MEC - Ministério da Educação / SECAD - Secretaria de Educação Básica Alfabetização e Diversidade / CIPEAD - Coordenação de Políticas de Integração de Educação a Distância / NEAB - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Paraná Caro(a) cursista, O Curso de EaD em Educação das Relações Étnico-Raciais convida você a ingressar em uma sequência de debates, leituras e produções acadêmicas que tem como objetivo principal propiciar uma ampliação na sua formação sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais. Os temas relacionados à implementação das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, que alteram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB, têm sido alvo de muitos estudos e pesquisas, buscando formas de promover mudanças nos conteúdos e currículos escolares, baseados, grande parte, em um modelo eurocêntrico de ensino. Os objetivos específicos propostos para este curso são: Propiciar formação inicial em cultura e história afro-brasileira, preparando profissionais da educação para uma efetiva implementação do Artigo 26A da LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) modificado pelas Leis 10.639/2003 e 11.645/2008, por meio da aquisição de instrumentos teóricos de análise das
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Transcript
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CURSO EaD DE QUALIFICA�ÌO PROFISSIONAL EM EDUCA�ÌO DAS
RELA�ÍES �TNICO-RACIAIS
ABERTURA DO CURSO
MEC - Ministério da Educação / SECAD - Secretaria de Educação Básica Alfabetização e Diversidade / CIPEAD - Coordenação de Políticas de Integração de Educação a Distância
/ NEAB - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Paraná
Caro(a) cursista,
O Curso de EaD em Educação das Relações Étnico-Raciais convida você a
ingressar em uma sequência de debates, leituras e produções acadêmicas que tem como
objetivo principal propiciar uma ampliação na sua formação sobre a Educação das
Relações Étnico-Raciais. Os temas relacionados à implementação das Leis 10.639/2003
e 11.645/2008, que alteram a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – LDB,
têm sido alvo de muitos estudos e pesquisas, buscando formas de promover mudanças nos
conteúdos e currículos escolares, baseados, grande parte, em um modelo eurocêntrico
de ensino.
Os objetivos específicos propostos para este curso são:
Propiciar formação inicial em cultura e história afro-brasileira, preparando
profissionais da educação para uma efetiva implementação do Artigo 26A da
LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) modificado pelas Leis 10.639/2003
e 11.645/2008, por meio da aquisição de instrumentos teóricos de análise das
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desigualdades raciais e proposições de formas de superação;
Atualizar profissionais da educação para que desenvolvam conteúdos de História
e Cultura Afro-Brasileira e de Educação das Relações Étnico-Raciais.
A mudança proposta pela Educação das Relações Étnico-Raciais implica em
alterações para além do espaço escolar. Implica em alterações no modo de conceber a
atual organização da sociedade: no reconhecimento da desigualdade racial como fator
preponderante para a desigualdade social e na busca de superação dessas desigualdades.
Assim, as produções científicas responsáveis por tais abordagens representam
possibilidades de compreensão e proposições que nos auxiliam no desenvolvimento
dessas mudanças.
Este curso está estruturado em 7 módulos, compondo um total de 180 horas,
distribuídas em carga horária de formação a distância e de formação presencial em menor
proporção. Tal organização visa apresentar de modo mais didático e acessível elementos
relacionados à interpretação das relações raciais no campo simbólico, socioeconômico e
educacional da sociedade brasileira. Observe a distribuição dos módulos:
MîDULOS CONTEòDOS
Módulo 1 Conceitual EAD e pro-posta para a Educação das Relações Étnico-Raciais
Concepções e políticas de Educação a Distância em diferentes contextos históricosProposta de implementação da Lei 10.639/2003 nos espaços escolares
Módulo 2 Introdução conceitual
A política educacional de Educação das Relações Étnico-Raciais: as alterações na LDB por meio das Leis 10.639/2003 e 11.645/2008As contribuições das Ciências Sociais para a definição dos concei-tos de raça, racismo, etnia, cultura, discriminação
Módulo 3História da África e história da escravidão e resistência no Brasil
História das sociedades africanas: um continente em movimentoO processo de escravização africana no BrasilA resistência negra à escravização e o Brasil pós-abolição
Módulo 4 Sociologia dos grupos ra-ciais no Brasil e reflexões antropológicas sobre relações raciais no Brasil
As produções acadêmicas sobre o “mito da democracia racial” e as desigualdades raciais no plano estrutural: conceitos, histórico e análise das ações afirmativas
O papel das mulheres negras nos movimentos de resistência
Religiosidades afro-brasileiras: resistências, interlocuções e corporeidade
Módulo 5 Educação e desigualdades raciais no Brasil
Pesquisas sobre desigualdades educacionais e relações raciais no Brasil: da infância ao ensino superior
Eixos de desigualdade: gênero, raça e diversidade sexual
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Os textos que compõem os módulos correspondem a resultados de estudos e
pesquisas sobre relações raciais no Brasil e foram produzidos sob a perspectiva teórica de
diversos/as docentes. Por isso, embora haja um fio condutor que promove a interligação
entre todos os textos e os módulos, optamos por manter as escolhas conceituais e de
linguagem de cada autor/a. Dessa forma, algumas dessas produções podem apresentar,
como nesse texto de abertura, a chamada “linguagem de gênero”, ou seja, tendência de
destacar, sempre que possível, o gênero masculino e feminino.
Outro aspecto de destaque nas páginas de todos os textos é a presença dos
símbolos adinkra, escolhidos para, além de ilustrar, homenagear essa arte de origem
africana que é utilizada por povos milenares, como bem explica Elisa Larkin do
Nascimento ao defini-los como:
[...] um conjunto ideográfico estampado em tecido, esculpido em pesos de ouro, talhado em peças de madeira anunciadoras de soberania. [...] Adinkra significa adeus, e as pessoas das etnias acã usam o tecido estampado com adinkras nas ocasiões fúnebres ou festivais de homenagens. São mais de oitenta símbolos, destacados pelo conteúdo que trazem como ideograma. Não só os desenhos do adinkra são estética e idiomaticamente tradicionais, como, mais importante, incorporam, preservam e transmitem aspectos da história, filosofia, valores e normas socioculturais [...] (NASCIMENTO, 2009, p. 7, destaques da autora).
Durante todo o curso, além das leituras, serão propostas atividades para serem
desenvolvidas individualmente e em grupos, por meio do envio de arquivos de modo on
line ou da participação em fóruns e chats na plataforma moodle. Tais atividades têm como
objetivo ampliar a interação entre as produções científicas que compõem o material e a
leitura que você fará dos textos.
Módulo 6 Literatura africana e afro-brasileira; arte africana e afro-brasileira
O movimento da Negritude; movimentos literários afro-brasileiros e escritores/as dos movimentos negros
A estética africana e afro-brasileira nas artes plásticas
Música africana e afro-brasileira: alteridade negra
Módulo 7 Desigualdades no plano simbólico
Relações raciais na mídia brasileira
Relações raciais e livros didáticos: uma perspectiva histórica dos avanços e retrocessos
Relações raciais na literatura e literatura infanto-juvenil
Estruturação de projeto de implantação da Lei 10.639/03 na instituição escolar
Avaliação final
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Você também terá acesso a informações adicionais por meio de boxes como Para
!"!#$ %e%&'$('%)'$*, além de leituras complementares, indicações de links relacionados
aos textos lidos, bem como sugestões de sites e filmes. A organização da produção
que comporá a avaliação final do curso estará sendo feita desde o início quando você,
cursista, tiver acesso às leituras e orientações da equipe de tutoria que estará à disposição
para auxiliá-lo/a nas dúvidas. Nesse curso, tal avaliação não deve ser encarada como a
mais importante do ponto de vista de sua formação pois será a atividade que reunirá
os conhecimentos acumulados durante todo o curso. É importante que você participe
ativamente e procure desenvolver de modo efetivo as atividades propostas em todos os
módulos pois serão valiosas fontes de estudos para a elaboração de um trabalho final de
impacto no ambiente escolar onde você está inserido/a como profissional da educação.
Desejamos a você um bom curso!
A Coordenação
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ABERTURA DO MîDULO I
Caro/a cursista,
Neste primeiro módulo você vai conhecer conceitos relacionados à educação a
distância (EaD) e as características que podem ser atribuídas a essa modalidade de ensino.
No primeiro texto, +,-.!/01!*% !% /,23#$.'*% 4!% !45.'06,% '% 4$*#7-.$'% !)% 4$8! !-#!*%
.,-#!9#,*%:$*#; $.,*, você terá acesso a informações importantes para o desenvolvimento e
produção das atividades no decorrer do curso e compreensão da organização de cursos
de aperfeiçoamento na modalidade EaD.
Na sequência, o texto < ,/,*#'%4!% $)/2!)!-#'06,%4'% 2!$%=>?@ABCD>>A%-,*% !*/'0,*%
!*.,2' !* apresenta encaminhamentos iniciais para auxiliar no desenvolvimento do trabalho
de conclusão, em que você relacionará elementos apreendidos durante as leituras com as
atividades elaboradas em todos os módulos.
Esperamos que esse material seja de grande auxílio à sua formação.
Bom trabalho!
A Coordenação
CURSO EaD DE QUALIFICA�ÌO PROFISSIONAL EM EDUCA�ÌO DAS
RELA�ÍES �TNICO-RACIAISMEC - Ministério da Educação / SECAD - Secretaria de Educação Básica Alfabetização e
Diversidade / CIPEAD - Coordenação de Políticas de Integração de Educação a Distância / NEAB - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Paraná
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- Identificar as principais concepções e características de Educação a
Distância;
- Conhecer o percurso histórico da EaD, sua difusão no Brasil e a legislação
que a ampara;
- Identificar os questionamentos básicos que fundamentarão o curso de
Educação a Distância sobre Educação das Relações Étnico-Raciais;
- Elaborar estratégias de observação e análise da presença/ausência da
diversidade étnico-racial no ambiente escolar.
CONCEITUAL EAD E PROPOSTA PARA A
EDUCA�ÌO DAS RELA�ÍES �TNICO-RACIAIS
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CONCEP�ÍES E POLêTICAS DE EDUCA�ÌO A DISTåNCIA EM DIFERENTES CONTEXTOS
HISTîRICOS
PempamsiePempamsie see bebirebe aho oden ne koroye
A unidade é a força. Esteja preparado. Fique atento.Simbolo da prontidão, da persistência, resistência, bravura e coragem.
O que voc� sabe sobre Educa��o a Dist�ncia? O que sabe da hist�ria da !"#$%&'( $( )*+,-.#*$/(01.$23( '( 4"5( 6( !"#$%&'( $( )*+,-.#*$( 5( 4"$*+( $+(suas caracter�sticas? Voc� conhece outros cursos que s�o oferecidos nesta 7'!$2*!$!5/(8'7'($#'.,5#57/9'#:(!5;5(5+,$<(=5.+$.!'>(=$<$(4"5(,$.,$+(=5<?".,$+@@@@(A$+3(6($(=$<,*<(!5(4"5+,*'.$75.,'+( 4"5( +'7'+( *.+,*?$!'+3(7'B*2*C$!'+( =$<$( #'.D5#5<(7$*+(+'B<5( !*E5<5.,5+( $++".,'+@(9$7'+3( $( =$<,*<( !$+( +"$+( <5+='+,$+( F+( 4"5+,G5+($#*7$3(!*$2'?$.!'(#'7('(,5H,'(4"5(+5?"5@Esse estudo contribuir� para que voc� compreenda sobre o que foi #'.+,<"I!'(D*+,'<*#$75.,5(.$( $)3(='!5.!'(#'.D5#5<(752D'<($(7'!$2*!$!5(!5(5!"#$%&'(4"5(5+#'2D5"(=$<$(#"<+$<@
Suely Scherer1
1 Doutora em Educação; professora adjunta da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul e pesquisadora
na área de Educação e Educação Matemática com ênfase em Tecnologias Educacionais e Educação a Distância, atuando principalmente nas seguintes linhas: educação a distância, informática na educação, educação matemática e formação de professores.
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1. CONCEP�ÍES TEîRICO-METODOLîGICAS DA EaD
A educação nas escolas apresenta uma diversidade muito grande de atitudes,
metodologias, paradigmas e histórias. Isto revela o quanto podemos ser diferentes e o
quanto, pela riqueza da diversidade, precisamos respeitar e sermos respeitados em nossas
diferenças. No entanto, o respeito e a diversidade não impedem novas buscas e pesquisas
que geram mudanças, devendo, sim, suscitá-las.
O que se percebe é que, em muitos casos, as escolas ainda estão centradas em
processos de transferência de informações, esquecendo de pensar em movimentos que
viabilizem uma relação maior delas com o mundo. Enquanto nos diferentes espaços
da comunidade, local ou global, se pesquisa continuamente os avanços da ciência e
da tecnologia, as escolas precisam se articular a estes movimentos, repensando seus
processos educacionais.
Neste sentido, precisam fazer parte da escola a compreensão da complexidade,
da autonomia, da criatividade e criticidade, da liberdade, da comunicação, bem como
do uso de recursos tecnológicos e ambientes que favoreçam movimentos de ensino e
aprendizagem. O que se observa com frequência é que o certo, a ordem e o acabado
ainda representam os movimentos de muitas escolas. O acaso, a incerteza, a desordem,
o contraditório, a autonomia, pouco são considerados como possibilidades para educar.
Assim, falar em uso de tecnologias, ambientes virtuais, EaD, é algo novo para muitas
pessoas, e para outras, parece “impossível”.
Vivendo nessa realidade, a EaD ainda é compreendida por muitos professores
e alunos como um espaço para a “folga” e para o descompromisso. Para eles, parece
difícil compreender que é possível educar quando os alunos estão distantes fisicamente,
ou quando não estão todos reunidos no mesmo lugar. Isso é compreensível, pois
precisamos conhecer e vivenciar processos nesta modalidade, assim como em outras,
para compreendermos as possibilidades de ensino e de aprendizagem que a constituem.
E então, vamos conhecer possibilidades de ensino e aprendizagem da modalidade de
EaD? Ao mesmo tempo em que estudamos estas possibilidades, vivenciamos processos de
ensino e aprendizagem nesta modalidade. Iniciaremos estudando concepções e políticas
que constituíram a história da EaD ao longo destes anos. Procure ir dialogando com o
texto a partir de suas certezas, questionando, ao identificar concepções de Educação a
Distância, políticas e características desta modalidade.
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J@J(KLK8K0L)M(0(NKOPQRK0(
Na história da EaD podemos identificar os diferentes avanços da ciência e da
tecnologia, e esta pode ser apresentada de diferentes formas.
Segundo Aretio (2001) há três gerações de EaD: ensino por correspondência,
ensino multimídia e ensino telemático, enquanto Moore e Kearsley (2007) apresentam
cinco gerações: estudo por correspondência, transmissão por rádio e televisão, uma
abordagem sistêmica, que envolve o nascimento da Universidade Aberta, teleconferência,
e aulas virtuais baseadas no computador e na internet.
Nesta disciplina, a partir do que sugerem os autores citados e outros que iremos
estudar, a história da EaD será apresentada em três etapas: ensino por correspondência,
ensino multimídia e teleconferência, e aulas virtuais baseadas na internet. Estas etapas se
complementam, como estudaremos a seguir.
O ensino por correspond�ncia
Segundo Nunes (2009), a etapa do ensino por correspondência provavelmente
iniciou com o anúncio de aulas de taquigrafia, em 20 de março de 1728, na Gazeta de
Boston, ministradas por Caleb Philips. O curso foi oferecido para as pessoas da região,
que semanalmente recebiam as suas lições em casa. Mais adiante, em 1833, segundo
Simonson (2006), um anúncio no diário sueco oferecia a oportunidade de estudar
“redação por correio”. Depois, em 1840, na Grã-Bretanha, Isaac Pitman anunciava que
iria ensinar o seu sistema de taquigrafia por correspondência.
Em 1873, Anna Eliot Ticknor fundou uma escola em Boston para o
desenvolvimento de estudos em casa. Moore e Kearsley (2007) afirmam que o objetivo
dessa escola era ajudar as mulheres, a quem, em grande parte, era negado o acesso às
instituições educacionais formais naquela época. Segundo Simonson (2006) esta escola
atraiu mais de dez mil estudantes em 24 anos, que mantinham uma correspondência
mensal com os professores, que enviavam leituras dirigidas e testes para suas casas.
Segundo Nunes (2009), em 1910, a Universidade de Queensland, na Austrália,
inicia programas de ensino por correspondência, e em 1924, Fritz Reinhardt cria a
Escola Alemã por Correspondência.
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Alves (2009) afirma que a história da EaD no Brasil inicia-se com as “Escolas
Internacionais”, em 1904. Os cursos eram oferecidos para pessoas que buscavam
empregos, especialmente nas áreas de serviços e comércio. Assim, a história da EaD no
Brasil iniciou com o ensino por correspondência.
Na etapa do ensino por correspondência, no Brasil, podemos ressaltar a
importância do Instituto Monitor, que iniciou as suas atividades em 1939, e do Instituto
Universal Brasileiro, que lançou seus primeiros cursos em 1941. Estes dois institutos
contribuíram na formação profissional de muitos brasileiros para o mercado de trabalho.
E assim iniciaram as atividades na modalidade de EaD, destinada, principalmente,
às pessoas que não conseguiam uma formação pelas escolas presenciais e/ou na idade
própria para estes estudos.
Podemos observar que neste período histórico da EaD, esta tinha como foco a
transmissão da informação, em linguagem escrita, sem considerar o perfil dos alunos.
A comunicação entre professor e aluno era limitada, com mensagens enviadas por
correspondência.
O modelo da EaD por correspondência, mesmo com algumas iniciativas de uso
do rádio no decorrer do período, prevaleceu até a década de 1960. E o que podemos
perceber é que o material impresso, o uso do correio, continuou presente nas etapas
seguintes da história da EaD, sendo integradas outras tecnologias ao processo de
comunicação entre professores e alunos.
É importante percebermos que nesta primeira etapa da história da EaD, os cursos
oferecidos eram mais de caráter técnico, objetivando a transmissão de informações
e sua memorização por repetição. O diálogo entre professor e aluno era pouco, pois
os contatos pelo correio eram lentos na época, tornando inviável uma proposta com
mais diálogo entre professor e aluno. No entanto, este mesmo modelo de educação, da
transmissão de uma grande quantidade de informações do professor para vários alunos,
esperando respostas iguais, também era o modelo que mais se encontrava nas escolas
presenciais.
.+*.'(A"2,*7I!*$(5(P525#'.E5<:.#*$
Na década de 1960, segundo Aretio (2001), começa uma nova etapa de EaD,
denominada por ele de ensino multimídia. Esta surge com a utilização de vários recursos
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que favorecem o processo de aprendizagem. Além do texto escrito, começam a ser
produzidos áudios e vídeos, com o uso de rádio e televisão. O telefone também se
incorpora ao processo para a comunicação entre professores e alunos.
Quando o rádio surgiu como uma nova tecnologia no inicio do século XX,
muitos educadores perceberam uma oportunidade de articular novas propostas de
EaD. Segundo Nunes (2009), a primeira autorização para uma emissora educativa foi
concedida em 1921, pelo Governo Federal à Latter Day Saints’ da University of Salt Lake
City. Em fevereiro de 1925, a State University of Lowa oferecia seus primeiros cursos,
por rádio, validando cinco créditos.
Na Europa, neste período, houve uma expansão da EaD, sem muitas mudanças
em sua estrutura, mas com métodos e meios mais sofisticados. Simonson (2006) afirma
que as gravações de áudio eram mais usadas na educação de cegos e no ensino de línguas
para vários estudantes.
Além dos programas radiofônicos, em 1934, a televisão educativa também estava
em desenvolvimento. Naquele ano, segundo Moore e Kearsley (2007) a State University
of Iowa realizou transmissões pela televisão sobre temas como higiene e astronomia.
Em 1951 a Western Reserve University foi a primeira universidade que ofereceu cursos
valendo créditos, com o uso da televisão.
A EaD, segundo Giusta (2003), por muito tempo, representou a distância do
ponto de vista geográfico e do ponto de vista político, pela marginalização dos seus
estudantes em comparação com quem usufruía da modalidade presencial. A visão era de
que se usava tecnologias para chegar apenas até aqueles que de outro modo não poderiam
se beneficiar da educação escolar.
Neste sentido, Giusta (2003) lembra que, um acontecimento mudou, em
definitivo, esta visão da EaD: a criação, em 1969, da Universidade Aberta da Grã-
Bretanha – a Open University. Na seqência, outras Universidades contribuíram para
elevar a importância da modalidade de EaD, como a Fern Universität, na Alemanha, e a
UNED, na Espanha, que criaram cursos de graduação e pós-graduação de ótima aceitação
por parte dos estudantes de todo o mundo.
Estas Universidades mostraram que era possível oferecer cursos na modalidade
de EaD com qualidade, usando materiais impressos, e investindo em tecnologias como a
televisão, o rádio, e mais recentemente a internet.
No Brasil, esta etapa da história foi marcada por cursos à distância, utilizando,
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além do material impresso, transmissões por televisão e rádio, gravações de áudio e vídeo,
dentre outros. Segundo Alves (2009), em 1923, foi fundada a Rádio Sociedade do Rio de
Janeiro, numa iniciativa de Edgard Roquete Pinto e um grupo de amigos. Operada pelo
Departamento de Correios e Telégrafos, segundo Niskier (1999), a emissora transmitia
programas de literatura, radiotelegrafia e telefonia, línguas, literatura infantil e outros
de interesse comunitário.
Os programas educativos, a partir deste período, foram sendo implantados
a partir da criação, em 1937, do serviço de radiodifusão educativa do Ministério da
Educação. Destacaram-se a Escola Rádio-Postal, A Voz da Profecia, criada pela Igreja
Adventista em 1943, com o objetivo de oferecer cursos bíblicos. Neste período, em
1946, o SENAC iniciou as suas atividades e, logo depois desenvolveu no Rio de Janeiro e
São Paulo a Universidade do Ar, que, em 1950, já atingia 318 localidades.
Em 1956, o Movimento Educação de Base (MEB), com a promoção da
Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), cria as !*.,2'*% '4$,8L-$.'*. Estas foram
criadas com o objetivo de alfabetizar e apoiar os primeiros passos da educação de jovens
a adultos que não tinham acesso à escola. Este movimento ocorreu, principalmente, nas
regiões Norte e Nordeste do país.
Podemos citar outros movimentos de EaD nesta etapa da história, como o
Projeto Minerva (rádio educativo), criado em 1970. Este projeto, vinculado ao Governo
Federal, ofertava cursos nos níveis do ensino fundamental e ensino médio (científico,
contabilidade, magistério), com o objetivo de resolver em um curto prazo, os problemas
de desenvolvimento econômico e social do país.
Mas a revolução de 1964 abortou algumas iniciativas, e o sistema de censura
reduziu significativamente o trabalho da rádio educativa brasileira.
E a televisão? Quando será que começou a ser explorada no Brasil para fins
educacionais? A televisão, para fins educacionais, foi usada de maneira positiva em sua
fase inicial, e, há registros de vários incentivos no Brasil a esse respeito, especialmente
nas décadas de 1960 e 1970.
Deve-se destacar a TV Educativa do Maranhão, criada em 1969, o Programa
Nacional de Teleducação (Prontel), e o Centro Brasileiro de TV Educativa (Funtevê),
órgão integrante do Ministério da Educação e Cultura. Destaca-se ainda a TVE, do
Ceará, que oferecia a TV Escolar em 1974. Ainda neste mesmo ano, no estado do
Rio Grande do Norte, é lançado o Projeto SACI (Sistema Avançado de Comunicações
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Interdisciplinares), a primeira experiência de utilização transmissão via satélite para fins
educacionais no Brasil.
Mais adiante, em 1978, surgem os projetos da Fundação Roberto Marinho (Rede
Globo do Rio de Janeiro), que em parceria com a Fundação Padre Anchieta (TV Cultura
de São Paulo) lança o Telecurso 2º Grau, com o objetivo de formar em nível de ensino
médio, vários brasileiros jovens e adultos. Neste projeto era disponibilizado material
impresso, fitas de vídeo e aulas pela televisão. Em 2000, o Telecurso foi reestruturado
passando a denominar-se M!2!.5 *,%D>>>. Esse material também foi utilizado nos Centro
de Estudos Supletivos, hoje mais conhecidos como Centros de Educação de Jovens e
Adultos.
Em 1995 foi lançado pelo MEC o Programa TV Escola com o objetivo de oferecer
formação continuada aos professores da educação básica, para o uso de tecnologias
educacionais. O curso utiliza, principalmente, material impresso, televisão e o vídeo.
A difusão nas escolas é realizada via satélite, por emissoras de canal aberto ou a cabo.
Neste período, em 1973, a Universidade de Brasília (UnB) se destaca como
pioneira na introdução da tecnologia educacional na EaD. Até hoje se destaca por seus
programas e cursos na modalidade de EaD.
Segundo Aretio (2001), na década de 1980, quando as telecomunicações
começam a ser integradas aos processos de EaD, surge a possibilidade da comunicação
entre grupos de estudantes e professores, distantes fisicamente, usando recursos de
áudio e vídeo.
Fazendo uso de recursos da informática, potencializa-se a emissão por rádio
E a EaD? Sendo educação, busca os sentidos e significados aqui apresentados. A
EaD, compreendida como educação, mobiliza professores e alunos para criarem novas
rotinas, exigindo, como toda mudança, novas atitudes, novas leituras, novas formas de
ver e se organizar no mundo. Ao vivenciar e conhecer a EaD, muitas vezes, professores
e alunos mudam processos de ensino e aprendizagem da educação presencial. Neste
sentido, Moran (2004) afirma que:
[...] obrigar alunos a ficar confinados horas seguidas de aula numa mesma sala, quando temos outras possibilidades, torna-se cada dia mais contraproducente. Para alunos que têm acesso à Internet, à multimídia, as universidades e instituições educacionais têm que repensar esse modelo engessado de currículo, de aulas em série, de considerar a sala de aula como único espaço em que pode ocorrer a aprendizagem. [...] A flexibilização de gestão de tempo, espaços e atividades é necessária, principalmente no ensino superior ainda tão engessado, burocratizado e confinado à monotonia da fala do professor num único espaço que é o da sala de aula.
Ao pensarmos na flexibilização de gestão de tempo, espaços e atividades nas
instituições educacionais, é importantíssimo focar na aprendizagem dos alunos. É
necessário pensar em propostas para uma verdadeira educação, buscando uma educação
coerente com o mundo que queremos juntos (re)construir. Ou seja, é necessário
flexibilizar e democratizar com responsabilidade, sugerindo a co-responsabilidade.
Para conhecermos mais da educação que acontece na modalidade de EaD, iremos
dialogar sobre características da modalidade de EaD, partindo dos estudos realizados
por Landim (1997), Oliveira (2001) e Moraes (2008). Lembre-se que estas são apenas
algumas características selecionadas para o nosso estudo nesta disciplina, mas vocês
poderão encontrar outras ao longo de seus estudos no curso, ou demais espaços de
formação. As características selecionadas, neste momento, são:
1 Mestra em Educação pela UFPR. Professora de História da rede estadual de educação do Paraná.
Coordenadora do IPAD Brasil – Instituto de Pesquisa da Afrodescendência.
iwaa
i.s.a.
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1. INTRODU�ÌO
Para além da História e da Cultura Afro-brasileira e Africana, a implementação
da Lei 10639/2003 oportuniza-nos reflexões e práticas acerca de uma Educação das
Relações Étnico-Raciais, no sentido de valorização das diferentes participações e
contribuições na construção social, política e cultural da sociedade brasileira.
Assim, para a efetiva aplicabilidade de tais práticas que serão discutidas durante
o nosso percurso e para além do aprendizado e das reflexões sobre assuntos relacionados
à temática da Lei 10.639/2003 dependerá a nossa apreensão da importância, no que
concerne a uma Educação das Relações Étnico-Raciais no Brasil e o combate ao racismo
e a todas as formas de discriminação no espaço escolar.
2. A LEI 10.639/2003 E REFLEXÍES SOBRE PRçTICAS PEDAGîGICAS PARA A EDUCA�ÌO DAS RELA�ÍES �TNICO-RACIAIS
Entendemos que em nossa sociedade os diferentes pertencimentos das/dos
sujeitas/os, sejam étnico-raciais, identidade de gênero, orientação sexual, religião,
geracional estão intrínsecas às suas oportunidades de mobilidade social.
Também entendemos que os conhecimentos que dizem respeito às realidades
das/dos diferentes sujeitas/os da nossa sociedade foram e são pouco abordados nos
conteúdos curriculares, como nos aponta Nilma Lino Gomes (2007, p. 25):
Há diversos conhecimentos produzidos pela humanidade que ainda estão ausentes nos currículos e na formação [das professoras e] dos professores, como por exemplo, o conhecimento produzido pela comunidade negra ao longo da luta pela superação do racismo, o conhecimento produzido pelas mulheres no processo de luta pela igualdade de gênero, o conhecimento produzido pela juventude na vivência da sua condição juvenil, entre outros. [...]
Ainda de acordo com Nilma Lino Gomes (2007), a partir de reivindicações dos
diferentes Movimentos Sociais esses conhecimentos são apontados como fundamentais e
como eixos centrais na elaboração dos < ,W!#,*%<,23#$.,*%<!4'U;U$.,*%!%4,*%<2'-,*%4!%M '('2:,%
X,.!-#!%nas escolas de diferentes níveis e modalidades de ensino:
[...] Tais movimentos indagam a sociedade como um todo e, enquanto [sujeitas políticas e] sujeitos políticos, colocam em xeque a escola uniformizadora que tanto imperou em nosso sistema de ensino. Questionam os currículos, imprimem mudanças nos projetos pedagógicos, interferem na política educacional e na elaboração de leis educacionais e diretrizes curriculares (GOMES, 2007, p. 26).
Desta forma, acreditamos que para a implementação da Lei 10.639/2003 seja de
fundamental importância uma permanente reflexão e apreensão em torno dessa temática
relacionando-a às nossas práticas cotidianas, ao nosso convívio social de forma geral e,
nesse momento especificamente, às nossas relações no espaço escolar, no que diz respeito
à Educação das Relações Étnico-Raciais.
3. CONHECENDO AS/OS SUJEITAS/OS NOS ESPA�O ESCOLAR
Acreditamos que o racismo ainda está entranhado nas relações sociais, desiguais,
entre as/os negras/os e brancas/os no Brasil. Um racismo herdado desde o período
colonial brasileiro, que garantiu e legitimou a escravização de africanas/os, baseados em
supostas “justificativas” racistas, que hierarquizaram e classificaram homens e mulheres
brancas/os em superioras/es e inferiores (negras/os) e que, possivelmente estas
“justificativas” permeiam algumas práticas pedagógicas nos espaços escolares.
Em 2009, uma pesquisa realizada em várias escolas brasileiras pela Fundação
Instituto de Pesquisas Econômicas – FIPE e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira – INEP, na qual o objetivo proposto foi analisar situações
de discriminação no ambiente escolar, “de forma a subsidiar a formulação de políticas e
estratégias de ação que promovam a redução das desigualdades em termos de resultados
educacionais, o respeito e a própria educação para a diversidade”, nos explicita que
94,2% das pessoas entrevistadas têm algum tipo de preconceito e/ou discriminação
quanto ao pertencimento étnico-racial.
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ind�genas.
Assim, propomos como parte das nossas discussões quanto à Educação das
Relações Étnico-Raciais uma futura atividade simples e reflexiva (que poderá ser
articulada com a equipe multidisciplinar da sua escola), de acordo com a realidade de
cada escola, a partir da qual possamos nos conhecer melhor. Uma possível articulação de
discussões sobre as relações étnico-raciais no Brasil, no Paraná, a partir das/os sujeitas/
os do espaço escolar (que poderá ser com representantes de todos os segmentos:
educadoras/es, educandas/os, mães, pais e coletivos como Grêmio Estudantil, Conselho
Escolar, APMF, entre outros). Alguns questionamentos podem ser feitos em torno das
experiências de vida de cada uma/um no tocante às impressões, às apreensões e quanto
às nossas práticas e relações entre brancas/os e negras/os, para que possamos melhor
compreender a importância da implementação da Lei 10639/2003 no espaço escolar:
Quantas/os negras/os fizeram ou fazem parte do nosso convívio social, em
relação à brancas/os e pessoas de outras raça-etnia? Quais foram as nossas
experiências com namoradas/os, esposas/os, médicas/os, educadoras/es,
amigas/os, colegas e chefes de trabalho?
Quantas/os educadoras/es, educandas/os negras/os, brancas/os e de outras
raça-etnia fazem parte da nossa comunidade escolar ?
Por que estavam presentes ou não, nos espaços do nosso convívio social?
Como se deu a chegada de nossas/os antepassadas/os ao Brasil? Quais foram as
ações de políticas públicas que possibilitaram para a sua permanência no Brasil?
Compreendemos que tal discussão, devidamente contextualizada sobre a possível
existência (ou não) de sujeitas/os negras/os e brancas/os nos diferentes espaços do nosso
convívio social, e especialmente no espaço escolar, poderá servir primeiramente como
um momento de socialização dos depoimentos das diferentes experiências vivenciadas.
Isso possibilitará um maior entendimento e conhecimento quanto as nossas existências
e/ou permanência como sujeitas/os históricas/os em determinado espaço geográfico.
O diálogo poderá ser uma forma de compreendermos as nossas maiores ou
limitadas possibilidades de mobilidade social – como pessoas negras e brancas -, pois
entendemos, por exemplo, que as possibilidades que a população branca teve e tem para
a sua inserção e mobilidade social não foram e não são as mesmas proporcionadas à
37
população negra.
Esta atividade pode nos levar a alguns conflitos quanto às nossas experiências, o
que não é demérito nenhum. Pelo contrário, representa um grande crescimento pois é
partir dos conflitos que buscamos outras respostas e, por que não dizer, outras verdades,
quanto às nossas diferentes histórias de vida.
4. PRçTICAS PEDAGîGICAS DIANTE DAS RELA�ÍES �TNICO-RACIAIS
Diante da diversidade que compõe os grupos dos quais fazemos parte (como um
coletivo de cursistas, por exemplo), é possível afirmar que tivemos diferentes processos
educativos e diferentes aprendizados nos diversos espaços sociais de nossa existência,
sejam aprendizados em nossos ambientes familiares ou na nossa formação acadêmica.
E, a partir desses aprendizados, construímos as nossas verdades, muitas vezes verdades
“absolutas”, algumas delas possivelmente carregadas de preconceitos e de práticas
discriminatórias.
No entanto, o espaço escolar é múltiplo e representa um local privilegiado
para interações e para aprendizados entre as diferenças. A escola é o espaço onde se
encontram diferentes crianças, adolescentes e adultas/os e é um local onde podem
acontecer diferentes conflitos, reforçados diante de possíveis outras diferenças, sejam
elas culturais, geracionais, de classe, das sexualidades, dos pertencimentos étnico-raciais,
das religiosidades, entre outras.
E quanto às nossas práticas pedagógicas diante da Lei 10639/2003 e de uma
Educação das Relações Étnico-Raciais? Nós não chegamos às escolas “caídas/os de um
para quedas”, prontas/os para discutir e entender as diversas situações com as quais nos
deparamos no espaço escolar e que dizem respeito às/aos diferentes pertencimentos
das/os sujeitas/os que lá encontramos.
Começam os nossos conflitos, diante das nossas práticas, na escolha dos
conteúdos, supostamente necessários conforme os nossos processos de formação e os
conhecimentos das/os nossas/os educandas/os e as diferentes realidades explicitadas
no espaço escolar, a partir da fala e práticas dessas/es diferentes sujeitas/os e seus
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O segundo módulo propõe a você uma discussão específica sobre relações raciais
no Brasil e a formulação de leis para a Educação das Relações Étnico-Raciais.
No primeiro texto, A política educacional de Educação das Relações Étnico-
Raciais: as alterações na LDB por meio das leis 10.639/2003 e 11.645/2008, você
conhecerá os momentos anteriores à promulgação das duas mais importantes leis do
Brasil para a instituição de uma educação antirracista e que são responsáveis, inclusive,
por balizar a existência de cursos como este.
Na parte seguinte deste módulo, o tema As contribuições das Ciências Sociais para a
definição dos conceitos de raça, racismo, etnia, cultura, discriminação reúne dois artigos: no
primeiro, Apontamentos sobre o racismo no Brasil, serão apresentados conceitos essenciais
para a compreensão dos estudos atuais sobre relações raciais no Brasil, como raça/cor, etnia/
étnico, racismo e discriminação, dentre outros. No segundo texto, A contribuição conceitual
da antropologia a partir de uma experiência desafiadora, você conhecerá teóricos e teorias
importantes dessa área e que nos auxiliam na interpretação do racismo e da discriminação
relacionados a determinados grupos da sociedade, como é o caso de afro-brasileiros e indígenas.
O objetivo é que você faça uma leitura atenta de todos os textos para que haja debates
sistemáticos e críticos, contribuindo na sua formação como profissional da educação.
Bom trabalho!
A Coordenação
CURSO EaD DE QUALIFICA�ÌO PROFISSIONAL EM EDUCA�ÌO DAS
RELA�ÍES �TNICO-RACIAISMEC - Ministério da Educação / SECAD - Secretaria de Educação Básica Alfabetização e
Diversidade / CIPEAD - Coordenação de Políticas de Integração de Educação a Distância / NEAB - Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da Universidade Federal do Paraná