José Milson de Melo Lopes, 63 anos, é professor aposentado. Ele lida com os números e ensina sobre a sua exatidão, mas ele também acredita numa matemática da vida: “eu penso sempre que não temos escolha, que ninguém vai viver eternamen- te”. Na verdade, o professor defende uma única escolha, a por ser útil. Essa valia é lembrada pelo matemático, principalmente naquele momento de dor extrema, quando se perde um ente querido. Em situações como essa, é possível pensar na felicidade de outras famílias por meio de um gesto de solidariedade chamado doação de órgãos. É devido a esse ato de bondade, que o professor está aqui agora, contando sua história. “Eu estou vivo por causa da impor- tância da doação de órgãos. Se não tivesse uma mulher, de 42 anos, que sofreu um AVC e tivesse autorizado a família a doar o fígado dela para mim, eu estaria em outro local”, contou Milson, que descobriu a cirro- se hepática (doença que conduz à destrui- ção do fígado) em 2012 e passou 11 meses na fila de espera para o transplante. ANO 2 | NÚMERO 64 | MAIO / 2016 MÁ ALIMENTAÇÃO DO ALAGOANO PREOCUPA DIANTE DO AVANÇO DE DOENÇAS CRÔNICAS NO PAÍS ESPECIALISTAS ALERTAM MÉDICOS ALAGOANOS SOBRE AS ARBOVIROSES O seu prato no almoço é regrado, mas você estraga tudo quando chega a sobremesa. Evitar doces é uma tarefa quase impossível para muitos. Além do sabor irresistível, as delícias açucaradas ofe- recem energia rápida, servindo, muitas vezes, como calmante emocional, principalmente para mulheres em época de TPM. Mas não tem como negar: o açúcar chegou de mansinho e avançou de forma perigosa em nossa dieta. Um estudo conduzido pela Vigitel 2015 (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), lançado pelo Ministério da Saúde, constatou que 16,9% dos adultos maceioenses mantêm alimentação rica em açúcar e 14,9% costumam ter na mesa os refri- gerantes. Os hábitos preocupam diante do avanço de doenças crônicas no país, em especial o diabetes. A doença atinge atual- mente 7,4% da população adulta, acima dos 5,5% registrados em 2006. Em Maceió, o número chega a 7,3%. Para Yana Aline, nutri- cionista da Sesau, o resultado do estudo é preocupante, tanto pelo alto índice do mau comportamento do maceioense em relação a sua alimentação, quanto pelo fato de que muitos consumidores ainda precisam entender sobre os riscos que isso pode trazer à saúde. “É uma questão de hábito familiar; pois, mesmo com a cor- reria do dia a dia, se a gente tiver um planejamento, consegue fazer uma alimentação equilibrada, sem excessos”, disse Aline. Os médicos alagoanos se reuniram no auditório do CRM/AL, no Farol, para ouvir as novidades que especialistas apresentam sobre as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e suas complicações. O encontro teve como foco a informação e também o alerta em relação à necessidade do diagnóstico e do tratamento. Dengue, chikungunya e zika são as doenças trans- mitidas pelo mosquito Aedes aegypti, que provocam ainda complicações como a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré (SGB). Diante do crescente registro dos casos dessas enfermidades, a Sesau e o Cremal se mobilizaram para promover essa atualização sobre o que há de novo no manejo clínico dos pacientes com patologias relacionadas ao mosquito. De acordo com o presidente do Cremal, Fernando Pedrosa, a meta é ultrapassar as barreiras para que a informação chegue a todos os médicos dos 102 municípios alagoanos. “A prioridade é a identificação da doença para logo dar início ao acompanha- mento necessário”, destacou ele, complementando que o diag- nóstico e o tratamento são fundamentais.