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ARTIGO NU MERO 174
MANEJO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE EQUINOS - REVISA O
Elton Lima Santos, Maria Caroline de Almeida Cavalcanti, Jos
Edmar de Lira, Douglas Rodrigues de Meneses, Clemens Rocha Fortes,
Artur Victor Ferreira da Silva, Mariana
Correia Temoteo, Lucas Pereira da Silva
Universidade Federal de Alagoas, Centro de Cincias Agrrias,
Curso de Zootecnia, (CECA/UFAL), BR 101-Norte Km 85, Rio Largo, AL,
Brasil, CEP 57.100-00, (082) 3261-1351.
([email protected])
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REVISTA ELETRNICA NUTRITIME ISSN 1983-9006 www.nutritime.com.br
Manejo nutricional e alimentar de equnos - Reviso
Artigo 174 - Volume 9 - Nmero 05 p. 1911 1943 - Setembro/
Outubro 2012
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MANEJO NUTRICIONAL E ALIMENTAR DE EQUINOS: REVISO
Elton Lima Santos, Maria Caroline de Almeida Cavalcanti, Jos
Edmar de Lira, Douglas Rodrigues de Meneses, Clemens Rocha Fortes,
Artur Victor Ferreira da Silva, Mariana
Correia Temoteo, Lucas Pereira da Silva
Universidade Federal de Alagoas, Centro de Cincias Agrrias,
Curso de Zootecnia, (CECA/UFAL), BR 101-Norte Km 85, Rio Largo, AL,
Brasil, CEP 57.100-00, (082) 3261-1351.
([email protected])
RESUMO - O presente trabalho objetiva estudar de modo geral
todos os cuidados com o manejo nutricional e alimentar nas
diferentes fases de criao dos equinos. Relacionados aos seguintes
pontos: consideraes sobre a anatomia e fisiologia digestiva dos
equinos, digestibilidade de alimentos para equinos, consideraes
sobre os principais alimentos utilizados para equinos, alimentao do
potro, alimentao de animais em reproduo, alimentao de animais em
reproduo, manejo nutricional de equinos idosos, alimentao de
animais de exerccio ou de trabalho, comportamento dos equinos sob
pastejo, principais distrbios nutricionais em equinos.
Palavras-chaves: alimentos, cavalos, nutrio
ABSTRACT - This paper aims to study all general care nutritional
management in different stages of setting up the horses. Related to
the following points: consideration of the anatomy and physiology
equine digestive tract, digestibility of feed for horses,
considerations on the main ingredients used for horses, feed the
pony, feed animals in reproduction, feeding in animal reproduction,
nutrition management for older horses, feed
animals of exercise or work, grazing behavior of horses, major
nutritional disorders in horses.
Keywords: feed, horse, nutrition
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Introduo
A escassez de pesquisas sobre a
nutrio dos equinos tem contribudo para que sua alimentao seja
realizada mais como arte do que propriamente cincia. Por outro
lado, o incremento das prticas esportivas nas diversas modalidades
hpicas e a expanso do calendrio das corridas nos hipdromos e
parques de vaquejadas demandam potros de crescimento rpido, capazes
de suportar o estresse nos treinamentos e nas
competies. Alm disso, a baixa produtividade de gros no Pas
acentua o
problema de competio por alimentos entre o homem e os animais
domsticos.
A espcie equina uma das poucas espcies domsticas para a qual os
requerimentos no esto bem estabelecidos (NRC,1989). Para elaborao
de prticas nutricionais corretas para atender s diversas funes do
organismo, o conhecimento da fisiologia digestiva do cavalo
essencial,
sendo necessrio conhecer no s como funciona o aparelho
digestivo, como
tambm a eficincia com que aproveita os nutrientes dos
alimentos.
O equino est destinado a papis muito variveis; do cavalo de
corrida, exige-se velocidade, do cavalo de esporte,
a fora, bem como certa rusticidade, do reprodutor, espera-se boa
fecundidade, do
cavalo destinado ao matadouro, busca-se um rpido
desenvolvimento. Em quase todas as raas, a tendncia atual de
produzir animais mais fortes, mais precoces e mais versteis. Seja
qual for a anatomia e finalidade, o cavalo tem como qualquer outro
ser vivo necessidade de encontrar em sua alimentao os
nutrientes necessrios ao seu crescimento, manuteno e trabalho.
Para ser
completo, no entanto, o alimento deve conter no apenas os
nutrientes bsicos
necessrios, como tambm esses devem estar em perfeito equilbrio.
Entretanto, poucos estudos a respeito da nutrio e do manejo
alimentar dos equinos so verificados na literatura cientfica, sendo
ainda menor esse nmero quando relacionado s condies especficas do
Pas (MORETINI et al, 2004).
Considerando-se individualmente cada categoria animal (potros,
guas em reproduo, garanhes, animais de trabalho ou em manuteno),
sabemos que existem diferenas nas necessidades
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nutricionais e no manejo de cada categoria.
Desta forma, o presente estudo visa
abranger de maneira geral todos os cuidados com o manejo
nutricional e alimentar nas suas diferentes categorias dos equinos.
Relacionados aos seguintes pontos: Consideraes sobre a anatomia e
fisiologia digestiva dos equinos, digestibilidade de alimentos para
equinos, consideraes sobre os principais alimentos utilizados para
equinos, alimentao do potro, alimentao de animais em reproduo,
alimentao de animais em reproduo, manejo nutricional de equinos
idosos, alimentao de animais de exerccio ou
de trabalho, comportamento dos equinos sob pastejo, principais
distrbios nutricionais em equinos.
Consideraes sobre a anatomia e fisiologia digestiva dos
equnos
Conforme ARCHER (1973), o cavalo difere do bovino, especialmente
sob dois aspectos: sistema digestivo monogstrico
herbvoro, com ceco e clon (funcionais) e funcionalidade (animal
de trabalho). Os equinos tambm diferem dos bovinos no
hbito de pastejo por possurem incisivos superiores e grande
motilidade labial, procedendo ao corte da gramnea rente ao
solo.
Para se usar um volumoso
suplementar adequado para pastagem imprescindvel que se conhea
alguns detalhes da digesto do equdeo. De acordo com OLSSON &
RUUDVERE (1955) vrios so os fatores afetam o tempo de permanncia
dos alimentos nos diversos segmentos do trato digestivo dos
equinos, alterando consequentemente sua digestibilidade, como: a
individualidade do animal, a composio qumica e
quantidade do alimento, o tipo de atividade fsica do animal, o
tipo e
tamanho das partculas do alimento e a quantidade de fibra
presente na dieta. Os equdeos so capazes de utilizar grandes
quantidades de forragem para atender as suas exigncias nutricionais
e atualmente,
para maximizar o crescimento e a
produtividade dos equdeos, as dietas tambm contem altos nveis
de
suplementos. Portanto, este tipo de manejo nutricional resulta
em aumento do custo de produo, mas oferece uma significante
contribuio da dieta
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volumosa no atendimento dos requerimentos nutricionais dos
animais.
O equdeo um monogstrico, mas,
por possuir caractersticas particulares,
pode ser classificado como Herbvoro no
Ruminante. O primeiro compartimento (estmago) pequeno (apenas 9
% do total). Isso implica em um fornecimento de alimento vrias
vezes ao dia. Outra particularidade a importncia do ceco e clon (70
% do total) onde ocorrem fermentaes que permitem o
aproveitamento das fibras. Um equdeo de 500 kg de peso vivo
possui um aparelho digestivo de capacidade total de
cerca de 130 litros, portanto, seu estmago tem capacidade para
12 litros
(9% do estomago - entre alimento, gua, gases e secrees
gstricas). Esta pequena capacidade do estmago do equdeo limita
muito sua capacidade de ingesto de alimento. Se o alimento for
concentrado, cuja digesto ocorre principalmente no estmago e incio
do intestino delgado, o fornecimento deste
deve estar limitado a 2,5 kg por refeio, sendo o ideal ao redor
de 1,5 - 2,0 kg de concentrado por refeio.
Este limite deve ocorrer para que no haja riscos de clicas por
excesso de
alimentao, pois o equdeo possui uma outra caracterstica na
insero do esfago com o estmago, que impede que
o alimento retorne boca (o equdeo no regurgita). Se ocorrer uma
ingesto elevada de alimento concentrado de uma s vez, ele no vai
conseguir digerir, havendo uma sobrecarga gstrica, podendo ocorrer
ruptura do estmago pelo excesso de concentrado. Esta pequena
capacidade do estmago faz com que o equdeo tenha que se alimentar
durante todo o dia para que possa preencher seu aparelho digestivo.
Um equdeo solto em um pasto, ele pasteja durante 18-19 horas por
dia.
O alimento volumoso tem seu
processo de digesto ocorrendo principalmente no intestino grosso
(ceco e clon) onde ocorrer ao da flora intestinal. Devido s fibras
contidas no volumoso, a velocidade de passagem deste para intestino
rpida. Isso tambm leva a uma caracterstica particular no
manejo alimentar do equdeo. No recomendado oferecer volumoso
misturado ao concentrado ou logo em
seguida ao fornecimento do volumoso, pois devido fibra longa
contida no volumoso, ocorre a passagem mais rpida
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pelo estmago e intestino delgado levando o concentrado para o
intestino grosso onde o aproveitamento bem
menor, diminuindo assim a sua eficincia. No manejo dirio, deve
sempre oferecer primeiro o volumoso e a seguir o
concentrado para melhor eficincia. Se se oferecer primeiro o
concentrado deve-se aguardar por um tempo de 45 minutos uma hora
para, a seguir, oferecer o
volumoso. Apenas
Na primeira refeio do dia, o cavalo bem manejado j comeu o
volumoso durante a noite, podendo, logo cedo, receber a alimentao
concentrada. A
sequncia alimentar deve ser cuidadosamente instituda, ou seja, o
fornecimento das refeies deve ser realizado nos mesmos horrios. Os
equinos no devem passar longos perodos em jejum, para evitar a
ocorrncia de gastrites ou lceras. Isto muitas vezes difcil de ser
realizado,
pois a rotina dos animais atletas acaba sendo determinada pelas
necessidades das competies, alm de viagens constantes
as quais estes se submetem.
Digestibilidade de alimentos para equnos
As informaes sobre digestibilidade dos nutrientes em vrios
alimentos para equinos, comparadas ao de outras espcies, so
bastante limitadas. Dessa forma, o estudo de alimentos alternativos
para compor raes para a espcie equina, torna-se fundamental.
ARAJO et al. (2000), trabalhando farelo de soja para equinos, ,
trabalhando com soja integral tostada, encontraram resultados de
digestibilidade da matria seca, que foi de 79,64% para o farelo de
soja e de 84,1% para a soja integral tostada.
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Tabela 1. Coeficientes de digestibilidade aparente da matria
seca (CDAMS), matria orgnica (CDAMO), protena bruta (CDAPB), fibra
em detergente cido (CDAFDA), fibra em detergente neutro (CDAFDN) e
energia bruta (CDAEB) dos alimentos-teste por meio do mtodo de
coleta total.
Coeficientes de digestibilidade aparente (%) Alimentos CDAMS
CDAMO CDAPB CDAFDA CDAFDN CDAEB
Feno de Rama de mandioca
28.7 5.8 24.6 5.7 41.8 5.8 11.8 8.2 14.8 5.7 24.8 6.0
Feno de Rama de Cenoura
52.2 4.5 57.7 4.4 51.3 4.8 59.7 4.6 68.2 4.9 48.6 5.1
Feno de tifton 40.9 0.4 41.3 0.4 69.3 1.0 40.4 0.4 44.4 0.3 40.9
1.3 Soja Integra
Tostada 84.1 4.4 82.4 6.8 86.6 1.9 46.5 5.8 56.6 6.2 72.9
1.8
Milho Floculado 83.7 1.9 90.2 6.2 83.0 2.3 54.9 4.7 59.5 4.3
89.2 2.3
Semente de Linhaa
78.7 2.5 76.4 4.5 73.5 8.5 47.6 5.0 53.6 7.5 60.9 1.8
CV (%) 39.15 41.11 26.22 38.98 37.75 41.12 / Resultados obtidos
a partir da media de 2 observaes avaliadas /Valor correspondente ao
desvio padro de media
SANTOS et al, 2002, encontrou valores para matria seca
digestvel,
protena digestvel, fibra digestvel, fibra em detergente neutro
digestvel, fibra em
detergente cido digestvel, amido digestvel e energia digestvel
com base
na matria seca da silagem de gros midos de milho foram,
respectivamente,
86,66%; 4,94%; 0,83%; 3,56%; 1,28%; 70,63% e 3.667 kcal/kg,
indicando ser este um alimento promissor em dietas para
equinos.
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Tabela 2. Coeficiente de digestibilidade aparente da matria
seca, protena bruta, fibra bruta, fibra em detergente neutro (FDN),
fibra em detergente cido (FDA), amido e energia bruta da silagem de
gros midos de milho (SGUM).
Nutrientes (%) SGUM Matria seca 86.66
Protena Bruta 64.18 Fibra Bruta 43.90
FND 50.10 FDA 32.31
Amido 100.00 Energia Bruta 81.96
A gordura adicionada em nveis acima de 20% nas dietas no tem
apresentado efeito negativo sobre o consumo ou a digestibilidade de
matria
seca e energia em cavalos (HINEY & POTTER, 1996).
ALMEIDA et al. (1999), alimentando equinos com dieta exclusiva
de capim Coast Cross, observaram valores mdios para os coeficientes
de digestibilidade aparente, durante o perodo da seca, de 64,0%
para a matria seca 47,90% para a energia bruta, 56,10% para a
protena bruta e 63,30% para a fibra detergente neutra. Os valores
obtidos por ALMEIDA (1999) foram 15% superior aos resultados mdios
observados por ALVARENGA (1996) e
12% superiores aos observados por OLIVEIRA (1995), de 43,7 e
52,0%, respectivamente. Portanto, os alimentos
volumosos usados pelo criador de
equdeos, de um modo geral so de baixos valores nutritivos.
Consideraes sobre os principais alimentos utilizados pelos
equinos
Alimento perfeito no existe, mas
equilbrio perfeito de alimentos o que se deve almejar para um
melhor resultado na criao ou desempenho dos cavalos.
a) Alfafa De origem asitica, a alfafa uma
planta forraginosa da famlia das
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leguminosas, subfamlia papiloncea, sendo muito rica em protenas,
vitaminas e sais minerais. No Brasil, seu uso
restrito forragem de cavalos de esporte, principalmente devido
aos altos custos de
produo, sendo raramente utilizada na alimentao de outros animais
ou em raes industrializadas. No resto do mundo, notadamente na
Argentina, empregada para alimentao do gado de leite, o que melhora
substancialmente a qualidade do leite fornecido. usualmente
consumida na forma de feno, o que facilita o transporte e a
estocagem.
O processo de fenao retira 75% do lquido sem prejuzo do valor
nutritivo original e das propriedades fibrosas. Um
cavalo consome, em mdia, 5 quilos de feno por dia, que pode ser
de alfafa.
b) Linhaa Muito se tem falado a respeito do uso
da linhaa na alimentao dos equinos. Como a maioria dos gros, a
linhaa um timo complemento a ser utilizado na
alimentao do cavalo, desde que seu uso se justifique e seja
feito com critrio e avaliao cuidadosa das necessidades reais do
animal.
A linhaa pode ser utilizada de trs formas: gro integral, farinha
e leo. O gro integral tradicionalmente
utilizado em pequenas quantidades, 20 a 50 g dirios ou mesmo
duas vezes por semana, com o intuito de se prevenir clica.
A linhaa em gro somente tem uma
ao efetiva se administrada umedecida, pois a casca do gro
extremamente dura, dificultando sua ao laxativa. O problema est em
que quando se umedece o gro de linhaa este libera cido prssico
(ciandrico) que altamente txico para o cavalo se administrado
em
quantidades elevadas. O cido prssico impede a absoro de oxignio
pelo
organismo, levando morte sbita. J a linhaa oferecida sob a forma
de
farinha ou leo pode trazer alguns benefcios bastante
interessantes ao animal, desde que obedecidas s recomendaes
iniciais. A linhaa um alimento muito rico em mega 3, um cido graxo
essencial que, juntamente com o mega 6, responsvel por uma srie de
respostas do organismo a
agresses.
c) Milho
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O milho um gro altamente
energtico, palatvel e constitui uma opo frequente na alimentao
equina,
devendo ter qualidade e ser fornecido sem excessos. Este ltimo
est relacionado
obesidade e vigor exagerado. O baixo teor de fibras aumenta os
riscos de laminite, diarreia e clica, por causar uma acidose cecal
(LEWIS, 2000).
d) Trigo O trigo tambm foi citado como
boa fonte energtica (melhor do que o milho) e tambm pobre em
fibras. Pelos mesmos motivos, ocorrem os mesmo
riscos observados no excesso de milho. Pode ser fornecido em
gros, farinha ou
farelo, sendo este ltimo considerado subproduto de processamento
(FRAPE, 1986). O farelo altamente palatvel, mas fornece apenas um
quarto (1/4) da energia digervel dos gros de milho ou trigo e seu
maior problema o alto teor de fsforo, em sua maioria como fitato,
impedindo a absoro do clcio da dieta,
alm de ter uma baixa relao Ca:P. A consequncia clnica pode ser
o
hiperparatireoidismo secundrio nutricional, tambm conhecido como
doena do farelo (LEWIS, 2000).
Tambm indicado como laxante, devido sua alta capacidade de
absoro de gua e como veculo de
administrao oral de drogas, aps umedec-lo formando uma pasta
(FRAPE, 1986).
e) Silagens na alimentao de equinos A silagem de capim nobre
vem
gradativamente substituindo o feno. As silagens so volumosos
mais palatveis,
no poeirentos e so de melhor valor nutritivo. O valor
nutritivo
frequentemente melhor porque a
forragem cortada quando a planta se
encontra em estdio vegetativo mais jovem e consequentemente o
produto obtido contm mais protena, mais energia metablica e matria
seca mais digestvel.
Silagens de boa qualidade oriunda de capim nobre no causam
problemas gastrintestinais aos equdeos por no conterem fungos,
fermentos e cidos indesejveis. A silagem armazenada sob boa
compactao, em um ambiente anaerbico (sem oxignio), proporcionando
consequentemente melhor fermentao, permitindo assim conservar o
alimento por um longo
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perodo, mantendo-se as caractersticas nutricionais semelhantes
ao alimento
fresco. Contrrio ao que muitos julgam, uma silagem pode ser um
timo alimento para o equdeo. claro que esta deve ser de boa
qualidade, quer seja de capim nobre, de alfafa ou de milho.
As silagens de capim nobre possuem timos nveis energticos,
oferecendo ainda protena em bom nvel, vitaminas e minerais
(assim como os outros volumosos de boa qualidade) para equdeos. As
silagens no devem ser o nico alimento volumoso a ser oferecido ao
equdeo, mas pode constituir at 50% de sua dieta volumosa (incluindo
a pastagem). Alguns animais rejeitam a silagem em um primeiro
momento, mas
assim que se acostumam com o sabor, passam a consumi-la sem
maiores
problemas. Deve-se ter cuidado no momento do fornecimento, de
que a quantidade de silagem a ser oferecida ao animal deve ser
proporcional
quantidade que este vai ingerir nas prximas duas horas, pois,
aps este perodo tempo, ela adquire um sabor e
odor que o animal passa a rejeitar. Silagem de capim nobre
com
idade de 80 dias utilizada (SARKIJARVI, et al.2002) pelos
equdeos apresentou valores de digestibilidade da matria seca da
forragem de 69,3%, da protena bruta digestvel de 82,1%, da fibra
bruta de 50,9%. O valor de protena digestvel foi de 15, 5% e o de
energia metabolizvel foi de 10,1%. Enquanto a silagem feita idade
de 120 dias os valores de protena digestvel foi de 7,6% e de
energia metabolizvel foi de 8,2%. Verifica-se que o nvel de energia
adequado para
grupos de animais que no esto em atividade fsica intensa,
enquanto o nvel de protena (15,5%) pode exceder a exigncia de
muitos grupos de animais, quando em dietas somente com este
volumoso.
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Tabela 3. Tipo de alimento oferecido, aos animais de trao, em
Belo Horizonte, MG.
Alimentos Frequncia Porcentagem Volumoso - -
Capim 48 82.76% Feno 02 3.45%
Capim e Feno 02 3.45% nr* 06 10.34%
Verdura - -
Sim 32 55,17% No 25 43.10% nr* 01 1.72%
Concentrado comercial - - Sim 15 25.86% No 42 72.41%
nr* 01 1.72%
Milho - -
Sim 34 58.62% No 23 39.65% nr* 01 1.72%
Trigo - -
Sim 42 72.41%
No 15 25.86% nr* 01 1.72%
Sal - - Sim 38 65.51% No 09 32.75% nr* 01 1.72%
nr = No Responderam, Fonte: Silva Filho et al, (2004)
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Foi comparado o consumo da silagem de alfafa com feno de alfafa,
na alimentao de equdeos (HILL & ELLIS, 2002). A silagem de
alfafa foi mais bem (gastou-se menos tempo por unidade de alimento
consumido) consumida pelos equdeos quando comparada com o feno
desidratado. Quanto ao valor nutritivo os alimentos se
equivaleram.
Alimentao do potro
Nessa fase, deve ter o mximo de cuidado na alimentao dos
equinos, pois
podero prover de problemas que sero levados para toda a vida do
animal. Deve-
se tomar cuidados no fornecimento
adequado e de boa qualidade do sal mineralizado, de forma que
venha a ser fornecido a vontade, boa qualidade de
gua e alimentos. Segundo Jackson e PAGAN
(1993), o manejo adequado de potros em crescimento traz
benefcios futuros, em virtude da menor incidncia de problemas nos
membros locomotores, maior longevidade e maximizao do potencial
atltico dos animais.
OTT (1977) observou que a protena e a energia so os
nutrientes
bsicos que controlam o crescimento, ou seja, a ingesto de nveis
adequados de protena e energia proporciona ao animal
taxas de crescimento de acordo com o seu
potencial gentico.
Tabela 4. Necessidades dirias de nutrientes das diferentes
categorias de equinos com peso adulto aproximado de 400 kg (NRC,
1989). Peso
(kg) ED
(Mcal) PB
(kg) Ca (g)
P
(g) Vit.A
(1000 ui) Ingesto Diria*
Manuteno / adultos 400 13.4 0.54 16 11 12.0 1.5-2.0 Fmeas no
tero da
gestao
400 14.9 0.65 28 21 24.0 1.5-2.0
Fmeas no inicio da
lactao
400 22.9 1.14 45 29 24.0 2.0-3.0
Potros ate 4 meses 145 13.5 0.67 33 18 7.0 2.5-3.5 Potros ate 6
meses 180 12.9 0.64 25 14 8.4 2.0-3.5
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Potros com 1 ano 265 15.6 0.70 23 13 12.0 2.0-3.0 Potros com
mais de 2 anos
365 15.3 0.65 19 11 16.0 1.75-2.5
*% de peso corporal, alimento seco ao ar (cerca de 90 % de MS)
ED Energia digestvel; PB Protena Bruta; Ca clcio; P fsforo.
ENERGIA
Os animais de uma forma geral, mas principalmente em
crescimento,
mastigam madeira, por hbito, por estresse e no por alguma
deficincia nutricional ou por falta de fibras na dieta, pois mesmo
com teores adequados de
fibra pode ocorrer esses mesmo comportamentos (LEWIS, 1985). No
entanto deve-se certifica-se que a quantidade de sal mineral est
disponvel ao animal.
Tabela 5. Efeito do feno versus alimento peletizado e frequncia
da alimentao na mastigao de madeira.
Alimentao Desaparecimento da prancha de pinho
g/dia/cavalo Feno 81
Pellets 312
Uma vez/ dia 211
Seis vezes/ dia 103
Alimentao de animais em reproduo
A m nutrio um dos maiores responsveis pela infertilidade da gua
e o mais grave que sua importncia vem sendo notadamente
subestimada. entre as
complicaes mais comuns acarretadas por uma nutrio deficitria se
destacam problemas na ovulao (cio no frtil), nudao (fixao do embrio
no tero), gestao e mesmo na viabilidade do feto. Quando a m nutrio
, ainda, grave e
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extensa podem ocasionar problemas de aborto, que predispem a
complicaes infecciosas comprometendo a fertilidade
ou, simplesmente, o nascimento de prematuros ou pontos fracos,
pouco
resistentes sujeitos natimortalidade. O ajuste na alimentao da
gua em reproduo pode evitar tambm o aparecimento de problemas como:
reduo das chances de fecundao, retardo do ciclo normal nos anos
subsequentes e baixo nmero de potros nascidos no decorrer da vida
reprodutiva da gua . Para prevenir esta infertilidade de
origem nutricional, a dificuldade prtica est na deteco do erro
no arraoamento,
onde devem se adequar os aportes proteicos, minerais e
vitamnicos
conforme as necessidades do animal. De um modo geral, a gua
reprodutora exposta a uma superalimentao no final
da gestao e uma subalimentao no incio da lactao. Se por um lado,
a
superalimentao no final de gestao frequente (mesmo se o apetite
for dbil), por outro, as necessidades energticas da gestao so
moderadas, pois a gua se beneficia do anabolismo da gestao,
que se caracteriza por uma melhora no
rendimento alimentar graas s secrees hormonais, favorveis ao
anabolismo.
J a subalimentao no incio da lactao surge a partir de um aumento
das
necessidades energticas relacionado produo leiteira. Ou seja,
ela induz a um emagrecimento mais acentuado quanto mais gorda
estiver a gua no momento do parto e quanto mais ascendente for a
produo de leite. O dficit energtico tambm pode provocar uma
hipoglicemia que origina uma inatividade ovariana.
Durante a primeira fase de gestao (1o a 8o ms) recomenda-se que
a gua mantenha seu peso ou engorde se estiver muito magra. Neste
perodo ocorre
um crescimento de cerca de 1/3 do tamanho do feto e as
necessidades da me so ligeiramente superiores s de manuteno. Um
volumoso de tima qualidade, mineralizao adequada e um mnimo de
concentrado de qualidade so suficientes para suprir suas
necessidades.
Na segunda fase (9o a 11o ms), ao contrrio do que acontece no
incio da gestao, a alimentao fetal prioritria
em relao me. Nesta fase o aumento das necessidades nutricionais
da gua muito grande e o crescimento do tamanho
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do feto de 2/3, quando se define todo o futuro potencial do
potro, isto , seu potencial de crescimento.
Durante este perodo, a gua tambm deve adquirir uma reserva
corprea para que no ocorram uma perda excessiva de peso devido s
elevadas necessidades energticas desta fase. Esse ganho deve ser de
aproximadamente 13% de seu peso durante a gestao (65 kg para uma
gua de 500 kg) sendo 10% neste perodo. Porm, deve-se ter cuidado
com uma suplementao que pode causar problemas graves e importantes
devido ao excesso de gordura da me e do feto,
como descrito a seguir:
Dificuldades no parto (ruptura de artrias uterinas, bloqueio da
sada do feto devido ao seu tamanho) e diversas complicaes
associadas (reteno de placenta, metrite).
Nascimento de um potro frgil que sofreu durante o parto
(anorexia). Limitao do aumento necessrio
do consumo voluntrio de
alimento no incio da lactao, que limita a produo leiteira e
agrava a queda do balano energtico.
O bom estado corporal da gua no
momento do parto uma garantia do nascimento de um potro saudvel
e com timo desenvolvimento ps-natal. Uma complementao
concentrada
adequada no final da gestao tambm pode trazer vantagens
como:
Compensar a queda de apetite momentos antes do parto, permitindo
a manuteno do bom estado corporal;
Estimular o desenvolvimento
fetal, assegurando o nascimento de um potro saudvel com
maturidade;
Ativar a produo de anticorpos para a produo de um colostro de
excelente qualidade, que comprova tima proteo anti-infecciosa;
Promover alta produo leiteira favorvel ao crescimento
inicial
do potro.
Em relao ao perodo de lactao, vale ressaltar que, as
necessidades energticas no incio da lactao (1o ao 3o ms) so
muito
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superiores s do perodo de gestao. Elas praticamente dobram em um
ou dois meses. Um bom arraoamento
quantitativo, continuamente bem adaptado ao estado fisiolgico e
na
produo de leite apontado como o principal fator que permite
manter um
peso corporal prximo do timo, beneficiando ao mesmo tempo a
secreo lctea da gua e a sua fertilidade.
Paralelamente s necessidades quantitativas, fundamental ainda
considerar as necessidades qualitativas
em protenas, minerais e vitaminas, uma
vez que as reservas so muito modestas e as carncias mais
frequentes. Nesta fase
so utilizadas as reservas corpreas do tero final da gestao.
Em geral, da alta produo leiteira vm as elevadas necessidades
energticas nesta fase. Diante disso, a suplementao com concentrados
necessrio pois, alm de tudo, a gua pode estar prenhe neste perodo.
Em resumo, a fmea tem tripla funo: Manuteno, Lactao e Nova
Gestao.
Tabela 6. Programas alimentares para gua em lactao
Tipo de forrageira fornecida
Quantidade de concentrado necessrio (kg/100 kg PV)
Quantidade de concentrado necessrio (kg/100 kg PV)
Alfafa (ou outra leguminosa)
0 Nvel adequado de P Melhor: nvel de Ca
Pastagem de gramneas verdes
0 Ca e P equilibrados
Pastagem de gramnea madura ou feno de gramnea
0.5 1.0 Sal mineralizado com micro e macro
Lewis, (1985).
J no final da lactao (4o ao 6o ms), as necessidades da gua caem
drasticamente, pouco acima das necessidades de manuteno. Neste
perodo a produo leiteira reduz-se quase que a metade do incio da
lactao e o
potro j est se alimentando de capim ou feno que suprem parte de
suas necessidades.
Manejo nutricional de equinos idosos
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Em humanos, a idade cronolgica no para todos, um indicador do
processo de envelhecimento, nos equinos
tambm. Para a AQHA (American Quarter Horse Assocation) , um
cavalo com mais de 16 anos considerado maduro, mais de 70% dos
cavalos acima de 20 anos de idade mantm boas condies mas, requerem
tratamento especial porque foram desgastados de vrias formas.
Muitos destes cavalos foram extenuados no esporte ou, no caso de
guas e garanhes, muito usados na
criao e estratgias nutricionais
diferenciadas. O cavalo no deve ser tratado de
maneira diferente somente porque atingiu uma certa idade.
Entretanto, vrios
problemas relacionados com o envelhecimento (Tabela 3) podem
estar presentes e trocas no manejo, alimentao e alguns
medicamentos, podem ser necessrios para manter os equinos mais
velhos de maneira confortvel (GOBESSO, 2007).
Tabela 7. Condies que requerem ateno especial nos cavalos
idosos
Condio Sinais clnicos Consideraes de manejo Artrite Claudicao
crnica
Deformidades osteo-articulares Anquilose (dificuldade flexo
art.)
Ferrageamento e casqueamento Forrao adequada da baia Evitar
obesidade Terapia anti-inflamatria
Ganho de peso Incapacidade para manter peso Desgaste irregular
dos dentes Rao inadequada para cavalos idosos
Dentes Dieta Ambiente (baia apropriada) Falncia renal ou heptica
Tumores Mal absoro
Dentio inadequada Pontas de dentes nos molares Perda de dentes
Incapacidade para mastigao
Manuteno dentria regular Dieta
Tumor Hipfise /tireoide
Incapacidade para suportar vero/inverno Infees virais
recorrentes Laminite Aumento ingesto de gua e mico Perda de peso
excessiva (pituitria)
Manejo Dieta Vacinao Acesso a gua
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Ganho de peso excessivo (tireoide) Falncia
Renal/Heptica Perda de peso Letargia Perda de apetite Mico
frequente ou dificultada
Dieta Suplementos
Adaptado de Revista Alimentao Animal (2000).
Cavalos com mais de 20 anos tem reduzida a sua capacidade de
digerir
fibras, protenas e absorver fsforo, quando comparados com
cavalos jovens alimentados com a mesma dieta. Entretanto, muitos
dos cavalos idosos so capazes de manter boas condies corpreas com
feno de boa qualidade na dieta e a absoro ruim de nutrientes, pode
ser consequncia de parasitoses
crnicas no intestino ou alteraes nos
processos digestivos.
A dieta dos cavalos com mais de 20 anos deve ter ao redor de 10%
de protena e 0,3% de fsforo com clcio maior ou igual a quantidade
de fsforo mas, menos do que 1% da matria seca. A digestibilidade do
concentrado precisa ser maximizada atravs de processamento do
alimento (extruso ou peletizao). Uma rao ideal consiste de feno de
alta qualidade (preferentemente mistura gramnea/alfafa, exceto para
os animais com problemas renais ou hepticos), pellets de alta
densidade ou produtos
extrusados, produzidos para potros desmamados ou cavalos idosos,
alm de
gua e sal mineral a vontade (GOBESSO, 2007).
Perdas de dentes, especialmente molares ou pr-molares, podem
reduzir a capacidade para apreenso e triturao do alimento. Alm
disso, a dentio inadequada predispe o cavalo a perda de peso.
Quando a mastigao dificultada, o uso de alimentos peletizados
umedecidos pode ser indicado, mas
somente no momento de seu fornecimento.
O feno no tem se mostrado como bom componente para ser fornecido
misturado com gua, melhor seria uma pastagem de boa qualidade. Por
outro lado, quando ocorre a perda dos incisivos ou alinhamento
inadequado, no indicado o uso de pastagem. Estes cavalos podem ser
alimentados com dietas
peletizadas ou feno inteiro ou em cubos, desde que, no precisem
arrancar o alimento.
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Falncia renal e heptica no so
to comuns nos cavalos como nos ces e
gatos, mas, podem ocorrer. As
degeneraes da habilidade renal e heptica progressiva e
irreversvel mas
pode ser reduzida e os sinais clnicos estabilizados com uma
dieta adequada. Cavalos com falncia renal precisam ser
tratados com dietas com pouco clcio (
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As caractersticas apresentadas por um animal de trabalho so o
produto de vrios fatores aos quais ele est
submetido, como clima, manejo, treinamento, tipo de
arreamento,
superfcie de trabalho e gentica (JONES, 1987). A idade, a m
conformao, o casqueamento incorreto (RUOHONIEMI et al., 1997), a
nutrio e o condutor do animal (salto ou trao) tambm so fatores
relevantes para a sade e produtividade equinas (MIRANDA, 1988).
Uma nutrio correta fundamental para o desenvolvimento e
manuteno de um sistema msculo esqueltico saudvel, em qualquer
fase da
vida ou atividade. Os excessos ou deficincias podem predispor ou
mesmo causar o surgimento de patologias. A melhor forma de se
identificar e corrigir desequilbrios analisar a rao diria e gua
ingeridas pelo animal. (LEWIS, 1994).
O suprimento de energia para atividades fsicas com maiores
demandas normalmente obtido pelo aumento do
percentual de gros na dieta. Apesar de constiturem uma fonte
concentrada de
energia digestvel, o aumento do fornecimento de gros pode
conduzir a distrbios digestivos e metablicos. Para obteno de mximo
desempenho produtivo dos equinos no esporte ou em trabalhos, so
necessrios conhecimentos que contribuam para retardar o incio da
fadiga muscular. As causas exatas da fadiga muscular no esto bem
definidas, entretanto, acredita-
se que fatores como baixo nvel de glicose sangunea, esgotamento
do
glicognio muscular, aumento de lactato, acmulo de NH3 na clula,
perda de adenosina trifosfato (ATP) muscular e eletrlitos conduzem
fadiga (HINEY & POTTER, 1996).
Tabela 8. Frequncia e tipo de sal fornecido aos animais de trao
de Belo Horizonte.
Frequncia Frequncia Porcentagem Ocasionalmente 6 18.80%
Todo dia 15 46.90% Toda semana 3 9.40%
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Quando o animal fica doente 2 6.30% Uma vez ao ms 4 12.50% A
cada trs dias 2 6.30%
Tipo Frequncia Porcentagem Comum 15 39.50% Grosso 2 5.30%
Mineral 12 31.60%
Comum torrado 6 15.80% Grosso torrado 2 5.30% Grosso mineral 1
2.60%
A incluso de gordura na dieta de equinos atletas comeou a ser
estudada
com o objetivo de reduzir a fadiga muscular. O possvel retardo
da fadiga muscular, obtido com a adio de gordura na dieta de
cavalos atletas, pode significar a manuteno da velocidade de
exerccio por perodos mais longos ou o aumento da velocidade do
exerccio (MEYER et al. 1989).
Segundo LAWRENCE et al. (1995), a gordura pode ser adicionada em
dietas para equinos para aumentar sua densidade energtica. Alm
desse fato, FRAPE (1994) comenta que dietas contendo gordura
reduzem os problemas de clica e laminite nos equinos e promovem o
metabolismo de lipdeos no fgado e no msculo.
A incluso de gordura na dieta pode favorecer o desempenho de
cavalos
exercitados em regies de clima quente, por diminuir o incremento
calrico, visto que aproximadamente 3% a mais de calor produzido
durante a formao de ATP via oxidao da glicose, quando comparado
oxidao dos cidos graxos (KONH et al. 1996). Assim, MATTOS et al
(2006), verificou que A adio de 250 e 500 g de leo na dieta de
equinos submetidos a exerccio de mdia
intensidade proporcionou melhora no desempenho hematofisiolgico
e, portanto, pode resultar em melhor desempenho atltico aos cavalos
e ainda que, Os cavalos que consumiram 500 g de leo por dia
apresentaram melhor recuperao ps-prova (Tabela 5).
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1933
Tabela 9. Teores de glicose, lactato e hematcrito dos cavalos no
incio e ao final do exerccio-teste
Rao
Glicose , ( MG/dl)
Lactoto, (mmol/L)
Hematcrito , 4 (%) Inicio Final Incio Final Inicio Final
Controle 99,4Aa 104.8Aa 0.58Aa 5.73Ba 32.1Aa 61.0Ba
250g leo 98.0Aa 127.0 Bb 0.52Aa 2.92Bb 35.8AaB 57.0Ba
500g leo 105.0Aa 133.0Bb 0.54. Aa 2.67Bb 38.8 Ab 50. Bb
Medias seguidas de pelo menos uma mesma letra maiscula na linha
para cada parmetro no diferem pelo teste
F (P maior que 0.05) e de pelo menos uma mesma letra minscula na
coluna para cada parmetro no diferem (p maior que 0.05) pelo teste
de Tukey.
Ainda no est definido quanto tempo antes da competio deve ser
iniciada a alimentao com uma dieta contendo gordura, nem por quanto
tempo
essa suplementao deve ser mantida. recomendado que a gordura
seja consumida pelo menos 6 a 11 semanas antes de qualquer evento
para que haja adaptao enzimtica e metablica (FRAPE, 1994). Em
alguns experimentos nos quais foi avaliada a resposta metablica de
cavalos em exerccio sob suplementao com gordura na dieta, os
autores adotaram o perodo de 21 dias (MEYER et al., 1989).
Comportamento dos equnos sob o pastejo
Manejar pastagens para equdeos difcil por causa de seu hbito
seletivo. O animal ajusta seu comportamento de pastejo de acordo
com a disponibilidade da frao preferida da forragem e sua
distribuio espacial. Observa-se, tambm
que eles usam determinadas reas para alimentao e outras para
excreo
(comportamento eliminativo). O comportamento eliminativo
consiste no ato de marcar territrio atravs de fezes e urina.
Este tipo de comportamento observado principalmente em garanhes, em
reas
pequenas. Garanhes mantidos em piquetes pequenos
frequentemente
defecam sobre suas prprias fezes, produzindo grandes pilhas de
fezes
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localizadas ao longo da divisa de territrio, portanto, cavalos
mantidos em reas pequenas chegam a perder cerca de
90% do pasto disponvel atravs do comportamento eliminativo
(ARCHER, 1978).
Considerando que as pastagens tropicais tm uma produo varivel, o
consumo de forragens por animal em pastejo proporcional ao perodo
gasto pastejando. O consumo de matria seca de animais em pastejo o
produto de trs componentes distintos e inter-relacionados: perodo
de pastejo, consumo de matria seca por bocada e
frequncia de bocada, onde os trs componentes so variveis de
acordo com
a estrutura e cobertura do pasto. Equdeos pastejam durante 10
a
12 horas/dia, em turnos de 2 a 3 h (MANNETJE & EBERSOHON,
1980; RALSTON, 1984). Turnos de pastejo so separados por perodos de
descanso e de atividades de locomoo e social. Portanto, a durao e
frequncia dos
turnos de pastejo so influenciadas pela qualidade das forragens
disponveis e
fatores climticos. Os pastos naturais so aqueles que
no foram formados pelo homem e que
portanto, no foram planejados. Neste tipo de pasto podem crescer
at 100 diferentes espcies diferentes de plantas,
entre gramneas nativas, ervas,
leguminosas nativas, etc.
Na sub-regio do Abobral, Corumb, MS, foram observadas taxas de
bocadas de cavalos adultos em reas de baixadas e nas reas de campo
limpo, a mdia foi de 46 bocadas/minuto e o tamanho da bocada,
especialmente para as espcies de porte baixo foi de 0,21g, enquanto
que em campo limpo a taxa de bocada foi de 36 bocadas/minuto e o
tamanho da bocada foi de 0,34g. Assim,
estimou-se um consumo mdio para baixadas de 7,0 kg de matria
seca/dia e
para campo limpo de 8,8 kg de matria seca/dia, dando um consumo
mdio de 7,9 kg de MS/dia para cavalos adultos, porm, neste estudo
no foi considerada categoria animal, que de importncia.
Algumas espcies de plantas nativas comestveis podem causar danos
a lngua e aos lbios dos animais mais
sensveis, alm da possvel ocorrncia de ervas txicas, como erva -
de - rato e a
erva-de-So Joo, que podem causar srios distrbios ou at a
morte.
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Os pastos cultivados so aqueles em que houve a participao do
homem em sua implantao. De modo geral as
espcies forrageiras disponveis, no banco de germoplasma
brasileiro para formao
de pastagem, para equdeos so escassas e as disponveis
praticamente, no se conhecem os comportamentos do animal e delas
quando em pastejo.
As principais gramneas
recomendadas para equdeos para pastagem so aquelas que pertencem
ao
Gnero Panicum, como o capim ries (Panicum maximum cv ries) como
sendo a principal gramnea hoje disponvel no mercado. Esta gramnea
tolera solos moderadamente midos e
muito bem aceita pela sua apetecibilidade e muito bem consumida
pelos equdeos pelo seu porte. O capim nobre recomendado para ser
fornecido como verde picado no cocho e para ser ensilado o capim
elefante hbrido Paraso. Esta gramnea mais palatvel do que as outras
devida participao do acar,
proveniente do milheto existente em sua composio gentica,
tornando-a com
maior grau de aceitabilidade pelo animal. Tambm por esta razo,
esta gramnea bem recomendada para ser ensilada, pois
ir promover uma melhor fermentao
ltica na massa ensilada. Outras gramneas que podem ser
usadas como pastagem so capim Aruana, capim Tanznia,etc.
Conquanto, as
leguminosas so tambm recomendadas, merecendo destaque o
Estilosantes Campo Grande. Sabe-se que gramneas forrageiras de
crescimento prostado (Tyfton, Coast Cross, B. humidicola etc) no so
recomendadas como pastagem para animais com habito de pastejo
baixo, como os equdeos. Estas plantas propiciam um habitat adequado
ao desenvolvimento de microrganismos
como helmintos e outros. Com esta medida obtm-se menor incidncia
de
vermes nos animais em pastejo.
Principais distrbios nutricionais em equnos
a) Distrbios de crescimento e desenvolvimento do Esqueleto
Distrbios no crescimento e
desenvolvimento do esqueleto, tendes e ligamentos geralmente
ocorrem nos
potros em crescimento, em especial,
naqueles que apresentam alta taxa de crescimento (MEYER, 1995).
O termo
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doenas ortopdicas do desenvolvimento usado para descrever vrias
desordens de crescimento no
esqueleto equino, tais como
osteocondrose, epifisite, deformidades
nos membros e anormalidades na vrtebra cervical.
A causa precisa dessas doenas desconhecida, mas acredita-se que
h uma etiologia multifatorial para estas
doenas envolvendo nutrio, predisposio gentica, taxa de
crescimento rpida, disfuno endocrinolgica e trauma bioqumico
(HARRIS et al. 1996). Entre os fatores nutricionais, as principais
causas so:
dficit de energia e protena e
desbalanos de minerais. Um meio prtico e confivel de
diagnosticar o excesso ou deficincias de minerais, protenas ou
energia atravs da anlise da dieta.
- Desbalanos de minerais: Numerosas enfermidades de equinos
podem ser atribudas a insuficincia,
carncia ou excesso de macro e micro elementos essenciais na
dieta, porm, so
de difcil diagnstico, at que se tornem graves. Nesse caso, o
tratamento pode no ser eficiente alm de ser difcil e
dispendioso, assim sendo, recomenda-se a preveno de tais
desequilbrios nutricionais, atravs de misturas minerais
vitamnicas adequadas. Com relao ao Ca e P, podem ocorrer vrias
formas de
desequilbrios na dieta: excesso ou deficincia de Ca, excesso ou
deficincia de P, falta de vitamina D (no problema em animais
criados a pasto) e relaes entre estes minerais no adequadas.
- Hiperparatireoidismo nutricional secundrio: ocorre devido ao
consumo inadequado de Ca e/ou excessivo de P. Em cavalos, os
minerais retirados dos ossos so repostos por um tecido fibroso,
que no caso de cavalos adultos, mais evidente nas laterais do
chanfro na poro
mdia entre os olhos e as narinas, comumente chamado de cara
inchada. Tal desordem pode ocorrer de duas formas: cavalos
estabulados permanentemente e alimentados com gros de cereais, que
so inadequados em Ca e altos em P; cavalos em pastejo, consumindo
pastagens que ruminantes
que metabolizam oxalato de Ca no rmen, os cavalos so incapazes
de absorver Ca
em oxalato de Ca atravs do duodeno. A ingesto, pelos equinos, de
plantas com altas concentraes de
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oxalato afeta o metabolismo do Ca (NUNES et al., 1990). Estes
autores citam outras espcies cultivadas ricas em
oxalato, tais como: Setaria anceps cv.
Kazungula, Panicum maximum cv.
Colonio e Digitaria decumbens cv. Transvala.
- Epifisite: uma sndrome caracterizada por um aumento e
alargamento das metfises dos ossos longos.
- Contrao dos tendes flexores: caracteriza-se principalmente
pela maior
inclinao do ngulo da quartela (mais vertical do que o normal).
Se considerarmos que epifisite e contrao dos tendes flexores
ocorrem mais
comumente no cavalo em crescimento
muito rpido, bem como nos animais que recebem uma
superalimentao.
- Eclampsia: caracteriza-se por
tremores e tenses musculares. causado por uma diminuio nos nveis
de Ca, geralmente ao redor do 10 dia aps o parto.
- Tetania do estresse: caracteriza-se pelo andamento difcil e
forado e
relutncia em se mover do animal, ocorrendo aps atividade fsica
prolongada. Esta desordem resultante da
perda excessiva de Ca, e ocasionalmente de magnsio. No
tratamento dessa condio, no deve-se administrar Ca
intra-venal muito rapidamente ou em grandes quantidades (LEWIS,
1985).
b) Clica O melhor termo seria sndrome
clica, pois reflete um conjunto de sinais que caracterizam uma
enfermidade. A clica manifesta-se por uma dor na rea abdominal e
intranquilidade, podendo ser resultante das seguintes causas:
dilatao gstrica, enterite, peritonite, toro, empachamento, etc.
Clicas que no so
situadas em rgos digestivos so consideradas por alguns autores
como
falsa clica. A identificao de um cavalo com clica relativamente
fcil, no
entanto, o diagnstico etiolgico da origem da dor na maior parte
das vezes difcil (THOMASSIAN, 1990).
Provavelmente as causas mais
comuns de clica referem-se qualidade insatisfatria da dieta e
erros de manejo e prtica alimentar (fornecimento de quantidades
excessivas de suplemento
alimentar, mudana repentina na alimentao, etc), segundo CARVALHO
et al. (1992).
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c) Obstipaes ou empachamento Caracteriza-se pela diminuio da
passagem do alimento pelo trato intestinal. So vrias as causas,
mas a
principal refere-se ao consumo de alimentos grosseiros de difcil
digesto, rico em fibra e lignina (palhas em geral, capim velho,
etc.), mudana repentina na alimentao, etc. (MEYER, 1995). Pode
ocorrer tambm empachamento de areia (CARVALHO & HADDAD,
1987).
d) Diarreias Caracteriza-se pelo excesso de
gua nas fezes, devido no absoro a nvel de intestino. Este fato
ocorre
provavelmente devido maior taxa de passagem dos alimentos atravs
do trato digestivo, portanto, pouco comum nos cavalos que so
mantidos em pastagens. Porm, h outros provveis fatores que
merecem ser considerados como uma mudana repentina na
alimentao.
e) Aguamento ou laminite Caracteriza-se pela dor intensa e
inflamao das lminas do casco do
cavalo. So vrias as causas: uma mudana brusca na alimentao
(estbulo/pasto), ou seja, um aumento sbito no fornecimento de
gros; consumo excessivo de forragens verdes de alta qualidade,
geralmente ocasionadas em animais gordos ou de bom estado corporal;
exerccios intensos sem preparo
fsico. Para a preveno, deve-se eliminar os fatores responsveis
(MEYER, 1995; CARVALHO et al. 1992).
Consideraes finais
Desta forma, deve ressaltar que os equinos necessitam de
alimentao e cuidados especficos para cada fase da criao.
Destacando-se que a nutrio adequada proporcionaria melhores
resultados, para a espcie, dentre as vrias alternativas de lucro na
equideocultura.
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