Top Banner
Eo1 Xo SE>1As.\L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; LtSHOA, :; DE JtLHO DE 1908 DIRECTOR · e'arlOJ 111&1'tlfO DIU - Proprl•d•dê ole ], 3. da Síloa 6rl(l- DIRCCTOR ARTISTICO: 1'raactstO tt!Jtlfl asoa.cçlo, ADMhOIT&.a.çlo • 0••1CINAS os c;OMrôSJÇi.O • IYPllE.s.t.lo- 11 ... Ter .... , .. , l Capa: O CO\\Ml:NDAOOR DE s ACTOR JOÃO ROSA Bof>o11#) T extos AGVA l>O(:E a ilhutr. M OE PIEDADE: EL·REI f'CO HOSPITAL [IA ) •• t MA XClºRSÃO ARTISTICA. 6 1llunr. A IS.ABEL DE ARAGÃO. JtAISHA Dl POATl:GAL. 1 l11u$tr. t.ALDAS E SERRA 00 C.ERtl, o 11lu'1r. tJ. l'OR FORA, J Hlu•U. _, ,LORD T>NNYSOS e lllastr. .fJ 4'I tlM OEltUTfl NO C1'+\t l'0 PEQlliNO. ) JlluMr. AS CRIA1"ÇAS SÃO li fORT.&S i - -- e; lll ustr. 1l POR'tUC1l LZA5, 6 llhl'F,lf• • UMA GARRAIADA l;M ALGfS. s lllustT. l..1 I• (•
36

L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Mar 12, 2018

Download

Documents

phungbao
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Eo1 Xo SE>1As.\L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; LtSHOA, :; DE JtLHO DE 1908

DIRECTOR · e'arlOJ 111&1'tlfO DIU - Proprl•d•dê ole ], 3. da Síloa 6rl(l-DIRCCTOR ARTISTICO: 1'raactstO tt!Jtlfl

ê~.~~:~2=:~~::~:~1~;~~:~;;;~~~~;1ª~i~~e;:.,?3f:::~7:~~~:~ asoa.cçlo, ADMhOIT&.a.çlo • 0••1CINAS os c;OMrôSJÇi.O • IYPllE.s.t.lo- 11 ... Ter .... , ..

, l Capa: O ~ovo CO\\Ml:NDAOOR DE s THIA~ .o~ ACTOR JOÃO ROSA {tli'<~ Bof>o11#) • T extos PE1~t. AGVA l>O(:E a ilhutr. M Ml~~AO OE PIEDADE: EL·REI f'CO HOSPITAL [IA E$TR6LL~ ) lllu~tr • • t MA

XClºRSÃO ARTISTICA. 6 1llunr. A IS.ABEL DE ARAGÃO. JtAISHA Dl POATl:GAL. 1 l11u$tr. t.ALDAS ~umma~IO E SERRA 00 C.ERtl, o 11lu'1r. tJ. l'OR FORA, J Hlu•U. _,,LORD T>NNYSOS e ~ORTCGAL." lllastr. .fJ 4'I tlM OEltUTfl NO C1'+\tl'0 PEQlliNO. ) JlluMr. ~ AS CRIA1"ÇAS PO~TUtNEZAS SÃO 8fLLA~ li fORT.&S i - -- e; lllustr. 1l PO~CELANA'> POR'tUC1l LZA5, 6 llhl'F,lf • • UMA GARRAIADA l;M ALGfS. s lllustT. l..1 I• (• ~11

Page 2: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

li SUi&

PASSADO, PRESENff E f'UTVRJ REVELADO PELA MAIS CELEBRE CHIROMANTE E PHY~l)NOMISTA DA EUROPA

MADAME :EROUILLARD

~ D'~:nr.a:•;..~~. 00'7:: turo,cora veraddade t rapidez: ê incoa­par .. tl ea Ya.ctici­n1os. Ptto utudo que ft.1 Jas sdeo­ciat, cbroa&na.s.

~~!°:oapee-r~ :rJ1~~7.: tJCllS dH theoria.s de Gall, L.avater. Oni,.rrotle.t. La.m­broz.e, d'ArpenHrney, Mada·

:: p~~~n1::: ~er.c::rr~~ ropa 1 Amerlea, onde foi admirada pe1os numerosos chentu da mais alta cathe­'º"ª- • QUtm predisse a queda do lmpttlo it todOs os acontedmtntos que se lhe secu1ra• Fala pOrtucue:i. r-ancu 1ncler. alltalO, 1ta·

liano • http-anhot l>a cor •U _ i"''l"<1. da~ 9 4~ •anhl &t t, da tM 1te e•

LLLUSUAÇÃO PORTIJGtTttA

Livraria da CASA ANDRADE --- om::---

Paula & Andrade 52. Rua Maclel Plnb ?Iro. 52 Panh)ba M lorlt BRAZIL

Aooeua coa.i.ru.e-t.o d• LIVAOS e UVllT.il dt qa~otr- paia:

<( ........ o < seu 11tab ftj ' •3, Rua do Carmo, •ob~lo)•- LISBOA.

C:Onsulla~ " H,000 ,-.._ 2$500 rs. e 6$000 rs.

~~ Soc iedade anonyma de rtSflOOUbllldade limitada Pmr!t\Arll 41.s !abrir.as 4o Prado. X..".&u!.> • s,_ tnlrlollo <Th=l. r .... 4o t Cual fl!e:mlo (Lo~. slJ, ':.:lt i:a;,, (A!l:.e:­•• ,.,. ..... ve!ll.al • ..,

SEIOS 0.MD'f'01"1doil- R.c«ittitttl<IOI

AJ'<lf(DQ&e..,. ... roni.~ ciom u

• Pilules Orientales • .... -~-..... -.-Jft1N)~.1tr.onc.u

J~ ~" . ._.. ar ;.taa.o •lilN"' ..... u: Árt"tU'a.Jopc_lat CIQU.l;i(

.~ .. ·· J . R•tlo6, J'>t\.annadM. !>. Pfi" ""' Vetikav, P..-1 ..

PrtfÇ\) 0>m ln•tnicç.>e• rell •* ra.noo.. f"flfl ·une do CQf'reJo 1.nvl1.W a :

J. p, uuw-1 •e.• '9· RH Al.IJl.ltta, Ll•bo11.

AGKN'rl IJ,f PARIS: CAMlLLI LIPMAN 1 261 RUI VlCNON

Page 3: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Nos '#fctgetts do Àl'C

A aquicultura, principio íundamcntal d'uma grande industria e base d'uma riqueza in· comparavcl, começou a tomar desenvolvi· mento depois que o tenente austriaco Jaco­by obteve a íecundação arlifitiaJ dos ovulos dos peixes e que a França creou o estabele­cimento piscicola de Huningue, na Alsaeia.

Embora a reproducçào de alguns peixes seja U10mbrosa, grande é o numero de ovu· los n2u íecundados e mui­tas slo as causas de des,.. truiçft.o a que est!lo su­jeitos, assim como os pei­xes nas primeiras epo­chas do seu dcsenvolvi­mcnlo, e d'ahi o valor da piscicultura anitic.ial que garante o repovoamento dos cursos d'agua.

Os .. tudos de Coste, notavcl professor do Col­lége de França, e a pro­paganda do sabio natu­ralista (,)uatrefages con­seguiram fomentar o mo­vimento piscicola que no ultimo aeculo se propagou a. toda a Europa e aos Estados Unidos da Ame­rica do :X-one, onde to­mou notavel incremento.

Portugal foi das nações que mais tarde pensou no despovoamento rapido e continuo dos seus cur­sos d'1iua e na perda dos importantes elemen­tos que elles pódem for­necer á allmentaçllo pu· blica.

A' commiNo central permanente de p1scic:u1· tura se deve o inicio da piscicultura artificial en­ue nós, pois foi um dos. seus membros, o sr. Au­gusto ~obre, que cm sesslo de H de junho de 18<>.1 prOpo• e apresentou o projec10 para o esta­belecimento de uma estaç2.o aquicola destinada a produiir e desenvolver ovulos e embryões das principnes especies de agua doce, para serem dis­tribuidos pelos rios do norte do paiz, promoven­do auim o seu repovoamentoj

O conselheiro Bernardino Machado, ent:lo mi­nillro du obras publicas, auctori~ou a creaç:io da estaçG.o com séde no rio Ave,eCa.rloaLobod'A"·iJa, por portaria de 8 de fevereiro de 1894, mandou construil·a.

O primitivo projecto da estaçlo aquicola era modesto em demasia, mas ainda usim muitas fo­ram as dilficuldades havidas para o levar a effeito.

Ouando o conselheiro Manuel Francisco

Page 4: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

de Vugas ob­teve a promul· gaÇão do deuc­to de 24 de .:lc­z.embrode 1901, que permitte aou<:rviços no­restacs con1Si· gnar as suas re­ceit"'s ao des· envolvimento da arborisaç!\c.> e aquicultuta, a Dire~llo Gcrnl de Agricultura logo emprehco· deu a transfor­maÇão da pe­quena e aca· nhada estaçao do RioAve (6g. 1), ampliando-a edotando..acom os apcríciçoamentoa nC(bSõtnos, a bm de poder deaempcnhor o papel a que se destina e a tollocar a par das simi· lares estações estrangeiras.

No seu distincto director, o sr. Au-... gusto Nobre, encontrou um auxiliar fa­natico pelo progresso d'aquelle estabe­lecimento e desde aque11e anno os me­lhoramentos tcem-sc succcdido, deven· do no fim do proxtmo verão estar com­pletamente transformada e concluida.

A ••taç:io aquicola do Rio Ave (fig. 21 pode jlP. ser considera1a uma du me-

lhores es~çlle1 do seu genero e produzir an· nualmente doia milhões de pei­xes proprios para a repovol\ .. ção das aguns interiores.

l'o•sue dois laboratorios de incubação, um, (6g. 3) deslina· do especial­mente à cultura de s.a.Jmonidíos, tem 1o•XC)• ,5 e contém 3-1 caixas de in· cubaÇão de 3 metros de com­primento por o"'.4 de largo,

o outro (6g. 4) tem 9•,5x9•,5 e ap­parelhos de vidro destinados a ovulos que necessitam de ser agitados durante a sua evoluçao, colllo o sa.vel.

Para a estabulaçllo das crcaçl)es ha l5 ta"ques (6g. 5 e 6) e para reprodu­ctores tem 12 tanques e uwa lagôa des­tinada a carpas e teacas.

Como se vê na reproducção da planta (fig. 7) o edificio da estação, além dos laboratorios de incubaçã.o, tem como princi paes dependencias, no rez. .. do-ch101

a eosinha onde se prepara a alimenta-

Lal>oro.torio d~ útCNOt1(fO 1>4,·o so/,,,q111'dW1

-TG1t-vue; d• •1/abularlfo d111 u/a(Ou

Page 5: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

~ao dos pebcea, sala para museu, gabinete do piscicultor, laboratorio d'estudo para este e para os individuos-alumnos de es­colas agricolas ou estudiosos-que ali quei­ram inttruiN1e, quarto do guarda e casa tias maihinas elevatorias d'agua, e, no pri­mtiro andar, aposentos, bibliotheca e salas de trabalho do director.

A agua para o íunceionamento da esta· çio é fornecida directa.mente do rio por duu rodai hydraulicu (6g. 8 e 9), duran­

te o inverno, e por uma bomba cen· triruga e por um motor a vento que a

elevam de um poço no verào quando a tem­peratura da agua do rio ou a falta de corren­te n:Lo pcrmitte o emprego das rodas hydrau­licaa.

A agua é pelos motores levada para dois depoailos de alvenaria que garantem o abastecimento e d'onde sabe depois de fil­trada.

Importantes já teem sido as culturas e distribuíçôes fcit.u. As priocipaes especi~ aH produzidas do: entre os s.aJmonidiM -Truta vulgar {7ndla /ario), truta americana (Tn1/la irtrú11S), o sal·

Page 6: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

mio das na.li· centes ( .. "im·e­li1ms jo11Ji11â• tis), o aalrnM (Salmo solar) e o savel ( (Ju• pea n/(JJO) ,· en­tre o~ cypn01-dios-a carpa ( (J·Pri""s ' ár• pw) e a tcnc:a ( Till(n 171/ga· ris).

Este anno iniciou-se a cultura da tru­ta dos lagos da Suissa, que se de1tina b lagôas da Ser· ra da F.1trella.

Como resul­tado do traba·

~~:~a ~:U~~~: T••f•#r d# ~sra~. tribuiçao de mi 1 hões de peixes ícita nos rios do norte do pai:r., podemos citar a acclimn .. ça.o do. truta americana dita nrco ir is r 1 r11tla t'rúf<m) , que já se pesca cm muitos rios, representando a figura 10 um exemplar de· ··,30 de comprimento e que uo apreciada é pela qualidade da sua carne e

grande duen· volvimento que oblem.

fünbora Por· tugal seja po· bre relatlva .. mente a cursos Ouviaea, pois quasi só no nort.e do paix a~ suas aguas tccm curtente, temperatura e natureza pro~

prins ao de•· envolvimento ictyologico, da Estaçao aquicola do rio Ave muito ha a obter principalmen­te se o rcpo· voamcnto Wr auxiliado com medidas de protcc~ao,pois

nh..; basta crcar e preciso !iC torna que os regulamentos aquicolas se· jam cumpridos pelas entidades en .. carregadas da sua execução.

A?iros10 Mr.soRS o ' .\t.WKIDA.

ESTAÇÃO ADUICDLA ao RIO AVE

(CLICUlb DO lt\lC'l'OJ. E DO SR, AIJOl.'"TO WOBR8)

Page 7: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

P\U ~~ ~ (Q) º [Q)~ º~a ~[d)&à\[Q)~ · EL-RE · NO·H05PITAL·OA·E:5TRELLA·

"

-SNo M•rtllodt El-Rtt, 11to,,,ponltado ,.,10 ''. 111•Ni.s11·0 do l"t' ro t dirttfor

do IH)J/nlal, J4Wtdo do ~dtfitro unlrol pa10 u ,J11rj1r aos f>avilJt/Hs t1nn1xo1-EJ-R1• tt,-ndo 1du donrt,, "" f1t/1nnoria.

llo dr . Alfudo Yauonu//01 Dios

Page 8: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

EJ-R11, •. ., ... 11t/tr·M•ri• "4 Msl'il•J. /-'•'""' w .. •• ·t1ldaü .4" JiO•eo ,.1rr11se~o d• G1111u (c.1.1cat1 DI l&NOLllr..)

Page 9: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Aind;a ha pouco tive.

mos oocasião de nos referir â Sociedade de Bellas-Artes do Porto, pondo em evi­dencia os seus bene­meritos e insistentes esforços em prol do desenvolvimento da cultura artistica. Foi ha um mez, quando se realisou a sua ex­cursao a Coimbra, e

masque, ten-do sido destruido por oceasiào da Jucta entre christa:os e mouros, foi depois re· edificado por D. Gon­çalo Vasques.

O sr. Joaquim de Vasconcellos expôz, durante a visita, com a sua superior compe­tencia, uma série de preciosas noçôes sobre

hoje ternos jâ que registar as notas de uma nova e interes­sante excurs!lo artistic.a, a ter­ceira organisada pela Socie­dade e em que tomaram par­te, no domingo 12 do corrente,

.Mosld'l'O d4 hros de Souzo

o monumento, come .. çando por fazer notar que a ex.istencia da ogiva não pode constituir de nenhum modo a caracteristica do estylo gothi· co, porque, apparecendo já

cerca de noventa socios. Os excursionistas dirigiram-se d'esta vez a

Cettc, e, sob a direcção do erudito archeologo e distincto critico de arte sr. Joaquim de Vas-

Cru.1>0 tU e~eu11io­I nilla1 d />Otla du Cra•de HoJ.d da Tur­r n (Entre-os-Rios)

concellos, foram visi­tar o velho mosteiro de Paço de 8ousa, admi­ravel mooumento ro­manico, que tem ainda o merecimento de guar­dar o tumulo de Egas Moniz, o celebre aio de Affon$O Henriques.

Cumpre dizer que a fundaçao primitiva do mosteiro de Paços de Sousa é attribuida a uns arabes conversos.

em algumas construcções egy .. pcias e assyrias, tem sido eg-uaJmente aprovei­tada em muitos outros estylos, incluindo o ro­manico. Falando dos arcos polyceotricos da ca· pella-mór. de reiç~omanuelina, demonstrou que

,.~

-7.. ~ \: .Nll 911.1'nt11 das Gron-

j'as. em Entt'~ os .Rio~ (CLICHÉ& og AURBLJO

DA ru a&is)

e11es não faziam parte da construcçllo pri· mitiva, mas tinham si­do introduiidos na res· tauraç:io efiectuada no scculo XVI sobre o plano e fónna de exe­cuçào da qual fez dif­ferentes considerações.

O tumulo de Egas Moniz, sujeito a todos os azares de um com­pleto abandono, está totalmente desfeito,en•

Page 10: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

contrando .. se fóra do seu togar

D não só as figuras em aJto relevo, que o adornam, corno os lavo­res da pedra, e faltando mesmo um fragmento importante, que n"ão é, em todo o caso, difficil de

vêr sobre o muro do terreno de um la­vrador visinho. Parece que n'ao houve ainda, porém, quem protestasse con­tra semelhante vandalismo e revoltante abuso.

Depois da visita ao mosteiro reali­sou-se o almoço ao ar livre, seguindo de-pois os excursionistas, em carrua­gens para a estancia de Entre-os-Rios. No caminho íez-se uma curta paragem em S. Vicente. para visitar o balnea­rio romano. Em seguida a percorrerem o estabelecimento thermal, e tendo feito um pequeno descanço no solar

P<>rfa ~n'nci/>al da er1·~1a d~ PaçoJ

d~ Soi.za, (Ct.ICHt DE AURlt·

LIO DA PA;: k2:1S) -óu-lrn asputo do lurml/.()

de Era: Jlf(mi: (C1.1CHÉ: D& J. BRltANCAMJ'

01'! l.UTTOS)

do Hotel da Torre, de cujas janellas se avista um bello panorama. os excur­sionistas dirigiram-se para a magnifica quinta das Granjas, onde se realisou o jantar, n'uma das suas mais copadas avenidas.

Tal foi esta terceira ex­cursao que a Sociedade de Bellas-Artes do Porto pro­porcionou aos seus asso­ciados. e que no espírito de todos elles deixou s.e-1uramente uma satisfeita r

D~talhes do tumu/() de Ega.s Mqniz

(CLTCHI\ l)f: J. BRAAMCAXP DR MATTOS)

amavel recordaç:to, pelo bello dia passado ao ar livre. alegremente, na contemplação de admiraveis espectaculos ai:tisticos e de sober­bos espectaculos naturaes.

A utilidade educativa d'estes passeios im­poe-se ao mesmo tempo, de uma maneira bas­t~nte evide1\t'!:. e nào serâ pequena a escala em que elJes conc.,rrerão para desenvolver o gosto e o sentimento artistico, principal fim a que visa a illustre aggremia~ào portuense, tão cheia de enthusiasmo e tào incanç-avel na sua inicia· tiva.

Com as suas valiosas exposições e esta bri­lhante serie de elecursôes, organisadas 110 cri­teriosamente e dirigidas por tal mestre, a $-0-­ciedade de Bellas-Artes do Porto nao pode deixar de colher, dentro em breve, os mais lisonjeiros resultados.

Page 11: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Tr aalnwm .tanta as mi/Ya.s tm tonsdlw,

O Rd1111 jh Ir rra:uia os stu.s ÚJN:.•ores.

Da1144-ü ª"'·N/a '"' do6ru de }«llw

Por &>ua dr /.14 Krtr..·cs ""111Utt~ores

A Afadrt--Errcja ~'"foi mais q11e a esJ>e/1111

Do pq:-o a fNC#f :·ales/~ e• /antas dóres

Li/UYKÍros lnlin.s tom ltl/ras iÚ oiro

O 11omr Ir imrrr.:t'rom r1l/rc j>salmos

J\ÍJs pag-i1111s tt1grndas '''JS mU.saes.

Alas st e/Ir ni11tfn .fu~t:l durm/Qiro

E• 911r o ,·rprhm mo(tJI dl' olhos ta/mos

Q11a111fo Jt tulrrxmn 11 'rssa.s mdot reau.

Page 12: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

·CALDAS·E·SERRA·DO·GEREZ

O 4Slt:r/ltle,imeulo llurwial de J.• c/4SU

-·OS primeiros hablto.ntes d~:-. CAlcbs do Gerei.: Fnmcisco josJ

d4 Silvo. o S<>tequim, de 89 onnos, e sua 111ul~r Rosa Alarr·a

11f4rli11S~ de 81 ONMS- (CLICHE J)O D•. i'IUtNA~DO SANTO$)

Page 13: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

tod.1"' pcqueni't~ e pobres, é difficil hsar-lhe .. ori­j.tt'ln c-lc fund.1ç:lo, pois qoc, aía"'t.-d;1~ du rc-~to do mu1Hlu, cntrincheimdas 1>ur tt!-.~illl chier ell­lrc os munt<·!-. qt1c abrig-"'m a-s pc-c1uen;t'll. c.:h!b, nnde poderi.t tlc:,en"·oh·cr-sc a "U;\ rcl'IU1tud.1 Ja­'">UTi.t, para a ... u~btencfa pro11ri.1. n:l•J unham uma viJo.t 1od;tl, que muito a~ rdadon;.1"'SC e a-. puzr.s.~ &O<'t•nl41<to do mo,·imcnt•> li•> r~t.J.ntc paii.

.'l.mlinh~tm por isso um i~1lanie11to sobtrano, rorutituin,lo "·ida propria e indC'p«·ncJrntr, '"'en­te cm principio~ por dléb mbma' «~t.ahdt·<·id<•s e re,.J>C"it;uln'\, e ainda hoje cm parl1." um .... crva­dos e ~-umprido:o.1.

l' 1 Para o estudo dos costumu dos po"'º" serranos do Gtrex, póJe vêr-se o a.rtlgo Rer11'"" r.u101 il do1

~.01 lodo o c-a-.o, a Geira 11u via .\lilitar R~ mana, que vir)cJo de Braga a ANl<1rg;~. parn ... e­guir a Roma, entra na Galliza pela l'orteUa do 1-lt •nH:m, dt.'(M iis de ter atrave:o. .... 1.du .i ~trra, devi! t.:t•U\'ç11<.'tr-110 ... , ..,,. outros motivo~ ele uso:-. e Lra­tfü/~:3 ul\o hoU\·e;:;e para rdnn;o, de qut a d~ua da cJumm:u;!lo rumana faú epodia de ti..uçào a uma t..ªia parte dos pon">a.dos 1ecre:zaan~. que unto tia Gára demoram.

A1 pr1'pria.~ a~ míneraes, hoje uo afama­das t' procuradas, foram já vi!~w doa romano~. o que 10 t'm 1 b4i foi recooh«ido, pelo ~HC(•ntro ,ie 1nocdn de Gallicnus e Corutanciut ºª"" CXGt· V<tt/H'" ftital'! ao demolir QS antigc 11 ro(O.f 1 para inid~ar ol\ lral>alho:> de regular ( apl;1gt.·m <lii~ na ....

rt•ntc.K e abrir os ;1lkcrn~ cl1) ... exis­t ~ n tc..s t'Mabelec:i­nu.-ntos thcm1aes.

Por mais ne ­nhu111 índic10 fi<Ou ;.<SigT"'lacb a pa-

:g~·~,:r<~~ J:i: da.a, o que as fez cahir no dõt"l •nhe­dmento i.:umplttv da sua cxil'itcncia e vali;1 thl·rõtpeu· tica, at(· ft ll;tt..i. <t

que akar11,.tm ª' unira..\ 11oticial'i dt.•­cumcnbdas a el­la.a rcfcrcntc5. Pr­lo meno.J, a:htm é /JOPOI "4 ~rr• do <ier'-•· que inseri· mos no fuclcolo 3. tomo li da tt\'ISta Po,-Jilr•l1a publica· do tm 1907, tstvdo que dever• continuar no t1•c1culo a sa;r.

Page 14: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

1o8- ILLUSTRAÇAO PORTUGuEZA

•' ,·tlé'- prt• .. umir, '>-i·· • nad.a '""t.ir

p .tíi.l l.'1 de l/.).'°\1 nn qtu• n. jo!\u \ ' 1 i11te1e~ndo .. ~í' p\·l;_1!\ Cal­da~ do c;t·rez, ab dotou e um (a­Jklla, m• de~tas Col\!>ill'lh\'f•('S e outrot. l~11elicif>s. tt·lo1IÍ\'o.1111<·nt{'

valiOSO§ p;.ra a epocha e <1ue mar­ctm a primdr.1. <la~ na marcha sempn: prozrc-...-.i\êl ~·rn que tt·1n \·indo c;irninhand•l a Ht..ição h) ­drulu~Ka do Gerez, unk;;l n<, p.ah. lli.l ~ua t"~pt.-ciaJi5<l\~º dini­t'<l t' das mais not.av<~i\ da l<.:un 1-

pa !i.ol> l'S·w uw ... mv 11-c•nto ele Vl~l3.

:\ta ... , apc-zar de tudo, a pu\'03•

~~o dif.!!i Calda" d·J G("rr.z, j .. 10 e. o aa;rc-ndo de Cll"lt C<d11 habita•;!lo annu.al permanenct", fonnacJa por indi\; .. du1)9 e famili.;u de ruldcnci.l hxa é de data muitn n."Ctnte.

I la potlco mai~ de ·lº •tnnu!;, ainda no Ger~·/ n:'lo fü·ava oingucm de irwt•mu. retir:mdo no fim <la temporada, oílicialmt·ntC" t·c1J\!>t i<Jcrada do S. Jnào ao S. !\li~el, todo!' qu 1nll.1"t aqui "inh;on no \·rr:lo fazer o seu n~ocif.>. e os. pou··eo, c.·dih· doit, ;1lgun ... men~·-- de m('(ii•XTts casas de hoi.· pcdrs r. outrv-.. mhtra,·cu c;a.sebre .... eram dei'.\.:1d•:>s ao;,b:.&ndono. atê-ch~r"' eporha d0Õutro;1nno.

( h primeiro~ indi\'idU•)S C}UC fixaram no C;ert7. resicknl'iil pcrruanentL", lf;1n!'fcrínd1_; .. <se do \'illar d.~ Vcl~i:l, íuram, ha 40 p~tra .J." annos, Frant:is· n) Jose da Sil\'a (o Buwquim) e sua mulh1.·r Rosa !\laria )Jartin .... Outru" \'Jt·ram juntar·"-' nu ;1ouv ímmediat•) ,. nd ... \ ou 4 "t·~uú\lt>.:, e, dt- t·n­t!\o p:m1 ·,, muiv .... mau. se lCl'tn -.eguido "qu1·l­ln, de fonua a e-.tõtbclcccr junto elas C;tlc.la· Jt

v1 ,·01.çv1: - 27 de julho de 1908

' -· ~ ' < ,t·rr1: o nude1 de uma·1,.woaç:tc., que tudo lc·\·a a ncr que "Ir•'• \Ili\ dia a t,·r u1na ded<hda e 5uperior prepond1·r;t1H ia na rcgi:l.o.

Nl'lo lm du,·ida de qu1· u"' verd.ideiros fon­daclort·!, d 'este povoado for;im o~ ind i"iduos ndma rc-fcridos. do~ quat.. ;linda vivem o~ dui' prinwir<is. tllt" n•m o. 1 t" dl"' com 8.t àlll'll~. n<":tndo aqui o lron• .:> de outras tan· l;h d~·n:a<1o1ia!', h·~e j;'1 mu1t<1 açompanhadas por um ~.mele f't•..,mnpolili!illlO de procedcn-C'1a ... , lr.vld;; .. ~l•J>; t•mprrgadn!'l da..i ther-rua ... t· ~•ind~l mab J>CLI-. numno!>as ~ente:, ( JUC ott tr.,b .. lhos H1)fC,t.;•CS r11 ;_1rrctam " nnual-nwnte, no }'CS~oal fixo d t! (;lircn.;no t.· fisc.(1-lis:u.:!'lo e no pc~oal j1lrn;.,lciro que é preci­"t.I importar para excc:U{:'lu dt· .. cus serviços.

E' dr JU ... t.ic_·a assi~alar •jUC ''"' p~e:, .. e;. s cl•> < ic-n·z. ..e marcam d1'<'isfram1..11te de:,.­d que em ''"'' o ~\·emo »Uhhl('tteu ao re­i;men ftvr(· .. t;1I uma ,-..mde p:utc Ja Serra e m:uub\';;1 ubrir çonçur-.•> p.lr.l il C"C,1lor<Lc_-;lo <l'L., aguaiJ thcrm01~, nnn en<.-.1ri::;o cfa e rnhtru<::c;:'lo

A1rl1Kas ~dili.ca(IJ~s A entrada dAS C•ldu: .llof#is Ril.Jâro ' do l'ar9ut

((;&.ICKt:~ DA Ptt0 1·, NA(IQ!'fA.I., DO GIUlBZ)

Page 15: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

VI V()LU.lil - 2; de JUiho de 1908

de t'<lihd"' cõndirnos e á altura da importanda e do ••alor d.t' ;1guas, t.-'\o a ht-4.l­cla!o> 110 n11u:tito de antigo'.'11 pdo u·gn J.urg-unl snni, ('ollut ;ulo a1ima d" padici-1';1 ilu antigo Poço Forte. r 11• '\!" m;mlido sobre a na..'ltti1tt: ela Co-j>a.

C )s ltóilialhúS tlore ... t.at-3

iniciaram-...e Jc~o, 111.u o1.t m ... ulla\l'M:--. hydroh~<-a~ r­lh1.·rm:1l·, '-l\ mai~ tarde, f'm 1~ 1;, puckr;,im dcsc1wol• \'t.'f•'lt' JWIO'i C'">fon;os e ra­pitaM da nctoal EmprCl\l nnH e~.;iunaria, que fez Olt"• lhor;unt·nto:> e edifü·ic•"i cjUt'

torn.un o Gercz uma do1~ esL1c.ôei de ai:tua... mab c·on1pkt.;Ut do paii.

;\:\o l>a!»tava que v) fama do1t milagres opera· 1 ln~ cm fl.tdedmento.s, tiuc vính;uu dt.~linitivauiCOlé

afog.tr·-..: nas agua!-i <lo Gt"·

u ·1., .apregomitiC os seus ht'ntfidos; c-r.• prrdo;o dar comm• 1d1dudt-s a quem th«~"'e de rernrrcr a f:'ll;is

Jh!tlm li 1i que em 1~.l um 1nkl­liJ:c:n1e e emprehendcdor hlhn da rq:i!\n, c.> fa.llecldo Antonio ju;1-qu11n Manin:. Ribeiro, cuja mt"nH~ na <1• ,, na1urae.s dC\'c •wf ti~l.1 cnm•i hcrn·uieriL'l1 fundou Ou (;1-r('1. o pri­llH"llO hotel, que aiud~• hnJl' t•xi .. tc, ahrintlu cnm o exemplo 1") r•uninho c1l1t' f11i <lt(>4Úi; "-CC'.Uido por muiti>it outro,, '(tlt dotaram a c·-.t.mna de 1"11rn1.L J1 otTerr-cer boje ao! frt"tlut-n­w.dorc"::'I. m;;1i.;, i;ete h(ltl'l-., .1lr1n dr nu.mNoso1-.. ca"-il.S de ho~pcdn. • \"CHI d1·1?ois a e:-tradt C"'tn lig:u.,"!l•

ele Ur;tRa é&._, Calda!\ Jmh .. utuir 1 ~:-. mgn·me~ e qua~i iotrao~it;wei:-. c.t-111inl10\ anteriores, mc1hor.uill'rHo uot;tvcl, que mais a1 re!<"'ivcl tur­navaa~ na""cntese a "nr;1. 1'. av .. i1n é que tem vindo e\·itlcnd1111clo--.e

ILLUSTRAÇÃO PORTUCUEZA· -IOIJ

e . ogrcdíndo nu bella e Jt ..... . -, 1 .. r111• ..... t ht.all• la, ... ue .... ;"to

• ti . . a:-. <...:aldar. •lo (,erez ... nu;, . j; ~\)~l .. } d<-t.S 011e11 .. tri• to de BrJ.:..?;a. a ,. ~ que ~e liga1h pt>r .JS kilu·

--''- metros d~· m11a pitt• •n .. ·sc;:-t e !indat.· .u-.11.1, •nt"'' co<l1•· se em t .. rd(-01. ... de "'3.Ca­

rolt1b a e-nrosur ...... e pek ... 1W)ntc .... , em um ,·alie pn .... íuntl•1 da "c-rra, () lil•lme­tro~ <t'J n1Uh: do \'ilJ:u da Vci~a e 1 ! ;tu !to.UI ela (i.allio~a. da Portcll;.1 d11 l lomem, col­)ocada~ a mai' 1 le ..ioo me· tros adm;1 <111 nivel d•.) mar e <left>1uhcfas pele ... 1.."'0ntra· "orte .. tl.L l'ctlra Relia e de I..an'4"l ... ambot 1ttbr.u1ce:irv .... a eu..., e c.'TC"• de \00 metro~. cnm a en1r.1da c.le He~pa· nha ~ar.la11a r.eJa.;, port.a.!t rlo ah., ck'ihl.tde-lro de Lcoute.

Tum. '.\I 111 SousA.

N.uunu du "f'""' 1/urtntus e Copa -Aspecto das Caldas do Gerez: A p!rarmatio

e os Ju,le(J Mafa 'AJtsdmo (çuçut~ DA PHOT, NACIO~AL, DO GERIU) - i>o(OI pare

H,11Aos e l>u• d~ /), joio V, Aoje dnno/Mos

Page 16: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

·~ LÁ POR. FÓRA

Lautens.:hkcu. q11t ganhou o primtlro prem111

-Css.c • o uu cb.au«eur que foram a•bos vtcnea.SOS

- l:ma da!& c:urvu pertgvsH d) rtr.;or.so (C&.1t,;tttlS DB JWCI •)

A grande pro:·n aNlonu"1i!úl11 mmuat do A. C F. (rirn<tt. d• /l~Pf>eJ foi IJSSÍ.fNalada por «• i11cidelllt lra,t'"': a '"º''' fÚJ coW-'i4

sporls111n1t-t- (us1u t db se11 .cltaN_lfrN,.,,, t f"ln ;·irton11 11ka11(oda pdn induslrill n11Jomo6ili.sla alltnut sobre a jra11a~n.

1

Page 17: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

~laii d'um:t \'('7. trr.'1 ac11ntcdd41 11 um purtu­guez, pl'indp;1lmcntc " portugt1<"1.t'4 do!! A\·(in·s, folhe<11uln a!; obras <1e Tt>no.y~" u1m11lctas cm um volume, :, procura. d ·~lguma 1~ 1ot-...ia o\I tre­cho prefcricl1 •. hdoi cm ediç!lo ~eparatla, par('C'er­lhe que viu 1~r n>mo um rclamJl3JtO, dest.,can· do-.;e nitidas c~1 ncvocirti confu~ que as teur.t~ ÍOnn.ilm no rapido \'•";l da~ folhas, ut.11 duas p.1-Jan~ portuguc::":1.:u:­Flóres. A (Órn

Surpr<·hendido, .. u..,. pende poi um lílOUH'IHO a occ:upac;:'l.o doJõi '('U-t d<'· dos, lll:l!'J rontiMU;1-;1 lo­go, fo\orrinclo !~ ('Xtr;1va .. gantc i•lmJ:t.o, <JUt' r!fque­ce lendo a p• "'''i•t pro­l'urada. Ma" a imagem da"i dua.s mvt•ro,imcíA pa­l:nr.u é dc1na,iaclarnente mtcnst par-.t ».t ap. ~;i.r Uo deprc-Ma e dcpot d.i leltura rt:ipp.·ucce-lhc no esplritcJ desoccupado, obrf~antlo .. o il foth«""ar o IÍ\To de clc•mtc 1....,ra traz e de.- tnr. para deante1

no phrc:nt5Í dt~ tlt"M"obrir d"ondc lhe '·tiu .t illu!t.'\o. A Í•diga d'utna bu«-a laborioi..:i. pat;_t s;1ti,faicr uma curimdlJadt pueril bem deprcs~' o fa1. .1ban .. donar tl'll;.L f>CIMjUi :r:a v:'l de <tgulha t' IU palheiro. Um di~t. Jlol 1r(·m, abrindo o gro~so ••oh.une ao aL-a\O é. quomdn 1ocnos o es­pera, ~1111\'iado •t.1. ~ua ob ... t-.. ... lu ao trr ot1 \·rr-

""' t 1 •JU que abre um.a JH;K"!>i.a ÃiJ.7t>r;11n lht A.r.6-

,.,, 4\1r Richard 4Jrm•ille la)· •..

Esco1lt•T· :u::ucz t·n\ quôUo f:r vcrt.ado u11"

Rdroto d~ /otJ.o lluro Unrrllol~,. 0.01 jl OH IOS, •M 1$9$

epí::.od111~ c.t.t l11ug.1 hKlt1 anglo-hespaulinla d;1 KC­

gunda mt'tadt• <ln isct·ul1 • XVI, 11 titut.1 da pot·..ita Tht Ra·e11.s:e ' u uumt <lc Sir Rid101rd < 1re11-'";llc lof:o lhe t:x.plwam de qt1e "" trJ.t,1, s ,. bretud1_) ~ o p<;·rtugufz .-1r um aÇl)reano ilp;IL"'tt>·

n ulo pela 111.stona do ~u archiprhgo. T~nm wn t >mou para a ~umpt • d"umad'essaspocsia.'Jquc ~iam em pn1c do ioCU patrioli .. 1011 11nccro, em pane d•> $Ctlt11a~nto dos .seu~ dc\·ercs otlic.tacs de poet la11reotr, ;i ddc1a heroica da Nr.:tNRt. n:t­vio t•ommat1dade1 pt•r Sir Rkh3nt (;rcnvilh·, l oo· tra uma r.~q\Mdt•l hi>1p:a­oo-portui:ucttl de rlu· ..::oenta e trt.· .. navi .. oc, du­rante quinlc h•Jro1,,

Pela bio~raphin ti•• feno.'"ºº por ..,,.u hlho Lor<l Halla111 Tc-nmson podemo-. t·onhrtcr meu­dan1t"ntt a ~e-taç:t.o d 'esta poe-.fa.

Em 1~; 3 o pcieta en­carr~ou um IC'U am1g;->, ~crl"lario d 'um~ suc1t:· dadc sab~. de o i11for­mar de turl{1 o C\.lle pu· des.. .. e averi~uar áo. • r<"a tt1 • m<:1r'inhcirn inglc·t dn ""<"· t'.ulo XVl ~ir Rid1.1rtl Grcnvillc. Dt·p11is d'uma confc rcn ci•l i.:11m c:is,•· amigo volt\_)\1 para c«1A;~ e escre\·cu n'' Jlto d'um;\ folha de pa11c1 11 \'rn.o atraz tran"l npt• '· Ma! e-.-.a folha Jazeu am1os ~·)brc a mcs.a t.le t"~1ba.· lho do poeta, sem que a ~..e pnmcuo \'Cl'W ffi.,,,} a.CCTt"t­

Centado nenhum O\I•

tto. Pro\.-a,·clmcnte o a.Mumpto n<t f.'Jru1a

•r que lhe f;·ra CXJMl!Jtv pdosçu t'TU•

clitoinfPrma·

Page 18: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

o 'í não lhe incha\~ 1ft1•i 11t1·mcn­h• a111 vela.:. d. imJgina\!h1, ~·"1 dc­pob de J;.r o extC'll'• 1 artigo intitu­

gum ltit11r pnrtu~ez de Tenn)"iton e dar a Cl\IC"m n:\1l Miba o inglez uma noç~1> intt.·iramcntt- (al~a da phrsio­nomia <tt1e o l""-wma tem n'e5sa lingua. Tra .. duzimol-o porto1nto fielmente em prosa, em­bora pronmuulo dar á p rosa um crrlo r\'lluno. Em ~eguidri ú trnducç!lo faremos o comm.c-mario hislorico que• a poc~ia pede.

l;tclo l·11Rln11d's forgollen 11'1rlltl'ts que o h is­toriltdur lame'i A. froude publilt1rot <'lll 18.~.z

na Jl'eslmt11Sf(r Ntvi'et<"> que Tenn~l'>'-110 conduiu d 'uma a··N·ntada o pequeno puema apL·nas cncc­wdo, qu~ vciu a ..... r popularis-..imo e cantado até com mu1'ic a C'llpecialmente feita para d1c pdn e· >m­J)(J .. ilor ~uuutford, A. sua J•L.1J1Ularidadlf" ·onl • is~~~~i(l-.._ riúa amda. lh a1t:Un~ ) mcz~ apcna.!, dizei • do alguc:m a um in­gle.c. na nOU."l prt·· st-n~~'· que n3 ... tcr;! no~ Aç•'"tn·~. o ro ... t• 1

do in~lr7. illuminnu­se com o \41rri~o de encantada !-iurpre1..a causad•l pt:ln cnnm· tro de quem conhece uma tt-rr;1 .1 qtw te­me ... ligadas 1ec<1nfa­çõc~ gr.1t.u, e per­guntou:

-.-li J.7Qr<ll Co11hcc1"! C"'ª

ilh.1. :' rcph1..ou o '!CU

in1t.·rl0t:ut••r. ,.\'(J/ N'unra füí

:'IOS A1J'•re1; per,i;uu· tei isto 1X)r me lcin­br.1.r ct1 poc~ia de TennyM•n ~1ue c11mc· \-a •AI F/h,tt 111 lk • .-1:J1u

Suppomos lOdavia que nenhum J,-•» .. rs11-nit1•1> deixa:', de Cf•n­\'ir que l'Sb IJOt'-..ia ~t:, l>cm •~·nge de ':iCr d.ts wclh•lTC"> d•} autt11r. Rt•t onhen~·"'C-1) 'ella qu:1 .. l ~• <.<~da .. ·ers•) a infü,l·nria da leitur;.1. <JUC a in .. pi­rou, n•111•1 '' leitor -..·er;t no dcc:ur .. u d'e~­le anigo. r:" com tu­do, innrg.a\'clmcnt('. a obra d 'um c<;nsurr.­madt) escnptor em \'tT ... >, "~·ohor de to. dos 05 i-q:;rcdos d.;. ~u;;1. ;1.rtt·. O n thm i

é mo,·imcntoult1, aju~­tantlu-.;e aclmiravel­mcnt<• fl pinlUra do combate ht·ro; :o, o traço é "''l1rio e ~.1.bia­mentc teguro e n!'to ê mc.smo fa\'11r rf'c: •nhcccr um ( enu aopro <117 \'Crdadciro enthu,i;t,m•> ;,t e'ta pcquen<t rp• lptia. O~ quet a Conhecerem cm Ín:::;lez '-"'"DCOrdara.o

"'m c.lunc.la na imix,s.~ibilidade de (ain d'ella uma t~ducç:lo ~ \·er~·" n3.•"" dlz:cmos J}, d .. ma:; ~~i"'~]I' de dar UUla pallida adéa d; bellt:U!ll u:. hnka..-; d•J original. ~luito ;11

rnnlrMio a traducçào cm \'Cf' 1

'"' nm~cyuiria fazer arripiar til·

nhn.

~ .\dla\'a•$C Sir Thomaz Grt·nvillc na ilha da~ FWres. no~ A\·:-1rc!t, tJUandv uma pina<,'i.t ,n1mt1Uma.avc a~u:o,tac1a. i.:hcgou, fugindo cio mar a lto:

Naviu~ de guerra hespanhoelt á vit;ta ! Cont;it1111s dncocnt.i.t. t'trh:•

l..ord Thoma1 U <r v.·ard n1..iamou CD· t!lo:

•Por Deu!t, o:io S•JU t.'11barde ; mu nJ.o pü~iO d.u .. lhC!:t bat.;.tlha, p11n1ue o:; mcul'i n;1vios es­t!'lo de:;m;rnkhnlos e enferma U\C'ladc da m inh<i gcnlt'. Sou for­çado ;\ ru~ir, ma~ ~e­gui-me ~m d~·mnr-;t. Temos a•> lfHlu ~is na,·ios cvmbatcnle ... , Como e_ pOs.sl\'tl fazer frente i. cincoen\.õl e tre!I"•

11 - Di!f.';C c:ntao Sir Rit.otrd<1 Grcnvil· le:

Bem M:i que nno sois tohardr, e que ~t· agora fugi!>. cl'clle:-. ê parti c·m m1·lhor tempo os (ütnbatn­de-,. .'.\I :as tu tenho cm 1t:rra "''\'Clll.I hc•­nu:ns, uu mais, d•>en· tr-s.

fo. julgar-mc-hía, a mim, um r.nbarde se o~ í1~""<° nbJndonar a este-; prrr11!\ da ln­qui!lit~~o t~ a1>1t 11utro:; <liabuli..c)!i da ( Lcispa·

IJI E tl'Sim n 'esi,e me:-.mo dia l • .ord l loward partiu ç •ln cmco navio:-. de guerra, que cm bn;\.'C ..e di"sip:muu Ct:•mo uma nu\·ein n 'um 5<"n:no té-u de csuo; mu :,ir Rka.rdo t'rnbarcou de: i..cu \·a­~'r 1odoa os seus doentes. homens de B1deford.

l>.:-\on, e n ·,, accommod!11ool-•M no por3.o 1brr. o la.litro: \·ieramtod1bp."\t.1 bord..-•" todo ..

a ..:mdi~cl*<• por nào o:; ab.u\d1 nar ;1•1 a/lfjl­Nltos e fogueirils da llt:'!panhol, para nl.11• '' gloria do ~enhM.

Page 19: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

1\1-Tinha .tpcnas •('m ho­

men.l\ para manobras e pdrJa t':' as .. im partiu das FJôrcs e foi \'tlcJando,quan­do nos sorgem a barlavcnt,, O!t hes­

panhocs, rm~ 'cus enormes c.astellos rlt1ctuant<'s. Dcvcmo~ t:t.>mh;.Her ou rugir? í{clfolvri, boni Sir

Ric:ctrdo. Mth combater é morrer. Poun1:i de nt'1i; d1cgarào com vid<L ao pôr do sol.

_E Sir Rlrardo replicou: ·Todo~ n:,. 'iOlllOS bons inglcza. Conan1os es­

se.:> pcnos de ~e..,·ilha, e--.-~ 6lho .. . do diabo, que eu nunca ""º"" to:>l.3:> a nenhum D<>11, nem a ne. nhum dí;abo •

\' A1."im falou, rindo, Sir Rícardo <" n/~ 'ol-támc11; um Aurralt tro\·ejame. A J>C'1ucna I ·"'~ª"'"· com cem itnld;utos no convez, com nm·t"n ta dlt<.'O•

tes no p11r:to, l\ir)irrou direita ao -.cio do inimii:to. pois metade ela 'iua fro ta entitcirára la dextra e ou­tra inct~Hlt.• á Cl'lqutrda, e a pequc•rn J 't'11-ga11ça. singrando ~mpre, entrou na itran-

dr rua d'agua que entre-ª' nau' ~aloni:-..i1,01. \'J :\1ilhares de .soldado~"º' olha..,·o1m a

rir do alto das suas tolda.\, milhart"~ de ma· ril\hc:iws 1.ombavam do barquinho in!ten~ato que ª"'ª"\ª'"ª 111;1i!; e mais1 até que o S. l•i'lippe, ele mil e <~uinhcnUh tonelada~. roio sua~ filas de c;.mh~··cl\ hiantes, aflrontclndn-no' (01110 uma mon­tanha ºº" quebrou u ..,.·ento, e 1~rf1111•1s

\"li E emquant0 o gr.iauc S. J.ilipfH" se er· plia auma ti~ n/)$, como um.a uuve1n. de que vae d.udej4tr ~trondeante um r"'iº~ (1n:itro naus., "~p::arand~..c da frota, duas a bo1nborJo e dll.:l. .. a e;tibordu :,.e pc>:~taram. e o tro..,·!lo da bawlha á um<1 rt11f'ntuu de toda;, quatro.

\'Jll Porém e1u t.rcv~ o .\. Fi/if>pe recon,idera e afél.3t.a•:..e, pui"' leva jõ't no ventre qualquer cousa pou1 u d11 !\C'H agr:-t­Ju. R os outros todos 11011 ahmd:un, lu-1,;t;1m comnosco braço a hrai,o, nn1a do­ll,l de vezes veem com mi>"W(UCteims e

aJ41h.n.kiro., ~ outf3.!I tan~ de n\•s os eac·udim1).s, como uin cào que sae da :igua, sacudimf,, as orclh;_1"'

IX Pt1i·1c o sol. o vasto <"éu de c~t111 rci·•una­se de C!;lrClla!\ e nem u1n momento cc .. ,.1 o rom· bate d'um ~,', contra cincoenl.1. t• trc~. Um;i .lp( . ., outra, tod.i tl uoite, as altas nau~ ·•iernm. C<•m "eu guerreiro tro\'t'J;tr e seus rclampai.ro~, e unM .lpé>s outr• ... e r~tír.un. f-arrcgadas de mort••" e \'crgonha. Alguma ... sc;: ãfuncl;aram, de:s.garraram·sc mu1tils ; Cêssa o mimlgo o ftn0, incapaz já de combate:. Deu ... das l..atalbas, hvuve jfmtab batalha a ... si10 n o mund-0:-

X K ellc )('mpre a ditcr : ' l.unac! l,1.1ct:1c !• embora u seu nuiu f.',sse um dc .. t~o BJlf'OilS, e retirando·M" ;_1penas um momento do cnn\'c1. p3ra faz.ea )>t'n~u uma íerida horrivel que rece­bera j;t, uma bala matou redonclamrnte 11 ho·

me1n que v peo!i.;lva, frri11dn·11 11utra \'(.~1, a elle, na cabcc;a e n \11h ilhargtt,

e elle ... itinprç a ,::-rilotr: Luctae:' Lui. L-<

XI l'd'"'' •U il n111tc, o snl !'>Urgiu - 1rrind•l a um va\lu Ul<tr de e:tti111 e a csquada ;1 hc~ panhol;.t, de Jl,mru., arromhados, ÍuTlll<l\';1 \lUl l ir­CUIO 1,.•m redor, mas nno ousava já torar .. uo", n·­ceantlu qut• m••rde~'emos ainda e h< tt\'am .. M· tt espern, a -.·t·r qual ft,., .. e o fim d"aquilln. :'\!\e• n·~s batcramu .. dch .. ldc; e .. w.vamus purém h 'un\ n11l1 .. cti ... -.imo tl';1n•I':, m .. rt• ·~ quan.•nt;t <l1h n•)!li,"(lS cem, e rnetaile dos outros mutil;ul0$, a mai•Jr parte do~ d·>cntc."' hirtos e fri, ·~ no pnr3~:i . partidas o u ret• •nidas as al~harda' e a poln•ri. C""X.t::Ott.J.da , ma .. tros. çonl~unc e p.i.nno jazem caído!!!: sol1r• bc:·rda ... : e ~ir Rí\,tr<lo cxdama em ""l"U •r· ui • lnJ:"kl

Su~tcnt.'111101 por um dia e JX>r uma noite um c11mh;1tC" romo tal\'CZ n!\o torne a ha'"·cr outro! C11hrlmo .. nos de gloria, rapazc~' E um di.- a mais, um dia a nw .. DO::t, no mar 11u c·m tl·rra, a morte é ~·crta,

Page 20: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

11 it· imp .L.. "1.u •• nJo? O J{l, paioleiro, m1•ue o na,·fo a pique. é rdt·h.al--0 ao

mei• e pique! Enttrgué'tlhrn<"• a Deus, nàO â lh·"Jl3.hha l•

XJI Re-spomte o 11.110Jt:iro: \i dt" mim~ e os outros re-plkaram Somo5 casacl11s, te1nos tilhu~ e foi Deus 4ul•m nos poupou Hs n.m;sas vid;a~. Se º"" hc:-.pat1l·o~ .. nos atian\.&r<'lh a li­benbde, <:apitulemos e ª"~ím ,.i,•er~1oos par• 1'"(1ntmu .. r a batalhar e para thh \ 1llfar outro ~o p •

.Jal 11\•)riLundo o lt"!tio. elles entn·~;tm•"" ao inimii.:H.

\. 111 Tran~port.tm-no t11tlo 11~ hespa .. 111ot..,,. alti'os para a nauC".aplt.Jina e, 1unt• :la5tr<>. deitam o \'dho :--ir

ahna.1 pn .. 1oneiro, louvando o ,..eu \'alor coni n 1rtc1n gra-.·a t•,traugt'ira;

e llc 1 1-i"le-~e de pl· 110 1·01wez he,p:111hol, ex­d~1m.mdo :

'ela Rainh.~. e ("'1;1 FC luc:tt·t, ,., •tnu um ;&\'U et como urn ._omttn de bc-in; ti1' ape·

n.' o mf'.u dc,·e"'• cc•m•) to,otto 1 •mem é • rmg:utu a taicl-•> r L unn o coraç.'\o cheio de JUliilo que morre Sir Rin1rdo{;renvil1e~

I•. uo convc1, ht.•sp.111hol uotra \'eZ cae , e txpira.

XI\' i'tlk~ mira\-;-un ~·m pbmo '.luellc morto que Uo vah·ntr e leal

f;,ra e cm :!\» pouca ccint;t 11,·era o p .. <lcr e ~1uria da Hc .. p.anh:l, que ou<1 r~1 allront;d-à com um unico na ..

.,·iu e o seu punhado de int!lt'1~ "· ri.l dle hornf'm ou demonio? l'm dl"­monio, que dU\·ida ! Ma~ lanç.ar.am ~'º mar o ~· u r ;1da,·er com a~ hon1 .1sde .... ida!oo, mcttt>ram na Vin­RnN(O uma tripul,tç:to nova ('! trigueira, e eu.~ 1:1 partiu com o seu luto, a chor~1r 11'l'los seus. Quan· do nas terr;.1~ q 1H' 1·-ttt-..... homcn-. dt•\·astaram, um ,·cnto \\corda d• 't'll "'>mno, 11 m<tr cngro ...... 1 ,1;crnc t ar· e mta do titn da t.ude o ,·cnto 1.oprn rijo e um d·c .. ...e-- ,.._~aJh,·I('.., que º' lt>r• t('motos afe\"ctUlilm \'em c-re:-.n·udo e de~f.a,, .. r dt• encontro ;10,.. t·ar.w:os, ma."'lro~ 1• pamlos clu~ u:lll'i, e o mar « lr~penha·sc Nulirt· ;1 es­<1u.1dra he,p:mhol.1 ttlo rnaltr;,t;1cl.1 !leia. ... bala\: e a pequrn;1 l'i11gan~·a. r. t1al ..

ln('llk, de CDl:OOtrO aos TOChcd< d ~~~~:;~

ilha, na.ufragou e i-umiu-.. c potra "~m pn: nu J>r<:>Í\lndo.

Tcnn~·::.on ".tegUiU ri~t>rosa.mcntc t• .. t·u ~ui.;1 Ja.m.._·~ A. Froudt" e a~ ttan:-.4,..Ti) .... , •1uc ~te fot. da defeza d<" < i re1wille p11r 'ir \\·alter lbl~·igh, seu primo. Nào só ha n o poema um;' re~rodm '.•"\• 1 es;wta dos pomwn11res que .... le olle aos nuuH·rui, até á t .. n,•l,t­gcm d•.> S. Fibp"", (:ue de-.afi.un ,, O'I n~ ~;, aud..l.o tn("lrifiadorc~ a ar­rurn:tr cm \'C,......, purtugucz, mai. mh­ruo tuna das phwses mai~ cnc1A1L·a~ du poema é. p/1dt• <lit.er·sc, um•l va·

Page 21: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

rünte para peord'umado ~r· rôa de l<lippc li. Deixou lif • df' Froude. Diz c-,tc: um dlario das roas '~eru. que

• .a '171nde frota bf":$panhc>lo ,e al·ha n~rtido em muitas lin:.::u.u. di"l~li• rm circulo e1n voltcJ d'ell.;t entre ella.' na latina e d'bta ver·

(da 1<r.·e111rJ, ""'"' tAf'S e• :vtlla d'11m kAo 1lfl>- lt"U o ln"1;ne inw:~tigador ai_"Oreano J .. r· riln11u/,o e r«Ç(l.fOS ú ~e op1u·oxil11arnn d'dle na rcs ah.~urh ír;ig'Ult'nlO~ que for.un pulJhc u hUl d<rraüu-a "'""'ª·• Pa1101·a,,,a, v.,11. XIII. 1S,;t). J1..iào llu~o ota\"a na

E T('"nm "'º t ••• fonna,'a1n um circulo <'lll ilha Tf'fl <-ira quando :i.e deu o <X1mbat<' r a.;i:11suu ,·oh.a de n." ... , maw n~u ou ... ;.l\'<Hll já tlw,ar-nos, ,'t vulta ctt e .. c.jua<lr.t hispano·portugun.1. lr&JTIHIQ

reaando que mordt.urmos l!í11da. ,1 Rr.·t'11J!I' e os prisioneiros iu~kics. o • .. mb.11(! Di.t Sir Walter R;1lc-igh, ch· ... 1 rt'\'COdo o começo Íf1i ~t q de -.ctembro1 se~oJ\do o viaj;.rntn hnllan-

do l·omUaw 11ta\';.1I: .-i\fa!4, Q graude .';"', Fl!ippe, dt•l, qu1•1 (oll'lando os seu'i apontamcrll•JS clia "' tendo rcn·hido a tle~c;1rA•• mai!> hui:\:.;;t da Re:·e11gt, cli;11 n!\o pocli:l ter-:-.e enganadn e a '\ht .tlÍI! 111'l"' rctirou-~c a toda a pn_''.'ii'.'ii,t1 lendo g-osladtJ mui/o \!\u (• n·fon1ada por um documeuto p11rt1..1i:ut·1.. /ltJll(O d 't'"'t' 11rimrir1• anilhimeoto <1ue 1t1·p,,i'i analy:;aremos. ffl>Udl" c;ta.v.1, l"•r-

E Tt·uny~ou • • poh lc\"a jú no \'eotre .. qual- t.tnto, em t"rro dane.lo o facto corno ~un.:cdi«lo cm QU('r tois3 f'ollrO do UN tl.fYlldtJ. • IUC".Hlu de ;t~o'!olO. ){a:; dcixe1n<>~ a d.1L&, Ut;

1\la-. '' pul'tôt apartuUw.;~ .dnda as:,im um pouco 1 i1üp<•ttit, r n·1amo-. a n.•r-.:°l•> do sune:1sn da-. o,;.uao;, fnntQ. ~implitwou ;1 narrat\\•a, k~l~~~~~~~d ela pur l.in~·-hott:o. que tli,·rrgc um t.m-

Vi·11a dç $fudo C111~. do tlho do1 J.'/tlqs. Aro no war çnlt'~ nlo ilh• t! o do 'º'*'º qtu fu1114t·a,,, '1s navios

i·nrh:u J "pçro dos n•u1 tftu b1dta1 Otcld~nftus

de-cf;111•nc:lo-.;ç 1h• na\1io, ou navios de provi­~•1e!4, quc- ht·•u'iun nun ~1 ,Rç;:cn~i:r, p<.>is a t''· quadr1lha iuglcza n!'lo ~ compunhfl si.'• d~''

... á~ n;lvl111 f.:omb.ttcntc~ e da pinaça <1uc vt•1u (u~lm.lo 1 nntu uma Ol\'C il':-.\1:,tada•, t:omo clepoi!'. ,·erem1)5 •• \1~11'1 d "i,~o tornou mais <lramatku o de ... fed10 cb narr.ati\'a f.cv:end<.l ~i_r a tcmpt:"·· t.""ldc: lmmc·tlí.atauu:uté !t batalha. X.'lo aconteceu 3-. ... im, m·m .- A'r..~•.t.:I' naufra~n de enrontro •"' rochas d.., ilh.t dott Fl•1ro, peno da qual foi 0 t:(ln>b;alc. O 1~ufragio deu-~ UD-5 1 _.:; dia~ dc--1,~is, nlo em ~. ~tiguC'I, nmlO diz ft(ludc. ma .. na Tra,...irot. k"gun,lo alhnna jülo llugo nm Lln!'4::hntf'.'n, .a t "/º írrn:u·,.-wel l(.~temunho ~fen a

da l~tt;,tl 1.1 e do que .. e lhe -.q.,••UU 'ª· mooi otgur.~ Tt't:orrer.

Jo:'lo 11 ugo van Linschoten era um illu'~ tr<· a\'Cll\\Uc.:iro hollandez, que \'iajou mui­to l'IU Portugal, He~panha e Ldomioiott da11 duô11 J\:l\"1\e, enL'ku reunidas sob a 1.:0•

ti 1 tia c1uc iw,pirou o poema ele Tt·nm-"' •n S~ o put't;t, t.'ltl \'CL ele ter Jido C;.c-'1 a trail'••·ri·

P\!'111 de Sir \\'ultcr Raleia;h íeita pnr FruucJc, ll\·c.,. ... c t;tml,..•m lido a ubra do Hajantc hollantlt• \"c·r-,t·-hi,, obrigado a :,upprimir o.. f.afa de f ir ·r· ville .ti) tcU almirante, Lord Howard. na estro• phc ll 1f,) p:M:"m.:t ~ e, na t--..truphe XIII, & ... suu ckrracktr.i~ pala,·r.as a bc:1rd•> da capii:..in.a hespa­nhol.a, l<-fla que ae<rc....centar o aman:-•> •1ucixumc de ttr f.iclo 1ra1çot:ir4 e c•bardcmcnte abandCM nacto pdos iCUi.•

r.11nlx-m segundo Lin ..... ·hoten a e .. quadrilha in­gleza, de' 10 l10.1rco ... , nt.o c-.. ta,-a ancorad.- qu"'' • , f11i t.urprdwnclid~ . p<"lu inimigc:., JO•t' lMtclcj. par,1 "ª lout .. i. da ilha d·> CoT\·o .á C'.'>prra da arm.u!.1 tia li11tia ele que j:l apri<i.t\111.' -r.i alguu~ ua,·iu,,

lh-pt1iM tio lomU~1te ;1 c:;qtiadra pa1tlu parn a illM Tt·rn.-ira. n rcpan1r as b\las nH1ru1c.. ;" .trias, par;t \'ohar dep• 1i:, {1

Page 22: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

altura das Flôres e Corvo a esperar as naus que dc\'ia comboiar.

Quando eJJa chegou ao porto de Angra, com os prisioneiros inglezcs e a llêV~"ge a rebo· q~1e1 Joào Hugo e um companheiro das suas vrngens e a\'eruurds foram a bcrdo da nau J)oze AfJt>Slolo.t, do terço biscainho, commandada por Bretandona, a saber novidades. ComC:(ilra a bordo o jantar. para que o cou1mandante os convidou afüwelmente. O capitào da RevenJle, de gib~o preto, de velludo de seda, esta\'a a jantar com os officiaes hespanhoes, con\'ersan· do cm latim C'om Bretandona, que, segundo

se i11fcrc do diz<.:r de }o.ao Hugo, n!lo fa .. )ava es:-.a lingua com grancJe flueo .. da. Depois do desembarque nào

lnglaterra com os outros inglezes.•

E n:i.o foi só d'esta vez que os «pcrros da [nquii;:i~..àO• trat;;1ram tào nobremente os seus prisioneiros de guerra. Os que eram levado~ á ilha Tcrccir;.~, longe de serem lançados em <lt:­vi!doms ( •<mtros diabolicos» na tlO$Sa trach1-cçào de The Revenge), andavam em liberdade pela ilha, tcndo·se até d 'uma ve~ evadido a l­guns em um barco de pesca. E' verdade que n'uma outra occasiào, conta LiMchoten . e~tan­do junto á ilha Terceira, manietados ·a dois e dois, a bordo d 'um navio porh1gucr.. ;.11-guo:, mari1,heiros ingle~cs acabados ele aprl· sionar1 ulh alrere~ het>p .. ·rnhol 'ringou n'c.llcs a morte d'urninnào que per· ~:=,::i~,,,._~it

Porto de Santa Cruz (Fl6res): Et1lr11da. de /Jan(ls

só lhe foi permittido passear lhrremen· te pela cidade1 e continuar a cingir a sua espada1 como se nào fõsse um prisioneiro1 mas o governador hespa­nhol da T erceir.a le\'Oll a sua urbani­dade ao ponto de o convidar para \JfJl

banquett·. Era elle ao tempo o mestre de campo JWo d'lJrbim1. O cap;tào inglu, com os sobrcviveutei:i do com­bate e <la tçmpc5tadc que desfez a Rcve11gc na bt1hi<1 de Angra, foi clepoi::; para Lisboa. Aqui= diz. Lius.chotcn, que \1eiu por 6Se tefupo0, talvci ;.1té na mesma viagem para o reino, foi humanamente tratado pelos pot"tugue .. zes. que de Setubal o ma1ldaram para

dera no de:;astre da hn;ellâvel, apu· nhalando unl) .sei:;.

O <ilrcres foi porélll condemnado a ser cntrcf..'1.le á rainha da Inglaterr~. sentença que a pedido dos :-.eus ami­gos foi O".Commutada• rHt ele morte. «Devia ser decapitado, cnntinúa o vi~­jante hollande7., :-.e em Sexta-f(•ira Santa, os capit:ics: t.:m Li:-boa, to<los juntos, lhe nàQ tiv(·ssem a muitos ro­gos obtido o perdao.•

Froude citava o testemunho de Ll1)~­choten para ruCJslrar quanto Grcrwille era temido nos Açôres e as lenda~ de que o terror envul vera a :sua pen;ona­lidacle, tral)i>formada Q\13Si n 'nm my·

Page 23: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

tho. Contaram.me varias pc:-;soas de credito que a isso se a~:haram prcsf>ntcs, diz o hoHandez, que Ri­

cardo C0!5tum,l\'â beber lres ou quatro çopos de ' 'inho, panindo--0s todos com o~ dente" e enguliodo os pcd~u;os de vidro• . O ~uia de Tenny:-on nào reçorn:u porc'.-m ao viajante a quem. rh,11n~l\'~1 ··a sua auctorida<lc no assumpto» com re--;pt:'ito á reputaç!io de q\1c gosavtt Sir Richard entre os M."'US subordinados e á bua vontade com qu<· C:>h.'$ lhe obedecemm na temeridade que lhe custo\! ;1 vida. Diz a referida auclorida<le• : cEra egualmcutc nlolesto e terrivel parn oi; seus, por

vcl que isso ffisse apenas uma das feições do mytho, como a Yoradd~­de por cacos de vidro 1•

~a narrativa de Linschoten ha uma passagem <'uriosa que nào foi traduzida em portuguez, ou

porque faltasse na ediça.o latina de que ~ serviu José de Torrei;, ou porque este lhe nào achasse o pittorel:iCO que clla te-m para nós t, E, ;_t que se reícre ás imprccações dos hespanhoes por ocra­si:to da prolongada tormenta que com a Revence destruiu muitas naus da lodia dua:; a tres sema­nas depois do combate. A guarniçao hespanhola da Terceira accusa"a clamorosamente Deus de

Qutbrad1u dt ª""ª da Faja:útha filha das F/6ru)

S\1a naturnJ crueldade e govema''ª d'um modo dci;humano. Lo~o que o vinlm ~1bandouado pc-11Js oulros, o piloto, como •> ~u nado era muito veleiro, queria tambcm fugir <\O pc·rigo manifc~­to. Porém Ricardo impedit1-ô tl'isst), ameaçando com a forca quem ommsse tocar nas \'C1<'s.

Esta traüscripçâ() prejudicaria o tom épico da narrativa de Froucle e contTariaria a sua affinua· ç:..o de que Gre1wille era para os inglezes o-um agrad;we] e galhardo ge11llemnn que nunca \•olt.\ra costas "º inimigo• . N:-to foi talvt·z por pt1t<'iali­d~1de, ma.-. por ;.1 lgun::~ rnifü_•s de boa nitica

c1uc o historiador iogh.·z n!lo 'it·guiu n'aquclle ponto Linst·hotcn . . \ affir­maçào d'C'sle está com cfkito longe de ser um documento im.~..:usavd. Ignorando a lin~a ingle;rn, çomo de­clara algures, nào podia t(•r O\l\'iclo o que dii: da çrueld~dc de Grcnville scn:lo a hcsp3nhoes e a portugu('1.CS dos AçVres; é portanto muito prova-

ingratidào para :om os seus fieis servo:; pcninsu· lares e de tornar õ partido dos hercjes luthera· nos. «Pode IJtm penl:i;U-f>e e presu1nir-se, diz Joào Uugo, que isto nào foi !-COl\n um ju~to Aagello enviado aos hespanhoe.s, poder~do d1zer---e que foi bem vi11g-ado o aprii;ioname1lto da Vingança; e ndo pela (otça humana, mas pelo poder de Deus. Como muitos he:spanhoes diziam aberta­Oleote 1\a Terceira que criam finnemente ter Deus d1,.'(;id ido dcstruil-os e tomar a parte dos Juthera­uo::; e hcrcjci;.

~ narrativa de Sir Walter Raleigh nâo merece porêm mais confiança, pois o OJ)US(Ulo é um panegyrko do seu pa~ rente e soGiO nas empreus ma.ritimas e teo1 ror fim excitar a Inglaterra â guer­ra santa contra a Hespanha. ~o m0;ts prova.\•e1 e a traducçlo lati­

na, apesar de ser feita. ao que parece pe· lo proNioauctor, ter Ja(Unas. Assim acon· tece com a franceza, peló menos na edi­ção de 1638, comparada com a velha tra­duc.çao ingltta..

Page 24: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

'l.t" ' l. n Je~. por :;crcm ilgor:-1 ob-JC '1 J estas e..cotndalo-.as mo"'tra~ de

favoritlsnw celc~l1·, n:"ln liJ\ham perdido a :uni­zade do dcmonin, 'eu antigo alliado e prote­ctor: , , . dizí;ml molis, contin\ia Jo:i.o liugn, qu~ quando atiraram prt• borda f.'1ra o rada\:er d·, ~;ce-almirantc 'ir Rtt._..ardo Gtt-n\·1llc pc·n"M­ram l~? que 1 ·m•> rHe tinha uma rd1gi.\o " fé diaboli~ o dcmonio o dt-\ia amar, e de facto elle k"ra par.. ,, ruiado do tnar t• de l;Í Jl<tuâra ao infen10 onc1t" hrrr.1 um:t leva dos tk01• 111io:-. l'tdos par<t nng.tr .:-1 !>iU<t morte e que (.·llrs Je­vaowram i ontra cii lu: .. panhoc!i; t.;•l tt>mfM'stmlt~

e furia elo!'! 1·lutt<·nc1J:oi por :;1l ell('~ cldt'n-'tcrcn1 a rc.'lígiào cath1>li1 tt. com.ma. F. n!lo 1.:essa\·am de prnkrir :il~r-

Fa1cao de Rot'.nde, auctor tio Hlcgi­vel pc1ema anatomico e ph_\ ~iol11gko Da crttrfil<1 e rom/JOti(Ao M llomtm, <1uc, como dizia Faria t• Sou-;.a, .. ,se fmso en ln mo/era de muita gt·nt1• "K"r de C..mões. Ftcderiro Schle­gcl ;,timl.L l'Hmu t.al o citdva rm 18. H, cont t:Crta li_midez quanto á auth~ntit id.aele, porque a 'ira já n~.ada •. n~a~ ~m ra .. g;ulu lou\'Or pa­ra a audaci.• e ongmahdade d.s all<"gori;1 ! E"S-sc Ro""1Ht ... • tio SNl'U$fO da ar111ada, e c1m mais dois sonet•J!lt e Um;t ode -.obre n JnC"'lllº a .. ~umpto, está nu' 11N1. da 13ibliotht·<:o.t cl.L l' oiver~idade e ~·1 íoi puhlkado em 18.K I • no " ( nhi'+'O do.< A(óres.

No romana• <le Fale.lo de ){r. zeode. Sir K1e. 11.trd <irenvillf'" ê rn-

""' •IJWl"IO da ilh 4.111 J•IM'IJ, Ó• tO#.Slrll<(~O do,,,,,,,, \'Y// ru/11 "'''"" • ,1 ,.,J•, 1"/ar.,...odo ,,,. jka,./1 _ _. 11i1

(CL~CH lh OS PHILOMa~.\ AOllUSA. DA. IU .• YA, OA ILHA CA.~ FLOR•S)

tarntnte CC10tra [>eu. .. ht e 4ur-1an· ,-.. ria\·clmcnte chamad'' Rfrj"''~ ... bl~phc-~ia..... <;ampo t-<nf,. o que faz ~UPJ'4~r un ;1

,\ nossa l1tteratura po .... ue sobre O furma ant1g:i C,<enfidt/ -- ao IC'U

~~u1npl-' d-. pn·cma llt< kr:.w:tttt um nome. tmLra nunt.·a ~:-.im o \'j, ... t·rn·, que o rMvde muhn t.·J~\ t-\tt11 ... !\o e nonwa<_lu t•m li\To:-. i.ngle7.t's. '" ;i

muiti .... imu t·m abunda1\c;1;i de• porme-- l}t1pposu;àP é rcíur(,·ada pelo nome t.le non·s, m;1"' que 1ilh;r.tria111c·111t· {· ~ua ... i Croeuwtll c1ue lhe dâ o //iuttm"io l• do d,1 ultima ml·di1"·rltl.ulr. I>b-.e- de Lin~ hnu·o. anos .., nc $.'\;.1 littc.-ratura a1tc11clc11<lo !1 Puder-• ··lu.1 t·xtrahit do r11111.1n1 ~ n. nonahdalle do auctur. pol; o No- uma. cxtcuu lista de nome' tlt• olli-"'d"ª '" J•Ui!SSIJ tia 11n•ado 'I"' foi Clõt.f!'-. portugu<"ns que iam na csqu; -a.s //las láuiros ""º""° tlt JS9l é dra ~ot. o ('Onin-iando de D . .-\IC>11• e:-. li1•tô tn1 c;l"tdh~o. O ]"'uui;uei de Bar .. n, ~rm:h~ mais no\·o do inar· h1~1.~111iS<tnle', t!\n mmuti« ... •) mlurn\ít· quez de !",lOta C:n1l, fa11ec.ulo c·m dor <1uantu infeliz p<K:la, a tt\lem de·- Li!.hoa poun> antes de partir a Jn-vemo:-. c .. ..:c rel;uorio rnctrko l· André vcnd\'cl Armnda, que devia c.:omm•rn·

Page 25: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Naves siete ,·eces ~iete en aqucsta arm;1da ivan y aJguni:ts nrns çara velas que de serviço vcni;.in.

D'este modo o numero de na,·ios combatentes fiC'à um pouco reduzido, e pot outro lado dando á esquadni ingle1.a

Velas quatro veces siete,

sem fazer distincç:io entre os na\'ios de provisôes e os comba~e1Hes .auenua o epico d'estc fe ito quanto lhe e poss1ve1 a clesegualdade numerica das duas frotas. O Lotai de 28 navios p~1ra a es· quadra de Lord Ho\\'ard enconrra·S<' em escrl­ptores iuglczes: mas os n~"ios ele linha. <:ram ar>enas seis e os nomes d 'elles sno conhecido=> até.

Segundo a versào de Rezcnde os inglc· ies n!lo sào surprehendiclos pela esq113dra hispano-portugueza, ao contrario d 'isi;o

a cHa <·on anogancia :,in conoccla venian, pensando que etan oavios de lndias e incrcancia!:t.

Xo romance taml.>e.m a fuga dos navios inglezes menoi, a Rr:;..·e11ge s...l se dts depois do combate que dura toda a noiLc. J~' entào que o Camp() :.·erde, \'e1Hlo-sc ahàn ..

don;ido pelos i;eu;:., resolve capitttli'.lr. Vê-se, pQl'&m, rlar;.1-mente que ~ta <li·

vergencia das outras noticias Ítcerca do fa­cto, cm um ponto essencial, e de caso pen­sado para lisongcar D. Alonso de Bazan.

X a longa dcs<:ripç~o do combate, como se verá, o onico na,·io inglez que o auctOr ~e lem­bra de mencionar é a Revellgt, o Campo :..•erde, o unico official ~ nao t:hegára, portantot ao seu conhecimento que outro navio tivesse tornado parte na lucta.

Descre\'endo a dcfc1.a desesperada d)esse unico, a .. tuba», ou corno melhor deva chamar.se o fa .. ohoso instrumento attavez. do qual apregoa,·a Rezende a gloria dos seus herocs, ~nha, força {· rcconheccl-o, um certo entono. Cornqoanto mesmo ahi esteja muito longe de «accender o peito• e <le •omdar a côr ao gesto•, chega toda· \'ia quasi a ser •canora e bellicosa · efü confronto com o seu monotono coaxai' habitual. E' mesmo curioso obsenrar comu a ::;ua comparaç!\o da J?e .. 11en,(!e a um touro a.'iSaltado por uma matilha lembra a do le:'\o (1(1 aoimada pintura de J. A. Froude. Ouçainol·o :

En esto ha noche o.st~ura ccrrose y Juz ••o havia mas que de fucgos e u·uenos formados de artilleria.

Y la Inglesa Almiranta se defiende todavia

cercada de otros ~a"ios 1)uC.!:itros _c1ue ali acudian.

F.sta s1endo de lll(ISÇUCOta

baxel que en Londtfs havia,

Page 26: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

.a.§1da or I• ti. p:lrte

por hu1nc auu por ha. Qu<ll t;,-lhl!z el Lra\11 t .. r .. 1

que ncl cns.so s~ corria, lll'hn de ~1\gre " c<.ira:.::c· qlh" mlcd11. y te1nor po11ia:

,\1 qual alptnü:"t lc-UrdC"~

1cmerc·~()S n.m1etian. mordi ..... ando ~u.s oreps m~ 11(' .. tanOOle á porfia.

El torú brama ) bra,·ta aíerrCt.d•> aun se hula ha .. t:t tiue ,·aronil m•}\"tJ lc jarreta )' abatia.

Tal :.11 bravoso Rkhartc: tlon Luís ll~ando hazia; r11 toda la o::.cura nocl1e lc rt"OOte y d~hac13.

Y Yt-nd~ acometido

cntrr.<1.r-e no q1.1eria hasta cen.<l de maliana que ~u annada hui.a.

\' entonces ya mal hcri1!.., ,

nm 'º na,·e se rendia.

Po1rcc e tr.msparc:n~r uma 'l"rl<I rivalidade na ''P/ .. "i\:'11> u1trc a dc:--i;znaç!'\11 dl" ,·:1roni1 dada a ), J.uii: C11utinl10, «•mma11fl.ant~· do tuÇ(l por .. 1ugu~i:. e a d1• lebrek" lt'tnCf'(•>úl' attríhuida aos que imt~ d.t :--ua mtervirnçào ('dtnb:tllam o (à"'/19 t"l'rd~. llou,·.-·-.1 na reaJíJade. f.m uma ~!'.>.....;tgt•m dn<.onhcoda ou dt-".'pr~zada 5>e!o l<'u lraduct•tr portu~~t. diz Uno;ch<Jtcn dtp<>i1 <lo rombate e de Gr1 uviJlt. t:~· tar ,:, a l.tord1> de c.1pitaàna lic-.pa­uhola, a di!'l~·u~:-.ao ~11hrt· qut•iu :ab11r• cl.'m• dli1 .1z1nente n Nr.•rN.~t t·,teve qu.tM .1 ÍJlcr rc.'­l)f>nt.J.r UIJla sin­~rml.J. rixa thtre bi~inhos e por­tu;:acs

J!1 'arnos a hu· ma111<bde -Jo<ii vcn· 1 rd• ,rc-.s attc5-ta1.la

~:·,:r,-~;.i ':~l: 11~~~~:: clt', p11rl·1u, apre .. ,t·11t.1·11 ... dt• m•>do lllUl(•I din•r._,,, 0

1\0 po rn~l·-

111.:ilmct1t<!fc­J._, :l:'UCf•

ro ,;çto.

punba .. ~lhe. E pin· Yr ~ feiç~ rt.~1,.

d·•· '."'"'""' ~eri,es.era tarefa •iut· t·\1g-M rnmto maior e-for\'º e t.1 .. Jt.ntn do que (:obril -a ... l.'.Orn a m.1!4c <tra tra<.lidonal P.:i n1l)'~ada no seu Mr<"ganho de Hlcgria cruel e vm~au,·a:

~;;~; ~Í ·~i~ ... ~; ·e~;~~ · ,'.,:rJ·,; ' • ' • • ' • til nnn<-jo ~ boh·ia.

"-.luc cl e. uel el w .. 1ro ' C"abctlo ,1c propria ~ngre t('ni.1.,· ,. CHD hasta cien .... )ld.111~ manietaJü-. se tr.thía,

A J.1. Rtal co1pitana que U\Ut'rtos muchoi. havi~t ·' cl Rirllartc herid11 e pre .. n murio-:,c ai segundo di:l.

p~,ra q\lc a ,·ictoria de O, Ale 111• .. • de Bazan rom 4c1 navio.., e algun-. milharc• \Je honwns c111•tra um unico na,·in t! n·m hcnnrn,, f<,s..,e <·e: lrbrad.1 cc1mo um ac.:t1, de ~1c-n•b1no erot proci"> q~c a rf"~Wça_o de ''alcnua lle. 4UC' go~,·a Sír R1< hard ( rrennllt• cxcedf: ...... C muJt•) a que com· p-:te !t 1irnplc" humanidade. \·t:·sc 11oe Linscho-­h'n 1h11;_1 a venl•de quando t:c•nt.,,·a as lendas n1rn·ntl'' entre portuguezes e _hc:oip._rnh•)C.'J, de que 1 •. hr,I\ ~ ~ Bnro11d do Dcvtm:th1re t.•ra nuclco. Con­sulrr;1v;1m·no lomo um d'e,"ie~ horrendos mons­tro!\ m;1rinhos de fl1r1nas vag;uncntc humanas, qu1• um cavallciro teriler .. rio dc!iaf1a e vence, aca. li.melo c·om o tril.>uto de vitfa-, que t1$ homens pag:w t~n d. o;.ua vor.tci~:ide, - uma t'OU!(<l no ge-1\t"to d aqu('Jle Orro d1,formc.-, dc·\'11r.td<ir d<". h~ uu.·ns-.. que deu a Ario,to um cpi!O<lio en(_·:;mw­tl 1r S1111plc-~mente o pasl•l tl'e.te n!lo era prC<"i­

samrnte carne hum.1na, tru&.• "im ouro e pr.1ta ern ~rr.t, düs qu.aa. ~d·l o n 1ma110:, auul•l c-ncootrar;un boa pc)t•

\·àn por (ligerir no \ 'ClltJC da Ret-'ellg'C."

\' cutteotrasprcsas e robo~,

plõtl<t hn;1 e oro tld· lti.a.

E como C''.'(plirar­.., l.\I poda de rc­~bttuoa n 'e.,te e tm OUln)'t OJ,\'Í_O'.)

ingl«".zea de peque. no lote l·ttntra. u:o. n1J119~0~ da c:;qua­dra l1Í!-i(Mno·1>0rtu .. gucl':;l? Os historia. tf41n 11 e'1x:üali"ltib nu M .. umptc_i a1)rtM:ntam (OlllOGIUk"' um.t i11no~ ..

no ap· o qu~

ma''<l

8•J•IJua """"'dr' 15~\·~ "'froul~ "• UAo d~ s. J'ft11rd

Page 27: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

lc1r·~ os na,ios in~leze,, d.1nd••· lhc·:t uma maior prbtcu 0;1 .,~

dien< La ;'1"' man11l 1ras j maior alcance tfa artilh;1ria naval 1 dt!ipr(·i..ad;1 pelos mariohelro., p~:nin:-ula. res, qut• prt·Í(·riam o proc~ ele al>orrla"ttm t• Juct.a qua"i hrac;u a braço; e 6nalmcntl' :1 pcqut· nez mcMua dol!J Liarcus inglezes, qtu .. • for.ia rom que pa.s"'ª"''cm in11lft-1t...h•amentc por <inM d'f>ll1 .. ;, indo mn~ulhar ti" outro lado, ~ balas dot ~a· lcôt:o. hC<1p .. 1nlu.lô, ao pa_,_ .... , que e-,tc~. pela "u:i. de--;.me ... urada. altura, c-rd.m un'l al\·o infalli\·d para as d(_., mimtg1)S.

.\. maior .11.tilidatlc de mo,;mcnl• ., nada J"-"ldia apr.,,-eit.;1r f. Rr:t'll~~ nu :i.cu ultimo co111batc1 p+ raly~da ('(•llm ,l. ;1cha\·;1 pela:-. altas JhtU"I que a cerca,·am t lhe· quebra\-aJn o '\'Cnto; a :-.u1~ri11ri· dade que lhe 1Llva a sua melhor artilhouia ~ a pequena clcva~·~u do ~cu ca:;eo, es:-.a é m;u)ifc~la en1 todas :1s th•..,nipçôcs do comb<ll<'.

O duooi~ta an,ulan•' de quem se p-.Qi.a apC'Tar ali:uma no-­rida pormc-11ori\ada do desem­barque de Cr~· ,;nc e hospita.li· ::,a~~O do' ~f'U 1

doc1 .te' na Hha das .Fl1"lrts cr" fr. Diog11 d;,, Ch;1· gas, natul'al d'n, .. sa ilha, tilho do C'apità°"'mi'1r d'd .. la ;'t dat.oi. do ;.l('oO·

tel·itnent1) llc c1n• no .. Ot't:'llJl,;UH~

~fa ... ("'...e prt'Ífriu en<·h('r as folh:l:! d•• ""4:'U J.;.,jV//fo dtrislnliNO "" jardi1t1 tk :Virias /{6r-es tom nc 1111t·.., de pessoa., faltccid.1-1 n 1m 11pinino de san· li is a lc.·g;1r·n111t õllguma çousa que oiatishtl''"t' .- no .. sa curiosi­dade de nmhelrr, f1ereprcstnt.ar nitidamente 11 que• fi°'•'i..,e o ,·ivcr da ilha cn1r~·;.;:1w ''' . .., ..,cu\ pm1n1 dc~ja<l"' hospede:,, O cpiwdiu da Rr.:tNlt de\ la i-er de lt'mbrant.--.i ,U;l, Jl4 •it r ... ·• lo;; "º''{'!> 1·akulM de,·ia ter e1\tao S ann08. )(,.., nt·m uma llo1.la' ra con~,:l espc<iahn('ntc ao ca~ l,

nem da t"tc1uadra do ronde de E'!-su: que l!a C•·

te,-t> '-<"I' anno'.l ma! .. t.;trde diz: «•U....a al1_.:uma ~·­n:to que \lU o .. hO navio' fundeado, na laotliia da Rit..eira ela Cru1, 11ndc ainda t'alK-riam t1utr11 .. tant11 ...

A ilha ad1,1\'a .. 1'.e rm 15(JI colnni~tb ha\'tda uns 8J ~111011~. Tinha duas ,·ilias e uma fn.-gu1·1. ia rur;_tl akm de d1vcr...:t$ pô''oaçôes pertc1H 1·11tc' .1 e3tas tre.~ frt·~m·t.ia ...

Em 1,,s7 n 1nu-c.;;1ram ~ts "'u~1s infdirid.1dc..-.. :"\11 principio ,l•· JUnho d'r,..,c ann•), Dr.tkt·, lltw \Ol· ta'a de qucunar ~m C.adiz: uns l"í na\11~ clcsti· nados [a lnnncivd .\nnada. ,·etc1011 para O.!i ,\./.­",.. t'>l)("filndo aprbion<ir alguma n ... u ti.is lndia..1 t Jcddent.oa~. <1uc rKompen'.'-d.:....C a ~u.t gente dos 'eus trabalhos l": ri!)('<•:-.. Cinco dv1 na,·1os d;• 5\la t!'qu~1drilha app;_t­rcccram cm trcntc da ,·ilia da.o; J_..;1gt.·i., para fo ·

zet :t.l:"U<tda e tt'!rt:-.c:o. De.embar· caram d'dh-.., muno .. ...olcbd1_,., que­""t' dt·m11rJr;1m n:t ilha [1 roda d'uma M'IHan.1 1 u!l,o ha\t'"n.do t1 11ua p;tnida ca_:,a, egreja ot1 <.<1).c:IL1 que n;l1J t1n ~!0-l ..,jdu queimada, l\:t:-. trc' p· •\'n"•.~''lt-s prindpat·"· As c.·~rc/.ª'• cnmo a~ lnva,1·~··" "1' r1·1w­liram clt•1)c•Í' c:i•JU rcqucl\da, c~li\·er;uu 1 t·n·.l dt; 40 aniu·~ 1·ulic·rtas (]C p~tlha. Pnr atJUi in1a:;:in<1•'IC Í\tt·ilmcnU' O rt.·,to, U "-'(.>t.'ctO Dli~rtWcl ,l.t• \·ill;1..,_ cm que 11in;:uem ..,,. julga\'a ~uro r. onde por i .. "') ni11gu1•m 11uereria avcnturar·•e a r.difi1..d~3' que f~rn n1uilu itlém da cubata, para pc-nter o menu ... J)l lltil\ t-1 n 't ... '-J.S. incur""'"I(:"-<, de tmauc ;s e~ r•_•z.t ... , •1u1· fõ111\1l\01m fogo a tudo o que n!lv ~._ d1~un ruubt1r

1 >iz l .11"d1· 1u·n falando tl ·e~1a ilha· ..• C'sl;', ;_thcrt~t a t.itk1~, mesmo aos inglru·-.1 pur 11:'\11 tt'­rcm º' natunu·~ meioi. de tl~ n:p<·llir .. \ uuM le· gua d'cst;:~ ilha vt--st• uma outr;_t p(:r1m·n11, tlt.· pt•· rimNru. 1 l1amat1a cio Corvu, habitada tgualmcme por portu:.:u1·1t·'· <>s navi''"' inglt•1.1•5 p.ür.1111 ••r·

dinariarncntc t'nht• 1'3t.1i tlua ... i.lhas eºª"' prnxi11ü.l.1dt'S ll 'ellob, t: '! 1iando a ,, 11 ta (Ll.' armada, '"~cident.ie .... o que dá cm rnut­

t..ad• 1 ... i,·erctn 111 ha-bit.'lntc.... macr.l\'('f· mt.:Hl(', t"XJ)l llhlS -""

Jll•) ~·'11:\o I · 3Qj l<\qUt' .. d 'c..,t("" corii..ari .... q\U.' 11)1 d<''P"j;on do" 'K'U~ r1·t1c.lim1.·n· t11-...

(' c.1pil~n-m•~r ~1alhc·u~ Codhu tia ( 1ta0 J)3C de (r l>l·~O das Ch.a~.

pois da lh\'õül.O

ncendiodc 1~"7• tr-;msfcriu pa.r:t a

ilha T t:rceira a ..,U<t rc..,i1km M.

mas ot nt.-"'f.-e:-.--.idadt• Je oll~1r Jlf'l.t MHI ça ... a obrigou·q •.1 v11k1r dni.., aonu~ dep1,is p;U"ft a 1lh;t da!\ Fl."'1-rcs. R:-;t:t nle:,n1.L nc·n-... ..,id;tde

~ C(\I(' i1ulwlli:t º' C)Utn•i> pn1pri1·\;1ri111 ah;t'· t.;1d11~ dt• a ;1l>anJonarcrn d1.· t11(to. ,\ 1 om11lcta <•U ....[Ua.'i 1 umpk':-t 3\l,t"'OCi:" de i11,ütuiçt'o(,".,.; 'i111 ul.a· re-- n'u11uc·lla ilha antt!'O•>mwntc li•) si·1 \llo :\\ Il mostra bem cbram<"ltlt" o m .. tc desapego J;a l('f• na. ,, tl~nuno, a in< c:tteza do dia Kgll1nte cm t)UC os habitante.~ ,;w:r.uu penn. clr mr&o ~--u1o. .\ ~~ Jat"fÍocfo cha10~\·a fr .. Du)J:•) 1b5 Cf ~ ...

o t1 ·mpo ita pcr-.1:i:;utc;d?, cm qur d1.· ordmatM l•S mail\ i1 .. , ,uu\os ;1 4ue1mavam

P~ll~"';_!do t"lk, a ilha \'.,llnu a uma 1~ro"Jwri1ta~h1 e al.iuncta111 j;, quc- •JC~trut'll:sta 1.lc..,1·n·v1a: •h .as. .. 1m quem mor;1 n 'l:-,t.'l ilha nào l~tc fttlta '~""' qtH' sarna p:tra -it" .., 1t;ar, porque e dt• mu_1t• '. l•<•n.., arn mui tlcl~a1J11,, e ª" agtta"i cxn·llt·nu .. -.mla,. e mui ltvt..~ • ."l o.-•• tha e pt1r-lhc detl·•· au1m que 1-§ 11111-1 os tl't.'$l.:t. ilha 11rdinariamentn 1..'\o h.1hiles

e. dé 1.~mi ngudo, rnt('ndiment•» e ing~io (' de TUa5 habilidades, C(~'l bc:m t"m mostra<l•' \ ,.. -1uc 5C ,_.., t'tt::ulo nº"' e-..tudu ... de \ngra e mm-

\ 1 n h nc a fe :..t'U.., pa1..•_s IA:" pcrdC'trl Q;t

ilhd, que se e utanc1n •. ,

.-:;:~=:e~~~ª e.studo~ f1•n11n mui i;r.m·

.,,. des sujeito~.•

CARl.O.S OK .M 8$4,,"lVIT A.

Page 28: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

(CLlCHltS O& DKNOLISL}

Page 29: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

mana' que n ~rande "-313.n d;1 llfuslrarao Porlu)fue~n ei;oo tá u:~d.x:ndu a ,,L\iu t 1uotidia.· na de um gran· th.· numer1J de rri.111\\tsdeLi-. 0

hoa, que veem in'l rt'\'tr-~ e f'IUjt'Íl<lr·~ á~ Gp(:fat;•).es prc-1 i rn i na re s <ld exposi\"àO ia· r~unil que o .. "ietu/iJf:St.lt prr>- A inscripçAo: A Jr. • D . y,-,... mov('ndo. S.lo 0 v•11llo, .. ,.w ~·d•o'l10 UlUll• t$ miJha .. rcs de crianç.a.1 d" Lbboa, dt· 111.mbo~ D. .. ~· X•>• e de toda.' :\., c-..s.tegoriaa M:"i:iei., que n 'c~tes dias ttcm .. ido pc~;id.h, medidas e ex;.uninadas pt•los illustres mcdin.>it e:ollabort•· durc'i benenwrilus ela obm cmpn·hendida. Tem sido, de"'lc u inicio da in,c:ripçao, um de5tilt- ininterrupto, que começ-ou l~o no 1•ri· uu·iro dia por rêrca de mil niom\--a~. e c:uja. inH·n\t\ conente n:'lo diminuiu Olinda. Ag•lfa mcsmc á hor<t " <1ue est.m1111t aqui e.se-revendo, du·gam-no~ 11~ e- hos da intcru1ma,·cl t:;alrQdt~ qun lta \"aC no ..... 1l!l11 C': de '\·C~ ('li) quotndochegam•1" :"1 porto.ta dd .. t.1r uma vi:sta dt• olho:> áquelle pittoreSot.X> espt·c:t.,culo de dutiól"I dt• criança.i;, com ns vcstuarin~ mai1 variega<lo"I, que as lll;ic" n::'to cnn~cm conter. e c1ut· c.·nnforme o seu homor de occ.1-1i."11'>, -.e pre .. iam .:eutilmcnte ~'' rç. .. pet th·o eXJruc • •U protC)t.;mt mtti"I ou meno\ \·iulentamcme. ~ A id1·a do Sm110

~)h~@i'~J.fj t!t:J't..~~~; .... a~~ ~

pralica cpic de:sncn'"'"'ila -.er ("vitknt.M .. da. de tal ml)o­dí) ella se im· J 'e.Di 1dindo ih criau ,'a! que COl\C.:(>TTCrell\ á e•xpo .. i<,;~ • > c.·11~ trc-. ~UJlOS ~­las ~u-.1 C"da­db, estabelc-­.-eu para cad.1 um d'e~'l''GrU• po::i lrt'' ptC•

rini4 (/lll•rlltn• prd411~1u,.do mios p<•tu11ia· • w•• co#torr1•/1 rio .... 1lue SCT!lo

rt ... pe<.-U\ílmcn· te auribuidc.s ;,_,., tth cnan~l:s, que. em ta.tia um d'elle~. apre:;entan·1n ml·lhnrb cundiç.:'JC.' ele robust<·t. ou de bclle1.tt (2.• e 3.• prerniu:o.) e 3mlJa5 t'"'" qualidade .. umjunctamcnte ( 1.• premjo). O 'l)timelr" ~up•• rumprchcnde .t:,

crianças até do>l:o. ann1)s, o .. ~do as de düi~ a c-inco annos, o t('f'(tUO as de cmco a dez.

Como!!<-' vê-, o pen~mcutu inspira<lur é_o

A ope:raç&o da pes.acem du crtança• att um anno: Os '''· do. /11110 For111, /orr# Cid ~ ANnf.bol Ca:•4r• Ar'11 #o #"/u'•IÍI'• D. C•;tl4"1•• •w -.-t/i•dos /l'OY 4is r1d•tlo1#I dtJ Seçt:lo

Page 30: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

u4- ILLUSTRAÇÃO PORTUGUEZA

de incitar n dt'sCh\'olvituent11 das boa_, prati( "'' da alimf'nta­ç:to e du tr.ltamwto d.LJ criot.n• "1:t durante a~ primeira& ed.;i ... des, que íníeliznl('ntc a.1<• 1.\ dc:-.curada'> ~rralm("nh·. traun· do conto tri..,tc cc·n"'<"qucnda « at>a.. ... la.rJ.amcnto dot ra\"'3. E poi-.. uma ini<-iati,·a que n~ podia de1~ar de ~r 8(X lhida cc.m ~~-mpathia por todosqm.n­tO!; ~ intert ... Qlll ~lo problt­ma iníanul cm Pcrtugal. e que 11atnralme11te dc,1a wnbcm d~pertar o 111lClt$.'.\C &~ 11\:lt.5,

e o melhor tc--..tcmunho d'~ factv e~tá exac:umtntr: na gn.11-dc conrorrcncta de criançu que acudiu ao o:.m-itc do ~­Ntlo.

Este «•iwuf'.u romlitu~ . por

Na resaiem: Os lt"I. dr-1. n, MerN do Ôr•o~ Jt1ú ""9J~s. Jtd10 Forln ~ Toc·•r t/1 Lt•os

Na cra,.-elra: "•.s.1 ti~ •"•"•

(CLICHÜ DS HNtiLlSt.)

a~ ... 110 d:Zi("r. a pnmeara parte da proJfitaJa rxpo11-ç3<> infantil, dC\ttufo a ~nda con~101r de um ccrtamen ou e:!iipc1; ie de rcxuta complc.~ta de tucl•) quanto ..e n:fcrc â cna11ça.. dcMIC o b1beron •té ;lr. brinquedo, d<~de o bibe até ao <adcmo etc,• C':!>..­

tudo. Tal é 1' plano ··ompJct•> da tcn1:itwa que o s,-.

rolo e~t.l pc,.ndt• €"111 c-xcn.1r.,,!\1) r <.UJO!I rnuhaclos de'.'>(}c Já. pel•> <·uthw.Wn10 e .:-1pplr1u!t0 e •tn qur o (_·onxur .. ·.> lem sido .tt(• ·lh1do, M! nos afigurn 11uc h:t.o de -..cr bnlha11teJ11(·11t<' ausph.tc,;.sc,,,

A oppurtuoidouk d;1 idl·a. ~ impt\r--..t· ele UllM

mt\nt·irn iu<lí" utiwl. r b.1"t<tnit, de rc-..to, .H.-..i .. ur cm qua.lq\ic·r de,., ilia ... a<.:• c1c"hlar da§ 1 ri;m ... 1!11 c1ut• teem vindo in"f'''ª'"''' ao ~tlftn d.t lllrtJlra(ltO Po1'fu.~=a l' rcpar.u H3 ~rt1nol1• prrcn1t.11-wn1 de• exc·mplarc~ fr;1111-. e 1kfcitll1J~''"• qu1· aüul,11-ul1-.i .. tc.· apt'zar d;,1 '-tlc·c.\•'º 11u1· P' e. •lH C>1·11·1Hr:!'\ n·pn· ... t·n .. tam jú tm rda,·lo ú p11put11,!\11 infantil d.l '.1pi1al1 p;.trtt ;.1 rec·1111h<'Cl'T, ,,. '''''l' p1n 1 ... ,,

A fornm como principi.uu .l M·r ac::cchl·., algu­mai; imlk;.u;i .. •cs Jngicnica~ e rcnm111\cnc.laçi'1c:' rne-

VI VOLU>••- 27 d• julho de 1908

A pesagem de um ~llo exromplar

pelo s,.. d,.. Jos' p,,..,,,,.dts ~ pdo. t•/tnru11 o

n. C4püoJ1110.

dkas a i:it'"guir na criaç:to e educa\·:'lo <lo.is criança ... , de que o Sec11./g e~lit fa .. zend<> um;• in.lc!l~ iva pro­.paganda, e, porem, a nw­lhor prova. ele que a ... ituot­c;ao 1.:omporta rcmt-<lio e de que n pru!)Cguimento n 'c~ta obra em benetirio <la infanda :será \"crdadci · r.t.mente proticuo.

Page 31: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

PORCELANA) PORTOGUEZA5 A FABRICA DA VISTA ALEGRE

j. F. Púdo Basto, o /t,,•d•dDr lfo jdbrtca

terminando oo Bócco.

A pillores­ca povoa~o da Vista Ale­gre6caapou· to mais d'um Lilometro da villa de Ilha­vo. a cujo concelho per­tence. E1 ba­nha da pelo braço da ria que passa a Jlhavo e se­gue para Va­gos e Sôza,

O viajante que sair na ~çlo do caminho de ferro d'Aveiro, tem boa estrada que o C(.ondut áquella povoaçio, cuja distancia é apenas de 7 a 8 l.:ilome­tros. Chegado ali e no topo d'um grande largo cir· cundado d'arvores seculares, depara com a modesta frente da afamada fabrica de porcellana da Vista Alegye fundada em 1~24.

Do lado esquerdo, e rormando quadrado, está a mageatosa capella, digna de se: vi!.itada pelos pri­moro111os trabalhos cm marmore, pclat bcllas piotu· ras do tecto e pelos &cus bons azulejos.

ft:is a rapidos traços a descripÇão dn Vista Alegre, CUJO nome lhe advem de estar recostaaa sobre uma colJina, na margem da ria, que lhe banha os pés, e em cujas crystallinu aguas elJa se mira \·aidosa. ufanando-se dos c.-ampos que em volta verdejam e das aves que gorg-eiam em tomo.

O íundador da fabrica foi o sr. Jos6 Ferreira Pinto Basto, o patriarcha da respeitavel familia que ainda hoje a dirige e a respeito do qual recortamos at. gu&a periodos do elogio historico pronunciado, no Conservatorio Real de Lisboa, pelo grande orador jooé ll.1evão Coelho de Magalbãet, em 1n39, anno em que a morte pra&trou aquclle acti\·o e infa.tiga· vcl trabalhador:

cDominado profundamente das tcndencias d<> seu tempo, votou todo o cabedal do seu espírito, toda a copia do$ seus meios '' emprezas industriaes, e

exercitou n'ellas com entbu­&iasmo a sua paixão pelo en­g ra nd ecimento publico, e os seus senti.mentoa de bene6cencia.

.•. eleva-se logo um grande e s tabele.cimento jndustrial. Nao se ordenava uma emprtza conhe­cic!a , crcava·se uma industria. Era neces.sario estudar os seus methodos,reunir 01 IOCCOTIOS da sciencia, levan­tar tudo dos ele· mentos primiti· vos. O homem que<oncebe .. ta idéa busca pre­encher todas aquellas indica­~ões, e no seu empenho em dar vulto a um pen­samento predile­cto entrega-se a trabalhos estra­nhos â sua edu· caçn<>.

•rodas as ar­tes auxiJiarcs d'aquella bella industria são ali cnlia.adas e pn.· ttcadas; talentos condcmnados a gniar o arado vno ahi dar do· cumentos da

()tN dos "'ºd~los NOWS 1nvi1Jdos a expo­slçilo d~ R'" d1 ftH•úro

Page 32: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

ni ,. •ptidao u · 1ver"al e a mo· cidade recebe, com meios novot de 1ub­

siuencia, uma educação collcgiaJ. A' custa de perseverança lndomavel, são

creadot tamanhos esforços, e funda-se assim a no,sa indcpendencia em um ramo de indus­tria destinado oao só a ~ati~fazcr prccisões e commodos domesticos, mas atê os extremos da civih~aç2o material.•

Homens d ' e$ta estatura. que assim lt\·an-1am um padrt.o de industría activa e impor­tante, bem merecem as bcnç-20, da patria e da humanidade.

.\ Real Fabrica de Porcellana da Vista Ale­gre éum dos estabelecimentos industriaes oa­clonnesque mandaram productos á c:<poslç~o do Rio de Janeiro, e o seu monruario nlo po-

dcrá deixar de despertar ali juatifiodo interes­se. N'cllc destaca principalmente um rico e e1cgantc vaso, cuja photographia. reprodul.i­mcs, e que recebeu o nome de Vaso Rous­!1.CIU• cm homenagem ao $CU aurtor, urn dis .. tincto artista, que esteve ' frente da officina de pintura, oriundo da grande naç'o onde ba trcs :t.eculos foi creada a arte ceramic:a por Paliuy e ..:lUe ainda em t <,00 reuniu aa sua ca­pltal todas as maravilhas por ell• produzidas até ao 6nal do seculo XIX.

o vaso mede o•,85 d'altura e e composto de 5 peças. Tem o retrato de S. M. a Rainha

D. Maria Pia, feito a pínc:cl, emmol· durado (om ornatos de ouro nacioca: 1, sombreados a enca1nado. O lundo é

castanho. O pede$tal ~ de fórma circular, guarnecido com filetes dourados.

As uas ~o formadas por uma sereia reco,.. tada sobre o bojo do vaso e com as mtt.os sus· pensas a um ornato que completa esta peça.

Estes ornatos $ao dourados e as sereias co· loridas com admiraveJ gosto.

Kguahncntc devem despertar n auenç!lo ou­tros dois vaaos mais pequenos com fundo azul de Sévres, tendo um d'clles o retrato de S. M. fü·Rei O. Carlos e o outro o de S. M. a Rainha D. Amclia, em.moldurados n'uma oval, com ornatos de ouro nacional, e-i,tvlo l.uiz XV, !.Ombreados a encarnado; bem como ainda um outro va~. lambem com fundo aiul de Sévres~ sereias douradas com ouro nacional e orna· tos com ouro polido.

AlCm de varios outros productos, taes como diflerentes •erviços de mesa, que compõern o mostruario da Real Fabrica do Porcellann da \'ista Aleg1e1 destacam ainda no respectivo mostrua.rio uma jarra destinada a centro de mei.a, com íundo azul de Sevres e f\ôre1 dou• radas, e uma biJha para agua, guarnecida com u-.'U e panas.

A repre:.cnta~ào da fabrica da Viota .\legre no certamen bra%ilei10 sed, poi1, uma das que mais lis"ngcitamente honrad-O a nossa in· dustria aniatica, e por isso aproveita.mos a opportunidade para offerecer aos leitores da ///11slrn(lto P<Wlugiuza a série de do .. cumtntCis grarhicos relativamente ~qucllc csta1olcdn ento que acom·

Page 33: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

panham este artigo e que certarneote serio vis• tos com curio3idade.

brilha para Portugal com o seu radioso cortejo d'astros-o Cruzeiro do Sul.

A \'i,t• Alegre é a nossa unica fabrica de porcellana, e por isso a sua producç:io é muíto importante e com um augmeoto crescente. Creada, como dissémos, em 1824, e •ituada na visinhança de um grande deposito de kao· lino, a fabrica tem, pois, desenvolvido con•· tantementc a aua producçlo industrial com a maior facilidade, tendo d'este modo alcançado uma magnifica prosperidade.

Os no.aos votos mais sinceros pelas pro1pe· ridades do Braril e pelo exito mais hsongeiro e mais proficuo do proximo certamen.

llhavo.

Não podia, pois, este estabelecimento, col locado cm condições t!lo vantajosas, deixar de concorrer à grande exposição que vae reali­sar·se na rormo!ltn cidade que se debruça sobre a vasta e magesto!!a bahia do Guanabara

Portugal, que tem prestado relevantes "erviços á civilisa­ç2o, que d~obriu metade do globo, n~o devia deixar de se fazer repre5Cntar n'C!o.SC certamen, affirmando a sua vita­lidade e tambem assim o comprehendenm o~ nossos pro­dudorea, que n:lo se negaram a cooperar na nossa condi­gna repres.entação no paiz irmão. n'essa opulenta e joven naç:to, alimentada pela vigorosa seiva americana, aquecida pelo sol rndíoso dos tropicos, onde se vae perpetuando a l ingua portugue?.a falada, além do Atlantico, ao sul da Amerlca, por uma população de cêrca de quinte milhões de habitantes.

Etlreitar relações com o Brazil ~ d 'uma incontestavel vantagem. Concorrer a esse certam.en com todos os produ· ctos da noua industria é uma medida de grande alcance, que é superfluo encarecer, sendo tambem um dever de cor­te:iia e de dcferencia, com o qual corrHpondemos ~ genti .. le-z;a do JO\·emo d'essa Horescentc naç!lo, l qual estreita· mente vancu1imos as nossas sympathiaa e interesses, estrei­tando a cadeia d'aflectos que nos une a ehc povo, nosso innJo nas affinidades de idioma e ascendcncia, apesar de "º' separar esse immenso Oceano, mas al~m do qual re-

~l.\wuEL FE.aaarRA nA e NllA.

Page 34: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

Os niilos de Sroi/1111 Lú1u»uJ e Gallilo,

d.e agualis 6

Vin asperlo da co11rorrtr1· da NtJ <orrida

J>roflUl:·üú lf.ll /JrO(a IÚ Atrts f>eltJ N••I Oub

711Nrtt•a,:Ai'"

de Lisboa mi 'º '" "',.""'' 6 lj,,,3 6Ja V41"11

• O l1J11ro arsutf,l'fo 4/M1tlt diJ M'1/ad,o1

• A c uadrilla d'!sta1trau.lo

((;t.1cnts Dlt ·•~OLl Kt.'

Page 35: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

11.LCSTRAÇÃU .PORTt:GUEZA II S&lU&

Meio secalo d e eaccess o L'EpiftJite ... ~:::: .. ,A

L,EpiftJite e~:r.~.: í/;; ESTOMAGO ":::::' O Elixir do O- Mlalhe ~ d1 ptptlna conctntrada faa digerir tudo r•pid1m1nte

:-..! ~ GASTRALOIAS, DYSPE PSIAS. ' • ~"'r':~.'!:~~~:~~a ~,(.e~~~º!~~.'rt:,~~BJgi~~~ . .!

N3o pro1k1~ horbulhu.nao irri h1 111 pellH mala del1c"da &I A.QlltAZIANl,f'l11l'"•de1• e1use,83 RutRambut.tau,f>•rls. ,, ..... 4ttt Port11ttt·CURtELA DELICAMT, 19, ··•••rc~· J .. u1.ll1boa. A

101nda 1m todas 01 Pfl11rmacl11 tll Port1110111 do Bl'OZI/ 1

Pha,.macte MIALS-E, 8. rue Pavan. Paris P11119ndOfB-pequeuo 900 R.i1 edofr""'>•rl•>ff• 1.4-00 fttcll.

Farinha lactea n Preco 400 réis

D/Sl'O/f/YEL

A G EN C IA.A R. Bella da Rainha, 8 de viagens - LIS B OA

Ernst 0eorge !S U O OESSORICS

\'encla dr bilhett dt: P''"'4i~t·m em ·.-ar •re-. e cammh<:. .. de íem)

para tnd.:.-. K:i Jtôlrla dt) munrl·• ~ augmml • n ... pre~s.

Via~en~ cir< ul.att)ri;,., a preç<•:-. redu~ido.. 1-a1. Fran-.-a. ltalia,

Suis.....a, A11cmanha, i'\u ... irfa. ct-.: •• etc. \'ia:.:,t·n ... li.•> E<~Yl'Tú e

no ~ilo. \'iai.:tns de r~rt"io no ~1EDIT[·;RK.\NH1 e :10 CABO

NORTE. Cht•qut.•., de viag:tm , st1h!ilitu111d1• \,111t.1j11 ... a 1n<.•ntc a.'i

!viagens ·b·~·~~'ij;;j'~~h~qá' T1

E1

R1

Ii"i SANTA OS SENHORES COllHECEll AS EXTRAOROlllARIAS llJRA­

YllHAS OE QUE 1000 O l/U/100 FALA /IA ACTUAUOAOH

Os discos Gramophone -36 m edalha• d o o-o lnolulndo • oonferlda

...._. ,,. Exp oel9 1So Agrloola de U.boa .....

Gr•v•dol com o novo •ystema ila llano. Tudos rodem OU\'ir estes dlt;GOR, ou pedir os cat•logos rim• a (a'ia Fronceaço Ste lla , Ruo d'Aasumpção, 59, 2."-LISBOA . Unico deposita.· rio do arttco exclu11>1vo da COMPANHIA F1uscs-.A DO G1tAMO•Ross.

C>ISPC>NIV&L.. DIS PC>NIVC L..

AG€.NTll t M PA IUS: CAJ.fJLl.K LlPMAN , 2Ô1 HUF. VIGON

Page 36: L oo o.sAL O Seculo N • 1.z; :; e'arlOJ 111&1'tlfO DIU ...hemerotecadigital.cm-lisboa.pt/OBRAS/IlustracaoPort/1908/N127/N127... · ~umma~IO XClºRSÃO ... dios-a carpa ( (J·Pri""s

lll.USTR/\ÇÁO PORTUGUEZA II SERIE

A EQUITATIVA ==== DC>S ====

AGENCIAS FIUAL EM PORTUGAL: NAS

Prlncipae• cidades, vil/as do reino,

Largo de CamOea, li, I .•-LISBOA FILIAL EM HESPAltHA :

Madeira, Açores e provlncias ultramar/nas

PRESIDENTE DA OIRECÇiO OE PORTUGAL

Julie Marques de Vilhena CONS•LH•tltO O «STAOO

Calle de Alcalá, 12 M l D B 1 D ---- - -

SUCCURSAL ltO PORTO:

Rua dos Carmelitas, 100, 1.• SUCCURSAL EM BARCELONA :

Calle Pelayo, 2 0

Extracto do ultimo balanço de 30 de junho de 1906: Negocios realisados . . • • • . . . . . . . . . . . . . . 750.000:000$000 Novos negocios propostos (1905-1906) . . . . . . . . . . . 90.853:809$939 Reserva e Garanuas . . . . . . . • . . . . . . • . • • • I0.647:572$618 Receita annual (1905-1906) . . . . . . . . . . . • • . 2.954:467$417 Excedente da Receita sobre a Despeza (ld.) . . . . . . . 1.505:848$809 Sinistros pagos . . . . . . . . . . . . • • . . . . . . . 3.761:245$024 Apoiices sorteadas . • . • • . . . . • • • . . . . . . • • 641 :000$000

! rnmu TIV! DOS (STADOS U~IDOS DO ~R!lll 6 incontestavelmente a mais solida

das sociedades de seguros mutuos sobre a vida, da lmerica do Sul. l a unica que adopta o vantajoso plano de seguros com sorteio semestral em dinheiro.

Séde Socio.1 ltO EOIF/CIO DA SUA PROPRIEDADE

Avenida. Central n.º 125, RIO DE JANEIRO SEGUROS DE VIDA, RENDAS VITALICIAS

E DOTAÇiJES INFANTIS REMETTEM-SE INFORMAÇÔES E TABELLAS SOB PEDIDO

A0&.11111: &M PA.a.1$! CAJllLL& LIPllf.4}0. •• 1.V• YIGNOS