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Repblica Fderativa
do
Brasil
Presidente
Fernando Henrique Cardoso
Ministrio da Agricultura e
do
bastecimento
Ministro
rlindo Porto Neto
Empresa Brasileira
de
Pesquisa Agropecuria Embrapa
Presidente
lberto
uque Portugal
iretores
Elza ngela attaggia Brito d Cunha
Dante Daniel Giacomelli Scolari
Jos Roberto Rodrigues
Peres
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Empresa rasileira de Pesquisa gropecuria Embrapa
Centro Nacional de Pesquisa de Hortalias CNPH
Ministrio d
gricultura
e
do bastecimento M
-
M NEJO
D
IRRIG O
M
HORT LI S
edio
revista e ampliada
Waldir
parecid
o arou
e i
Eng. Agr
c
M.5c
Washington Luiz de
Caruolho
e S
ilu
Eng. Ag . PhD
enoque
Rib
e iro da Silua
Eng. Agr. .
PhD
Servio de Produo de Informao I
Brasoia . DF
1996
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Embrapa - 1996
Exempla r desta publicao
pode
ser sol ic
it
ado :
Embrapa
entro Nacional de Pesquisa de Hortalias CNPH
Km
09
-
BR
-060 - Rodovia Braslia/Anpolis
Caixa Po stal 218
70359-970 Braslia ,
DF
Tel. : (06
1
556-5011
Fa
x: (061) 556
-5
744
Embrapa
Servio
de Produo de Informao SPI
SAIN Parque Rural. Av. W/3 Norte (final)
C.
Postal
040315
CEP 70770-901 Braslia , DF
Tel.
(061) 348 4236
Fa
x: (061) 272-4168
Parte do
te
xto desta publicao foi editada anteriormente, dentro da S rie Circular Tcnica do
CNPH.
l
edio: janeiro/86 - 2.000 exemplares
l
reimpresso: abriV87 - 5 .
000
e
xe
mplares
2 edio: agosto/
89
- 1.000 exempla res
3 edio: ja neiro/
93
- 5 .
000
exemplares
4 edio: dezembro/94 - 2.
000
exemplares (livro)
5 edio (revista e a mpliada ): setembro/96 - 5 .
000
exemplares
CIP-Brasil. Catalogao-na-publicao.
Servio
de
Produo
de
Informao (SPI) da Embrapa.
Marouelli, Waldir Aparecido.
Manejo
da
irrigao em hortalias / Waldir Aparecido Marouelli , Washington Luiz
de
Ca
rva
lh
o e S
va,
Henoque
Ribeiro da Silva; Empresa Brasileira
de
Pesquisa Agropecuria,
Centro Nacional de Pesquisa de Hortalias - 5.ed. , rev. ampl. - Braslia:
Embrapa
-SPI ,
1996
.
72p .
ISBN
85 85007 2
7-3 .
1. H
or
ta
a - Irriga
o
- M
anejo
. I Silva , Washington Luiz
de Carvalho
e.
11
Silva,
Henoque Ribeiro
da
. . Empresa Brasileira
de
Pesquisa Agropecuria .
Centro
Nacional
de
Pesquisa de Hortalias (Braslia, DF) . IV Ttulo.
CDD
635
.
87
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SUMR O
Apresentao
Introduo
7
Disponibilidade de gua no
Solo 9
Capacidade de
campo
10
Ponto
de
murcha permanente 1
Densidade
aparente
11
Profundidade
efetiva do sistema radicular 11
Curva
caracterstica de
umidade
do
solo
14
Necessidade
de
gua
das
Hortalias
5
Evapotranspirao do cultivo
de
referncia 15
Mtodo de
Blaney Criddle 16
Mtodo
de
Hargreaves 16
Mtodo
de
Penman 18
Mtodo
do tanque
classe A
25
Evapotranspirao da cultura 28
Mtodos de Manejo da Irrigao
3
Mtodo do
turno
de rega calculado
33
Mtodo do balano
de
gua do solo
36
Mtodo da
tenso de
gua no solo
39
Manejo da gua
em
Microirrigao
44
Necessidades hdricas em microirrigao 45
Volume a aplicar 45
Uniformidade de distribuio 46
Conceito de bulbo molhado 46
Alternativas
de manejo 46
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Fertirrigao
de Hortalias
48
Tipos
de
nutrientes
48
Fontes de nutrientes
48
Caractersticas dos fertilizantes
49
Princpios mtodos e equipamentos de aplicao
5
Manejo
da
fertirrigao
5
Perigo
de
contaminao 52
Manejo de gua versus
Ocorrncia
de Doenas
53
Manejo de gua na ase
de Pr emergncia
e
Transplante 57
poca de
Paralisao das Irrigaes 58
lmina
de
gua
Total Necessria
59
Exemplos
Prticos
60
Mtodo do turno de rega calculado
6
Mtodo do balano de gua no solo 64
Mtodo
da
tenso de
gua
no solo 65
Recomendaes para
o Uso
de Tensimetros
66
Preparo 66
Instalao 66
Manuteno 67
Armazenamento 67
Bibliografia
69
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presentao
s
hortalias constituem um
grupo de
plantas que requerem cuida
dos especiais em seu cultivo. Um desses cuidados est relacionado
gua
tanto
no
que diz respeito
quantidade quanto
oportunidade
de
seu supri
mento.
Na rea de irrigao e manejo
de
gua o Centro Nacional
de
Pes
quisa
de
Hortalias-CNPH tem desenvolvido
desde
a
sua
criao muitos
trabalhos
de
pesquisa cujos resultados se refletem
no contedo
desta publi
cao.
Este livro que trata
exatamente
do
manejo adequado da gua de
irrigao em hortalias iniciou-se com a edio de uma circular tcnica em
1986 e aps sucessivas reedies chega edio revisada e ampliada
com a responsabilidade
de
ser melhor que os
15
.
exemplares
j
distribu
dos
nestes
1
anos
no
Brasil e
at mesmo no
exterior.
O grupo
de
pesquisadores do CNPH responsvel por esta publica
o
tem mostrado competncia e experincia suficientes
para
apresentar este
trabalho que
de maneira
simples e objetiva facilita o entendimento
das
relaes entre o solo a gua e a planta alm
de
apresentar relevantes consi
deraes sobre o uso e
manejo da
microirrigao e
da
fertirrigao e sobre o
controle
de
doenas
de
hortalias
em
reas irrigadas.
Ruy Rezende ontes
Chefe do CNPH
5
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ntroduo
Em
geral, as horta as tm seu desenvolvimento inten
s
mente
in
flu enci
do
pelas cond ies
de umid de do
so lo. A deficincia
de gu
,
norma
lm
e
nt
e, o fa tor mais limitante
obteno
de
produtividades elevadas
e produtos
de bo
qualidade,
m s
o excesso tambm
pode
ser prejudicial. A
reposio de gu o so lo
por
irrigao,
n qu ntid de
e no
momento
opor
tun
o
decisiva
p r
o sucesso
d
horticultura.
Para o m nejo
dequ do d
gu
de
irrigao, necessrio o con
t
ro
le dirio da umid
de do
so
lo
e/
ou
d
evapotranspirao,
dur nte
todo o
c
icl
o
de
desenvolvimento
d
cultura. Para tanto, indispensvel o conheci
mento
de
parmetros relac ion
dos
s plantas, o solo e o clima, p r
deter
min ar o momento
opor tuno de
irriga r e a
qu ntid de
de gu a
ser
aplicada .
m n
ejo racional
d
g
u de
irrigao visa minimizar o
consumo
de
energia que ,
p r
sistemas pressurizados, varia entre 3-8 kWh/mm
de
gua/ha), maximizar a eficincia do uso
d gu
e m nter favorve is as
condies
de
umidade
do
solo e
de
fitossanidade
d s pl nt
s. Pod e
b
sear
se em critrios relacionados o
st tus d gu no
solo e
n s
plantas,
n
taxa
de
ev potr nspir o d cultura ou na combin o de doi s
ou
mais
deles. A escolha
do
critrio a ser seguido vai
depender
principalmente
d
disponibilidade
de
informaes relacionadas o sistema solo-
gu
-planta
-clima,
de equip mentos p r
medies, e tambm
do
grau de conheci
mento do
irrigante.
Este trabalho tem
por
objetivo enfatizar o uso racional e eficiente
d
irrigao por meio
de
informaes bsicas relacionadas s exigncias
hdricas d s hortalias e
d
descrio
de
mtodos
de
m nejo
d gu de
irrigao.
7
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,
Disponibilidade
de gua
no Solo
o tamanho
e a natureza
das
partculas min
era
i
s
bem
como
o ar
ranjo
dos
elem entos estruturai
s
d
o ao
solo caractersticas prprias
de
armazenamento
de g
ua
. Em termos gerais, a textura o
parmetro
mais
intimamente relacionado
capacidade de armazenamento
de g
ua
,
poden
do
-se dizer qu e solos
de
textura
arenosa
apresentam menor
ca
pacid
ade de
reteno de gua
do que
solos argilosos.
H
casos
em
que
a estrutura
do
solo to
ou
mais importante
que
a textura. Em solos compactados,
por
exemplo,
pode
ocorrer um decrsci
mo
significativo da
capacidade de armazenamento de
gua em funo
da
reduo da
porosidade
total. Outro exemplo
so
os solos de cerrados; mes
mo
aqueles com teor
de
argila superior a
60
apresentam baixa
capacidade
de reteno de gua,
quando comparados
a outros tipos de solos argilosos.
Isto se
deve
ao alto grau de desenvolvimento da estrutura desses solos,
que
apresentam uma macroporosidade semelhante
de
solos
de
textura
mode
radamente
grossa.
A disponibilidade total de gua
no
solo para as plantas
depende
basicamente da
capacidade
de reteno
do
solo e da profundidade
do
siste
ma radicular
das
plantas, e calculada pela seguinte expresso:
em
que:
LTO =
CC-PM.
Oa
.
Z
10
LTD
= lmina
de gua
total disponvel ,
em
mm;
CC
=
capacidade
de campo
,
em
de
peso
seco;
PM
= ponto
de
murcha
permanente em de peso
seco;
Da =
densidade aparente do
solo, em l m
;
z=
profundidade
efetiva do sistema radicular
das
plantas,
em
em.
1
)
O crescimento e a produtividade
das
espcies vegetais,
no
entanto,
respondem
diferentemente
aos
nveis
de umidade do
solo
compreendido
entre a
capacidade
de campo
e o
ponto
de
murchamento. Dessa maneira, as
9
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irrigaes devem ser realizadas quan do a umidade do solo estiver reduzida a
um nvel cr
t
ico, a partir
do
qua l comea a prejudica r o desenvol
vi
mento
das
plantas. Nesse caso, a quantidade
de
gua no
so
lo prontamente disponvel
s
pl
antas
pod
e ser obti
da por
:
em qu e:
L
RD =
cc - UI .Da.Z
l a
LRD= lmina de gua real d
is
pon
vel
, em mm ;
U I=
um idade de i
rri
gao, em de peso seco.
2
A umidade adequada do solo para promover a irrigao ( )
ob tida experimentalmente , sendo funo da espcie cultivada, do clima, do
tipo de solo e at mesmo da cultivar.
apacidade de
campo
O termo capacidade
de campo
representa a
quantidade de
gua
retida pelo solo depois que o e
xc
esso
drenado
livremente .
Sua
determina
o tem sido usualmente real
iz
ada
em laboratrio, mas sempre que possvel
deve ser avaliada
i
m e n t e
no campo.
Os valores clssicos da umidade
do
solo
na
capacidade de
campo
esto geralmente associados s tenses de gua de 1 kPa
para
solos de
textura grossa e 33 kPa para solos de textura fina . Estudos recentes , todavia,
indicam que essas tenses so da ordem de 6
alO
kPa, em solos submetidos
a drenagem em condies de campo. recomendvel, portanto, utilizar a
tenso de 6 kPa
para
solos arenosos e 10 kPa para solos argilosos.
Ponto
de
murcha permanente
O conceito de ponto de murcha permanente representa o limite
mnimo de umidade existente
no
solo, abaixo
do
qual
uma
planta em cres
cimento ativo apresenta perda de turgescncia das folhas, da qual no se
recupera, mesmo quando colocada em atmosfera saturada durante a noite.
Embora o ponto de murcha possa variar entre as diferentes espci
es
de
plantas e
de
acordo com o estdio
de
desenvolvimento, o tipo
de
solo
1
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e as condies climticas, comumente aceito
como
a
umidade
do solo
correspondente tenso de 1.500 kPa , independente
mente
da
esp
c
ie
e
das
condies ambientais , e, portanto, estimado indiretamente em laborat
rio. comum utiliz
ar
o gi rassol ou o feijo como plantas
indicadora
s da
determinao
direta
do
ponto
de
murcha permanente
.
ensidade aparente
A densidade
aparente
do solo,
tambm
chamada de densidade
gl
o
bal, geralmente expressa em g/cm
3
, a relao entre a
mas
sa do solo seco a
lOS-110 C e o seu volume total , incluindo o espao poroso. Permite estimar
o grau de compactao de um solo e transformar
as
percentagens de umida
de
gravimtrica do solo
em
termos
de
umidade volumtrica e, dessa forma ,
determinar a lmina
de gua
no solo.
Entre os mtodos existentes para a determinao da
densidade
aparente, o do cilindro e o
da
proveta so os mais conhecidos .
O mtodo
do
cilindro possibilita resultados bastante confiveis ,
sendo
considerado padro
para
fins
de
irrigao.
J
o mtodo
da
proveta pode propiciar resultados
compatveis
com
aqueles obtidos pelo mtodo
do
cilindro
apenas
para solos
arenosos ou
desestruturados . Em solos muito
arenosos
, o
mtodo
da
prove
ta o mais indicado
para
a
determinao da densidade
do
solo,
dadas
as
dificuldades
de
amostragem por meio
de
anis . Mtodos como o
da
parafina
e o
de
raios gama tambm so opes para a determinao
da densidade
aparente do solo.
Na ausncia
de
valores reais da densidade aparente do solo medi
dos em campo, estes
podero
ser estimados,
de
maneira aproximada con
forme a Figura 1, na qual so apresentados v
l
ores mdios
de densidade
em
funo
da
composio granulomtrica do solo. Exemplificando a utiliz
ao
da
figura 1, tem-se que,
para
um solo com
55
de
argila , 12
de
silte e
33 de areia, a densidade aparente
estimada
de l ,05g/cm
Profundidade efetiva
do
sistema radicular
Em irrigao, normalmente
no
se considera todo o perfil do solo
explorado pelo sistema radicular das plantas , mas apenas a profundidade
efetiva, que
deve
ser t l que de
80
a 90
do
sistema radicular esteja nela con
tido.
Sua
determinao para
fins
de manejo da
irriga
o
fundamental
; a
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100 O
\
\
o ~ ~
1
100
9
8
7 6
50
4
30
2
1 O
ercentagem de areia
FIG 1
Densidade
aparente
do
solo
em
g m
3
em
funo
e
sua granulometrla.
adoo
de valores maiores que os reais pode implicar a aplicao
de
gran
des quantidades de gua com conseqncias indesejveis enquanto valores
menores
podem
resultar em aplicaes deficientes e em turnos
de
rega mui
to pequenos .
Solos compactados alm de apresentarem menor capacidade de
reteno
de
gua oferecem grande resistncia
ao
desenvolvimento radicular
e aumentam os riscos de escoamento superficial de gua. A presena de
camadas compactadas no perfil
do
solo alm de dificultar a penetrao das
razes pode provocar a formao de um lenol fretico temporrio resultan
do
em problemas de aerao para as plantas. Sendo assim necessrio um
manejo de solo que vise destruir camadas compactadas bem como evitar
que estas se formem durante o preparo do solo.
Na Tabela 1 so apresentados valores mdios da profundidade
efetiva
do
sistema radicular
de
algumas hortalias em seu estdio
de
mxi-
2
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mo desenvolvimento vegetativo, cultivadas em solos de textura mdia, -
teis e com drenagem livre . Muitos fatores , como textura e fertilidade do solo,
prticas culturais, solos rasos, irrigaes muito freqentes e horizontes forte-
mente diferenciados,
podem
afetar consideravelmente o desenvolvimento
radicular
das
plantas. Assim ,
para
um
melhor conhecimento
da
profundida-
de efetiva, aconselhvel avaliar o sistema radicular nos diferentes estdios
de desenvolvimento e no prprio local
de
cultivo, em vez
de
utilizar os vaIa-
res apresentados na Tabela 1
T BEL 1. Profundidade efetiva do sistema
radicular
Z) de
algumas
hortalias no seu estdio de
mximo
desenvolvimento
vegetativo em solos de
textura
mdia.
ortalia
Z em)
ortalia
Z em)
Abbora 50-80
Ervilha
50-70
Alcachofra 70-100
Espinafre
40-70
Alface
15-30 Melancia
50-120
Aspargo
120-160 Melo 50-120
Bata ta
25-60
Milho-doce
50-120
Batata-doce
50-100
Morango
20-40
Berinjela
50-80
Nabo
55-80
Beterraba
40-70
Pepino
35-50
Cebola
25-60
Pimento 30-70
Cenoura 35-60
Rabanete
20-30
Couve
25-50
Tomate 25-70
Couve-flor
25-50
Vagem 40-60
Fo nt e: Adaptado de Rapos o 1980 ).
Existem vrios mtodos de avaliao da profundidade efetiva do
sistema radicular. Em geral, todos
so
trabalhosos e nenhum
pode
ser consi-
derado
padro e indicado
para
todas as situaes. Na prtica, a abertura de
uma trincheira perpendicularmente linha de plantio e a avaliao visual
do
sistema radicular, nos diferentes estdios
de
desenvolvimento
das
plan-
tas,
pode dar uma
idia aproximada das profundidades a serem considera-
das
para
fins
de
manejo
da
irrigao.
13
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16/75
urvacaracterstica de umidade
do solo
A curva de reteno de gua no solo, tambm conhecida como
curva caracterstica de umidade,
uma
das propriedades bsicas no estudo
dos processos
de
movimentao e reteno
de gua
no solo, e representa a
relao entre a percentagem de umidade e o potencial matricial ou a tenso
da gua
no solo. Essa relao
no
nica, isto , a curva tem uma forma no
processo de secamento e outra no de umedecimento, resultando no fenme
no
denominado
histerese. Na prtica
da
irrigao, todavia, assume-se a cur
va caracterstica de secamento.
Entre os vrios mtodos existentes para sua determinao, o extrator
de presso de Richards tem sido considerado
padro
e utilizado
como
rotina
por grande parte dos laboratrios
de
fsica
de
solos, quer
usando
amostras
com estruturas deformadas quer no-deformadas. Apesar de bem mais tra
balhoso, o processo que utiliza amostras no-deformadas possibilita resulta
dos mais precisos, principalmente na faixa de tenso at 100 kPa.
A curva
de reteno
pode tambm ser obtida
no campo
correlacionando a umidade
do
solo, determinada pelo mtodo
padro
de
estufa ou outro qualquer, com a tenso de gua no solo, determinada com o
auxOio
de
tensimetros,
para
a faixa de funcionamento
do
instrumento. O
processo consiste em instalar, na profundidade
de
interesse,
de
trs a quatro
tensimetros em uma rea previamente saturada de aproximadamente
1m
2
. Diariamente, pela manh , faz-se a leitura das tenses e coletam-se amos
tras de solo com o auxOio de um trado, para a determinao da umidade .
Esse mtodo prtico e
til
, principalmente
quando
se deseja
manejar
a
irrigao com o emprego de tensimetros.
Outro mtodo de campo relativamente simples o do gotejador.
Consiste em aplicar vazes crescentes de gua sobre o solo inicialmente seco,
por
intermdio
de uma
fonte pontual, como,
por
exemplo, um
ou
mais
gotejadores. De posse de informaes de vazo, dimetro mdio
da
rea
saturada
aps
equilbrio dinmico,
para
cada vazo, e avano
da
frente
de
molhamento em funo
do
tempo, possvel, seguindo a metodologia apre
sentada e exemplificada
por
Oliveira 1988), determinar a curva caractersti
ca de reteno de gua
do
so
lo
4
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17/75
Necessidade
de
Agua
das
Hortalias
As
plantas
ob
tm pratic
amen
te toda
gua
de qu e necess
it
am atra
vs
do
sistema rad icul ar. Da g ua absorvida , a planta no retm mais que
2 ,send o o restante transfer ido para a a
tm
osfera pela transpirao, aps
vrios processos fisiolgicos. A g ua tamb m
pode
-se perder diretamente
na
atmosfera pela
evaporao do
so lo e
da supe
rfcie vegetal
molhada
. A
esse processo de perda conjunta de g ua do solo e da planta na at mosfera
d-se o
nome
de
eva
potransp irao . A g ua
eva
potranspirada
deve
ser to
talmente reposta ao so lo, sob pena de co mprometer o d esenvo lv
im
ento das
plantas e o sucesso do empreendimento.
Alm de variar com a espc ie cultivada, a evapo transp irao afe
tada pelo solo e principalmente pelo clima. Entre os fa tores clim ticos qu e
influenciam o process
o,
destacam-se: radi
ao
solar,
temp
era tura ,
umidad
e
relativa do ar e velocidade do vento.
Vrios mtodos so utilizados para estimar a evapotranspirao,
podendo ser divididos em mtodos diretos e indiretos. Entre os mtodos
diretos, tm-se o balano de gua
no
so lo, que inclui smetros,
cmaras
portteis,
medio
de
fluxo
de
calor e o m
todo
de
entrada-sada em
gran
des reas. Indiretamente, a evapotranspirao pode ser estimada com base
no balano de
energia
,
com
o
uso
de evapormetros e equaes ou
frmulas.
Evapotranspirao do cultivo de
referncia
a quantidade de
gua
evapotranspirada de uma superfcie total
mente coberta por vegetao rasteira (em geral , gramneas verdes com 8 a
15cm
de
altura),
em
fase
de
crescimento ativo, sem restries
de umidade
e
com bordadura
adequada.
Por
causa
das dificuldades na obteno da
evapotranspirao em medies diretas, os mtodos indiretos
so
largamen
te empregados, possibilitando resultados satisfatrios.
Entre os
mtodos
indiretos, Blaney-Criddle, Hargreaves e tanque
classe A esto entre os mais usados em vrias partes do mundo
por
possibi
litarem resultados satisfatrios e exigirem um nmero reduzido de informa
es climticas. Os dois primeiros so mais indicados para o dimensionamento
de
projetos/sistemas
de
irrigao,
por no
estimarem a
evapotranspirao
5
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
18/75
com preciso em perodos inferiores a
3
dias . Entretanto, podem ser utiliza
dos para manejar a irrigao pelo mtodo do turno de rega calculado,
que
pouco criterioso e ser apresentado posteriormente .
Ainda que seja considerado um mtodo padro
para
a estimativa
da evapotranspirao de referncia , o mtodo de Penman tem sido pouco
empregado no Brasil. em razo do grande nmero de dados meteorolgicos
envolvidos e do trabalho de determinao da evapotranspirao. Essa
difi
culdade, entretanto, pode ser minimizada com o uso de um computador.
Mtodo de
Blaney Criddle
A
equao
de Blaney-Criddle , provavelmente , a mais conhecida
expresso
de
estimativa das exigncias hdricas dos cultivos,
para
fins
de
dimensionamento de sistemas de irrigao. Desenvolvida para a regio semi
rida dos Estados Unidos, permite estimar a evapotranspin:io de um per
odo de tempo mnimo de um ms, quando o nico dado meteorolgico
disponvel a temperatura mdia mensal, conforme
relao
a
seguir
(Bernardo, 1986) :
ET
o
=
P
(O,46
T
+
8,1 3)
3)
em que:
ETo= evapotranspirao do cultivo de referncia, em mm/ms;
p= horas de luz solar possveis no ms, em relao ao total anual, em
(Tabela 2) ;
T = temperatura mdia mensal. em 0
c.
Mtodo de
Hargreaves
O mtodo de Hargreaves, testado
no
Nordeste brasileiro com resul
tados satisfatrios, permite estimar a evapotranspirao
de
referncia
de
um
perodo de tempo mnimo de 3 dias , quando se dispem de dados
meteorolgicos mdios de temperatura e
umidade
relativa
do ar.
A
equao
de Hargreaves, apresentada
por
Silva & Silva (1983), dada por:
ETo =
2,
09TP(1
-
O,01UR ,)
4)
em que :
ETo= evapotranspirao
do
cultivo
de
referncia,
em
mm/ms;
6
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
19/75
T BEL
2 Horas
de luz solar
em
, para
latitudes de
0 a 36 Sul
lato
lan.
Fev. Mar. Abr. Mai.
lun. lul
Ago. Set.
Out.
Nov.
Dez.
graus)
O
8,50
7,65 8,48 8,23
8,50
8,22 8,49 8,51 8,22 8,48
8,12 8,49
2 8,57
7,70 8,49 8,20 8,43 8,16 8,42 8,45 8,21 8,51 8 29
8,57
4
8,63 7,74 8,50
8,17 8,38 8,06
8,35 8,41 8,20
8,55 8,35 8,66
6
8,69
7,79 8,51 8,13 8,32 7,98 8,27 8,37 8,20 8,58 8,42
8.74
8
8,77 7,83 8,52
8,09 8,27 7,89
8,20
8,33
8,19 8,60 8,49 8,82
10 8,82
7,88 8,53 8,06 8,20 7,82 8,14 8,23 8,18
8,63 8, 56 8,90
12 8,90 7,92
8,54 8,02 8,14 7,75 8,06
8,2 2
8,17
8,67 8,63 8,98
...
14
9 98
7,98 8,55 7,99 8,06 7,68 7,96 8,18
8,16 8,69 8,70 9,07
16 9,08 8,00 8,56 7,97 7 99 7,61 7,89 8,12 8,15 8,7 1
8,76 9,16
18 9,17 8,04
8,57 7,94 7,95 7,52
7,79 8,08 8,13 8,7 5 8,83 9,23
20 9,26 8,08 8,58 7,89 7,88 7,43 7,71 8,02 8,12 8,79 8,91 9,33
22
9,35 8,12 8,59 7,86 7 75 7,33
7,62
7,95 8,11 8,83 8,97 9,42
24 9,44 8,17 8,60 7,83
7,64 7,24 7,54 7,90 8,10
8,87 9,04 9,53
26
9,55 8,22 8,63
7,81 7,56 7,14 7,46 7,84
8,10 8,91 9,15 9,66
28 9,65
8,27 8,63 7,78 7,49 7,04 7,38 7,78 8,08 8,95 9,20
9 7 6
30
9,75
8,32 8,64 7,73 7,44 6,93 7,28 7,70 8,07
8,99 9,26 9,88
32
9,85 8,37
8,66 7,70 7,36 6,82 7,18 7,62
8,06 9,03 9,35 10,00
34 9,96 8,43
8,67 7,65 7,25 6,70 7,08 7,55
8,05 9,07 9,44 10, 14
36
10,07 8,50
8,68 7,62 7,14
6,58
6,98 7,48
8,04 9,12 9,53
10,26
Fonte: Bernardo 1986 .
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
20/75
T temperatura mdia mensal, em C;
p horas de
luz
solar possveis no ms, em relao ao total anual, em
(Tabela 2);
UR umidade relativa mdia mensal ao meio-dia , em .
m
No caso de
no
se dispor da umidade relativa ao meio-dia , esta
pode ser estimada, segundo AI Barrach, citado por Pera (1971), pela seguin
te equao:
UR =
1 0 + 0,4UR + 0,004 UR
1
(5)
em que:
UR==
umidade relativa mdia mensal , em .
Mtodo de
Penman
A
equao
de Penman combina o balano de energia no sistema
com princpios aerodinmicos relacionados
ao
processo
de
transporte
de
massa. Desde que foi desenvolvida, tem sido bastante utilizada em todo o
mundo, quer
na
sua forma
original quer nas inmeras
modificaes
introduzidas
por
diferentes autores. Entre elas, a adaptada por Doorenbos
&
Pruitt
(1977),
representada pela
equao
6
tem sido uma
das
mais empre
gadas.
ETo=c
[
) Rn+ ( y )2,7 l+O,OlU ) e - e ]
y y 2
em que :
ETo== evapotranspirao do cultivo
de
referncia, em mm/dia;
== coeficiente
de
calibrao, adimensional;
== declividade
da
curva
de
presso de saturao de vapor, em kPa/C;
y constante psicromtrica,
em
kPa/C;
(6)
Rn radiao solar lquida disponvel expressa em equivalente de evapora
o, em mm/dia;
U
2
velocidade
do
vento a 2,Om da superfcie
do
solo, em km/dia;
e, presso
de
saturao
de
vapor temperatura mdia do ar, em kPa ;
e.
presso atual de
vapor
temperatura mdia
do
ar, em kPa.
8
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
21/75
Como
os termos energtico e aerodinmico podem ter maior ou
menor
peso
dependendo das
condies climticas
predominantes
, os auto -
res, baseados em anlises estatsticas de parmetros meteorolgicos e dados
de
Iismetros, introduziram o fator
de
ajuste c ,
que
funo da
umidade
relativa mxima, radiao solar global , velocidade
do vento no per
odo diur-
no e razo da velocidade do vento
diurno
e
noturno
(Tabela 3) . Quando a
ETo
determinada
com o auxlio de computador, o valor de c pode ser
determinado pela seguinte
equao
de regresso Cuenca ,
1989)
:
c =
0,68 + 0,
0028
UR + 0,01 8 R, -
0,068
U, ., + 0,01 3 (
U
/ U ,.) +
0,0097U
,
.,(U , /
u
..)
+
0,43.10'
U R
.
,
R
U ,
(7 )
em que:
( =
coeficiente de calibrao, adimensional ;
UR =
umidade
relativa
m
xima
do
ar, em %;
T o,
R,= radiao solar global expressa em equivalente
de
evaporao, em mm/dia;
U
d
= velocidade do vento durante o dia , a 2 ,
Om
da superfcie do solo, em m/s:
UdjU . = relao entre a velocidade do vento durante o dia e noite .
n O
II(
Os parmetros
6
e
y da equao
6 podem
ser determinado
s
pelas
seguintes equaes Cuenca , 1989):
to =
0,2 (
0,00738
T +
0,8072
) ' - 0,0001 16
(8)
em que:
6
= declividade da curva de presso de saturao de vapor, em 'kPa
/
C:
T= temperatura mdia do
ar
, em 0:
(1 0 13 - 0, 1055
A)
y = 0 16 1 4
, (
2500,78
-
2,360
1 T)
(9 )
19
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
22/75
TABELA
3
Coeficiente de calibrao
c) para a
equao de Penman
,
em funo da
umidade
relativa , radiao
global
e
velocidade do
vento
UR
m
= 30%
UR
m
,= 60% URm ,,= 90 %
U
d
Rs (mm/dia ) Rs (mm/dia)
Rs (mm/dia )
(m/s)
3
6 9
12
3 6 9
12
3 6 9 12
UdjUn l.= 4
0,86
0 90 1,00 1,00 0,96 0,98 1,05 1,05 1,02
1,06 1,10
1,10
3
0,79
0,84 0,92 0,97 0,92 1,00 1 11 1,19
0,99 1,10 1,27
1
3
2
6
0,68 0,77
0,87 0,93 0,85 0,96 1 11 1,19
0,94 1,10 1,26
1 33
9
0,55
0,65 0,78 0,90 0,76 0,88 1,02
1 14
0,88 1,01
1,16 1,27
UdjU
nool
.= 3
t .:>
0,86 0,90
1,00 1,00 0,96 0,98 1,05 1,05 1,02 1,06
1,10 1,10
O
3
0,76
0,81 0,88 0,94
0,87 0,96 1,06 1,12
0,94 1,04 1,18 1,28
6 0,61 0,68 0,81 0,88 0,77 0,88 1,02 1,10 0,86 1,01 1,15 1 22
9
0,46 0,56 0,72 0,82
0,67 0,79 0,88 1,05 0,78 0,92
1,06 1,18
UdjUnol.= 2
0,86
0,
90
1,00 1,00
0,96 0,98 1,05 1,05 1,02
1,06
1,1
1,1
3
0,69
0,76 0,85 0,92
0,83 0,91
0,99 1,05 0,89 0,
98
1,10 1,14
6
0,53
0,61 0,74 0,84
0,70 0,
80
0,94 1,02 0,79
0,92 1,05 1,
12
9
0,37 0,48 0,65
0,76 0,59 0,70 0,84 0 ,95 0,71 0,81
0,96
1
06
Ud j Un l.= 1
0,86
0,
90
1,00
1,
00
0,96 0,98 1,05 1,05 1,02 1,06 1,10 1,10
3
0,64 0,71
0,82 0,89
0,78 0,86 0,94 0,99
0,85
0,92 1,01
1,05
6
0,43 0,53
0,68 0,79
0,62 0,70 0,84 0,93 0,72 0,82 0,95
1,00
9
0,27 0,41 0,59
0,70
0,50 0,60 0,75 0,87 0,62 0,72 0,87
0,96
ntf': oorenbos Pruitt (1977).
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
23/75
em que :
y=
constante psicromtrica, em kP
a
C;
A= altitude local , em m;
T
=
temperatura mdia
do
ar, em
0
c.
o valor de e,
pode
ser determinado em funo
da
temperatura
mdia
do
ar por meio
da equao
10,
apresentada
por
Sediyama
1987).
J
o valor
de
e
pode
ser
t i m d o
de vrias formas,
dependendo
dos
dados
di
sponvei
s.
A mais simples a partir
da
umidad e relativa mdia diria e
da
presso
de
saturao de vapor mdia
e
.l, como mostra a
equao
11 Jensen
1973).
e,
=0
1
332gex
p
[21
07 5336/
273
1 ]
em que :
e,= presso de saturao de vapor
temperatura T, em kPa ;
T
=
temperatura
do
ar, em
0
c.
UR.e,
e =
J
1
em
que
:
e
=
presso atual de
vapor
mdia diria) , em kPa;
J
UR=
umidade
relativa mdia
do
ar, em
.
(10)
11)
Um
parmetro
da
equao 6 que
pode
apresentar dificuldades
para
a sua obteno a velocidade
do
vento a 2,Om de altura . Em regies
onde
a velocidade tomada a
uma
altura diferente de 2,
Om
da superfcie , a
equa-
o de
Pasquil,
apresentada por Jensen
1973),
pode
ser
usada
para
obter a
velocidade
do
vento equivalente altura de 2,Om:
U = U 2/Z)o 2
2 z
U
2
=
velocidade
do
vento a 2,
Om da
superfcie
do
solo
em km
/dia;
U = velocidade
do
vento altura z em km/dia;
z
Z=
altura
de
instalao
do anemmetro
, em m.
2
(12)
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
24/75
Quando
no se dispem de valores medidos
da
radiao solar l
quida
Rn
), estes podem ser estimados por meio
de
frmulas empricas, como
a de Brunt (equao 13), apresentada por Chang (1968) :
Rn
=
l-a,)
Rs - 2,
02.1
O-(T
+
27
3)'(0,36 -
0 , 0 5 ~
0,1
+
0,
9n /
N)
(13)
em que:
Rn = radiao solar lquida disponvel expressa em equivalente de evapora
o, em mm/dia ;
a = albedo 0 ,23 pode ser usado como valor mdio) ;
Rs= radiao solar global expressa em equivalente de evaporao, mm/dia ;
T= temperatura mdia do ar, em C;
e = presso atual de vapor, em kPa;
n
nmero de horas reais de insolao no dia;
N nmero mximo de horas de insolao no dia (Tabela 4) .
As
constantes empricas
da
equao 13 so apresentadas como
gerais e possibilitam
uma
estimativa razovel de Rn .
A maioria das estaes meteorolgicas
no
dispe sequer da radi
ao global. Nesse caso, o valor de
Rs
pode ser estimado com base
na
rela
o proposta por ngstrbm (equao 14), apresentada por Doorenbos
Pruitt (1977), a partir
da
radiao solar no topo
da
atmosfera (Ra) e dos
nmeros real e mximo de horas de insolao no
dia:
Rs =
0,25
+
0,50
n/N) Ra
(14)
em que:
Rs= radiao solar global expressa em equivalente
de
evaporao, mm/dia;
n= nmero de horas reais de insolao no dia;
N nmero mximo de horas de insolao
no
dia (Tabela 4);
Ra= radiao solar total
no
topo
da
atmosfera expressa em equivalente
de
evaporao, mm/dia (Tabela 5) .
As constantes
da
equao de ngstrm so dependentes das con
dies locais e da poca do ano. Para efeito prtico, podem-se considerar os
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
25/75
T BEL
4.
Durao
maxlma
de
horas
de
insolao
no
dia
N) .
para
latitudes
de 0 a
6
sul.
Lat.
jan. Fev. Mar.
Abr. Ma i . jun . jul.
A
go
. 5el. O ul.
Nov
De/
graus)
12, 1
12,1 12, 1
12, 1 12 ,1 12, 1 12 , 1 12,1 12, 1 12, 1 12, 1
12,1
2
12 ,2 12,2
12 ,1 12, 1 12 ,0 12,0 12 ,0 12,0 12, 1 12,1 12,2
12,2
4
12,3
12,2 12, 1
12 ,0 11 ,9 11 ,8 11 ,9
12
,0 12,1 12,2 12,3 12,4
6
12,4
12 ,3
12,1
12,0
11
,9
11
.7
11 ,8 11 ,9 12,1 12,2 12,4
12 ,5
8
12,5
12,4
12,1
11 ,9 11 ,7 11 ,6
11 .7
11
.9 12,1 12,3
iJ
-
12
,
{,
10
12,6
12.4
12,1 11 ,9
11 ,7 11, 5
11
,6
11
,8 12,0 12,3
12,6
12
,-
12
12,7
12,5
12,2 11 ,8
11 ,6 11 ,4 11 ,5
11 .7
12,0 12,4 12 ,7
12
.8
14 12,8
12,6
12,2
11
,8
11
,5
11.3
11 ,4
11
,6 12,0 12,4 12,8 12 ,9
16
13.0
12.7
12,2
11 ,7
11
,4
11.2
11 ,2 11 ,6
12,0
12,4
12 ,9 1
. 1
18 13,1
12,7
12,2
11.7
11.3
11
, 1 11 , 1
11
.5
12 ,0
12,5
13.0 l
20
13,2
12,8
12
,2 11 ,6
11.2
10,9 11 ,0
11
.4 12.0
12,. ,
l l
22
13,4
12,8 12,2
11
,6
11 , 1
10,8 10 ,9
11.3
12.0 12.6
13,2
1 I . :;
24 13,5
12,9 12,3
11
,5 10,9
1
0.7
10,8
11
.2
11
,9
12
.6 13.1
1
l b
26
13,6
12,9 12,3
11
,5 10,8
10.5 10.7
11.2
11 ,9
12 / 13 .4
II .H
28
13,7 1
3,
0
12,3 11.4 10.7 1
0.4
10.6
11 , 1
11.9
12,8 1 l .
j
11.9
30
13,9
13,1
12, 3
11
,4
1
0,6
10,2 10,4
11
,0
11
,9 12,8
13.6
14 , 1
32
14,0
13, 2
12,3 11 ,3
1
0,5
10,0 1
0,3
10,9
11.9
12
.9
13 7
14 2
34
14,2
13 ,3
12,3
11.3
10,3 9,8
10, 1
10,9 11 ,9 12 ,9
11 .9
14.4
36
14,3
1
3,
4 12,4
11 , 2 10,2 9,7 1
0,0
1
0.7
11 ,9
13.U
14 .) 14 .
,
Fonte: 5edi yama
198
7).
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
26/75
TABELA 5
Radiao solar total no topo
da
atmosfera Ra ), expre
ss
a em equiv
alen
te de
evaporao
mm
/di a ). para latitudes de 0 a 36 sul
Lat. jan.
Fe
v.
Mar
. Abr .
Mai. jun
.
ju l
. Ago . SeI.
Ou
t.
(grau s)
O
15,0
15
,5 15,7 15,3
14 ,4
13,9
14
, 1 14 ,8
15 ,3
15,4
15
,1
1 :1 8
2
15,3
15 ,7 15,7 15, 1
14 , 1
13,5 13,7
14
,5
15,2
15,5 15 ,3 15,1
4 15,5
15
,8
15
,6
14 ,9
13, 8 13,2
13,4 14 ,3
15, 1
15
,6
15 ,5 15,4
6
15 ,8 16,0 15 ,6
14 ,7
13.4
12 ,8 13,1 14 ,0
15,0 15 ,7
15 ,8
1:
i ,-
8
16,1
16, 1
15
,5 14.4
13, 1 12 ,4 12 ,7 13,7 14 ,9
15 8
16,0
16,0
10
16,4 16,3
15 ,5
14 ,2
12,8 12 ,0 12,4 13,5 14 ,8
15,9 16,2 16,2
12 16,6
16,3
15.4
140 12 ,5
11 ,6
12 ,0 13,2 14 ,7
15,8
1
6,
4
16,5
N
14 16,7
16,4
15,3
13,7 12 ,1 I 1,2 11 ,6
12
,9 14,5
15 ,8 16,5
16,6
16 16,9 16.4
15 ,2 13 ,5
11.7
10,8
I 1,2
12 ,6 14 ,3 15,8
16,7 16,8
18
17,1 16,5 15 , 1
13
,2 11.4
10,4
10,8 12,3 14, I 15 8
16,8 17 1
20
17 ,3 16,5 15 ,0 13,0
11
,0
1
0 0
10,4 12,0 13,9
15
8
17 ,0 17 ,4
22
17,4
16,5
14 ,8 12 ,6 10,6 9,6
10,0
11 ,6
13,7 15 ,7 17,0
17 ,5
24 17,5 16,5
14,6 12 ,3
10, 2 9,1 9,5
11
,2 13,4
15 ,6
17 , 1
17,7
26
17,6
16,4 14,4 12
,0
9,7 8,7 9, 1 10,9
13 ,2
15 ,5 1
7,
2
178
28
17,7
16,4
14,3 11 ,6
9,3
8,2
8,6
10,4
130 15 ,4 1
,2 17,9
30
17,8 16.4
14 ,0
l
8,9
7,8 8,1 10, 1 12,7
15,3 17 ,3 18,1
32
17,8 16,2
13,8
10,9 8,5 7,3 7,7
9,6
12 ,4 15 , 1
1 ,2 18,1
34
17,8 16,1 13 ,5 10,5 8,0 6,8 7,2
9,2
120
14 ,9 17 , I
18,2
36
17,9 16,0
13 ,2 10, 1 7,5
6,3 6,8 8,8
11,7
14 ,6 1 O
18,2
Fo
n
te: Doorenbos Pru
itt (1977 .
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
27/75
v lores 0 ,25 e 0 50 como mdio
s:
m caso de di sponibilidade na reg io, eles
d v m s r
mpr
eg dos.
Basi
cam
nte
todo
s os par metros requeridos pela equao 6 po
d m s r ob tidos com a utilizao de um piranmetro, um anemmetro e um
psicrmet
ro
.
Caso
esses sensor s estejam conectados a um computador, a
determinao
de ETo
ser simples e tota lm e te automa
ti
za
da
.
todo do tanque
classe
Na evaporao
de uma
superfcie de g ua livremente exposta como
num
tanqu classe A, integram-se os efe itos dos diferentes fatores climticos
qu influ nciam o processo
de
evapotra nspirao das culturas. Utilizando-se
coefic ientes obtidos empiricamen te,
pode
-se es timar a ETo a partir da eva
pora
o
do
tanque,
por
meio
da
seguinte relao:
To
=
Kp .E a
15)
em que:
T = evapo tran
sp
irao do cultivo de referncia, em mm/dia:
Kp = coe ciente de tanque, adimensional;
E a = ev
apo
ra
o
do tanque classe A, em mm/dia .
Os valores
de
Eca
podem
ser obtidos em
po
stos meteorolgicos
da
reg io, estaes experimentais ou no prprio local
de
cultivo.
O tanque USWB classe A (Figura
2
consiste
de
um recipiente cir
cular
de
ao inoxidvel ou de ferro galvanizado, com 121cm
de
dimetro
interno e
25 5cm
de profundidade. O tanque deve ser instalado sobre um
estrado
de
madeira
de
lOcm de altura e estar cheio
de
gua, de
modo que
o
nvel mximo fique a 5cm da
borda
superior. A oscilao
mxima
do nvel
de
gua
dentro do tanque no deve ser superior a 2,5cm.
A
evaporao pode
ser
medida
c
om
um micrmetro
de
gancho ou
rgua dentro do poo tranqilizador, ou ainda com o uso
de
mangueira
transparente e escala conectadas externamente
parede lateral do tanque .
O valor de Kp pode ser determinado a partir da Tabela 6,
sendo
funo
da
velocidade do vento a 2,Om
da
superfcie, umidade relativa do ar
e
tamanho
da bordadura (grama ou solo n). Dispondo-se de valores de
Kp
ajustados ou
determinados
para condies especficas, estes devero ser uti
lizados. Dados
de velocidade de vento medidos a uma altura diferente de
2,Om
devem
ser ajustados,
usando
-se a
equao
12 .
5
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
28/75
FIG 2 Tanque
USW classe A
OS valores de Kp podem tambm ser determinados pela equao
16, apresentada por Cuenca (1989). Essa equao, obtida a partir da Tabela 6
por anlises de regresso, foi derivada apenas para o caso do tanque circun
dado por grama, sendo til
quando
se dispe
de
um computador para auxi
liar no manejo da irrigao:
Kp=0,475-0,24
O
- U ,
0,00
516UR O,00118d-O
,16.1O- UR / -
(16)
0,101 10 - d - 0,8. l HUR U - 1 0.1OHURId
em que:
Kp= coeficiente de tanque , adimensional ;
U2
=
velocidade do vento a
2,Om
da superfcie do solo, em km /dia ;
UR= umidade relativa mdia
do
ar, em ;
d=
distncia mnima com vegetao ao redor do tanque, em m (d s; 1000m) .
Os valores
de Kp
apresentados na Tabela 6 devem ser utilizados
com critrio, especialmente quando o tanque estiver em reas com
pouca
cobertura vegetal ou desnudo. Sob tais condies, a temperatura do ar ao
nvel do tanque pode ser de 2 a SoC maior e, conseqentemente, a umidade
relativa 20 a
30
menor. Assim, em regies ridas, com ventos fortes e
extensas reas de solo nu, sugere-se reduzir os valores de Kp em at 20 .
Por outro lado, se o tanque estiver instalado em meio a
uma
cultura com
altura superior a 2 ,
Om,
recomenda-se que os valores sejam
aumentados
em
6
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
29/75
TABELA 6 . Coeficiente Kp para o tanque
classe
A
para
e s timativa da
ETo.
Tanq ue c
ir
cundado Tanq ue c
ir
cundado
po r gram a po r so lo nu
Um i
dade
Baixa Md ia A lta
Baixa
Mdia A lta
re lat iva
() 70 70
Vento
m/ s)
Posio
Posio
do
do tanque
Ianque
R
(m )
R
(
m)
O
0,55 0,65 0,75
O
0,70 0,80 0,85
Leve
l O
0,65 0,75 0,85 l O 0,60 0,70
0,80
8 100 0,50 0,60 0,65 100
0,40
0,45
0,50
1000
0,55
0,60 0,65
1
000
0,35 0,40
0,45
Nota: Para ex tensas reas de so lo nu, reduzi r os de
Kp em 20 em c
ondi
es
de a lta temperatura e vento (arte, e de 1
O ')'u
a 15'X, em cond ies de moderadJ
tempera tur a, vent o e um idade .
Po
r R e
nt
ende-se a menor d istncia e ~ s J em metro,)
do
cen tro do tanque
JO
l
imite
da bordad ura g rama ou
so
lo nu ).
Fonte: Doorenbos & Prui
ll
(1977) .
7
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
30/75
at
3
, nos casos
de
climas secos e ventos fortes, e em 10 em condies
de
ventos fracos e umidade relativa el
evada
.
Um dos cuidados que se deve ter quando
da
utilizao
de
tanques
de
evaporao evitar que animais bebam gua no tanque, o que pode
ocasionar erros sig
nifi
cativos na estimativa
da
evaporao. Uma maneira
simples
de
evitar tais prob lemas cercar uma rea
de
aproximadamente
25m
2
(5m x 5m)
ao
redor do tanque com uma tela
de
arame fino e
de
malha
grande . Nesse caso, os valores
de Kp
apresentados na Tabela 6
poder
iam ser
adotados sem maiores problemas, visto que os parmetros responsveis pela
evaporao da gua
praticamente
no
seri
am
afetados. Entretanto, a colo-
cao
da
tela sobre o tanque a
lt
era considerave
lm
ente a taxa de evapora-
o ,
invalidando
a utili zao
da
Tabela 6
sem uma ca li
brao
prv
ia
.
Por ser um mtodo simples, de custo relativamente baixo,
que
pos-
sibi lita resultados satisfatrios e permite
um
a es tim a ti va diria da
evapotranspirao, o tanque classe A tem sido um dos mtodos ma is empre-
gados em todo o
mundo para
o ob ten
o da ETo.
Maior preciso, en tretan-
to pode
se r obtida
quando
empregado
por
perodos
de
, pelo menos, c
in
co
dias.
Evapotranspirao da cultura
a quantidade de g ua evapotranspirada
por
um a cultura
que
cresca sem restries
de
umidade, fertilidade ou qualquer outro fat
or.
Para
fin s de manejo da gua de irrigao, em raz
o
das dificuldades para sua
medida direta e prec i
sa no
ca
mpo
, a
evapo
transpira
o da
cultura tem sido
estimada indiretam ente a partir
da ETo
por meio de coeficientes de cultura
(equao 17). Esses coeficientes so determinados empiricamente, conside-
rando as necessidades hdricas de cada espc
ie
vegetal nos seus diversos
estdios
de
desenvolvimento . Sempre
que
possvel,
devem
ser
det
ermina-
dos
p ~ r cada
condio
eda
focl
im
ti
ca especfica.
T
c KC
To
em que:
ET
= evapotranspirao
da
cultura, em mm/dia;
K = coe
ciente
de
cultura, adim ensional ;
To =
evapot
ransp irao do cu ltivo de referncia, em mm/dia .
8
(17)
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
31/75
Na Tabela
7,
so apresent
ados
valores de
Kc para
algumas h
ortali
as,
no
s diferentes estdios de desenvolvimento. Os estdios esto subdivi
didos em quatro e caracterizados como a seguir:
stdio
Da emergncia at 10 do desenvolvimento vegetativo.
stdio
Desde o final
do
estdio I at 70 a 80%
do
desenvolvimento
vegetativo (incio de florescim ento) .
stdio
Desde o final
do
estdio at o incio da maturao.
stdio IV
Desde o final do estdio at a colheita.
Subdividir os estdios de desenvolvimento das plantas relativa
mente simples, uma vez estabelecido o incio e o trmino do estdio I1I
ou
seja, o perodo correspondente a
80
do
mximo desenvolvimento vegetativo
e incio
de matura o
das plantas. No caso de hortalias como ervilha e
tomate,
por
exemplo, o estdio definido pelo perodo entre o florescimento
e o incio da maturao de gros ou de frutos .
Para as hortalias que produzem tubrculos, o estdio III definido
pelo incio da formao dos tubrculos at o momento em que atingem o
mximo desenvolvimento. Para as hortalias herbceas, como a couve-flor
e o repolho, o estdio III compreende o perodo entre o incio da formao
da
inflorescncia
ou
da
cabea
e o seu mximo desenvolvimento.
Para espcies tipo razes,
como
a cenoura, o estdio compreen
de o perodo entre o desenvolvimento acentuado de razes e o incio da
senescncia da parte area.
Estabelecer o estdio III para as hortalias folhosas mais difcil,
uma vez
que
essas plantas
so
geralmente consumidas antes
de
atingirem o
perodo reprodutivo. Nestes casos, no se incorrer
em
erro se se considerar
o estdio III como o perodo entre 80% do mximo desenvolvimento da
planta e a sua colheita .
Sob condies de alta freqncia de irrigao
1
a 2 dias),
comuns
em
solos arenosos e alta demanda evaporativa, tem sido
recomendado
que,
no
primeiro estdio de desenvolvimento
das
plantas, empreguem-se valores
de Kc maiores
que
aqueles apresentados na Tabela 7, ou seja, algo entre
0,70-0,90
para
irrigaes dirias e 0,60-0,80
para
freqncia de dois dias .
9
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
32/75
TABELA 7. Coeficiente de cultura Kc) em diferentes estdios de
desenvolvimento, em
funo
da
umidade relativa e
velocidade do vento, para diversas hortalias.
Estdios de desenvo
lvimento
Hortalia
I '
IV
Abbora
040-0 50
0 65-0 75
0 90-1 00 0 70-0 80
Aipo
030-0 50
0 70-0 85
1 00- 1 1 5
0 90-1 05
Alcachofra
0 30-0 50
0 65-0 75
0 95-1 05
0 90-1 00
Alface
050-0 60
0 70-0 80
0 95-1 05 0 90-1 00
Batata
0 40-0 50
0 70-0 80
1 05-1 20 0 70-0 75
Be
rinj
ela
0 30-0 50 0 70-0 80
0 95-1 10 0 80-0 90
Beterraba
0 40-0 50
0 7 5-085
105-1 20 060-0 70
Brssicas
0 40-050 0 70-0 80
095-1 10 0 80-0 95
Cebo la
0 40-0 60
0 70-0 80 0 95-1 10 0 7 5-0 85
Ce noura
050-0 60
0 70-0 85
1 00- 1 15 0 70-085
Ervi lha seca
0 40-0 50
0 70-0 85 1 05-1 20 0 25-0 30
Erv
ilha
seca'
0 40-050
065-0 75
0 70-0 80
0 25-0 30
Ervilha ve rd e 0 40-0 50
0 70-0 85
1 05-120
0 95-1 10
Espinafre
0 40-0 50 0 70-0
80
0 95-1 05
0 90-1 00
Lentilha
0 40-0 50 0 7 5-0 85
105
-1
15
0 25-0 30
Melancia
0 40-050 0 70-0 80 0 95-1 05 0 65-0 7 5
Melo
0 40-0 50 0 70-080 0 95-1 05 0 65-0 7 5
Milho-doce 0 30-0 50 0 70-090
105
-1
20
0 95-1 10
Pepino
0 40-0 50 0 65-0 7 5 0 90- 100
0 70-0 80
Pimento 0 40-050
060-0 65 0 95-1 10 0 80-0 90
Rabanete 0 50-0 60 0 55-0 65 0 80-0 90 0 7 5-0 85
Repolho
0 40-0 50 0 70-0 80
0 95-1 10
0 80-0 95
Tomate
0 40-0 50 0 70-0 80 1 05-1 25
060-0 65
Tomate i
ndust
0 50-0 60 0 60-0 65 0 75-0 85
0 60-0 65
VJgem 030-0 50 0 65-0 75 095-1 05
0 85-0 90
Primeiro nmero: sob alta umidade (UR
>
70%) e vento
fra
co (V
5 mm/dia) e perodos crticos ao dfice de
umidade
do
solo Tabela 9).
Obs.: 1 kPa tem a mes ma
gr ndez
que
1 cbar .
32
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
35/75
Os valores apresentados na Tabela 8 so mais indicados
para
os
mtodos de
irriga
o
por asperso e por superfcie. Esses va lores devem ser
adotados
com reserva caso a irriga
o
seja por gotejamento, visto que, ge
ralmente, as culturas irrigadas
por gotejamento
apresentam melhor
de
sem
penho
quando
submetidas a tenses inferiores quelas consideradas sa
ti
s
fa-
trias
para
outros
mtodos
de irrigao.
De maneira geral, as plantas apresentam perodos em
que
a falta
de gua ocasiona quedas pronunciadas
na produtividade e na qualidade
do
produto
colhido. J
em
outros perodos, dficits hdricos moderados
no
afetam significativamente a
produo
. Perodos crticos ao dficit hdrico em
algumas hortalias so apresentados na Tabela 9 . Essas informaes
apesar
de
qualitativas,
podem
auxiliar na tomada
de
deciso no momento
da
irrigao.
Para o clculo
das
necessidades de
gua das
hortalias
que
no
constam nas tabelas apresentadas, recomenda-se o uso
de
valores
de
esp
cies que apresentem particularidades comuns. Por exemplo,
para
as folhosas
acelga , chicria etc.),
podem
ser utilizadas informaes disponveis sobre a
alface . Para a beterraba,
dados
disponveis sobre a cenoura;
para
o gro-de
-bico, informaes sobre a lentilha; e assim
por
diante .
Mtodo do turno de rega calculado
Apesar
de no
ser criterioso
para
efeito
de
controle
da
irrigao, o
mtodo do
turno de rega possibilita o clculo
de
vazo. o
dimensionamento
de tubulaes ou canais e a seleo de
motobombas
em projetos de irriga
o
. Este
mtodo somente
recomendado
para
fins
de manejo
da
gua
de
irrigao, quando
no
se dispem de
dados
e/ou
equipamentos que
permi
tam o
emprego
de um
mtodo
mais eficiente.
Por esse mtodo, realiza-se o controle da irrigao
determinando
-se previamente o intervalo entre irrigaes consecutivas
equao
18),
para
cada
estgio de desenvolvimento
das
plantas.
funo da
capacidade
de
armazenamento
de
gua
pelo solo,
das
condies climticas e da espcie
cultivada.
TR = CC-UI.
Da
.
Z
O Tc
18)
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
36/75
T BEL
9 Perodo crtico ao
dfice
de umidade no solo para algumas
hortalias
ortalia
Abbora
Alface
atata
Berinj ela
Beterraba
r
co
los
Cebo la
Cenoura
Couve-flor
Ervi ha
Lentilha
Melancia
Melo
Milho doce
Morango
Nabo
Pepino
Pimento
Pimentas
Rabanete
Repolho
Tomate
Vagem
Perodo crtico
Florao e d
ese
nvo lv
im
ento de frutos
Particularmente antes da colheita
Florao e tuberizao
Florao e desenvolvimento de frutos
Durante
os
primeiros 60 dias
Formao da inflorescncia
Desenvolvimento
do bulbo
Espec ialmente durante os primeiros 40 dias
Formao da inflorescncia
Florao e enchimento de vagens
Florao e enchimento de vagens
Florescimento at a
colheita
Florescimento at a colheita
Pendoamento e formao de gros
Desenvolvimento
de frutos maturao
Desenvolvimento das razes at a
colheita
Florescimento at a colheita
Formao e desenvolvimento de frutos
Frutificao at a
colheita
Desenvolvimento das razes
Formao e
desenvolvimento
da cabea
Formao e
desenvolvimento
de frutos
Florao e enchimento de vagens
Fonte: Adaptado de
Do
orenbos Pruitt (1977) e
Withers
Vipond (1977).
34
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
37/75
em que:
TR
=
turno de rega, em dias;
CC
=
capacidade
de
campo, em
de
peso seco;
UI
=
umidade de irrigao, em de peso seco;
Da
=
densidade aparente do solo, em
l m
;
z= profundidade efetiva do sistema radicula r
das
plantas, em cm;
ETc=
evapotranspirao
da cultura,
em
mm/dia.
A umidade ideal do solo para se promover a irrigao UI) deve ser
determinada com base na tenso de gua no solo recomendada
para
a es
pcie cultivada (Tabela 8) e
na
curva
de
reteno
de gua
no solo. No se
dispondo da curva de reteno, o turno de rega pode ser determinado pela
seguinte expresso:
CC
-
PM
TR = .Da.f.Z
10 ETc
em
que
:
PM
=
ponto de
murcha permanente
em de
peso seco;
f frao real de gua disponvel cultura , decimal.
19)
Os
demais parmetros j
foram definidos e tm a
mesma grandeza
daqueles apresentados na equao 18.
O valor
de
f pode ser determinado,
de
maneira
aproximada
, con
forme a Figura 3 , na qual so apresentadas curvas tpicas de cinco diferentes
texturas
de
solo. Neste caso, o valor f ser aquele correspondente tenso
crtica
de gua
no solo recomendada
para
a espcie cultivada , conforme
Tabela 8.
A evapotranspirao em
cada
estd io
de
desenvolvimento
deve
ser estimada segundo
dados
experimentais mdios disponveis
da
regio
ou
,
indiretamente , a partir de uma srie histrica de dados climticos mdios
mensais. Assim, equaes anteriormente
apresentadas
como
as de Blaney
Criddle e Hargreaves,
podero
ser usadas
para
a estimativa
de
ETc .
Por ser o turno de rega previamente calculado a partir da
evapotranspirao
mdia mensal e histrica , igualmente distribuda durante
o ms em considerao, a irrigao pode ser deficiente
ou
em
quantidade
excessiva, uma vez que no so
consideradas
as variaes na
demanda
5
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
38/75
evaporativa da atmosfera ao longo
do
tempo. Assim, o turno de rega calcu
lado no deve ser tomado como um valor
fixo
, mas como uma aproximao
ou um guia de irrigao.
A lmina
de
gua necessria
para cada
irrigao
dada
por
:
LRN=
TR
.ETc
em
que
:
LRN = lmina de gua real necessria , em mm;
TR = turno
de rega , em dias;
ETc = evapotranspirao da cultura , em mm/dia.
Mtodo
do
balano
de
gua
do
solo
(20)
O mtodo do balano de
gua
no solo consiste na realizao de
um controle sistemtico da precipitao pluvial , evapotranspirao, lmina
de irrigao e perdas por percolao profunda e escoamento superficial.
Muitas variaes e simplificaes desse mtodo existem na prtica,
dependendo de como seus parmetros so avaliados. Uma dessas variaes
consiste em avaliar diariamente a lmina de
gua
disponvel por meio
da
evapotranspirao estimada e da precipitao pluvial local. A irrigao deve
ser realizada sempre
que
a disponibilidade
de
gua no
solo estiver reduzida
a um valor mnimo que no prejudique o desempenho da cultura, ou seja,
quando
a relao a seguir for verdadeira:
I
(ETc , -
Pe ,
LRD
t
em que:
n
= nmero
de dias entre
duas
irrigaes consecutivas;
ET
c = evapotranspirao
da
cultura, em mm/dia:
Pe
=
precipitao efetiva, em mm/dia;
LRD= lmina de gua real disponvel no solo, em mm equao 2).
21)
Pela
equao
21, infere-se
que
o lenol fretico
profundo
o sufici
ente
para
tornar o fluxo capilar ascendente desprezvel.
A umidade de irrigao
UI), na
equao 2, deve ser
estimada
com
base
na
tenso
de
gua
no
solo
recomendada
para
a espcie
de
interesse
6
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
39/75
(Tabela 8) e na curva caracterstica
de
gua
no
solo. No
sendo
possvel
estimar a lmina de gua real disponvel no solo por meio da equao 2,
esta poder ser estimada, de maneira aproximada, pela seguinte equao:
LRD
=
f.L
TD
em que:
LRD= lmina de
gua
real disponvel no solo,
em
mm;
LTD= lmina de gua total disponvel no solo, em mm (equao 1 ;
f= frao real de
gua
disponvel cultura, decimal (Figura 3) .
o 50
....J
O
Cf)
O 100
Z
::J
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
40/75
Para
a estimativa
da evapotranspirao, deve-se
empregar um m-
todo que permita o
seu
clculo dirio. Entre
os
mtodos existentes, o do
tanque classe A um dos
que
tm sido mais utilizados, possibilitando resul -
tados
satisfatrios.
Dispondo-se dos
dados meteorolgicos necessrio
s,
o
mtodo de Penman deve
ser
usado
preferencialmente.
Nem
sempre toda a
gua
proveniente
de
precipitaes est dispo-
nvel cultura. Quando isso
ocorre
, deve-se considerar somente a precipita-
o
efetiva, ou seja, a diferena entre a precipitao total e a
perda
por
percolao profunda e/ou escoamento superficial.
A estimativa
da
precipitao efetiva (Pe), para
perodos
de um dia ,
difcil e trabalhosa
na
prtica
. Para fins de manejo da irrigao, Pe pode
ser
estimada , de maneira aproximada, em funo
da
precipitao pluvial (Pp) e
da
lmina
de gua
necessria
para que
a
umidade
do
solo retorne
capaci
-
dade de
campo
na camada
correspondente
ao sistema radicular
das plantas
(LRN),
desde
que assumidas algumas condies.
Primeiramente, presume-se
que
, se a precipitap pluvial inferior
deficincia atual de gua
no
solo, a gua perdida por escoamento superfi-
cial desprezvel. Isto se
baseia no
fato de que , em
reas
irrigadas, a quanti
dade de gua necessria para elevar a umidade
do
solo capacidade de
campo muitas vezes inferior a 20-30mm , e
que
chuvas dessa
magnitude
raramente provocam
escoamento
superficial ,
exceto
em
solos
de
baixa
permeabilidade , declivosos ou
extremamente
compactados.
No caso de chuvas intensas, ou quando a deficincia de gua no
solo (LRN) for pequena , pode ocorrer tanto escoamento superficial quanto
drenagem
profunda.
Nesse
caso,
supe-se que a
precipitao
pluvial
ocorrida,
mesmo
que provoque escoamento superficial, seja capaz de elevar
a umidade do solo capacidade de campo. Assim sendo, no necessrio
quantificar as perdas de gua devidas
ao
escoamento superficial e/ou
percolao abaixo
do
sistema radicular
da
cultura.
Com base nas suposies anteriores, pode-se admitir que:
se Pp LRN, ento Pe=Pp;
e se Pp : LRN, ento Pe=LRN .
O valor de LRN pode ser determinado pela equao 23, em
que
n o nmero
de
dias entre a ltima irrigao e a
data
da chuva.
Determinado
o
momento
da irrigao, a
quantidade
de gua ne-
cp.ssria dada
pelo
somatrio da diferena entre a gua evapotranspirada e
a precipitao efetiva ocorrida
desde
a ltima irrigao
equao
23).
8
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
41/75
LRN = I:T( , I
c ,
(23)
,
,
em que :
LRN = lm in a de gua rea l nec essria. em mm :
n=
nme ro de
di
as entre duas irrigaes consecut ivas:
ET
c=
evapotranspi rao da cul tura. em mm/dia :
P
e=
prec ipit
ao
efe
ti
va . em mm/d ia
Pelo mtodo de balano de gua no solo possvel tambm co n
trola r a irrig
a
o a partir de um turno de rega xo ou pr
ede
terminado Neste
caso, a lmina de gua a ser a
pli
cada . em
cada
irrigao.
po
de ser es
timada
pela equ
ao
23, send o o valor de n igua l
ao
nmero de d ias do tu rno
de
rega a ser
ad
otad
o
A ad o
o
de um turno de rega xo extremamente co nve ni ente
para o controle da irriga
o
, uma vez qu e fa cilita considerave
lm
ente a p ro
grama
o das
irrigaes, de pul verizaes e outros tra tos cultura is. Existem
condies, entretanto,
em
que a adoo de um turno de rega xo no s
conveniente ,
mas tamb
m um a necessidade, como por exemplo em proje
tos coletivos
de
irrigao, em que ca
da
irrigante recebe gu a em dias
previamente estabelecidos.
A maior praticidade no controle da irriga
o
,
quando da
xao
de
um
intervalo de irrigao, pode muitas vezes se dar
em
detrimento da efici
ncia no uso da gua. Isso ocorre porque, quando se estabelece
um
turno de
rega fixo, mesmo aplicando-se a lmina total
de
gua evapotranspirada no
perodo, as plantas podero sofrer com a falta de gua. principalmente quanto
maior for o turno
de
rega
adotado
, ou seja, mais prximo daquele
que
seria
determinado pela
equao 18 ou 19
.
A
adoo de um turno de
rega muito
pequeno
,
por
outro lado
,
pode
trazer problemas fitossanitrios e desenvolvimento superficial das razes ,
entre outros. Turnos de rega entre 1 e 2 dias, no entanto, so muito usados
em irrigao localizada e
em
solos arenosos .
todo
da tenso de gua no solo
o manejo da irrigao por esse mtodo simples. A irrigao ser
efetuada
sempre que
a
tenso
atingir
um
valor
mximo
que no
prejudique
o
desenvolvimento das plantas
Tabela 8). Assim
,
necessrio
o
9
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
42/75
mo
nitora
m ento co
nt
nu
o da tenso no campo.
que
pod e se r feito po r meio
de in s
trum
e
nt
os espec ficos ou pelo m todo gr
av
im tri
co
para determina -
o
da um
idade
do solo. desde
qu
e se
di
sponha da curva de reten
o
de
gua do solo
O co
ntrol
e
da
ten
s
o ge
ralmente
reali z
ado
com o
au
xli o de
tensim etro Fi guras 4 e 5).
par
a valo res at
70
kPa .
pela medi
o
diret
a
da
tenso. ou por meio de bl ocos de res istncia eltrica Figura 6 ) d
ev
idamente
ca
librados. pa
ra
valo res maiores que 70 kPa . Mtodos como disperso de
nutro ns Figura 7). grav im tricos e outros tipos de sensores Figura 8 ) tam -
bm tm sido
utili
zad os. porm em escala
redu
z
ida
.
Emb
o ra tenha o limite de funcionamento restrito a tenses inferio-
res a 70
kP
a
o tensimetro
um
instrumento
til
no controle
da
irrigao
v isto
qu
e
as
ten s
e
s
recomendadas
como
adequadas
para
a
maioria
das
hort alias so menores que
esse
valor
Tabela 8 ) e
que grande parte
da
gua
dispon
vel
no
s solos
cultivados
est
retida aba
ixo desse
limite
FIG
4 Tensimetro com
manmetro metlico
FIG 5 Tensimetro com
manmetro
de
mercrio
4
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
43/75
FIG 6
Medidor
bloco de resistncia eltrica
Os tensimetros
dispon
ve is comercialmente apresentam -se
com
man
metro
do
tipo
metlico
ou
de mercrio. O manmetro do tipo metlico
de
menor
preciso do que o manmetro de
mercrio
, porm de instala -
o mais fcil.
Quando se
usam tensimetros
de mercrio
, a expresso
simplificada
que fornece a coluna de
mercrio para
uma ten so
preestabelecida a seguinte:
em que:
H
=
_10
_2
_T_5_+_h
:
_+_h
.. ..J
12 6
H = leitura da coluna de
mercrio
, em cm;
Ts= tenso
da
gua
no
solo, em kPa;
24
h) = altura
do
nvel
de
mercrio na cuba, em relao
superfcie do solo,
em cm ;
h
1
=
profundidade
de instalao
do
tensimetro, em cm.
41
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
44/75
FlG
7 Sonda de nutrons utilizada
para medir
umidade
do solo.
FlG. 8.
T R
Time Domain Reflectometry utiliza ondas
eletromagnticas
para
estimar
a
umidade
do solo.
4
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
45/75
Para uma unidade de irrigao,
devem-se
instalar os medidores
de
ten
s
o em pelo menos trs pontos representativos da rea , com o contro le
da irrigao realiz
ado pela
md ia
das
leitura
s Quanto
profundidade
de
instalao, sugere-
se
que sejam in stalados em duas profundidades: 1/3 e 2/3
da
profundidade
efetiva
do
sistema radicular
das plantas
,
com
o
co
ntrole
das irrigaes baseado na md ia das duas leituras .
Se
os sensores
forem
em
nmero limitado, a
profundidad
e
de
in
s-
talao
poder ser igual a 112 da
profundidade
efetiva,
variando em
decor
rncia do estdio de desenvolvimento. Se a irrigao for feita em sulcos , os
sensores
devero ser instalados a 1/4 de di
stnc
ia do final dos sulcos
Determinado
o momento
da
irrigao, a quantidade
de
gua a ser
reposta
ao solo poder ser calculada pela equao 25 :
em
que :
N = - UI
lJa Z
1
LRN
=
lmina de gua real necessria,
em
mm ;
CC= capacidade
de
campo,
em de
peso seco ;
(
25
)
UI=
umidade
de
irrigao
correspondente
tenso preestabelecida em
de peso
seco;
Da = densidade aparente do solo.
em
g/cm
3
;
z= profundidade
efetiva do sistema radicular da
cultura
,
em
em.
Para determinao da
UI
, indispensvel que se disponha da cur
va de reteno de gua no solo.
O clculo da
lmina
de irrigao a
partir
da evapotranspirao
equao
23) mais
recomendado
nas
condies
em
que
os sen
s
ores
de
umidade usados tiverem
baixa
preciso
ou
forem
em
pequeno nmero ,
ou
em
solos
com grande variabilidade
.
4
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
46/75
,
Manejo da Agua
em
Microirrigao
termo
microirrig o
,
que
desde meados
dos
anos 80 co meo u
a s
ub
st
ituir
a
denomin o
irrigao localizada,
compreende
os siste
m
s de
irrigao por gotejamento, micro sperso e similares.
As
princip i
s vantagens
d
microirrig o esto re l
cion d s
possiblidade
de
ap licao
de
fertili
za
ntes via gua de
irrig o
. Essa alterna
tiva , conhecida
por
fertirrigao. propici elev do grau de controle e com
pleta au tom tizao do sistema. com
m ior
econom ia e eficincia
no
consu
mo de gua . energia, fertilizantes e
mo
-
de
-obra. A princip l
de
svantagem
o
perigo
de
entupimento
de emissores.
que
pode
ser
minimi
za
do
pelo
uso
correto do
s ferti lizantes e de eficientes sistemas de filtragem
d
gua Figura 9 ).
Os sistemas
de microirrig o
possuem caractersticas peculiares
qu nto determin o das necess idades hdricas e o processo de infil tra
o da gua no solo. Por serem sistemas fixos, a gua pode ser p licada de
form
contnu
ou in termitente. Essa caracterst ica especial
mente
va
nt
jo
sa
em situaes
de
solos arenosos e de clim rido ou semirido. pois propi
cia condies de alta
umid de
na zona radicu l
r
das pl nt
s
reduzindo at
m
es
mo
problem s
de
sa
l n
id de
do
so
l
o
FlG
9 Conjuntos
de
filtros
de
areia e tela para
filtragem
da
gua de
irrigao
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
47/75
Necessidades hdricas
em micro irriga
o
Co m a
mi
croirrigao, a rea mo
lhada
menor do que a rea total,
o que significa
menor quan
tidade
de
gua
evaporada
da superfcie do sol
o.
Para esses sistema
s,
o i
dea
l ser
ia
estimar, s
epara
d
ame
nte, a quantidade de
gua transpirada pe las plantas e a quantidade evaporada pelo solo. Isso,
entretanto, n
o
pr tico, e, para cont
orna
r a d
if
icul
da
de, surgiram, conce i
tos de frao de rea molh ada e de rea sombreada, para aj usta r as necessi
dades hdri
cas
es timadas pelos mtodos tradicio na is s condies
de
microirri
gao
.
Volume aplicar
Tomand
o,
por exe mpl
o,
a irrigao
di
ri
a
por
gotejamento
de
to
mate es taqu
ea
d
o,
p
im
ento mel
o
o u mela ncia, co m um emissor ou
gotejador por pla nta, pode-se usar a seguinte ex presso para o clculo do
volume de gua por gotejador:
em qu e :
V =
ETO
[
HO
15
I
- J )] A, K
Cu
v= volume aplicado por
cada
gotejador, em f/dia ;
ETo
=
evapotranpirao do cultivo de referncia, mm/dia ;
a
=
frao da rea molhada , em decimai
s;
As
=
rea sombreada em m
2
;
Cu
=
coeficiente de uniformidade de aplicao, em decimais;
Kc = coeficiente
de
cultura, adimensional.
26)
A evapotranspirao
de
referncia To
pode
ser obtida pelos mais
diversos
mtodos
mostrados anteriormente .
O
coeficiente
de
cultivo
Kc
tam
bm
pode
ser encontrado na Tabela 7,
para
vrias hortalias . A frao
da
r
ea
molhada a varia de prximo de zero at 1,0 um) , o qu e significa que
toda a rea cultivada est recebendo irrigao, o que foge das caractersticas
da
microirrigao. No caso
do
melo,
por
exemplo, com
espaamento de
2,Om x 0,5m, o valor mximo de a pode variar de 0,3 a 0,5 .
Quanto
rea sombreada
As
esta tambm uma frao
da
rea
de influncia de cada planta, num determinado
espaamento
. O valor de As
5
7/25/2019 Manejo da Irrigao em Hortal
48/75
representa a rea de projeo da copa
de cada
pl anta . No caso do meloe i
ro. dependendo
do
estdio de desenvolvimento das plantas. os valores de
s
variam de 0.1 a I ,Om
2
, sendo o valor mximo para o caso de cobertura
completa do so
lo
, na regio representativa de cada planta.
Uniformidade
de distribuio
Os coeficientes de uniformidade de aplicao Cu em sistemas de
microirrigao geralmente
so
elevados quando
comparados
a
coe
cientes
de
outros siste
ma
s de irrigao. O C u deve ser
determinado no
prprio lo
cai, cons
id
era
ndo
as caractersticas de cada instalao. Em geral , valores de
Cu aba ixo de 9 % para microirrigao no so aceitveis, pois significam
sistemas com srios problemas de dimensionamento e/ou de manejo.
Pela
equao
26. observa-se
que
quanto
mais baixo o
coe
fici
ente
de
uniformidade, maior o volume calculado
por
gotejador, para
compensar
a desuniformidade
da
aplicao, reduzindo o efeito de dfice hdrico nas
plantas. Isso, entretanto,
no
razovel, pois tende a eliminar
uma das van
tagens da microirrigao, que a
economia
de gua.
Conceito
de bulbo molhado
O manejo
da
irrigao, depois de definidos a freqncia e o volu
me a aplicar por gotejador. se completa com o monitoramento
da
gua
do
solo. Isso geralmente
feito com tensimetros instalados em vrias profundi
dades
e distncias
da
fonte , seja gotejador
ou
microaspersor,
no
volume
de
so lo denominado bulbo molhado.
O bulbo molhado tem forma e tamanho que variam com o tipo de
solo, principalmente . Em solos arenosos, o bulbo mais
alongado
vertical
mente. co
mo
uma cenoura, em virtude
de
o movimento da gua ser domi
nado pe la
ao
da gravidade e da pouca