Marcelo Custodio Pereira FCT UNESP de Presidente Prudente –SP [email protected]JUVENTUDES E DIVERSÃO NOTURNA: CENTRALIDADES DE LAZER, SOCIABILIDADE E PRODUÇÃO DO ESPAÇO EM LONDRINA – PR PALAVRAS CHAVE: Sociabilidade; Juventudes; Diversão Noturna, Centralidade de Lazer. INTRODUÇÃO Ainda é predominante na Geografia Urbana o debate sobre a produção do espaço com os olhares voltados para a temporalidade diurna, que é quando a intensidade dos fluxos e das relações econômicas se dá com maior intensidade na cidade. Entretanto, acontecem nas cidades dinâmicas inerentes à temporalidade noturna, que pouco são consideradas na maioria das análises, mas que podem ajudar a compreender as complexas realidades urbanas através de diversos elementos que nos passam desapercebidos. Estes elementos, que muitas vezes parecem triviais e de pouca importância, já são estudados com maior profundidade em outras áreas da ciência, como a Antropologia, Sociologia, Psicologia, Publicidade e Propaganda, entre outras, que entendem que o estudo do cotidiano e das práticas dos sujeitos podem nos ajudar a compreender melhor a complexidade da vida urbana. Uma das facetas da temporalidade noturna da cidade é a da busca pelo lazer, que dentro da lógica da sociedade do trabalho predominantemente diurno, se dá geralmente na noite, por ser o tempo do ócio e do descanso da maioria das pessoas, especialmente aos finais de semana. Essa demanda por lazer e diversão resulta no surgimento cada vez maior de estabelecimentos voltados para atendê-la, nas suas mais diversas modalidades. As que se destacam estão relacionadas com agastronomia e cultura, tendo uma gama gigantesca
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Marcelo Custodio Pereira FCT UNESP de Presidente Prudente –SP
JUVENTUDES E DIVERSÃO NOTURNA: CENTRALIDADES DE LAZER,
SOCIABILIDADE E PRODUÇÃO DO ESPAÇO EM LONDRINA – PR
PALAVRAS CHAVE: Sociabilidade; Juventudes; Diversão Noturna, Centralidade de
Lazer.
INTRODUÇÃO
Ainda é predominante na Geografia Urbana o debate sobre a produção do espaço com
os olhares voltados para a temporalidade diurna, que é quando a intensidade dos fluxos
e das relações econômicas se dá com maior intensidade na cidade. Entretanto,
acontecem nas cidades dinâmicas inerentes à temporalidade noturna, que pouco são
consideradas na maioria das análises, mas que podem ajudar a compreender as
complexas realidades urbanas através de diversos elementos que nos passam
desapercebidos.
Estes elementos, que muitas vezes parecem triviais e de pouca importância, já são
estudados com maior profundidade em outras áreas da ciência, como a Antropologia,
Sociologia, Psicologia, Publicidade e Propaganda, entre outras, que entendem que o
estudo do cotidiano e das práticas dos sujeitos podem nos ajudar a compreender melhor
a complexidade da vida urbana.
Uma das facetas da temporalidade noturna da cidade é a da busca pelo lazer, que dentro
da lógica da sociedade do trabalho predominantemente diurno, se dá geralmente na
noite, por ser o tempo do ócio e do descanso da maioria das pessoas, especialmente aos
finais de semana.
Essa demanda por lazer e diversão resulta no surgimento cada vez maior de
estabelecimentos voltados para atendê-la, nas suas mais diversas modalidades. As que
se destacam estão relacionadas com agastronomia e cultura, tendo uma gama gigantesca
de formatos e propostas, desde pequenos restaurantes e bares a gigantescas casas de
shows, cinemas, teatros, parques, etc.
Neste trabalho, que traz alguns resultados preliminares do projeto de mestrado em
andamento intitulado “Territorialidade e Sociabilidade Juvenil Nas Cidades Médias: O
Caso Das Manchas De Lazer Noturno Em Londrina (PR)”1(FAPESP – Processo nº
2013/04440-5),enfocamos alguns desdobramentos das demandase do consumo de
diversão noturna na cidade de Londrina – PR. Entretanto, temos um olhar especialmente
direcionado à diversão nos moldes da cultura de massa, às “baladas”, e aos seus
principais consumidores: os “jovens”.
OBJETIVOS
A pesquisa como um todo tem como objetivo contribuir com a discussão sobre as
espacialidades e sociabilidades juvenis na cidade por meio do estudo das práticas
socioespaciais dos jovens de Londrinano campo da diversão noturna, buscando
compreender a dimensão e impactos espaciais decorrentes destes processos.
Assim, procuraremos identificar na cidade de recorte os principais centros de lazer
noturno e compreender seu processo histórico de constituição no espaço; levantar o
perfil socioeconômico dos frequentadores destas áreas; mapear o cenário, identificando
territórios constituídos por diferentes grupos que ali se territorializam; identificar os
grupos, suas filiações identitárias e espaciais, suas formas de se colocar nestas áreas e as
relações entre eles; compreender as principais dinâmicas sociais e territoriais internas
destes centros;buscar interpretar a lógica de formação espacial destas áreas e
correlacionar com a lógica da produção do espaço urbano de Londrina como um todo.
Contudo, como a pesquisa está em andamento, os objetivos do presente trabalho são:
apresentar de maneira sucinta à comunidade geográfica as pesquisas desenvolvidas
voltadas aos temas de juventude(s), sociabilidade juvenil, diversão noturna, cidades
1Esta pesquisa está ligada ao projeto temáticodo "Lógicas econômicas e práticas espaciais
contemporâneas: cidades médias e consumo" (FAPESP – Processo nº 2011/20155-3) do Grupo de
Pesquisa Produção do Espaço e Redefinições Regionais (GAsPERR) e na Rede de Pesquisadores sobre
Cidades Médias (ReCiMe).
médias e produção do espaço urbano; apresentar sucintamente algumas das
metodologias de pesquisa nesta área e apresentar alguns dos resultados parciais desta
pesquisa.
METODOLOGIAS
Sobre a metodologia, temos inicialmente o levantamento bibliográfico, seguido de
leitura, fichamento e debate em grupo dos principais textos para nos apropriarmos dos
referenciais teóricos. Também compõe a metodologia um levantamento prévio de
informações da cidade de Londrina através de fontes oficiais (IBGE, IPULL, Prefeitura,
etc.)2, seguido de levantamento na internet e redes sociais3sobre diversão noturna e
estabelecimentos do setor na cidade, buscando compor um mapa prévio para a
orientação dos trabalhos de campo exploratórios.
O principal recurso metodológico se trata da “Observação Participante”, que permite
uma inserção do observador no universo de pesquisa, com trabalhos de campo
sistemáticos na área de interesse, colocando o pesquisador em contato direto com as
realidades e sujeitos pesquisados e permitindo uma investigação mais aprofundada,
sendo
[...] um processo pelo qual mantém-se a presença do observador numa situação social com a finalidade de realizar uma investigação científica. O observador está em relação face-a-face com os observados e, ao participar da vida deles, no seu cenário natural, colhe dados. Assim, o observador é parte do contexto sob observação, ao mesmo tempo modificando e sendo modificado por este contexto (SCHUARTZ & SCHUARTZ, apud TURRA NETO, 2008, p.375).
Os trabalhos de campo – ainda em andamento – começaram de forma exploratória por
toda a cidade em meados de Janeiro de 2014, se aprofundando em algumas áreas até
chegarmos a um recorte mais específico, o das “baladas” de Londrina. Durante o
2 IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia ; IPULL- Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina 3 Levantamento em parceria com a pesquisadora Jayna de Melo Santos em seu projeto de iniciação científica intitulado “As relações de interface nas práticas de diversão noturna nas cidades de Presidente
Prudente-SP e Londrina-PR: Um estudo a partir do Facebook.” (Processo FAPESP 2012/24967-5)
processo, foram e estão sendo feitos registros em áudio, fotografias e vídeos para
compor os “Diários de Campo”, principal recurso para a compilação e registro
sistemático das informações produzidas no campo. Estas saídas estão previstas para
encerrar em meados de Agosto de 2014, visando construir um extenso material
qualitativo acerca das observações e reflexões feitas em campo.
Temos também entrevistas semi-diretivas e as enquetes compondo o arsenal
metodológico como recursos para produção de informação qualitativa e quantitativa
para amparar as análises e ajudar na compreensão das informações produzidas com a
observação participante. Além disso, a produção de mapas temáticos e tabelas serão
utilizados para ilustrar os fenômenos identificados e analisados durante a pesquisa.
DESENVOLVIMENTO E RESULTADOS PRELIMINARES
A “juventude”4 é geralmente associada a algumas ideias no senso comum da nossa
cultura. Vão desde noções consideradas negativas (rebeldia, excessos e abusos,
inconsequência, irresponsabilidade, etc.) à positivas (vitalidade, energia, beleza,
amizades, poucas preocupações), tendo também no imaginário uma forte vinculação
com a idade dos sujeitos e com uma “fase” de preparação para a vida adulta.
Entretanto, conceituar juventude acaba sendo um desafio, tendo em vista que esta é uma
construção cultural extremamente volátil, que está numa infinita reconstrução de seus
significados. Levi e Schmitt (1996, p. 8 apud DIÓGENES, 2008, p. 93) sugerem que
Falar em juventude é movimentar-se em um campo ambíguo de conceituação. A juventude constitui-se como categoria social, no que tange à definição de um intervalo entre a infância e a vida adulta, apenas no final do século XIX, ganhando contornos mais nítidos no início do século XX. A juventude é uma invenção moderna, sendo, desse modo, tecida em um terreno de constantes transformações. Como uma produção social e cultural, a juventude, mais do que qualquer outra categoria, tem
4 Não é a intenção deste trabalho definir o conceito de Juventude, mas apenas contextualizar o leitor. Para uma melhor compreensão do conceito, ver Abramo (1994), Pais (2003), Dayrell (2005), Turra Neto (2008, 2012), et. al.
a característica ‘de ser irredutível a uma definição concreta e estável’.
Além disso, ela pode ser relativizada em muitos aspectos, como os espaciais (levando
em consideração o contexto espacial em que vive o indivíduo), temporais (momento
histórico), socioeconômicos (diferentes condições financeiras, de acesso à bens de
consumo, culturais, etc.) culturais (valores de cada sociedade) entre outros, sendo que a
diferença entre estes aspectos implicam em diferentes experiências e vivências da
“juventude” de cada sujeito(PAIS, 2003; DAYRELL, 2005; TURRA NETO,2008,
2012; PEREIRA, 2012).
Contudo, entendemos neste trabalho que “a juventude é o ator, por excelência, da
cultura de massa, ela ‘protagoniza’ os espetáculos urbanos, ‘esteticiza’ imagens,
difundindo a versatilidade e a liberdade dos movimentos como um modo de ser
‘moderno’.”. (MORIN, 1990 apud DIÓGENES, 2008, p. 100), tendo no consumosua
principal expressão, especialmente o relacionado a signos das “culturas juvenis” e
produtos da indústria cultural.
Pampols (2004, apudMAGNANI, 2005, 176),diz que conceito de “Culturas Juvenis”
[...] aponta mais para as formas em que as experiências juvenis se expressam de maneira coletiva, mediante estilos de vida distintivos, tendo como referência principalmente o tempo livre. Esses ‘estilos distintivos’, identificados por meio do consumo de determinados produtos da cultura de massa, como roupas, música, adereços, formas de lazer etc., remetem à idéia das ‘subculturas’. (grifos nossos)
É sob o viés do consumo da diversão noturna pelos jovens que buscaremos interpretar
algumas dinâmicas na cidade de Londrina – PR, tendo este trabalho a intenção de fazer
um panorama geral das principais centralidades de lazer noturno, uma caracterização
dos principais estabelecimentos e de seu perfil de público.
Londrina, que fica no norte do Paraná, conta com 493.520 habitantes residentes no
perímetro urbano, de um total de 506.701 habitantes (IBGE Cidades, 2010). Segundo
Moura (2004),
[...] o Norte Central Paranaense transformou-se em um complexo urbano de forte dinamicidade e nítidas relações extra-estaduais, englobando duas aglomerações urbanas: a de Londrina, que articula mais sete municípios vizinhos ao pólo, e a de Maringá, que articula mais três (IPARDES, 2000), num conjunto de centralidades expressivas, compondo um extenso eixo concentrador de atividades e de população urbana. (p. 42)
Segundo Ribeiro (2002, 2006), Londrina tem suas centralidades divididas entre o centro
principal e a conformação de subcentros em outras áreas da cidade, para onde
convergem diversos fluxos a procura de mercadorias, serviços, cultura, etc. Do ponto de
vista do lazer, o autor fez um levantamento que aponta para a existência de 232
estabelecimentos classificados como “Diversões (lazer, cinema, teatro, boate,
discoteca, clube, boliche e diversões eletrônicas, locações de filmes, organização de
festas; promoção cultural)”, que representam 1,28% do total de estabelecimentos
levantados pelo estudo. Entretanto, o autor não mostra a disposição espacial destes
estabelecimentos no estudo.
Assim, com ajuda do levantamento inicial via redes sociais e dados colhidos na internet,
foi gerado um mapa temático,que se demonstrou bastante fido ao que foi constatado
empiricamente, com algumas pequenas deficiências (como estabelecimentos que já
haviam fechado, mas pouquíssima ausência de estabelecimentos em atividade),
ajudando a identificar quais eram as principais centralidades de lazer noturno de
Londrina, na tentativa de constatar a existência de alguma área coesa que representasse
um centro para a diversão noturna.
Inicialmente, partimos do pressuposto de que haveriamem Londrina algumas áreas
coesas que representariam centros de lazer noturno, com uma proximidade entre os
estabelecimentos que representasse uma centralidade para jovens de toda a cidadee
permitisse o encontro entre diferentes públicos. Estas áreas são o que Magnani (1996)
chama de “Manchas de Lazer”, ou seja, uma
[...] área contígua do espaço urbano dotada de equipamentos que marcam seus limites e viabilizam – cada qual com sua especificidade, competindo ou complementando - uma atividade ou prática predominante. Numa mancha de lazer os
equipamentos podem ser bares, restaurantes, cinemas, teatros, o café da esquina etc., os quais, seja por competição ou complementação, concorrem para o mesmo efeito: constituem pontos de referência para a prática de determinadas atividades [...] (MAGNANI,1996, p. 40 e 41, grifos nossos)
Nestas áreas é comum o encontro de sujeitos e grupos com diferentes filiações
identitárias, classes sociais, orientações sexuais, etc., sendo possível uma tensão interna
e também a formação e disputa de territorialidades.
Entretanto, o que encontramos foi um cenário de pouca coesão espacial entre os
estabelecimentos de uma forma geral, tendo apenas no “centro histórico” uma relativa
densidade de estabelecimentos (predominantemente barzinhos/pubs) que, apesar de suas
diferenças, não geram muitas tensões entre seus públicos por ter um caráter muito
“internalizado”, onde os clientes pouco ficam no espaço público (calçadas, ruas, praças,
parques, etc.), permanecendo do lado de fora dos estabelecimentos apenas para se
locomover dos estacionamentos até os mesmos, ou para fumar quando não há área
reservada para fumantes.
A prática muito comum de ficar na porta dos estabelecimentos, transitar pelas calçadas e
espaços públicos que circundam,ficar encostado nos carros estacionados “vendo o
movimento”, desfilar com automóveis vagarosamente pela área, entre outras práticas
relatadas por diversos autores como Almeida & Tracy (2003), Nécio Turra Neto (2008),
Pereira (2012) entre outros, parecem ser menos presentes neste estudo de caso,
aparentemente por conta da preocupação com a segurança. Praticamente todos os
estabelecimentos observados – até mesmo pequenos “barzinhos” – possuem seguranças
particulares, que ficam na frente e/ou na porta do estabelecimento, vigiando o ambiente
e muitas vezes controlando quem entra e quem sai. Contudo, ainda não identificamos
quais são os motivos reais que levam os jovens a não se apropriarem dos espaços
públicos durante a noite.
Os poucos espaços públicos utilizados pelos jovens para se divertir e sociabilizar que
foram identificados5 nesta lógica da diversão noturnasão: a) o chamado “Zerão” –
grande parque próximo ao centro com áreas verdes, gramados, campos de futebol e uma
grande concha acústica com arquibancada; b) calçadas próximas à postos de
combustível e conveniências da Avenida Higienópolis, uma das principais vias da
cidade, que liga o setor sul ao centro e faz parte dos principais trajetos identificados
feito pelos jovens à procura de diversão. Contudo, estes espaços são ocupados
marcadamente por jovens de menor renda, que se reúnem em pequenos grupos de
amigos para conversar, ouvir música, paquerar, beber e fumar.
O primeiro destes é frequentado geralmente por jovens que compartilham símbolos de
algumas culturas juvenis específicas, que identificamos de maneira genérica aqui como
rock, skatistas, hip-hop e rap. O segundo grupo de jovens mescla referências estéticas
que não remetem a nenhuma cultura juvenil específica (com roupas casuais, do dia-a-
dia).Alguns utilizam referências estéticas do hip-hop, rap e funk. Estes elementos
estéticos somados ao que se pode ouvir dos carros estacionados no entorno ajuda-nos
nesta identificação das filiações identitárias destes jovens6.
Desta maneira, foi constatado que Londrina atualmente possui um perfil de
estabelecimentos de diversão noturna predominantemente voltado para um público de
renda relativamente alta, o que os empresários entrevistados até o momento chamaram
de “Classe A e B”. Alinhados com as tendências recentes, o formato que tem
predominado é o “barzinho” ou “PUBs”, geralmente com ambientes relativamente
pequenos (capacidade para entre 40 e 120 pessoas sentadas aproximadamente), mesas e
cadeiras usualmente de madeira, servindo porções de petiscos, cervejas e
5 É importante frisar que, além da inviabilidade de constatar e acompanhar empiricamente todos os possíveis espaços públicos apropriados pelos jovens em Londrina para se reunir e sociabilizar, não era o objetivo do trabalho acompanhar todos estes pontos, mas gerar um panorama geral dos espaços de sociabilidade juvenil e lazer noturno. Contudo, houve um grande esforço de identificação em várias áreas da cidade, inclusive em bairros periféricos, mas que não revelaram espaços que houvesse expressividade como centralidade de sociabilidade ou lazer dos jovens, que aparentemente tendem a procurar lazer no centro. 6 É importante mencionar que estes grupos não foram estudados com profundidade e que esta é uma caracterização genérica.
chopps(atualmente com cartas com dezenas de opções, nacionais, importadas e
artesanais), coquetéis (também com grande variedade de drinks preparados com bebidas
nacionais e importadas), iluminação média e música em volumes “agradáveis”, que
permitem conversas entre um grupo de amigos sem muitas dificuldades do ponto de
vista da poluição sonora. O estilo das músicas varia de acordo com a proposta do bar,
que também pode ser cambiante ao longo dos dias da semana e do mês, para atrair
diferentes públicos, tendência também identificada em outras cidades médias
investigadas pelo grupo de pesquisa.
Além dos elementos pontuados, temos como resultado preliminar da pesquisa o
seguinte mapa temático atualizado, com os principais estabelecimentos de lazer noturno
ativos na cidade, destacando a identificação de alguns eixos onde tradicionalmente
abrem e fecham estabelecimentos ao longo do tempo e por onde passam os principais
fluxos à procura de lazer noturno.
Mapa Temático 1 - Londrina
Pudemos identificar que há uma concentração destes estabelecimentos nas áreas
próximas ao centro e áreas valorizadas da cidade, sendo pouquíssima a presença em
bairros afastados ou de periferia po
apenas pequenos bares e lanchonetes, voltados para os moradores do bairro e com
horário de funcionamento mais limitado (a maioria fechando antes mesmo da meia
noite) que conota sua proposta mais “familiar” do que de diversão noturna ou par
público especificamente juvenil.
Na área delimitada no mapa como “centro histórico” é onde há uma maior coesão
espacial destes estabelecimentos, que apesar de serem próximos, como mencionado, não
parecem ter grande relação entre seus públicos. Entreta
Londrina – PR – Principais Estabelecimentos de Diversão Noturna.
Pudemos identificar que há uma concentração destes estabelecimentos nas áreas
próximas ao centro e áreas valorizadas da cidade, sendo pouquíssima a presença em
bairros afastados ou de periferia pobre. Nos bairros mais populares
apenas pequenos bares e lanchonetes, voltados para os moradores do bairro e com
horário de funcionamento mais limitado (a maioria fechando antes mesmo da meia
noite) que conota sua proposta mais “familiar” do que de diversão noturna ou par
público especificamente juvenil.
Na área delimitada no mapa como “centro histórico” é onde há uma maior coesão
espacial destes estabelecimentos, que apesar de serem próximos, como mencionado, não
parecem ter grande relação entre seus públicos. Entretanto, representa um centro para
imentos de Diversão Noturna.
Pudemos identificar que há uma concentração destes estabelecimentos nas áreas
próximas ao centro e áreas valorizadas da cidade, sendo pouquíssima a presença em
estão presentes
apenas pequenos bares e lanchonetes, voltados para os moradores do bairro e com
horário de funcionamento mais limitado (a maioria fechando antes mesmo da meia-
noite) que conota sua proposta mais “familiar” do que de diversão noturna ou para um
Na área delimitada no mapa como “centro histórico” é onde há uma maior coesão
espacial destes estabelecimentos, que apesar de serem próximos, como mencionado, não
nto, representa um centro para
onde afluem os fluxos à procura de lazer noturno quando se trata de “barzinhos” em
Londrina.Contudo, estas áreas se demonstraram pouco dinâmicas do ponto de vista da
sociabilidade juvenil, pois seus públicos são predominantemente de casais ou pequenos
grupos de amigos, que demonstram pouca interação com os outros grupos ou sujeitos do
ambiente.
Por este motivo, direcionamos nossa análise para as 4 principais “baladas” da cidade,
sendo ambientes com infraestrutura maior, capacidade para centenas de pessoas
(chegando a lotações que passam o número de 1400 pessoas), iluminação de show/festa
(com lazers, flashes, globos de espelho, etc.), equipamento de som para apresentações
ao vivo (com alta potência e qualidade), mais de um ambiente (com diversos camarotes
fechados, lounges) e a proposta de diversão voltada para os jovens signatários destas
culturas juvenis de massa, que buscamos investigar.
Estes estabelecimentos, que são relativamente recentes (que tem entre 4 a 8 anos de
funcionamento aproximadamente), demonstraram algumas peculiaridades em suas
estratégias locacionais que nos apontam para algumas possíveis tendências neste ramo,
que serão confirmadas ao longo processo de investigação com o auxílio das entrevistas
aos proprietários dos estabelecimentos e comparações com outros estudos análogos.
Um dos aspectos importantes para se observar é que todas elas se localizam em áreas de
expansão urbana e especulação imobiliária, com proximidade a vazios urbanos e
importantes vias da cidade. A porção sul/sudoeste da cidade onde se instalam é
caracterizada pela recente e forte presença de empreendimentos imobiliários de alto
padrão, voltados para as classes mais abastadas, tanto em condomínios verticais quanto
condomínios horizontais fechados. Ao que tudo indica, há uma aparente correlação
entre os principais eixos viários que ligam estas áreas de moradia das classes sociais
mais abastadas e o centro da cidade e a instalação destas boates.
Também há proximidade em duas das quatro casas noturnas com campi universitários,
que conotam a estratégia dos proprietários de estarem próximos do local de moradia e
estudo de um grande número de jovens universitários – grandes consumidores deste tipo
de diversão oferecida por estes empresários da noite.
Assim, identificamos que estes estabelecimentos tem um perfil de público de classe
média/alta, predominantemente ligados às culturas juvenisatualmente populares nas
mídias de massa, reconhecidas por “Sertanejo Universitário” e “Eletrônico” (com
predominância de algumas vertentes como o deephouse e discotecagens das músicas
eletrônicas em alta na mídia, o chamado mainstream).
Estes e outros elementos que serãoconstatados durante a investigação são alguns dos
principais apontamentos que compartilhamos neste trabalho como resultados parciais da
pesquisa, que buscamos trazer de maneira sucinta para contextualizar o leitor sobre o
debate do consumo de diversão noturna pelos jovens e produção do espaço urbano.
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