LESÕES EXPANSIVAS ESCOLA DE MEDICINA UCPEL Prof. Antonio J. V. Pinho
LESÕES EXPANSIVAS
ESCOLA DE MEDICINA
UCPEL
Prof. Antonio J. V. Pinho
Conceitos
LESÕES EXPANSIVAS:
São todas as neo-formações, independente de suas naturezas.
TUMORES:
São as neo-formações
teciduais.
Tipos Histológicos
Os tumores podem ser:
- Primários: quando vindo de tecidos intra-cranianos.
- Secundários: quando derivados de tecidos de outras partes do corpo.
Tumores Primários I
Gliomas:cerca de 40% dos tumores.
- Astrocitoma
- Oligodendroglioma
- Meduloblastoma
- Glioblastoma multiforme
- Ependimoma
Tumores Primários II
Meningeoma Neurinoma Hemangioblastoma Pinealoma Craniofaringeoma Adenomas de Hipófise Outros
Tumores Secundários
Metátases:
- Epitelioma
- Coriepitelioma
- Melano-sarcoma Granulomas:
- Criptocócico
- Tuberculoma Abscessos
Dados Para Diagnóstico
Síndrome hipertensiva. Síndrome geral. Síndrome focal. Manifestações neuro-radiológicas.
Síndrome Hipertensiva
Cefaléia Vômitos Edema de papila
Síndrome Geral
Bradicardia Respiração de Biot Vertigens Alteração do estado psíquico Convulsões Facies tumoral
Síndrome focal
Dá a topografia do tumor. As funções da área diminuem. Os neurônios em torno são excitados.
Tumores Frontais
Posteriores:- Paresia do hemicorpo contra-lateral. Crises epiléticas do tipo Bravais-Jacksonianas.
Anteriores:- Euforia, tendência erótica, exaltação ou apatia e indiferença, diminuição da atenção e da praxia,desinteresse pelo mundo, hipertonia, reflexo de preensão, tendência a retro pulsão
Tumores Temporais
Anteriores: mudos Posteriores:
- Hemisfério dominante: disfasia sensitiva.
- Hemisfério não dominante: epilepsia temporal (alucinações auditivas, visuais e crises vestibulares) na face externa. Na face interna, crises uncinadas e psico-motoras.
- Soma-se a hemianopsia homônima lateral.
Tumores Parietais
Deve-se considerar: Tumores parietais anteriores Tumores parietais posteriores
- Hemisfério dominante
- Hemisfério não dominante Soma-se hemianopsia homônima de
quadrante inferior
Tumores Parietais Anteriores
Manifestações sensitivas subjetivas:
- Crises epilépticas sensitivas (parestesias não dolorosas) com progressão semelhante a das crises Bravais-Jacksonianas.
Manifestações sensitivas objetivas:
- Diminuição da estereognosia, tato descriminativo e do sentido de posição dos membros, contra-lateral.
Tumores Parietais Posteriores de Hemisfério dominante
Manifesta perturbações bilaterais do esquema corporal que são: impossibilidade para designar as diferentes partes do corpo (autotopognosia) ou apenas incapacidade para identificar seus próprios dedos ou os do examinador (agnosia digital). Pode somar-se a incapacidade para distinguir direito- esquerdo ou a uma acalculia ou a uma agrafia ou a uma apraxia.
Tumores Parietais Posteriores De Hemisfério Não-dominante Provoca uma negligência ou até uma
ausência total da consciência do hemi-corpo contra-lateral (hemi-somatognosia), associada a uma insconciência do déficit motor (anosognosia)
Tumores Occipitais
Superficiais: Causam hemianopsia homônima temporal, associada a crises epilépticas focais, que se manifestam por manchas brilhantes ou coloridas ou raios.
Profundos: Podem dar, por muito tempo, só hipertensão intra-craniana.
Tumores do Tronco Cerebral
Mostram síndromes alternas, isto é, lesões dos pares cranianos do lado do tumor e hemiplegia contra-lateral.
- III e IV pares – mesencéfalo
- V, VI e VII pares – ponte
- IX, X, XI e XII pares – bulbo.
- Hipertensão intra-craniana tardia.
Tumores cerebelares
Do Vermis: perturbação estática do equilíbrio, com tendência a retro-pulsão, nistagmo, vertigem.
Dos hemisférios: síndrome cinética, com dismetria, adiadococinesia, assinergia e hipotonia, tudo ipsilateral e nistagmo ao olhar para a lesão.
Sinais de Hérnias
De uncus, que causa compressão do III par, do mesencéfalo e da artéria Cerebral posterior dando midríase ipsilateral, estupor, coma, postura de descerebração e parada respiratória
De amigdala cerebelar, que causa compressão do bulbo, dando apnéia, colapso circulatório e morte.
Sinais De Falsa Localização
Paralisia do III par. Paralisia do VI par. Babinski bilateral. Babinski ipsilateral ao tumor (por
compressão do pedúnculo cerebral oposto, contra a incisura da tenda).
Exames Para-clínicos
TC mostra as diferenças de densidade dos tumores. Ruim para o tronco cerebral.
RM melhor qualidade e localização. Angiografia mostra os deslocamentos e
a hipervascularização tumoral. Dosagens de hormônios, para os
tumores hipofisários.
Tratamento
Cirurgia para os tumores benignos histologicamente e por suas localizações.
Derivações nas hidrocefalias. Radioterapia nos gliomas. Corticóides para o edema cerebral. Anticonvulsivantes.
Metástases Cerebrais
Agem da mesma forma que os tumores primários, causando as mesmas síndrome: HIC, Geral e Focal.
Origem: pulmonar, rim, gastro-intestinal. A maioria são supra-tentorais. Podem ser múltiplas. Exames: TC, RM, Angiografia. Procurar o primário no corpo.
Metástases Leptomeningeais
Origem: mamas, linfomas, leucemias. Agem de forma multifocal e causam lesões
de raízes, invasão do cérebro e medula e hidrocefalia.
Líquor mostra: pleocitose aumento de proteínas e diminuição de glicose, presença de células malígnas.
TC e RM mostram aumento de contraste nas leptomeninges.
Tratamento: irradiação e Metotrexate.
Tumores da AIDS
Linfomas cerebrais primários, que se tratam com irradiação.
Toxoplasmose cerebral, que se trata com sulfadiazina e pirimetamina.
Criptococose, que se trata com Anfotericina B e Flucitosina.
Usam-se, TC, RM, Líquor e exames específicos
Tumores Medulares
O intramedular mais comum é o ependimoma.
Os extramedulares mais comuns são o neurofibroma e o meningeoma.
Infiltram e/ou comprimem a medula, dando paraplegias e anestesia inferiores.
Usam-se a TC, RM, Mielografia e Líquor Tratamento: cirúrgia, irradiação e
dexametasona.
Abscessos
Contaminação por contigüidade ou de forma metastática.
Estrepto, estáfilo e anaeréobicos. Agem como tumores. Usam-se a TC, RM e Angiografia. Tratamento: cirurgia (aspiração ou
excisão) e antibióticos sistêmicos.
Pseudo Tumor Cerebral
Manifesta: Cefaléia, vômitos, edema de papila e diplopia pelo VI par.
Causado por: doenças pulmonares crônicas, hipoparatireoidismo, Adisson, vitamina A, tetraciclina, retirada de corticóides, anticoncepcionais.
Trata-se com acetazolamida, prednizona, derivação liquórica e correção do distúrbio.