em fim de mandato entrevistas e fotos ∑ Paulo Neto Que mudou em Penalva do Castelo com a sua gestão? Foi realizada uma autên- tica revolução na adminis- tração municipal, no apoio à Educação, na descentra- lização de competências para as Juntas de fregue- sia, na àrea ambiental, na execução de diversas in- fraestruturas eléctricas, de saneamento básico (àguas e esgotos), na requalifica- ção urbanística, no âmbito Social, cultural, desporti- vo, na remodelação da ,rede viária, na aquisição de terrenos para o Muni- cípio, na afirmação e valo- rização da triologia de ex- celência produtiva do con- celho com o vinho do Dão, o queijo Serra da Estrela e a maçã bravo de Esmolfe, etc, etc... Fizemos um conjunto diversificado de investi- mentos, com um grande rigor financeiro, como o comprova o primeiro lu- gar, entre os 179 municí- pios com menos de 20.000 habitantes no ranking glo- bal nacional dos melhores municípios em termos de eficiência financeira, pu- blicado no último Anuário Financeiro das autarquias locais. Quais as três linhas estruturantes da sua gestão em que mais se revê como autarca? Não é fácil destacar apenas três situações estruturantes; mas não posso deixar de salientar a gestão rigorosa a planear e a executar com os meios financeiros disponíveis, o que fez com que, no sector social, se desse um apoio significativo a um trabalho fantástico das instituições e colectividades e uma co- laboração com as diversas freguesias do concelho. No âmbito das infra- estruturas, em que qua- se tudo se fez de início, para além da construção de vários novos equipa- mentos, como a Bibliote- ca Municipal e as Pisci- nas Municipais, saliento a regeneração urbana e a revolução urbanística da vila, com a criação de no- vas centralidades. Criámos condições e equipamentos para o de- senvolvimento da educa- ção, desporto, cultura e turismo, em que tivemos a felicidade de ter o gru- po Visabeira que trans- formou a Casa da Ínsua em Hotel de Charme, para além da construção por um privado do hotel “Portas do Dão”. Enfim, para além do enumerado, concretizá- mos um sem número de situações, que corres- pondem a necessidades e legítimas aspirações de Penalva e dos Penalven- ses, e que nos fazem ficar satisfeitos com o desen- volvimento e o trabalho realizado. Quais as qualidades do Poder Local que não encontrou no Poder Central? O poder central funda- mentalmente não conse- gue a proximidade às pes- soas e à resolução dos seus problemas, o fazer mui- to com poucos recursos, a capacidade de poupan- ça. No caso do Município de Penalva do Castelo, por exemplo no pessoal que po- deria ser contratado para gabinetes de apoio político, representou, nestes 12 anos, uma poupança de cerca de um milhão duzentos e vin- te e seis mil euros. Qual foi para si o maior polí- tico nacional destes últimos 20 anos? Infelizmente, apesar de muitos e bem falantes cria- dores de ilusões, dado o es- tado calamitoso em que o País se encontra, não des- taco nenhum político pela positiva, pois que, com mais ou menos responsabilidade, quase todos por acção ou omissão têm algumas cul- pas no estado da Nação. No sentido negativo, des- taco naturalmente o Engº. Sócrates, como principal responsável pela desgraça a que o País chegou e que ainda hoje, quase dois anos volvidos como primeiro ministro, parece continuar a querer não se dar conta da grave situação a que condu- ziu Portugal e do drama dos portugueses, agindo como se nada fosse com ele. Qual foi a maior dificuldade que enfrentou enquanto autarca? Tendo como critério só fazer obra para a qual ti- nha capacidade financei- ra, a maior dificuldade foi a falta de meios financeiros para fazer o que ainda é ne- cessário para o desenvolvi- mento do concelho e bem estar dos penalvenses. Que obras gostaria ainda de ter feito e deixa por fazer? São várias, mas desta- co a variante a Penalva do Castelo e a conclusão da circular à vila até próxi- mo da Zona Industrial en- tre Esmolfe e Sezures, que está em fase final de execu- ção. Realço também a re- cuperação do antigo edifí- cio dos Paços do concelho, bem como o auditório mu- nicipal ao lado da bibliote- ca, cujos projectos se en- contram prontos a concur- sar, mas para os quais não foi ainda possível arranjar fundos comunitários, que espero surjam no próximo quadro comunitário 2014 a 2020. Concorda com a Lei de Limi- tação de Mandatos? Só concordaria com essa Lei se não se confinasse apenas a alguns poucos car- gos, mas tivesse uma abran- gência a todos os cargos, de forma a dar oportunidade efectiva de intervenção po- lítica com verdadeira alter- nativa, quer a quem exer- ce altos cargos e de chefia, quer a quem perde as elei- ções e se recandidata sem qualquer limitação. O que é para si fazer políti- ca? É servir o Povo. É estar ao serviço do que se conside- ra justo e necessário fazer. É fundamentalmente saber ouvir e em cada momen- to, com os meios disponí- veis, decidir e fazer o me- lhor possível por todos os que representamos. Concordo com Aristó- teles que dizia que «o ho- mem é um animal político»; porém infelizmente alguns homens que vivem na e da política têm sido mais ani- mais que políticos. Quem foi a personalidade do seu partido que mais o desiludiu, a nível nacional, regional e local? Só se desilude quem cria grandes expectativas sobre qualquer personalidade e, como não foi esse o caso, acabei também por não ter grandes desilusões. Que vai fazer depois de ter- minar o mandato? Com a satisfação do de- ver cumprido, com total empenho e dedicação para com o meu concelho duran- te 20 anos como presidente de câmara, penso regressar ao meu escritório de advo- cacia que tenho na vila de Penalva do Castelo. Leonídio de Figueiredo Gomes Monteiro 56 anos de idade, Advoga- do, natural da fregue- sia de Pindo, concelho de Penalva do Castelo. Presidente de Câmara desde 1986 a 1993 e entre 2002 até ao pre- sente. Nota: Esta rubrica iniciou-se na edição 576 de 28 de março “Fazer política é servir o povo” Jornal do Centro 11 | abril | 2013 8