Top Banner
Lesões Císticas Intracranianas Não- Neoplásicas Acd. Norberto Weber Werle
64

Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

Jul 10, 2015

Download

Documents

Norberto Werle
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

Lesões Císticas Intracranianas Não-

NeoplásicasAcd. Norberto Weber Werle

Page 2: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CONTEXTO

• Diagnóstico diferencial por imagem é desafiador;• Etiologia e histopatologia dos achados é muito

distinta;• Determinação anatômica precisa é essencial para a

determinação diagnóstica;• Análise acurada por RM ou TC pode indicar

tratamento cirúrgico ou clínico;

Page 3: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNÓIDE

Etiologia:

•Mais prevalente em homens;•Diagnosticado em torno dos 10-30 anos;•Usualmente esporádicos e únicos;•1% das neoplasias IC;

LEPTOMENÍNGEO CONGÊNITO

LEPTOMENÍNGEO CONGÊNITO

A duplicação da aracnóide na embriogênese predispõe ao acúmulo de coleção líquida benigna.

A duplicação da aracnóide na embriogênese predispõe ao acúmulo de coleção líquida benigna.

Page 4: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

EVOLUÇÃO CÍSTICA

• Usualmente são estacionários;• Na primeira década podem crescer;

• Esporadicamente podem regredir;

CISTO LEPTOMENÍNGEO ADQUIRIDOSecundário à trauma com laceração ou aprisionamento de folhetos aracnoides e consequente acúmulo de líquor;

Secundário à trauma com laceração ou aprisionamento de folhetos aracnoides e consequente acúmulo de líquor;

Page 5: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

LOCALIZAÇÃO PREFERENCIAL

• Maioria é supratentorial, predominando à esquerda;• 50% se localiza em fossa média, com extensão ao

opérculo temporal;• Cisterna suprasselar, fissuras sylviana e

interhemisférica são também locais comuns;• Cisterna magna;• Cisterna quadrigeminal;• Cisterna pontocerebelar;

INFRATENTORIAL

Page 6: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ACHADOS CLÍNICOS E LABORATORIAIS

• Usualmente assintomáticos;• Cefaléia, proptose, macrocrania, hidrocefalia e

convulsões podem ser a apresentação clínica;• Cisto de cisterna suprasselar cursa com hidrocefalia,

por obstrução de forame de Monro ou aqueduto;• Cisto de fossa média tem maior risco de rompimento,

usualmente cursando com hemorragia pericística ou higroma;

Page 7: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNÓIDE À TC

Cisto Aracnóide Roto com hemorragia intracística e

subdural

Cisto Aracnóide Roto com hemorragia intracística e

subdural

Page 8: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ACHADOS DE IMAGEM

• TC– Formação arredondada, extra-axial, ovóide, acom

atenuação de líquor;– Não há impregnação pelo contraste em parede;

– Osso adjacente é normal ou remodelado;• RM

– Isointensidade ao líquor. FLAIR ajuda bastante, pois suprime o sinal do LCR;

– Se cistos com conteúdo protéico ou

hemorrágico, usualmente hiperssinal em T1 e FLAIR;

Page 9: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNÓIDE ROTO

Page 10: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNÓIDE EM FMD

Page 11: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNOIDE

DIFUSÃOFLAIR

Page 12: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO INTRA E SUPRASSELAR

Page 13: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO ARACNÓIDE

3D CISS3D CISS

Page 14: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO COM EXTENSÃO VENTRICULAR

Page 15: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO COM EXTENSÃO VENTRICULAR

Page 16: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

RECOMENDAÇÕES

• Abaulamento da tábua óssea escamosa do temporal por mecanismo valvar do cisto;

• Diminuição volumétrica do parênquima adjacente não é compressiva. (Ex.: Hipoplasia temporal em cisto de fossa média e hipoplasia hemisférica cerebelar em fossa posterior);

• Assintomáticos Acompanhamento;• Sintomáticos Derivação Cistoperitoneal;• Estudo pré-op de fluxo liquórico ou acompanhamento

préop

CISTERNOTOMOGRAFIA COM IODO INTRATECALCISTERNOTOMOGRAFIA COM IODO INTRATECAL

Page 17: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Cisto Epidermóide A difusão é útil porque a difusibilidade de água é restrita nesta doença;

• Cisticercose Subaracnóidea Usualmente tem realce mural significativo;– A dúvida diagnóstica é quando escólex não é mais

visualizado por hidropisia do cisticerco;

Page 18: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTICERCOSE

Page 19: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO COLÓIDE

• 15-20% das lesões intraventriculares;• Derivado do endoderma, contendo mucina;• 90% encontra-se anterossuperior ao 3º ventrículo,

adjacente ao Monro;• Média de 1,5 cm;• VL e 4º ventrículo são topografias pouco comuns;

Page 20: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CLÍNICA

• A maioria é assintomática até a idade adulta, quando então manifestam-se com cefaléia que tem relação com a posição da cabeça;

• Tamanho não estima prognóstico!

AP mostra cisto de mucina e colesterol, com epitélio colunar

simples

AP mostra cisto de mucina e colesterol, com epitélio colunar

simples

Page 21: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ACHADOS DE IMAGEM

• Lesão é mais densa que LCR, sendo comumente bem visualizada a TC;

– Arredondada, adjacente ao Monro, sem impregnação pelo contraste;

– Usualmente hiperdenso e bem definido;

Page 22: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

TC

Page 23: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

RM

• 66% são espontaneamente hiperdensos em T1 e isointenso em T2;

• Depende bastante do nível de hidratação do cisto;• Situa-se usualmente atrás da coluna dos fórnices;

Se líquido isointenso ao líquor

TC com cortes finos

( hiperdenso)

Page 24: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

Cisto Colóide de 3º V

Page 25: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 26: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ANALISANDO O SINAL!

• Cisto com maior sinal de T2 e menor sinal em T1 são mais hidratados. Tem maior risco de expansão e hidrocefalia aguda;

• Cisto com menor sinal em T2 são mais viscosos e difíceis de se retirar por neuroendoscopia;

Page 27: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO COLÓIDE

Page 28: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

TC

Page 29: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Artefato de fluxo Reverberação em forame de Monro ao FLAIR;

• Neurocisticercose Ventricular Obstruem mais o aqueduto e 4º V;

• Craniofaringioma Hiperssinal em T1;Pode ter origem ventricular ou se estender para o 3ºV;

• Tumores do plexo corióide, subependimoma, e astrocitoma subependimário;

Page 30: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CRANIOFARINGIOMA

Page 31: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO DERMÓIDE

• Cisto de inclusão ectodérmico benigno;• Defeito no tubo neural com sequestro de

remanescentes;• Usualmente crescem por proliferação e secreção

epiteliais, além do processo descamativo;• 0,3% das neoplasias IC;

CLÍNICA: Cefaléia +Hidrocefalia+Convulsão

Complicações: Meningite Química Asséptica

Vasoespasmo

AP demonstra conteúdo lipídico

por secreção apócrina e sebácea;

Page 32: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

LOCALIZAÇÃO

• Preferencialmente em linha mediana;– Região Selar;– Parasselar;– Frontonasal;– 4º Ventrículo;– Fissura de Sylvius;– Cisterna pontocerebelar;

Page 33: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ACHADOS DE IMAGEM

• Lesões bem definidas, com focos de hiperssinal em T1, hipossinal em T2 secundárias à presença de conteúdo lipídico;

• Na TC, usualmente são hipodensos. Podem ter calcificação central;

• Ruptura mostra focos de hiperssinal em T1,

no espaço SA, geralmente nos cornos anteriores;• Pode haver focos isquêmicos;

Page 34: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO DERMÓIDE

Page 35: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO DERMÓIDE

Page 36: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 37: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 38: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

RECOMENDAÇÕES

• Hiperssinal em T1 subaracnoide pode permanecer por anos, suscitando a busca por cisto dermóide;

• Devido a boa definição e plano de clivagem a ressecção microcirúrgica é de fácil execução;

Manter acompanhamento neurorradiológico com RM pesada em T1 ( Recidiva, Lesão Residual?)

Manter acompanhamento neurorradiológico com RM pesada em T1 ( Recidiva, Lesão Residual?)

Page 39: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

Diagnóstico Diferencial

• Cisto Epidermóide Tem localização mais cisternal e isossinal ao líquor em T1 e T2;

• Craniofaringioma: Seu componente cístico pode ser hiperssinal em T1 e realce pelo contraste;

• Teratoma: Mais localizado na pineal e tem muito conteúdo heterogêneo (hemorragia, cisto e calcificações;

• Lipomas: Metaplasias de remanescentes. Usualmente não são císticos. São cisternais;

Page 40: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 41: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 42: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

RUPTURA

Page 43: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO EPIDERMÓIDE

• Inclusão ectodérmica de epitélio no fechamento do tubo neural (3ª-5ª sem);

• Só tecido epidérmico Diferente do Dermóide;• Pode ser iatrogênico Punções lombares;

• Usualmente em região parasselar ou pontocerebelar;• As lesões crescem lentamente, por acúmulo

descamativo epidérmico;• 0,3-1,8% das neoplasias IC;

Page 44: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

ACHADOS CLÍNICOS

• Diagnóstico em torno dos 40 anos;• Usualmente assintomático;• Paralisia de nervo craniano compressiva ou

hidrocefalia são possíveis manifestações;• Diferente dos cistos dermóides, ruptura é rara, assim

como meningite asséptica;

AP: Tecido colágeno revestido por epitélio escamoso estratificado queratinizado, com material descamativo, água e

cristais de colesterol;

Page 45: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

IMAGEM

• TC Usualmente se visualiza área de hipoatenuação, sem realce pelo contraste, alargando cisterna pontocerebelar;

• Focos de calcificação 10-25% dos casos;• RM Hipossinal em T1 > que o LCR/ Hiperssinal em

T2, sem realce;• FLAIR Muito útil, representando lesão tipo “líquor

sujo à RM;

Na DIFUSÃO cisto epidermóide apresenta intensa restrição ao movimento de água, evidenciando

HIPERSSINAL!

Na DIFUSÃO cisto epidermóide apresenta intensa restrição ao movimento de água, evidenciando

HIPERSSINAL!

Page 46: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 47: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 48: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

DIFUSÃO

Efeito T2 shine-through ou restrição verdadeira à movimentação hídrica;

Efeito T2 shine-through ou restrição verdadeira à movimentação hídrica;

Page 49: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

FLAIR

Page 50: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

T2

Page 51: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

RECOMENDAÇÕES

• Recidiva é muito comum devido à incapacidade de ressecção completa Difusão é útil;

• Acometimento de nervos e estruturas vasculares dificulta cirurgia;

• Cisto branco é lesão hiperprotéica, aumentando densidade à TC e levando à hiperssinal em T1 e hipossinal em T2;

Page 52: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO EPIDERMÓIDE BRANCO

Page 53: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 54: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL

• Cisto aracnóide congênito Usualmente facilmente diferenciado por ter densidade liquórica. Em casos de cisto hiperprotéico, a diferenciação é mais difícil;

• Cisto Dermóide Localização mediana e hiperssinal em T1. Dúvida em epidermóide branco;

• Cisto Neuroentérico Localizado entre o tronco e o dorso do clivo;

• Cisticercose Subaracnoidea Pode confundir bastante. Buscar por septações. Difusão não tem hiperssinal;

Page 55: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO DE PINEAL

• Achado comum em neurorradiologia, mostrando prevalência de 40 % em autópsias;

• Mais em adultos, com predominância feminina. Acontece em qualquer idade;

• Produto da degeneração isquêmica pineal?

CLÍNICA

A maioria é assintomática. Podem cursar com efeitos compressivos como hidrocefalia, vertigem e distúrbio

da motilidade ocular extrínseca;

A maioria é assintomática. Podem cursar com efeitos compressivos como hidrocefalia, vertigem e distúrbio

da motilidade ocular extrínseca;

Sintoma só de > 1

cm

AP 1. Cápsula Fibrosa 2. Parênquima Pineal 3. Tecido Glial

Page 56: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

IMAGEM

• TC Lesão bem definida em topografia pineal, com densidade variável. A maioria de atenuação parecida com líquor;

• Calcificação anelar ou nodular pode ser vista em 25% dos casos;

• Realce pode ser visto;• RM Cisto típico de < 1cm, com parede de até 2 mm,

sinal em T1 > LCR e FLAIR;

• Cisto atípico TUMOR?????

Page 57: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CONTRASTE

• Como a lesão cística não tem barreira hematoencefálica funcionante, mais de 50% dos cistos apresenta contraste periférico, assim como aumento do sinal em T1 e FLAIR do conteúdo por extravasamento;

O QUE É UM CISTO ATÍPICO?

Cisto com mais de 1 cm, geralmente com múltiplas septações

Page 58: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO TÍPICO

Page 59: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 60: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 61: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

T11FLAIR

Page 62: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas
Page 63: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

Diagnóstico Diferencial

• Pineocitoma cístico: Em lesões maiores, suscita muita dúvida. O ideal é acompanhar, pois o tumor cresce rápido;

• Astrocitoma Pilocítico Componente sólido com realce e distorção mesencefálica;

• Aneurisma de veia de galeno;• Cisto do cavo do véu;• Cisto Dermoide/Epidermoide T1 ajuda/Difusão!

Page 64: Lesões císticas intracranianas não neoplásicas

CISTO DO PLEXO CORIOIDE