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Economia Docente: Fernando Costa Macroeconomia Crises, ciclos e crescimento LGE – 1º ANO Realizado por: 3574 – Marco Santos 3635 – Liliana Oliveira 3640 – Joel Resende
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Macroeconomia Trabalho Final - MJL

Aug 05, 2015

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Page 1: Macroeconomia Trabalho Final - MJL

Economia

Docente: Fernando Costa

LGE – 1º ANO

Realizado por:

3574 – Marco Santos

3635 – Liliana Oliveira

3640 – Joel Resende

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ÍNDICE……………………………………………………………………………………….1

INTRODUÇÃO………………………………………………………………………………2

MACROECONOMIA…………………..……………………………………………………3

AS TRÊS GRANDEZAS DA MACROECONOMIA.……………………………………..4PIBINFLAÇÃODESEMPREGO

DAS FLUTUAÇÕES AOS CICLOS.…….………………………….……………………14RECESSÃO E EXPANSÃOTEORIAS DOS CICLOS ECONÓMICOS

CRESCIMENTO ECONÓMICO.………………………………………..………………..18A INFLUÊNCIA DA REVOLUÇÃO INDUSTRIALCRESCIMENTO ECONÓMICO vs DESENVOLVIMENTOTEORIAS DO CRESCIMENTONÍVEL DE DESENVOLVIMENTO E NÍVEL TECNOLÓGICO

CRESCIMENTO E CRISES………………………………………………………………31PERSPECTIVASEXEMPLO CONTRA A CRISE – BRASILA CRISE SEGUNDO ALBERT EINSTEIN

CONCLUSÃO………………………………………………………………………………38

BIBLIOGRAFIA / WEBGRAFIA…………………………………………………………..39

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No âmbito da disciplina de Economia do 1º Ano da Licenciatura em Gestão de

Empresas do ISVOUGA, iremos fazer uma análise sobre o tema Crises, Ciclos e

Crescimento Económico numa vertente macroeconómica.

Sendo este tema actualmente de extrema importância e bastante vasto,

tentaremos, de uma forma mais directa e sucinta, abordar os principais factores

envolventes, como o PIB, Inflação e o Desemprego, o contexto histórico e algumas

das teorias económicas mais importantes, recorrendo ao auxílio de gráficos e

referências dos principais mentores da teoria económica, apresentando um exemplo

das medidas tomadas por um país no combate à crise.

Concluímos com uma pequena mensagem de Albert Einstein e um resumo

daquilo que foi explanado ao longo do nosso trabalho.

De seguida será apresentado o conceito introdutório ao nosso trabalho, a

macroeconomia.

INTRODUÇÃO

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A Macroeconomia foca o seu estudo sobre a economia como um todo, e a

sua influência sobre empresas e famílias. Considerada uma das maiores

descobertas do sec. XX, já que veio facilitar a compreensão das crises periódicas e

incentivar a longo prazo, o crescimento económico, foi fundada em 1930 por John

Maynaard Keynes enquanto estudava os factores que deram origem à “grande

depressão”.

Dois temas essenciais surgem sobre esta análise, uma a curto prazo, que

engloba as flutuações registadas a nível do produto, emprego e preços, que

designamos por ciclo económico e outro que verifica as tendências a longo prazo

no produto e nos níveis de vida, crescimento económico, as quais explicaremos

mais adiante.

Podemos então afirmar que as economias tendem a crescer ao longo do

tempo, mas de uma forma irregular e tendem a oscilar em torno das suas tendências

de longo prazo.

Assim, num período de crescimento favorável assistimos a um aumento na

produção de bens e serviços por parte das empresas, que por seu turno implica um

aumento de postos de trabalho e a consequente procura de emprego. Em

contrapartida no período de recessão podemos constatar uma drástica diminuição

em termos produtivos o que levará a um aumento significativo da precariedade e

desemprego. Com este tipo de cenário é inevitável o aumento da inflação – aumento

generalizado dos preços dos bens e serviços e redução do PIB – Produto Interno

Bruto.

Existe uma dinâmica e esta é definida como um conjunto de estudos que

procuram analisar os ciclos reais de negócios e a sua ligação ao longo do tempo,

induzindo importantes reflexões que condicionaram as políticas fiscal e monetária de

diversos países.

Comecemos então por apresentar de seguida as três grandezas da vertente

macroeconómica.

MACROECONOMIA

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PIB – Produto Interno Bruto

PIB (Produto Interno Bruto) é o valor de mercado de todos os Bens e Serviços

finais produzidos num determinado País durante um ano, traduz a sua riqueza.

Existem para o efeito duas formas para apurá-lo, PIB nominal e o PIB real.

O primeiro incide sobre os preços correntes do mercado, ou seja, aqueles que

vigoram no ano em que são produzidos e comercializados. O segundo é calculado

através de preços constantes, com base num determinado ano e é por norma o mais

utilizado.

Podemos ainda considerar neste contexto o PIB potencial. Mas este indica o nível

máximo de valor que uma economia pode gerar de forma sustentada. Serve

essencialmente para avaliar se os factores produtivos e se eficiência tecnológica é

devidamente aproveitados.

Um crescimento acima deste indicador, dará origem a um aumento da inflação,

enquanto que um subaproveitamento dará origem a um elevado desemprego.

Fig.1

AS TRÊS GRANDEZAS DA MACROECONOMIA

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Ópticas de cálculo do valor do produto

Podemos classificar o cálculo do valor do produto de um país em três ópticas:

Óptica do produto – os produtos são contabilizados segundo o ramo

económico em que estão inseridos.

Óptica do rendimento – Destaca-se o modo como foi repartido o

rendimento, resultante dos intervenientes desse processo produtivo.

Óptica da despesa – determina-se o valor do produto segundo a sua

finalidade e utilização (consumo, investimento, exportação), através do

apuramento das despesas inerentes e para isso torna-se necessário o

conhecimento do consumo privado e público.

Passemos então a exemplificar como se calcula o PIB, na vertente da despesa.

Para fazê-lo, o PIB (Y) é dividido em quatro componentes: consumo (C),

investimento (I), aquisições do governo (G) e exportações líquidas (X):

Y=C+I+G+X

(C) Consumo é a despesa das famílias de bens e serviços.

(I) Investimento é a aquisição de equipamento de capital, stocks, construções.

(G) Aquisições do governo são as compras de bens e serviços dos governos, como

por exemplo a compra de um submarino pelo Ministério da Defesa, o pagamento do

salário aos generais, etc.

(X) As exportações líquidas refectem as compras por parte dos estrangeiros de bens

produzidos internamente, ou seja exportações, menos as compras internas de bens

estrangeiros, importações (X = Exp – Imp).

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Algumas características específicas do PIB:

- O PIB inclui tanto os bens tangíveis (comida, vestuário, automóveis) quanto os

bens intangíveis (corte de cabelo, limpezas, visitas médicas).

- Ao afirmar que o PIB só inclui o valor dos bens finais, referimo-nos ao valor dos

bens intermediários que não são levados em conta, uma vez que, o seu valor vai

estar incluído no preço dos bens finais. Caso contrário seria dupla contagem.

- A produção verificada por empresas portuguesas que se encontram situadas fora

do país, não serão incluídas no PIB de Portugal, mas sim no PNB (produto nacional

bruto). O valor da produção irá contar para o PIB do país onde está implantada a

empresa. Quer dizer, que o PIB mede o valor da produção gerada dentro dos limites

de um país.

- Todavia, existem alguns produtos que são excluídos do cálculo do PIB porque a

sua medição é extremamente difícil. É o caso de itens produzidos e vendidos

ilicitamente, como são as drogas ilegais.

-Também exclui a maioria dos itens que são produzidos e consumidos no lar e que

consequentemente não entram no mercado. Por exemplo aquilo que plantamos e

colhemos na nossa horta, uma vez que são itens que não transacciona no mercado.

Temos como outro exemplo, quando pagamos a um jardineiro para cortar a nossa

relva, essa transacção é incluída, mas se formos nós próprios a cortar a relva esse

serviço não tem valor, logo não entra no PIB, porque não está a ser vendido no

mercado.

-O PIB inclui tanto os bens tangíveis (comida, vestuário, automóveis) quanto os bens

intangíveis (corte de cabelo, limpezas, visitas médicas).

-Ao afirmar que o PIB só inclui o valor dos bens finais, referimo-nos ao valor dos

bens intermediários que não são levados em conta, uma vez que, o seu valor vai

estar incluído no preço dos bens finais. Caso contrário seria dupla contagem.

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Inflação

Falamos de inflação quando se verifica uma subida generalizada dos preços de

todos os bens e serviços ( e não só de um ou de um grupo específico), sustentada e

continuada.

Quanto ao preço, são elaborados dados estatísticos baseados em índices de

preços, como por exemplo o IPC – índice de preços no consumidor, que é nos

traduz o preço médio de bens e serviços adquiridos pelos consumidores num

determinado período temporal, representado pela letra P.

Para medir a estabilidade desses preços, teremos de verificar a taxa de inflação, que

nos traduz a variação percentual dos preços de um ano face ao ano seguinte, que é

calculada da seguinte forma:

[P (ano n) – P (ano n-1)] / P (ano n-1) * 100%

Tipos de inflação

A intensidade com que os preços sobem não é sempre a mesma, havendo períodos

em que a inflação é praticamente imperceptível e outros em que atinge valores

incalculáveis. Assim, é habitual distinguirem-se três tipos de inflação:

moderada , quando os preços sobem lentamente, apresentando taxas

anuais de um só digito (inferior a 10 %);

galopante , caracteriza-se por uma subida acentuada dos preços ( taxas

de dois dígitos).

hiperinflação , quando os preços sobem descontroladamente, atingindo

valores muito elevados.

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Inflação e poder de compra

A inflação reflecte-se também directa e imediatamente sobre o poder de compra das

pessoas, pois se considerarmos que o rendimento da população se mantém

constante e constatármos um aumento generalizado do preço dos bens e serviços,

isso irá traduzir-se numa menor capacidade de adquirir esses mesmos bens e

serviços.

Taxa de inflação média anual e taxa de inflação homóloga

► inflação média anual expressa a média de variação dos preços dos bens

considerados no “cabaz” ao longo do ano;

► inflação homóloga compara a variação do preço do “cabaz” num

determinado mês, relativamente ao preço do “cabaz” no mesmo mês do ano

anterior.

A inflação em Portugal e na União Europeia

Nos últimos anos temos vindo a assistir em Portugal, acompanhando a tendência dos

restantes países da União Europeia, a um processo de deflação, ou seja, de desaceleração

continuada da taxa de inflação.

São vários os factores que explicam esta tendência verificada na taxa de inflação em

Portugal, podendo ser divididos em dois grupos:

► Factores externos. O aumento da inflação externa, que se traduziu igualmente

num aumento dos bens de consumo em Portugal, dada a dependência do nosso

pais face a estes bens.

► Factores internos. No caso dos anos de 2000 e de 2001, estes não foram muito

propícios à redução da inflação. Por um lado verificou-se um forte desequilíbrio entre

a oferta e a procura interna e, por outro lado, um aumento dos custos salariais,

contribuindo para a manutenção de uma pressão sobre os preços, principalmente

dos serviços, já que os aumentos dos salários nominais não foram acompanhados

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por um aumento da produtividade, traduzindo-se assim num crescimento dos custos

unitários do trabalho.

Fig.2

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Desemprego

Comecemos por apresentar alguns conceitos básicos inerentes a este

indicador macroeconómico:

População activa - que engloba a população em idade de trabalhar, com

mais de 16 anos. Incluem-se neste grupo empregados, desempregados e indivíduos

que cumprem o serviço militar obrigatório (que hoje já não é tido em conta no nosso

país).

População inactiva – engloba os restantes grupos populacionais, as

crianças, reformados e pensionistas e individuos que trabalham mas que não

auferem de nenhum rendimento, ex.: donas de casa e voluntários.

Desempregados são aqueles que querem trabalhar, mas que por falta de

postos de trabalho, não poderão fazê-lo.

Fig.4

Cálculo da taxa de desemprego:

Nº de desempregados x 100 Total da pop. activa

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Tendo uma economia tão vulnerável como temos assistido, é de prever que o

desemprego se vá acentuando de ano para ano e nas alturas das recessões onde

atinge valores astronómicos como nos demonstra o gráfico (fig.3), que nos fala na

população desempregada na E.U. nos últimos 10 anos.

Fig. 5 População Desempregada

Sobre este assunto, levantam-se algumas questões nomeadamente:

Qual será a ligação exacta entre o desemprego e a inflação?

Segundo a lei de Okun por cada 2% de quebra no PNB relativamente ao PNB

potencial a taxa de desemprego aumenta 1 ponto percentual.

Ex: Se o PNB tem um potencial de 100% e se reduz para 98% a taxa de

desemprego aumenta em 1% (ex:10% para 11%).

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O que acontece ao Desemprego quando há recessão?

As vendas retraem e as empresas não necessitam de colaboradores para a

produção sendo dispensados aumentando a taxa de desemprego.

Consequências do Desemprego

Quando a taxa de desemprego é elevada são desperdiçados recursos e os

rendimentos das pessoas diminuem gerando a perda de auto confiança.

Quanto ao tipo, existem várias designações das quais destacamos:

Desemprego tecnológico – desactualização e desvalorização da

qualificação profissional, pelo facto da máquina substituir o homem. Incide sobretudo

na população activa mais idosa.

Desemprego friccional – ocorre devido ao movimento incessante de

pessoas entre regiões e empregos, ou nas diferentes etapas da vida.

Desemprego estrutural – desequilíbrio entre a oferta e procura de trabalho,

mais evidente em países subdesenvolvidos.

Desemprego conjuntural ou cíclico – resulta de períodos de depressão,

quando a economia retrai, desincentivando o investimento, tendo com

consequência directa a perda de poder de compra dos assalariados da elevação

de preços. A procura global de trabalho é diminuta.

Dos indicadores existentes, este é o que afecta de forma mais directa as

pessoas e ao mesmo tempo nos traduz o estado de um ciclo económico.

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Fig.6

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Definição

O que é um ciclo económico?

Um ciclo económico é um movimento periódico, (para cima e para baixo) na

produção, emprego, consumo, investimento e outras variáveis económicas

relevantes com uma duração habitual de 2 a 10 anos caracterizadas pela expansão

ou contracção da economia.

Recessão e Expansão

Não sendo a economia estática ela tem pontos altos e pontos baixos,

caracterizados pela recessão e expansão como nos mostra a figura 7.

A recessão é um movimento descendente do produto, rendimento e emprego

num período de tempo que perdura no mínimo 6 meses a 1 ano, caracterizado pela

contracção da economia.

Quando a recessão atinge um ponto baixo, ou seja o seu mínimo, e de

seguida verificamos que a actividade económica aumenta, período de expansão,

graficamente é nos demonstrado através de imagens simétricas.

Fig. 7 Um ciclo económico, tal como um ano, tem as suas estações

DAS FLUTUAÇÕES AOS CICLOS ECONÓMICOS

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Para uma melhor explicação temos a figura 8 onde nos demonstra a

actividade económica norte americana desde 1920 e como falamos anteriormente

após uma recessão vem uma expansão e assim sucessivamente, embora não haja

uma regra específica ou formula que nos permita calcular quando ira começar uma

expansão ou recessão.

Contudo temos factores indicadores de uma recessão, tais como:

Produção e consumo

Assistimos a uma quebra acentuada nas compras por parte dos

consumidores, que contribui para o aumento dos stocks em armazém. As empresas

cortam na produção e o PNB real diminui levando as empresas a investirem menos.

Emprego

A procura de trabalhadores tem uma queda acentuada, que leva à

redução de horários, dispensas temporárias (lay off) e consequentemente o

desemprego.

Inflação

Como não há consumo a inflação abranda. A redução dos salários é

muito pouco provável mas o seu aumento acompanha a inflação nos períodos

de retracção económica.

Lucros

Os lucros das empresas reduzem-se acentuadamente. Um bom

indicador será a queda das acções já que os investidores pressentem uma

retracção (especulação).

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Fig.8. Actividade económica desde 1920

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Teorias dos ciclos económicos

Os ciclos económicos ocorrem geralmente em resultado da procura agregada

e podemos classificar as teorias em externas e principalmente internas.

Teorias externas (flutuações de algo exterior ao sistema económico)

Guerras

Revoluções e eleições

Descoberta de ouro

Taxas de crescimento da população e nas migrações

Descoberta de novas terras e recursos

Descobertas científicas e inovações tecnológicas

Teorias internas (analisam os mecanismos do interior do próprio sistema

económico dando origem aos ciclos económicos)

A expansão e contracção da moeda e do crédito

A inovação (caminhos de ferro, automóveis)

O modelo acelerador - multiplicador

As teorias políticas (manipulação politica)

Teorias do ciclo económico de equilíbrio (incompreensão de preços e

salários levando a elevadas ofertas ou trabalho insuficiente)

Actualmente, uma das teorias que se pode salientar não desfazendo as

outras, será a teoria politica onde os chefes de estado de Países muito bem cotados

tais como a Alemanha (Ângela Merkel) Estados Unidos (Barack Obama) e França

(Sarkozy) têm um grande impacto na economia quando opinam e a manipulam de

modo a controlarem quase o resto do mundo, ganhando notoriedade levando-os a

serem reeleitos.

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Podemos definir crescimento económico

como o aumento da capacidade produtiva da

economia (produção de bens e serviços).

Representa a expansão do PIB potencial,

ou do produto nacional de um país. O

crescimento pode-se observar pela força de

trabalho, pela receita nacional poupada e

investida e pelo grau de aperfeiçoamento

tecnológico.

Há muitas estratégias bem-sucedidas na via do crescimento económico auto-

sustentado. A Grã-Bretanha, por exemplo, tornou-se líder económico mundial no

século XIX ao ser pioneira na Revolução Industrial com a invenção da máquina a

vapor e do caminho-de-ferro e dando uma grande importância à liberdade de

comércio. Ainda que os seus percursos possam ser diferentes, todos os países em

crescimento rápido partilham os mesmos traços comuns.

CRESCIMENTO ECONÓMICO

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A Influência da Revolução Industrial

A Revolução Industrial consistiu num conjunto de mudanças tecnológicas com

profundo impacto no processo produtivo a nível económico e social. Iniciada na

Inglaterra em meados do século XVIII, expandiu-se pelo mundo a partir do século

XIX.

Ao longo do processo, a era agrícola foi superada, a máquina foi suplantando

o trabalho humano, uma nova relação entre capital e trabalho se impôs, novas

relações entre nações se estabeleceram e surgiu o fenómeno da cultura de massa.

Essa transformação foi possível devido a uma combinação de factores, como

o liberalismo económico, a acumulação de capital e uma série de invenções, tais

como caminhos-de-ferro, navios a vapor que puseram em contacto os pontos mais

afastados do globo, o ferro e o aço que tornaram possível maquinas mais fortes e

locomotivas mais rápidas. Quando os economistas de mercado entraram no seculo

XX surgiram importantes ramos de actividades em torno dos telefones, automóveis e

da energia eléctrica. O capitalismo tornou-se o sistema económico vigente.

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As consequências da Revolução Industrial

A partir da Revolução Industrial o volume de produção aumentou

extraordinariamente: a produção de bens deixou de ser artesanal e passou a ser

maquinofaturada; as populações passaram a ter acesso a bens industrializados e

deslocaram-se para os centros urbanos em busca de trabalho. As fábricas passaram

a concentrar centenas de trabalhadores, que vendiam a sua força de trabalho em

troca de um salário. Umas das consequências da Revolução Industrial foi o rápido

crescimento económico.

A Revolução Industrial alterou

completamente a maneira de viver das

populações dos países que se industrializaram.

A população deslocou-se do campo para a

cidade moderna significava mudanças

incessantes.

A cada instante, surgiam novas

máquinas, novos produtos, novos gostos,

novas modas. Enquanto nas décadas

anteriores houve predominância da indústria

de bens de consumo, na década de 40 outros

tipos de actividade industrial começam a se

desenvolver como no sector de minerais,

metalurgia, siderurgia, ou seja sectores mais

sofisticados tecnologicamente.

Os economistas que têm estudado o crescimento económico têm descoberto

que a máquina do progresso económico tem de deslocar-se sobre as mesmas

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quatro rodas, seja país rico ou pobre. Estas quatro rodas ou factores de crescimento

são:

Recursos Humanos (oferta de trabalhadores, educação, disciplina,

motivação)

Recursos Naturais (terra, minerais, combustíveis, qualidade ambiental)

Formação Capital (máquinas, fabricas, estradas)

Tecnologia (ciência, engenharia, gestão, iniciativa empresarial)

Com tudo isto, conseguimos perceber que o crescimento da economia é

indicado pelas altas taxas de crescimento do produto per capita e da população;

altas taxas de crescimento da produtividade; ritmo elevado da transformação

estrutural; rápida transformação de estruturas sociais; expansão económica mundial

e por fim pelo progresso tecnológico. Não é um mero conceito abstracto. É vital para

os cidadãos de um país dado que o crescimento económico, em termos do

crescimento do produto per capita significa o crescimento do salario e aumento dos

níveis de vida. O progresso tecnológico simboliza que pode ser produzido mais

produto com o mesmo capital e trabalho.

Crescimento económico

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vs

Desenvolvimento económico

Desde já temos que esclarecer a diferença entre Crescimento Económico e

Desenvolvimento Económico.

Crescimento Económico, traduz a riqueza material de um país e isso

verifica-se através do aumento do PIB, Produto Interno Bruto. Isto dá-se quando

existe um aumento da capacidade produtiva, mais fábricas, mais geração de

energia, mais empregos, maior investimento numa determinada sociedade e

também pelo progresso tecnológico.

Contudo nem sempre um alto crescimento económico, ou melhor um elevado

PIB corresponde a um país desenvolvido, pois esse dinheiro é gasto muitas das

vezes na compra de material ou em bens supérfluos do que só uma pequena parte

do país beneficia.

Desenvolvimento Económico, podemos conceituá-lo como sendo o

crescimento económico, aumento do PNB - Produto Nacional Bruto, acompanhado

por alterações profundas na estrutura económica e pela melhoria da qualidade de

vida da população (alimentação, saúde, habitação, reformas, assistência social, etc.)

procura também reduzir as desigualdades sociais, garantir os direitos humanos, o

acesso de toda a população a um grau mínimo de satisfação das necessidades

básicas, igualdade de oportunidades para toda a população independentemente do

seu sexo, etnia, religião ou classe social.

Sete Tendências Básicas do Desenvolvimento Economico

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1. A massa de capital tem crescido mais rapidamente do que a população

e o emprego, donde resultou a intensificação do capital.

2. Na maior parte do período posterior 1900 tem havido uma forte

tendência de aumento da remuneração horaria media real.

3. A parcela da remuneração dos trabalhadores no rendimento nacional

tem sido extraordinariamente estável nos últimos 100 anos.

4. Verificam-se importantes oscilações das taxas de juros reais e da taxa

de lucro.

5. Em vez do aumento continuo, que seria previsível segundo a lei dos

rendimentos decrescentes, mantendo-se a tecnologia constante, rácio,

capital/produto tem efectivamente diminuídos desde o início do seculo XXI.

6. Durante a maior parte do seculo XX, os rácios da poupança e do

investimento nacionais em relação ao PIB mantiveram-se estáveis. Desde 1980, a

taxa de poupança nacional diminuiu acentuadamente nos EUA.

7. Após a exclusão dos efeitos do ciclo económico, o produto nacional

tem crescido a uma taxa média de 3% ao ano. O crescimento do produto tem sido

muito superior á media ponderada do crescimento do capital, do trabalho e dos

factores de recursos, o que sugere que a inovação tecnológica deve a estar a

desempenhar um papel chave no crescimento económico.

“Portanto um crescimento económico não é sinal de desenvolvimento,

mas para que haja desenvolvimento tem que haver crescimento económico”

Assim, para avaliarmos correctamente o crescimento económico e o

desenvolvimento de um país utilizamos indicadores simples ou compostos.

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São exemplos de indicadores simples o PIB per capita (indicador simples

económico), que revela o valor médio de riqueza por habitante; a esperança média

de vida à nascença (indicador simples demográfico), que evidencia o nível de saúde

de uma população; a taxa de analfabetismo (indicador simples sociocultural); a

democracia política (indicador simples político-social), entre outros.

Relativamente aos indicadores compostos temos como exemplos o IDH –

Índice de Desenvolvimento Humano; o IPH – Índice de Pobreza Humana; e o IEG –

Índice de Equidade de Género.

Fig. 2 - A convergência do Japão e a da China, PIBpc (fonte: Banco Mundial)

Por exemplo, a China é um país

que tem apresentado um acentuado

crescimento económico e um grande

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progresso tecnológico, contudo não podemos considerá-la um país desenvolvido,

pois, apesar de possuir uma enorme riqueza não a aplica correctamente.

Porque não existe liberdade dos seus

cidadãos, há uma elevada taxa de

mortalidade, existe um elevado

número de crianças a serem

exploradas e muitas famílias vivem em

condições precárias.

Teorias do Crescimento

• Modelos Clássicos:

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Poderemos começar com a teoria de Adam Smith, onde ele afirma que motor

do crescimento económico é a divisão de trabalho. Com a sua teoria de divisão de

trabalho ele incrementa um grande progresso, pois a partir desta teoria, generaliza-

se o entendimento de que a produtividade depende não só das características de

um determinado sector de actividade, mas das características do trabalho abstracto.

A divisão de trabalho é o resultado da propensão natural do homem para

troca, e o primeiro valor de troca é exactamente o trabalho. O trabalho constitui a

única e verdadeira medida do valor de troca de todos os bens. A pré condição para o

desenvolvimento da divisão de trabalho é a acumulação de capital. Na construção

smithiana, a acumulação de capital surge como a pedra angular da teoria de

desenvolvimento económico, e é explicada na base das qualidades dos homens.

Com base na acumulação de capital é possível aumentar o lucro, o número de

trabalhadores produtivos e consequentemente a produtividade. Rejeitando assim,

qualquer papel activo do Estado.

Com tudo isto, Smith pressupõe que todas as terras que forem apropriadas

sejam monopolizadas por pessoas que exigem para seu uso uma "renda", isto é, "o

preço pago pelo uso da terra". Assim, a renda da terra "é naturalmente um preço de

monopólio". Smith partiu com uma hipotética idade de ouro, onde a terra estava

disponível livremente para todos, as pessoas limitavam-se a ocupar os hectares de

terreno. O produto nacional aumentaria e consequentemente os salários reais. O

produto cresce em consonância com a população, pelo que o salario por trabalhador

seria constante ao longo do tempo. Mas essa idade não poderia continuar para

sempre porque com o crescimento da população, a terra acabaria por ser toda

ocupada, uma vez desaparecida a terra sem fonteiras deixava de ser possível o

crescimento equilibrado da terra, do trabalho e do produto. Assim a terra ficaria

escassa e as rendas aumentariam para racionar entre os diferentes usos, cada

trabalhador ficaria com menor área por onde trabalhar e a lei dos rendimentos

decrescentes entra em acção.

Já a teoria de Thomas Robert Malthus é uma construção a partir da teoria da

renda de Adam Smith. Malthus vê a renda como uma parte do "produto excedente"

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da terra, isto é, do excesso da quantidade produzida de alimento sobre a quantidade

necessária à manutenção dos trabalhadores requeridos para produzi-la.

Ele também é da teoria que que o ritmo de crescimento populacional seria

mais acelerado que o ritmo de crescimento da produção alimentar. Previa ainda que

um dia estariam esgotadas as possibilidades de aumento da área cultivada, pois

todos os continentes estariam plenamente ocupados pela agro-pecuária e a

população do planeta continuaria crescendo e assim conduziria a economia a um

ponto em que os trabalhadores estivessem no nível mínimo de subsistência.

Malthus argumentou que a população expandir-se-ia sempre que os salários

estivessem acima do nível de subsistência; abaixo dos salários de subsistência

haveria consequência como a fome, a falta de alimentos para abastecer as

necessidades de consumo do planeta, grande mortalidade e diminuição da

população. Para evitar esse flagelo, Malthus, um pastor da igreja anglicana contrário

aos métodos anticoncepcionais, propunha a sujeição moral, ou seja, que as pessoas

só tivessem filhos se possuíssem terras cultiváveis para poder alimentá-los.

Hoje, sabe-se que as suas previsões não se concretizaram: a população do

planeta não duplicou a cada 25 anos e a produção de alimentos cresceu no mesmo

ritmo do desenvolvimento tecnológico.

• Modelo Neoclássica:

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Robert Solow, tem a teoria que os novos ingredientes do crescimento

económico são o capital e o progresso económico. Malthus exagerou na sua

previsão porque não reconheceu a inovação tecnológica e o investimento em capital

podiam anular a lei dos rendimentos decrescentes. A primeira revolução industrial

deu a luz o equipamento movido á energia que aumentou a produção, fábricas que

juntaram equipas de trabalhadores em empresas gigantes, caminhos-de-ferro e

navios a vapor que puseram em contacto os pontos mais afastados do globo. A

tecnologia permanece em constante.

O capital consiste nos bens duráveis fabricados que são usados para produzir

outros bens. Nos bens de capital incluem-se estruturas como fabricas e habitações,

equipamentos como computadores e máquinas-ferramentas e existências em

armazém de bens acabados ou em vias de fabrico. Analisando o crescimento

económico, os economistas salientam a necessidade de intensificação do capital,

que é o processo pelo qual a quantidade de capital por trabalhador aumenta ao

longo dos tempos. Como por exemplo, a multiplicação dos equipamentos agrícolas,

os caminhos-de-ferro e auto-estradas nos transportes e o uso crescente de

computadores na banca. São tudo exemplos de como a economia investe em bens

capital, aumentando o capital por trabalhador. Com a inserção de novas tecnologias

no local de trabalho a produção de produtos por trabalhador aumentará e

consequentemente os seu salários.

Nível de Desenvolvimento e Nível Tecnológico

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|

O desenvolvimento económico deve ter como objectivo a melhoria do nível e

da qualidade de vida dos portugueses, o pleno emprego, uma elevada satisfação

das necessidades da população, uma justa e equilibrada repartição da riqueza

criada e a defesa da independência nacional.

Com a política de desenvolvimento pretende-se uma economia moderna, com

uma acrescida e sólida base científico-técnica e uma nova especialização produtiva:

uma economia com produções e serviços de qualidade e de alto valor

acrescentado nacional e com elevados níveis de tecnologia, de

produtividade, de emprego, de salários e de formação profissional;

uma economia em que os principais défices estruturais - alimentar,

energético, tecnológico e em bens de equipamento - se encontrem

substancialmente atenuados, o nível de segurança alimentar esteja

garantido, o défice comercial seja reduzido, a balança de transacções

correntes se apresente tendencialmente equilibrada e a dívida externa

se situe a um nível comportável e cujos encargos anuais não limitem

gravosamente as possibilidades de crescimento da economia nem

ponham em causa a independência nacional;

uma economia onde seja incentivada e apoiada a participação activa,

interessada e criadora dos trabalhadores e o controlo de gestão, e

sejam garantidas as condições necessárias para que os pequenos e

médios empresários, os agricultores e os pescadores contribuam com

maior eficácia para a produção social;

uma economia cuja crescente especialização e integração na divisão

internacional do trabalho seja acompanhada e sustentada pelo reforço

da base nacional de acumulação e da base científica e tecnológica.

Dentro da linha de pensamento económico, é consenso a ideia de que a

tecnologia desempenha importante papel para o desenvolvimento económico, sendo

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|

as inovações tecnológicas pilares importantes para alcançar esse desenvolvimento

e, consequentemente aumentará a produtividade dos factores de produção.

As definições do termo tecnologia são numerosas e uma delas diz que,” a

tecnologia é essencialmente conhecimento, ou seja, conhecimento útil, visto que

pode ser aplicada às actividades humanas e contribuir para elevação quantitativa e

qualitativa dos resultados de tais actividades e processos. Pode-se colocar a

inovação tecnológica como a aplicação de uma nova tecnologia ao processo

produtivo, que resulta em novo produto, ou altera algum atributo do produto antigo

pelo mercado, ocasionando níveis mais elevados de produtividade e de

lucratividade, além de aumentara participação no mercado da empresa inovadora

(Rosenthal, 1995) ”.

E hoje em dia estamos a presenciar uma explosão de novas tecnologias,

especialmente na informática, nas comunicações (como internet) e nas ciências da

vida. O progresso tecnológico é de facto um progresso continuo de pequenos

aperfeiçoamentos, como é comprovado pelo facto de nos EUA se registarem

anualmente mais de 100.00 novas patentes e haver outros milhões de

aperfeiçoamentos que fazem parte da rotina do progresso da economia.

Os economistas já entenderem que o progresso económico é bastante

importante na melhoria dos níveis de vida, tem vindo a ficar cada vez mais claro que

o progresso tecnológico não é só um procedimento mecânico de simples procura de

melhores produtos e processos. Em vez disso, a inovação rápida exige a

dinamização de um espirito empresarial.

CRESCIMENTO E CRISES

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|

Para conseguirmos desenvolver o tema sobre o crescimento e crises tem que

se distinguir três factores fundamentais que são:

A economia é a ciência que estuda os processos de produção, intercâmbio e

consumo de bens e serviços.

O crescimento económico pode ser definido como sendo o aumento

sustentado de uma unidade económica durante um ou vários períodos longos. A sua

avaliação faz-se através da análise de certos índices: Produto Interno Bruto (PIB) ou

Produto Nacional Bruto (PNB).

A crise é uma mudança brusca ou uma situação de escassez como por

exemplo: insuficiência a nível de produção, da comercialização e do consumo dos

produtos e serviços, o desemprego, o aumento da precariedade, da desigualdade

social, e muito mais.

A economia é cíclica, ou seja, combina etapas de expansão com fases de

contracção. Estas flutuações sucessivas são conhecidas sob o nome de ciclo

económico.

Estes princípios permitem afirmar que toda descida culmina numa subida e

vice-versa. As quatro grandes fases de um ciclo económico são:

“ Boom” é quando aumenta a actividade económica até ao seu

auge, isto é, quando a economia está num momento de

prosperidade, no ponto alto do ciclo, os investimentos estão

sendo aplicados de maneira tal que estão a levar a economia ao

crescimento e ao bem-estar económico e social de todos os

participantes;

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Depressão é onde caem os indicadores. Contrariamente à

prosperidade é ponto mais baixo do ciclo. É uma situação de

instabilidade que enfraquece os ânimos e deixa a acção em

completa desconfiança no futuro.

Recessão é quando a depressão se estende por mais de dois

trimestres consecutivos onde se pode observar um

decrescimento nos investimentos, um aumento no desemprego,

um aumento na propensão marginal a consumir geral, e um

momento de retrocesso económico e social no sistema

económico e político. É o que se pode chamar de caos social,

com as diversas convulsões que a sociedade deve suportar, às

custas de um empobrecimento sem precedente.

Recuperação ou estagnação que é onde os índices voltam a

subir e começa e o “boom” do ciclo seguinte inicia.

Na fase de recessão é onde se encontram as crises, muito bem investigadas

pelos economistas de todas as correntes da economia mas, sem uma solução eficaz

para a questão, e também, por causa da realidade de cada país ou nação. Como

consequência desse período de queda do PIB, a diminuição da disponibilidade de

crédito acabaria por acarretar a diminuição do consumo. E consequentemente, da

produção levando as empresas a investir e produzir menos. Por fim, viria o tão

temido desemprego, a insolvência de várias empresas o que levaria novamente à

diminuição do consumo, completando-se o ciclo vicioso.

Pode tratar-se de uma crise generalizada com quebra de todos os índices, ou

de crises que afectam em especial certos sectores como por exemplo a crise da

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oferta e crise da procura. Por outro lado, fala-se de crise de subsistência sempre que

um grupo social não possa satisfazer as suas necessidades básicas.

Perspectivas:

Na perspectiva da visão Neoclássica, a Teoria Económica começa a dar

novos passos em direcção a um progresso da Ciência; entretanto, não se deixou de

lado o fundamento de que a economia capitalista seria uma economia exploradora,

na consideração de que o homem ficasse em segundo plano, e o capital (recursos e

máquinas) fosse o agente principal, propulsor do desenvolvimento económico e

social; mas, perdurava a característica essencial de que o hedonismo é

fundamental, quer dizer, cada um por si.

No sistema capitalista a economia constitui uma ciência dinâmica, pelo facto

das constantes crises provocarem revisões em todo momento; desta forma,

aparecem novas soluções às questões económicas que servem para resolver os

problemas em pauta e para implementar o acervo intelectual da Sistema Economico,

dentro do processo de aceitação, ou rejeição das hipóteses imprecisas da teoria em

análise.

Na versão Marxista, pode-se dizer que as origens da crise resultam da

pobreza e da insuficiência do consumo da população com relação à capacidade da

produção da economia. Pois, a repartição da renda nacional determina em primeiro

lugar, a apropriação da mais-valia, onde reside a ganância pelos lucros, e isto, por

sua vez, repercute em maiores investimentos. Em segundo lugar, pelo facto de que

a insuficiência relativa da demanda global em bens de consumo torná-la capaz de

absorver a capacidade de produção do sistema, que se desenvolve como se a

capacidade absoluta de consumo fosse ilimitada.

Na versão Keynesiana, chega-se à conclusão de que as crises, decorrem da

insuficiência de capital, quer dizer, precisa-se de investimentos, porque o nível de

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capital não está compatível com a procura global, que necessita de bens e serviços

para satisfazerem seus anseios. Keynes mostra a insuficiência da eficiência

marginal do capital e, por consequência, observa-se também, alta propensão

marginal a consumir de todas as classes sociais, gerando o desequilíbrio que

desemboca na crise que obriga o capitalismo a tomar novas decisões frente à novas

políticas de desenvolvimento do sistema. Contudo, deve-se observar que os países

periféricos são os únicos que pagam com a derrocada cíclica dos capitalistas, já que

os salários nominais são parâmetros de decisão para uma saída da crise que vai e

volta mais forte.

Concluindo, precisa-se estruturar a Ciência Económica, de tal maneira, que se

tenha uma nova ordem para a economia; pois, os princípios clássicos, neoclássicos,

keynesianos, e marxistas não explicam totalmente as crises que passam os países

do mundo capitalista e socialista.

Há que idealizar que a saída para a crise seja a implementação dos

investimentos que, por consequência, aumenta a produção, aumenta o emprego, a

moeda em circulação seja valorizada, melhora os relacionamentos internacionais e,

por fim, o sistema económico retorna ao seu estado de boom da economia.

Portanto, a questão não é tão simples, ao considerar que as crises trazem outros

aspectos incontroláveis e quase imperceptíveis, que são a ideologia, a cultura, o

poder económico, onde as terapias da economia perfeita e simples, não resolvem

essa falência múltipla dos órgãos do sistema económico.

Em suma, parte da solução da crise está no foco ao crescimento, na redução

das desigualdades e na adopção de políticas fiscal e monetária responsáveis.

Exemplo contra a crise

Brasil

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Crescimento consistente e sustentável

A trajectória de desenvolvimento do país nos últimos anos foi de investimento

em políticas públicas que aumentaram a eficiência produtiva, diminuíram a

vulnerabilidade externa e estimularam a taxa de investimento e da poupança como

fracção do PIB. Com isso, o resultado, ao final de 2010, foi de uma economia

consistente e estável. As políticas adoptadas permitiram um crescimento constante e

sustentável, com geração de emprego formal, melhor distribuição de renda e

capacidade para absorver choques externos e internos.

O Brasil conseguiu reagir e lidar bastante bem uma tentativa de crise Mundial,

isto é, entre várias atitudes que tomou destaca-se os estímulos governamentais à

economia e também determinadas medidas de flexibilização do trabalho, como

adopção de horas e redução dos salários, os empregados preservaram seus

empregos e as empresas preservaram seus quadros de pessoal.

O Brasil é um dos países mais preparados para enfrentar o agravamento da

crise internacional, está protegido pelos fundamentos macroeconómicos. Nenhum

país pode estar totalmente imune à crise, mas alguns estão mais bem preparados

que outros e o brasil tem bastante resistência no mercado interno e boas políticas

financeiras. O Brasil passou por um histórico de crises e reconstrução e hoje tem um

sistema financeiro capitalizado e uma economia sólida.

Medidas utilizadas pelo Brasil para combater a crise:

• Lançaram novas linhas de crédito e aumentos nos limites de

financiamento e assim procuravam garantir a produção agrícola e industrial no país.

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• Criaram linhas de financiamento para consumo, beneficiando pessoas

na compra de electrodomésticos, equipamentos electrónicos, móveis e material para

construção.

• Assina decretos para garantir a estrutura do sector bancário e

modificadas as regras do recolhimento do compulsório.

• O Banco Central amplia as possibilidades para que os bancos possam

aumentar a quantidade de dinheiro que têm em caixa a partir da venda de activos

para bancos maiores.

• O governo decide cancelar o IOF - Imposto sobre Operações

Financeiras na liquidação de câmbio para a entrada de investidores externos no

Brasil.

Fig.10

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“Não pretendemos que as coisas mudem, se sempre fazemos o mesmo. A

crise é a melhor bênção que pode ocorrer com as pessoas e países, porque a crise

traz progressos. A criatividade nasce da angústia, como o dia nasce da noite escura.

É na crise que nascem as invenções, os descobrimentos e as grandes estratégias.

Quem supera a crise, supera a si mesmo sem ficar “superado”.

Quem atribui à crise seus fracassos e penúrias, violenta seu próprio talento e

respeita mais aos problemas do que às soluções. A verdadeira crise, é a crise da

incompetência. O inconveniente das pessoas e dos países é a esperança de

encontrar as saídas e soluções fáceis. Sem crise não há desafios, sem desafios, a

vida é uma rotina, uma lenta agonia. Sem crise não há mérito. É na crise que se

aflora o melhor de cada um. Falar de crise é promovê-la, e calar-se sobre ela é

exaltar o conformismo. Em vez disso, trabalhemos duro. “Acabemos de uma vez

com a única crise ameaçadora, que é a tragédia de não querer lutar para superá-la”.

Albert Einstein

CONCLUSÃO

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A Macroeconomia foca o seu estudo sobre a economia como um todo, e a sua influência sobre empresas e famílias. E tem três grandezas: o PIB- Produto Interno Bruto que serve para avaliar os factores produtivos e se a eficiência tecnológica é convenientemente utilizada: a Inflação onde se pode verificar a subida generalizada dos preços de todos os bens, traduz-se na variação percentual dos preços e reflecte-se directamente sobre o poder de compra dos consumidores e por fim o Desemprego, quando economia retrai, desincentivando o investimento, tendo com consequência directa a perda de poder de compra e a elevação de preços.

Dois temas essenciais surgem sobre esta análise, uma é a curto prazo, que engloba as flutuações registadas a nível do produto, emprego e preços, que designamos por ciclo económico e outro que verifica as tendências a longo prazo no produto e nos níveis de vida, crescimento económico.

Ambas estão directamente ligadas porque ao proferirmos crescimento económico direccionamo-nos para os ciclos porque a economia resume-se a isto mesmo, queda do PIB, a diminuição da disponibilidade de crédito que acarreta a diminuição do consumo e consequentemente, da produção levando as empresas a investir e produzir menos e os preços a subirem onde levaria o tão temido desemprego, a insolvência de várias empresas o que levaria novamente à diminuição do consumo.

A partir deste ciclo vicioso encaminha-se a temível crise económica, uma situação de escassez como a insuficiência a nível de produção, da comercialização e do consumo dos produtos e serviços, levaria ao desemprego, á precariedade e a desigualdade social.

Concluindo, torna-se necessário estruturar a Ciência Económica, de tal maneira, que se tenha uma nova ordem para a economia; pois, os princípios clássicos, neoclássicos, keynesianos, e marxistas não explicam totalmente as crises pela qual passam os países do mundo capitalista e socialista. Imagina-se que a saída para a crise seja a implementação dos investimentos que, para estimular a economia. Como consequência aumentam a produção, o emprego, e a moeda em circulação será valorizada, melhoram os relacionamentos internacionais e, por fim, o sistema económico retorna ao seu estado de “boom”. Portanto, a questão não é tão simples, ao considerar que as crises trazem outros aspectos incontroláveis e quase imperceptíveis, que são a ideologia, a cultura, o poder económico, onde as terapias da economia perfeita e simples, não resolvem essa falência múltipla dos órgãos do sistema económico.

Bibliografia

Samuelson Nordhaus – Macroeconomia 14ª e 18ª edição

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39

|

Hendersom, R David e Neves, João César das, “Enciclopédia de Economia” Dornbusch, Rudiger, Fischer, Stanley e Startz, Richard, “Macroeconomia”, 8ª

edição Neves, João Luís César das, “Introdução à Economia”, 8ª edição,

EditorialVerbo

Webgrafia

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http://desenvolvimentostp.blogspot.com/2008/02/anlise-da-teoria-do-estado- de-adam.html

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