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LISTA DE EXERCÍCIOS PROFESSOR: MOISÉS
Aluno (a):
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CIENCIAS SOCIAIS – ENEM – LISTA 1
TEORIA SOCIOLÓGICA CONCEITOS GERAIS
TEMÁTICA: SOCIOLOGIA BRASILEIRA TEMÁTICA: SOCIOLOGIA DA
CULTURA
1.
Analisar o processo atual de circulação e de armazenamento de
determinados bens culturais diante da transformação decorrente do
impacto de novas tecnologias indica que hoje a) as músicas e os
textos têm privilegiado um formato digital, tornando inadmissível
sua
acumulação. b) a rede mundial de computadores acaba com o
chamado direito autoral, que é inaplicável em
relações virtuais. c) a segurança e a inclusão digital são
problemas, expondo a impossibilidade de realizar um
comércio feito on-line. d) as mídias digitais e a internet
permitiram maior fluxo desses produtos, pois seu acúmulo
independe de grandes bases materiais. e) a pirataria é o recurso
utilizado pelos consumidores, visto que são impedidos de
adquirir
legalmente algo desprovido de suporte físico.
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2.
A tirinha compara dois veículos de comunicação, atribuindo
destaque à a) resistência do campo virtual à adulteração de dados.
b) interatividade dos programas de entretenimento abertos. c)
confiança do telespectador nas notícias veiculadas. d)
credibilidade das fontes na esfera computacional. e) autonomia do
internauta na busca de informações. 3. Mediante o Código de
Posturas de 1932, o poder público enumera e prevê, para os
habitantes de Fortaleza, uma série de proibições condicionadas pela
hora: após as 22 horas era vetada a emissão de sons em volume
acentuado. O uso de buzinas, sirenes, vitrolas, motores ou qualquer
objeto que produzisse barulho seria punido com multa. No início dos
anos 1940 o último bonde partia da Praça do Ferreira às 23
horas.
SILVA FILHO, A. L. M. Fortaleza: imagens da cidade. Fortaleza:
Museu do Ceará; Secult, 2001 (adaptado).
Como Fortaleza, muitas capitais brasileiras experimentaram, na
primeira metade do século XX, um novo tipo de vida urbana, marcado
por condutas que evidenciam uma a) experiência temporal regida pelo
tempo orgânico e pessoal. b) experiência que flexibilizava a
obediência ao tempo do relógio. c) relação de códigos que
estimulavam o trânsito de pessoas na cidade. d) normatização do
tempo com vistas à disciplina dos corpos na cidade. e) cultura
urbana capaz de conviver com diferentes experiências temporais. 4.
O impulso para o ganho, a perseguição do lucro, do dinheiro, da
maior quantidade possível de dinheiro não tem, em si mesma, nada
que ver com o capitalismo. Tal impulso existe e sempre existiu.
Pode-se dizer que tem sido comum a toda sorte e condição humanas em
todos os tempos e em todos os países, sempre que se tenha
apresentada a possibilidade objetiva para tanto. O capitalismo,
porém, identifica-se com a busca do lucro, do lucro sempre renovado
por meio da empresa permanente, capitalista e racional. Pois assim
deve ser: numa ordem completamente capitalista da sociedade, uma
empresa individual que não tirasse vantagem das oportunidades de
obter lucros estaria condenada à extinção.
WEBER, M. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São
Paulo: Martin Claret, 2001 (adaptado).
O capitalismo moderno, segundo Max Weber, apresenta como
característica fundamental a a) competitividade decorrente da
acumulação de capital. b) implementação da flexibilidade produtiva
e comercial. c) ação calculada e planejada para obter
rentabilidade. d) socialização das condições de produção. e)
mercantilização da força de trabalho.
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5. Os movimentos sociais do século XXI, ações coletivas
deliberadas que visam à transformação de valores e instituições da
sociedade, manifestam-se na e pela internet. O mesmo pode ser dito
do movimento ambiental, o movimento das mulheres, vários movimentos
pelos direitos humanos, movimentos de identidade étnica, movimentos
religiosos, movimentos nacionalistas e dos defensores/proponentes
de uma lista infindável de projetos culturais e causas políticas.
CASTELLS, M. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os
negócios e a sociedade. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 2003.
De acordo com o texto, a população engajada em processos
políticos pode utilizar a rede mundial de computadores como recurso
para mobilização, pois a internet caracteriza-se por a) diminuir a
insegurança do sistema eleitoral. b) reforçar a possibilidade de
maior participação qualificada. c) garantir o controle das
informações geradas nas mobilizações. d) incrementar o engajamento
cívico para além das fronteiras locais. e) ampliar a participação
pela solução da escassez de tempo dos cidadãos. 6.
As redes sociais tornaram-se espaços importantes de
relacionamento e comunicação. A charge apresenta o impacto da
internet na vida dos indivíduos quando faz referência à a)
ampliação do poder dos clérigos no controle dos fiéis. b) adequação
dos ritos sacramentais ao cotidiano. c) perda de privacidade em
ambiente virtual. d) reinterpretação da noção de pecado. e)
modernização das instituições religiosas. 7. Imagine uma festa. São
centenas de pessoas aparentemente viajadas, inteligentes, abertas a
novas amizades. Você seleciona uma delas e começa um diálogo.
Apesar do assunto envolvente, você olha para o lado, perde o foco e
dá início a um novo bate-papo. Trinta segundos depois, outra pessoa
desperta a sua atenção. Você repete a mesma ação. Lá pelas tantas
você se dá conta de que não lembra o nome de nenhuma das pessoas
com quem conversou. A internet é mais ou menos assim, repleta de
coisas legais, informações relevantes. São janelas e mais janelas
abertas.
Disponível em: http://revistagalileu.globo.com. Acesso em: 19
fev. 2013 (adaptado). Refletindo sobre a correlação entre meios de
comunicação e vida social, o texto associa a internet a um padrão
de sociabilidade que se caracteriza pelo(a) a) isolamento das
pessoas.
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b) intelectualização dos internautas. c) superficialidade das
interações. d) mercantilização das relações. e) massificação dos
gostos. 8. Seria até engraçado, se não fosse trágico, porque na
hora que a pessoa tem uma doença, ela fica se achando responsável
por ter a doença. E se você pegar na história da medicina, sempre
foi feito isso – os que tinham lepra eram considerados ímpios;
tinham lepra porque não eram tementes a Deus, porque não eram
homens e mulheres que tinham uma vida religiosa. Os tuberculosos,
no início do século, na epidemia de tuberculose na Europa inteira,
aqui em São Paulo, no Brasil todo, eram pessoas devassas, jovens
devassos. Com a Aids nós vimos a mesma coisa. Quem tinha Aids, quem
eram? Eram os promíscuos e os viciados em drogas, não é?
Entrevista de Dráuzio Varella no programa Roda Viva em 30 ago.
2004. Disponível em:
www.rodaviva.fapesp.com.br. Acesso em 30 jan. 2012. Adaptado.
Dráuzio Varella discute a associação entre doença e costumes
cotidianos. De acordo com o argumento apresentado, essa associação
indica a) a culpabilização de hábitos considerados como
desregrados, adequando comportamentos. b) o desejo de estender a
qualidade de vida, controlando as populações mais jovens. c)
classificação dos grupos de risco, buscando impedir o contágio. d)
a diminuição da fé religiosa, na modernidade, rejeitando a vida
celibatária. e) o desenvolvimento da medicina, propondo
terapêuticas que melhorem a vida do doente. 9. Leia os depoimentos
a seguir: • Sou um ser livre, penso apenas com minhas ideias, da
minha cabeça, faço só o que desejo, sou único, independente,
autônomo. Não sigo o que me obrigam e pronto! Acredito que com a
força dos meus pensamentos poderei realizar todos os meus sonhos, e
o meu esforço ajuda a sociedade a progredir.
(Jovem estudante e trabalhadora em uma loja de shopping). • Sou
um ser social, o que penso veio da minha família, dos meus amigos e
parentes, gostaria de fazer o que desejo, mas é difícil! Às vezes
faço o que quero, mas na maioria das vezes sigo meu grupo, meus
amigos, minha religião, minha família, a escola, sei lá... Sinto
que dependo disso tudo e gostaria muito de ser livre, mas não
sou!
(Jovem estudante em uma escola pública que trabalha em empregos
temporários). • Sinto que às vezes consigo fazer as coisas que
desejo, como ir a raves, mesmo que minha mãe não permita ou
concorde. Em outros momentos faço o que me mandam e acho que deve
ser assim mesmo. É legal a gente viver segundo as regras e ao mesmo
tempo poder mudá-las. Nas raves existem regras, muita gente não
percebe, mas há toda uma estrutura, seguranças, taxas, etc. Então,
sinto que sou livre, posso escolher coisas, mas com alguns
limites.
(Jovem estudante e Office boy). Assinale a alternativa que
expressa, respectivamente, as explicações sociológicas sobre a
relação entre indivíduo e sociedade presentes nas falas. a)
Solidariedade mecânica, fundada no funcionalismo de E. Durkheim;
individualismo
metodológico, fundado na teoria política liberal; teoria da
consciência de classe, fundada em K. Marx.
b) Teoria da consciência de classe, fundada em K. Marx;
sociologia compreensiva, fundada no conceito de ação social e suas
tipologias de M. Weber; teoria organicista de Spencer.
c) Individualismo, fundado no liberalismo de vários autores dos
séculos XVIII a XX; funcionalismo, fundado no conceito de
consciência coletiva de E. Durkheim; sociologia compreensiva,
fundada no conceito de ação social e suas tipologias de M.
Weber.
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d) Sociologia compreensiva, fundada no conceito de ação social e
suas tipologias de M. Weber; teoria da consciência de classe,
fundada em K. Marx; funcionalismo, fundado no conceito dos três
estados de Augusto Comte.
e) Corporativismo positivista, fundado em Augusto Comte;
individualismo, fundado no liberalismo de vários autores dos
séculos XVIII a XX; teoria da consciência de classe, fundada em K.
Marx.
10. TEXTO I A Resolução nº 7 do Conselho Nacional de Justiça
(CNJ) passou a disciplinar o exercício do nepotismo cruzado, isto
é, a troca de parentes entre agentes para que tais parentes sejam
contratados diretamente, sem concurso. Exemplificando: o
desembargador A nomeia como assessor o filho do desembargador B
que, em contrapartida, nomeia o filho deste como seu assessor.
COSTA, W. S. Do nepotismo cruzado: características e
pressupostos. Jusnavigandi, n. 950, 8 fev. 2006.
TEXTO II No Brasil, pode-se dizer que só excepcionalmente
tivemos um sistema administrativo e um corpo de funcionários
puramente dedicados a interesses objetivos e fundados nesses
interesses.
HOLANDA, S. B. Raízes do Brasil. Rio de Janeiro: José Olympio,
1993. A administração pública no Brasil possui raízes históricas
marcadas pela a) valorização do mérito individual. b) punição dos
desvios de conduta. c) distinção entre o público e o privado. d)
prevalência das vontades particulares. e) obediência a um
ordenamento impessoal. 11. Na segunda metade do século XIX, a
capoeira era uma marca da tradição rebelde da população
trabalhadora urbana na maior cidade do Império do Brasil, que
reunia escravos e livres, brasileiros e imigrantes, jovens e
adultos, negros e brancos. O que mais os unia era pertencer aos
porões da sociedade, e na última escala do piso social estavam os
escravos africanos.
SOARES, C. E. L. Capoeira mata um. In: FIGUEIREDO, L. História
do Brasil para ocupados. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.
De acordo com o texto, um fator que contribuiu para a construção
da tradição mencionada foi a a) elitização de ritos católicos. b)
desorganização da vida rural. c) redução da desigualdade racial. d)
mercantilização da cultura popular. e) diversificação dos grupos
participantes. 12. A miscigenação que largamente se praticou aqui
corrigiu a distância social que de outro modo se teria conservado
enorme entre a casa-grande e a mata tropical; entre a casa-grande e
a senzala. O que a monocultura latifundiária e escravocrata
realizou no sentido de aristocratização, extremando a sociedade
brasileira em senhores e escravos, com uma rala e insignificante
lambujem de gente livre sanduichada entre os extremos antagônicos,
foi em grande parte contrariado pelos efeitos sociais da
miscigenação.
FREYRE, G. Casa-grande & senzala. Rio de Janeiro: Record,
1999.
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A temática discutida é muito presente na obra de Gilberto
Freyre, e a explicação para essa recorrência está no empenho do
autor em a) defender os aspectos positivos da mistura racial. b)
buscar as causas históricas do atraso social. c) destacar a
violência étnica da exploração colonial. d) valorizar a dinâmica
inata da democracia política. e) descrever as debilidades
fundamentais da colonização portuguesa. 13. Penso, pois, que o
Carnaval põe o Brasil de ponta-cabeça. Num país onde a liberdade é
privilégio de uns poucos e é sempre lida por seu lado legal e
cívico, a festa abre nossa vida a uma liberdade sensual, nisso que
o mundo burguês chama de libertinagem. Dando livre passagem ao
corpo, o Carnaval destitui posicionamentos sociais fixos e rígidos,
permitindo a “fantasia”, que inventa novas identidades e dá uma
enorme elasticidade a todos os papéis sociais reguladores.
DAMATTA, R. O que o Carnaval diz do Brasil. Disponível em:
http://revistaepoca.globo.com. Acesso em: 29 fev. 2012.
Ressaltando os seus aspectos simbólicos, a abordagem apresentada
associa o Carnaval ao(à) a) inversão de regras e rotinas
estabelecidas. b) reprodução das hierarquias de poder existentes.
c) submissão das classes populares ao poder das elites. d)
proibição da expressão coletiva dos anseios de cada grupo. e)
consagração dos aspectos autoritários da sociedade brasileira. 14.
A imagem da relação patrão-empregado geralmente veiculada pelas
classes dominantes brasileiras na República Velha era de que esta
relação se assemelhava em muitos aspectos à relação entre pais e
filhos. O patrão era uma espécie de “juiz doméstico” que procurava
guiar e aconselhar o trabalhador, que, em troca, devia realizar
suas tarefas com dedicação e respeitar o seu patrão.
CHALHOUB, S. Trabalho, lar e botequim: o cotidiano dos
trabalhadores do Rio de Janeiro da Belle Époque. Campinas: Unicamp,
2001.
No contexto da transição do trabalho escravo para o trabalho
livre, a construção da imagem descrita no texto tinha por objetivo
a) esvaziar o conflito de uma relação baseada na desigualdade entre
os indivíduos que dela
participavam. b) driblar a lentidão da nascente Justiça do
Trabalho, que não conseguia conter os conflitos
cotidianos. c) separar os âmbitos público e privado na
organização do trabalho para aumentar a eficiência
dos funcionários. d) burlar a aplicação das leis trabalhistas
conquistadas pelos operários nos primeiros governos
civis do período republicano. e) compensar os prejuízos
econômicos sofridos pelas elites em função da ausência de
indenização pela libertação dos escravos. 15. A população negra
teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social, e
frequentemente procurou fazê-lo por rotas originais, como o
esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música,
sobretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram os
principais canais de ascensão social dos negros até recentemente. A
libertação dos escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva.
Essa igualdade era afirmada nas leis, mas negada na prática. Ainda
hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias de poucos
correspondem o desfavorecimento e a humilhação de muitos.
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
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Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia
racial, o autor demonstra que a) essa ideologia equipara a nação a
outros países modernos. b) esse modelo de democracia foi
possibilitado pela miscigenação. c) essa peculiaridade nacional
garantiu mobilidade social aos negros. d) esse mito camuflou formas
de exclusão em relação aos afrodescendentes. e) essa dinâmica
política depende da participação ativa de todas as etnias. 16.
TEXTO I
TEXTO II Partindo do chão coletivo da comunidade rural ou das
cidades, à medida que se impregna de um ethos urbano — seja por
migração, seja pela difusão de novos conteúdos midiáticos —, irão
surgindo indivíduos que, na área da visualidade, gerarão uma obra
de feição original, autoral, única. O indivíduo-sujeito recorre à
memória para a construção de uma biografia, a fim de criar seu
projeto artístico, a sua identidade social.
FROTA, L. C. Pequeno dicionário da arte do povo brasileiro
(século XX). Rio de Janeiro: Aeroplano, 2005.
A partir dos textos apresentados, os trabalhos que são
pertinentes à criação popular caracterizam-se por a) temática
nacionalista que abrange áreas regionais amplas. b) produção de
obras utilizando materiais e técnicas tradicionais da arte
acadêmica. c) ligação estrutural com a arte canônica pela exposição
e recepção em museus e galerias. d) abordagem peculiar da realidade
e do contexto, seguindo criação pessoal particular. e) criação de
técnicas e temas comuns a determinado grupo ou região, gerando
movimentos
artísticos. 17. A formação cultural do Brasil tem como eixo
central a miscigenação. Autores, como por exemplo Gilberto Freire,
destacaram que a mistura de raças/etnias europeias, africanas e
indígenas configuraram nossos hábitos, valores, hierarquias,
estilos de vida, manifestações artísticas, enfim, a maioria das
dimensões da nossa vida social, política, econômica e cultural.
Entretanto, outros pensadores consideravam-na um aspecto negativo
em nossa formação e tentaram ressaltar as origens europeias de
algumas regiões, como o intelectual paranaense Wilson Martins
afirmou: Assim é o Paraná. Território que, do ponto de vista
sociológico, acrescentou ao Brasil uma nova dimensão, a de uma
civilização original construída com pedaços de todas as outras. Sem
escravidão, sem negro, sem português e sem índio, dir-se-ia que a
sua definição não é brasileira. Inimigo dos gestos espetaculares e
das expansões temperamentais, despojado de adornos, sua história é
a de uma construção modesta e sólida e tão profundamente
brasileira
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que pôde, sem alardes, impor o predomínio de uma ideia nacional
a tantas culturas antagônicas. E que pôde, sobretudo, numa
experiência magnífica, harmonizá-las entre si, num exemplo de
fraternidade humana a que não ascendeu à própria Europa, de onde
elas provieram. Assim é o Paraná.
(MARTINS, W. Um Brasil diferente: ensaio sobre fenômenos de
aculturação no Paraná. 2. ed. São Paulo: T. A Queiroz, 1989. p.
446.)
O preconceito em relação às origens africanas e indígenas criou
uma ambiguidade no processo de autoafirmação dos indivíduos em
relação às suas origens. Assinale a alternativa em que a árvore
genealógica relatada por um indivíduo evidencia esse sentimento de
ambiguidade em relação à formação social brasileira. a) Meu avô
paterno, filho de italianos, casou-se com uma filha de índios do
interior de Minas
Gerais; meu avô materno, filho de português casado com uma
negra, casou-se com uma filha de portugueses. Apesar de saber que
sou fruto de uma mistura, dependendo do lugar em que estou, destaco
uma dessas descendências: na maioria das vezes, digo que descendo
de portugueses e/ou de italianos; raramente digo que descendo de
negros e índios, quando o faço é porque terei alguma vantagem.
b) Meu avô paterno, filho de negros, casou-se com uma filha de
índios do Paraná; meu avô materno, filho de português casado com
uma espanhola, casou-se com uma filha de italianos. Sempre destaco
que sou brasileiro acima de tudo, pois descendo de negros, índios e
europeus. Essa afirmação ajuda-me a obter vantagens em diferentes
lugares, pois a identidade brasileira tem sido assumida com clareza
pelo estado e pelo povo ao longo da história.
c) Meus avós maternos são filhos de italianos e os avós paternos
são filhos de imigrantes alemães. Eu casei com uma negra, mas meus
filhos serão, predominantemente, brancos. Tenho orgulho dessa
descendência que é predominante nas diferentes regiões do Brasil.
Costumo destacar que o Brasil é diferente, é branco e negro e eu
descendo de famílias italianas e alemãs, assim como meu filho. Esse
traço cultural revela a grandeza do país e a firmeza de nossa
identidade cultural.
d) Meu avô paterno, filho de índios do Paraná, casou-se com uma
filha de índios do Rio Grande Sul; meu avô materno, filho de
negros, casou-se com uma filha de negros. Gosto de afirmar que sou
brasileiro, pois índios, portugueses e negros formam nossa
identidade nacional.
e) Meu avô paterno, filho de poloneses, casou-se com uma filha
de índios do Paraná; meu avô materno, filho de ucranianos, casou-se
com uma filha de poloneses. Como sou paranaense, costumo destacar
que o Paraná tem miscigenação semelhante as das outras regiões do
Brasil: aqui temos índios, europeus e negros.
18. Leia o texto a seguir. A maior parte dos sábios, como Isaac
Newton, era profundamente crente e pensava que descobrir as leis da
natureza graças à física é descobrir a obra de uma providência
absolutamente divina e convencer-se de que a organização do mundo
não é produto do acaso. Muito antes das Luzes, é no declínio das
antigas hierarquias e no turbilhão suscitado pela chegada ao Novo
Mundo que devemos buscar a fonte da revolução científica. É nesse
contexto que as novas ciências abandonam a concepção de natureza
como algo maravilhoso, governado por princípios ocultos, e passam a
imaginá-la como uma máquina gigantesca. A tal engrenagem seguiria
leis reguladoras e necessárias, passíveis de serem traduzidas em
linguagem matemática. Isso não impediria, contudo, que a visão
mecanicista da natureza continuasse por muito tempo como um ato de
fé, incapaz de explicar fenômenos tão familiares como a coesão de
materiais, a queda dos corpos ou a maré. (Adaptado de: JENSEN, P.
“O saber não é neutro”. Le Monde Diplomatique Brasil, Ed.
Instituto
Polis, jun. 2010, ano 3, n. 35, p. 34.) Com base no texto e nos
conhecimentos sobre a revolução científica, é correto afirmar:
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a) A revolução científica possibilitou demonstrar, no terreno da
vida social, que o saber é neutro, pois é baseado em provas
empíricas reveladoras de uma forma de verdade que não comporta
manipulações pelos homens.
b) A revolução científica comprovou que as mesmas leis gerais
que regem o mundo físico atuam também sobre a realidade social, de
tal modo que, compreendendo uma, se compreende diretamente a
outra.
c) Para a revolução científica, ciência e religião são formas de
compreensão racional da realidade, estando ambas regidas pelos
princípios de observação, verificação e experimentação capazes de
demonstrar a hipótese inicial.
d) A grande contribuição da revolução científica para as
ciências humanas foi demonstrar que as relações sociais possuem
regularidades matemáticas, o que permite prever com exatidão os
comportamentos dos indivíduos e de grupos de indivíduos.
e) Ainda que impossibilitada de explicar a dinâmica da vida
social, a revolução científica trouxe para o terreno das ciências
humanas o princípio da racionalidade da investigação como caminho
para a apreensão objetiva dos fatos.
19. Leia o texto a seguir, escrito por Max Weber (1864-1920),
que reflete sobre a relação entre ciência social e verdade: “[...]
nos é também impossível abraçar inteiramente a sequência de todos
os eventos físicos e mentais no espaço e no tempo, assim como
esgotar integralmente o mínimo elemento do real. De um lado, nosso
conhecimento não é uma reprodução do real, porque ele pode somente
transpô-lo, reconstruí-lo com a ajuda de conceitos, de outra parte,
nenhum conceito e nem também a totalidade dos conceitos são
perfeitamente adequados ao objeto ou ao mundo que eles se esforçam
em explicar e compreender. Entre conceito e realidade existe um
hiato intransponível. Disso resulta que todo conhecimento,
inclusive a ciência, implica uma seleção, seguindo a orientação de
nossa curiosidade e a significação que damos a isto que tentamos
apreender”.
(Traduzido de: FREUND, Julien. Max Weber. Paris: PUF, 1969. p.
33.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto
afirmar que, para Weber: a) A ciência social, por tratar de um
objeto cujas causas são infinitas, ao invés de buscar
compreendê-lo, deve limitar-se a descrever sua aparência. b) A
ciência social revela que a infinitude das variáveis envolvidas na
geração dos fatos sociais
permite a elaboração teórica totalizante a seu respeito. c) O
conhecimento nas ciências sociais pode estabelecer parcialmente as
conexões internas
de um objeto, portanto, é limitado para abordá-lo em sua
plenitude. d) Alguns fenômenos sociais podem ser analisados
cientificamente na sua totalidade porque
são menos complexos do que outros nas conexões internas de suas
causas. e) O obstáculo para a ciência social estabelecer um
conhecimento totalizante do objeto é o fato
de desconsiderar contribuições de áreas como a biologia e a
psicologia, que tratam dos eventos físicos e mentais.
20. Escândalos recentes sobre a exposição de dados dos usuários
do Facebook alimentaram os debates sobre a privacidade nas redes
sociais, um tema que se conecta com a questão do poder e suscita
preocupações sobre o quanto as pessoas e suas relações tornam-se
expostas ou protegidas com o uso das novas tecnologias de
informação. Com base nos conhecimentos sociológicos sobre redes
sociais e sociedade contemporânea, assinale a alternativa correta.
a) A revolução tecnológica atual originou-se da resistência social
à reestruturação global do
capitalismo e moldou-se pela lógica da liberdade em oposição aos
interesses mercantis. b) O novo das redes sociais é que,
diferentemente das mídias tradicionais, são
empreendimentos anticapitalistas por não cobrarem dos usuários o
acesso aos serviços de informação.
c) As interações via redes sociais tornam mais fluidas as
fronteiras entre as esferas pública e privada no mundo
contemporâneo.
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d) A força política das fake news, nas recentes eleições
presidenciais nos EUA, teve como motor a ausência de medidas
estatais e privadas para regular os termos de uso das redes
sociais.
e) Os sistemas de comunicações digitais, ao criarem novos
espaços de diálogo sobre os problemas sociais, retiram do Estado
sua principal função: o uso do monopólio legítimo da violência.
21. Apesar da grande distância geográfica em relação ao
território japonês, os otakus (jovens aficionados em cultura pop
japonesa) brasileiros vinculam-se socialmente hoje em eventos e a
partir de uma circulação intensa de mangás, animes, games,
fanzines, j-music (música pop japonesa). O consumo em escala
mundial dos produtos da cultura pop – enfaticamente midiática –
produzida no Japão constitui um momento histórico em que se aponta
a ambivalência sobre o que significa a produção midiática e
cultural quando percebida no próprio país e como a percepção de tal
produção se transforma radicalmente nos olhares de consumidores
estrangeiros.
GUSHIKEN, Y.; HIRATA, T. Processos de consumo cultural e
midiático: imagens dos otakus, do Japão ao mundo. Intercom – RBCC,
n. 2, jul-dez. 2014 (adaptado).
Considerando a relação entre meios de comunicação e formação de
identidades tal como é abordada no texto, a noção que explica este
fenômeno na atualidade é a de a) tribalismo das culturas juvenis.
b) alienação das novas gerações. c) hierarquização das matrizes
culturais. d) passividade das relações de consumo. e) deterioração
das referências nacionais. 22. Para a Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), é importante
promover e proteger monumentos, sítios históricos e paisagens
culturais. Mas não só de aspectos físicos se constitui a cultura de
um povo. As tradições, o folclore, os saberes, as línguas, as
festas e diversos outros aspectos e manifestações devem ser levados
em consideração. Os afro-brasileiros contribuíram e ainda
contribuem fortemente na formação do patrimônio imaterial do
Brasil, que concentra o segundo contingente de população negra do
mundo, ficando atrás apenas da Nigéria.
MENEZES, S. A força da cultura negra: Iphan reconhece
manifestações como patrimônio imaterial. Disponível em:
www.ipea.gov.br. Acesso em: 29 set. 2015.
Considerando a abordagem do texto, os bens imateriais enfatizam
a importância das representações culturais para a a) construção da
identidade nacional. b) elaboração do sentimento religioso. c)
dicotomia do conhecimento prático. d) reprodução do trabalho
coletivo. e) reprodução do saber tradicional. 23. Leia o texto a
seguir. O homem ocidental nem sempre se comportou da maneira que
estamos acostumados a considerar como típica ou como sinal
característico do homem “civilizado”. Se um homem da atual
sociedade civilizada ocidental fosse, de repente, transportado para
uma época remota de sua própria sociedade, tal como o período
medievo-feudal, descobriria nele muito do que julga “incivilizado”
em outras sociedades modernas. Sua reação em pouco diferiria da que
nele é despertada no presente pelo comportamento de pessoas que
vivem em sociedades feudais fora do Mundo Ocidental. Dependendo de
sua situação e de suas inclinações, sentir-se-ia atraído pela vida
mais desregrada, mais descontraída e aventurosa das classes
superiores dessa sociedade ou repelido pelos costumes “bárbaros”,
pela pobreza e rudeza que nele encontraria. E como quer que
entendesse sua própria “civilização”, ele concluiria, da maneira
a
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mais inequívoca, que a sociedade existente nesses tempos
pretéritos da história ocidental não era “civilizada” no mesmo
sentido e no mesmo grau que a sociedade ocidental moderna.
Adaptado de: ELIAS, N. O processo civilizador. v. 1. 2. ed. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar, 1994, p. 13.
Com base no texto e nos conhecimentos de Norbert Elias sobre as
normas e as emoções disseminadas nas práticas cotidianas,
especialmente no tocante à formação da civilização na sociedade
moderna ocidental, assinale a alternativa correta. a) A construção
social do processo civilizador comprova que este é um fenômeno
sem
características evolutivas, dadas as sucessivas rupturas e
descontinuidades observadas, por exemplo, em relação aos controles
das funções corporais.
b) Os estudos do processo civilizador comprovam que as emoções
são inatas, com origem primitiva, o que garante a empatia entre
indivíduos de diversas sociedades e culturas, bem como de
diferentes classes sociais.
c) Os mecanismos de controle e de vigilância da sociedade sobre
as maneiras de gerenciar as funções corporais correspondem a um
aparelho de repressão que se forma na economia política da
sociedade, sendo, portanto, exterior aos indivíduos.
d) O modo de se alimentar, o cuidado de si, a relação com o
corpo e as emoções em resposta às funções corporais são produtos de
um processo civilizador, de longa duração, por meio do qual se
transmitem aos indivíduos as regras sociais.
e) O processo civilizador propiciou sucessivas aproximações
sociais entre o mundo dos adultos e o das crianças, favorecendo a
transição entre etapas geracionais e reduzindo o embaraço com temas
relativos à sexualidade.
24. Arrependimentos terminais Em Antes de partir, uma cuidadora
especializada em doentes terminais fala do que eles mais se
arrependem na hora de morrer. “Não deveria ter trabalhado tanto”,
diz um dos pacientes. “Desejaria ter ficado em contato com meus
amigos”, lembra outro. “Desejaria ter coragem de expressar meus
sentimentos.” “Não deveria ter levado a vida baseando-me no que
esperavam de mim”, diz um terceiro. Há cem anos ou cinquenta, quem
sabe, sem dúvida seriam outros os arrependimentos terminais.
“Gostaria de ter sido mais útil à minha pátria.” “Deveria ter sido
mais obediente a Deus.” “Gostaria de ter deixado mais patrimônio
aos meus descendentes.”
COELHO, M. Folha de São Paulo, 2 jan. 2013. O texto compara
hipoteticamente dois padrões morais que divergem por se basearem
respectivamente em a) satisfação pessoal e valores tradicionais. b)
relativismo cultural e postura ecumênica. c) tranquilidade
espiritual e costumes liberais. d) realização profissional e culto
à personalidade. e) engajamento político e princípios
nacionalistas. 25. Leia a receita apresentada a seguir. TACACÁ 2
litros de tucupi temperado 4 dentes de alho 4 pimentas de cheiro 4
maços de jambu 12 kg de camarão
12 xícara de goma de mandioca
Sal a gosto Modo de servir: muito quente, em cuias, temperado
com pimenta.
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Disponível em: . Acesso em: 9 set. 2013.
Comer é um ato social, histórico, geográfico, religioso,
econômico e cultural. O preparo dos alimentos, a escolha dos
ingredientes e a maneira de servir identificam um grupo social e
ajudam a estabelecer uma identidade cultural. Essa receita,
“Tacacá”, comida muito apreciada na culinária paraense, demonstra
a) uma interação cultural, com a incorporação de ingredientes
advindos de tradições culinárias
distintas. b) um modo de preparo espontâneo, associado aos
padrões culinários da colônia. c) um modelo ritualista de servir,
vinculado ao formalismo religioso africano. d) um modo de utilizar
os ingredientes provenientes do extrativismo, associado ao
nomadismo
dos quilombos. e) uma imposição de identidade cultural, pelo uso
de produtos cultivados em áreas sertanejas.
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Gabarito: Resposta da questão 1: [D] Somente a alternativa [D]
pode ser considerada correta. Por conta do surgimento da internet,
das mídias e tecnologias digitais, o fluxo de troca de bens
culturais se intensificou. Vale ressaltar que isso não
necessariamente significa a extinção de formas mais antigas de
circulação. Resposta da questão 2: [E] A tirinha faz uma crítica
aos canais de TV, ao afirmar que eles manipulam o telespectador.
Nesse contexto, a internet aparece como uma alternativa, na medida
em que dá autonomia ao internauta de escolher o conteúdo que quer
consumir. No entanto, essa autonomia também é criticada no último
quadrinho, que considera que independentemente disso, continua a
haver manipulação. Resposta da questão 3: [D] A definição das
condutas individuais por parte do Estado é um fenômeno
intensificado pela urbanização. Assim, não é somente o tempo que é
normatizado, mas os próprios corpos, que devem se adaptar ao
funcionamento da cidade. Assim, somente a alternativa [D] está
correta. Resposta da questão 4: [C] Quase todas as alternativas
dizem respeito ao capitalismo moderno, mas somente a alternativa
[C] apresenta um argumento weberiano. Max Weber estudou o
capitalismo e sua relação com a ideia de racionalidade. No
capitalismo impera uma racionalidade utilitária orientada para o
lucro, tal como podemos perceber no texto. Resposta da questão 5:
[D] A internet, por ser um espaço que supera as fronteiras
geográficas, favorece a mobilização de redes de contatos que antes
seriam impossíveis. São elas que permitem a articulação desses
novos movimentos sociais descritos no texto em questão. Resposta da
questão 6: [C] A charge da questão serve como exemplificação da
perda da privacidade ocasionada com o surgimento de redes sociais
como o Facebook. Nesses locais, os indivíduos interagem e
compartilham informações pessoais, tendo a sua privacidade
controlada e gerida por essas grandes plataformas virtuais.
Resposta da questão 7: [C] A internet proporciona às pessoas uma
nova forma de sociabilidade, mais fluida e dinâmica. Em
contrapartida, ela se torna também mais superficial, na medida em
que não favorece relações duradouras. Resposta da questão 8:
[A]
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A alternativa [A] é a única correta. Isso porque o texto de
Dráuzio Varella questiona justamente a associação comum de causa e
efeito entre hábitos de vida desajustados e doenças do corpo. Do
ponto de vista sociológico, podemos dizer que essa associação,
existente no senso comum, revela o interesse da sociedade em
reproduzir a sua própria moral. Resposta da questão 9: [C]
Excelente questão. O primeiro depoimento apresenta uma moça que se
diz um indivíduo totalmente livre, o segundo, um rapaz coagido a
agir e pensar conforme a sociedade e o terceiro um ser que age de
forma parcialmente autônoma em relação à sociedade. Assim,
percebe-se como o primeiro se alinha ao pensamento liberal, o
segundo a uma concepção durkheimiana e o terceiro a uma visão
weberiana da ação social. Resposta da questão 10: [D] [Resposta do
ponto de vista da disciplina de História] Os textos trazem consigo
exemplos que deixam claro que o fazer política no Brasil, na
maioria das vezes e em diferentes épocas, está atrelado ao
atendimento de interesses de cunho pessoal, e não público, como
deveria ser. O nepotismo, citado no texto I, é um grande exemplo
disso. [Resposta do ponto de vista da disciplina de Sociologia]
Sérgio Buarque de Holanda, em seu livro Raízes do Brasil, defende a
ideia de que, no Brasil, sempre houve uma grande confusão entre o
público e o privado, dando origem àquilo que ele chamou de
cordialidade. Na prática, os interesses privados (vontades
particulares) sempre tenderam a se colocar acima dos interesses
públicos. Resposta da questão 11: [E] [Resposta do ponto de vista
da disciplina de Sociologia] A capoeira, ao ultrapassar barreiras
culturais desde o período escravista de nosso país, consolidou-se
como um importante elemento identitário brasileiro. [Resposta do
ponto de vista da disciplina de História] Como o próprio texto
ressalta, diversos grupos confraternizavam-se na prática da
capoeira ligados por um simples fator: a marginalização social, ou
seja, todos se sentiam excluídos socialmente. Resposta da questão
12: [A] Gilberto Freyre, em diversos escritos, considera a
miscigenação como uma característica positiva da história
brasileira, sendo responsável por favorecer o equilíbrio de
antagonismos que já existia durante o período escravocrata.
Resposta da questão 13: [A] O carnaval modifica, ainda que
temporariamente, os papéis sociais tradicionalmente estabelecidos
em nosso país. Assim, somente a alternativa [A] está correta.
Resposta da questão 14: [A] A confusão entre público e privado é
antiga no Brasil. Vários autores analisaram essa situação, com
diferentes conceitos e concepções teóricas. No caso exemplificado
na questão, a relação
-
de patrão e empregado vista como sendo paterna serve para
acomodar os conflitos de classe e ocultar as desigualdades próprias
de nossa sociedade. Resposta da questão 15: [D] A noção de
“democracia racial” foi utilizada para camuflar a violência e a
exclusão ainda vivida pelos negros no Brasil. O argumento do texto
serve justamente para contrapor o chamado “mito da democracia
racial”. Resposta da questão 16: [D] A questão faz uma comparação
entre a classe média brasileira e a europeia. No Brasil, é comum a
classe média possuir empregados domésticos e se utilizar de certos
signos de distinção. Já na Europa, a classe média não faz questão
desse tipo de diferenciação. Isso pode ser explicado, em grande
parte, pela desigualdade social e pela herança patriarcal e
escravocrata de nossa sociedade. Aqui, a divisão entre senhor e
escravo nos leva a desejar ser o senhor. Quem não é senhor, é
escravo. Assim, a classe média se utiliza desses serviços para se
distinguir do restante da população. Resposta da questão 17: [A] A
questão é formulada para que o aluno consiga distinguir as nuances
nos cinco discursos apresentados nas alternativas a respeito da
identidade étnica e nacional dos indivíduos. Este é um bom
exercício sociológico. Dentre as alternativas, a única que
apresenta uma certa ambiguidade é a primeira. Todas as outras
denotam uma concepção definitiva de identidade nacional,
manifestada nas expressões “a identidade brasileira tem sido
assumida com clareza”, “a firmeza de nossa identidade cultural”,
“gosto de afirmar que sou brasileiro” e “como sou paranaense...”, o
que é bem diferente da fala de que “apesar de saber que sou fruto
de uma mistura, dependendo do lugar em que estou, destaco uma
dessas descendências” que é apresentado no depoimento [A]. Resposta
da questão 18: [E] Os pensadores do século XIX lançaram as bases da
sociologia como ciência, porque estavam interessados nos problemas
que ela lhes oferecia e por se ocuparem em estudar a realidade
social racionalmente no momento em que a mesma estava se
consolidando e nela depositando problemas teóricos e práticos.
Resposta da questão 19: [C] “Entre conceito e realidade existe um
hiato intransponível”. Esta frase de Max Weber sintetiza bem a
ideia do sociólogo a respeito da cientificidade da sociologia. Não
é por acaso que ele trabalha com “tipos ideais”. A sociologia, na
visão de Max Weber, ainda que tente compreender a realidade da
forma mais objetiva possível, nunca terá plena objetividade e, por
isso, é capaz de estabelecer somente conexões parciais dos objetos,
tal como é descrito na alternativa [C]. Resposta da questão 20: [C]
[A] Incorreta. Como se pode acompanhar, por exemplo, na obra A
sociedade em rede, de
Manuel Castells, entre outras, o papel do financiamento militar
e dos mercados foi decisivo para a formação da indústria
eletrônica. (CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e
Terra, 1999)
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[B] Incorreta. O desenvolvimento dessa indústria eletrônica,
base das tecnologias de informação e condição para a formação e
expansão das redes sociais, vincula-se diretamente aos interesses
do mercado desde a formação, ainda que de forma paradoxal, no
percurso de seu desenvolvimento. A gratuidade para o acesso a algum
serviço das redes sociais, quando disponível, envolve,
frequentemente, o interesse do provedor na captura e uso dos dados
dos perfis de seus usuários, ligando-se, assim, também a objetivos
mercantis.
[C] Correta. A separação entre as esferas pública e privada é,
em termos clássicos, uma das características definidoras da
sociedade moderna ocidental. Com o advento e expansão das
tecnologias de informação e das redes sociais, estudos têm revelado
que tal separação adquire novas complexidades e, com isso, os
entendimentos sociais sobre os limites entre o que se considera uma
experiência pública ou privada tornam-se também mais cambiantes e
polissêmicos. Essas mudanças, incluindo as divergências sobre a
caracterização do que é público e privado, colocam em evidência o
fato de que as fronteiras entre essas esferas foram estreitadas,
permitindo, com mais facilidade, os trânsitos entre os dois lados
da divisão.
[D] Incorreta. A força política das fake news é um fenômeno que
se amplia, a despeito da existência de normas e regulamentações
sobre o uso dos serviços, o que tem acompanhado o desenvolvimento
das redes sociais. A circulação de fake news em processos
eleitorais, a exemplo da recente eleição presidencial dos Estados
Unidos da América, tem levado à ampliação das medidas de prevenção
e combate dessa prática, porém não se tratou de uma nova invenção.
Anteriormente a este período, redes sociais como Facebook já
dispunham de canais para denúncias de conteúdos e de perfis. A
eficácia dessas medidas, contudo, é um desafio constante diante das
novas dinâmicas comunicacionais com o uso de mídias digitais.
[E] Incorreta. Em termos de teoria política, o Estado segue
sendo a instituição que detém legitimamente o monopólio do uso da
violência, ou da força. Os espaços sociais criados no mundo digital
podem influenciar o campo da política institucional, mas não a
substituem. As decisões políticas, na sociedade contemporânea,
seguem sendo tomadas no âmbito do Estado. Resposta da questão 21:
[A] Em uma sociedade complexa e capitalista, a identidade juvenil é
construída a partir de muitas referências de consumo. No texto há a
menção à produção cultural japonesa, que é ressignificada por
jovens brasileiros. Esse fenômeno de surgimento de múltiplas
identidades pode ser chamado de tribalismo, dado que os jovens se
organizam em “tribos” dentro das quais se identificam. Resposta da
questão 22: [A] A identidade nacional é uma construção que se
utiliza de diversos símbolos materiais e simbólicos. A identidade
brasileira não foge à essa regra, com especial ênfase ao patrimônio
imaterial de origem africana em nosso país. Resposta da questão 23:
[D] A única alternativa que apresenta uma descrição correta da
análise feita por Norbert Elias é a [D]. O processo civilizador
modifica, ao longo do tempo, comportamentos, emoções e formas de
agir dos indivíduos e da sociedade. Assim sendo, não se pode dizer
que esses atributos são inatos, e sim que se desenvolvem social e
historicamente. Resposta da questão 24: [A] Esta questão é
essencialmente de interpretação de texto. A comparação entre o
padrão moral atual de satisfação pessoal (de “não deveria ter
levado a vida baseando-me no que esperavam
-
de mim”) com o padrão de valores tradicionais (como “Deveria ter
sido mais obediente a Deus”) revela o caráter temporário de nossas
crenças e valores. Resposta da questão 25: [A] [Resposta do ponto
de vista da disciplina de Sociologia] A alternativa [A] é a única
plausível. Muitos dos pratos típicos do Brasil foram feitos a
partir da influência de diversas culturas, sofrendo influência
indígena, europeia e africana, por exemplo. A questão utilizou o
exemplo do tacacá, muito comum no Norte do país, e que é um prato
com fortes traços indígenas.