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Ler_DORT_SBR

Apr 05, 2018

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Priscila Torres
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    LER DORT

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    CopyrightSBR- Comisso de Reumatologia Ocupacional, 2011

    O contedo desta cartilha pode ser reproduzido

    desde que citada a fonte.

    LER/DORT

    Cartilha para pacientes

    CRIAOEDESENVOLVIMENTO:

    Comisso de Reumatologia Ocupacional

    http://canyonwalkerconnections.com/2010/the-law-of-

    kindness-on-your-tongue-and-typing-hands/olympus-digital-camera/

    EDITORAO:

    Rian Narcizo Mariano

    CREDITOIMAGEMDACAPA:

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    Leso por EsforoRepetitivo / Distrbio

    Osteomuscular

    Relacionado ao Trabalho(LER/DORT)

    Cartilha para pacientes

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    ndice

    Qual a origem ou a histria

    do termo LER/DORT? ...........................................4

    H novas descobertas que possam mudar

    a interpretao atual de LER/DORT? ....................5

    H opinies ou evidncias contrrias

    ao uso rotineiro do termo LER/DORT? .................6

    Qual a importncia do diagnstico correto

    para os pacientes e para a sociedade? ....................7

    LER uma doena? ...............................................8

    Porque a sigla DORT? ...........................................8

    Quais so os distrbios mais comuns? ...................9

    Como se adquire um distrbio osteomuscular

    relacionado ao trabalho? ........................................9

    Quais so os trabalhadores mais vulnerveis? .......10

    O trabalhador com dor ou outro sintoma portador de LER ou DORT? ...............................10

    Esses distrbios so incapacitantes? ......................11

    Como o tratamento desses distrbios? ................11

    O estresse psicolgico inuencia os sintomas? .....11

    Como prevenir os Distrbios Osteomusculares

    Relacionados ao Trabalho? ....................................12

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    1. Qual a origem ou

    a histria do termoLER/DORT?

    Incontveis casos identicados como LER/DORT em um passado recente resultaram na po-

    lmica epidemia de LER/DORT no nosso pas.

    LER/DORT no um diagnstico etiolgico, mas

    apenas uma denominao genrica. Trata-se de

    uma sigla cunhada na poca sem grande embasa-

    mento cientco. A simplicidade do seu signicado,atualmente questionada pela medicina moderna, fa-

    cilitou seu uso disseminado, permitindo uma sim-

    plicao inadequada da interpretao dos casos.Na dcada de 80, trabalhadores submetidos a

    intensas jornadas de trabalho, muitas associadas

    baixa remunerao, ergonomia inapropriada eao estresse, passaram a apresentar vrios sintomas

    heterogneos que resultaram em aes trabalhistas.

    Na ausncia dos conhecimentos mdicos atuais,

    esse grupo de sintomas foi reunido em uma sigla

    arbitrria (LER, e depois, DORT) quando, de fato,representavam muitas doenas, com causas, meca-

    nismos e tratamentos diferentes. O desconhecimen-

    to que marcou esse perodo atribuiu, equivocada-

    mente, a causa de todas essas doenas s repeties

    de movimentos no contexto do trabalho. Esse equ-voco foi facilitado pelo fato de a maioria dos traba-

    lhadores em litgio trabalhista serem provenientes

    da indstria, que produz em srie.

    No havendo uma descrio tcnica do que era,

    realmente, LER/DORT, os prprios trabalhadoresafetados permaneciam sem tratamentos especcos,corroborando a falsa ideia de incapacidade perma-

    nente para esse grupo de doenas, as quais dispem

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    de tratamentos. Afastados do trabalho e do trata-mento, os indivduos afetados criavam precedentes

    jurdicos para o embasamento de uma avalanche de

    aes trabalhistas, maior disseminao do uso da

    arbitrria sigla LER/DORT e aprofundamento do

    desconhecimento sobre suas causas e teraputicas.

    Esse crculo vicioso prejudicou a Justia, os traba-

    lhadores e a sociedade, retardando esforos para a

    maior compreenso das doenas envolvidas, em es-

    pecial no meio jurdico.

    2. H novas descobertasque possam mudara interpretao atualde LER/DORT?

    Alguns trabalhos cientcos e anlises deespecialistas passaram a evidenciar a associao

    de muitos casos de LER/DORT com fatores

    sociais, familiares, econmicos e com o estresse

    ou a insatisfao no trabalho, inclusive de casos delombalgia e outras dores nas costas. Isso explicava

    porque muitos, mesmo no envolvidos na execuo

    de trabalhos repetitivos, apresentavam sintomas

    similares.

    O chamado modelo biopsicossocialpassou a sermais aceito na comunidade cientca envolvida comesses problemas musculoesquelticos e de dor crnica

    mal esclarecida. Os fatores mecnicos (repetio,

    fora, posturas) continuavam presentes, mas tiveram

    sua importncia reduzida frente a outros fatoresto ou mais importantes (insatisfao no trabalho,

    depresso, ansiedade ou problemas pessoais, por

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    exemplo). O modelo biopsicossocial explicava melhor

    as caractersticas comuns desse grupo de pacientes,

    inclusive sua caracterstica litigante frequente.

    Passou-se a demonstrar que LER/DORT se re-

    feria a vrias doenas diferentes, sem relao com o

    trabalho, enfatizando-se que deviam ser devidamente

    identicadas, individualizadas e tratadas. Algumasdelas ocorrem com maior frequncia. H estudos de-

    monstrando que um grande nmero delas pode ter

    relao com a depresso ou com a ansiedade, como a

    bromialgia e a sndrome miofascial, contabilizandoem torno de 60%-70% de diagnsticos equivocados

    e includos como LER/DORT. Isso corrobora tanto a

    adequao do modelo biopsicossocial quanto a cres-

    cente impropriedade do uso de uma sigla nica.

    3. H opinies ou evidnciascontrrias ao uso rotineirodo termo LER/DORT?

    Vrios tribunais estrangeiros passaram a atua-lizar seus conceitos e valorizar as novas evidncias

    cientcas. Tribunais da Austrlia, Reino Unido ede vrios Estados norte-americanos deixaram de

    reconhecer ocialmente os quadros denominados

    de LER/DORT, exigindo a identicao da real do-ena do litigante.O termo LER/DORT tambm considerado

    inapropriado por entidades mdicas ociais. OConselho Regional de Medicina do Estado de So

    Paulo (CREMESP), por meio do Parecer n. 76034,ocializou a opinio de que incorreto considerar-se LER como entidade mrbida bem denida. OCREMESP considera o termo polmico (LER ainda

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    hoje um tema polmico) e admite ocialmenteque as morbidades relacionadas com o termo LER/

    DORT sofrem forte inuncia de fatores sociais,culturais, disputas trabalhistas.

    4. Qual a importnciado diagnstico corretopara os pacientes e paraa sociedade?

    Com a evoluo da medicina e com a incorpora-o de novas descobertas e novos conceitos, o antes

    to debatido termo LER/DORT passa a enfraquecer

    frente s evidncias cientcas, dando lugar inter-pretao individual de cada caso e sua classica-

    o, segundo doenas que atualmente so melhorconhecidas e estudadas.

    Recomenda-se que doenas antes agrupadas

    em uma nica sigla LER/DORT sejam melhor

    identicadas, analisadas e tratadas, o que inclui

    como exemplos as tendinites, a sndrome do tneldo carpo, as sndromes miofasciais, a bromialgia,as cervicalgias, cervicobraquialgias, lombalgias,

    lombociatalgias e quaisquer outras que antes eram

    agrupadas sob aquela sigla.

    O forte impacto cultivado em torno da siglaLER/DORT ao longo de toda a sua histria impede

    sua erradicao instantnea seja no meio mdico seja

    no jurdico, mas no impedimento para uma lenta

    e necessria interpretao mais detalhada dos fatos

    e doenas que ela envolve, em prol da adequaocientca da interpretao pericial, de uma Justiaatualizada e do melhor tratamento e da recuperao

    dos trabalhadores afetados.

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    5. LER uma doena?

    No, LER no corresponde a uma doena ou en-fermidade. LER a sigla para Leses por Esforos

    Repetitivos e representa um grupo de afeces do

    sistema musculoesqueltico. So diversas afeces

    que apresentam manifestaes clnicas distintas e

    que variam em intensidade.

    6. Porque a sigla DORT?

    Representa a sigla para Distrbios Osteomus-culares Relacionados ao Trabalho e foi introduzi-

    da para substituir a sigla LER, particularmente por

    duas razes: primeiro porque a maioria dos traba-

    lhadores com sintomas no sistema musculoesque-

    ltico no apresenta evidncia de leso em qual-quer estrutura; a outra razo que alm do esforo

    repetitivo (sobrecarga dinmica), outros tipos de

    sobrecargas no trabalho podem ser nocivas para o

    trabalhador como sobrecarga esttica (uso de con-

    trao muscular por perodos prolongados para ma-nuteno de postura); excesso de fora empregada

    para execuo de tarefas; uso de instrumentos que

    transmitam vibrao excessiva; trabalhos executa-

    dos com posturas inadequadas.

    Atualmente, sabe-se que, alm dos fatoresmecnicos, tambm esto envolvidos fatores

    sociais, familiares, econmicos, bem como graus

    de insatisfao no trabalho, depresso, ansiedade,

    problemas pessoais ou outros, tornando altamente

    questionvel o diagnstico de LER ou DORT em

    muitos trabalhadores.

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    7. Quais so os distrbios

    mais comuns?Os distrbios osteomusculares ocupacionais

    mais frequentes so as tendinites (particularmente

    do ombro, cotovelo e punho), as lombalgias (dores

    na regio lombar) e as mialgias (dores musculares)

    em diversos locais do corpo.

    8. Como se adquire um

    distrbio osteomuscularrelacionado ao trabalho?

    Quando um ou mais dos seguintes fatores

    organizacionais no ambiente de trabalho no so

    respeitados:

    Treinamento e condicionamento (tcnicas paraexecuo de tarefas)

    Local de trabalho adequado (piso, superfcie, ba-rulho, umidade, ventilao,

    temperatura, iluminao, distanciamentos, angu-laes, etc) Ferramentas, utenslios, acessrios e mobilirios

    adequados

    Durao das jornadas de trabalho

    Intervalos apropriados Posturas adequadas Respeito aos limites biomecnicos (fora, repeti-

    tividade, manuteno de posturas especcas porperodos prolongados)

    Portanto, um ambiente de trabalho organizadoreduz muito a possibilidade de um indivduo

    desencadear um distrbio musculoesqueltico.

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    Convm ressaltar que existem predisposies

    individuais que aumentam a possibilidade de um

    trabalhador desenvolver DORT. Diversas variaes

    congnitas do aparelho locomotor, enfermidades

    associadas, estresse, distrbios psicolgicos, estilo

    de vida, entre outros fatores, podem todos contribuir

    para o aparecimento desses distrbios.

    9. Quais so ostrabalhadores mais

    vulnerveis?Qualquer tipo de trabalho mal executado ou que

    no respeita os limites biomecnicos, juntamente

    com a predisposio constitucional da pessoa, pode

    desencadear DORT.

    10. O trabalhador com dorou outro sintoma portador

    de LER ou DORT?No, necessariamente. Sintomas como dor, dor-

    mncia, formigamento, sensao de pontadas ou

    agulhadas, diminuio da fora, sensao de peso

    ou cansao nos membros, inchao, diculdade demovimentao, desconforto, entre outros, podem

    ser decorrentes de diversas condies no relacio-

    nadas s sobrecargas biomecnicas no ambiente de

    trabalho. Muitos distrbios reumticos, imunolgi-

    cos, hormonais, metablicos, ortopdicos, neuro-lgicos ou infecciosos podem ser responsveis por

    sintomas que simulam um distrbio osteomuscular

    relacionado ao trabalho. Portanto, faz-se extrema-

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    mente importante procurar o mdico para a realiza-

    o de diagnstico preciso e de adequada estratgia

    teraputica.

    11. Esses distrbios so

    incapacitantes? muito importante desmisticar o prognstico

    dessas enfermidades. Ao contrrio do que algunsdeclaram, todos esses distrbios tm tratamento

    e, felizmente, os casos mais graves ou que no

    respondem ao tratamento clnico, podem ser

    beneciados por procedimentos cirrgicos ereabilitao especca.

    12. Como o tratamentodesses distrbios?

    O tratamento depende sempre do diagnstico

    preciso, de corrigir as causas no ambiente de tra-balho e de instituir um plano teraputico adequado.

    Diversas so as modalidades teraputicas: siotera-pia (eletroterapia e cinesioterapia), medicamentos,

    inltraes, rteses (acessrios para ns teraputi-

    cos tais como talas, protetores, cintas, coletes, etc)e reabilitao.

    13. O estresse psicolgico

    infuencia os sintomas?

    Sim. Qualquer forma de estresse psicolgico

    pode inuenciar diretamente na percepo da dor

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    ou de outros sintomas. A ansiedade, a depresso eoutros distrbios psicolgicos podem tambm gerar

    ou agravar a tenso muscular (a qual causa contrao

    e dor no msculo). Em muitos casos, a insatisfao

    com o trabalho, ou outro componente emocional,

    tem sido a principal responsvel pela perpetuao

    da sintomatologia. A boa relao mdico-paciente,a satisfao com a vida, a motivao pelo trabalho

    e as convices do indivduo so ingredientes

    essenciais para o sucesso teraputico.

    14. Como prevenir osDistrbios OsteomuscularesRelacionados ao Trabalho?

    Criando-se um bom ambiente de trabalhoe respeitando-se os limites de cada indivduo.

    A preveno deve ser iniciada com a seleoadequada dos operrios, aprendizagem de tcnicas,

    condicionamento e ensinamento de posturas

    apropriadas. A durao das jornadas de trabalhodeve ser respeitada, assim como a presena de

    intervalos peridicos. Todos os instrumentos,

    ferramentas, acessrios, mobilirios e postos de

    trabalho devem ser convenientes, como tambm

    as posies, distncias e angulaes envolvidas.Tudo isso somado a um adequado estilo de vida,

    com boa qualidade do sono, condicionamento

    fsico e manuteno da sade geral, proporcionar

    a qualquer trabalhador condies de executar

    suas tarefas laborativas com os mnimos riscos dedesenvolver um distrbio osteomuscular.

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    Sociedade Brasileira de Reumatologia

    www. reumatologia.org.br

    Av. Brigadeiro Luis Antonio, 2.466 gr. 93-94

    CEP 01402-000 So Paulo SP

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