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LIVRO COMPLETO - PROF. MS. ELICIO GOMES LIMA

Apr 04, 2023

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Khang Minh
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PPAARRAA CCOOMMPPRREEEENNDDEERR OO LLIIVVRROO

DDIIDDÁÁTTIICCOO AATTRRAAVVÉÉSS DDAA HISTÓRIA DA

ESCRITA E DO LIVRO

Virtualbooks

Copyright 2012, Elicio Gomes Lima

1ª edição

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1ª impressão

(2012)

Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta edição pode

ser utilizada ou reproduzida - em qualquer meio ou forma, nem apropriada e estocada sem a expressa

autorização do autor.

CATALOGAÇÃO NA FONTE

Presentei alguém com esse livro

Contatos e Pedidos: [email protected]

Lima, Elício Gomes. Lt Para compreender o livro didático através da história da escrita e do livro

Elício Gomes Lima. – Pará de Minas, MG: Virtual Books, 2012. ISBN :978-85-7953-480-5

1. Educação. 2. Livro didático. 3. Escrita. 4. Filosofia e História da Educação.

5. Políticas Públicas da Educação I. Elicio Gomes Lima. II. Título.

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S U M Á R I O

APRESENTAÇÃO ........................................................................... 4

INTRODUÇÃO............................................................................... 5

CAPÍTULOS

I.MATERIAIS USADOS NA ESCRITA: MEIOS E SUPORTES ............... 15

1.1. A argila ................................................................................... 17

1.2. O papiro ................................................................................. 18

1.3. A tinta .................................................................................... 19

1.4. O pergaminho ........................................................................ 21

1.5. O papel ................................................................................... 23

II. O ALFABETO E O APARECIMENTO DO LIVRO MANUSCRITO ..... 27

2.1. Um código comum: o alfabeto .............................................. 28

2.2. Livros manuscritos ................................................................. 34

III. OS PRIMÓRDIOS DA IMPRENSA E OS PRIMEIROS LIVROS

IMPRESSOS ................................................................................ 40

3.1. A xilogravura na Europa ......................................................... 41

3.2. A organização da tipografia ................................................... 44

3.3. Os primeiros livros impressos: por uma busca de

padronização ................................................................................ 49

CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................. 55

REFERÊNCIAS ............................................................................. 63

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SOBRE O AUTOR ......................................................................... 65

A P R E S E N T A Ç Ã O

Ao buscar a compreensão do livro didático é de fundamental importância considerá-la à luz da própria história do aparecimento do livro.

Esse livro recupera aspectos históricos pontuados para que robusteça não somente esse debruçar-se sobre o objeto, mas e, sobretudo algumas das solicitações que ainda continuam vivas com o passar do tempo.

A história do livro foi um processo temporal que em seu percurso envolveu diversos materiais, instrumentos e apropriações de novos saberes e tecnologias das civilizações no essencial da sua manufatura.

Nos diversos elementos e múltiplas influências que contribuíram para o aperfeiçoamento da estruturação do livro, destacam-se não somente os registros, no entanto, as suas manifestações apresentam distintas contribuições para se visualizar o seu papel, enquanto agente difusor de conhecimentos e no processo de ensino-aprendizagem.

Esse processo assinala a evolução do homem enquanto ser consciente na sua ação-superação que busca na escrita a transição de suas ideias, seus símbolos e seus gestos para uma forma de representação gráfica que possibilita interpretar e registrar as experiências da vida humana e do universo que o envolve com seus fenômenos naturais. Ou, seja, compreensão de si (do próprio homem) e a compreensão do mundo no qual esta inserido.

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A dimensão dessa tematização por si só não se esgota nessa obra, portanto, consideramos essa pesquisa apenas como uma apreciação de uma pequena faceta da produção sociocultural humana. E para melhor compreensão dos leitores preocupam-nos em estabelecer uma divisão dessa obra em três capítulos na ordem que se segue.

No capítulo I – Materiais usados na escrita: meios e suportes - destacamos e caracterizamos os principais materiais que antecederam o aparecimento do livro e que foram os principais elementos que forneceram suportes para o processo do desenvolvimento da escrita, isto é, foram os meios e suportes para a escrita.

No segundo capítulo – O alfabeto e o aparecimento do livro manuscrito – tratamos de descrever o processo evolutivo da escrita alfabética, sem ter a pretensão de esgotar o assunto, bem como destacamos o aparecimento do livro manuscrito como uma evolução na experiência social do ser humano, por conta de sua capacidade técnica e possibilidade de registrar e expressar suas ideias através de um código comum que possibilita a construção de conhecimentos.

No capítulo III, no qual tratamos “Os primórdios da imprensa e os primeiros livros impressos” inferimos que sem a invenção da imprensa não seria possível uma grande produção de livros em larga escala, o processo manuscrito em si mesmo não poderia dar conta das demandas, frente às exigências dinâmicas do mundo do trabalho.

E, por fim, concluímos que o livro e a escrita expressam manifestações sociais da dinâmica da experiência humana, fruto da interação para produção de conhecimentos e técnicas a qual possibilita sistematizar a produção sociocultural do homem. No entanto, o livro e a escrita são

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mais que um processo de técnicas é métodos de produção de uma determinada época, representam parte da história da evolução humana e expressam a mentalidade de uma época para da conta de suas necessidades e dar significado cultural a um objeto – o livro que envolve além de aspectos técnicos, os aspectos socioculturais e políticos.

Relacionado ao livro didático a evolução da escrita e do livro, tudo que temos é fruto de um processo histórico, considerando crescimento da indústria editorial na atualidade e a difusão do livro didático que pode estimular não somente o hábito da leitura na escola, mas o chamamento para outras leituras de mundo. A principal delas que muito primamos, a de emancipação do homem para a o desenvolvimento perene de sua capacidade ontogenética. Desejamos boa leitura a todos.

Prof. Ms. Elício Gomes Lima São Paulo, outubro de 2011.

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I N T R O D U Ç Ã O

O animal vive como que encerrado no presente; o homem, ao contrário, como que circula no tempo, aprisiona na memória o passado e o revive, antecipa o futuro nos seus temores e esperanças. Preso ao mundo, numa condição de imanência, ao mesmo tempo dele se distingue e afasta; transcendendo-o no ato mesmo de ter consciência em si (BREJON, 1977 p.4).

Os homens são seres históricos e culturalmente situados que buscam compreender suas produções materiais,1 também situadas em contextos espaço-temporais específicos e que solicita dinamização por meio do movimento, logo mobilizam a história e mobilizam-se com a história.

Dessa forma, a transposição de barreiras tornou-se um exercício necessário e contínuo para a sobrevivência dos mesmos, deparando-se com situações novas e desafiadoras, as quais ofereceram condições de desenvolverem o lado

11 Nesta perspectiva os sujeitos inter-relacionam-se no plano do conhecimento, numa perspectiva histórico-social, ou seja a construção dos conhecimentos e as ações transformadoras são frutos da interação. “O modo pelo qual os homens produzem seus meios de vida depende, antes de tudo, da natureza dos meios de vida já encontrados e que têm de reproduzir. Não se deve considerar tal modo de produção de um único ponto de vista, a saber: a reprodução da existência física dos indivíduos. Trata-se, muito mais, de uma determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos. Tal como os indivíduos manifestam sua vida, assim são eles. O que são coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem. O que os indivíduos são portanto, depende das condições materiais de sua produção.” (MARX & ENGELS, 1996, p.26-27).

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criativo e cultural do seu ser e estar no mundo. Isto é evidente desde as “comunidades primitivas” até a contemporaneidade, uma vez que a ação criadora dos homens tem sido um dado histórico de longa duração.

A leitura do mundo – a percepção da “realidade” possibilitam aos homens através das experiências vividas nas relações sociais, condições básicas para desenvolverem produções de bens e serviços que garantam e proporcionam meios para organizarem-se em comunidades que lançam mãos dos conhecimentos acumulados, a partir dos quais se instrumentalizam para outras produções. Esses conhecimentos, antes da escrita eram comunicados aos grupos por uma ‘cultura primária’ totalmente oral, auxiliada pelos gestos (ONG, 1998)

Assim, os conhecimentos transmitidos e adquiridos chegariam às gerações futuras por um processo de repetição, pela memorização e pelo ato do fazer prático.

Esses conhecimentos na cultura oral, se não moldados para uma pronta repetição (retomada e reordenação do pensamento) poderia desaparecer ao longo do tempo com a morte de indivíduos mais velhos da comunidade detentores dos saberes por falta de um registro que auxiliassem na recordação.

Nas culturas orais as experiências e os saberes eram intelectualizados mnemonicamente, como forma de reter e armazenar os conhecimentos acumulados, que poderiam ser resgatados da memória por adágios e provérbios, verbalizando-os às comunidades futuras – conhecimentos armazenados na mente.

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A partir do momento em que os homens tornam-se capazes de fazer gravuras e desenhos, nasce um sistema de registro significativo para conservar as informações vitais que circunscrevem sua percepção de mundo.

Assim, através das gravuras e dos desenhos (escrita) resgatam-se da memória imagens para construções de objetos ‘reais’ percebidos e que fazem parte das experiências vividas, das relações coletivas e do imaginário. Portanto:

A escrita faz com que as ‘palavras’ pareçam semelhantes às coisas porque pensamos nas palavras como marcas visíveis inscritas em textos e livros (ONG, 1998, p.200).

Os primeiros signos elaborados pelo homem foram de extraordinária importância para a escrita em sua forma primitiva, porém não foram suficientes inicialmente para responder e registrar fenômenos da natureza, marcas e as grandes indagações que afloravam na consciência humana, fruto de suas observações, de seus medos e das suas dúvidas.

Por outro lado, essas representações abriram possibilidades para conduzirem e guiarem os esforços e as potencialidades humanas rumo ao mundo de uma escrita complexa, ou seja, foram dados os passos iniciais para a construção de sistemas codificados de registros visíveis e significativos pela palavra escrita.

Dessa forma, essa manifestação cultural intencional, partindo de ideogramas e símbolos que representavam geralmente, a construção abstrata e idealizada do objeto real imaginado pelo homem, chega a uma escrita fonética.

Neste sentido, o ato de escrever é decorrente de um processo lento e descontinuo que se organizou a partir da