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artigo
Leitura e produo de textono ensino fundamentalZoraide
Faustinoni*
* Zoraide Faustinoni autora de livros didticos e pesquisadora do
Cenpec da rea de Gesto e Sistemas de Ensino.
prendemos a ler e a produzir textos orais e escritos em
diferentes espaos e grupos sociais. H uma aprendiza-gem de fala,
leitura e escrita que se d por meio da es-cuta, do gesto, da
observao, da imitao, de informa-es colhidas em diferentes espaos e
situaes.
A escola, no entanto, tem como funo desenvolver um trabalho
intencional, planejado e sistemtico para ampliar essas
aprendizagens e possibilitar, s novas geraes, o acesso a discursos
mais complexos, como aqueles produzidos pela Cincia, pela esfera
poltica e pela mdia.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao (Lei n. 9394, 1996)
estabelece, como um de seus objetivos,
(...) o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo
como
meios bsicos o pleno domnio da leitura, da escrita e do
clculo
(seo III, art. 32, I).
A escola um importante espao de letramento. E letramento,
segundo Magda Soares (1998),
(...) o que as pessoas fazem com as habilidades de leitura e
escrita, em um contexto espec co, e como essas habilidades
se
relacionam com as necessidades, valores e prticas sociais.
Por exemplo: comprar e ler o jornal para se informar sobre o que
acontece no mundo, escrever uma carta para a coluna do leitor,
posicionando-se sobre deter-minada matria, sentir prazer ao ler um
romance, pre-encher um formulrio ao solicitar um emprego etc. tambm
Magda Soares que nos chama a ateno para
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o fato de que, muitas vezes, os sujeitos so capazes de
comportamentos escolares letrados, mas so incapa-zes de lidar com
os usos cotidianos da escrita em con-textos no escolares.
Outros autores (Costa, 2000; Tfouni, 2002) enten-dem que o
letramento inclui tambm a produo de tex-tos orais (por exemplo: a
capacidade de fazer narrativas e relatos orais, de se sair bem numa
entrevista, de par-ticipar de uma assemblia do sindicato ou do
condom-nio do prdio, de ministrar uma aula, de fazer uma ex-posio
oral em um congresso ou seminrio), uma vez que, nas sociedades
letradas, h uma interseco en-tre oralidade e escrita.
Segundo Bakhtin (1929; 1990), os textos orais ou es-critos que
produzimos so formas de expresso que se originam nas necessidades
criadas em diferentes esfe-ras da comunicao humana. Essas formas de
dizer no so inventadas a cada vez que nos comunicamos, elas esto
nossa disposio, circulam nos diferentes meios sociais, tenhamos ou
no conscincia delas.
Os gneros so formas relativamente estveis de enunciados,
disponveis na cultura, e podem ser de -nidos por trs aspectos
bsicos coexistentes: seus temas: o que dizvel ou pode se tornar
diz-
vel, por meio do gnero; sua construo composicional: forma
particular dos
textos pertencentes ao gnero; seu estilo: seleo, feita pelo
autor, de recursos da
lngua do vocabulrio, de gramtica tendo em vista o gnero.Para
Schenewly (2004), o gnero uma ferramen-
ta, um instrumento com o qual possvel exercer uma ao lingstica
sobre a realidade. Segundo esse autor, o uso de uma ferramenta
resulta em dois efeitos dife-rentes de aprendizagem: por um lado,
amplia as capa-cidades individuais do usurio; por outro, aumenta
seu conhecimento a respeito do objeto sobre o qual a fer-ramenta
utilizada.
Linguagem e participao social
No plano da linguagem, a aprendizagem dos diver-sos gneros
discursivos que socialmente circulam en-tre ns no somente amplia a
competncia lingstica e discursiva dos alunos, como tambm lhes
aponta in-meras formas de participao social que eles, usando a
linguagem, podem ter como cidados.
Ao aprender como so feitas e qual a nalidade
das cartas argumentativas de solicitao e de
reclamao, o aluno no apenas se apropria de
informaes sobre o seu contedo, a sua estrutura,
o seu estilo e sobre a linguagem mais adequada
a esse gnero, como tambm toma conscincia
de que os cidados tm o direito de reclamar e
solicitar providncias das autoridades competentes.
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Por exemplo, ao aprender a ler o jornal a reconhe-cer as intenes
de quem escreve, os recursos utiliza-dos para atingir determinado
leitor, a comparar a forma como diferentes jornais publicam uma
mesma notcia, quais assuntos so objeto de destaque etc. os alu-nos
comeam a penetrar nessa esfera de comunicao to importante para a
formao de opinio.
Ao aprender como so feitas e qual a nalidade das cartas
argumentativas de solicitao e de reclamao,o aluno no apenas se
apropria de informaes sobre o seu contedo, a sua estrutura, o seu
estilo e sobre a linguagem mais adequada a esse gnero, como tam-bm
toma conscincia de que os cidados tm o direi-to de reclamar e
solicitar providncias das autoridades competentes.
Por meio de estudo de gneros, tais como bulas de remdio e rtulos
de embalagens, aprendem sobre os cuidados com a sade e os direitos
do consumidor. Ou ainda, no campo criativo, percebem que podem
apre-ciar e criar textos para a fruio esttica e re exo cr-tica,
como o poema, as letras de canes e as narrati-vas de co em
geral.
imprescindvel, portanto, que a escola desenvol-va capacidades
que possibilitem aos cidados a me-lhor participao possvel em
situaes de fala e es-cuta, de leitura e produo de textos com
diferentes finalidades.
O que os exames de leitura indicam
Exames de leitura, como o Sistema de Avaliao da Educao Bsica
SAEB, e o Programa Internacional de Avaliao de Alunos PISA e a
pesquisa realiza-da pelo Instituto Montenegro com o objetivo de
cons-truir um Indicador de Alfabetismo Funcional INAF in-dicam
aspectos que poderiam ser mais bem trabalha-dos pela escola.
Sabemos que essas avaliaes tm li-mites. A esse respeito, importante
conhecer as re e-xes feitas por diferentes autores, como Ribeiro
(2003) e Bonamino (2002).
No entanto, apesar das ressalvas que possam ser feitas a essas
avaliaes, elas nos do pistas do que pode ser melhorado, no apenas
para o aluno sair-se bem no exame, como, sobretudo, para poder
utilizar a leitura, a fala e a escrita para se situar no mundo,
para lutar por direitos, para usufruir bens culturais, para
pros-seguir com os estudos, para interferir nos rumos pol-
ticos do pas, para se inserir no mercado de trabalho, en m, para
ser cidado.
Os resultados dos exames apontam: pouca familiaridade com a
diversidade de gneros
discursivos; falta de hbito de voltar ao texto para responder
a
questes referentes a ele em geral, os estudantes respondem com
base no senso comum, consideran-do apenas as alternativas
colocadas, sem relacion-las ao texto;
di culdade para: 1. inferir o signi cado de termos
desconhecidos,
apoiando-se no contexto;2. localizar informaes e fazer
inferncias a partir
de gr cos; 3. integrar informaes advindas de um texto verbal
contnuo e de um gr co; 4. perceber contradies no texto; 5.
relacionar causa e conseqncia em textos mais
longos.Essas avaliaes rea rmam o papel fundamental da
escola na formao do leitor, pois os nveis mais altos so
atingidos somente por aqueles que completaram as oito sries do
ensino fundamental. No entanto, o au-mento do nvel de letramento no
tem acompanhado o aumento de escolaridade.
A escolaridade da populao brasileira vem aumen-tando signi
cativamente. Os dados do Instituto Brasilei-ro de Geogra a e
Estatstica - IBGE mostram, por exem-plo, que a parcela de pessoas
de 15 a 64 anos com ape-nas quatro anos de estudo caiu de 37,9%
para 33,6%, entre 2002 e 2005, enquanto que a proporo daque-les que
completaram o ensino mdio ou superior subiu de 35,5% para 40,8%, no
mesmo perodo. No entanto, o desempenho dos brasileiros entre 15 e
64 anos mostra uma tendncia de melhora em letramento em ritmo
infe-rior ao da prpria escolarizao (Boletim INAF, 2007).
Os primeiros resultados da pesquisa Estudo Longitu-dinal da
Gerao Escolar Projeto GERES, publicados em 2006, indicam que as
crianas realizam pouco progresso aps a alfabetizao inicial
(http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u18519.shtml,
03.04.2006). E os resultados do SAEB mostram que h um aumento da
pro cincia em leitura ao longo da escolaridade, mas, da 4 para a 8
srie, esse aumento modesto.
Esses dados no diminuem a importncia da esco-larizao, mas
indicam que a atuao da escola precisa
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ser melhorada e que um trabalho bem planejado e con-sistente,
com leitura e produo de textos, deve ser de-senvolvido. E esse
trabalho ser mais efetivo se a escola interagir com as prticas
culturais de seus alunos.
Evidentemente, no se trata apenas de melhorar o trabalho com a
leitura e a produo de textos, como tambm de reprovar menos, de
combater a defasagem idade-srie, pois, se o ensino fundamental to
impor-tante, preciso garanti-lo para todos, na idade corre-ta
prevista pela legislao. E, para isso, a escola pbli-ca precisa
contar com o apoio e orientao dos rgos governamentais.
No basta avaliar, preciso dar condies para que os educadores
aprimorem seu trabalho e unam esfor-os para que todos aprendam.
Leitura e produo de texto em todas as reas do ensino
O desenvolvimento de capacidades de leitura e pro-duo de textos
uma tarefa de todos os componentes curriculares e no apenas de
Lngua Portuguesa.
Nas aulas de Lngua Portuguesa, os estudantes vo entrar em
contato com diversos gneros discursivos para apreender suas
caractersticas e desenvolver ca-pacidades de leitura e produo de
diferentes gneros, que abordam os mais diversos temas, com variadas
-nalidades. Nesse trabalho, o ideal sempre preservar o mximo
possvel a funo social que a leitura e a es-crita tm fora da
escola.
Cabe tambm rea de Lngua Portuguesa o traba-
lho de anlise lingstica, de modo que os alunos se apropriem
desses conhecimentos e possam ler e pro-duzir textos, em diferentes
situaes escolares e no-escolares, com clareza, coeso e correo
gramatical e ortogr ca.
Os professores dos outros componentes curricula-res utilizam a
leitura e a escrita como instrumento para a aprendizagem de
contedos de sua rea. Para que aprendam os contedos das reas, os
alunos preci-sam saber explorar um texto. Por outro lado, os
conte-dos das diferentes reas conceitos, habilidades, va-lores,
procedimentos que elas desenvolvem concor-rem para a ampliao do
letramento, tornando o sujei-to mais apto a compreender diferentes
gneros discur-sivos e a utilizar diferentes suportes textuais.
Ler e compreender
A leitura um processo no qual o leitor realiza um tra-balho
ativo de construo do signi cado do texto. Para os leitores em
formao, a mediao do professor in-dispensvel. Assim, antes de propor
a leitura de um tex-to escrito, ou de um conjunto de textos,
preciso que o professor veri que as di culdades que ele apresen-tar
para os alunos.
A leitura feita com diferentes objetivos: por prazer, para
conhecer um determinado assunto, para se atua-lizar, para executar
uma ao etc.
Um dos primeiros cuidados esclarecer os objetivos da leitura:
por que vamos ler, o que buscamos nesse texto ou nesse suporte
textual, o que vamos fazer com
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as informaes que o texto traz, que conhecimentos queremos
construir. importante lembrar que, quan-do perdemos de vista o
motivo para fazer alguma coi-sa, tornamos essa ao mecnica, sem
sentido e no nos mobilizamos para realiz-la de fato.
Em segundo lugar, imprescindvel veri car o que os alunos j sabem
sobre o assunto e tambm sobre o gnero discursivo e o suporte
textual onde o texto se encontra , pois isso ir facilitar ou di
cultar a com-preenso.
importante que o professor chame a ateno dos alunos para: os
elementos contextualizadores o ttulo, a fon-
te, a seo/captulo de onde foram retirados, os da-dos sobre o
autor, a poca em que foi escrito etc.;
as possveis intenes do autor que informao quer transmitir, a
quem quer convencer, que re e-xes quer provocar, quem so seus
provveis inter-locutores. interessante fazer perguntas com o
objetivo de agu-
ar a curiosidade e instigar a antecipao sobre o con-tedo do
texto, hipteses que podem ser validadas ou rejeitadas na leitura
subseqente.
Capacidades de leitura
Antes mesmo de se ter um texto em mos, temos que mobilizar
determinadas capacidades de leitura. Assim, preciso ajudar nossos
alunos a: localizar e acessar fontes de consulta (bibliotecas,
Internet, programas de rdio e TV, museus etc.); utilizar os chrios
impressos ou a Inter-net para localizar obras, autores, assuntos
etc.; consultar ndices; localizar uma matria dentro do jornal;
avaliar criticamente as fontes (saber se so con veis).
H capacidades que so comuns leitura de diver-sos gneros.
Por exemplo: reconhecer as caractersticas do gnero; identi car a
nalidade do texto; identi car a intencionalidade do autor;
reconhecer os efeitos de sentido a partir de recur-
sos gr cos, sonoros, estilsticos, semnticos, mor-fossintticos
etc.;
localizar as informaes explcitas; inferir o sentido de uma
palavra pelo contexto; fazer as inferncias globais; identi car os
temas ou as idias centrais;
estabelecer relaes entre as partes de um texto; relacionar o
texto com conhecimentos do cotidiano
ou especializado; avaliar criticamente um texto.
Outras capacidades so mais espec cas a um de-terminado
gnero.
Por exemplo: identi car o con ito gerador do enredo romance,
novela, crnica, contos de fadas etc.; distinguir o que de nio e
o que exemplo
textos didticos, verbetes, artigos cient cos, teses acadmicas
etc.;
reconhecer as posies distintas sobre um mesmo tema artigos de
opinio, debate, editorial, teses acadmicas etc.;
distinguir fato de opinio reportagem, artigos de opinio, teses
etc.;
estabelecer relao entre a tese e o argumento editorial, teses
acadmicas, debate etc.;
identi car a ordem seqencial de procedimentos experimentos,
regras de jogo, instrues de monta-gem, receitas culinrias etc.
importante tambm ter em mente que uma mes-
ma capacidade pode ser exercida de forma diferente, conforme o
gnero. Por exemplo, diferente localizar a informao num texto
literrio e num gr co. As re-laes que podem ser estabelecidas entre
texto verbal e imagem so diferentes para a primeira pgina de um
jornal e numa pgina do livro de Cincias. E h novas necessidades
surgindo, por exemplo, a capacidade de lidar com o hipertexto.
E quanto produo de textos?
No que se refere produo de textos, importante que os professores
das diversas reas pensem em ati-vidades em que a fala e a escrita
tenham nalidade so-cial, por exemplo: comunicar algo, registrar,
divulgar, in-formar, expor, alertar, agradar, relatar, convencer,
emo-cionar, divertir etc.
Quando falamos em produo, referimo-nos no so-mente aos textos
escritos, como tambm aos orais.
O principal objetivo de se ensinar gneros orais na escola
desenvolver capacidades de uso social da fala, tanto nas prticas
mais informais, isto , aquelas da vida privada cotidiana conversa,
relato de experincia vi-vida, comentrio quanto nas mais formais,
aquelas
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que ocorrem na esfera pblica de comunicao dis-cusso em grupo,
assemblia, seminrio, debate. O tra-balho com a produo oral de
textos, muitas vezes es-quecido pela escola, desenvolve importantes
capaci-dades de participao social.
Para produzir textos em diferentes gneros, pre-ciso conhec-los;
assim, necessrio que essa diver-sidade seja utilizada e trabalhada
nas aulas das dife-rentes disciplinas do currculo. A produo de
texto re-quer planejamento.
Esse planejamento implica tomada de decises, como: qual o melhor
gnero para o objetivo que se tem:
emocionar, divertir, informar, convencer, instruir, ex-por,
comunicar-se a distncia etc;
quais so as caractersticas desse gnero: o que pode e o que no
pode ser dito;
como se estrutura, que recursos lingsticos podem ser
utilizados;
a quem o texto se destina: onde vai circular. Alm disso,
imprescindvel atentar para o que j sa-
bemos e para o que precisamos pesquisar sobre o assun-to que ser
tratado no texto, pois no basta saber como dizer, indispensvel
tambm ter algo para dizer.
E no basta produzir textos. preciso que eles sejam aperfeioados,
tanto no que se refere ao contedo da rea, quanto aos aspectos
relacionados situao de produo, s caractersticas do gnero e correo
gra-matical e ortogr ca, no caso do texto escrito. Ainda que
ensinar gramtica de modo sistemtico seja tarefa da rea de Lngua
Portuguesa, ajudar o aluno a revisar o texto e a corrigir as
inadequaes tarefa de todos os professores. No se pode esperar que
os estudantes construam sozinhos esses conhecimentos.
Como fazer?
Como desenvolver todas essas capacidades o desa- o que se coloca
a todos os professores. Quando pen-samos em leitura nas diferentes
reas do currculo es-colar, sabemos que essa leitura tem, em geral,
nali-dade de estudo: ler para aprender. Isso no signi ca que, nas
aulas desses componentes curriculares, de-vam circular somente
textos escolares ou de divulga-o cient ca.
O ideal desenvolver a unidade de estudo lanan-do mo de
diferentes gneros: artigos de jornal, artigos
O principal objetivo de se ensinar gneros orais na escola
desenvolver
capacidades de uso social da fala, tanto nas prticas
mais informais, isto , aquelas da vida privada
cotidiana conversa, relato de experincia vivida,
comentrio quanto nas mais formais, aquelas que ocorrem na esfera
pblica
de comunicao discusso em grupo, assemblia,
seminrio, debate.
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cient cos, ensaios, textos didticos, poemas, histria em
quadrinhos, charges, gr cos, composies musi-cais, crnicas,
romances, fotos, memrias, depoimen-tos, entrevistas, textos de
humor, lmes etc. Em geral, esta forma j tem sido uma prtica dos
professores e est muito presente nos livros didticos.
A questo como fazer uma adequada explorao desses diferentes
textos e relacion-los. Muitas vezes, a diversidade de textos est
presente, mas todos os g-neros so trabalhados da mesma forma e se
pressupe que o aluno consiga, sozinho, fazer as relaes e re e-xes
sobre eles, sem a mediao do professor.
No que se refere produo de texto, em geral, as propostas so
genricas, no h explicitao do gne-ro em que o texto deva ser
produzido, nem orientaes para produzi-lo, aperfeio-lo e
divulg-lo.
Como ponto de partida, h algumas perguntas que todos os
professores precisam se fazer: Em que situaes a leitura e a produo
so propos-
tas nas aulas? H uma nalidade que justi ca essa leitura e
essa
produo ou so meros exerccios escolares? Os alunos so
esclarecidos a respeito da nalidade da
atividade de leitura ou de produo de um texto? O que o professor
espera que os alunos aprendam
na sua rea? Que gneros so mais adequados para cada conte-
do, tendo em vista essas aprendizagens? O professor utiliza uma
diversidade de fontes de
consulta e de suportes textuais? Apresenta diferentes gneros,
extrados de diferen-
tes fontes e suportes, para abordar um mesmo tema ou para
desenvolver um mesmo conceito, por exem-plo: uma ilustrao, um texto
do livro didtico, um gr co, uma reportagem ou artigo de jornal?
Incentiva e ajuda os alunos a comparar esses diferen-tes textos
e a elaborar concluses sobre o assunto, a concordar ou discordar, a
se posicionar criticamente?
Incentiva os alunos a ler, a enfrentar as di culdades de um
texto mais longo e mais complexo?
Diante de textos mais complexos, ajuda-os a identi- car idias,
teses, argumentos; a inferir dados que no esto explcitos; a inferir
o signi cado de ter-mos desconhecidos; a relacion-los com outros
tex-tos lidos ou com experincias de vida?
Planeja situaes em que os alunos possam demons-trar suas
aprendizagens e divulgar suas produes
para outras pessoas e no apenas para o professor e os colegas de
classe?Cada rea do conhecimento tem sua parte na forma-
o do leitor e do autor de textos orais e escritos. As-sim, o
trabalho conjunto dos educadores que ir ga-rantir a ampliao do
acesso das crianas e jovens ao mundo letrado.
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