos emissores pelos prprios investidores, que adquirem as aes e os ttulos de crdito. No mercado internacional, os ttulos chamam-se bonds (prazos acima de 10 anos) ou notes (prazos inferiores a 10 anos). Um outro tipo de financiamento bastante comum o leasing (arrendamento mercantil) praticadas por sociedades de arrendamento mercantil.
Mercado de Cmbio: Neste mercado so negociadas moedas internacionais conversveis, pelas instituies credenciadas pelo Banco Central. Geralmente so operaes negociadas por agentes econmicos que mantem relao de comrcio internacional e pelos que captam recursos no exterior, alm das instituies financeiras autorizadas a operar com cmbio. As principais moedas negociadas no mercado de cmbio brasileiro so: dlar norte-americano, marco alemo, iene japons, euro (Unio Europia), libra esterlina inglesa, franco suo e franco francs.
As empresas exportadoras vendem as mercadorias no mercado externo e recebem em moeda estrangeira. Para utilizar esse recurso, as empresas precisam convert-lo em moeda nacional. Quando as empresas precisam importar algum bem, precisam pagar em
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moeda estrangeira e fazem a operao inversa, ou seja, trocam a moeda nacional pela moeda estrangeira da importao e remetem ao exportador. Essas operaes so chamadas de cmbio e so realizadas por instituies financeiras autorizadas pelo Banco Central.
1.5 Viso Macro do Sistema Financeiro Brasileiro
INVESTIDORES TOMADORES (EMPRESTADORES) (CAPTADORES)
OBS. Para efeitos de exemplo, todas as operaes foram efetuadas no mesmo prazo. Na
realidade, essas operaes podem ocorrem em prazos diferentes, desde que o fluxo de
caixa permanea positivo, ou seja, a capacidade de pagamentos das instituies
financeiras deve ser permanente.
R$ 15.000
R$ 20.000
R$ 100.000
R$ 1.000
R$ 31.000
R$ 25.000
R$ 50.000
R$ 30.000
MERCADO FINANCEIRO
1 %
2 %
0,5 %
1 %
3,5 %
3,0 %
4,0 %
3,0 %
SPREAD = 1,67 %
1,73 % (MDIA PONDERADA)
VOLUME = R$ 136.000
3,4 % (MDIA PONDERADA)
VOLUME = R$ 136.000
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1.6 Sistema de Pagamentos Brasileiro (SPB)
O SPB apresenta alto grau de automao, com crescente utilizao de meios eletrnicos para transferncia de fundos e liquidao de obrigaes, em substituio aos instrumentos baseados em papel. A maior eficincia e, em especial, a reduo dos prazos de transferncia de recursos sempre se colocaram como pontos centrais no processo de evoluo do SPB at meados da dcada de 90, em funo do ambiente de inflao crnica at ento existente no pas. Na reforma conduzida pelo Banco Central do Brasil em 2001 e 2002, o foco foi redirecionado para a questo do gerenciamento de riscos no mbito dos sistemas de compensao e de liquidao.
De um lado, a base legal relacionada com os sistemas de liquidao foi fortalecida por intermdio da Lei 10.214, de 2001, que reconhece a compensao multilateral e possibilita a efetiva realizao de garantias desses sistemas, mesmo no caso de insolvncia de algum participante, alm de obrigar as entidades operadoras de sistemas considerados importantes a atuarem como garantidores, ressalvado o risco de emissor, assegurarem a liquidao de todas as operaes.
De outro lado, entraram em operao, em abril de 2002, um sistema de liquidao bruta em tempo real, o Sistema de Transferncia de Reservas - STR, operado pelo Banco Central do Brasil, e um sistema especial para liquidao de operaes interbancrias de cmbio, a Cmara de Cmbio da BM&F, bem como foi alterada a operao do Sistema Especial de Liquidao e Custdia (SELIC), tambm operado pelo Banco Central do Brasil, o qual passou a liquidar operaes com ttulos pblicos federais em tempo real.
As entidades CENTRAIS adotam adequados mecanismos de proteo, tais como, limites operacionais, chamadas de margem, depsitos de garantias e fundos de garantia de liquidao. O princpio da entrega contra pagamento observado em todos os sistemas de compensao e de liquidao de ttulos e valores mobilirios. No caso de operao envolvendo moeda estrangeira, o princpio correspondente situao, de pagamento contra pagamento, tambm observado se a liquidao ocorrer por intermdio da Cmara de Cmbio da BM&F.
O STR o centro de liquidao das operaes interbancrias em decorrncia da conjugao dos seguintes fatos: primeiro, por disposio legal (Lei 4.595), todas as instituies bancrias (instituies que captam depsitos vista) tm de manter suas disponibilidades de recursos no Banco Central do Brasil; segundo, por determinao regulamentar (Circular 3.057), os resultados lquidos apurados nos sistemas de liquidao considerados sistemicamente importantes devem ter sua liquidao final no Banco Central do Brasil, em contas de reservas bancrias; e finalmente, tambm por disposio regulamentar (Circular 3.101), todas as transferncias de fundos entre contas de reservas bancrias tm de ser feitas por intermdio do STR.
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Para o suave funcionamento do sistema de pagamentos no ambiente de liquidao
em tempo real, trs aspectos so especialmente importantes: a) O Banco Central do Brasil concede, aos participantes do STR, titulares de conta
de reservas bancrias, crdito intradia na forma de operaes compromissadas com ttulos pblicos federais, sem custos financeiros, isto , o preo da operao de volta igual ao preo da operao de ida;
b) A verificao de cumprimento dos recolhimentos compulsrios feita com base em saldos de final do dia, valendo dizer que esses recursos podem ser livremente utilizados ao longo do dia para fins de liquidao de obrigaes;
c) O Banco Central do Brasil, se e quando julgar necessrio, pode acionar rotina para otimizar o processo de liquidao das ordens de transferncia de fundos mantidas em filas de espera no mbito do STR.
O Banco Central do Brasil tem procurado atuar de forma mais intensiva tambm no
sentido de promover o desenvolvimento dos sistemas de pagamentos de varejo, visando, sobretudo, ganhos de eficincia relacionados, por exemplo, com o maior uso de instrumentos eletrnicos de pagamento, com a melhor utilizao das redes de mquinas de atendimento automtico (ATM) e de transferncias de crdito a partir do ponto de venda (PDV), bem como com a maior integrao entre os pertinentes sistemas de compensao e de liquidao (BCB, 2013).
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2 FUNDAMENTOS DE MATEMTICA FINANCEIRA
2.1 Conceitos de Inflao, Juros, Capital e Montante
Conceito de Inflao Aumento generalizado de preos que provoca a reduo do poder aquisitivo da moeda.
Fonte: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/inflacao.htm
Conceito de Juros - Taxa de juros um instrumento de poltica econmica e monetria para controlar o nvel de propenso ao consumo e incentivar a poupana.
Conceitos financeiros bsicos
C = Capital
i = Taxa de Juros (interest rate)
J = Juros
M = Montante
J = Ci M = C + J
i = M / C - 1
Ince
rtez
a no
ret
orno
no
capi
tal i
nves
tido
Taxa de juros
Taxa de Risco
Taxa Livre de Risco
Inflao
TAXA REAL
TAXA BRUTA
Juro pode ser entendido como a remunerao do capital.
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2.2 Regimes de Capitalizao, Juros Simples e Juros Compostos
Basicamente so dois regimes de capitalizao: a) simples = o montante igual ao Capital x Taxa de Juros b) composto = O juro do primeiro perodo se agrega ao capital, formando o
montante M, que passa a ser o Capital para o segundo perodo e assim sucessivamente.
JURO EXATO OU JURO COMERCIAL
Juros comerciais assumem ms com 30 dias e ano com 360 dias
JUROS SIMPLES PARA n PERODOS
TAXAS EQUIVALENTES PARA JUROS SIMPLES
prazos e taxas na mesma unidade
d1 e d2 so os prazos em dias, respectivamente para as taxas i1 e i2
EXEMPLO: i1 = 5 % a.m. i2 = 60 % a.a. d1 = 30 (n de dias do perodo da taxa i1) d2 = 360 (n de dias do perodo da taxa i2)
JUROS COMPOSTOS para n PERODOS
J = Cin M = C + J M = C(1 + in)
i1 / i2 = d1 / d2
M = C(1 + i)
M1 = C(1 + i)
M2 = M1(1 + i) = C(1 + i)(1 + i) = C(1 + i)
M3 = M2(1 + i) = C(1 + i) (1 + i) = C(1 + i)
2
2 3
n
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FATOR DE ACUMULAO DE CAPITAL = (1 + i)
TAXAS EQUIVALENTES PARA JUROS COMPOSTOS
Prazos e taxas na mesma unidade
EXEMPLO: i1 = 8 % a.t. (trimestre) I2 = 2,60 % a.m. d1 = 90 (n de dias do perodo da taxa i1) d2 = 30 (n de dias do perodo da taxa i2)
i2 = (1 + 0,08)**30/90 1 = 0,026 = 2,6 % a.m.
2.3 Valor Presente e Valor Futuro
PV = Valor presente (atual) i = taxa de juros n = prazo FV = Valor futuro (Nominal)
VALOR FUTURO (NOMINAL) E VALOR PRESENTE (ATUAL) PARA JUROS SIMPLES
VALOR FUTURO (NOMINAL) E VALOR PRESENTE (ATUAL) PARA JUROS SIMPLES
n FV = PV (1 + i)
d2/d1 i2 = (1 + i1) 1
FV = PV (1 + in)
n
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2.4 Exerccios de Matemtica Financeira
1) Um capital de R$ 9.300,00 aplicado em cada uma das condies abaixo por meio de juros simples. Obtenha o juro e o montante em cada caso: Taxa Prazo
50 % a.a. 1 ano 30 % a.s. 1 semestre 12 % a.t. 1 trimestre 5 % a.b. 1 bimestre
1,7 % a.m. 1 mes 0,03 % a.d. 1 dia
2) Qual a taxa de juros simples auferida no perodo por um investidor em cada uma das situaes abaixo? Montante (R$) Capital (R$) Prazo
10.000,00 8.000,00 1 ano 15.000,00 13.500,00 1 semestre 7.200,00 6.800,00 1 trimestre 3.300,00 3.200,00 1 bimestre 2.420,00 2.400,00 1 ms 4.002,00 4.000,00 1 dia
3) Qual a taxa de juros simples (no perodo) paga por um tomador de emprstimos em cada uma das situaes abaixo?
Capital (R$) Juro (R$) Prazo 3.500,00 400,00 1 ano 8.000,00 1.200,00 1 semestre 4.300,00 210,00 1 trimestre 5.400,00 220,00 1 bimestre 9.000,00 150,00 1 ms 6.700,00 2,50 1 dia
4) Qual o capital recebido por um tomador de emprstimos em regime de capitalizao simples, em cada uma das situaes abaixo?
Taxa Prazo Juro (R$) 28 % a.a. 1 ano 14.000,00 12 % a.s. 1 semestre 24.000,00 3,8 % a.t. 1 trimestre 7.600,00 4 % a.b. 1 bimestre 10.800,00
1,8 % a.m. 1 ms 3.600,00 0,06 % a.d. 1 dia 6.000,00
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5) Um banco anuncia o seguinte: aplique R$ 666,67 hoje e recebe R$ 1.000,00 daqui a
um ano. Qual a taxa anual, em regime de capitalizao simples, paga pelo banco? 6) Um banco anuncia o seguinte: aplique R$ 10.000,00 hoje e receba daqui a trs
anos R$ 20.000,00. Qual a taxa, em regime de capitalizao simples, paga pelo banco no trimestre?
7) Um ttulo, cujo valor de resgate daqui a 6 meses R$ 10.000,00, foi adquirido hoje
por um fundo pelo valor de R$ 9.600,00. Qual a taxa de rendimento do papel no perodo?
8) Um ttulo governamental cujo valor de resgate, daqui a 42 dias, R$ 50.000,00, foi
adquirido hoje por um fundo por R$ 48.840,00. Qual a taxa de rendimento do papel no perodo?
9) Hoje o valor da cota de um fundo de investimentos 17,24 e h 65 dias foi de
16,74. Qual a taxa de rendimento do fundo no perodo considerado?
10) Determinar os juros simples obtidos nas seguintes condies: Capital (R$) Taxa Prazo
2.000,00 1,2 % a.m. 5 meses 3.000,00 21 % a.a. 2 anos 2.000,00 1,3 % a.m. 3 anos 6.000,00 15 % a.t. 2 anos e meio
11) Qual o montante de uma aplicao de R$ 16.000,00 a juros simples, durante 5 meses, taxa de 80 % a.a.?
12) Uma pessoa tem uma dvida de R$ 10.000,00 vencvel daqui a 3 meses. Qual seu valor atual hoje considerando uma taxa de juros compostos de 1,5 % a.m.? 13) Em juros compostos, qual a taxa mensal equivalente a 8 % a.t.? 14) Uma pessoa aplica mensalmente R$ 2.000,00 em um fundo de investimentos que remunera as aplicaes taxa de juros compostos de 2 % a.m. Se o investidor fizer 7 aplicaes, qual o montante no instante do ltimo depsito?
15) Uma aplicao financeira de R$ 18.000,00 resgatando R$ 21.457,12 quatro meses depois. Sabe-se que tal aplicao financeira tem como caracterstica um regime de capitalizao mensal. A taxa de juros :
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16) Um pessoa aplicou R$ 27.500,00 pelo prazo de trs anos numa conta de poupana com regime de capitalizao mensal, que rende 1,7 % de juros ao ms. O valor a ser resgatado ao final do perodo de: 17) Um emprstimo de hot money contratado por um dia til. A taxa over estabelecida para cada dia do prazo da operao : 2,8% a.m. O intermedirio cobra um spread de 2,4 % a.m. Admitindo-se que o ms em questo possui 24 dias teis, o custo efetivo da operao para o cliente ser de: 18) Um investidor aplicou R$ 15.000,00 num CDB prefixado de 30 dias em uma instituio financeira. A taxa bruta da operao foi de 21 % a.a. O montante bruto do resgate : 19) Sabendo-se que o imposto de renda igual a 20 % do juro auferido, o imposto de renda, da operao anterior, : 20) A taxa lquida, da operao anterior, no perodo considerado :
2.5 Noes de Calculadora HP 12C
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Cores das Teclas: Branca = normal Amarela = pressionar boto amarelo f antes da operao Azul = pressionar a tecla azul g antes da operao.
Para efetuar uma operao: CLX / ENTER / XY / CLX / ENTER 4.500 ENTER 2.300 + 8.700 (....) = resultado
Calcular o Valor Futuro a partir de determinadas condies: Valor Presente = R$ 320.000 Perodos = 3 anos Custo de Capital (taxa de juros) = 12 % a.a.
UTILIZANDO A HP-12C Valor
Presente (PV)
Perodos (n)
Custo de capital
(i) Valor Futuro
(FV) Limpar memria
f
320.000
3
12 FV
CLEAR PRGM FIN REG PREFIX PV n i 449.576,96
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2.6 Estudo de Caso
FATO RELEVANTE
Operao financeira no Mercado Primrio
Emisso de PC$ 5.000.000,00 (cinco milhes de pesos caribenhos) em LTPE pelo Banco Central, pelo prazo de 360 dias, a uma taxa de juros de 85 % a.a., em regime de capitalizao simples. Cinco bancos multinacionais (Banco A, Banco B, Banco C, Banco D e Banco E), recm instalados no pas, adquiram todas as LTPEs pelo valor de face, ou seja, pelo valor de emisso - PC$ 5.000.000,00 (cinco milhes de pesos caribenhos), no mercado primrio, na proporo de 40 % para o Banco A e os outros 60 % distribudos igualmente pelos Bancos B, C, D e E (15 % cada um).
O falecimento do presidente de um pequeno pas na Amrica Latina ocasionou, dentre outras mudanas, uma nova poltica monetria a ser adotada no pas, como forma de ingressar no sistema capitalista mundial. O recm nomeado presidente do Banco Central divulgou, na semana passada, novas regras muito similares s polticas monetrias brasileiras. A nova moeda sofreu uma diviso por 1.000 e recebeu um novo nome Peso Caribenho PC$. Um dos mecanismos dessa nova poltica monetria a elevao da taxa SELIC, a fim de incentivar os negcios de tesouraria dos Bancos Mltiplos e Bancos de Investimentos, por meio da emisso de ttulos federais denominados LTPE (Letras do Tesouro de Pases Emergentes), para serem negociados tanto no mercado primrio quanto no mercado secundrio. A finalidade principal dessa poltica introduzir mecanismos de combate inflao (desestimular o consumo) que se encontra em patamar elevadssimo, decorrente da crise poltica em que se encontra o pas. Dentro do projeto de adequao ao sistema capitalista, os bancos desse pequeno pas esto contratando tcnicos brasileiros, experientes em operaes de tesouraria, para implantar sistemas de informaes gerenciais em carter de urgncia. As operaes ocorridas no primeiro dia foram as descritas a seguir:
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PERMITIDO O USO DE CALCULADORA (Utilizar quatro casas decimais na calculadora)
QUESTAO 1 Qual a taxa mensal equivalente praticada pelo Banco Central? (Calcular pela equao de taxas equivalentes de juros compostos):
im / ia = dm/da
QUESTO 2 Qual o montante que dever ser pago a cada Banco (A,B,C,D e E) na data do resgate final dos ttulos?
(Calcular pelo mtodo algbrico a partir da equao de juros simples):
M = C (1 + in)
QUESTO 3 Qual o valor dos juros que cada banco receber aps 360 dias? J = M C
Operaes Financeiras no Mercado Secundrio
O Banco A negociou as LTPEs, no mercado secundrio, em regime de capitalizao mensal (juros compostos), da seguinte maneira:
a) PC$ 250.000,00 para o grupo turstico Barcel Resort, por 180 dias a uma taxa de juros de 3 % a.m, renovveis por mais 180 dias a uma taxa de juros de 3,5 % a.m.
b) PC$ 500.000,00 para a Construtora Global S.A., por 90 dias, a uma taxa de juros de 2,5 % a.m, renovveis para os prximos 270 dias a uma taxa de juros de 3 % a.m.
c) PC$ 250.000,00 para pool de 100 investidores, clientes preferenciais, por 360 dias a uma taxa de 2 % a.m.
d) PC$ 1.000.000,00 para o Banco Cubano de Investimentos, por 360 dias, a uma taxa de juros de 2,5 % a.m.
QUESTO 4 Qual a taxa mdia de juros praticada pelo Banco A? (Calcular utilizando a equao de mdia ponderada):
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(C1 x n1 x i1) + (C2 x n2 x i2) + ... (Cn x nn x in) (C1 x n1) + (C2 x n2) + ... (Cn x nn )
QUESTO 5 Qual a spread mdio das operaes do Banco A? (Calcular a partir da diferena de taxa de juros mensal, paga ao Banco A pelo Banco Central, e a taxa mdia
de juros obtida da questo anterior.)
QUESTO 6 Qual o montante que o Banco A dever pagar ao grupo turstico Barcel Resort, no final dos 360 dias?
M = C(1 + i) QUESTO 7 - Qual o montante que o Banco A dever pagar Construtora Global S.A, no final dos 360 dias?
QUESTO 8 - Qual o montante que o Banco A dever pagar aos 100 investidores, clientes preferenciais, no final dos 360 dias?
QUESTO 9 - Qual o montante que o Banco A dever pagar ao Banco Cubano de Investimentos, no final dos 360 dias?
QUESTO 10 - Qual o resultado do Banco A, aps receber e pagar todos os compromissos, no final dos 360 dias?
Resultado = Recebimentos Pagamentos
Taxa Mdia =
n
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3 NOES DE CONTABILIDADE
Os principais conceitos envolvidos na elaborao e anlise da contabilidade so os seguintes:
a) Regime de competncia: Receitas so reconhecidas no momento da venda
e as despesas, quando assumidas. b) Regime de caixa: Receitas so reconhecidas no momento do recebimento e
as despesas, quando pagas. c) Liquidez: Capacidade de pagamento no curto prazo. d) Capital de Giro: Resultado da diferena entre o Ativo Circulante e o Passivo
Circulante. e) Capital Prprio: Patrimnio lquido da empresa, composto pelo capital social
e reservas de lucros. f) Capital de Terceiros: constitudo de todas as obrigaes da empresa (passivo
circulante e exigvel de longo prazo). 3.1 Balano Patrimonial
O Balano Patrimonial constitudo de Ativo, Passivo e Patrimnio Lquido. O
Ativo, por sua vez, compe-se de Bens e Direitos aplicados na Entidade Contbil. O Passivo e o Patrimnio Lquido registram todas as entradas (origens) de recursos na empresa.
Se demonstrssemos um Balano Patrimonial cujo Ativo fosse um amontoado de contas de Bens e Direitos, (de forma heterognea), teramos dificuldades em ler, interpretar e analisar o Balano Patrimonial. Por isso, importante apresentar o Balano agrupando as contas de mesmas caractersticas. As regras bsicas que orientam a distribuio de contas no Balano Patrimonial so:
a) Prazo: em contabilidade CURTO PRAZO significa normalmente o perodo de at um ano.
b) Grau de Liquidez Decrescente: os itens de maior liquidez so classificados em primeiro plano. Os de menor liquidez aparecem em ltimo lugar. Por exemplo: Estoque, Disponvel e Duplicatas a Receber, o mais lquido o disponvel; em segundo lugar recebe-se mais rapidamente as duplicatas que os estoques. Ento Duplicatas aparecem em segundo lugar e os Estoques em terceiro lugar.
ATIVO PASSIVO
Itens que j so dinheiro ou que sero transformados em dinheiro. DIREITOS
Todas as contas que sero pagas. DEVERES (OBRIGAES).
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Existem contas que so pagas e recebidas rapidamente e outras que a empresa
espera muito tempo para pagar ou receber. Foi dado o nome Circulante (corrente) por essas contas estarem sempre girando, tanto no Ativo como no Passivo.
VISO SINTTICA DO BALANO ATIVO PASSIVO
Circulante So contas que esto constantemente em giro em movimento sendo que a converso em dinheiro ser, no mximo, no prprio exerccio social. Disponibilidades Liquidez imediata. (Caixa e Bancos) Realizvel a Curto Prazo Transformado em dinheiro rapidamente. Contas a Receber Estoques Investimento temporrio Realizvel a Longo Prazo So Bens e Direitos que se transformaro em dinheiro um ano aps o levantamento do Balano. Permanente Normalmente no se vende, no se recebe, pois uso da empresa. Investimentos So as inverses financeiras, de carter permanente que geram rendimentos que no sero necessrios manuteno da atividade fundamental da empresa. Imobilizado So itens de natureza permanente que sero utilizados para a manuteno da atividade bsica da empresa. Diferido Investimentos de qualquer natureza que beneficiam a empresa por vrios anos.
Circulante Ser pago rapidamente, no curto prazo. Contas a pagar, salrios, encargos trabalhistas, emprstimos bancrios, impostos a recolher, etc. Exigvel a Longo Prazo Demora-se muito tempo para pagar. So as obrigaes a serem liquidadas com prazo superior a um ano. Patrimnio Lquido No precisa pagar enquanto a empresa estiver em continuidade. So os recursos dos proprietrios aplicados na empresa: capital social mais seu rendimento, lucros e reservas de lucros.
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BALANO DE UMA EMPRESA
ATIVO (Direitos)
PASSIVO (Obrigaes)
Ativo Circulante Caixa e Bancos Aplicaes Financeiras Contas a Receber no Curto Prazo Estoques
Passivo Circulante Fornecedores Contas a Pagar Impostos Dividendos
Exigvel a Longo Prazo Emprstimos Debntures Leasing
Ativo Permanente Imobilizado Investimentos de Longo Prazo Diferido
Patrimnio Lquido Capital Social Lucros retidos Reservas de lucros
3.2 Demonstrao de Resultados
DEMONSTRAO DE RESULTADOS TEM DESCRIO
(+) Receita operacional bruta (-) Devolues e abatimentos (-) Impostos sobre as vendas (=) Receita operacional lquida (-) Custos de produtos ou servios vendidos (=) Margem Bruta (-) Despesas Operacionais (-) Despesas Administrativas (-) Despesas Financeiras (-) Depreciao (*) (=) Lucro antes do IR (LAIR) (-) Imposto de Renda (+) Depreciao (*) (=) Lucro Lquido
Venda de bens ou servios Gerao operacional de caixa EBITDA (Earnings before interest, taxes, depreciation and amortization) Juros Lucro tributvel
(*) Despesa contbil que no impacta o caixa, apenas gerando benefcio fiscal.
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3.3 Anlise de Balano e ndices Operacionais
ndices de balano so utilizados para analisar o balano patrimonial da empresa e os ndices operacionais so utilizados para avaliar os dados de uma demonstrao de resultados. Estes ndices resultam da diviso de alguns dos itens da demonstrao de resultados pela venda lquida. A forma mais prtica de se analisar os resultados por meio do valor percentual.
ndices de Balano
Os ndices de balano podem ser divididos em funo do que se pretende analisar no balano: (1) liquidez; (2) rotatividade operacional; (3) situao estrutural e patrimonial da empresa. No primeiro grupo, ndices de liquidez, os principais so os seguintes:
Liquidez Imediata = Disponibilidade / Passivo circulante (expressa a relao entre os recursos disponveis que a empresa dispe de imediato para saldar suas obrigaes. Tendncia desejvel = quanto maior, melhor. Se menor que 1, a empresa no apresenta liquidez no curto prazo.
Liquidez Corrente = Ativo Circulante / Passivo Circulante (expressa a relao entre os direitos que a empresa possui para saldar suas obrigaes alm dos recursos disponveis, aqui tambm so contemplados os recursos a receber e os estoques). Tendncia desejvel = quanto maior, melhor. Se menor que 1, a empresa no apresenta liquidez no curto e mdio prazo.
Liquidez Seca = (Ativo Circulante Estoques) / Passivo Circulante (mostra a capacidade de liquidao das obrigaes sem lanar mo dos estoques). Tendncia desejvel = quanto maior, melhor. Se menor que 1, a empresa no apresenta liquidez.
Liquidez Geral = (Ativo Circulante + Realizvel a Longo Prazo) / (Passivo Circulante + Exigvel a Longo Prazo). (revela quanto a empresa possui em caixa e a realizar para quitar suas dvidas com terceiros. Tendncia desejvel = quanto maior, melhor. Se menor que 1, a empresa no apresenta liquidez.
No segundo grupo rotatividade operacional possvel avaliar a performance operacional da empresa, por exemplo, se o estoque encontra-se em nvel timo, se os recebimentos e pagamentos esto adequados aos prazos, dentre outros. Os principais so os seguintes:
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Rotao do Ativo = Ativo Total / Vendas Mensais (expressa o nmero de meses
necessrios para cobrir o patrimnio global da empresa. Tendncia desejvel = quanto menor, melhor. Para melhor anlise deste ndice, aconselhamos uma anlise detalhada da rotao dos elementos do ativo. A finalidade verificar qual o ativo especfico est contribuindo para o giro lento do ativo total. Muitas vezes, a culpa reside no estoque e nos valores a receber, como consequncia de uma inadequada poltica de crdito e cobranas.
Rotao dos Estoques = Estoques / Custos dos Produtos Vendidos (mostra quantos meses o estoque demora para ser vendido). Tendncia normal = estabilidade.
Rotao do Patrimnio = Patrimnio Lquido / Vendas Mensais (expressa a quantidade de meses necessria para cobrir o total dos recursos prprios investidos na empresa. A reduo sucessiva deste ndice, numa srie desejvel at certo ponto, significaria que a empresa est se apossando de uma fatia maior do mercado, cujo atendimento, mais cedo ou mais tarde, necessitar aumentar seu patrimnio lquido em termos contbeis. um sintoma de crescimento altamente desejvel, quando no seja explosivo e configure volume de negcios superior s possibilidades do financiamento de vendas pelo patrimnio lquido. Uma elevao repentina neste ndice significar que o volume de vendas no est acompanhando o crescimento da empresa e, portanto, a mdio prazo, os lucros proporcionados pelas vendas sero insuficientes para remunerar o capital investido.
Rotao de Recebimentos = Duplicatas a Receber / Vendas Dirias (representa o nmero de dias que a empresa dever esperar para receber as dvidas de clientes. A elevao deste ndice significar um atraso relativo na cobrana de contas a receber, isto , impontualidade de clientes, a menos que o valor da venda mdia sofra acentuado declnio). Tendncia = Estabilidade.
Rotao de Pagamentos = Fornecedores / Compras Dirias (expressa o nmero de dias que a empresa demora para liquidar duas dvidas. Se uma empresa demora muito mais para receber suas vendas a prazo do que para pagar suas compras a prazo, ir necessitar mais capital de giro adicional para sustentar, criando-se um crculo vicioso difcil de romper. Uma das poucas alternativas no caso trabalhar, se for possvel, com ampla margem de lucro sobre as vendas e tentar esticar ao mximo os prazos de pagamento adicionalmente a uma poltica agressiva de cobrana e desconto bancrio). Tendncia = Estabilidade
O terceiro grupo situao patrimonial e estrutural da empresa - os principais so os seguintes:
ndice de Imobilizado = Imobilizado / Patrimnio Lquido (o ndice demonstra a proporo do capital prprio da empresa que se encontra aplicado em ativos imobilizados). A tendncia desejvel de que este ndice se como o menor possvel.
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Endividamento de Curto Prazo = Passivo Circulante / Patrimnio Lquido (demonstra a relao entre a dvida da empresa de curto prazo e o seu capital prprio. A tendncia desejvel deste ndice deve ser decrescente, at mesmo sobre o patrimnio lquido no corrigido. Uma tendncia ascendente, demonstrando maior grau de endividamento, se conjuga, em geral, com uma tendncia declinante de liquidez comum ou corrente.
Endividamento total = Passivo Total / Patrimnio Lquido (demonstra a relao entre a dvida total da empresa e seu prprio capital, isto , quanto dinheiro de terceiros utilizado para manter as atividades do seu empreendimento. Indica o nvel de utilizao de crdito. Se este ndice for consistente durante vrios anos e acentuadamente maior que 1 (um), denota uma dependncia exagerada de recursos de terceiros. A tendncia desejvel deste ndice decrescente. A tendncia crescente deste ndice, se conjuga, em geral, com uma tendncia declinante no ndice de liquidez geral.
Exemplo para Anlise
Fonte: Diario Oficial, 2012 http://diariooficial.imprensaoficial.com.br/doflash/prototipo/2012/Abril/18/empresarial/pdf/pg_0080.pdf
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4 FUNDAMENTOS DE FINANAS CORPORATIVAS
4.1 Valor e Objetivos de uma Empresa O valor de uma empresa composto por trs tipos de valores:
a) Valor patrimonial: o valor do patrimnio lquido da empresa. b) Valor mercadolgico: a imagem positiva na mente do consumidor. c) Valor econmico: o potencial de gerao de receita lquida ao longo do tempo.
Os objetivos de uma empresa so maximizar o seu valor por meio de:
1. Inovao no modelo de negcio, pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias. 2. Publicidade, treinamento, consultorias, projetos de qualidade. 3. Renovao tecnolgica: substituio de equipamentos obsoletos 4. Expanso: novas unidades, novos mercados.
4.2 Sistemas de Tributao Brasileiros So trs os sistemas de tributao brasileiros: a) simples nacional, b) lucro
presumido e c) lucro real.
a) Simples Nacional - A Lei Complementar n 123/2006, instituiu, a partir de 01.07.2007, novo tratamento tributrio simplificado, tambm conhecido como Simples Nacional ou Super Simples. O Simples Nacional estabelece normas gerais relativas ao tratamento tributrio diferenciado e favorecido a ser dispensado s microempresas e empresas de pequeno porte no mbito da Unio, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municpios, mediante regime nico de arrecadao, inclusive obrigaes acessrias (PORTAL, 2013).
Definio de microempresa e de empresa de pequeno porte (EPP): consideram-se microempresa ou empresas de pequeno porte, a sociedade empresria, a sociedade simples e o empresrio a que se refere o art. 966 da Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Cdigo Civil Brasileiro), devidamente registrados no registro de empresas mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurdicas, conforme o caso, desde que dentro dos limites de receita bruta previstos na legislao (PORTAL, 2013).
Valores Vigentes a partir de 01.01.2012: Atravs da Lei Complementar 139/2011, o Governo Federal elevou os limites de receita bruta, para fins de opo pelo Simples Nacional. Os novos limites a partir de 2012: (i) no caso da microempresa - receita bruta igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) anuais; (ii) no caso da empresa de pequeno porte - receita bruta superior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais).
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Nota: A empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional em 31 de dezembro de 2011 que durante o ano-calendrio de 2011 auferir receita bruta total anual entre R$ 2.400.000,01 (dois milhes, quatrocentos mil reais e um centavo) e R$ 3.600.000,00 (trs milhes e seiscentos mil reais) continuar automaticamente includa no Simples Nacional com efeitos a partir de 1 de janeiro de 2012, ressalvado o direito de excluso por comunicao da optante. Vedaes: Determinadas atividades ou formas societrias esto vedadas de adotar o Super Simples - dentre essas vedaes, destacam-se: i) pessoas jurdicas constitudas como cooperativas (exceto as de consumo); ii) empresas cujo capital participe outra pessoa jurdica; iii) pessoas jurdicas cujo scio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurdica com fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de receita. Ficaram fora da vedao ao regime, as empresas de servios contbeis, que podero ser optantes pelo Simples Nacional.
Recolhimento nico: O Simples Nacional implica o recolhimento mensal, mediante documento nico de arrecadao, do IRPJ, IPI, CSLL, COFINS, PIS, INSS, ICMS e ISS. Entretanto, em alguns desses tributos h excees, pois o recolhimento ser realizado de forma distinta, conforme a atividade.
b) Lucro Presumido: O Lucro Presumido a forma de tributao simplificada do
Imposto de Renda (IR) e Contribuio Social sobre o Lucro (CSLL). A sistemtica de tributao pelo Lucro Presumido regulamentada pelos artigos 516 a 528 do Regulamento do Imposto de Renda (Decreto 3.000/1999).
A partir de 01.01.2003, a pessoa jurdica cuja receita bruta total, no ano-calendrio anterior, tenha sido igual ou inferior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhes de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhes de reais) multiplicado pelo nmero de meses de atividade do ano-calendrio anterior, quando inferior a 12 (doze) meses, poder optar pelo regime de tributao com base no lucro presumido. Observe-se que o primeiro requisito no estar obrigada ao regime de tributao pelo lucro real. Assim, por exemplo as empresas de factoring e as que usufruam de benefcios fiscais, no podero optar pelo lucro presumido. Alquotas: A pessoa jurdica, seja comercial ou civil, pagar o imposto alquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro presumido, apurado de conformidade com o Regulamento.O disposto neste item aplica-se, inclusive, pessoa jurdica que explore atividade rural. Adicional: A parcela do lucro presumido que exceder ao valor resultante da multiplicao de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo nmero de meses do respectivo perodo de apurao, sujeita-se incidncia de adicional de imposto alquota de 10% (dez por cento). O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporao, fuso ou ciso e de extino da pessoa jurdica pelo encerramento da liquidao. O disposto neste item aplica-se, igualmente, pessoa jurdica que explore atividade
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rural. O adicional de que trata este item ser pago juntamente com o imposto de renda apurado pela aplicao da alquota geral de 15%. Perodo de apurao: O imposto com base no lucro presumido ser determinado por perodos de apurao trimestrais, encerrados nos dias 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio (Lei 9.430/1996, artigos 1 e 25). Prazo e forma de pagamento: O IRPJ e a CSLL devidos com base no Lucro Presumido devero ser pagos at o ltimo dia til do ms subsequente ao do encerramento do perodo de apurao trimestral. Assim, o IR devido no 1o. trimestre/2.0x1 dever ser pago at 30.04.20x1 (se neste dia no houver expediente bancrio, ento o vencimento deve ser antecipado). Obrigaes contbeis do lucro presumido: A pessoa jurdica habilitada opo pelo regime de tributao com base no lucro presumido dever manter: i) Livro Caixa, no qual dever estar escriturado toda a movimentao financeira, inclusive bancria, ou escriturao contbil nos termos da legislao comercial; ii) Livro Registro de Inventrio, no qual devero constar registrados os estoques existentes no trmino do ano-calendrio; iii) em boa guarda e ordem, enquanto no decorrido o prazo decadencial e no prescritas eventuais aes que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escriturao obrigatrios por legislao fiscal especfica, bem como os documentos e demais papis que serviram de base para escriturao comercial e fiscal. Nota: O prazo de decadncia do Imposto de Renda de 5 (cinco) anos (PORTAL, 2013).
c) Lucro Real: A tributao Imposto de Renda Pessoa Jurdica (IRPJ) - Lucro Real ocorre
mediante a apurao contbil dos resultados, com os ajustes determinados pela legislao fiscal. A base de clculo do imposto, determinada segundo a lei vigente na data de ocorrncia do fato gerador, o lucro real correspondente ao perodo de apurao. Como regra geral, integram a base de clculo todos os ganhos e rendimentos de capital, qualquer que seja a denominao que lhes seja dada, independentemente da natureza, da espcie ou da existncia de ttulo ou contrato escrito, bastando que decorram de ato ou negcio que, pela sua finalidade, tenha os mesmos efeitos do previsto na norma especfica de incidncia do imposto. Perodo de apurao: O imposto ser determinado com base no lucro real por perodos de apurao trimestrais, encerrados nos dias 31 de maro, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano-calendrio. No caso da apurao com base no lucro real, o contribuinte tem a opo de apurar anualmente o imposto devido, devendo, entretanto, recolher mensalmente o imposto por estimativa. Nos casos de incorporao, fuso ou ciso, a apurao da base de clculo e do imposto devido ser efetuada na data do evento. Na extino da pessoa jurdica, pelo encerramento da liquidao, a apurao da base de clculo e do imposto devido ser efetuada na data desse evento.
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Alquotas e adicional: A pessoa jurdica, seja comercial ou civil o seu objeto, pagar o imposto alquota de 15% (quinze por cento) sobre o lucro real, apurado de conformidade com o Regulamento. O disposto neste item aplica-se, inclusive, pessoa jurdica que explore atividade rural.A parcela do lucro real que exceder ao valor resultante da multiplicao de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo nmero de meses do respectivo perodo de apurao, sujeita-se incidncia de adicional de imposto alquota de 10% (dez por cento). O adicional aplica-se, inclusive, nos casos de incorporao, fuso ou ciso e de extino da pessoa jurdica pelo encerramento da liquidao. O disposto neste item aplica-se, igualmente, pessoa jurdica que explore atividade rural. O adicional de que trata este item ser pago juntamente com o imposto de renda apurado pela aplicao da alquota geral de 15%. Distribuio de Lucros: Os lucros ou dividendos calculados com base nos resultados apurados a partir do ms de janeiro de 1996, pagos ou creditados pelas pessoas jurdicas tributadas com base no lucro real, no esto sujeitos incidncia do imposto de renda na fonte, nem integraro a base de clculo do imposto de renda do beneficirio, pessoa fsica ou jurdica, domiciliado no pas ou no exterior. Empresas obrigadas ao Lucro Real: A partir de 1999 esto obrigadas apurao do Lucro Real as pessoas jurdicas (Lei 9.718/1998, artigo 14): i) receita bruta total, no ano-calendrio anterior, seja superior a R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhes de reais), ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhes de reais) multiplicado pelo nmero de meses de atividade do ano-calendrio anterior, quando inferior a 12 (doze) meses; ii) bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econmicas, sociedades de crdito, financiamento e investimento, sociedades de crdito imobilirio, sociedades corretoras de ttulos, valores mobilirios e cmbio, distribuidora de ttulos e valores mobilirios, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crdito, empresas de seguros privados e de capitalizao e entidades de previdncia privada aberta; iii) que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; iv) empresas autorizadas pela legislao tributria, que usufruam de benefcios fiscais relativos iseno ou reduo do imposto; v) empresas que, no decorrer do ano-calendrio, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa; vi) empresas que explorem as atividades de prestao cumulativa e contnua de servios de assessoria creditcia, mercadolgica, gesto de crdito, seleo e riscos, administrao de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditrios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestao de servios (factoring). Tambm esto obrigadas ao Lucro Real as empresas imobilirias, enquanto no concludas as operaes imobilirias para as quais haja registro de custo orado (IN SRF 25/1999). O custo orado a modalidade de tratamento contbil dos custos futuros de concluso de obras. As pessoas jurdicas, mesmo se no obrigadas a tal, podero apurar seus resultados tributveis com base no Lucro Real.
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Assim, por exemplo, uma empresa que esteja com pequeno lucro ou mesmo prejuzo, no estando obrigada a apurar o Lucro Real, poder faz-lo, visando economia tributria (planejamento fiscal) (PORTAL, 2013).
4.3 Fontes para Obteno de Recursos
De onde vm os recursos?
1. Financiamento interno Por meio de reteno de lucros. 2. Financiamento externo Via emisso de aes (IPO Initial Public Offering). 3. Financiamento com terceiros bancos.
A escolha da fonte de financiamento est relacionada com o ciclo de vida da empresa.
1. Incio - Na implantao da empresa, em geral se utiliza capital prprio dos empreendedores. Como no podem dar garantias, dificilmente captam emprstimos para seus investimentos iniciais.
2. Crescimento - Na fase de crescimento so promovidas aberturas de capital (Ipos initial public offerings). O capitalista de risco surge quando as empresas comeam a crescer e necessitam intensamente de recursos. A falta de acesso a crditos as incentiva a buscar nos capitalistas de risco, scios com capacidade financeira para realizar os aportes necessrios.
3. Amadurecimento Na fase madura os resultados se tornam mais previsveis e as empresas j possuem ativos que podem ser dados como garantia a emprstimos. Para o desenvolvimento de projetos so utilizados os lucros retidos e o capital de terceiros.
4. Declnio A existncia de poucos projetos leva as empresas a promover o desinvestimento, a distribuir um percentual maior dos lucros como dividendos, ou mesmo, a realizar a recompra das aes.
Qualquer que seja o investimento, em qualquer projeto, vital que o retorno do investimento seja POSITIVO. Os investidores querem saber se os planos so viveis.
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4.4 Relacionamentos entre os Stakeholders
Fonte: HOJI, 2004.
4.5 Viso Sistmica das Atividades Financeiras
EMPRESA
Administradores +
Empregados
ACIONISTAS
Financiadores
Bancos
Fornecedores
Clientes Comunidades
Governo
Investidores
COMERCIAL (VENDAS)
PRODUO / PROJETOS
ADMINISTRAO E APOIO
FINANAS
COMISSES DE VENDAS, PUBLICIDADE, PROPAGANDA
FORNECEDORES, SALRIOS, TERCEIRIZADOS, LOCAES
GERNCIA, P&D, TI, QUALIDADE, MARKETING, CALL CENTER, SAC, RECURSOS HUMANOS
CONTROLES, CONTABILIDADE, OPERAES BANCRIAS, IMPOSTOS
CONTAS A RECEBER
CONTAS A PAGAR
INVESTIMENTOS
DES
PES
AS
N
O
OP
ERA
CIO
NA
IS
DES
PES
AS
FIN
AN
CEI
RA
S
FINANCIAMENTOS
REC
EITA
S N
O
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CIO
NA
IS
RECEITA OPERACIONAL
FLUXO DE CAIXA
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4.6 Organizao do Departamento de Finanas
4.7 Ciclos Operacional, Econmico, Financeiro e Fluxo de Caixa
Entende-se como Ciclo Operacional o perodo de tempo que uma indstria, por
exemplo, leva para produzir seu estoque, vend-lo e receber as duplicatas geradas na venda, entrando em caixa. Em outras palavras, o tempo que a empresa demora para produzir, vender e receber o produto que ela fabrica. O ciclo operacional de um supermercado relativamente rpido (em mdia 30 dias), pois este tipo de empresa tem um giro rpido e vende vista. Uma metalrgica, por exemplo, tem um ciclo mais lento, pois, alm de produzir, tradicionalmente vende a prazo (seu ciclo normalmente de 90 dias).
Uma construtora tem um ciclo mais demorado, podendo passar de um ano. As atividades pecurias podem ter um ciclo operacional que pode ultrapassar quatro anos, desde o nascimento do bezerro at a venda do boi gordo e o respectivo recebimento.
Portanto, se o ciclo operacional for de 17 meses, o Curto Prazo ser de 17 meses. Se for de nove meses, o curto prazo ser de um ano. A regra geral : CONSIDERA-SE CURTO PRAZO O PERODO DE 12 MESES OU O CICLO OPERACIONAL, VALENDO O MAIOR.
FINANAS
TESOURARIA CONTROLADORIA
Administrao do Caixa
Crdito
Contas a Receber
Contas a Pagar
Planejamento financeiro
Cmbio
Contabilidade financeira
Contabilidade de custos
Sistemas de informao
Administrao de tributos
Oramentos
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CICLOS OPERACIONAL, ECONMICO E FINANCEIRO
MESES
FLUXO DE CAIXA
Meses 0 1 2 3 4
Recebimentos 1.600
Pagamentos
- Matria prima (1.000)
- Salrios (100) (100)
- Comisses (300)
Resultado antes dos juros (100) (100) (1.300) 1.600
Juros (2 % a.m.) (6,12) (4,04) (26)
Resultado aps os juros (106,12) (104,04) (1.326) 1.600
Emprstimos 106,12 104,04 1.326 (1.536,16)
Saldo Final 0 0 0 63,84
VENDA
COMPRA DE MATRIA PRIMA
INCIO DA FABRICAO
CICLO ECONMICO
CICLO FINANCEIRO
CICLO OPERACIONAL
0 1 2 3 4
MATRIA PRIMA (1.000)
RECEBIMENTO VENDAS (1.600)
COMISSES (300)
FIM DA FABRICAO
ENTREGA
SALARIOS (100) SALARIOS (100)
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5 ESTRUTURA DE CUSTOS GERENCIAIS
Para se conhecer a estrutura de custos de um determinado modelo de negcios, fundamental que se conhea a operao e todos os processos envolvidos na entrega de valor ao cliente. Por que isso importante?
A tarefa de qualquer negcio fornecer valor ao mercado mediante um lucro. De acordo com Porter (1999), o negcio rentvel quando o valor que cria superior ao custo do desempenho das atividades de valor da empresa. O esquema a seguir ilustra a relao entre a estrutura de custos e a margem ou lucro:
5.1 Custos Envolvidos na Entrega de Valor
Fonte: Adaptado de PORTER, 1999.
5.2 Custos Diretos e Custos Indiretos Uma empresa precisa conhecer os custos envolvidos na entrega de valor e separ-
los em diretos e indiretos. Custos indiretos so aqueles que ocorrem sempre, todos os meses, mesmo que a empresa no obtenha nenhuma receita. Os custos diretos, por sua vez, so aqueles que variam em funo dos volumes de vendas. Ou seja, quanto mais a empresa vender, maior ser seu custo direto.
O preo a ser praticado depende fortemente da percepo de valor pelos clientes e as empresas tm pouco controle sobre as variveis ambientais que a influenciam.
PREO
MARGEM (LUCRO)
Ati
vid
ades
de
apo
io
Cu
sto
s in
dir
etos
A
tivi
dad
es p
rim
ria
s C
ust
os
dir
eto
s
Infra-estrutura da empresa
Gerncia de recursos humanos
Desenvolvimento da tecnologia
Compra de bens e servios
Logstica de entrada
Operaes
Logstica de sada
Marketing e vendas
Servios
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Contudo, quanto menores forem os custos envolvidos na produo dos bens e servios, maior ser a sua margem ou lucro.
Ento, o conceito de criao de valor tambm consiste na diferenciao das atividades da empresa resultantes de diminuio de custos e aumento da performance para o comprador. Desse modo, pode-se dizer que uma das definies de criao de valor : realizar as atividades da empresa de modo diferente dos seus rivais ou realizar atividades similares de maneira diferente (PORTER, 1999, p.83-106).
5.3 Modelo de Estrutura de Custos Gerenciais
Primeiro Nvel
Unidade Descrio 100 Escritrio Central 200 Fbrica 300 Projetos (Abrir uma unidade para cada projeto) 400 Investimentos (Abrir uma unidade para cada investimento 900 Outros
Segundo Nvel
Categoria Descrio 100 Administrativas 200 Recursos Humanos 300 Materiais e Insumos 400 Veculos e Equipamentos 500 Instalaes 600 Impostos e Tributos 700 Jurdico 800 Bancos 900 Scios
Terceiro Nvel
Contas Administrativas 010 gua, Luz e Gs 020 Alugueis, Condomnio e IPTU 030 Telecomunicaes e Internet 040 Manuteno Predial e Segurana 050 Honorrios Contador, Auditor, Advogados 060 Material de escritrio 070 Publicidade e propaganda 080 Informtica 090 Diversos
O terceiro nvel opcional os custos vo sendo detalhados mediante a necessidade de se compreender os custos mais significativos.
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5.4 Sistema de Informaes Estratgicas
A partir da estrutura de custos proposta, a empresa dever manter uma rotina que
manter um banco de dados com todas as despesas classificadas de acordo com a estrutura. Assim, ser possvel obter informaes como as dos exemplos a seguir:
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6 FUNDAMENTOS PARA COMPOSIO DE PREOS
No passado, o preo era definido na negociao para a troca direta de produtos entre as pessoas, ou escambo, que no usava moeda. No escambo, o preo a quantidade de produtos trocados por outros produtos. O escambo ainda feito em condies especficas. Numa regio de agricultura de subsistncia na Amaznia, o pequeno produtor leva parte da sua produo de abacaxis para trocar, num mercadinho da vila mais prxima, por itens essenciais, como sal, fsforos, querosene, gasolina.
No cotidiano da maior parte das pessoas, preo a quantidade de dinheiro paga para adquirir um produto ou servio. Por exemplo, a tarifa da passagem area de Manaus para Porto Alegre varia de R$ 1.050,00 a R$ 1.360,00 entre as companhias areas.
Atualmente temos uma concepo mais elaborada de preo, associada ao conceito de valor percebido a soma dos benefcios sobre a soma dos custos, sob a tica do cliente. Preo tudo o que o consumidor percebe ter dado ou sacrificado para obter o produto. Pode-se dizer que o preo tem dois componentes: o componente monetrio a concepo usual do consumidor, mas que vai alm do preo pago pelo produto e acrescenta os custos monetrios de operao, manuteno e depreciao do produto. O componente no monetrio consiste nos custos de tempo, energia e psicolgico para adquirir e usar o produto. No exemplo da viagem area, o preo no se restringe faixa dos R$ 1.050,00 aos R$ 1.360,00. Na companhia que cobra o mnimo, o passageiro pode arcar com um preo no monetrio expressivo se fica com medo, imaginando que a manuteno dos avies no das melhores (preo psicolgico) e se a espera por causa dos atrasos no embarque longa (preo de tempo).
O preo assim definido tem diversas implicaes prticas. Compramos um produto quando percebemos que o preo total (preo monetrio mais o preo no monetrio) compatvel com os benefcios gerados. Quando o preo aumenta ou diminui, a empresa no modifica o total de benefcios, o apelo para o cliente adquirir o produto reduzido ou ampliado. Quanto maiores os benefcios percebidos, maior pode ser o preo monetrio para manter o valor percebido. Por outro lado, no adianta oferecer um altssimo valor percebido a algum que no consegue pagar o preo monetrio correspondente, mesmo que o montante de benefcios seja muito maior que o preo. o caso dos produtos sofisticados e de alto desempenho.
No composto de marketing (QUATRO PS - PRODUTO, PREO, PRAA, PROPAGANDA), o preo tem natureza distinta dos demais elementos. Enquanto os outros Ps criam valor para o cliente e implicam em custos para a empresa, com o preo a empresa obtm parte do valor propiciado como recompensa monetria, dentro da relao de troca. O preo a contrapartida que a empresa cobra do consumidor pelo que oferece a ele. O preo ainda tem a caracterstica da agilidade. As empresas no mudam um produto e menos ainda a distribuio com a rapidez com que alteram os preos. D para ser rpido na gesto da promoo, mas o preo costuma ter mais impacto nas decises de
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compra, comportamento da concorrncia e rentabilidade do negcio. O preo requer flexibilidade e velocidade dos profissionais para obter dados, avaliar informaes e tomar decises.
6.1 Formao de Preos de Produtos e Servios
Um exemplo simples ilustra a importncia do preo sobre a lucratividade. Vamos supor uma empresa que trabalhou no ms passado com preo unitrio de R$ 100, volume de vendas de 1.000 unidades, custo fixo de R$ 30.000 e custo varivel de R$ 60 por unidade. O lucro foi de R$ 10.000, conforme a seguir:
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 100,00 Quantidade vendida = 1.000
(+) Receitas operacionais........R$ 100.000,00 (R$ 100,00 x 1.000)
Custos fixos = R$ 30.000,00 (-) Despesas fixas......................R$ 30.000,00
Custo varivel unitrio = R$ 60,00 Quantidade vendida = 1.000
(-) Despesas variveis..............R$ 60.000,00
(=) Resultado.........................R$ 10.000,00
A melhora de 5 % em cada determinante do lucro, mantidos inalterados os demais fatores, teria os seguintes impactos sobre o lucro: Aumentar o preo unitrio em 5 %: o preo passaria de R$ 100,0 para R$ 105,00 o lucro gerado seria de R$ 15.000,00, 50 % maior que o lucro atual.
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 105,00 Quantidade vendida = 1.000
(+) Receitas operacionais....R$ 105.000,00 (R$ 105,00 x 1.000)
Custos fixos = R$ 30.000,00 (-) Despesas fixas......................R$ 30.000,00
Custo varivel unitrio = R$ 60,00 Quantidade vendida = 1.000
(-) Despesas variveis...............R$ 60.000,00
Resultado anterior = R$ 10.000,00 (=) Resultado..........................R$ 15.000,00
Aumento no volume de vendas em 5 %: o volume de vendas passaria de 1.000 para 1.050 unidades o lucro gerado seria de R$ 12.000, 20 % maior do que o atual.
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 100,00 Quantidade vendida = 1.050
(+) Receitas operacionais.....R$ 105.000,00 (R$ 105,00 x 1.000)
Custos fixos = R$ 30.000,00 (-) Despesas fixas.......................R$ 30.000,00
Custo varivel unitrio = R$ 60,00 Quantidade vendida = 1.050
(-) Despesas variveis............R$ 63.000,00
Resultado anterior = R$ 10.000,00 (=) Resultado...........................R$ 12.000,00
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Reduo do custo fixo em 5 %: de R$ 30.000 para R$ 28.500 o lucro gerado seria de R$ 11.500,00, 15 % maior que o atual.
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 100,00 Quantidade vendida = 1.000
(+) Receitas operacionais........R$ 100.000,00 (R$ 100,00 x 1.000)
Custos fixos = R$ 28.500,00 (-) Despesas fixas......................R$ 28.500,00
Custo varivel unitrio = R$ 60,00 Quantidade vendida = 1.000
(-) Despesas variveis...............R$ 60.000,00
Resultado anterior = R$ 10.000,00 (=) Resultado..........................R$ 11.500,00
Reduo do custo varivel em 5 %: de R$ 60 para R$ 57 o lucro gerado seria de R$ 13.000, 30 % maior que do que o atual.
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 100,00 Quantidade vendida = 1.000
(+) Receitas operacionais.............R$ 100.000,00 (R$ 105,00 x 1.000)
Custos fixos = R$ 30.000,00 (-) Despesas fixas.........................R$ 30.000,00
Custo varivel unitrio = R$ 57,00 Quantidade vendida = 1.000
(-) Despesas variveis............R$ 57.000,00
Resultado anterior = R$ 10.000,00 (=) Resultado..........................R$ 13.000,00
Melhora de 5 % em todas as variveis. Nem sempre possvel, pois um aumento no preo unitrio implica automaticamente em menor volume de vendas. Entretanto, comprova que a boa gesto de preos tem grande capacidade de impulsionar os lucros. Porm, muitos profissionais priorizam os custos e o volume de vendas. Para efeitos de exemplo, o lucro seria de R$ 21.900,00, ou seja, 119 % maior que o resultado anterior.
Produto X Resultado
Preo unitrio R$ 105,00 Quantidade vendida = 1.050
(+) Receitas operacionais..........R$ 110.2500,00 (R$ 105,00 x 1.050)
Custos fixos = R$ 28.500,00 (-) Despesas fixas......................R$ 28.500,00
Custo varivel unitrio = R$ 57,00 Quantidade vendida = 1.050
(-) Despesas variveis...........R$ 59.850,00
Resultado anterior = R$ 10.000,00 (=) Resultado.........................R$ 21.900,00
O caminho a gesto integrada de preos, que contempla os diversos fatores relevantes e consolida a competncia gerencial no processo de apreamento. A base do trabalho a anlise de custos internos, concorrncia, demanda (tendncias de crescimento do mercado) e consumidor. Este conhecimento indica foras e fraquezas da empresa e oportunidades e ameaas do ambiente com influncias na deciso de apreamento.
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Com o contexto mapeado, so definidos os objetivos de preo da empresa, que
apontam as estratgias viveis. Os custos definem o piso dos preos abaixo do qual, a longo prazo, no existe viabilidade financeira. A demanda e o cliente formam o teto dos preos, alm do qual no se consegue vender. Entre o piso e o teto, a empresa seleciona os preos mais adequados, conforme os objetivos e as estratgias adotados.
6.2 Economia de Escala, Economia de Amplitude e Ponto de Equilbrio
Anlise de Custos - Custos so os gastos que a empresa tem para produzir e comercializar o produto. A receita resulta da multiplicao do preo pela quantidade vendida. Deduzindo os custos da receita, a empresa apura o resultado financeiro. Se a receita maior do que os custos, h lucro. Na situao contrria, os custos superam as receitas e h prejuzo. Os custos so o patamar mnimo para os preos porque a empresa no pode dar prejuzos o tempo todo. Logo, ter custos mais baixos uma vantagem competitiva poderosa.
Tipos de Custos - Os custos se dividem em fixos e variveis. Custos fixos independem das variaes nas quantidades ou volumes de produtos fabricados e comercializados em certo perodo exemplos: instalaes (aluguel, concessionrias, segurana, limpeza, escritrio, etc.). Os custos variveis se alteram em funo das quantidades produzidas e comercializadas. o caso das matrias primas. Alguns custos englobam uma parcela fixa e outra varivel, como o caso de funcionrios. A partir dos custos fixos e variveis so calculados o custo total e o custo total unitrio, conforme a seguir:
Custo total = (custo varivel unitrio x unidades produzidas) + custo fixo Custo total unitrio = custo varivel unitrio + (custo fixo / unidades produzidas)
Margem de Contribuio a diferena entre o preo de venda do produto e seu
custo varivel. A margem a quantia que sobra para cobrir os custos fixos e gerar lucro para a empresa. Imagine que um produto vendido por R$ 100 e tem custo varivel unitrio de R$ 60, formando a margem de contribuio de R$ 40. Em princpio, o produto pode ser vendido por qualquer preo acima do custo varivel unitrio, porque com a diferena a empresa obtm uma contribuio para amortizar parte dos custos fixos. Mas o conjunto de produtos da empresa tem de gerar montante de margem de contribuio suficiente para cobrir os custos fixos totais e ainda prover o lucro pretendido pelo empresrio.
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Economias de Escala e de Amplitude - So economias obtidas quando o aumento
do volume processado em uma atividade da empresa resulta em custos menores. Na economia de escala, o custo total unitrio declina com o rateio dos custos fixos
entre maior quantidade de unidades do produto. Se a empresa melhora o uso da capacidade instalada, ela gera economias de escala. Baixa capacidade ociosa significa melhor emprego de recursos.
A economia de amplitude alcanada se a empresa produz ou comercializa produtos diferentes e compartilha ativos tangveis e intangveis entre os processos para fazer ou vender estes bens. Exemplo se a empresa utiliza o mesmo servio de atendimento ao consumidor (ativo tangvel) para diferentes linhas de produto e segmentos de mercado, os custos fixos ficam menores devido economia de amplitude. O fenmeno se repete se ela usa uma marca (ativo intangvel) para todos os produtos da empresa. As atividades de construo e manuteno da marca ficam diludas pelos diversos produtos (aqui tambm ocorre a economia de escala).
Ganhos de Experincia Quando fazemos uma atividade pela primeira vez, normal experimentar certa dificuldade. Quando repetimos a tarefa mais vezes, nossos conhecimentos e habilidades com a atividade aumentam. A competncia adquirida se traduz, por exemplo, na rapidez e na perfeio do trabalho e em mtodos e equipamentos aperfeioados. A produtividade, definida como a relao entre unidades produzidas e insumos consumidos cresce. Ganhos de aprendizagem so a tendncia de queda de custos da empresa que produz e comercializa maior nmero de unidades de produto em certo perodo em comparao com empresas de menor participao no mercado.
Anlise do Ponto de Equilbrio
Conhecidos os custos fixos e variveis do produto e dado seu preo, este mtodo
determina o volume de vendas que equilibra receitas e custos. O ponto de equilbrio a quantidade de produtos na qual, para certo preo unitrio, a receita total iguala os custos totais, no ponto exato entre prejuzo e lucro. A cada produto vendido, a receita cobre o custo varivel daquela unidade e deixa uma margem de contribuio para bancar os custos fixos. Com as vendas aumentando, em certo nvel, elas atingem o ponto de equilbrio, em que a margem de contribuio acumulada cobre todos os custos fixos. Deste nvel de vendas em diante a empresa comea a lucrar. Para identificar o ponto de equilbrio, basta recorrer frmula:
Ponto de equilbrio = Custos fixos / margem de contribuio unitria
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Exemplo
(A) Unidades
de Produto
(B) Preo
Unitrio (R$)
(C) Receita Total
(A) x (B)
(D) Custo Fixo
(R$)
(E) Custo
Varivel Unitrio
(R$)
(F) Custo
Varivel Total (R$) (A) x (E)
(G) Custo Total
(R$) (D) + (F)
(H) Lucro ou Prejuzo (C) (G)
0 40 0 8.000 10 0 8.000 -8.000
100 40 4.000 8.000 10 1.000 9.000 -5.000
200 40 8.000 8.000 10 2.000 10.000 -2.000
300 40 12.000 8.000 10 3.000 11.000 1.000
400 40 16.000 8.000 10 4.000 12.000 4.000
500 40 20.000 8.000 10 5.000 13.000 7.000
600 40 24.000 8.000 10 6.000 14.000 10.000
700 40 28.000 8.000 10 7.000 15.000 13.000
Adaptado de URDAN, F.T; URDAN, A.T. Gesto do Composto de Marketing. So Paulo: Atlas, 2006.
(Adaptado de URDAN, F.T.; URDAN, A.T. Gesto do Composto de Marketing. So Paulo: Atlas, 2006.)
30.000
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0 100 200 300 400 500 600 700
Custo Fixo
Custo Varivel
Custo Total
Receita Total
Unidades de Produto
Cust
o o
u R
ece
itas
(R$)
Ponto de equilbrio 267 unidades
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6.3 Objetivos e Estratgias de Preos
A referncia inicial de um plano de apreamento so os objetivos estratgicos da empresa. Na perspectiva financeira, o objetivo estratgico maximizar a riqueza dos proprietrios do capital, medida pelo valor de mercado do negcio. Sem isto, no existe incentivo para o investimento do capitalista e nem ele se sente motivado a correr os riscos da ao empreendedora. No longo prazo, se no forem alcanados os objetivos estratgicos, principalmente esse, o financeiro, a deciso racional livrar-se do negcio.
Os objetivos estratgicos so atingidos por meio de contribuies das reas de produo, finanas, recursos humanos e marketing. Os objetivos so cinco: a) lucratividade; b) volume de vendas; c) participao no mercado; d) concorrncia; e) posicionamento.
Na prtica, eles esto inter-relacionados e as empresas adotam mltiplos objetivos de preo, que mudam com o tempo por diversas razes, como concorrncia, demanda e interesse do consumidor. O perodo de tempo, considerado pela empresa ao definir os objetivos, afeta as decises de apreamento. Quando tratam de preos, os executivos podem visar ao longo prazo, porm, o mais usual o curto prazo.
As estratgias de apreamento definem uma estrutura de diversos preos, que deve ser competitiva e rentvel. A seleo dessas estratgias determinada por fatores internos e externos empresa, como consumidores, concorrentes e custos da empresa. Por exemplo, a estratgia de desnatao de mercado parece ser apropriada se o objetivo maximizar o lucro, os consumidores so pouco sensveis a preo e possvel diferenciar o produto. Em um mercado sensvel a preo e concorrentes com produtos indiferenciados, mais adequado perseguir a reduo do custo total, ampliando os volumes produzidos e vendidos e ganhando escala via estratgia de penetrao de mercado.
Categoria de estratgia Estratgia Apreamento competitivo Liderana em preo
Paridade de preo Preo de Prestgio Preo mais baixo Geogrfica de preo
Apreamento de Novos Produtos Desnatao Penetrao de Mercado
Apreamento de um conjunto de produtos Linha de Produtos Pacote de Produtos Produtos Complementares Produtos Substitutos
Apreamento Discriminador Desconto para Segundo Mercado Descontos Peridicos Descontos Aleatrios Desconto Negociado Desconto por Volume
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6.4 Componentes Tangveis e Intangveis de Preos
Vale lembrar que um fator decisivo para a aceitao de determinado preo final, nem sempre o seu montante, mas a forma e os meios de pagamento, ou seja, a facilidade para se pagar. Concessionrias de veculos, grandes lojas de departamentos criam condies e pagamento parcelado que viabilizam a compra de veculos e eletrodomsticos. As lojas de convenincia que ficam abertas 24 horas tambm so exemplos de que o preo no o fator decisivo para a compra. Quase sempre, os produtos disponveis em lojas de convenincia apresentam preos duas ou trs vezes maior que em outros pontos-de-venda que funcionam apenas em horrio comercial.
6.5 Clculo da Demanda e do Potencial de Mercado
Os planos de marketing so influenciados por expectativas da demanda futura pelos bens e servios da organizao. Quando as expectativas dos profissionais de marketing forem realistas, os planos tero mais chance de sucesso. Em contraste, pressuposies incorretas sobre o futuro podem custar caro, como os fabricantes de automveis japoneses descobriram recentemente. Durante anos, eles prosperaram servindo um mercado crescente com uma variedade de modelos, caractersticas e opes produzidos em fbricas modernas. Quando as vendas caram, tornou-se difcil justificar o investimento em inovaes e eles tiveram de realizar cortes drsticos nos custos. Como disse o vice-presidente executivo da Mazda, Makoto Miyaji: No estvamos preparados para isso.
A estimativa das receitas ou custos futuros conhecida como previso. Os profissionais de marketing dependem de duas categorias amplas de previses. Eles esto interessados em prever o potencial de mercado ou a demanda total esperada para um produto em determinado mercado. Por exemplo, a Kodak precisa avaliar quantas fotocopiadoras as empresas de um determinado pas compraro durante os prximos trs anos. Em segundo lugar, os profissionais de marketing tambm necessitam de uma previso de vendas, ou seja, uma estimativa das vendas futuras provveis da empresa. Em geral, as tcnicas usadas para criar essas previses envolvem anlise da demanda passada e atual e, depois o uso dessas informaes para fazer previses para o futuro (CHURCHILL, 2007, pp-104-108) .
Demanda de mercado ou funo demanda de mercado o valor total que seria comprado pelos clientes em cada condio de investimento de marketing pelas empresas. No um nmero fixo, mas uma funo de determinadas condies.
Potencial de mercado o nvel mximo da demanda a ser atingido com o mximo de investimento de marketing. Pode ser expresso da seguinte maneira:
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A demanda do produto, por sua vez, o resultado da participao do produto na
demanda de mercado. funo da eficcia dos investimentos em marketing realizados pela empresa.
POTENCIAL DE MERCADO = n x q x p
n = nmero de compradores
q = quantidade mdia por ano de cada comprador
p = preo mdio unitrio
Manual de Gesto Financeira Profa. Dra. Sirlei Pitteri
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7 EXERCCIOS RESOLVIDOS
7.1 Matemtica