Leitão, Iagor Brum; Fávaro, Dayana de Souza; Figueredo, Dalton Demoner; Suziane Kirmse. Os impasses frente à perda de objeto | Analytica | São João de-Rei | v.6 | n. 11 | julho/ dezembro de 2017 | 69 OS IMPASSES FRENTE À PERDA DE OBJETO Iagor Brum Leitão 1 Dayane de Souza Fávaro 2 Dalton Demoner Figueiredo 3 Suziane Kirmse Comério 4 1 Psicanalista. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Espírito Santo (PPGP/UFES). E-mail: [email protected]2 Psicóloga pela Faculdade Multivix - Nova Venécia, Espírito Santo. E-mail: [email protected]3 Psicanalista. Especialista em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RJ), Rio de Janeiro. Mestre e Doutor em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida (UVA/RJ), Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]4 Psicanalista. Mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade pela Universidade Veiga de Almeida (UVA/RJ), Rio de Janeiro. E-mail: [email protected]
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OSIMPASSESFRENTEÀPERDADEOBJETO
IagorBrumLeitão1
DayanedeSouzaFávaro2
DaltonDemonerFigueiredo3
SuzianeKirmseComério4
1 Psicanalista. Mestrando pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal doEspíritoSanto(PPGP/UFES).E-mail:[email protected]ólogapelaFaculdadeMultivix-NovaVenécia,EspíritoSanto.E-mail:[email protected] Psicanalista. Especialista em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC/RJ), Rio deJaneiro.MestreeDoutoremPsicanálise,SaúdeeSociedadepelaUniversidadeVeigadeAlmeida(UVA/RJ),RiodeJaneiro.E-mail:[email protected]álise,SaúdeeSociedadepelaUniversidadeVeigadeAlmeida(UVA/RJ),RiodeJaneiro.E-mail:[email protected]
Mais adiante, Freud (1914/2006, p. 92) em Uma introdução ao narcisismo
retomaessalógicaprazer-desprazer.Freuddiz:
[...]Odesprazer é sempre expressãodeumgraumais elevadode tensão, eque, portanto, o que ocorre é que uma quantidade no campo dosacontecimentosmateriais é transformada, aqui como emoutros lugares, naqualidade psíquica do desprazer [...] Reconhecemos nosso aparelho mentalcomosendo,acimadetudo,umdispositivodestinadoadominarasexcitaçõesque de outra forma seriam sentidas como aflitivas ou teriam efeitospatogênicos.
5 Freud em Escritores criativos e devaneios, de 1908, compara o brincar das crianças como uma produção de um escritor criativo: “Acaso não poderíamos dizer que, ao brincar, toda criança se comporta como um escritor criativo, pois cria um mundo próprio, ou melhor, reajusta os elementos de seu mundo de uma nova forma que lhe agrade?” (Freud, 1908/2006, p. 149).
alteridade no registro da dependência, como condição para o surgimento do sujeito
psíquico. Assim, entende-se a alteridade como um dispositivo de investimento
primordialparaoprocessodesubjetivação,noção também jáarticuladaporFreudno
Projeto:
Oorganismohumanoé,aprincípio,incapazdepromoveressaaçãoespecífica.Elaseefetuaporajudaalheia,quandoaatençãodeumapessoaexperienteévoltadaparaumestadoinfantilpordescargaatravésdaviadaalteração.Essavia de descarga adquire, assim, a importantíssima função secundária dacomunicação,eodesamparo inicialdos sereshumanoséa fonteprimordialde todos osmotivos morais. (Freud, 1895/2006, p. 379, grifos do próprioFreud)
Posteriormente, em Inibições, sintomas e angústia, de 1925, Freud retoma a
[...] Ela consiste na estimativa do paciente quanto à sua própria força emcomparação com a magnitude do perigo e no seu relacionamento dedesamparo em face desse perigo – desamparo físico se o perigo for real edesamparo psíquico se for instintual [...] Denominemos uma situação dedesamparo dessa espécie, que realmente tenha experimentado, de situaçãotraumática.(Freud,1925-1926/2006,p.163)
algopormeiodaqual atingirá sua finalidade. Dessemodo, sobreo objetodapulsão,
Freudnosdiz:
O objeto é o que há de mais variável num instinto [lê-se pulsão] e,originalmente, não está ligado a ele, só lhe sendo destinado por serpeculiarmente adequado a tornar possível a satisfação. O objeto não énecessariamentealgoestranho:poderáigualmenteserumapartedoprópriocorpo do indivíduo. Pode ser modificado quantas vezes for necessário nodecorrer das vicissitudes que o instinto [lê-se pulsão] sofre durante suaexistência, sendo que esse deslocamento do instinto [lê-se pulsão]desempenhapapéisaltamenteimportantes.(Freud,1915/2006,p.128,grifosnossos)
Nessa perspectiva, Freud (2006/1914) nos propõe um breve resumo dos
caminhos que levam cada sujeito à escolha de objeto amoroso. Segundo Freud uma
pessoapodeamar:
(1)Emconformidadecomotiponarcisista:a)oqueelaprópriaé(istoé,elamesma),b)oqueelaprópriafoi,c)oqueelaprópriagostariadeser,d)alguémquefoiumavezpartedelamesma.(2)Emconformidadecomotipoanaclítico(deligação):a)amulherquealimenta,b)ohomemqueprotege,c) a sucessãodepessoas substitutivasquevenhamaocuparo seu lugar. (p.97)
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Parece que já era meu destino preocupar-me tão profundamente comabutres; pois guardo como uma das minhas primeiras recordações que,estandoemmeuberço,umabutredesceusobremim,abriu-meabocacomsuacaudaecomelafustigou-merepetidasvezesoslábios.(DaVincicitadoemFreud,1910/2006,p.91)
Segundoopsicanalista vienense, os egípcios veneravamumaDeusa-Mãeque
era representada com uma cabeça de abutre. Para eles, o animal era considerado
símbolo da maternidade pois acreditavam que somente haviam abutres do sexo
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Freud (1915-17/2006, p. 249) compara brilhantemente a melancolia ao luto,
apontandopontosafetuosossemelhantes:
A correlação entre amelancolia e o luto parece ser justificada pelo quadrogeraldessasduascondições[...]Oluto,demodogeral,éareaçãoàperdadeum ente querido, à perda de alguma abstração que ocupou o lugar de umente querido, como o país, a liberdade ou o ideal de alguém, e assim pordiante.Emalgumaspessoas,asmesmasinfluênciasproduzemmelancoliaemvezdeluto.(Grifosnossos)
A perda referida no luto é uma perda conhecida, mesmo quando enquanto
abstração, ao passo que na melancolia, a perda é desconhecida. Freud observa que
toda a libido seja retirada de suas ligações com aquele objeto” (p. 250). Entretanto,
Freudobserva:
As pessoas nunca abandonam de bom grado uma posição libidinal, nemmesmo, na realidade, quandoum substituto já se lhes acena.Esta oposiçãopodesertãointensa,quedálugaraumdesviodarealidadeeaumapegoaoobjeto por intermédio de uma psicose alucinatória carregada de desejo.Normalmente,prevaleceorespeitopelarealidade,aindaquesuasordensnãopossam ser obedecidas de imediato. São executadas pouco a pouco, comgrande dispêndio de tempo e de energia catexial, prolongando-sepsiquicamente,nessemeiotempo,aexistênciadoobjetoperdido.Cadaumadas lembranças e expectativas isoladas através das quais a libido estávinculadaaoobjetoéevocadaehipercatexizada,eodesligamentodalibidoserealizaemrelaçãoacadaumadelas.(Freud,1915-17/2006,pp.250-51,grifosnossos)
No luto, é omundo que se torna pobre e vazio; namelancolia, é o próprioEgo.OpacienterepresentaseuEgoparanóscomosendodesprovidodevalor,incapaz de qualquer realização moralmente desprezível; ele se repreendeenvilece,esperandoserexpulsoepunido.Degrada-seperantetodos,esentecomiseraçãoporseusprópriosparentesporestaremligadosaumapessoatãodesprezível.(Freud,1915-17/2006,p.251-52,grifosnossos)
Amelancolia pode também ser caracterizada como um quadro de delírio de
inferioridade, podendo haver alterações do juízos, através das autoacusações, os
sentimentos de culpa e de fracasso, a autopunição em forma de descuido consigo
próprio, e ideias e atos suicidas (Dalgalarrondo, 2000). Em uma leitura psicanalítica,
Naneurose,umfragmentodarealidadeéevitadoporumaespéciedefuga,aopasso que na psicose, a fuga inicial é sucedida por uma fase ativa deremodelamento;naneurose,aobediênciainicialésucedidaporumatentativaadiadadefuga.Ouainda,expressodeoutromodo:aneurosenãorepudiaarealidade, apenas a ignora; a psicose a repudia e tenta substituí-la. (Freud,1924/2006,p.209,grifosnossos)
Jean-MichelQuinodoz (2007) afirmaque a noção de clivagemdo Ego já está
6 Rosa Jr e Poli (2012) assinalam que, apesar de Freud utilizar o termo "escotomização" (tomadoemprestadodeRenéLaforgue),elenãooconsideraadequadoparadescreverasituaçãoaqueserefere.EleprefereotermoVerleugnungque,segundooDicionáriocomentadodoalemãodeFreud,deLuizHanns(1996),podesertraduzidocomo"desmentido".
Efetivamenteumaespécie de inversodo sintoma.Querdizer, o sintomaé aexceçãoqueperturbaasuperfíciedafalsaaparência,opontonoqualaOutraCena recalcada irrompe, ao passo que o fetiche é a encarnação daMentiraquenospermitesustentaraverdadeinsuportável.
7 Aqui, uma ressalva: entendemos que neste caso Zizek faz uma analogia aomecanismo do fetiche daperversãoparailustraroseupontodevista,nãoconsiderandootermofetichecomoelementodecorrenteda fixação da memória do sujeito no(s) último(s) objeto(s) que antecede(m) a percepção da “cenatraumática":afaltadopênisnamulher.
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Editora.ResumoO artigo versa sobre a complexidade e importância do conceito de objeto para a psicanálise de basefreudianaelacaniana,nasdiferentesformasdedefesadoEudecadaestruturaclínicafrenteàsperdasdeobjetos,emespecialosobjetosdeamor.Percorre-sepelalógicafreudianadofuncionamentodoaparelhopsíquico,oprincípiodoprazer,tendocomopontocentralaquestãododesamparo.Emseguida,discute-seas diferentes noções de objeto dentro da obra freudiana. Ao final, utiliza-se uma vinheta de um casoliteráriorecorridoporSlavojZizek,emumafunçãodecasoclínicoparaapoiarapresentediscussão.Palavras-chave:Objeto.Perdadeobjeto.Desamparo.Melancolia.EstruturasClínicas.
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AbstractThearticledealswiththecomplexityandimportanceoftheconceptofobjectforFreudianandLacanianpsychoanalysisinthedifferentformsofEgodefenseofeachclinicalstructureagainstthelossofobjects,especially the objects of love. First,we go through the Freudian logic of the functioning of the psychicapparatus,thepleasureprinciple,havingasitscentralpointthequestionofhelplessness.Next,wediscussthedifferentnotionsofobjectwithintheFreudianworktoarriveatavignetteofaliterarycaseappealedtobySlavojZizek,inafunctionofclinicalcharacter,thatsupportsthepresentdiscussion.Keywords:Object.Lossofobject.Helplessness.Melancholy.ClinicalStructures.
LESIMPASESDELAPERTED'OBJETRésuméL'articletraitedelacomplexitéetdel'importanceduconceptd'objetpourlapsychanalysefreudienneetlacanienne dans les différentes formes d'autodéfense de chaque structure clinique contre la perted'objets, en particulier les objets d'amour. On passe par la logique freudienne du fonctionnement del'appareilpsychique,principeduplaisir,ayantcommepointcentrallaquestiondel'impuissance.Ensuite,les différentes notions d'objet dans l'œuvre freudienne sont discutées. En fin de compte, une vignetted'uneaffairelittéraireportéeenappelparSlavojZizekestutilisée,dansunefonctiondecasclinique,poursoutenirlaprésentediscussion.Mots-clés:Objet.Perted'objet.ImpuissanceMélancolie.Structurescliniques.
LOSIMPONESFRENTEALAPÉRDIDADEOBJETOResumenElartículoversasobrelacomplejidadeimportanciadelconceptodeobjetoparaelpsicoanálisisdebasefreudianay lacaniana,en lasdiferentes formasdedefensadelYodecadaestructuraclínica frentea laspérdidasdeobjetos,enespeciallosobjetosdeamor.Serecorrelalógicafreudianadelfuncionamientodelaparato psíquico, el principio del placer, teniendo como punto central la cuestión del desamparo. Acontinuación,sediscutelasdiferentesnocionesdeobjetodentrodelaobrafreudiana.Alfinal,seutilizaunaviñetadeuncaso literario recurridoporSlavojZizek,enuna funcióndecasoclínicoparaapoyar lapresentediscusión.Palabrasclave:Objeto.Pérdidadeobjeto.Desamparo.Melancolia.EstructurasClínicas.