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Leucose Enzoótica Bovina

Aug 04, 2015

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Agatha Red
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A Leucose Enzoótica Bovina (LEB) é uma doença infecciosa causada por vírus da família Retroviridae

O agente etiológico da LEB é denominado Vírus da Leucose Bovina (VLB). Pertence à família Retroviridae, à sub-família Oncovirinae, e ao gênero Deltaretrovirus*. Possuem uma única fita de Ácido Ribonucléico (RNA).

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* Parasita de Linfócito B

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- Enzima Transcriptase Reversa

- Longo período de incubação

. São vírus envelopados sendo por isso facilmente inativados por solventes (éter, álcool e clorofórmio), detergentes lipídicos e aquecimento a 56 º C.

A leucose não é responsável por variações imunológicas de natureza qualitativa ou funcional.

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-Doença infecto-contagiosa caracterizada pelo aparecimento de tumorações

- Infiltração mononuclear em órgãos ricos em tecido linfóide, como os linfonodos, o abomaso, o coração, o útero, o baço e os rins

- Alterações hematológicas - detecção de leucocitose por linfocitose com aumento das formas linfocitárias atípicas

A enfermidade é hoje caracterizada como enzoótica em 11 estados brasileiros: São Paulo, Rondônia, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraná, Minas Gerais, Goiás, Ceará, Bahia e Acre.

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As perdas econômicas:

-descarte precoce dos animais

-redução na produção de leite em cerca de 11%

-maior suscetibilidade à ocorrência de enfermidades (imunossupressão).

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FORMA MALIGNA tumoral e fatal - linfossarcomas em quase todos os linfonodos e órgãos (ocorre em 5 a 10% dos animais infectados)

FORMA BENIGNA - aumento geral do número de linfócitos sangüíneos (linfocitose persistente -LP), de ocorrência em 30% dos animais infectados*.

Observações : *Consideram-se quadros hematológicos de linfocitose persistente quando ocorrer um aumento nas contagens absolutas de linfócitos observadas durante três meses consecutivos em animais sem manifestações clínicas de neoplasias linfoproliferativas.

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O vírus geralmente é transmitido através do sangue de um animal infectado.

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Transmissão horizontal:

-Agulha ou seringa reutilizada

-Descornador

-Tatuagem

-Equipamento de castração

-Transfusão de sangue

-Utilização da mesma luva de toque retal para diversos

animais

-Mesma argola (em touros)

-Monta natural

Animais confinados estão mais suscetíveis a se

infectarem através de secreções nasais, saliva, urina,

fezes, descargas uterinas.

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Para evitar a possibilidade de transmissão para o neonato através do colostro ou leite de vacas infectadas preconiza-se o aquecimento desta secreção láctea a 56 ºC por 30 minutos, ou a utilização de um banco de colostro proveniente de vacas negativas, conservado a –20ºC em freezer.

Transmissão vertical:

A transmissão para os fetos pela placenta é possível, mas ocorre não mais do que 4 a 8% dos casos.

Quando bezerras são alimentadas com leite ou colostro de mães infectadas, a transmissão horizontal pode ser menor, pela presença de anticorpos anti-VLB na secreção.

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A pasteurização destrói facilmente o vírus.

Não é considerada uma Zoonose.

O leite e a carne, bem como seus derivados, podem ser consumidos sem preocupação.

A transmissão entre espécies já foi constatada em ovinos, porém, não apresentando sinais de linfocitose.

Infecções experimentais foram relatadas, também, em outras espécies como chimpanzés, outros macacos, suínos, coelhos, ratazanas, cães, galinhas e gatos.

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SINTOMAS

· Sintomatologias variadas, obedecendo à

localização do tumor;

· Digestivos – diarréias e empanzinamentos;

· Respiratório – tosse e dificuldade de respiração;

· Insuficiência Cardíaca;

· Aumento generalizado dos gânglios;

· Infertilidade;

· Perda de peso;

· Queda na produção;

· Paralisia dos membros posteriores (em pequeno

número).

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Animal com exoftalmia unilateral.

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Animal com aumento na região submandibular.

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Bovino com leucose e sintomatologia nervosa - Este animal arrastava o membro posterior esquerdo atrás de si (monoparesia) indicando possível lesão dos nervos motores da zona. 

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Hipertrofia dos linfonodos submandibulares, parotídeo e pré-escapular marcados na pele a tinta branca, num caso de leucose bovina na forma enzoótica.

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Tumor na região do abomaso.

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Linfonodos infartados

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Patogenia:

Conseqüências possíveis após a exposição de bovinos ao vírus da LEB:

1.Animal não se torna infectado: (provavelmente devido à resistência

genética)

2.Portadores latentes: infecção permanente e níveis detectáveis de

anticorpos

3.Infecção permanente e animais soropositivos: desenvolvem

linfocitose persistente e processo linfoproliferativo benigno (30% –

70%)

4.Linfossarcoma: animais soropositivos que desenvolvem tumores

neoplásicos malignos (5% – 10%).

O linfossarcoma é mais comum entre 3 e 6 anos de idade. Pode ocorrer

em linfonodos periféricos, linfonodos internos, abomaso, coração,

útero, espaço retrobulbar e região epidural do sistema nervoso central.

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Pode ocorrer:

- Perda de peso em 80% dos casos;

- Queda produção leiteira em 77% dos casos;

- Linfadenopatia externa em 58% dos casos;

- Redução no apetite em 57% dos casos;

-Linfadenopatia interna em 43% dos casos;

-Paresia posterior em 29% dos casos;

- Febre em 23% dos casos;

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- Comprometimento respiratório em

14% dos casos;

- Exoftalmia bilateral em 15% dos

casos;

- Diarréia em 13% dos casos;

- Constipação em 14% dos casos;

- Exoftalmia unilateral em 7% dos

casos;

- Alterações cardiovasculares em

36% dos casos.

- Respiração dificultada 14%

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Linfocitose Persistente:

Rebanhos com um alto índice com a presença de linfossarcoma, muitas vezes, contêm alguns animais com linfocitose persistente (LP).

Em aproximadamente dois terços dos casos, o desenvolvimento do linfossarcoma é precedido vários anos por LP, sem qualquer sinal de doença clínica.

Por causa desta associação, tem sido comumente assumido que a LP é a forma subclínica do linfossarcoma.

Desta forma, a leucose enzoótica bovina tem sido descrita como tendo uma fase pré-tumoral, caracterizada pela LP, seguida por uma segunda fase, na qual aparecem tumores leucóticos.

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Os tumores primários do sistema nervoso central em bovinos são raros, constituindo apenas 0,33% a 2,5% das doenças do sistema nervoso central nessa espécie

Linfossarcomas são os tumores não-neuroectodérmicos mais comuns e ocorrem associados à leucose bovina enzoótica (LBE) multicêntrica do adulto.

Geralmente formam massas tumorais em diversos locais, inclusive no canal vertebral, comprimindo a medula espinhal e as raízes dos nervos espinhais, causando quadros clínicos de disfunção medular.

No entanto, raramente esses tumores são descritos com localização craniana e, nas raras descrições com essa localização, os tumores são epidurais ou subdurais, produzindo sinais encefálicos por ocupação de espaço na cavidade craniana e compressão do encéfalo.

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Tumor localizado dentro do canal vertebral na região lombar próximo da cauda equina. A neoplasia, correspondendo a lesão de leucose bovina, envolvia as meninges e comprimia a medula espinhal e os nervos raquidianos do sector correspondente.

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DIAGNÓSTICO

Diagnóstico clínico:

Animais adultos (+ 3 anos de idade) - progressivo e visível aumento de volume dos linfonodos subcutâneos principais, simulando linfoadenopatias infecciosas, porém, sem febre.

-Biópias enviadas para exames histopatológicos cujos resultados destas tumorações são classificados como do tipo linfossarcoma.

O diagnóstico torna-se difícil quando estas tumorações encontram-se internalizadas ou disseminadas em linfonodos secundários no interior das cavidades toráxicas e abdominais de difícil acesso.

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Porém, DEVE-SE SUSPEITAR IGUALMENTE DE

LEUCOSE ENZOÓTICA , quando:

-perturbações digestivas crônicas

(meteorismo, diarréia)

-aumento de linfonodo

-exoftalmia

-mais raramente paresia, paralisia e placas

cutâneas

Realiza-se o diagnóstico clínico inspecionando-

se os olhos e palpando-se diversos grupos de

linfonodos de órgãos, como o útero.

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Diagnóstico laboratorial:

Histopatológico, através de biópsias ou fragmentos

de orgãos: linfoadenoses (forma folicular e difusa de

leucose), reticulose, reticulossarcomatose e formas

mistas de alterações.

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Hematológico, através da contagem de linfócitos:

A linfocitose sugere infecção por VLB, mas não descarta a possibilidade de outras doenças; a ausência de linfocitose não exclui a possibilidade de infecção pelo VLB.

A LP é diagnosticada realizando-se várias análises consecutivas (pelo menos 3) a intervalos de 1 mês.

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Imunológico, através do diagnóstico sorológico:

Técnicas como a Imunodifusão em Ágar gel - OIE

ELISA - OIE

Radioimunoensaio são as mais utilizadas

Existem técnicas sorológicas nas quais se utilizam amostras de leite ao invés de amostras de soro sangüineo, apresentando igual sensibilidade.

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sorológicos iniciais negativos pós-infecção, serão necessários esperar-se 3 meses para considerar-se animal infectado ou

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Sondas Genéticas:

Através da Técnica da PCR (Polymerase Chain Reaction), e com a utilização de “primers” iniciadores, pode-se identificar, em células bovinas infectadas, sequências de DNA características do retrovírus (virion completo) ou do provirus.

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Reações falso-positivas

-Animais que receberam anticorpos pelo colostro de mães positivas.

-Neonatos, que ingeriram colostro de vacas positivas e que estão com menos de 6 meses de idade, podem ainda resultar positivos devido a presença destes anticorpos colostrais, que ainda não foram eliminados.

- Animais com idades acima de 6 meses com resultados positivos por três exames consecutivos (em intervalos de 1 mês) devem ser considerados como positivos e infectados.

-Janela imunológica

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Vacas infectadas podem apresentar

reação sorológica negativa (falso-

negativa) quando os exames sorológicos

forem realizados de entre duas a seis

semanas antes e depois do parto.

Os títulos sorológicos tornam-se

novamente detectáveis seis semanas

após.

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PREVENÇÃO E CONTROLE:

Uma vez constatada na propriedade a presença de animais

sorologicamente positivos ou animais apresentando forma clínica da

doença, recomenda-se:

-Testar o rebanho a cada 3 a 6 meses até que todos os animais

positivos sejam identificados;

-Em casos de alta prevalência de animais positivos, separar os

animais positivos dos negativos em dois lotes no campo, deixando-os

em diferentes pastagens com distância mínima de 150 metros entre

elas, evitando assim a possibilidade de transmissão mecânica por

insetos hematófagos;

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-Ordenhar os animais soronegativos antes dos soropositivos.

-Utilizar, na aparelhagem da ordenhadeira mecânica,

desinfetantes eficazes após a ordenha dos animais reagentes.

Exemplo: Hipoclorito de Sódio, Biocid;

Jamais utilizar instrumentais veterinários como agulhas de

vacinação ou de suturas, luvas de palpação, brincadores,

descornadores, bisturis, entre outros, utilizados no rebanho

positivo em animais do rebanho negativo, sem prévia

desinfecção;

- O mesmo procedimento com relação aos intrumentais deve

ser realizado em neonatos filhos de vacas positivas (estes

bezerros ou bezerras deverão ser considerados negativos até a

data da primeira colheita de soro, no sexto mês).

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-Instituir um banco de colostro na propriedade (colostro

das primeiras 24 horas obtidos de fêmeas não reagentes

e armazenados a –20ºC em freezer);

-Promover pela bezerrada recém nascida, a ingestão de

colostro de vacas soro-positivas desde que este colostro

seja submetido previamente a aquecimento a 56ºC,

durante 30 minutos;

-Realizar a primeira colheita de soro das bezerras e

bezerros nascidas de animais positivos somente após o

6º ou 8º mês após o parto, devido aos anticorpos

maternos perdurarem até próximo dos seis meses.

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-Animais reagentes nesta colheita serão considerados como

positivos e segregados dos demais negativos;

-Tentar obter neonatos negativos gerados de vacas positivas que

possuam alto padrão genético (infecção vertical ocorre em 10%

dos neonatos). Considerá-los infectados se no oitavo mês for

verificada a presença de anticorpos.

-Caso seja economicamente viável (em propriedades com baixa

prevalência), eliminar do rebanho os animais reagentes e, caso

não seja possível, retirar aqueles em final de idade econômica (a

partir de 8 anos);

- Não introduzir no rebanho animais soro-positivos;

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-Combater os insetos hematófagos que possam transmitir o VLB;

-Eliminar do rebanho os animais com sinais clínicos da doença, pelo

sacrifício sem aproveitamento da carcaça;

-Manter vigilância epidemiológica do rebanho através de exames

sorológicos anuais;

-Limitar o comércio de animais infectados e proteger de novos

contágios os efetivos livres (Ex: exposições.).

- Em caso de Programas de Erradicação da Leucose Enzoótica Bovina,

recomenda-se a eliminação sumária de todos os animais com sorologia

positiva, além das medidas gerais sugeridas acima , que visam a

manutenção de rebanhos lívres.

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Limitações para implantação de um programa de controle e

infecção:

-a falta de motivação de técnicos e produtores devido ao fato

da infecção ser, na maioria das vezes, inaparente;

-dificuldade em quantificar os prejuízos e aumento dos

esforços de manejo para realização do controle.

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http://www.fredveterinario.com.br/img_entrevista/entrevista_02.html

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Ok??