1 Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social: desenvolvimento e avaliação de uma proposta combinando teatro do oprimido e videofeedback. Maria Amélia Penido fevereiro/2009 UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS INSTITUTO DE PSICOLOGIA PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA Tese de doutorado submetida ao corpo docente do Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários à obtenção do grau de doutor em psicologia. Formatado: Justificado Formatado: Fonte: Itálico Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Fonte: 16 pt Formatado: Centralizado, Espaçamento entre linhas: Duplo Formatado: Esquerda Excluído: ¶ ¶ Projeto de Doutorado para Qualificação¶ Excluído: <sp> Excluído: ¶ Excluído: ¶ Excluído: Por Maria Amélia Penido¶ Março/2007¶
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Justificado Tratamento cognitivo comportamental em grupo ... · Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Esquerda: 4,99 cm, Primeira
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Transcript
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Tratamento cognitivo comportamental em grupo para fobia social:
desenvolvimento e avaliação de uma proposta combinando teatro do
oprimido e videofeedback.
Maria Amélia Penido
fevereiro/2009
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
INSTITUTO DE PSICOLOGIA
PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA
Tese de doutorado submetida ao corpo docente do
Programa de Pós-Graduação em Psicologia do Instituto
de Psicologia da Universidade Federal do Rio de
Janeiro - UFRJ, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do grau de doutor em psicologia.
Formatado: Justificado
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Formatado: Esquerda
Excluído: ¶¶Projeto de Doutorado para Qualificação¶
Excluído: <sp>
Excluído: ¶
Excluído: ¶
Excluído: Por Maria Amélia Penido¶Março/2007¶
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FICHA CATALOGRÁFICA
Penido, Maria Amélia Tratamento cognitivo comportamental, em grupo,
para fobia social: desenvolvimento e avaliação de
uma proposta combinando teatro do oprimido e
videofeedback. Rio e Janeiro: IP/UFRJ, 2009.
Orientador: Bernard Pimentel Rangé Tese (Doutorado) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Instituto de Psicologia, 2009.
Formatado: Normal
Formatado: Justificado
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DEDICATÓRIA:
“Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental
Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão
É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta
Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso
Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen
Dedico esse estudo a todos as
pessoas que acreditaram e
participaram comigo dessa
pesquisa.
Formatado: Direita
Formatado: Direita, Recuo:Esquerda: 4,99 cm, Primeiralinha: 1,25 cm
Formatado: Direita, Recuo:Esquerda: 7,49 cm
Formatado: Direita
Formatado: Fonte: 14 pt,Negrito
Formatado: Justificado,Espaçamento entre linhas: Duplo
Formatado: Centralizado
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Formatado: Fonte: 14 pt,Negrito
Formatado: Direita
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AGRADECIMENTOS: As pessoas que tornaram esse trabalho possível aceitando participar da pesquisa; os clientes. Bernard Pimentel Rangé, meu orientador, amigo e modelo pelo qual tenho profunda admiração. As co-terapeutas Carla Giglio, Larissa Lessa, Priscila Lourenço Leite pela competência, organização, dedicação e imensa contribuição ao longo do percurso. Ao Daniel Sampaio, por seu incentivo, apoio, amor e carinho. Companheiro sempre presente em todas as minhas conquistas, do vestibular ao doutorado, me dando força. Ao meu filho, pela alegria imensa com sua chegada. A Kátia Cristina De Oliveira Telles, pessoa especial que admiro muito, por seu apoio sempre incondicional. À minha família: minha mãe pelo exemplo de vida; meus irmãos: Cristiana Penido, Henrique Penido, Marianna Penido Cesário Alvim, meu cunhado Thiago Cesário Alvim e sobrinhos: Bibi e Pedro pela amizade a apoio. A meu pai, Henrique Penido (in memoriam)
As minhas amigas Paola Rocha, Rosana Correa, Marcella Sampaio e Ana Luiza Thiago irmãs por opção, sempre presentes na minha vida.
As minhas sócias e amigas Fernanda Pereira, Luciana Rizo e Fabiana Trotta pelo incentivo e carinho. A Heitor Pontes Hirata, Fernanda Ponce de Leon Arruda e Sthefani Nogueira Saraiva pelo interesse e empenho. A Eliane Falcone, Ivan Figueira, Paula Ventura, Patrícia Pacheco, Zilda Del Prette, Lucia Novaes e Leonardo Fontenelle pela disponibilidade, exemplo e contribuição. A Mônica Rodrigues Campos, pela ajuda na construção do banco de dados e na análise estatística. A Maria de Fátima Klotz pela revisão de texto e apoio. A Ana Cristina Brasil Arcos e Giancarlo Quadros dos Santos Mauro pela boa vontade e atenção
Formatado: Esquerda,Espaçamento entre linhas: simples
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Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito, Não Itálico
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RESUMO:
INTRODUÇÃO: A fobia social é considerada um transtorno grave, de curso crônico, que pode chegar a ser incapacitante. É o segundo transtorno psiquiátrico mais comum, havendo estimativas de que possa atingir mais de 13% da população geral. È um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente, em situações sociais. Os fóbicos sociais têm medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhes seja embaraçoso ou humilhante, e procuram evitar as situações sociais ou suportá-las com bastante desconforto. Não evitam apenas estar em situações sociais, mas também fogem de contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com a cabeça baixa e os ombros para dentro. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a terapia cognitivo-comportamental, em grupo. METODOLOGIA: O presente trabalho é a descrição dos resultados de uma pesquisa que teve como objetivo desenvolver um programa de tratamento psicológico, estruturado para fobia social, aliando a terapia cognitivo-comportamental, em grupo, às técnicas do Teatro do Oprimido e também técnicas de videofeedback, e avaliar a eficácia desse tratamento em comparação a um grupo controle em lista de espera. Também avaliou especificamente o uso do videofeedback no treinamento da habilidade social de falar em público. Foram avaliados 35 sujeitos que participaram do tratamento e 21 sujeitos em lista de espera. As avaliações ocorreram antes do início da terapia, ao final da terapia e após um mês do término da terapia. Foram realizadas 17 sessões com duração de duas horas cada e uma sessão com duração de quatro horas; referente à avaliação do uso do videofeedback no desenvolvimento da habilidade social de falar em público. As sessões ocorreram duas vezes por semana. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram: Ficha de Identificação; Critério Brasil; Inventário Beck de Depressão; Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI); Inventário de Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE); Escala de Auto-Estima, e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados pelos seguintes instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em Público; Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, e Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no grupo experimental nos períodos pré e pós videofeedback. RESULTADOS: Foram realizadas duplas digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior checagem das mesmas, com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o pacote estatístico SPSS versão 8.0. Os resultados encontrados mostram uma diferença, estatisticamente significativa, entre os resultados do grupo controle e do grupo experimental, inclusive na avaliação da habilidade de falar em público da sessão de videofeedback. O grupo experimental melhorou significativamente e o grupo controle não. CONCLUSÕES: Os resultados encontrados indicam que o modelo proposto se mostrou mais eficaz que a passagem do tempo e o uso do videofeedback, para o desenvolvimento da habilidade falar em público, foi uma intervenção efetiva. Palavras-Chave: fobia social, cognitivo-comportamental, videofeedback, teatro do oprimido.
Formatado: Centralizado,Espaçamento entre linhas: Duplo
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ABSTRACT: INTRODUCTION: social phobia is considered to be a serious disorder, of chronic course that can lead to incapability. It is the second most common psychiatric disorder, being estimated to reach more than 13% of ordinary population. It is characterized by its carrier’s fear to be evaluated negatively in social situations. Social phobia patients are afraid to act, behave or demonstrate symptoms of anxiety that might be embarrassing or humiliating, trying thus to prevent themselves from social situations or on the other hand cope with the discomfort. They not only, prevent getting involved in social situations but also flee from social contact by deviating eye contact, speaking the least possible and as low as possible, head directed to feet and shoulders inward. Today, the treatment considered the most effective for social phobia is the cognitive behavior therapy in group. METHODOLOGY: this present work is a description of the results acquired from a research that had the objective of developing a program of structured psychological treatment for social phobia, aliening behavioral cognitive therapy in group to techniques of Theater of Oppressed Individuals and also Videofeedback techniques to evaluate the efficiency of this treatment in comparison to a Control group in stand by list. It was also evaluated, specifically, the use of videofeedback in the training of the ability to speak out in public. Thirty-five patients who participated in the treatment, and twenty-one individuals on the stand by list, were evaluated. The evaluations occurred before the beginning of the therapy, at the end of the therapy and after a month past the end of the therapy. Seventeen sessions, two hours each and one, lasting four hours; referring to the evaluation of the videofeedback in the development of social ability of speaking out to an audience were performed. Thirty-five individuals were evaluated while participating. The sessions happened twice a week. Instruments used in the research were: Identification slip, Brazil Criterion, Beck Depression Inventory, Beck Anxiety Inventory; Social Phobia Anxiety Inventory (SPAI); Social Ability Inventory (SAI); Social Phobia Scale; Fear of Negative Evaluation (FNE); Self Esteem Scale and the results referring to the videofeedback session, evaluated by the following instruments: Global Scale of Evaluations of accomplishment of the ability to speak out in public.; Scale of Anxiety Symptom Perception and Scale of Evaluation of the accomplishment of the ability to speak out in public. The instruments of the videofeedback session were used only in the experimental group when they were in the pre and post videofeedback. RESULTS: Double data process was performed in all instruments utilized in the research and later used in the checking of same; with corrections of the discrepant items. For analysis of the data, the SPSS statistics pack (version 8.0) was used. The results found showed a significant statistical difference between the control group and the experimental group, including the evaluation of the ability to speak out in public in the videofeedback session. The experimental group improved in a significant way, while the control group did not. CONCLUSIONS: The protocol proposed proved to be more effective than the passing of time. The videofeedback techniques showed more effective results in the development of the social ability to speak out in public. Key Words: social phobia, cognitive behavior therapy, videofeedback, theater of the oppressed.
Formatado: Espaçamentoentre linhas: Duplo
Formatado: Centralizado,Espaçamento entre linhas: Duplo
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Lista de Tabelas e Gráficos
Tabela 1 Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do estudo
162
Tabela 2 Distribuição da frequencia da variável gênero segundo os grupos de comparação do estudo
163
Tabela 3 Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de investigação do estudo
163
Tabela 4 Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de investigação
164
Tabela 5 Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de investigação
165
Tabela 6 Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os dois grupos de investigação
165
Tabela 7 Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos de investigação
166
Tabela 8 Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos do estudo
166
Tabela 9 Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de investigação
167
Tabela 10 Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois grupos de investigação
168
Tabela 11 Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de investigação
168
Tabela 12 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de depressão segundo os dois grupos de investigação
169
Tabela 13 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de ansiedade segundo os dois grupos de investigação
170
Tabela 14 Di15stribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e An16seidade segundo os dois grupos de investigação
171
9
Tabela 15 Di18stribuição da frequencia dos pacientes por categorias de fobia19 social segundo os dois grupos de investigação
173
Tabela 16 Distribuição das médias dos escores do SPAI segundo os dois grupos de investigação
175
Tabela 17 Distribuição das médias do escore total e fatores do IHS segundo os dois grupos de investigação
175
Tabela 18 Distribuição da frequencia dos pacientes por categoria no fator enfrentamento com risco do IHS segundo os dois grupos de investigação
177
Tabela 19 Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de intensidade da ansiedade de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois grupos de investigação
178
Tabela 20 Distribuição da frequencia dos pacientes por categorias de evitação de situações sociais de acordo com a Escala de Fobia social segundo os dois grupos de investigação
179
Tabela 21 Distribuição das médias da escala de fobia social segundo os grupos de investigação
180
Tabela 22 Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a escala FNE nos dois grupos de comparação do estudo
181
Tabela 23 Distribuição das médias da escala FNEsegundo os dois grupos de comparação do estudo
182
Tabela 24 Distribuição de frequencia dos pacientes por categoria de acordo com a Escala de Auto-Estima nos dois grupos de comparação do estudo
183
Tabela 25 Distribuição das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de comparação do estudo
184
Tabela 26 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EAGD no grupo experimental em dois periodos de avaliação
185
Tabela 27 Distribuição das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
185
Tabela 28 Distribuição de frequencia dos pacientes por categorias de acordo com a EPSA segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
186
10
Tabela 29 Distribuição das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
187
Tabela 30 Distribuição de fequencia dos pacientes por categoria de acordo com a EAD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
188
Tabela 31 Distribuição das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois periodos de avaliação
189
Gráfico 1 Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo
189
Gráfico 2 Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Ansiedade segundo os dois grupos de comparação do estudo nos tr~es períodos de investigação
162
Gráfico 3 Box-plot das médias do SPAI segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação
172
Gráfico 4 Box-plot das médias dos fatores da Escala de Fobia Social segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação
174
Gráfico 5 Box-plot das médias da FNE segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação
180
Gráfico 6 Box-plot das médias da Escala de Auto-Estima segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação
182
Gráfico 7 Box-plot das médias da EAGD segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação
184
Gráfico 8 Box-plot das médias da EPSA segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação
186
Gráfico 9 Box-plot das médias da EAD segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação
187
11
Lista de Siglas
ABA Associação Brasileira de Anunciantes
ABIPEME Associação Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado
ANEP Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado
APA American Psychology Association
CIS-R Clinical Interview Schedule
DPA Divisão de Psicologia Aplicada
DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Doenças Mentais
EAD Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade Falar em Público
EAGD
Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em
Público
EPSA Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade
FNE Escala de Medo da Avaliação Negativa
IHS Inventário de Habilidades Sociais
NCS Nacional Comorbidity Survey
OMS Organização Mundial da Saúde
SCID-II Structured Clinica Interview for DSM-III Personality Disirders
SPAI Inventário de Ansiedade e Fobia Social
TA Treino Assertivo
TCC Terapia Cognitivo-Comportamental
THS Treinamento em Habilidades Sociais
TKS Taijin Kyofusho
TO Teatro do Oprimido
TREC Terapia Racional Emotivo Comportamental
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro Formatado: Esquerda,Espaçamento entre linhas: Duplo
12
SUMÀRIO
1. INTRODUÇÂO 16
1.1 OBJETIVOS 18
1.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 18
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 18
2.1 FOBIA SOCIAL: 18
2.1.1 Descrição do Transtorno 18
2.1.2 Curso 19
2.1.3 Subtipos 19
2.1.4 Prevalência 20
2.1.5 Comorbidades 21
2.1.6 Diferenças Culturais 25
2.2 ETIOLOGIA DA FOBIA SOCIAL 26
2.2.1 Fatores hereditários 26
2.2.2 Fatores biológicos 26
2.2.3 Condicionamento clássico e operante 28
2.2.4 Fatores neurobiológicos 29
2.2.5 Modelo de preparo 31
2.2.6 Aprendizagem vicária 34
2.2.7 Fatores etológicos 34
3. TERAPIA COGNITIVO COMPORTAMENTAL 35
3.1 TERAPIA COGNITIVA 38
3.2 MODELO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL 39
3.3 TRATAMENTO COGNITIVO-COMPORTAMENTAL DA FOBIA SOCIAL 42
3.3.1 Terapia cognitivo-comportamental em grupo 43
3.3.2 Terapia cognitivo-comportamental em grupo para fobia social 50
4. HABILIDADES SOCIAIS: 51
4.1 TREINAMENTO EM HABILIDADES SOCIAIS 56
4.1.1 Treinamento em Habilidades Sociais e Fobia Social 60
4.1.2 Habilidade Social Falar em Público 62
5. TEATRO DO OPRIMIDO 68
5.1 Teatro do Oprimido e Terapia Cognitivo-Comportamental 72
VIDEO COMO FEEDBACK 74
7. MÉTODO 82
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Excluído: ¶
13
7.1 Tipo de estudo 82
7.2 Local do estudo 82
7.3 População estudada 82
7.4 Instrumentos 82
7.4.1 CIS_R- Clinical Interview Schedule 82
7.4.2 SCID-III Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders 83
7.4.3 Ficha de identificação 83
7.4.4 Critério Brasil 83
7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI 83
7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais- IHS 84
7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade 85
7.4.8 Inventário Beck de Depressão 85
7.4.9 Escala de Fobia Social 85
7.4.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) 85
7.4.11 Escala de Auto-Estima 85
7.4.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em 86
7.4.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público 86
7.4.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 87
7.5 Critérios de inclusão 87
7.6 Critérios de exclusão 87
7.7 Aspectos éticos 87
7.8 Procedimentos 88
7.9 Descrição do protocolo de tratamento em grupo utilizado na pesquisa 91
8 RESULTADOS 161
8.1 DESCRIÇÃO DA AMOSTRA 162
8.1.1 Idade 162
8.1.2 Gênero 163
8.1.3 Estado Civil 163
8.1.4 Condição de trabalho atual 164
8.1.5 Grau de escolaridade 165
8.1.6 Tratamento psicológico 165
8.1.7 Uso de medicação 166
8.1.8 Consumo de álcool para manejo de ansiedade 166
8.1.9 Vivência de evento traumático precipitante 167
8.2 CRITÉRIO BRASIL 167
14
8.3 INVENTÁRIOS BECK DE DEPRESSÃO E ANSIEDADE 168
8.3.1 Inventário Beck de Depressão 168
8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade 169
8.4 INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI) 172
8.5 INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS (IHS) 174
8.6 ESCALA DE FOBIA SOCIAL 177
8.7 ESCALA DE MEDO DA AVALIAÇÃO NEGATIVA (FNE) 181
8.8 ESCALA DE AUTO-ESTIMA 182
8.9 ESCALAS DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK 184
8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público 186
8.9.2 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público 187
8.9.3 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 187
9 DISCUSSÃO 190
10 CONCLUSÃO 195
11 REFERÊNCIAS 198
12 APÊNDICES 206
12.1 APOSTILA ENTREGUE A PACIENTES 207
12.1.1Descrição do relaxamento proposto 248
12.2 GRÁFICO DE AVALIAÇÃO DA SESSÃO DE VIDEOFEEDBACK 249
13. ANEXOS: 250
13.1 Aprovação do Comitê de Ètica 251
13.2 Termo de consentimento Livre e Esclarecido 252
13.3 Ficha de identificação 253
13.4 Critério Brasil 254
13.5 Inventário Beck de Depressão 255
13.6 Inventário Beck de Ansiedade 257
13.7 Inventário de Ansiedade e Fobia Social- SPAI 258
13.8 Inventário de Habilidades Sociais- IHS 263
13.9 Escala de Fobia Social 266
13.10 Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) 268
13.11 Escala de Auto-Estima 269
13.12 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade de falar em Público 271
13.13 Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade da Habilidade de Falar em
Público 272
13.14 Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar em Público 273
15
1. INTRODUÇÃO
Uma característica básica da vida humana é a sociabilidade. É bastante improvável que a vida humana
pudesse existir no isolamento social. O caráter societário da vida humana aparece no pensamento de
filósofos gregos desde o célebre pensamento de Aristóteles “O homem é um animal social” (Del Prette
& Del Prette, 1999). Se a vida humana ocorre em sociedade podemos considerar que a dificuldade de
interagir socialmente constitui um problema relevante. A maioria das pessoas apresenta alguma
dificuldade interpessoal, porém, quando essa dificuldade é extrema e causa prejuízos significativos à
vida do indivíduo então é caracterizada como patológica.
A fobia social é um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em
situações sociais. O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de
maneira que lhe seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com
bastante desconforto. Atualmente o tratamento considerado mais efetivo para a fobia social é a terapia
cognitivo-comportamental, em grupo, (Caballo,2003; Falcone & Figueira, 2001).
O interesse pelo desenvolvimento desse tema surgiu ao longo do meu curso de graduação e mestrado.
Nesse período realizei trabalhos na área clínica com abordagem cognitivo-comportamental, realizei um
projeto de iniciação científica cujo tema era a utilização do vídeo em pesquisa psicossocial e desenvolvi
um trabalho em grupo referente à utilização de técnicas de teatro do oprimido, aplicadas à psicologia. No
mestrado trabalhei com avaliação do repertório de habilidades sociais de pacientes com fibromialgia.
Como estagiária da Divisão de Psicologia Aplicada (DPA-UFRJ) tive a oportunidade de trabalhar com
pacientes fóbicos sociais como terapeuta em um tratamento cognitivo-comportamental, em grupo. O
elemento principal desse tratamento foi à reestruturação cognitiva combinada à exposição, ao vivo.
Intervenção de eficácia comprovada. Porém, ao realizar esse grupo, percebi a necessidade de trabalhar
mais o repertório não verbal dos pacientes. Os fóbicos sociais não evitam apenas estar em situações
sociais, mas também fogem do contato social desviando o olhar, falando baixo e o menos possível, com
a cabeça baixa e os ombros para dentro.
Formatado: Recuo: Esquerda: 0 cm, Espaçamento entrelinhas: 1,5 linha
Formatado: Fonte: Negrito
Excluído: Justificativa
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
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Integrar técnicas de teatro e vídeo ao tratamento poderia maximizar a eficácia da terapia cognitivo-
comportamental, em grupo, para fobia social; melhorando a qualidade de vida de pessoas com esse
problema. Essa proposta possibilita trabalhar a reestruturação cognitiva e a exposição, de maneira
criativa, além de trabalhar o repertório gestual e a imagem dos pacientes fazendo com que, ao fim da
terapia, eles tenham adquirido ferramentas suficientes para interagir socialmente.
De acordo com o DSM-IV-TR (2002), os indivíduos com fobia social podem ter habilidades sociais
deficientes (e.g., contato visual direto deficiente ou inadequado) ou sinais de ansiedade como tremor,
rubor e mãos úmidas. Pessoas com esse problema podem ter um desempenho abaixo do esperado no
trabalho, em função da ansiedade durante trabalhos em grupo, de falar em público ou com figuras de
autoridade e colegas, ou podem se engajar em comportamentos de esquiva dessas situações. Muitas
vezes essas pessoas dispõem de redes diminuídas de apoio social e têm dificuldade de interagir com o
gênero oposto, tendo menor probabilidade de estabelecer relações estáveis e duradouras. Em casos
graves, os indivíduos podem abandonar os estudos ou perder o emprego, não procurando outro em
virtude da dificuldade em realizar entrevistas. É comum também que essas pessoas tenham qualificação
para ocupar cargos melhores do que ocupam, rejeitando promoções em função dessa patologia.
A fobia social é uma patologia grave que pode chegar a ser incapacitante. É o 3º transtorno psiquiátrico
mais comum, havendo estimativas de que possa atingir 13% da população geral (Echeburúa, 1997).
Considero que todas essas características tornam relevante o tema proposto.
Caballo (2003) ressalta a importância de se dispor de programas de tratamento psicológicos estruturados
e protocolizados. Isso não constitui um impedimento para que o terapeuta possa modificar, eliminar ou
incluir os elementos que acredite ser necessários a um paciente com fobia social.
A existência de programas estruturados daria a muitos psicólogos uma maior segurança por
dispor de intervenções que se tenham mostrado eficazes com determinados transtornos
psicológicos, independentemente de que a experiência e o conhecimento que possua cada
psicólogo o ajudem a planejar uma intervenção que se adapte melhor às características
peculiares do sujeito ou grupo de sua prática clínica. (Caballo, 2003, p.114).
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
17
1.1 Objetivos
Desenvolver um programa de tratamento psicológico estruturado para fobia social, aliando a terapia
cognitivo-comportamental, em grupo, a técnicas do Teatro do Oprimido e técnicas de vídeofeedback.
Avaliar a eficácia desse tratamento em comparação a um grupo controle em lista de espera
1.2. Objetivos específicos
-Avaliar especificamente o uso do videofeedback no treinamento da habilidade de falar em público.
-Realizar um grupo controle em lista de espera sem atendimento psicológico.
2 . FU NDAM ENT AÇÃ O T EÓ RI CA
2.1 Fobia Social (Transtorno de ansiedade social).
2.1.1 Descrição do Transtorno.
Observamos, ao longo da história, que o medo e a ansiedade em situações sociais têm sido descritos nos
mais diferentes contextos. Os termos síndrome da timidez, fobia social e evitação social aparecem na
literatura desde os tempos antes de Hipócrates. O termo fobia social aparece descrito, pela primeira vez,
nos estudos de Janet, que datam de 1903, referindo-se a pacientes que apresentam medo de serem
observados ao falar em público, ao tocar piano ou ao escrever (citado por Heckelman & Schneie, 1995).
O conceito atual de fobia social começa a ser esboçado na década de 60, pelos trabalhos de Marks e
Gelder (1966) que descrevem uma condição em que um indivíduo fica muito ansioso em situações que
se considera exposto à observação e avaliação alheia. Marks continua a estudar esse fenômeno,
desenvolvendo o conceito de fobia social, que em 1980 passa a fazer parte do DSM-III (APA, 1980).
Essa data marca o aparecimento da fobia social como entidade nosológica, sendo definido como um
medo excessivo e irracional, acompanhado de um desejo de evitar situações em que o indivíduo é
exposto à avaliação dos outros.
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Itálico
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Formatado: Sem sublinhado
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Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Justificado
Excluído: e em comparação a um tratamento cognitivo comportamental sem teatro e videofeedback¶
Excluído: ¶-Realizar um grupo de tratamento cognitivo comportamental sem técnicas de teatro e videofedback¶-Realizar o protocolo de psicoterapia cognitivo comportamental em grupo com as técnicas de videofeedback e teatro do oprimido avaliando sua eficácia em comparação ao grupo de tratamento cognitivo comportamental sem técnicas de teatro do oprimido e videoffedback ¶-Comparar as duas intervenções de tratamento com o grupo controle em lista de espera sem tratamento¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶¶
Excluído: Fundamentação Teórica
Excluído: ¶
Excluído: Ansiedade Social
Excluído: ¶
Excluído: ansiedade social
18
Em 1994 é publicado o DSM-IV (APA, 1994), que descreve com mais precisão o conceito de fobia
social, que passa a caracterizar-se pelo medo excessivo de comportar-se de maneira embaraçosa ou
humilhante, associado à necessidade do indivíduo de evitar situações em que possa ser observado ou
avaliado por outros. Estando nas situações temidas, os fóbicos sociais podem apresentar sinais físicos de
ansiedade, como o aparecimento de rubor, sudorese, palpitação, tremor nas mãos ou da fala e urgência
em evacuar, urinar e/ou vomitar, ou apenas “autoconsciência” (tendência do indivíduo a concentrar a
atenção excessivamente em si mesmo) e medo (Heimberg, Liebowitz, Hope & Schneier, 1995; Rapee,
1995). As situações temidas mais freqüentes são: falar em público, ler ou assinar em público, comer e
beber diante de outras pessoas, falar ao telefone e a maioria das situações que envolvem contato
interpessoal. Essas características causam prejuízo significativo na vida profissional e social dos fóbicos
sociais, que passam a evitar as situações temidas ou suportá-las com grande desconforto (Clark & Wells,
1995; Heckelman et al, 1995). A evitação fóbica pode ser sutil: desviando os olhos, evitando iniciar uma
conversação; ou extrema, ao se evitar todos os contatos interpessoais fora do ambiente familiar, (Falcone
& Figueira, 2001).
De acordo com o CID-10 (OMS, 1993), a fobia social faz parte dos transtornos fóbicos e caracteriza-se
por um medo de ser exposto à observação atenta de outras pessoas. Assim esse medo leva à esquiva de
situações sociais.
2.1.2 Curso:
De acordo com o DSM-IV-TR (2002), a fobia social se inicia em uma fase intermediária da
adolescência, podendo emergir a partir de um histórico de inibição social ou timidez na infância. Pode
ser desencadeado por um evento estressante ou humilhante, ou pode ser insidioso. O curso é
freqüentemente contínuo e a duração é comumente vitalícia, podendo oscilar em gravidade ao longo dos
diferentes períodos da vida.
2.1.3 Subtipos:
A fobia social é dividida em dois subtipos. O subtipo de fobia social generalizada, quando os temores
estão relacionados à maioria das situações sociais, como: situações de desempenho em público e
situações de interação social (iniciar ou manter conversas, participar de grupos, interagir com pessoa do
Excluído: ansiedade social
19
gênero oposto, falar com figuras de autoridade, comparecer a festas). Os indivíduos que não preenchem
as características para o subtipo generalizado compõem um grupo heterogêneo denominado na
bibliografia como circunscrito, que inclui os que temem uma única situação de desempenho (por
exemplo, assinar ou comer em público), bem como aqueles que temem várias, mas não a maioria das
situações.
Como foi ressaltado por Falcone (1995) a inclusão do subtipo generalizado nos critérios diagnósticos da
fobia social constitui um avanço, uma vez que as formas generalizadas e circunscritas apresentam
diferenças significativas quanto a início, curso, prognóstico e tratamento. Na fobia social circunscrita a
incidência em homens é equivalente à incidência em mulheres; o distúrbio se inicia após os 10 anos e é
súbito, e o tratamento mais apropriado é a exposição com manejo de ansiedade; já na fobia social
generalizada, a incidência em homens é maior do que em mulheres, a fobia é mais severa, o tipo de fobia
é difuso e se inicia na infância; seu desenvolvimento é gradual e o tratamento mais apropriado é o treino
em habilidades sociais.
2.1.4 Prevalência:
A prevalência encontrada para a fobia social varia muito. Atualmente é considerado um dos transtornos
mentais mais frequentes, com prevalência variando de 3 a 13% (APA, 1994). Um estudo, realizado pelo
Nacional Comorbidity Survey (NCS), com 8.098 sujeitos, entre 15 e 54 anos, encontrou prevalência de
13,3%. Esses resultados colocam a fobia social como o 3º transtorno psiquiátrico mais comum, atrás do
alcoolismo com uma taxa de 14,1% e da depressão maior com uma taxa de 17,1% (Echeburúa,1997;
Falcone & Figueira, 2001). Em 2008 foi realizada a replicação do estudo realizado pelo Nacional
A fobia social aparece muito freqüentemente associada a outros transtornos, principalmente a outros
transtornos de ansiedade. Segundo Barlow (1999), a presença de um transtorno de ansiedade aumenta a
probabilidade da ocorrência de outro. Vários estudos indicam que transtornos do Eixo I e do Eixo II são
prováveis de se associarem à fobia social. Num estudo realizado por Sanderson, DiNardo, Rapree e
Barlow (1990), com uma amostra de 24 fóbicos sociais, quase 60% dos indivíduos preencheram critérios
para outra síndrome clínica.
Um estudo realizado por Turner, Beidel, Borden, Stanley e Jacob (1991), teve como objetivo investigar
os transtornos do Eixo I e do Eixo II mais freqüentes de ocorrer em comorbidade com a fobia social.
Esse estudo examinou 71 fóbicos sociais e concluiu que a fobia social é frequentemente associada a
outro transtorno do Eixo I e do Eixo II: o transtorno de ansiedade generalizada é o transtorno do Eixo I
que apareceu mais comumente associado à fobia social (33%), seguido pela fobia simples (8%), no Eixo
II, o transtorno evitativo de personalidade (22%) seguido pelo transtorno de personalidade obsessivo-
compulsivo (9%), aparecem como transtornos mais prováveis de ocorrer com a fobia social.
Nos últimos anos o transtorno de ansiedade generalizada tem sido apontado como o transtorno do Eixo I
mais concorrente com a fobia social, seguido pelas fobias simples. Porém uma revisão recente de
Treviño et. al. (1999 citado por Falcone & Figueira, 2001), aponta a fobia simples como transtorno do
Eixo I mais concorrente, com um índice de 37,6% seguido pela agorafobia, com um índice de 23,3%. Os
transtornos do humor (41,4%) e o abuso de substâncias (39,6%) também aparecem se sobrepondo a
fobia social. Em relação aos transtornos do Eixo II, os dados encontrados na pesquisa anterior são
confirmados, os transtornos mais comuns continuam sendo o transtorno evitativo de personalidade
Excluído: -
21
(22%) e o transtorno de personalidade obsessivo-compulsivo (13%). Um estudo realizado por Ruscio el.
Al (2008) aponta a fobia social como um fator predisponente para depressão e abuso de substância.
Outra questão interessante em relação às comorbidades mais comuns de ocorrerem com a fobia social no
Eixo II, é o alto índice encontrado entre a fobia social e o transtorno evitativo de personalidade, uma vez
que os critérios diagnósticos do DSM-IV para esses dois transtornos são semelhantes. A diferença entre
esses dois transtornos tem sido cada vez mais questionada na literatura. Com o objetivo de esclarecer
essa questão alguns autores têm sugerido critérios de diferenciação indicando que o transtorno evitativo
de personalidade é mais provavelmente encontrado entre indivíduos que adotam a evitação como um
estilo de vida e são menos responsivos ao tratamento, (Falcone, 1995). Barlow (1990), propõe ainda a
existência de um continuum de gravidade envolvendo fobia social circunscrita, generalizada e transtorno
evitativo de personalidade.
Os dados encontrados nos estudos referentes às comorbidades mais comuns de ocorrerem associadas à
fobia social são de extrema importância para a prática clínica. Esses dados sugerem a necessidade de
diferentes intervenções, de acordo com a gravidade e especificidade do quadro de fobia social.
Fobia Social e o uso de álcool
Existe um aumento do risco de desordens alcoólicas nos transtornos ansiosos em geral, e fobia social em
particular. Aproximadamente 20-28% dos indivíduos com fobia social que buscam tratamento se
enquadram no critério para o abuso de álcool, (Abrams, Kushner, Medina & Voight, 2002). Alguns
estudos retrospectivos indicam que a ansiedade severa precede o início do alcoolismo ou abuso de
substâncias na maioria dos casos, (Abrams et. al, 2002; Thomaz, Randall & Carrigan, 2003). Em um
estudo realizado no Brasil por Bittencourt, Oliveira e Souza (2005) observou-se o diagnóstico de fobia
social em 35% do total de uma amostra de 100 sujeitos internados para o tratamento de dependência de
álcool. O consumo de álcool foi identificado como atenuante dos sintomas de fobia social para 97,6%
dos sujeitos. Confirmando a comorbidade frequente entre alcoolismo e fobia social. Outro estudo
realizado no Brasil por Terra, Figueira e Barros (2004) avaliando o impacto do uso de álcool em
pacientes com fobia social e transtorno do pânico concluiu que o uso do álcool na fobia social alivia os
sintomas em um primeiro momento, porém com o passar do tempo os agrava.
Formatado: Sublinhado
Excluído: Ansiedade Social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
22
A relação entre o consumo de álcool e o alívio do estresse tem sido bastante estudada. Uma das
hipóteses é a de redução de tensão: o consumo de álcool age reduzindo o medo e ansiedade, funcionando
como um reforçador nas situações que induzem tais emoções. A hipótese da automedicação, (Khantzian,
1985), segue a mesma linha e acrescenta que o uso contínuo do álcool funciona aliviando os sintomas de
estresse podendo causar dependência. Outra hipótese divergente das anteriores é baseada no modelo da
auto-apresentação da vergonha em que as pessoas acreditam que a bebida levará a conseqüências
negativas, embaraçosas, e por isso evitam beber em situações sociais.
Na literatura podemos encontrar estudos tanto indicando que o uso de álcool aumenta após um evento
estressante, quanto estudos indicando que o uso de álcool aumenta antes de um evento estressante. Com
o objetivo de investigar melhor essa contradição, Abrams et. al (2002) realizaram um estudo com 45
fóbicos sociais faziam uso de álcool. Esse estudo teve como objetivos investigar se pessoas com fobia
social que tendem a responder às situações estressantes fazendo uso de álcool em quantidades maiores
do que em resposta a um evento neutro, e se o uso de álcool aumenta antes ou depois do evento
estressante, em comparação com o evento neutro. Os resultados encontrados nesse estudo indicaram que
os pacientes com fobia social consomem mais álcool depois da situação estressante do que depois do
evento neutro. Em contraste, os indivíduos consomem menos álcool antes do evento estressante do que
do evento neutro. Esses dados confirmam a hipótese de que o aumento do uso de álcool ocorre após um
evento estressante. Uma possível variável que influenciou esse resultado foi o evento estressante
escolhido: falar em público, muitos dos pacientes relataram não usar álcool antes do evento devido ao
medo de interferir em seu desempenho, deixando para usar depois, uma vez que consideram que o álcool
alivia as sensações de ansiedade.
Outro estudo realizado por Greenfield, Guydish e Temple (1989) com estudantes, confirma essa
explicação, apontando evidências de que em algumas situações o uso do álcool antes de um evento
estressante ocorre por se avaliar que nessas situações o álcool melhora o desempenho, como em festas
ou interação com o gênero oposto. O tipo de estressor é uma importante influência na decisão de beber.
Excluído: ansiedade social
23
Thomas et al., (2003) realizaram um estudo com o propósito de investigar o consumo de álcool como
estratégia para lidar com situações difíceis em pessoas com fobia social, em comparação com indivíduos
não ansiosos. Esse estudo procurou investigar 3 hipóteses:
1. O grupo de ansiosos sociais iria beber com mais frequência para lidar com os medos sociais
antes e durante as situações, em comparação ao grupo controle;
2. Os ansiosos evitariam mais as situações ansiogênicas em que a bebida alcoólica não estivesse
disponível;
3. Os fóbicos sentir-se-iam mais aliviados em beber.
A seleção dos participantes foi feita através de avisos em jornal local e panfletos distribuídos na
comunidade, solicitando o comparecimento de pessoas com mais de 21 anos que bebessem álcool
(bebida alcoólica) regularmente ou que se sentissem desconfortáveis ou nervosos diante de outras
pessoas. Foram selecionados através de entrevistas estruturadas 23 sujeitos para o grupo de ansiosos
sociais e 23 sujeitos para o grupo controle.
Os resultados indicaram que 74% dos ansiosos do estudo consumiam alguma bebida alcoólica antes de
algum evento social, enquanto no grupo controle apenas 39% o faziam. O resultado em relação ao uso
de álcool durante o evento social foi de 87% do grupo com fobia social vs. 61% do grupo controle. Isso
indica que o álcool é usado tanto para situações antecipatórias, quanto para situações estressantes, em
uma proporção maior no grupo com fobia social.
Na hipótese, 2, 47% dos ansiosos vs 0 % do grupo controle relataram evitar situações sociais em que o
álcool não estivesse disponível antes do evento. Na situação sem álcool durante o evento social, a
relação ficou 55% do grupo com fobia social vs. 7% do grupo controle. A 3ª hipótese do estudo foi
confirmada: um número significativamente maior de ansiosos sociais relatou sentir alívio com o
consumo de álcool, em comparação ao grupo controle. Sendo assim, esses resultados indicam que o
consumo de álcool tem sido uma prática mais frequente entre os ansiosos sociais, funcionando como
importante estratégia utilizada para enfrentar as situações. Através desse estudo, observou-se também
que em ambos os grupos o consumo de bebida alcoólica é mais comum nas situações de interação social.
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
24
Enfim, seja com o objetivo de aliviar os sintomas de ansiedade ou com o objetivo de garantir um melhor
desempenho, pessoas com fobia social tendem a utilizar álcool para enfrentar melhor o transtorno, o que
aumenta o risco de desenvolvimento de alcoolismo. Esses dados se tornam mais relevantes ao se
constatar, em outros estudos, que fóbicos sociais alcoólatras apresentam um quadro mais grave, com
níveis mais severos de medos sociais e aparecem classificados no subtipo generalizado de fobia social.
(Bittencourt et al., 2005, Falcone,1998).
2.1.6 Diferenças Culturais:
Diferenças culturais afetam a prevalência e as características da fobia social. Na Arábia Saudita se
diagnosticou 13% de 305 pacientes com distúrbios neuróticos em tratamento num hospital como fóbicos
sociais, (Chaleby, 1987). Em comparação com outros pacientes fóbicos sociais nesse mesmo hospital
constatou-se prevalência de 80% de homens, com uma educação boa e em bons cargos. Chaleby
considera que esses índices altos aparecem devido às regras rígidas de comportamento que o governo da
Arábia Saudita impõe e devido à importância dada pela sociedade em se manter uma boa reputação.
Outro exemplo é um tipo de fobia com características bastante semelhantes às características da fobia
social, encontrado em culturas coletivistas, nas quais o indivíduo é definido com referência a seu grupo,
como no Japão, é o Taijin Kyofusho (TKS) que significa medo de encarar outra pessoa. O DSM-IV
admite semelhanças entre os dois, mas não inclui o TKS na seção de fobia social. O TKS é descrito
como uma obsessão de vergonha, manifestada pelo medo mórbido de embaraçar ou ofender os outros ao
ruborizar, emitir odores ofensivos ou flatulência, fitar de forma inapropriada, adotar expressões faciais
impróprias e apresentar marcas ou deformidades físicas, (Kleinknecht, Dinnel, Hiruma & Harada, 1997).
Por outro lado, um estudo recente realizado por Kleinknecht et. al. (1997), com amostras de estudantes
americanos e japoneses, indica que as variáveis culturais podem mediar a expressão de fobia social, mas
ambas as formas de fobia social podem ser encontradas em cada amostra .
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
25
2.2 Etiologia da Fobia Social:
De acordo com Picon e Knijnik (2004) as causas para o surgimento da fobia social são múltiplas Dessa
forma, o modelo etiológico atual para esse transtorno é multifatorial. Estudos empíricos têm investigado
diferentes fatores, como: hereditários, biológicos, neuropsicológicos, etiológicos, de condicionamento
clássico, operante e vicário, e cognitivos.
2.2.1 Fatores hereditários:
Estudos de fatores hereditários indicam que a fobia social parece ocorrer com maior freqüência entre os
parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em
geral, (Heimberg et al., 1995). De acordo com Falcone e Figueira (2001) existem fortes evidências
quanto à existência de um componente genético para a fobia social. Hettema, Neale e Kendler (2001) em
um estudo revisando os fatores genéticos na fobia social concluem que a influência genética presente na
fobia social constitui um fator de vulnerabilidade para desenvolver o transtorno.
2.2.2 Fatores Biológicos:
Os estudos acerca dos fatores biológicos ainda são recentes e não conclusivos, devido à existência de
poucas pesquisas sobre a neurobiologia da fobia social. Dentro das investigações que têm sido
apresentadas, os objetivos sobre os aspectos funcionais dos fatores biológicos são: (1) diferir a fobia
social de níveis normais de desconforto social, outros transtornos de ansiedade e condições
fenomenológicas, de forma a validar classificações diagnósticas, (2) desenvolver abordagens de
tratamento, como novos fármacos e (3) por fim, vir a funcionar como método preventivo, através do
conhecimento de possíveis predisposições biológicas ou fatores de risco para o desenvolvimento do
transtorno, (Heimberg, et al., 1995).
Desse modo, as vias cerebrais que mais têm sido alvo de estudos são: serotoninérgicas, noradrenérgicas,
dopaminérgicas e gabaérgicas. Além disso, há também um pequeno número de estudos que avalia as
funções neuroendocrinológicas.
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Excluído: Ansiedade Social
Excluído: ansiedade social
Excluído: .
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
26
As evidências da relação entre a fobia social e a dopamina são defendidas, uma vez que diferentes linhas
demonstram que há: 1) resposta medicamentosa; 2) desenvolvimento de sintomas de fobia social após
tratamento com bloqueadores dopaminérgicos; 3) taxas elevadas de fobia social em pacientes com
doença de Parkinson; 4) correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor
cefaloraquidiano em pacientes deprimidos; 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6)
estudos com tomografia computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de
recaptação de dopamina nos pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos, (Falcone & Figueira,
2001).
O sistema serotoninérgico também estaria relacionado à fisiopatologia da fobia social. De acordo com
Graef (citado por Falcone & Figueira, 2001), existem duas vias serotoninérgicas distintas envolvidas na
ansiedade as quais teriam efeitos opostos. Uma via facilita o medo condicionado (via ascendente do
núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel ansiogênico; a outra
facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância cinzenta periaquedutal),
tendo a serotonina um efeito ansiolítico.
Uma terceira via envolvida é a adrenérgica, que tem como evidência a presença dos sintomas físicos
(taquicardia, tremor, sudorese, rubor) intensificados nas situações sociais de desempenho, além disso,
estudos demonstram que os pacientes com fobia social tem aumento da atividade dos receptores
periféricos beta-adrenérgicos quando envolvidos nessas situações, em relação a um grupo controle
normal, (Falcone & Figueira, 2001).
A ação eficaz dos benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas, indica o
envolvimento desse sistema na fisiopatologia da fobia social, (Falcone & Figueira, 2001). Alguns
estudos avaliaram o uso do álcool (agonista gabaérgico) para enfrentar situações sociais, em pacientes
com fobia social e os achados indicam que, comparados com pacientes sem fobia social, os fóbicos
sociais recorrem com mais frequência ao uso de álcool, (Abram set al. , 2002).
Por fim, um pequeno número de estudos tem avaliado o papel dos eixos hipotalâmico-pituitário-adrenal,
(HPA) e hipotalâmico-pituitário-tireoidiano, bem como o hipotalâmico-pituitário-hormônio de
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crescimento. No entanto, os estudos ainda estão em estágio inicial, não existindo dados significativos
que expliquem o desenvolvimento do transtorno, (Heimberg et al. 1995, e Falcone & Figueira, 2001).
2.2.3 Condicionamento Clássico e Operante:
De acordo com LeDoux (1998) os transtornos de ansiedade refletem o funcionamento do sistema do
medo no cérebro. A teoria do condicionamento da ansiedade surgiu na década de 20 a partir dos
experimentos de Pavlov sobre medo condicionado. No condicionamento do medo, um estímulo
incondicionado (EI) é produzido ao final de um estímulo condicionado, após algumas repetições o
estímulo incondicionado adquire a capacidade de produzir uma ampla variedade de reações físicas. Por
exemplo, um rato é exposto a um som, ao mesmo tempo em que é ativado um choque, essa experiência é
realizada repetidas vezes. Depois disso, o som, mesmo que sozinho, produzirá reações de medo
condicionado.
A partir da década de 30, outra forma de aprendizado passou a ser estudada: o condicionamento
operante. Nesse condicionamento uma resposta arbitrária é aprendida se receber um reforço; é a
aprendizagem que ocorre em função das conseqüências de um determinado comportamento, a resposta é
fortalecida pelo reforço (aumentam a freqüência do comportamento). O reforço pode ser positivo,
quando se refere a um estímulo que, ao ser acrescentado a uma situação, aumenta a probabilidade de
ocorrência de uma resposta, por exemplo, comportamento do rato de pressionar a barra e receber o
alimento, o alimento funciona reforçando o comportamento de pressionar a barra. Ou o reforço pode ser
negativo, quando se refere a um estímulo que, ao ser retirado de uma situação, aumenta a probabilidade
de ocorrência de uma resposta, por exemplo, ratos condicionados a pressionarem uma alavanca para se
livrarem de um choque elétrico (o reforço é a retirada do estímulo aversivo).
Alguns autores, (Barlow, 1999; ‘Ost e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001), propõem
que a fobia social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de
condicionamento traumático. Os sintomas de fobia social podem constituir uma resposta condicionada,
em que a situação fóbica se torna um estímulo condicionado associado a uma experiência aversiva. Após
essa associação, a freqüente esquiva da situação fóbica se torna reforçada pela eliminação ou redução da
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Excluído: A investigação dos fatores biológicos relacionados à fobia social é uma área de estudo recente que investiga a ação de neurotransmissores cerebrais. As vias cerebrais que têm sido mais estudadas são: vias serotoninérgicas, vias noradrenérgicas e vias GABAérgicas . Para Picon e Knijnik (2004), a principal evidência da implicação destas vias neuronais são as respostas farmacológicas obtidas com os fármacos atualmente utilizados. ¶Existem fortes evidências de que a via dopaminérgica está envolvida na ansiedade social: 1) resposta medicamentosa 2) desenvolvimento de sintomas de ansiedade social após tratamento com bloqueadores dopaminérgicos 3) taxas elevadas de ansiedade social em pacientes com doença de Parkinson 4) correlação entre introversão e baixos níveis de dopamina no liquor cefalorraquidiano em pacientes deprimidos 5) baixa atividade dopaminérgica nos ratos tímidos e 6) estudos com tomografia computadorizada com emissão de fóton simples para investigar os sítios de recaptação de dopamina nos pacientes com fobia social indicando níveis reduzidos (Falcone & Figueira, 2001).¶Também existem evidências do envolvimento da via serotoninérgica. De acordo com Graef (1986, citado por Falcone & Figueira, 2001) existem duas vias distintas serotoninérgicas envolvidas na ansiedade, as quais teriam efeitos opostos. Uma via atua facilitando o medo condicionado (via ascendente do núcleo dorsal da rafe para a amígdala e córtex frontal), tendo a serotonina um papel ansiogênico; a outra facilitaria o medo incondicionado (do núcleo dorsal da rafe para a substância cinzenta periaquedutal), tendo a serotonina um efeito ansiolítico.¶Outra via envolvida é a via adrenérgica, as evidências da participação dessa via na ansiedade social se devem principalmente aos sintomas físicos (tremor, sudorese, rubor) que são mediados pelo sistema adrenérgico e pela eficácia no uso de medicações que bloqueiam esse sistema. A ação dos benzodiazepínicos (agonistas gabaérgicos) em aliviar os sintomas indica o envolvimento desse sistema na fisiopatologia da ansiedade social. Há muitos anos se sabe que o aumento da função gabaérgica está associado a redução de quadros de ansiedade (Falcone & Figueira, 2001). Estudos avaliando a relação entre uso de álcool para enfrentar Excluído: ansiedade social
... [1]
28
ansiedade condicionada. Assim, a evitação mantém a ansiedade, uma vez que o indivíduo não aprende
que a situação temida não é perigosa ou não é tão perigosa assim.
2.2.4 Fatores Neuropsicológicos:
Os sistemas neurais que estariam relacionados às respostas de medo condicionado tem sido alvos de
muitos estudos dentro da neurobiologia, e estes apontam para uma importante participação da amígdala,
com importantes implicações nos transtornos de ansiedade, (Callegaro & Landeira-Fernandez, 2007). A
amígdala é a estrutura alojada no lobo temporal, responsável por adquirir e armazenar informações de
natureza emocional associadas a pessoas, situações ou objetos, sendo composta por um conjunto de no
mínimo doze sub-regiões ou núcleos, que estão, cada um, relacionado a processos de natureza
emocionais específicos, (Callegaro et al. , 2007). LeDoux e Phels (2005) reiteram que esta estrutura é
importante também na expressão das respostas de medo, além disso, um de seus núcleos, o núcleo
basolateral, serviria como a interface sensorial da amígdala e peça chave de sua plasticidade, enquanto
que o núcleo central é visto como a região de saída das informações. O núcleo lateral recebe estímulos
tanto corticais quanto talâmicos do sistema auditivo, e ambos estão envolvidos no condicionamento do
medo. Pesquisas com animais tem mostrado que a amígdala recebe informação sensorial através de duas
vias: uma rápida proveniente do tálamo sensorial e outra lenta, porém mais precisa, vinda do córtex
sensorial. Em situações de perigo a capacidade de ação rápida é extremamente útil, o tempo que a
amígdala economiza ao agir com base na informação talâmica, em vez de esperar pela via cortical, pode
significar a diferença entre viver e morrer, (Ledoux, 2005).
Atualmente, já é comum pensar no cérebro contendo uma variedade de diferentes sistemas de memória.
A memória explícita consciente é mediada pelo hipocampo, e relaciona-se com as áreas corticais,
enquanto diversas formas implícitas da memória são mediadas por sistemas diferentes. O sistema de
memória implícito emocional envolve a amígdala e regiões correlatas. Os sistemas implícitos e
explícitos funcionam em associação. Descreverei a seguir um exemplo desse funcionamento após uma
situação traumática: uma pessoa é assaltada à noite em um ônibus e experimenta essa situação como
traumática. Alguns dias depois a pessoa é exposta a estímulos que estavam presentes na ocasião do
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Excluído: Fatores Neurobiológicos:
Excluído: ¶Os estudos recentes em neurobiologia têm investigado os sistemas neurais envolvidos nas respostas de medo condicionado, apontando uma participação importante dos circuitos da amígdala nesse processo. A amígdala é essencial para a aquisição e armazenamento da memória de experiências de medo e também na expressão das respostas de medo. O núcleo lateral é tipicamente visto como a interface sensorial da amigdala, e peça chave de sua plasticidade, ao passo que o núcleo central é visto como a região de saída das informações.
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trauma; muito provavelmente ambos os sistemas serão reativados. Graças ao sistema do hipocampo o
indivíduo lembrará com quem estava e o que estava fazendo durante o trauma, bem como o caráter
terrível da situação. Por meio do sistema da amígdala, os estímulos vão produzir tensão muscular,
alterações na pressão sanguínea e nos batimentos cardíacos, e a liberação de hormônios além de outras
reações cerebrais e corporais, (Ledoux, 1998).
Um estudo realizado por Furmark, Tillfors, Marteinsdottir, Fischer, Pissiota, Langstrom e Fredrikson
(2002) procurou investigar as mudanças neurofuncionais associadas ao alívio de ansiedade em pacientes
com fobia social. Para esse estudo foram selecionados 18 pacientes diagnosticados com fobia social.
Esses pacientes foram pareados por gênero, idade e gravidade do transtorno e divididos em três grupos:
grupo 1 – tratamento cognitivo comportamental, em grupo, para fobia social; grupo 2 – tratamento
medicamentoso (citalopram) e grupo 3 – grupo controle em lista de espera sem tratamento. Os sujeitos
do estudo foram submetidos à tomografia computadorizada com emissão de prótons antes do início dos
grupos, nove semanas após o início e um ano depois. Os grupos de tratamento cognitivo-
comportamental e medicamentoso apresentaram melhora significativa dos sintomas em comparação ao
grupo controle. Essa melhora foi acompanhada por uma diminuição na ativação da amígdala,
hipocampo, córtex paraamidaloide, rhinal e parahipocampal durante uma tarefa de falar em público. A
diminuição de ativação da amígdala discriminava com precisão os pacientes que apresentaram um
resultado melhor, com diminuição significativa dos sintomas após um ano. Esse resultado sugere que
uma diminuição da ativação da amígdala e áreas associadas no cérebro pode ser crucial para a
manutenção dos resultados de melhora dos sintomas, a longo prazo. Esse estudo é um dos primeiros a
investigar e comparar os efeitos do tratamento medicamentoso e da psicoterapia na atividade cerebral em
resposta a um estímulo provocador de ansiedade (falar em público). Os resultados encontrados sugerem
que as regiões cerebrais de atuação do citalopram e da psicoterapia cognitivo comportamental, em
grupo, convergem na amígdala, hipocampo e áreas corticais vizinhas, possivelmente representando um
caminho comum nos tratamentos eficazes para fobia ocial.
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
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Essa área de pesquisa utilizando neuroimagem é recente e muito interessante, porém ainda com poucos
estudos sobre fobia social. Esse é um campo em desenvolvimento e novas pesquisas poderão cada vez
mais aumentar nosso conhecimento sobre a ação da psicoterapia no cérebro.
2.2.5 Modelo de Preparo:
No início da década de 70, Martin Seligman (LeDoux, 1998) mostrou algumas diferenças significativas
entre a ansiedade humana e o condicionamento do medo em animais. Em suas pesquisas concluiu que as
fobias humanas parecem mais resistentes à extinção, e mais irracionais, do que os medos condicionados
em animais. Propõe que essas diferenças ocorrem em função da natureza dos estímulos: enquanto em
laboratório os estímulos condicionados são arbitrários (luz, som), as fobias humanas costumam envolver
objetos ou situações carregados de significado (insetos, cobras). Argumenta que talvez estejamos
preparados pela evolução para aprender certas coisas com mais facilidades que outras, e que estes
exemplos biologicamente estimulados de aprendizado são especialmente potentes e duradouros.
Segundo ele as fobias refletem nossa preparação evolutiva para aprender sobre o perigo e reter a
informação adquirida com toda sua intensidade, (Ledoux, 1998).
Em um ambiente estável os perigos mudam com lentidão, conseqüentemente um mecanismo eficiente de
aprender rapidamente coisas consideradas perigosas por nossos ancestrais é muito útil. Porém, como
nosso ambiente hoje é muito diferente, nossa preparação genética para aprender quais são os perigos
ancestrais pode nos trazer problemas, levando-nos a ter medo de situações que não são particularmente
perigosas em nosso mundo.
Em 1978, Ohman e Dimberg (citado por Heinberg et. al, 1995) integraram o modelo de preparo de
Seligman, as fobias e medos sociais. Esses autores postularam que os medos sociais se desenvolvem
como um subproduto das hierarquias de dominância. As hierarquias de dominância funcionam
estabelecendo uma ordem na vida social de muitos animais. O estabelecimento dessas hierarquias se
desenvolve e muda em função de demonstrações de violência e agressividade pelo animal dominante e
comportamentos de submissão do animal derrotado. Esses rituais envolvem um componente forte de
expressões faciais de raiva por parte do animal dominante e expressões faciais de medo pelo animal
Excluído: ansiedade social
Excluído: o
Excluído: consequentemente
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submisso. Os autores propõem que expressões faciais de raiva são um estímulo preparado, em que o
condicionamento do medo é mais rapidamente obtido e mais resistente à extinção. Em estudos
comparando expressões faciais neutras, de alegria e de raiva os autores encontraram evidência
confirmando essa hipótese. Em estudos posteriores os autores sugerem que a reação condicionada de
medo ocorre quando a expressão de raiva é direcionada pontualmente para o alvo. Um dado interessante
que confirma essa hipótese é o fato de que encarar olho no olho favorece comportamentos de fuga em
humanos, e que um comportamento comum submisso é evitar o contato ocular direto com um agressor.
Pessoas com fobia social evitam o contato ocular direto em situações de ansiedade. Esse mecanismo
teria evoluído pela sua utilidade já que as expressões faciais mudam freqüentemente e podem ser
direcionadas a diferentes membros do grupo em momentos diferentes, é mais adaptativo um indivíduo
aprender quais membros do grupo são perigosos e emitir a resposta de medo quando a expressão facial
de raiva for direcionada especificamente para si. Um estudo realizado por Dimberg e Ohman (1983
citado por Heinberg et al. 1995) vai de encontro a essa idéia, a resistência à extinção do medo
condicionado ao estímulo preparado apareceu apenas quando a expressão facial de raiva era direcionada
especificamente para o animal. O resultado de estudos semelhantes a esse sugere que os animais
aprendem quem são os dominantes perigosos, porém apenas emitem a resposta de medo se o olhar do
dominante estiver direcionado para si. Esses estudos indicam que existe uma predisposição
evolucionária para a aquisição de medo a expressões faciais de raiva, crítica, medo e rejeição.
Essa teoria parece receber apoio de estudos atuais em neuropsicologia que investigam o papel da
amígdala nos medos sociais. Pacientes com lesões na amígdala que não tem nenhum desajuste marcante
no comportamento social apresentam déficits nas respostas sociais em algumas circunstâncias. Apesar
de ter a habilidade de gerar expressões faciais normais das emoções eles nem sempre conseguem
interpretar corretamente a expressão facial de outras pessoas. Essa dificuldade é mais aparente para
expressões de medo. Lesões na amígdala resultam em uma dificuldade para interpretar a intensidade da
expressão de medo nos outros, (LeDoux, 2005)
Estudos recentes sugerem que a amígdala primariamente responde aos olhos em expressões de medo, e
lesões na amígdala resultam em uma dificuldade de focar apropriadamente nos olhos quando
Formatado: Fonte: Negrito
Excluído: ansiedade social
Excluído: frequentemente
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interpretando expressões faciais. Essa dificuldade também resulta em interpretar faces como mais
amigáveis e confiáveis do que em controles. Essa dificuldade é sutil, porém importante, além de ser
consistente com os resultados de estudos com primatas que indicam uma influência da amígdala em
emoções sociais, (LeDoux, 2005).
Dimberg e Ohman (citado por Heinberg et al. 1995) também demonstraram que o condicionamento do
medo ao estímulo preparado pode acontecer de forma subliminar, sem acesso a consciência. Essa via
rápida e subliminar de condicionamento é encontrada apenas no estímulo preparado (expressão facial de
raiva e medo) em comparação a expressão facial de alegria. Propõe que esses estudos podem ajudar a
entender a natureza irracional da fobia social, (Ohman, 1986; Dimberg & Esteves, 1989 citados por
Heinberg et al. ,1995).
Estudos em neuropsicologia apontam para a existência de um circuito transitório de feedback, no qual o
estímulo emocional via modulação da amígdala influencia o processamento cortical sensorial. As
primeiras evidências que apóiam esse modelo vem de estudos com neuroimagem que demonstram que a
ativação da amígdala em resposta a faces de medo não depende da percepção consciente das faces. A
amígdala responde a estímulos de medo automaticamente e rapidamente, antes da preocupação,
sugerindo que esta resposta rápida e automática da amígdala, no início do processamento do estímulo,
modula a resposta subseqüente de atenção e percepção.
A influência da amígdala na plasticidade cortical sensorial pode também resultar em um aumento da
percepção de estímulos que tenham adquirido significado emocional através de experiências de
aprendizagem anteriores.
Ao influenciar atenção e percepção a amígdala atua nas bases do processamento de informação. A
amígdala age criando uma preferência no processamento da informação para estímulos que são
emocionalmente ou potencialmente perigosos, garantindo que as informações importantes para o
organismo sejam mais prováveis de influenciar o comportamento.
Na fobia social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas, ativando uma resposta
autonômica de medo no organismo, essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um
registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
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passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação ansiogência, gerando uma
ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir falhas anteriores
gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações sociais consideradas
perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, se instalando um ciclo negativo que mantêm o
transtorno.
2.2.6 Aprendizagem Vicária:
O condicionamento vicário também constitui uma forma de aquisição de medos sociais. Isso acontece a
partir da observação de alguém manifestando medo em situações sociais (Bandura,1965) . Há muito se
acreditava que macacos tinham medo inato de cobras, porém macacos criados em laboratório não
apresentam apreensão na primeira exposição a uma cobra. Grande parte das pesquisas anteriores testava
os macacos na presença de suas mães. Se o filhote é apresentado a uma cobra quando separado de sua
mãe, ele não demonstra medo. Ao que parece o filhote aprende a ter medo de cobras ao observar sua
mãe numa atitude de apreensão. Os jovens símios não aprendiam dessa maneira outros estímulos que
não assustavam, o que sugere a existência de um preparo biológico que os torna susceptíveis ao rápido e
intenso aprendizado pela observação, (Ledoux, 2005). Seres humanos aprendem muita coisa observando
os outros em situações sociais, e sugeriu-se que a ansiedade, especialmente a ansiedade patológica, às
vezes, e até mesmo com frequência, é aprendida pela observação social.
2.2.7 Fatores Etológicos:
Investigar a fobia social a partir de modelos animais é um pouco complicado devido à natureza inter-
relacional do transtorno, porém muitos estudos tem sido realizados com primatas, resultando em dados
relevantes para o entendimento da fobia social. Assim como os humanos, os primatas são
particularmente dependentes de relações sociais, o que favorece a realização de estudos com esses
animais para investigar comportamentos sociais.
Marks e Torgensen, (1969 citado por Heimberg et. al., 1995 ), classificaram as fobias em três principais
categorias: as fobias específicas misturadas, que compreendem os objetos inanimados e os fenômenos da
natureza, as fobias de animais e as fobias sociais. Paralelamente, Mayr, (1974 citado por Heimberg et.
al., 1995), criou um sistema de classificação a partir da biologia evolucionária, que faz uma distinção
Excluído: ansiedade social
Excluído: ansiedade social
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entre comportamento não comunicativo, comportamento comunicativo interespecífico que ocorre entre
predador e presa e comportamento comunicativo intra-específico que ocorre entre animais da mesma
espécie. Öhman, Dimberg e Öst, (1985 citado por Heimberg el al., 1995), relacionaram a classificação
de Marks e Torgensen com a de Mayr para comparar os conhecimentos recentes sobre medos e fobias de
animais, com os conhecimentos recentes sobre medos e fobias sociais. Esses autores concluíram que os
medos de animais correspondem aos medos interespecíficos de predadores potenciais e evoluíram com o
objetivo de ajudar os organismos a desenvolver respostas eficientes para lidar com os predadores
ameaçadores. Assim, os medos e as fobias de animais são mais prováveis de se originar no início do
desenvolvimento, porque os seres jovens de uma espécie são mais vulneráveis a predação. Os medos
sociais por sua vez correspondem aos medos intra-específicos e evoluíram como um subproduto das
hierarquias de dominância, que tinham como objetivo estabelecer ordem na vida social de animais como
os primatas. Os confrontos entre os membros de um grupo social ocorrem para que sejam estabelecidas
hierarquias de dominância, em que o animal vencido manifesta medo e comportamento submisso, sendo
relegado a posições mais baixas da hierarquia. Fazendo uma analogia com o comportamento social
humano, Ohman, (1986 citado por Heimberg et al, 1995), propõe que a família imediata constitua o
primeiro e o mais importante sistema social para o pré-adolescente. Nessa hierarquia os papéis sociais já
estão definidos previamente, com base em diferenças de idade e de capacidade física dos pais e das
crianças. No período da adolescência em que as relações e os grupos rivais se estabelecem, as crianças
deverão estabelecer seu lugar naquele novo sistema social, que não é o familiar. Elas serão avaliadas
pelos outros membros do grupo e situadas em uma hierarquia. As crianças mais vulneráveis ao estresse
podem responder a esse confronto com ansiedade ou recolhimento.
3. TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL
As terapias cognitivas tiveram seu início em 1958 quando Albert Ellis, previamente um psicanalista que
havia sido influenciado por Alfred Adler e trabalhado com Karen Horney, publicou um artigo na revista
Journal of General Psychology intitulado Rational Psychotherapy, ( citado por Ellis, 1962). Nesse
artigo, ele defendia a importância das crenças irracionais na produção de estados emocionais
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perturbados. Em outros trabalhos continuou enfatizando a mesma posição, mas foi na publicação de seu
clássico Reason and Emotion in Psychotherapy, (Ellis, 1962), que apresentou as 11 crenças irracionais
que lhe deram fama e estimularam o aparecimento de novas abordagens cognitivas.
Para se falar das terapias cognitivas é necessário se reportar às contribuições das abordagens
comportamentais em psicologia, uma vez que há uma grande identificação entre os métodos e valores
das duas abordagens. Primeiramente, há uma identidade entre os aspectos metodológicos com uma
orientação objetiva, empírica e experimental comum a ambas. Há também uma preocupação comum em
testar intervenções e procedimentos, muito freqüentemente antes até de suas aplicações clínicas. A
preocupação com a efetividade e com a manutenção dos resultados tem sido uma marca destas
abordagens psicoterápicas. É observado também o uso de técnicas comportamentais e cognitivas de
forma complementar.
A ênfase originada no behaviorismo com a objetividade e na eleição do método experimental como o
principal instrumento de investigação em psicologia, implicou em um fortalecimento do controle de
variáveis e conduziu inexoravelmente à formulação de hipóteses testáveis e verificáveis. Por este
motivo, a maior parte do trabalho realizado pelo neobehaviorismo derivava de estudos de laboratório,
quase sempre com animais, dadas as inúmeras vantagens oferecidas por eles quanto ao controle
experimental de variáveis mais complexas, como linguagem, cultura, socialização etc.
A ênfase no processo de aprendizagem resultou no desenvolvimento de uma enorme quantidade de
pesquisas nessa área que vieram a sustentar a formulação de várias teorias da aprendizagem. Apesar das
diferenças quanto aos fatores fundamentais no processo de aprendizagem (contiguidade X efeito,
aprendizagem de respostas X aprendizagem de cognições etc.), as diversas teorias de aprendizagem que
caracterizaram a fase neobehaviorista, produziram um conjunto de princípios que, tomados em conjunto
e minoradas as diferenças, vieram a ser conhecidos como “a” Teoria da Aprendizagem. Abrigaram-se
historicamente sob este título genérico a teoria do reforço de Hull, (1943), a teoria da contiguidade de
Guthrie, (1935), a teoria cognitiva de Tolman, (1932), a análise experimental do comportamento de
Skinner, (1938) e as retificações ou complementações à teoria de Hull feitas por vários cientistas como
Spence (1960), Miller e Dollard (1941) e Mowrer (1950).
36
Mais recentemente, desenvolveu-se um ramo desta orientação teórica, que, ao realizar pesquisas com
seres humanos e valorizar aspectos das interações sociais, não pôde deixar de dar conta de variáveis
tipicamente humanas como a influência social. Foi formulada uma Teoria da Aprendizagem Social, que
não rejeita, mas apenas amplia, com novos conceitos, os horizontes da outra (Bandura e Walters, 1963;
Bandura, 1969). Ela manteve a ênfase no rigor experimental como subsídio para a construção teórica e a
complementou com a conceituação de construtos mediacionais, principalmente cognitivos.
Uma das principais diferenças entre as terapias cognitivo-comportamentais e as comportamentais foi à
incorporação, pelas primeiras, do modelo mediacional. A incorporação desse modelo ocorreu em
diferentes tipos de terapias cognitivo-comportamentais e em diferentes épocas, mas a maior parte dessa
influência ocorreu a partir do final da década de 60 e do começo da década de 70 (Kazdin, 1978).
Podemos considerar, de acordo com Dobson e Block (1998), alguns fatores que influenciaram e
permitiram o desenvolvimento da teoria cognitivo-comportamental:
1) Apesar do behaviorismo ter sido uma força dominante em psicologia, no final da década de 60,
existia um descontentamento, principalmente com a idéia de que um modelo não-mediacional
fosse suficiente para explicar todos os comportamentos humanos. O behaviorismo começou a
receber críticas, principalmente em relação ao seu marcado tecnicismo e por suas deficiências em
lidar com os comportamentos humanos complexos.
2) O desenvolvimento da Teoria da Aprendizagem Social de Bandura (1969; 1977), seu conceito de
aprendizagem vicária, que desafiava a explicação comportamental tradicional, além do conceito
de auto-eficácia que incluía a cognição nos processos de aprendizagem, deu força ao modelo
mediacional.
3) Ao mesmo tempo em que crescia o descontentamento com o modelo S-R, continuava a rejeição
ao modelo psicodinâmico de personalidade e terapia, incluindo estudos que rejeitavam a ênfase
psicodinâmica no inconsciente.
4) Além disso, o desenvolvimento da Psicologia Cognitiva, com um número crescente de pesquisas
que incluíam o modelo mediacional, estavam sendo publicados. Talvez, uma dessas principais
contribuições tenha sido o desenvolvimento do modelo de processamento cognitivo da
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informação que recebeu grande apoio dos laboratórios cognitivos. Um número grande de estudos
foram desenvolvidos nas décadas de 60 e 70 investigando o modelo mediacional aplicado aos
processos clínicos.
5) Outro fator foi o surgimento de terapeutas e estudiosos que claramente se identificaram como
A terapia cognitivo-comportamental em grupo foi considerada tão efetiva quanto a terapia individual É
uma terapia baseada no modelo cognitivo proposto para terapia individual. É homogênea, de tempo
limitado e relativamente breve. Enfatiza a estrutura, o foco e a aquisição de habilidades cognitivas e
comportamentais, (Bieling, McCabe & Antony, 2008; Yalom, 2006, White & Freeman, 2003). Muitas
vezes utiliza protocolos para grupos fechados de tratamento em populações específicas, fechado
significa que não entram novos participantes após o início da terapia. Tipicamente o protocolo aborda
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Excluído: ¶
Excluído: ¶2.3 Tratamento Cognitivo-Comportamental¶Uma evidência a favor desse modelo é a eficácia do tratamento cognitivo comportamental para a ansiedade social. Roth e Fonagy (1996) realizaram uma revisão de estudos referentes à eficácia de tratamentos para ansiedade social, esses autores concluíram que : (1) estudos metanalíticos indicam uma taxa variando de moderada a forte quanto a eficácia de tratamentos cognitivos e comportamentais (2) uma revisão geral de estudos de caso apontam fortes evidências de que a exposição ao vivo é uma intervenção eficaz (3) os efeitos do treino em habilidades sociais não estão claros, mas parecem promissores, principalmente para pacientes com transtorno de personalidade evitativo (4) existe alguma evidência de que o tratamento combinando reestruturação cognitiva e exposição ao vivo é mais eficaz do que o tratamento com exposição ao vivo apenas (5); não existe nenhuma evidência apontando que a terapia cognitiva sozinha, ou o treino em habilidades sociais sozinho, sem o componente de exposição ao vivo, seja efetivo. ¶Uma outra revisão realizada por Hope e Heimberg (1996) se concentrou nos estudos que testaram a eficácia das intervenções cognitiva e de exposição combinadas. Concluíram que um programa combinado de exposição e reestruturação cognitiva parece ser uma intervenção efetiva para a ansiedade social. Esses autores destacam a importância das evidências crescentes de que três em cada quatro fóbicos sociais apresentam mudanças clinicamente significativas após um ensaio razoavelmente intensivo de terapia cognitivo comportamental em grupo ou um programa semelhante combinado de exposição e reestruturação cognitiva. As estratégias terapêuticas mais indicadas para o tratamento da ansiedade social são a exposição ao vivo combinada à reestruturação cognitiva no tratamento em grupo (Caballo, 2003; Hope & Heimberg 1996; Falcone & Figueira, 2001).¶¶¶
Excluído: 2
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um conjunto básico de habilidades clínicas, sessão a sessão, que tem como objetivo orientar terapeutas e
pacientes, (White & Freeman, 2003).
Inicialmente o tratamento em grupo na terapia cognitivo-comportamental surgiu em função de algumas
vantagens: possibilidade de atender mais pessoas, economia de tempo do terapeuta, custo menor, e
estudos apresentando bons resultados. Esse movimento ocorreu no início da década de 70,
principalmente com grupos para tratar depressão, (Bieling et al. , 2008).
Os tratamentos em grupo da TCC sugerem que a aplicação em grupo é semelhante a individual, muda
apenas o número de pessoas, mantendo-se a aplicação de técnicas. Pouca atenção tem sido dada aos
processos grupais, ou seja, as formas pelas quais os membros dos grupos interagem entre si e com os
terapeutas. Os aspectos relacionais dos grupos são pouco abordados nos protocolos em TCC, (Bieling et
al. ,2008).
Existe uma distinção entre os processos grupais e as técnicas. O termo processos grupais é impreciso e
se refere à quase qualquer fenômeno que ocorra no grupo. A terapia de grupo tradicional entende que o
processo grupal em si é a intervenção, enquanto que a TCC foca na aplicação da terapia cognitivo
comportamental a grupos. Bieling, McCabe e Antony (2008) propõe uma distinção mais específica, as
“técnicas” se referem a qualquer método utilizado para modificação dentro do modelo cognitivo-
comportamental e o “processo” se refere às interações interpessoais entre os membros do grupo e entre
os membros do grupo e terapeuta.
Um dos principais autores na literatura geral para terapias de grupo é Irvin Yalom, em seu livro
Psicoterapia de Grupo, teoria e prática (2006) ele revisa um modelo enfatizando o processo grupal na
terapia de grupo e propõe alguns fatores primários naturais que dividem a experiência de grupo, são eles:
1) Instalação de esperança: considerado um fator crucial para qualquer psicoterapia, enfatiza a
necessidade dos terapeutas reforçarem diretamente o potencial da abordagem grupal, apontando
as vantagens da terapia e resultados anteriores positivos.
2) Universalidade: a invalidação dos sentimentos de singularidade de um paciente é uma poderosa
fonte de alívio. Ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade que divide com
elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de estranheza
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3.3.2 Terapia Cognitivo-comportamental em grupo para Fobia Social:
Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao
tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam
vantagens do formato grupal de terapia, (Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001;
Rangé, 2001): podemos destacar:
(1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender
exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta.
(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de
novas variações de contato social.
(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na
solução desses problemas.
(4) possibilidade de prática e apoio em situações extra treinamento.
(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo.
(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta.
(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia.
(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária.
(9) múltiplos parceiros para dramatizar.
(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre
objetivos comportamentais e critérios de avaliação.
(11) universalidade do funcionamento em grupo.
Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura
(Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De
acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a fobia social
é dividido em quatro tipos de procedimentos: estratégias de relaxamento, treinamento em habilidades
sociais, exposição ao vivo e reestruturação cognitiva. Esses autores consideram que:
Os próximos anos serão testemunha de uma consolidação do tratamento cognitivo comportamental para a fobia
social, embora seja provável que a contribuição de cada um dos procedimentos incluídos nesse tipo de
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intervenção se torne mais conhecida, inclusive acrescentando alguma nova estratégia não empregada
atualmente, de forma rotineira, no tratamento do transtorno. Mas aparentemente, o caminho escolhido é o
correto e as futuras pesquisas fornecerão elementos para melhorar e aumentar a eficácia da intervenção
cognitivo comportamental.(Caballo et al., 2001. p.81).
4. HABILIDADES SOCIAIS
O campo de estudo das habilidades sociais é um campo recente que vem recebendo cada vez mais
atenção, principalmente pela relação existente entre o repertório de habilidades sociais e a saúde, a
satisfação pessoal, a realização profissional e a qualidade de vida, (Del Prette & Del Prette, 2001).
A relação entre déficits em habilidades sociais e transtornos psiquiátricos tem sido bastante estudada, e
atualmente existe certo consenso em relação à idéia de que os transtornos psiquiátricos têm um
importante componente de problemas de comunicação e relações interpessoais, chegando a ser, em
alguns casos, o núcleo central do transtorno, como, por exemplo, nos casos de fobia social, transtorno de
personalidade evitativo, problemas de casais, entre outros, (APA, 2000; Caballo et al., 2001)
O campo das habilidades sociais teve sua época de maior difusão em meados dos anos 70 e continua
atualmente sendo um campo crescente de interesse e pesquisa. Iniciou-se com os estudos de Salter
(1949) sobre desempenho social seguido pelos estudos de Wolpe (1976), primeiro autor a empregar o
termo “assertivo”, dando início a um amplo movimento denominado Treino Assertivo (TA). Wolpe
criou um método para tratar a ansiedade e facilitar a expressão de sentimentos, definindo a assertividade
como a capacidade de expressar adequadamente qualquer emoção, que não fosse ansiedade, em relação
a uma outra pessoa. Alberti e Emmons publicaram o primeiro livro dedicado exclusivamente ao tema
assertividade: “Comportamento assertivo: um guia de auto-expressão”, (Alberti & Emmons, 1978), que
se tornou um livro referencial sobre assertividade.
Paralelamente ao surgimento dos estudos sobre assertividade nos Estados Unidos ocorria na Inglaterra o
desenvolvimento de estudos sobre habilidades sociais. Em 1967, Argyle e Kendon, influenciados pelo
conceito de “habilidade” aplicado às interações homem–máquina, introduziram o uso do termo
habilidades na interação homem-homem, usando o termo habilidades sociais, tendo início aí a área de
treinamento em habilidades sociais (THS), caracterizada como um conjunto de técnicas que se aplicam a
Formatado: Fonte: Itálico
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Excluído: ¶Apesar de parecer contra-intuitivo, o tratamento em grupo oferece muitas vantagens em relação ao tratamento individual e ajuda o paciente fóbico social a enfrentar seus medos. Vários autores destacam vantagens do formato grupal de terapia (,Caballo, 2003; Falcone, 1998; Del Prette & Del Prette, 2001; Rangé, 2001):, podemos destacar:¶ (1) maior número de parceiros para contribuir com diferentes tipos de resposta, sem depender exclusivamente das alternativas propostas pelo terapeuta ¶(2) provimento pelo grupo de situações similares às da vida real, criando situações para a prática de novas variações de contato social ¶(3) utilização de um maior número de situações problema, propiciando mais experiências e suporte na solução desses problemas ¶(4) possibilidade de prática e apoio em situações extratreinamento ¶(5) feedback e reforçamento feito pelos membros do grupo ¶(6) menor despesas para cada participante pela racionalização do tempo do terapeuta ¶(7) diminuir a lista de espera em serviços de psicologia ¶(8) maximização das oportunidades de aprendizagem vicária ¶(9) múltiplos parceiros para dramatizar ¶(10) o terapeuta tem a oportunidade de conhecer a subcultura grupal, importante nas decisões sobre objetivos comportamentais e critérios de avaliação ¶(11) universalidade do funcionamento em grupo.¶A universalidade dos grupos terapêuticos ajuda as pessoas a se sentirem pertencentes a uma comunidade que divide com elas muitas semelhanças. Desaparece o sentimento de solidão, de incapacidade e de estranheza resultante do pensamento de serem os únicos com aquele tipo de problema. Esse fator é muito importante devido à natureza da ansiedade social, muitos fóbicos sociais nunca discutiram seus medos com alguém e, conseqüentemente, muitas vezes acreditam que seus problemas são únicos ( Hope & Heimberg, 1996).¶Vários modelos de tratamento cognitivo comportamental em grupo são encontrados na literatura (Caballo, Andrés & Bas, 2001; Heimberg et al, 1995; Odriozola & Irízar, 1999, Echeburúa, 1997). De acordo com Caballo et. al. (2001) o tratamento cognitivo comportamental tradicional para a Excluído: 3
Excluído: ansiedade social
... [2]
51
todo e qualquer déficit de natureza interpessoal, sendo um campo de estudos abrangente. De acordo com
Falcone (2000) ainda não existe um consenso quanto ao conceito de habilidade social e o termo
assertividade. Muitas vezes é utilizado como sinônimo de habilidade social. Caballo (2003) utiliza os
dois termos como sinônimos por considerar que os termos “treinamento assertivo” e “treinamento em
habilidades sociais” referem-se praticamente aos mesmos elementos de tratamento e o mesmo grupo de
categorias comportamentais a treinar. Porém, alguns autores não apóiam essa idéia (Falcone, 1998, Del
Prette & Del Prette, 1999) e consideram que a assertividade é um tipo de habilidade, entre outras,
necessária a uma interação social satisfatória. Para MacKay, (citado por Falcone, 1998) a habilidade
social compreende um repertório mais amplo de respostas e o treinamento em habilidades sociais é mais
amplo que o treinamento assertivo.
De acordo com Del Prette e Del Prette (2001), para melhor entender o conceito de habilidade social é
importante definir o conceito de desempenho social, que se refere a qualquer desempenho ou seqüência
de comportamentos que ocorrem em uma situação social, que podem ser caracterizados como
socialmente competentes ou não, dependendo do contexto cultural e da situação específica. A
competência social é um atributo avaliativo desse desempenho, que depende de sua funcionalidade e da
coerência com os pensamentos e sentimentos do indivíduo. As habilidades sociais são aquelas classes de
comportamentos existentes no repertório do indivíduo que compõem um desempenho socialmente
competente. Uma pessoa pode ter as habilidades sociais em seu repertório e não usá-las em diversas
situações por diferentes razões como ansiedade, crenças errôneas e dificuldades na leitura dos sinais do
ambiente.
De acordo com Del Prette e Del Prette (2001) a assertividade é uma das subclasses de desempenho
socialmente competente e pode ser definida como o exercício dos próprios direitos e da expressão de
qualquer sentimento, com manejo da ansiedade e sem ferir o direito do outro. Os comportamentos
assertivos constituem uma classe de habilidades sociais em situações que envolvem risco de
conseqüências aversivas e costumam eliciar alta ansiedade, podendo ser caracterizadas como uma classe
de comportamentos de enfrentamento. Esses autores propõem uma organização das principais classes e
52
subclasses de habilidades sociais, que têm como objetivo orientar a avaliação e a promoção da
competência social. São elas:
- Habilidades sociais de comunicação: fazer perguntas e responder, pedir feedback,
gratificar/elogiar, oferecer feedback, iniciar, manter e encerrar conversações;
- Habilidades sociais de civilidade: dizer, por favor, agradecer, apresentar-se, cumprimentar,
despedir-se;
- Habilidades sociais assertivas, direito e cidadania: manifestar opinião, concordar/discordar,
dizer não, fazer, aceitar e recusar pedidos, desculpar-se, admitir falhas, interagir com autoridades,
Excluído: Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ no Campus da Praia Vermelha AV. Vencesláu Brás 71. A Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ é um espaço dedicado a realização de estágio e pesquisa na área de psicologia clinica . Funciona de 2ª a 6ª feira das 8:00 às 19:00hs, possui oito salas para atendimento psicológico e disponibiliza uma sala para a realização de atendimentos em grupo. Pretende-se utilizar a sala 8 duas vezes na semana, sempre 2ª e 6ª feira de 10:00 ás 12:00 e 13:30 ás 15:30.¶
Excluído: 6
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Excluído:
82
7.4.2 SCID-II Structured Clinical Interview for DSM-III Personality Disorders (Spitzer; Williams &
Gibbon,1987) Entrevista Clínica Estruturada para o DSM-III, versão para Transtornos da Personalidade
traduzida e validada para o português por Del Porto; Yamaguti; Lacks; Torres (1989):
É uma entrevista clínica, semi-estruturada para diagnóstico de transtornos de personalidade, segundo os
critérios do DSM-III-R, (APA, 1990).
7.4.3 Ficha de identificação:
É uma ficha de identificação criada pela autora que tem como objetivo coletar as seguintes informações:
nome; idade; endereço, telefone; estado civil; condição de trabalho; escolaridade; medicação utilizada,
tratamento psicológico, se usa álcool em situações sociais e se lembra de evento traumático precipitante
ao transtorno (anexo 3).
7.4.4 Critério Brasil:
O Critério Brasil tem como objetivo medir o poder aquisitivo do consumidor. Os critérios para
classificação social do País foram estabelecidos pela Associação Brasileira de Anunciantes (ABA) e
ANEP (Associação Nacional das Empresas de Pesquisa de Mercado), com a participação da Associação
Brasileira dos Institutos de Pesquisa de Mercado (ABIPEME), com base nos Levantamentos
Socioeconômico de 1993 e 1997. A classificação socioeconômica do Brasil foi estratificada em cinco
classes (A1, A2, B1, B2, C, D e E), sendo que as duas de maior poder aquisitivo foram subdivididas. O
sistema de pontuação desse instrumento é baseado na posse de bens de consumo duráveis, instrução do
chefe da família e outros fatores, como a presença de empregados domésticos (anexo 4).
7.4.5 Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel & Stanley, 1988).
Traduzido e validado no Brasil por Picon, (2006). Esse instrumento apresenta um total de 45 itens,
divididos em duas subescalas: fobia social: (1-32) e agorafobia (itens 33 a 45). Os itens avaliam
quantitativamente a gravidade dos sintomas de fobia social e agorafobia através de escala Likert de 7
pontos (0 = nunca; 1 = muito raramente;2 = raramente;3 = ás vezes;4 = freqüentemente;5 = muito
freqüentemente e 6 = sempre). A subescala de agorafobia auxilia na distinção de entre os diagnósticos de
fobia social e transtorno do pânico com agorafobia . A subescala de fobia social investiga também em
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Excluído: tempo de diagnóstico,
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seus vários itens (9 a 25) a ansiedade presente em diversas situações, levando em consideração quatro
diferentes tipos de audiência avaliados por subitens: com estranhos, com figuras de autoridade, com
gênero oposto e com pessoas em geral. As subescalas são mensuradas separadamente. A subescala de
agorafobia pela adição aritmética de seus itens gera o escore total de agorafobia. Na subescala de fobia
social o escore total é calculado pela somo de cinco subescores. O escore máximo para essa subescala é
de 192 e o escore máximo para a subescala de agorafobia é de 78. O escore diferencial ou escore total de
avaliação da fobia social é obtido subtraindo o escore total de agorafobia do escore total de fobia social.
De acordo com Picon Gauer, Fachel e Manfro (2004), esse escore diferencial tem sido validado
empiricamente como uma medida pura de fobia social. È apontado como o mais preciso para a
discriminação entre casos e não casos de provável fobia social em estudos clínicos e não clínicos,
minimizando o número de falsos positivos ou negativos. De acordo com escore diferencial total
(utilizado nessa pesquisa) o individuo pode ser classificado em: improvável fobia social, possível fobia
social e provável fobia social. O ponto de corte discriminativo máximo é 80 para a identificação de
prováveis casos de fobia social. O SPAI foi validado traduzido e validado para o português apresentando
validade de face aceitável (Picon,2006). (anexo 5)
7.4.6 Inventário de Habilidades Sociais (IHS)
De autoria de Zilda P. Del Prette e Almir Del Prette (2001). Os dados desse instrumento foram
submetidos à validade e confiabilidade através da consistência interna pelo alpha de Cronbach e
estrutura fatorial. Foi validado inicialmente junto à população universitária (grupo amostral de 472
respondentes, idade entre 17 e 25 anos). Esse método, porém, já tem sido utilizado na avaliação do
desempenho social de adultos com formação no ensino médio e superior. É um instrumento de auto-
relato que confere o repertório de habilidades sociais requerido usualmente numa amostra de situações
interpessoais cotidianas. (anexo 6)
7.4.7 Inventário Beck de Ansiedade (Beck; Epstein; Brown & Steer, 1988).
É uma escala sintomática, composta por 21 itens, destinada a medir a gravidade dos sintomas de
ansiedade, que foi validada para o Brasil por Cunha (2001). A pontuação total é resultado da soma da
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Excluído: 6
Excluído: 6.4.7
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Excluído:
84
pontuação em cada item. Pontuação entre 0 e 10 corresponde a mínimo de ansiedade; entre 11 e 19,
ansiedade leve; entre 20 e 30, ansiedade moderada e entre 31 e 63, ansiedade grave. (anexo 7)
É destinado a medir a intensidade da depressão, a partir do escore resultante da soma do total de pontos.
Assim como o BAI, também foi validado no Brasil por Cunha (2001). È composto por 21 afirmações.
No escore total pontuação entre 1 e 10 correspondem a oscilações consideradas normais; entre 11 e 16,
leve transtorno do humor; entre 17 e 20, limite para depressão clínica; entre 21 e 30, depressão
moderada; entre 31 e 40, depressão severa e acima de 40, depressão extrema. (anexo 8)
7.4.9 Escala de Fobia Social (Liebowitz,1987)
É uma escala para avaliar a gravidade da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa escala é
indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). A escala é
composta de 24 itens que pontuam em duas categorias: medo/ansiedade e evitação. É uma escala tipo
Likert de 0 a 3, na categoria ansiedade 0 = nenhum; 1 = pouco; 2 = moderado e 3 = profundo e na
categoria evitação 0 = nunca; 1 = ocasionalmente; 2 = freqüentemente e 3 = geralmente. A escala varia
de 0 a 144 e subdivide-se em três categorias: leve (abaixo de 51), moderada (entre 52 e 81) e grave
(acima ou igual a 82). (anexo 9)
7.4.10 Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE), (Watson & Friend, 1969).
É uma escala para avaliar o componente cognitivo da fobia social, não foi validada para o Brasil. Essa
escala é indicada no manual de tratamento para fobia social desenvolvido por Echeburúa (1997). Mede o
grau de temor que as pessoas sentem diante da possibilidade de serem julgadas negativamente pelos
demais. A escala é composta por 30 itens do tipo dicotômico (verdadeiro ou falso), variando de 0 a 30. O
ponto de corte proposto é de 24 para diferenciar pessoas sem problemas e pessoas acometidas por fobia
social. Na população americana esse instrumento foi validado em amostra de estudantes universitários e
considerado muito útil (Watson & Friend, 1969) (anexo 10)
7.4.11 Escala de Auto-Estima, (Rosenberg, 1965).
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Este instrumento tem o objetivo de avaliar o sentimento de satisfação de um indivíduo em relação a si
próprio. Originalmente, essa escala foi padronizada em uma população de 5024 adolescentes em 10
escolas públicas selecionadas de Nova York, obtendo alto coeficiente de confiabilidade (0.92). É uma
medida unidimensional tipo Guttman (as opções de resposta variam em extremos opostos), com 10 itens
designados a avaliar globalmente a atitude positiva ou negativa de si mesmo. Pode ser usada para
adultos e adolescentes, obtendo uma alta consistência interna. As opções de resposta variam em 4 tipos:
concordo totalmente, concordo, discordo, discordo totalmente. Uma elevada auto-estima é indicada por
um escore alto. Avanci (2003) realizou a adaptação desse instrumento à realidade brasileira seguindo o
modelo de equivalência proposto por Herdman (1998), que compreende a equivalência conceitual, de
itens, semântica, operacional, de mensuração e funcional, com o objetivo de garantir a qualidade do
processo de aferição. A adaptação do instrumento foi considerada eficiente, verificou-se um alfa de
Cronbach de 0.68, a Correlação Intraclasse (ICC) de 0.70 e kappa predominantemente moderado. Na
análise fatorial 3 fatores foram gerados, com grau de explicação de 54,03% da variância. Esses
resultados indicam a boa qualidade do instrumento à nossa realidade, podendo ser utilizado em estudos
de diagnóstico e de grandes populações. (anexo 11)
Instrumentos sessão Videofeedback: Esses instrumentos foram desenvolvidos pela autora e colaboradoras para essa pesquisa. 7.4.12 Escala de avaliação de Desempenho da habilidade Falar em Público:
Trata-se de um instrumento de auto-relato que avalia o desempenho para cada componente da habilidade
social de “falar em público”. Os componentes avaliados são: contato visual; expressão facial; orientação
corporal; gestos; volume da voz; entonação; fluência; velocidade; clareza; conteúdo; organização dos
tópicos; domínio do tema; organização do tempo; e aparência do palestrante. Cada componente, baseado
nos componentes da habilidade de falar em público propostos por Caballo (2003) e Echeburúa (1997), é
avaliado em: muito ruim; ruim; um pouco ruim; moderado; um pouco bom; bom; ou muito bom (anexo
12)
7.4.13 Escala de Avaliação Global de Desempenho da Habilidade Falar em Público:
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É um instrumento de auto-relato que avalia de uma forma geral o desempenho da habilidade social de
“falar em público”. Avaliando em: muito pior; pior; um pouco pior; igual; um pouco melhor; melhor; ou
muito melhor (Anexo 13).
7.4.14 Escala de Percepção dos Sintomas da Ansiedade da Habilidade Falar em Píblico:
É um instrumento de auto-relato que avalia o quão incomodado (a) se sente o paciente com os sintomas
comuns da ansiedade, ao falar ou pensar em falar em público. Os sintomas avaliados são: dormência ou
inquietação, voz embargada, nervoso(a), sensação de sufocamento, mãos tremendo, trêmulo(a), brancos,
gagueira, placas vermelhas pelo corpo, indigestão ou desconforto no abdômen, e face ruborizada.
Avaliando em: nada, fraco (“Não me incomodou muito”), moderado (“Foi muito desagradável mas
aguentei”), ou muito forte (“Quase não consegui aguentar”), (Anexo 14).
7.5 Critérios de Inclusão:
Ser paciente da Divisão de Psicologia Aplicada da UFRJ.
Ter entre 18 e 65 anos.
Ter diagnóstico de Fobia Social Generalizada de acordo com os critérios diagnósticos do
Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais, DSM-IV-TR.
7.6 Critérios de Exclusão:
Apresentar déficit cognitivo.
Ter diagnóstico do eixo II de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças
Mentais, DSM-IV.
Ter diagnóstico de esquizofrenia ou outros transtornos psicóticos.
7.7 Aspectos Éticos:
O estudo em questão está de acordo com a resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde, de
10/10/1996, que regula os aspectos éticos da pesquisa envolvendo seres humanos no Brasil. Este estudo
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Excluído: ¶
Excluído: 6
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foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Clementino Fraga filho em 15 de dezembro
de 2006 (anexo1). A pesquisa segue a regulamentação da resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de
Saúde, garantindo a gratuidade do tratamento e a entrega do termo de consentimento livre e esclarecido
a todos os participantes.
Os dados coletados serão guardados em responsabilidade do pesquisador pelo período de cinco anos. Os
resultados da pesquisa serão tornados públicos, sejam eles favoráveis ou não.
7.8 Procedimentos:
Etapa 1: revisão da literatura; seleção e treinamento de três colaboradores:
Revisão da literatura.
Essa etapa tem como objetivo realizar uma revisão da literatura sobre os seguintes temas: fobia social,
habilidades sociais, teatro do oprimido, videofeedback e tratamento cognitivo comportamental, em
grupo, para fobia social.
Seleção e treinamento de colaboradores.
Para colaborar com a pesquisa foram convidados a participar estudantes cursando o último ano de
psicologia na UFRJ que faziam estágio na equipe de terapia cognitivo-comportamental com
disponibilidade de 12 horas por semana. Três estudantes se interessaram e atuaram como colaboradoras
no estudo. Oito horas presenciais foram dedicadas ao contato com os pacientes, avaliação e realização
dos grupos como co-terapeutas; as quatro horas restantes foram dedicadas a leitura e discussão de textos.
Etapa 2: realização de um grupo piloto:
A realização do grupo piloto teve como objetivo desenvolver o modelo de tratamento utilizando teatro
do oprimido e videofeedback e treinamento das colaboradoras para funcionarem como co-terapeutas nos
grupos do estudo. O grupo piloto ocorreu no 1º semestre de 2006 em um total de 18 sessões, 17 sessões
com duração de duas horas e uma sessão com duração de 4 horas. A freqüência dos encontros foi
semanal.
Etapa 3: divulgação e seleção de sujeitos para a pesquisa.
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Excluído: dois
Excluído: Duas
Excluído: m
Excluído: são
Excluído: são
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Excluído: .
Excluído: 4
88
O objetivo dessa etapa foi conseguir a adesão de pessoas interessadas em participar como sujeitos da
pesquisa. Com esse objetivo foi criado material de divulgação para ser enviado por email a psiquiatras e
psicólogos e cartazes expostos em lugares de atendimento psiquiátrico e psicológico. Esse material de
divulgação convidou as pessoas a procurarem a DPA para realização de uma triagem. Essa triagem
inicial na instituição foi realizada por estagiários das várias equipes que atendem na DPA e os pacientes
considerados com características de fobia social eram encaminhados para a equipe cognitivo-
comportamental, como possíveis candidatos ao estudo. Na equipe de TCC, os colaboradores
responsáveis pelo grupo de pesquisa se encarregam de marcar uma entrevista com cada sujeito.
1ª entrevista: duração de 50 minutos: nessa entrevista as estagiárias realizaram uma triagem investigando
o diagnóstico de fobia social. Cada entrevista foi discutida com o pesquisador responsável e em se
confirmando o diagnóstico, marcava-se um segundo encontro.
Em não se confirmando o diagnóstico essa triagem era encaminhada à equipe de TCC. Na equipe,
havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga as
duas colaboradoras da pesquisa faziam o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
2ª entrevista: duração de até duas horas: realizada pelas colaboradoras, nessa entrevista o paciente era
convidado a participar da pesquisa. Todos os detalhes eram explicados e dúvidas tiradas e no caso de
aceitar participar o termo de consentimento livre e esclarecido era lido e assinado. A colaboradora
preenchia a ficha de identificação do estudo e aplicava o CIS. No caso de não aceitar o paciente era
encaminhado para a equipe de TCC. Na equipe, havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria
imediatamente. No caso de não haver vaga, as duas colaboradoras da pesquisa faziam o
encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
3ª entrevista: duração de até 2 horas realizado pelos colaboradores: aplicação do SCID.
Os resultados do CIS e SCID eram levados para supervisão, os pacientes que puderam participar, de
acordo com os critérios de inclusão do estudo, foram contatados e informados de que em breve o
tratamento seria iniciado. Os pacientes excluídos da pesquisa em função dos critérios de exclusão do
estudo, ou incompatibilidade de horário, foram encaminhados a equipe de TCC . Na equipe, havendo
Excluído: é
Excluído: a
Excluído: é
Excluído: ansiedade social
Excluído: são
Excluído: as
Excluído: duas alunas
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Excluído: que ofereça vaga.
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Excluído: é
Excluído:
Excluído: Na equipe, havendo disponibilidade de vaga, o atendimento ocorre imediatamente. No caso de não haver vaga as duas colaboradoras da pesquisa fazem o encaminhamento para uma instituição pública que ofereça vaga.¶
Excluído: a
Excluído: estagiárias
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Excluído: K
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Excluído: e
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Excluído: contactados
Excluído: será iniciado
Excluído: são
89
disponibilidade de vaga, o atendimento ocorria imediatamente. No caso de não haver vaga, as
colaboradoras da pesquisa fizeram o encaminhamento para uma instituição pública com vaga.
Divisão dos grupos:
1ª parte da formação dos grupos:
No 1º semestre de 2007 foram selecionados 34 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo controle
(lista de espera) e grupo experimental. O objetivo inicial era conseguir selecionar 40 sujeitos, porém a
realidade da procura não permitiu. Os grupos foram divididos em:
Grupo controle:
Grupo Controle 1 (GC1) com 10 participantes e o Grupo Controle 2 (GC2) com 4 participantes, esses
grupos permaneceram sem atendimento em lista de espera.
Ao final da realização dos grupos, o GC1 ficou com 8 sujeitos e o grupo GC2 com 2 sujeitos, totalizando
10 sujeitos. A soma do GC1 mais o GC2 (10 sujeitos) se transformou em Grupo Experimental 3 (GC3)
na etapa seguinte.
Grupo experimental:
Grupo experimental 1 (GE1) com 10 sujeitos e grupo experimental 2 (GE2) com 10 participantes, esses
grupos participaram do tratamento cognitivo-comportamental em grupo com 18 sessões.
Ao final da realização dos grupos, o GE1 ficou com 8 sujeitos e o GE2 ficou com 5 sujeitos, totalizando
13 sujeitos.
2ª parte da formação dos grupos:
No 2º semestre de 2007 foram selecionados mais 30 sujeitos divididos aleatoriamente entre grupo
controle (lista de espera) e grupo experimental. Os grupos foram divididos em:
Grupo Controle:
Grupo Controle 3 (GC3) com 10 sujeitos e Grupo Controle 4 (GC4) com 10 sujeitos. Os grupos GC3 e
GC4 foram atendidos posteriormente nos mesmos moldes da pesquisa, porém seus dados não fazem
parte dessa pesquisa como grupo de tratamento, apenas como grupo em lista de espera, devido a uma
limitação de tempo para a coleta de dados.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Excluído: e
Excluído: duas
Excluído: fazem
Excluído: que ofereça vaga.
Excluído: ¶¶
Excluído: serão
Excluído: 4
Excluído: 0
Excluído: randomicamente
Excluído: serão
Excluído: e Grupo controle 2 (GC2) com dez participantes cada ; ¶
Excluído:
Excluído: cada,
Excluído: realizarão a intervenção com teatro e videofeedback
Excluído: ¶Após o término dos grupos experimental 1 e 2 serão selecionados mais
Excluído: 20
Excluído: sujeitos para participarem como grupo controle,
90
Ao final da realização dos grupos, o GC3 ficou com 5 sujeitos e o grupo GC4 com 6 sujeitos, totalizando
11 sujeitos.
Somando os grupos: GC1, GC2, GC3 e GC4 temos um total de 21 sujeitos que participaram da pesquisa
em lista de espera nas avaliações pré-teste e pós-teste e 11 sujeitos que compareceram para a avaliação
de pós 1 mês.
Gupo Experimental.
O Grupo Experimental 4 (GE4), com 10 sujeitos, participou do tratamento cognitivo-comportamental,
em grupo, com 18 sessões no mesmo período que o GE3 com 10 sujeitos (formado pela soma dos GC1 e
GC2, lista de espera da primeira etapa).
Ao final da realização dos grupos, o GE3 ficou com 7 sujeitos e o CE4 ficou com 5 sujeitos, totalizando
12 sujeitos.
Somando os Grupos: GE1, GE2, GE3 e GE4 temos um total de 35 sujeitos que iniciaram o tratamento
em grupo proposto, 25 sujeitos que terminaram o tratamento e 24 sujeitos que compareceram para a
avaliação de pós 1 mês.
Etapa 5: realização dos grupos e recolhimento de dados.
Os grupos tiveram um total de 18 sessões, 17 sessões com duração de duas horas e uma sessão com
duração de 4 horas, referente ao uso do videofeedback para a habilidade social falar em público. A
freqüência dos encontros foi de duas vezes na semana, ocorrendo às segundas e sextas feiras. Os
instrumentos para avaliação da efetividade da terapia foram aplicados antes do início do tratamento, na
última sessão e um mês após a última sessão.
7.9 Descrição do protocolo de terapia usado no grupo:
Abaixo segue a descrição do protocolo de tratamento desenvolvido para a pesquisa aliando técnicas de
teatro do oprimido e técnicas de videofeedback, além de observações a respeito dos grupos realizados. A
descrição começa com os objetivos da sessão e a descrição das tarefas de casa propostas, seguidos pela
descrição das vivências utilizadas.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Itálico,Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Não
Excluído: formando os grupos:
Excluído: Grupo controle 3 (GC3) e Grupo controle 4 (GC4), com dez sujeitos cada.¶Os grupos controle GC1 e GC2 passam a ser Grupo experimental 3 (GE3) e Grupo experimental 4 (GC4), esses grupos realizarão o grupo de TCC sem teatro e sem videofedback. Ao final da realização dos grupos experimentais 3 e 4 os grupos controle 3 e 4 receberão tratamento cognitivo comportamental em grupo, porém seus dados não farão parte da pesquisa em função do tempo necessário para análise dos dados.¶
Excluído: terão 1
Excluído: 8
Excluído: cada,
Excluído: realizados
Excluído: . Pretende-se realizar quatro grupos com 10 sujeitos cada. Dois grupos realizarão a intervenção combinada de TCC com teatro e videofeedback e dois grupos realizarão a intervenção com TC sem teatro e sem videofeedback.¶
Excluído: serão
Excluído: ¶
91
O material entregue aos pacientes (apostila para pacientes), ao longo do tratamento, referente a textos,
folhas de registro e tarefas de casa se encontra no apêndice 1.
Sessão I:
Objetivos:
Apresentação do terapeuta e co-terapeutas.
Apresentação da pesquisa.
Apresentação dos pacientes.
Estabelecimento de contrato de terapia.
Favorecimento do sentimento de universalidade e facilitação da coesão grupal.
Introdução do modelo cognitivo para fobia social: relação entre ansiedade, atenção, memória e
sintomas físicos de ansiedade.
Estabelecimento de esperança e expectativas reais para terapia.
Estabelecimento do papel do terapeuta e co-terapeutas e o papel dos pacientes ao longo da terapia
(o que se espera de cada membro do grupo e do grupo como um todo).
Tarefa entre sessões: Leitura e preenchimento do texto sobre fobia social da apostila e narração de
sua história através de 10 fotos, selecionar para levar a sessão seguinte.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Batizado Mineiro adaptado com base no descrito por Boal (2002).
Objetivos:
Quebrar o gelo.
Aprender os nomes de cada participante.
Provocar um nível baixo de ansiedade.
Demonstrar como a ansiedade influencia a atenção e a memória.
Descrição:
Todos ficam de pé formando um círculo. Não é dita toda a regra do jogo, uma tarefa dos participantes é
adivinhar a regra que não foi falado.
Formatado: Fonte: Não
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Sublinhado
92
- O terapeuta diz seu nome: Maria Amélia e olha para a pessoa seguinte da roda, que também diz seu
nome. Todos seguem até que chegue na terapeuta novamente.
- O terapeuta diz seu nome e um adjetivo: Maria Amélia Maravilhosa e olha para a pessoa seguinte (a
pessoa deverá dizer seu nome e um adjetivo que comece com a primeira letra de seu nome; essa é a regra
que deverá ser descoberta) Se perceber que a pessoa está ansiosa o terapeuta deve oferecer ajuda
dizendo: “Você quer uma ajudinha para lembrar de um adjetivo?” Se a pessoa disser que sim, o
terapeuta pede ao grupo para dar uma sugestão de adjetivo. Assim que tiver uma sugestão de adjetivo, a
pessoa deve dizer seu nome e o adjetivo, passando para a pessoa seguinte e assim por diante, (sempre
oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos) até chegar no terapeuta novamente. O terapeuta pergunta
se alguém já descobriu a regra, caso não, ele sinaliza quem do grupo seguiu a regra. O terapeuta diz:
“Vou dar uma dica, algumas pessoas, mesmo sem saber, acertaram: Maria Amélia Maravilhosa; Joana
Jóia, Alice alegre. E aí, já descobriram?” Se sim o terapeuta continua a Vivência, se não, o terapeuta
revela e segue a Vivência.
“Agora vamos todos fazer de acordo com a regra, acrescentando mais uma instrução. Dessa vez eu vou
fazer e todos vão juntos, em seguida, me imitar”.
O terapeuta diz: Maria Amélia Maravilhosa e acompanha com um movimento e gesto, dando um passo
adiante na roda. Em seguida todos imitam a fala, o movimento e o gesto, indo para frente na roda, ao
mesmo tempo, em coro. A pessoa seguinte fará o mesmo e todos o imitarão e assim por diante até voltar
ao terapeuta (sempre oferecendo ajuda aos que estiverem ansiosos).
O terapeuta elogia dizendo que está muito bom e propõe que cada um lembre dos nomes que vieram
antes de ter de falar o seu. E diz que quem não lembrar, não tem problema. O terapeuta pede para a
pessoa que fica depois dela começar, essa pessoa só precisa dizer o nome do terapeuta, a pessoa seguinte
deve dizer o nome do terapeuta e da pessoa logo antes e assim por diante até chegar ao terapeuta
novamente.
O terapeuta pede que todos voltem a sentar para conversar sobre a Vivência. O terapeuta pergunta como
se sentiram. O que acharam.
93
Nos grupos os pacientes gostaram de fazer essa vivência, funcionou descontraindo o grupo. No feedback
eles relataram ter sentido ansiedade, que ia aumentando ao chegar perto da vez de cada um falar, e alívio
depois de ter falado. Relataram também que, conforme o exercício se repetia, ficava mais fácil,
principalmente porque sabiam que no caso de ter um branco, receberiam ajuda. Ficou claro que por
estarem ansiosos e preocupados com sua vez de falar tiveram dificuldade em prestar atenção às pessoas
que vinham antes na roda.
Esse exercício abriu a discussão para o tópico:
Fobia Social: O que é? Como se sente uma pessoa com fobia social?
Terapeuta: “Esse foi um exercício para aprendermos os nomes de cada um e também para mostrar um
pouco como a fobia social se manifesta. Constatamos o quanto é mais fácil lembrar o nome de quem
veio depois do que quem veio antes, isso porque cada pessoa, antes da sua vez, estava preocupada com
seu desempenho, focada em si mesmo, com medo de falhar, pagar mico, dar branco, ou seja, preocupada
com a avaliação do outro. Essa é a principal característica da fobia social: o medo de ser avaliado
negativamente em uma situação social, esse medo, em geral, faz com que a pessoa evite situações em
que possa ser avaliada, ou enfrente essas situações com grande desconforto. Eu gostaria agora de saber
um pouco sobre a vida de cada um de vocês, para isso vamos fazer um jogo”.
Vivência: Quem sou eu? O que eu quero? Adaptado com base no descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Todos se conhecerem.
Desenvolver sentimento de universalidade do grupo.
Avaliar objetivos e expectativas para a terapia.
Favorecer sentimento de esperança
Descrição:
Cada pessoa recebe três tiras de papel de mais ou menos cinco centímetros cada. O grupo é instruído a
escrever três definições sobre si mesmos, mas sem colocar seu nome. Primeira definição:
1) Quem sou eu? Cada pessoa deve escrever no máximo um parágrafo para cada definição.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
94
2) O que eu quero? (solicitar que escolham coisas possíveis e específicas, em vez de ser feliz, escrever o
que exatamente isso significa. Coisas que não dependam de sorte, como ganhar na loto, ficar rico).
3) O que me impede de alcançar o que eu quero?
O terapeuta recolhe os papéis, misturando em três sacos, um para cada pergunta, em seguida cada pessoa
pega um papel de cada saco para ler. Cada um lê os papéis que tirou na ordem Quem sou eu? O que eu
quero? E o que me impede?
Em seguida pede para que cada pessoa fale um pouquinho sobre si, o que faz? Como é a sua fobia
social? No que a fobia social atrapalha sua vida? E o que espera da terapia? Essas perguntas ou diretrizes
estão escritas no quadro para facilitar, e conforme a pessoa fala o terapeuta faz algumas perguntas.
Terapeuta diz: “Lembrem-se, todos aqui compartilham o mesmo problema, por isso, mesmo que seja
desconfortável, é importante que cada um fale um pouco. Quem quer começar?”.
Se ninguém se oferecer, o terapeuta fala um signo (ex. capricórnio) e quem for de capricórnio começa,
depois segue a ordem da roda até que todos tenham falado.
Depois que todos tiverem falado o terapeuta agradece e fala:
Terapeuta: “Percebo que muitos esperam melhorar com a terapia, isso também é o que eu espero, porém,
precisamos entender que para alcançar esse objetivo nosso grupo precisa funcionar como um barco em
que todos remam juntos. A terapia não é uma solução milagrosa, em que o simples fato de vir aqui vai
funcionar. A terapia é um esforço conjunto de todos que estão aqui. O comprometimento de cada pessoa
consigo mesma e com o grupo é o que produz um bom resultado. Ninguém tem culpa de ter fobia social,
a fobia social é um transtorno psiquiátrico, porém cada um tem responsabilidade em querer se tratar
verdadeiramente. A terapia que vamos fazer envolve a participação ativa de todos nas tarefas propostas.
Muitas dessas tarefas serão para realização entre as sessões, no dia a dia de vocês, isso é uma parte
fundamental do tratamento. Os terapeutas darão todo o suporte, incentivo e preparo para que isso
aconteça e a opção de fazer é responsabilidade de vocês para com o processo”.
Observação: respostas encontradas nos grupos para essa vivência:
QUEM SOU EU?
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Formatado: Fonte: 12 pt
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95
1) Sou alguém que está sempre à procura de conhecimento. Estou sempre à procura de algo que
possibilite novas descobertas que me enriqueça como pessoa humana. Saúde psíquica, harmonia
e interação com os meus semelhantes é a minha meta.
2) Alguém extremamente crítico consigo mesmo, que observa tudo, mas não consegue colocar em
prática por medo de se expor, que faz o possível para não perder a juventude, mas ao mesmo
tempo se sente limitada por não conseguir falar o que pensa e fazer o que tem vontade.
3) Uma pessoa amiga. Tolerante até certo ponto, gosta de ajudar muito os outros. Pensa muito em
terceiros. Eu sempre fico em último lugar, não sei dizer não. Sinto-me feliz sendo útil aos
demais.
4) Uma pessoa ansiosa, com muita energia, sempre alto astral, guerreira, sonhadora, persistente, que
procura sempre melhorar, mas que vê na timidez, talvez seu maior entrave.
5) Uma pessoa que está procurando se conhecer melhor, pois é difícil responder esta pergunta. Não
consigo pensar em nada, a princípio.
6) Sou uma pessoa que achava que a timidez não era um grande problema, que poderia viver muito
bem com ela, mas que percebeu recentemente que ela só é uma fonte de vários problemas e
dificuldades sociais. Sou feliz, mas nunca havia percebido o fardo que carregava até pouco
tempo atrás.
7) Sou uma pessoa em busca de algo que me faça sentir melhor na sociedade em que vivo e para
isso entendo que devo procurar ajuda para superar essa limitação que é a ansiedade social.
8) Sou uma pessoa que não está se aceitando. Gostaria de me sentir menos angustiada.
9) Uma pessoa batalhadora, com vontade de vencer na vida.
10) Uma pessoa que sofre com a timidez, há muito tempo.
11) Uma pessoa que sabe o que quer mais tem medo de buscar.
12) Uma pessoa amiga.
96
13) Um cara de 20 anos, estudante de história, bastante autocrítico, persistente e capaz de superar os
desafios que por ventura apareçam.
14) Ninguém.
15) Não sei. Um pouco triste, um pouco feliz. Um pouco inteligente, um pouco burra.
5) Relacionar-me harmonicamente com todos e poder entrar em contato com minha parte saudável,
minhas potencialidades, as que julgo ter. No momento está sendo difícil, é sofrido e conflituoso,
mas no todo, sinto uma luz no túnel, uma grande possibilidade.
6) Quero viver com um nível de ansiedade aceitável. Quero poder conversar com grupos de pessoas
tranquilamente. Quero não me preocupar tanto com a opinião das outras pessoas.
7) Melhorar muito meu comportamento perante aos outros. Acabar se possível com a timidez e com
a preocupação excessiva comigo mesmo. Acho que com tudo isto, vou melhorar o meu
condicionamento físico e mental. Agradecer desde já a existência de vocês com tanta boa
vontade de ajudar.
98
8) Quero ter a liberdade de demonstrar às pessoas as minhas opiniões e sentimentos, sem medo de
errar e parecer ridícula.
9) Sei que o processo de desconstrução e reconstrução de “eu” pode ser árduo. Quero apenas a
chave para abrir as portas, o chão para andar nas ruas, olhos para olhar o que existe. Quero olhos
para olhar sem medo os olhos da outra pessoa.
10) Ser menos tímido, ter mais segurança, ser mais objetivo.
11) Fazer parte do cotidiano.
12) Estar descontraído nos relacionamentos sociais.
13) Quero perder o medo de falar em público.
14) Ser outra pessoa.
15) Ver-me livre da fobia social.
16) Ter a liberdade de fazer o que eu quero para mim; ser feliz.
17) Só uma vida normal.
18) Que eu possa usar a minha capacidade sem barreiras para isso e ser reconhecida por isso.
19) No plano profissional quero me formar e continuar com a minha pesquisa a respeito dos ex-
presidiários políticos de Ilha Grande, além de conciliar com a licenciatura. No plano pessoal não
tenho grandes planos, acredito que isso seja reflexo do meu sucesso profissional.
20) Sucesso profissional e afetivo.
21) Poder me comunicar com facilidade.
22) Quero conseguir um emprego bom, onde eu possa me relacionar bem com todo mundo e em
momento algum me sentir assustado ou sentir que as outras pessoas são mais do que eu pelo
cargo ou posição social. Também quero voltar à faculdade.
99
23) Conquistar um emprego.
24) Ser mais feliz (comunicativo e extrovertido).
25) “Transitar” pelas situações da vida de um modo mais relaxado.
26) Conseguir viver normalmente, sem estar me cobrando ou criticando o tempo todo.
27) Ser feliz. Conseguir me sentir bem entre outras pessoas, mesmo sendo diferente. Ou me sentir
mais igual.
28) Ter uma profissão. Algo que ainda não consegui. Digo, me realizar profissionalmente. Já estou
me sentindo velho e tenho medo de não conseguir. Também ter uma família e dar orgulho aos
meus pais. E a mim mesmo.
O QUE ME IMPEDE DE ALCANÇAR O QUE EU QUERO?
1) O medo de parecer ridículo, de parecer desengonçado, infantil, ou até mesmo frio. Muitas
pessoas me dizem que não há motivo para eu ficar tão receoso com as coisas, mas é automático.
2) Saber o que fazer, talvez medo. Não sei, não é claro.
3) A boa vontade de sair e procurar ajuda. E, ou melhor, explicado; a falta de coragem para tomar
iniciativas.
4) A minha mente porque as minhas crenças sobre o que eu penso de mim impedem que eu consiga
o que quero. E quando consigo, eu desisto.
5) Medo da rejeição. Medo da solidão. Medo da crítica feita pelo próximo.
6) O medo de fazer papel de bobo. O medo de receber um não. O medo de me expor ao ridículo.
Enfim, apenas eu mesmo me impeço de conseguir o que quero.
7) Eu mesmo me impeço, sinto-me travado, preso, uma estranho na multidão.
100
8) O outro. O olhar do outro. Sentir que posso estar sendo avaliado o tempo todo. Fazer o melhor. À
primeira dificuldade que aparece, desabo.
9) A timidez, a falta de oportunidade e a insegurança.
10) O medo de expor meus defeitos.
11) Minha insegurança ou me déficit de inteligência ou os dois.
12) A timidez e a falta de vontade.
13) A minha falta de segurança.
14) A timidez.
15) Autocrítica e inércia
16) Muita ansiedade, querer coisas demais, pouca determinação.
17) O nervossismo, ansiedade, precipitação, a preocupação em pensar o que o outro esta pensando
sobre mim. O fato de me achar diminuído em relação ao chefe ou a alguém que me julgue
superior.
18) Eu mesmo. As minhas limitações pessoais.
19) Muita timidez.
20) Acho que é esse problema de fobia.
21) Timidez, mercado de trabalho altamente competitivo.
22) A fobia social e a depressão.
23) A timidez, a baixa auto-estima e a falta de confiança em mim mesmo.
101
24) Falta de coragem. O tempo passou. Não dá para apagar o passado, o que não aconteceu, não
aconteceu. Nem sempre dá para recuperar o tempo perdido.
25) Minha insegurança.
26) Falta de vontade, pois não acredito que o meu objetivo possa ser alcançado, tendo como base a
análise e exame das minhas experiências anteriores.
27) O pessimismo que eu tenho em relação a mim, e também um certo desanimo. Sou uma pessoa
preguiçosa.
28) Preocupação demasiada sobre o que os outros pensam a meu respeito.
Estratégia Gráfico de Pizza.
Objetivos:
Desenvolver senso de responsabilidade e comprometimento com a terapia.
Instalar esperança.
Reestruturar expectativas para a terapia.
Estabelecer regras de funcionamento para o grupo.
Descrição:
“Estou entregando lápis de cor e uma folha de papel para cada um com um círculo desenhado, gostaria
que pensassem nas expectativas que colocaram para a terapia e em seguida dividissem o círculo em
fatias, como uma pizza. Nessa divisão em fatias, cada um deve representar o quanto da melhora com o
tratamento é responsabilidade sua; o quanto pode ser atribuído ao tratamento e o quanto pode ser
atribuído a outras variáveis. Podem fazer”.
Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pede que cada um compartilhe com o grupo seu gráfico,
abrindo esse tema para discussão até que se chegue a um consenso razoável em que a pessoa seja
responsável por pelo menos 50% do tratamento.
O terapeuta volta a falar: “Que bom que conseguimos chegar a um consenso e que as expectativas para a
terapia estejam mais claras, além do papel de cada um. Precisamos agora combinar como nosso grupo
Formatado: Fonte: 12 pt
102
vai funcionar. Quais regras e normas vamos seguir durante o trajeto? Vamos criar juntos um contrato do
grupo, todos devem concordar para que ele seja instituído? Vou propor alguns pontos e cada um
acrescenta conforme desejar. Tópicos: pontualidade, freqüência, sigilo, tarefas entre sessões. Quanto à
freqüência, sugiro que três faltas sejam motivo para exclusão do grupo. Como expliquei antes, as faltas
atrapalham o andamento de todos, quem perde uma parte fica menos preparado para a parte seguinte.
Também proponho que mais de três atrasos de 20 minutos seja motivo de exclusão do grupo. Quanto às
tarefas de casa, proponho que todos se comprometam, ao máximo, fazer. Não é esperado que a pessoa
consiga fazer todas as tarefas propostas, e sim apenas que tente fazer. Podemos aprender muito com as
dificuldades nas tarefas”.
Em seguida o grupo discute até chegar a um consenso e escreve no verso da folha do gráfico o que foi
acordado.
O terapeuta ressalta a idéia de que o grupo tem de se preocupar com o andamento do todo, cumprindo
com o que foi combinado para que possam juntos alcançar o objetivo de melhora da fobia social.
Conversa final em que cada um é convidado a falar o que achou da sessão. O terapeuta explica a
tarefa de casa.
Terapeuta: “Hoje nos conhecemos um pouco mais e conversamos sobre a terapia, fizemos nosso
contrato e vimos à importância de cada um no sucesso da terapia A cada sessão vamos nos conhecer um
pouco mais. Para facilitar esse processo, vamos juntos, na próxima sessão, construir um mural de fotos.
Cada um deve separar 10 fotos para contar sua vida até hoje, pensando em responder as questões: Quem
sou eu? Quem são as pessoas importantes para mim? Quais foram os momentos mais marcantes da
minha vida? Qual o papel da fobia social na minha vida?”.
Sessão II
Objetivos:
Favorecer sentimento de universalidade, coesão grupal e altruísmo no grupo.
Ativar sintomas de ansiedade para identificar elementos do modelo cognitivo da fobia social.
Identificar e reestruturar pensamentos automáticos provocados pelas vivências.
Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social na história de vida de cada um.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
103
Tarefas entre sessões: cada um deve refletir sobre a sessão de hoje, pensar em tudo que foi dito,
nas fotos e em sua história de vida e escrever, na folha de tarefa de casa, a sua história e a história
da fobia social, pensando no modelo cognitivo, como se desenvolve e o que mantém. Ler o Texto
entregue.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Hipnotismo colombiano (Boal, 2002).
Objetivo:
Aquecer o grupo e soltar o corpo, percebendo os movimentos automáticos e os sentimentos relacionados
ao exercício.
Perceber os sintomas físicos que acompanham a ansiedade e sua relação com a fobia social.
Avaliar quem prefere hipnotizar (estar no controle) e quem prefere ser hipnotizado (dar o controle),
como isso se aplica à vida de cada um e à fobia social.
Descrição:
O terapeuta e co-terapeuta demonstram para ensinar:
Uma pessoa põe a mão a poucos centímetros do rosto de outra pessoa; este, como hipnotizado, deve
manter o rosto sempre à mesma distância da mão do hipnotizador. O hipnotizador inicia uma série de
movimentos com as mãos, retos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, andando, abaixando.
O hipnotizado deve seguir a mão que o está hipnotizando com todo o corpo em movimento. O
hipnotizador deve fazer o hipnotizado mexer todos os músculos possíveis. A mão do hipnotizador pode
mudar, para fazer, por exemplo, com que o hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do
hipnotizador. A mão do hipnotizador não deve fazer movimentos rápido que não possam ser seguidos. O
hipnotizador deve ajudar seu parceiro a assumir todas as posições ridículas, grotescas, não usuais.
Depois de alguns minutos trocam-se o hipnotizador e o hipnotizado. Se o terapeuta perceber
movimentos limitados pode intervir estimulando os participantes.
Em seguida forma-se a roda e abre-a para discussão: como cada um se sentiu? Como foi ter o corpo
comandado por outra pessoa? Como foi realizar movimentos não usuais, até ridículos. Deixar que o
grupo fale e perguntar se na vida real já sentiram não ter controle sobre o próprio corpo. Essa pergunta
inicia a discussão sobre os sintomas físicos de ansiedade, taquicardia, sudorese, rubor. O terapeuta
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
104
aproveita para explorar esse tópico, colocando que quanto mais se tenta controlar os sinais de ansiedade
do corpo, mais eles se intensificam. Perguntar se isso já aconteceu com eles.
2ª Vivência: Caminhando, pensando e seguindo a instrução.
Objetivos:
Perceber o corpo.
Entender a relação entre pensamento-sentimento-comportamento e reações físicas.
Provocar ansiedade para identificar e reestruturar pensamentos quentes.
Associar a história de vida com a fobia social.
Descrição:
1º Andar: instruir os pacientes a andarem livremente pela sala, ocupando todos os espaços, soltando o
corpo. O terapeuta instrui: “percebam a forma como vocês andam, o movimento de seus corpos, o
contato dos pés com o chão, procurem focar apenas em seus corpos”.
2º Deixá-los andando por alguns minutos e pedir: “continuem andando e comecem a pensar nas fotos
que vocês selecionaram para trazer, nos aspectos da vida de cada um que podem ter relação com a fobia
social”.
3º Deixá-los andando um pouco e pedir: “procurem selecionar na memória uma situação marcante em
que ficaram ansiosos, pensem nos detalhes da situação, como se estivessem vendo um filme. Continuem
andando e tentem perceber os sentimentos relacionados à situação. Deixá-los um tempinho:” agora,
procurem perceber as reações físicas presentes...tempinho.... Agora os pensamentos
4ª Deixá-los andando e realizando o que foi pedido por alguns minutos e pedir: “agora vocês vão
continuar a andar e começar a falar como quem anda na rua, pensando alto: todos os pensamentos que
vierem à cabeça: andando e falando. O terapeuta observa e se alguém não está falando, começa a andar
atrás da pessoa, como uma sombra, incentivando; até que todos tenham conseguido andar alguns
minutos falando os pensamentos”.
5º Terapeuta: “agora quando eu falar PÁRA! Vocês vão formar um círculo”. ”PARA!”.
105
No círculo, é aberto espaço para debate, cada um sendo perguntado como se sentiu em relação ao
exercício, se foi fácil imaginar e identificar os sentimentos e pensamentos, se alguém experimentou
sintomas físicos de ansiedade.
O terapeuta começa a identificar e mostrar a correlação entre situação, sentimento, pensamento,
comportamento e reações físicas.
Vivência: Situação, Ação!
Objetivos:
Provocar ansiedade para identificar pensamentos quentes.
Identificar a relação entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas.
Apresentar o modelo cognitivo da fobia social.
Descrição:
O terapeuta pede para que formem trios, e cada trio, entre si, compartilha as situações que pensaram no
exercício anterior, tentando identificar os pensamentos, sentimentos, comportamentos e reações físicas
(categorias estão escritas no quadro).
Deixa um tempo e pede para que cada trio escolha uma das três situações para compartilhar com o
grupo, cada um vai representar um elemento da situação em uma encenação.
Por exemplo: o primeiro faz a mímica da situação, o segundo dramatiza os pensamentos e sentimentos e
o terceiro, o comportamento e reações físicas. O terapeuta os instrui a dramatizar de forma exagerada,
como se fosse uma novela mexicana. Todos os grupos se apresentam e o terapeuta corrige qualquer
confusão entre os elementos: situação, pensamento, sentimento, comportamento e reações físicas.
Abre-se a roda e cada trio conta sua situação identificando os elementos do quadro:
Situação
Sentimento
Pensamento
Comportamento e
Reações físicas.
Formatado: Fonte: NãoNegrito
106
A realização dessa vivência foi muito interessante, conforme eles foram contando o que estavam
dramatizando, outros elementos começaram a aparecer, como: processamento antecipatório, pós-evento
e crenças. Dessa forma esses elementos passaram a fazer parte dessa vivência.
No caso de, em algum grupo, esses elementos não aparecerem espontaneamente, o terapeuta os ajuda a
identificar através de perguntas e completa o quadro, ficando o seguinte esquema:
Situação
Processamento pré-evento
Sentimento
Pensamento
Comportamento
Reações físicas
Processamento pós-evento
Abre-se a roda e resume-se o esquema do quadro, encerrando a Vivência.
Vivência: As imagens da minha vida
Objetivos:
Favorecer a revelação de aspectos importantes da vida relacionada à fobia social.
O grupo se conhecer melhor, favorecendo uma maior integração.
Aceitar a fobia social.
Identificar aspectos importantes relacionados à fobia social: crenças, aspectos culturais, genéticos,
experiências marcantes de vida.
Favorecer a coesão grupal, altruísmo e sentimento de universalidade no grupo.
Descrição:
O terapeuta pede para que os pacientes peguem as fotos e sentem em roda no chão.
O terapeuta fornece uma cartolina para cada, cola e fita adesiva.
Pede para que cada um monte uma exposição das fotos que trouxe, na cartolina.
Deixa um tempo e escreve no quadro:
Formatado: Fonte: NãoNegrito
107
Crenças:
Sobre si, os outros e o mundo.
Aspectos biológicos/genéticos.
Aspectos familiares.
Relação com colegas e experiências de vida
Relação com familiares
Relação com aspectos culturais.
O terapeuta explica o modelo cognitivo da fobia social usando todos os elementos do quadro e
introduzindo a idéia de crenças centrais ou esquemas.
Depois pede que olhem as fotos e pensem nos elementos no quadro.
Deixa-os por alguns minutos e pede para que cada um exponha suas fotos contando como entende os
elementos da fobia social em sua história de vida, que fatores contribuíram e contribuem para o
desenvolvimento da fobia social.
O terapeuta se mostra empático às colocações, tira dúvidas, ajuda-os a refletir sobre suas histórias de
vida e discute a idéia: quem são vocês sem a fobia social?
Será que vocês são a fobia social? E se melhorarem, como ficará a vida?
Ajuda os pacientes a separarem-se eles mesmos do transtorno, com isso começando a trabalhar a
aceitação e possibilidade de modificação.
Os terapeutas também incentivam os membros do grupo a serem empáticos.
Sessão III-
Objetivos:
Identificar os aspectos do modelo cognitivo da fobia social em exemplos da vida de cada um.
Identificar as crenças centrais de cada um.
Desenvolver a habilidade social de aprender a escutar o outro.
Vivenciar e identificar os componentes do modelo cognitivo da fobia social: processamento pré-
evento, pós-evento, situação, pensamento, comportamento, reações físicas e crenças.
Motivação para alcançar os objetivos da terapia.
Formatado: Fonte: Negrito
108
Tarefa entre sessões: Anotar as experiências da tarefa entre sessões, ler o texto sobre crenças e
distorções cognitivas e preencher a folha “entendendo a ansiedade social” (apêndice 1). Anotar as
crenças que cada um mais se identificou e tentar refletir sobre evidências de que elas não sejam
verdade, anotando e deixando espaço para a cada semana de tratamento acrescentar mais coisas.
Escolher pelo menos três pessoas que causem um nível baixo de ansiedade para exercitar a tarefa
de ouvir o outro, em vez de fazer autoprocessamento.
Descrição das vivências e observações:
Vendo a tarefa entre sessões:
Roda sentada, terapeuta pede para que falem da tarefa de casa, como se sentiram, pontos principais que
pensaram. O que escreveram. Discute as informações do texto e relembra o modelo cognitivo. Usa os
quadros preenchidos para iniciar a técnica da seta descendente.
Exemplo de diálogo real ocorrido no grupo:
Técnica da Seta Descendente
O que significa para você essa situação?
Que não consigo, sou um desastre.
Porquê?
Porque fico nervoso, não interajo como todo mundo.
O que significa não interagir como todo mundo?
Que sou diferente, fico ansioso.
Diferente como, o que isso diz a seu respeito?
Não consigo me controlar. Fico ansioso.
Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?
Uma pessoa fraca.
Então demonstrar ansiedade significa ser fraco?
É, sim, significa ser fraco, incapaz, inferior aos outros.
Terapeuta repete essa seqüência um por um, procurando identificar as crenças de cada paciente. Nos
grupos foram identificadas as seguintes crenças:
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
109
Sou Fraco
Sou incapaz
Sou inferior
Sou incompetente
Não sou suficientemente bom
Sou inadequado
Sou Burro
Terapeuta anota no quadro as crenças e pede que cada um comente sobre a crença que identificou: desde
quando sente isso? Com quanta freqüência? Pede para cada um anotar em um papel evidências a favor
da sua crença. O que lhe faz pensar que sua crença, por exemplo: sou um fraco, é verdadeira? Após
todos terem escrito, pede para escreverem no verso o oposto: O que lhe faz pensar que (crença, por
exemplo: sou um fraco) não é verdadeiro?
Terapeuta auxilia perguntando:
E os outros, como são? Todos perfeitos?
O que realizou em sua vida, mesmo se sentindo assim?
Se você não tivesse fobia social, teria essa crença?
Mostrar a importância de tentar modificar essas concepções, idéias, olhar de outra forma.
Discutir que o objetivo do tratamento não é ajudá-los a esconder ter ansiedade, não são ferramentas para
criar uma máscara e se esconder, e sim poder entender a ansiedade de outra forma, aceitando-se e
através disso, modificando-se.
O tratamento envolve essa modificação, esse questionamento, além do desenvolvimento ou
potencialização de habilidades sociais que estejam impedindo ou prejudicando a interação.
Mudar essas crenças envolve testá-las gradualmente, como já temos feito nos exercícios aqui, que
provocam ansiedade e como vamos começar a fazer com as tarefas de casa.
Vivência: 1ª e 2ª revelação de Tereza adaptado com base no descrito por Boal (2002).
Objetivos:
110
Importância de ouvir o outro.
Perceber o autoprocessamento para modificá-lo
E vivenciar os componentes do modelo cognitivo da fobia social.
Descrição:
O grupo se divide em duplas, um de frente para o outro. O terapeuta pede para cada um pensar em uma
situação de embaraço social e quando o terapeuta falar, “1ª revelação”, um da dupla começa a contar o
que pensou, fica falando, procurando detalhes, até o terapeuta falar, “2ª revelação”, e o outro da dupla
fala enquanto o 1º que falou escuta, até o terapeuta falar, “Pare!”.
Assim que o segundo parar, o terapeuta pede ao que falou primeiro para contar em detalhes o que o
outro lhe revelou e depois troca.
O terapeuta observa se o grupo teve dificuldade em prestar atenção devido ao auto processamento ou
processamento pré-evento, pontuar esses processos explicando o que aconteceu. Depois que todos
tenham contado a revelação do outro para a roda pede para que cada um olhe para o quadro e identifique
os elementos do esquema, tentando identificar e perceber a diferença entre os elementos que estão no
quadro (descritos a seguir).
Situação
Crenças Processamento pré-evento memória
Sentimento
Pensamento
Comportamento
Reações físicas
Processamento pós-evento.
O terapeuta procura ressaltar a importância desse modelo, lembrando que essa representação é didática,
esse modelo é dinâmico e cada elemento influencia os outros e o todo.
Pergunta a quem falava como se sentia em relação a quem ouvia. Questiona se a pessoa que estava
fazendo a revelação se sentiu compreendida; escutar é uma habilidade social importante.
111
Como o outro deve se sentir, é possível ter uma conversa coerente dessa forma, sem escutar o outro?
1ª habilidade social: aprender a escutar
Terapeuta inicia o treino nessa habilidade questionando:
O que vocês mais querem na interação?
Respostas obtidas: causar uma boa impressão desempenhar-se bem, não demonstrar ansiedade.
E o que acaba acontecendo?
O oposto.
Então, quanto mais se preocupam, menos conseguem, é isso que acaba acontecendo?
Sim.
Discute a importância de escutar o outro, como no exercício da sessão, e reforça a importância de
começar a mudar o autoprocessamento.
Vivência de encerramento da sessão: Corredor brasileiro, (Del prette e Del Prette, 2002).
Objetivo:
Identificar e relatar o que deseja alcançar com a terapia.
Motivar-se para a busca de soluções de problemas pessoais.
Expressar apoio.
Desenvolver colaboração.
Solicitar ajuda.
Descrição:
Forma-se um corredor, tipo corredor polonês. A pessoa que vai passar primeiro pelo corredor é
solicitada a dizer o que deseja alcançar com a terapia, em seguida, passa pelo corredor. As pessoas que
formam o corredor são instruídas a incentivar quem esta passando, dizendo frases de encorajamento e
fazendo gestos de apoio e força.
Encerramento: pede a algum voluntário para dar um feedback da sessão, aproveita para explicar o que é
um feedback, e os tipos de feedback. Para um bom feedback a pessoa deve ter conseguido prestar
atenção ao comportamento do outro.
112
Sessão IV:
Objetivos:
Apreender respiração diafragmática.
Reestruturação de pensamentos automáticos e crenças.
Preencher a folha “entendendo a ansiedade social”.
Discutir distorções cognitivas e sua relação com a crença central.
Desenvolver as habilidades sociais: escutar o outro e ler o ambiente social.
Desenvolver as habilidades sociais: iniciar e manter conversas.
Tarefa entre sessões: Praticar a respiração diafragmática e escolher pelo menos três situações de
interação para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha de tarefa entre sessões. E
continuar fazendo a folha “Entendendo a ansiedade social”
Descrição das vivências e observações:
Avaliar com o grupo o preenchimento da folha ”entendendo a ansiedade social”, possíveis dificuldades e
como usar a folha. Ver o exercício de distorções cognitivas, discutindo com o grupo.
Vivência: a cruz e o círculo, (Boal, 2002).
Objetivos:
Aquecer o grupo.
Perceber a diferença entre movimentos voluntários e involuntários
Ensinar respiração diafragmática.
Descrição:
Pede-se que seja feito um círculo com a mão direita, grande ou pequeno, como puderem, é fácil e todo
mundo faz. Pede-se, depois, que seja feita uma cruz com a mão esquerda, é ainda mais fácil; todos
conseguem. Pede-se, então, que façam as duas coisas ao mesmo tempo. É quase impossível.
Ao terminar abre-se a roda para conversação sobre como se sentiram e o terapeuta introduz a idéia de
reação de luta e fuga. E ensina a respiração diafragmática.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
113
Em seguida o terapeuta integra essas informações à sessão anterior, lembrando pontos importantes:
Modelo cognitivo da fobia social, mudança das crenças, perfeccionismo, importância da opinião do
outro.
Conversam sobre a folha de distorções cognitivas da tarefa de casa. Quem se identificou com qual?
Reestruturam as distorções que forem destacadas através de questionamento socrático realizado pelo
terapeuta. O terapeuta explica a ligação entre as distorções e manutenção da crença central.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum adaptado com base no que foi descrito por Boal, 2002.
Ao longo do tratamento essa vivência é usada muitas vezes, por isso uma descrição mais detalhada é
fornecida nesse momento. Os objetivos específicos serão descritos sempre que essa vivência for usada e
os objetivos gerais estão descritos abaixo.
Objetivos gerais:
Desenvolver habilidades sociais.
Reestruturar pensamentos.
Revelar dificuldades.
Solucionar problemas através de várias alternativas.
Maximizar o desenvolvimento dos componentes não verbais e paralinguísticos das habilidades sociais.
Expor os pacientes a situações de ansiedade, manejando-as.
Falar sobre si mesmo.
Desenvolver a criatividade.
Favorecer altruísmo, sentimento de universalidade e coesão grupal.
Descrição:
No fórum, os participantes selecionam uma situação de conflito ou difícil que tenham vivido. Realizam a
cena como ocorreu, terminando a encenação, sem resolver a dificuldade. A platéia (restante do grupo e
terapeutas) é convidada a entrar em cena, sempre no lugar de quem passa pelo problema ou situação
difícil, encenando uma alternativa de comportamento. O grupo analisa a alternativa nova, identificando
114
os elementos e as diferenças entre as alternativas apresentadas. A sala fica arrumada como em um teatro,
platéia e palco. Cada cena é apresentada uma vez, em seguida o terapeuta pergunta a platéia: Alguém
gostaria de entrar no lugar da pessoa que está passando pelo problema nesta cena e fazer diferente? Se
sim, o terapeuta observa, se não, o terapeuta avalia se deve intervir como modelo para respostas mais
elaboradas. Sempre que alguém da platéia entrar e dramatizar sua sugestão, em seguida o terapeuta
pergunta ao grupo o que de diferente a sugestão nova trouxe em termos de habilidades sociais. O
terapeuta deve sempre ressalta a linguagem não verbal, ou seja, que gestos diferentes a opção nova
introduziu? Ou, teve diferença no tom de voz? O terapeuta ainda pode explorar sentimentos e
pensamentos da opção nova perguntando: Nessa nova opção o que a pessoa que interpretou
provavelmente estava sentindo? E Pensando? Por isso o comportamento foi diferente?
Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais:
Ler o ambiente social e escutar o outro.
Dividir em duplas e encenar como foi a tarefa de casa de cada um. Depois da apresentação os colegas e
terapeuta podem entrar nas cenas dando sugestões para um desempenho mais elaborado. Focar nas
habilidades; ler o ambiente social e escutar o outro. O terapeuta questiona o grupo em relação ao
desempenho nessas habilidades, incentivando respostas sempre mais elaboradas.
Introduzir o tópico iniciar e manter uma conversa:
Perguntas abertas e fechadas, postura, pensamentos, emoções e comportamentos.
Vivência no modelo Fórum focando as habilidades sociais: iniciar e manter uma conversa.
Objetivos:
Desenvolver essas habilidades através da dramatização de situações vivenciadas.
Trabalhar os elementos do modelo cognitivo, ajudando os pacientes a identificá-los no momento que
estão ativados.
Descrição:
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
115
Repetem a dramatização das situações da tarefa de casa, incluindo os elementos novos: iniciar e manter
uma conversa. O terapeuta os ajuda a identificar e desenvolver os componentes dessas habilidades.
Perceber o ciclo da fobia social presente no exercício.
Sessão V:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades para solução de problemas.
Desenvolver as habilidades sociais: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma
conversação.
Favorecer coesão e altruísmo no grupo.
Realizar o relaxamento muscular progressivo (apêndice 2).
Desenvolver habilidades de civilidade.
Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo
menos três situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos, preencher a folha de tarefa entre
sessões. Continuar preenchendo evidências contra a crença central a cada semana e preenchendo a
folha “entendendo a ansiedade social”, procurando identificar a ativação de distorções cognitivas e
crenças na realização dos exercícios entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Buscando Saídas, (Del Prette e Del Prette, 2002).
Objetivos:
Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação.
Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação.
Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
116
Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano.
Fazer pedidos.
Manejar a ansiedade.
Agradecer.
Elogiar.
Falar sobre si mesmo.
Desenvolver a criatividade.
Descrição:
O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)
tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das
estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento.
Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao
seu redor. As pessoas do círculo são instruídas a ficar atentas às suas instruções ou “dicas” (verbais ou
não verbais). Diz para a pessoa colocada no interior do círculo que ela se encontra simbolicamente em
uma situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação que será resolvida quando ela
conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:
“Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação”.
Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação, pedindo-
se a ela que apresente, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do
círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade à
situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca
desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em alternativas.
A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar alternativas melhores em
relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema
se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar
sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.
117
Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,
expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á
situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para
ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer
desempenhos mais elaborados.
Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitar a alguém do GO que
ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em
voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante. Será que ele precisa de
ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.
Ao final, conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvê-
los. Qual a relação com os problemas da fobia social? O GO é solicitado a fornecer feedback do
comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback.
Introduz o tópico solução de problemas e discute com o grupo alternativas para problemas
vividos.
Vivência Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de
assunto e encerrar uma conversação.
O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões. Em seguida aproveita as mesmas cenas
para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar conversação.
Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre espaço para
quem desejar também comentar, e pede para que a cena anterior seja repetida, incluindo esses elementos.
O terapeuta pontua aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.
Formatado: Fonte: Negrito
118
Novamente, a cada dramatização, o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma
alternativa diferente.
Vivência: Corrida para ver quem chega por último, (Boal, 2002).
Objetivo:
Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração.
Descrição:
O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instrui o grupo para andar o mais devagar
possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último
ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lentamente possível.
Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por
Rangé, 2001) (Descrição no anexo do apêndice 2.1.2).
Sessão VI:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Discutir o tópico evitações sutis de situações de ansiedade.
Manejar ansiedade.
Desenvolver aspectos não verbais das habilidades sociais.
Continuar a desenvolver os tópicos: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar conversação.
Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo
a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas
são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar
fazendo o relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
119
Objetivos:
Aquecer o grupo.
Perceber características de controle e confiança.
Reestruturação cognitiva.
Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da fobia social.
Descrição:
O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns
obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é
responsabilidade do guia que o cego não se machuque, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que
deve aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos
obstáculos da sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido.
Repetindo o exercício, após alguns minutos, o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no
cego, cada guia deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som
que seu guia está fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve
mudar constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho.
Em seguida inverte, quem conduz será agora conduzido pelo som.
Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?
Existe alguma relação com os sintomas de fobia social
Nos grupos, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais
confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu
desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma
conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou
realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitavam com a desculpa de que o outro faria
melhor, ou queria fazer, porém relataram no fundo saber que não faziam porque tinham medo e
preferiam se acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse
comportamento evitativo. Explicou que a evitação mantém o medo, uma vez que a pessoa não arrisca
descobrir o quanto é capaz ou não, ou o que pode aprender, desenvolver na situação. O comportamento
120
de evitação contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da fobia social, gerando um
sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz
tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.
O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio
do grupo.
Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam
vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não terem o controle da situação.
Esses comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o
ambiente o tempo todo. Sugestões de perguntas:
Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já aconteceu? É algo possível de ser
superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por
uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim
pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas lhe
avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai
acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas
da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?
Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante.
Vivência: Variação da dramatização no modelo fórum (o diretor surpreende) focando as
habilidades: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação.
Objetivos:
Identificar sentimentos.
Identificar pensamentos.
Focar nos aspectos não verbais.
Provocar a ansiedade manejando-a.
Descrição:
Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e
encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas, o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo
121
que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser
seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para
alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual; quem assiste procura identificar o que se
passa. 2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana. 3) interpretar a cena escolhendo
um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor, raiva, alegria, ironia. 4) Falar em
gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin, parara?).
Encerrar e abrir para discussão: Como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a
alguma característica da fobia social?
Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.
Por exemplo:
Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase
em alguns sentimentos e movimentos. Como se sentiram?
Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?
Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?
Conduzir o debate até que todos se coloquem.
Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios.
Pedir para que cada um fale de uma situação difícil em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para
questionar pensamentos e crenças relacionados a essa habilidade, além de sentimentos e
comportamentos relacionados.
Vivência: Berlinda de elogios:
Objetivos:
Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios.
Reestruturar pensamentos.
Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo.
Descrição:
É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio. O
terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada. Em seguida, outro vai para o centro e
Formatado: Fonte: 12 pt
122
assim por diante, até que todos tenham ido. O terapeuta instrui para que não ocorram elogios repetidos e
nem falsos, o conteúdo deve ser verdadeiro. No caso de alguém apresentar dificuldade para responder os
elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem
está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de elogiar o terapeuta chega perto e também fornece
alguma dica. Essa vivência foi muito rica, alguns pacientes relataram estar com ansiedade antecipatória,
imaginando que em sua vez ninguém conseguiria achar elogios para fazer; com a vivência foi possível
testar essa hipótese e verificar que poderiam sim receber elogios verdadeiros e variados.
Sessão VII:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Introduzir a folha “Testando Pensamentos” (apêndice 1).
Desenvolver expressão facial e corporal nas interações sociais.
Favorecer criatividade, coesão e altruísmo.
Introduzir a idéia de cometer gafes.
Desenvolver as habilidades sociais: fazer e receber elogios.
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada
para preencher as folhas: “entendendo a fobia social” e “testando pensamentos”. Escolher duas
gafes para cometer, o terapeuta avalia, de acordo com o caso individual, quais as melhores
situações para cometer gafes.
Descrição das vivências e observações:
Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos.
Vivência: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria. (Boal, 2002).
Objetivo:
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
123
Ver como o nosso olhar pode transformar a realidade, cada situação tem sempre muitos ângulos para
serem interpretados.
Estimular criatividade e exposição à avaliação do grupo.
Descrição:
Um objeto é colocado no meio da roda, por exemplo: uma garrafa de coca-cola de 2 litros vazia. O
terapeuta então pergunta: Se isso não fosse uma garrafa, o que seria? Pede para ninguém falar, apenas
observar seu comportamento e tentar adivinhar a mímica que vai fazer, então se dirige ao centro da roda
e usa a garrafa de outra forma, por exemplo, como se estivesse ninando um neném. Espera até que
adivinhem. Instrui que quem tiver uma idéia de como usar a garrafa deve ir até o centro e fazer; não
pode falar, tem de fazer a mímica. Se estiverem com dificuldade o terapeuta fala no ouvido e pede para
a pessoa ir, até que o grupo comece a aderir.
Fazer com três objetos (cadeira de plástico e kanga, por exemplo).
Abrir para discussão, como se sentiram e o que entenderam do exercício.
Será que cada um poderia estar em sua vida olhando os acontecimentos de uma mesma forma, sem
questionar alternativas? Abrir para que cada um se coloque. Fazer conexão com as crenças de cada um e
o modelo cognitivo.
Vivência: Completando a imagem, (Boal, 2002).
Objetivo:
Iniciar o tópico, reestruturação cognitiva.
Desenvolver criatividade.
Desenvolver expressão corporal e facial.
O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se
ao grupo que diga, quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes
124
se despedindo, um negociante de drogas, etc.? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não
dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.
O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O
terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar
a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se
candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta
os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que
tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas;
cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do
terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de
dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,
mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com
relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma
benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a
imagem.
Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da
imagem, e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham
completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto; uma cadeira, lápis, etc.
Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o
importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em
seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um
movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e
completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para
discussão. Como se sentiram? O que perceberam?
O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos
um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando
pensamentos”. Cada um escolhe um pensamento da folha, entendendo a fobia social, que foi feita em
125
casa, para juntos preencher a folha, testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com que cada um
responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.
O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções
cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.
Introduzir a ideia de cometer gafes para testar pensamentos e habituar-se aos sintomas de ansiedade
Exemplos de gafes:
Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer,
derrubar coisas, pedir algo que não consta no menu; sair com uma roupa descombinando ou do avesso;
pedir algo, que obviamente não é vendido naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto,
solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias vezes como se não estivesse entendendo;
falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome de algum político
importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando; chegar atrasado de
propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do gênero oposto; comprar algo
que você normalmente ficaria envergonhado de fazer; entre outros.
Sessão VIII:
Objetivos:
Reestruturação cognitiva.
Discutir sentimento de ridículo.
Desenvolver habilidades empáticas.
Uso do videofeedback para o desenvolvimento das habilidades empáticas.
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos três situações para ser
empático preenchendo a folha de tarefa entre sessões. Continuar praticando as habilidades
anteriores, inclusive, cometer gafes.
Descrição das vivências e observações:
Avaliar como foi a realização da tarefa entre sessões: cometer gafes, discutindo o sentimento de
ridículo.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
126
Identificar os pensamentos automáticos referentes à tarefa de casa:
Testando pensamentos:
Terapeuta divide o grupo em duplas. Cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos,
preenchidas em casa (uma de cada). São instruídos a examinar, juntos, tirando possíveis dúvidas e vendo
outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas. Durante
esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis dúvidas.
Depois que todos tiverem terminado, o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e encerra.
Vivência: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002.
Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento
dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam
minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:
O espelho simples:
Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no olho.
Na fila A estão os sujeitos e na fila B as imagens. Em um primeiro momento o terapeuta os instrui a ficar
apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício até que
todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício começa e
cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que devem ser
reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não deve
considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma
sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser
copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta
pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice-versa, repetindo o exercício. Em seguida pede
que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os
terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,
saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o
sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
127
pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o
sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for
necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que
criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,
após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando
além do rosto, o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minutos e
instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e
provoca medo, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O
terapeuta agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta
aproveita esse momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo
que imita a realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta, avalia que todos os sentimentos foram
explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e
encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O
que acharam?
Introduz o tópico Empatia:
O terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e comportamentais e pede que cada um
dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou que alguém foi empático com eles.
Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas.
Essa vivência é filmada para videofeedback.
Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivenciada para
dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com alternativas.
O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.
Formatado: Fonte: Itálico
128
Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que
foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser
descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.
Sessão IX:
Objetivos:
Videofeedback habilidades empáticas, continuar desenvolvendo esse tópico.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver as habilidades demonstrar afetividade e expressar sentimentos.
Favorecer altruísmo no grupo.
Tarefa entre sessões: escolher pelo menos três situações para demonstrar afeto, inclusive com o
corpo, procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: “entendendo a fobia social”
e “testando pensamentos”.
Descrição das vivências e observações:
Videofeedback:
Ver o filme da sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez pontuando
as diferenças e reestruturando pensamentos a partir da imagem.
Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários.
Introduzir o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos.
Pedir ao grupo para dar exemplos de dificuldade nesse tópico. Em seguida pedir a cada um que revele
um sentimento que o incomoda e normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta
de forma empática a cada revelação. Não intervêm com reestruturação, apenas escuta e é empático.
Estimula o grupo a fazer o mesmo.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
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Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar
sentimentos positivos e demonstrar afetividade.
Essa vivência é filmada e cada um descreve como imagina ter se desempenhado.
Objetivos:
Desenvolver as habilidades expressar sentimentos positivos e demonstrar afeto.
Reestruturar pensamentos disfuncionais.
Desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal.
Descrição:
Dividir o grupo em duplas e pedir que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade
(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em
seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede
que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.
Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a
identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.
Observação:
Nos grupos esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber
afeto de outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.
Abraço coletivo e individual:
O grupo em roda, de pé, se abraça, todos juntos, em um abraço coletivo; em seguida o terapeuta instrui
para que todos dêem um abraço em cada membro do grupo e terapeutas.
Sessão X:
Objetivos:
Videofeedback das habilidades: demonstrar afetividade e expressar sentimentos.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades assertivas.
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: 12 pt
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: Negrito
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Desenvolver a habilidade de dar e receber feedback.
Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos três situações para ser
assertivo, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão.
Descrição das vivências e observações:
Videofeedback
Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez
reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.
Avaliar como foi a tarefa de casa e dividir o grupo em duplas para que analisem, juntos, as folhas
preenchidas.
Vivência: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002).
Objetivos:
Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir.
Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário.
Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais.
Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais.
Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento.
Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas.
Descrição:
O terapeuta introduz o tópico, assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto
seres humanos. Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de
direitos interpessoais, no verso há uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras: sentimentos,
pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o número daquele
que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida conduz a vivência
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
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pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado. O terapeuta faz
essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no verso,
completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um outro
direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma sociedade
onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha de
resposta.
Introduzindo o tópico assertividade: o terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida
pede ao grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os
componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.
Vivência Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del
Prette, 2002.
Objetivo:
Identificar elementos da assertividade
Revelar situações pessoais
Reestruturar pensamentos.
Aprender a ser assertivo
Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade.
Descrição:
O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas
expectativas? Que sentimentos estou experimentando.
O grupo é dividido em duplas que sorteiam um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é
instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para
dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um
amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para
ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera ser adequado à cena dramatizada.
132
Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas
para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente
queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?
Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de
comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem fobia social). Os terapeutas
também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Sessão XI:
Objetivos:
Desenvolver aspectos não verbais da assertividade.
Desenvolver assertividade no grupo.
Identificar e expressar sentimentos no grupo, favorecendo a coesão grupal.
Desenvolver os tópicos: dizer não, fazer e recusar pedidos e reclamar em estabelecimento
comercial.
Videofeedback das habilidades assertivas.
Trabalhar feedback descritivo com o grupo.
Reestruturação cognitiva.
Tarefas entre sessões: Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades
trabalhadas na sessão (dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento
comercial). Preencher a folha testando pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: Quantos “a” existem em um “a”. (Boal, 2002).
Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
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Em círculo, o terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando
somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de
expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir
também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta
então convida alguém que tenha alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, a ir até o
centro e fazê-lo; seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos “as” tiverem sido criados o
terapeuta passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para
observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer
sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou
ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,
sensações ou idéias.
Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram
explorados, encerra abrindo para discussão: Como foi e o que sentiram, o que foi mais forte, a palavra
falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?
O terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação
social.
Vivência: 1 2,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Identificar sentimentos.
Expressar sentimentos.
Favorecer o sentimento de grupo.
Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.
1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá
um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.
2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois
dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela
primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou
134
seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém
pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo primeiro fará o seu movimento e som
inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a
ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.
3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com
base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência, um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas
novas representações.
4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para representar
o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente com sons e
movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.
O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final, cada dupla apresenta o
seu ritmo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar
porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um
todo, escolha uma sequência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.
Abre-se a roda para conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por
quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em
relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o
que para cada um?
Observação:
Esse exercício funcionou muito bem nos grupos, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um
e para unificar o grupo. Escolheram uma sequência de:
Grupo 1): ansiedade-esperança-alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam ansiosos e hoje
o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.
Grupo 2): ansiedade-raiva-alegria.
Grupo 3): ansiedade-libertação-união.
Grupo 4): ansiedade-desesperança-alegria.
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O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade introduzindo,
em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento
comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que têm nessas
habilidades.
Vivência: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,
recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.
Essa vivência é filmada.
Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido
e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a
platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a
reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de
comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O
componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na
situação, postura corporal, direção do olhar.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão.
Sessão XII
Objetivos:
Videofeedback das habilidades assertivas.
Reestruturação cognitiva.
Aliar empatia e assertividade nas interações sociais.
Trabalhar sentimento de vergonha e ridículo em situações sociais.
Identificar situações que ainda evitam e planejar exposições.
Incentivar prática das tarefas entre sessões.
Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,
quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
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uma música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou
apenas uma música que goste. Ler e preencher o texto sobre a construção de uma hierarquia (esse
exercício será visto na sessão IV para que cada um preencha com calma e possa observar para
incluir o máximo de situações).
Descrição das vivências e observações:
Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas.
Vivência: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não,
fazer pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e
assertividade.
Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a
modificar crenças. Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade.
Descrição:
Em duplas, cada uma escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla
apresenta, os outros membros são a platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do
“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a
interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual
para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta
uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar
outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira, o co-terapeuta entra como
modelo, representando um comportamento assertivo. Essa sequência é feita em todas as cenas. Ao final,
abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á
assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.
Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
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seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser
empático e assertivo. Após cada apresentação novamente à platéia é convidada a entrar com outras
alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.
Vivência: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002.
Objetivos:
Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos
Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer.
Identificar situações sociais que precisam ainda serem trabalhadas.
Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas.
Descrição:
O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção
apenas em seu caminhar, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede
para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: “Pára!
Todos em estátua!”. Chega perto de uma estátua e fala: “justifique”. A pessoa deve justificar a postura.
O terapeuta faz com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:
“Todos andando como o presidente lula”.
“Agora como um mendigo”.
“Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?”.
Se ninguém sabe, o terapeuta informa: “pé direito, mão direita”.
“Como elefante? Pé direito, mão esquerda, em xadrez”.
“Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do
grupo até que todos tenham sido imitados)”.
Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para
fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em
seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.
Terapeuta encerra e abre para debate: como se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas
138
caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que
coisas gostam e não estão fazendo. O terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em
prática, principalmente comportamentos que são evitados devido à fobia social. Pede que todos listem
coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à fobia social. O terapeuta aproveita para lembrar o
quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação
social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva
ação.
Sessão XIII:
Objetivos:
Videofeedback do conjunto empatia-assertividade.
Reestruturação cognitiva.
Desenvolver habilidades sociais referentes ao tópico: Interação com o gênero oposto.
Tarefa entre sessões: Colocar em prática a habilidade de interação com o gênero oposto planejada
e continuar colocando em prática as outras habilidades. Preencher a folha de tarefa entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade
Essa vivência é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e
empáticas.
Em duplas, cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar no
modelo fórum. Videofeedback do exercício.
Vivência: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002.
Objetivos:
Introduzir o tópico, interação com o gênero oposto.
Trabalhar componentes não verbais.
Trabalhar sinais sociais.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
Formatado: Fonte: Itálico
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O sentimento de ridículo.
Descrição:
Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o gênero: macho ou
fêmea (sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal,
formando casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos
comecem a andar pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se
movimenta, em seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que
sigam as seguintes instruções: andar como o animal que ele sorteou. Os animais tem fome. Como será
que cada um come? Com gula ou com medo? De pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou
em movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O
terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.
Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,
como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado? Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em
galhos, deitados?
Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procurá-lo. Cada bichinho aqui tem um par,
continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve
fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar
e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até
encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor, um círculo é
formado e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o
casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o
desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem se apresentado, encerra e abre para debate:
Como Foi? O que perceberam? O terapeuta introduz o tópico: interação com o gênero oposto. Todos são
convidados a falar dessa habilidade, se é difícil e por quê.
É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação
aos vários tipos de interação com o gênero oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas
estranhas, entre outros).
140
Vivência: Luz Dança e Ação!
Essa vivência é filmada.
Objetivo:
Trabalhar desinibição.
Manejar ansiedade.
Habilidade de dançar.
Identificar e reestruturar pensamentos.
Descrição:
O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha, a música. Em seguida, pede que formem
duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta
coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e
pedir ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como
espelho. O terapeuta estimula o grupo A, a se desinibir completamente, dançar conforme o ritmo o mais
animado possível. Pode dizer: “como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito
animado!”. Em seguida inverte; o grupo A passa a venda para o grupo B e a Vivência se repete
conforme descrito acima. Em seguida, o terapeuta passa o vídeo da Vivência e aproveita para
reestruturar os pensamentos disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a
observação do outro e o desconforto com sua própria imagem e discute a relação dos sentimentos
provocados por essa Vivência e as situações de vida.
Retoma o assunto: interação com o gênero oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em
prática
Sessão XIV:
Objetivos:
Videofedback referente à habilidade interação com o gênero oposto.
Reestruturação cognitiva.
Formatado: Fonte: Negrito
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Feedback da terapia até o momento.
Construir hierarquia e estimular sua execução entre sessões.
Identificar pensamentos e crenças que podem interferir na execução das exposições para
reestruturar.
Estimular auto-revelação e altruísmo no grupo.
Tarefa entre sessões: Colocar em prática as situações da hierarquia e usar a folha testando
pensamentos para reestruturar, preenchendo a folha de tarefas entre sessões.
Descrição das vivências e observações:
Videofeedback da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação.
Rever o tópico, interação com o gênero oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando
pensamentos disfuncionais.
Feedback da terapia até esse momento, construção da hierarquia (ver exercício tarefa de casa sessão
XII)
O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado
e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos
incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de
hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à fobia social que esteja incomodando. O
terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o grupo
vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta avalia as
dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente. Deixa o
grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de pensamentos
relacionados às situações trazidas.
Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos
relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de
cada um, incentivando a prática da hierarquia.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
142
Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos
pensamentos associados a cada exposição.
Sessão XV:
Objetivos:
Avaliar como estão ocorrendo as exposições da hierarquia, reestruturando pensamentos e
incentivando a prática entre sessões.
Dar e receber feedback.
Desenvolver habilidades de argumentação e falar em pequenos grupos.
Introduzir o tópico falar em público, reestruturando pensamentos e crenças e incentivando
exposição.
Tarefa entre sessões: Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar,
defendendo um ponto de vista, uma opinião. Preparar esboço para apresentar em público (cinco
minutos) e vestir-se de acordo. Ler e preencher o texto sobre a habilidade de falar em público,
identificando e reestruturando pensamentos antecipatórios á exposição de falar em público.
Descrição das vivências e observações:
Vivência: “Exigindo a palavra”.
Objetivos:
Falar em pequenos grupos.
Desenvolver habilidades de argumentação e
Desenvolver os aspectos não verbais.
Descrição:
Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o
desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
143
O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta
procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de
vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim
por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em
colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso
já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais
elementos do comportamento do terapeuta influenciou na Vivência, tipo: postura do corpo e tom de voz
(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).
Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se
permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer
falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa
seqüência até avaliar que todos estejam se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode
estimular isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu fique calado.
Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.
Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em
pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem e reestrutura, junto com o grupo, os
pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.
Vivência: Advogado do Diabo
Objetivos:
Falar em público.
Desenvolver estratégias para argumentar.
Defender a própria opinião.
Reestruturar pensamentos.
Descrição:
O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc.) e é dividido
em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito, argumentos a favor do tema (mesmo que
144
pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em
seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo
que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica. Quem era a favor, passa
a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula
novos argumentos de cada lado.
Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à Vivência e aborda o tema: expressar
opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida. O importante é que
cada um acredite na sua forma de entendimento para poder argumentar; sem querer agradar aos outros e
sim defender sua própria opinião. Escutar o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a
forma como pensa, sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e
pensamentos
Vivência: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.
Objetivos:
Falar em público.
Dar e receber feedback.
Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo.
Desenvolver criatividade.
Identificar pensamentos automáticos e reestruturar.
Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com
o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido Vivência, com outros envolvidos.
Uma história que considere interessante para compartilhar.
Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a
observar a Vivência. Enquanto o terapeuta explica a Vivência o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo
de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,
sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é
instruído a conversar durante a narração puxando assunto com outros colegas. O co-terapeuta fica
145
sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de
nada.
O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a
situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé
ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua
história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª
pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: (o terapeuta diz aqui o
que realmente foi o tom da história contada), por exemplo: drama e sim um filme de terror, como seria?
(poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega, romance, suspense, ficção científica e etc.). O terapeuta
instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem ao enrredo.
Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado ao que deseja
passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª pessoa que
estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as instruções
se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem. Nesse
momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia que tipo
de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance? E assim por diante.
O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de
como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o
corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo
contada. Essa sequência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º
narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é
solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da Vivência. Tanto do grupo
que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho
de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:
Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais
seguiram o enrredo?
146
Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a Vivência: Como se sentiram? Foi difícil? Qual
parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que narrou
e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?
Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade. Explica
que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem fobia social se sentem ansiosas para falar
em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos
componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes
apareceram na Vivência que fizemos. Alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta
explica os componentes: boa apresentação pessoal, adequada à situação; tom de voz, clareza na fala,
ritmo da fala, postura corporal, expressão facial, pensamentos automáticos referentes à situação:
processamento pré e pós-evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e
conhecimento do tema, breve introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso
(organização de tópicos e da relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e
prender atenção (como dizer algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da
apresentação.
O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de cinco minutos
e pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?
O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido, e vestidos de
acordo com a situação escolhida.
O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e
tranquiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.
Sessão XVI:
Sessão de videofeedback com duração de 4 horas.
Objetivos:
Desenvolver a habilidade social falar em público.
Fazer videofeedback de uma apresentação de cinco minutos.
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
147
Realizar um preparo cognitivo antes do videofeedback.
Tarefa entre sessões: Treinar a habilidade de falar em público, preenchendo a folha de tarefas
entre sessões.
Descrição da sessão:
Grupo preenche três questionários sobre a habilidade de falar em público antes do início da
sessão.
Escala de Avaliação Global de Desempenho na Habilidade Falar em Público.
Escala de Percepção dos Sintomas de Ansiedade na Habilidade de Falar em Público.
Escala de Avaliação de Desempenho na Habilidade de Falar em Público.
Aquecimento e treino:
O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do
tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que
um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que
cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios, reestruturando.
Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público, conversados na
sessão anterior.
Feedback:
Cada membro do grupo terá seu desempenho avaliado pelos outros membros do grupo e dois co-
terapeutas, que, após cada apresentação, preencherão o inventário: Escala de Avaliação de Desempenho
na Habilidade de Falar em Público. Só vão preencher depois que a pessoa tiver terminado a
apresentação. Durante a apresentação, basta prestar atenção para poder avaliar em seguida.
Instrução:
A pessoa que vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.
Preparo cognitivo:
Após todos terem se apresentado o terapeuta fornece, conforme indicado na literatura, um preparo
cognitivo anterior ao vídeofeedback:
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Sublinhado
148
1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.
2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível,
a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido
foi à imaginação.
3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se
parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu
desempenho, e não como se sentiram.
Videofeedback:
O grupo assiste ao vídeo das apresentações de todos e em seguida preenche novamente os três
questionários. Após isso, cada um comenta o que percebeu. O terapeuta indaga como foi se ver no vídeo,
o que perceberam, existiu alguma diferença entre a imagem mental do desempenho e o desempenho em
vídeo. O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo
como evidência.
Sessão XVII:
Objetivos:
Feedback do grupo e co-terapeutas quanto á tarefa de falar em público da sessão anterior.
Reestruturação cognitiva.
Avaliação da terapia até o momento, procurando identificar dificuldades que ainda persistem
para estimular sua modificação e incentivo ás exposições que ainda faltam,
Desenvolver a habilidade de solucionar problemas.
Trabalhar modificação de crenças centrais.
Desenvolver cartão de enfrentamento para fim da terapia.
Trabalhar prevenção de recaída.
Formatado: Fonte: Itálico
Formatado: Fonte: Negrito,Sem sublinhado
149
Tarefa entre sessões: Continuar colocando as habilidades em prática, principalmente as
identificadas na hierarquia; Reler todo o material de terapia e preencher a folha para criar o
cartão de enfrentamento.
Descrição das vivências e observações:
Feedback do grupo da habilidade de falar em público:
O terapeuta entrega um gráfico, feito á partir dos questionários preenchidos pelos membros do grupo e
dois co-terapeutas, contendo a média das avaliações em cada quesito da Escala de Avaliação de
Desempenho na Habilidade de Falar em Público (apêndice 3). Abre para discussão, relembrando os
pontos principais da sessão de videofeedback. Compara o feedback do grupo, o videofeedback e a
percepção de cada um sobre seu desempenho na tarefa de falar em público.
O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui. O que consideram ter
melhorado. Quais dificuldades ainda persistem. Como resolver.
Trabalhando crenças centrais:
Exercício de Imaginação adaptado com base no descrito por Young (2001):
O terapeuta entrega outra folha de crença central, (como no início da terapia) pedindo para que os
pacientes anotem a crença central mais forte. Juntos pensam em evidências que não comprovem a
crença. Em seguida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pede que todos fechem os olhos,
concentrando-se apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,
aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,
imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao
máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento
ruim relacionado à crença central identificada, deixando vir à mente uma situação da infância que esse
sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os
detalhes da situação: Qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?
Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito?
Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,
imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Cor da fonte:Automática
150
alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que
apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando vir uma imagem da vida adulta
em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,
identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um
diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,
até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente
apaguem aquela cena, voltando a imaginar o lugar seguro, com muitos detalhes, intensificando os
sentimentos de segurança. Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando à sala e
instruindo que vai contar até três e no três eles podem abrir os olhos.
Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a identificação da crença central.
Pensar nas experiências de vida, além das imaginadas, que se relacionam com a crença e com o que já
foi visto em terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas
diferentes dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável,
que se ativa dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos
pais ou experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como
minha faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também
o Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem
até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que
identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os
principais pensamentos associados a cada modo, o terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.
Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo
saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho
terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para
identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas
importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e
levem para a próxima sessão.
O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:
151
O terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar
situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar
que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que
cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma
recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham
desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender
como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que
pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor,
as situações futuras? Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam
ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a fobia
social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um trabalho
contínuo.
Sessão XVIII:
Objetivos:
Construção da peça de Teatro Fórum.
Exposição a um nível alto de ansiedade (encenar a peça para público desconhecido).
Reestruturação de pensamentos e crenças.
Finalizar o cartão de enfrentamento e compartilhar com o grupo (cada membro levou uma cópia
do cartão de enfrentamento do outro).
Feedback dos terapeutas para cada membro do grupo.
Feedback dos membros do grupo para terapeutas e outros membros.
Incentivo para continuar os exercícios.
Tarefa entre sessões: Ler o texto de encerramento
Encerramento
Descrição das vivências e observações:
152
Vivência: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002.
Escolha do tema para a peça de teatro fórum:
O terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vem sendo usado na terapia. Em seguida pede para
que cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembra que o tema
escolhido deve representar o grupo, as angustias do grupo, para que todos possam se identificar. São
situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira
compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar
como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada. Cada um escolhe um
personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos, com ao menos uma fala. A
cena vai sendo moldada através de várias passagens.
Ensaios:
Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena
(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a
solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.
Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve
conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.
1º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. E todos devem começar a falar o que aquele
personagem está pensando
2º: durante a passagem da cena o terapeuta diz: “Pára!”. Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em
um personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem. O que quer naquela situação. Por quê?
Faz com todos.
3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz
“Pára!”, e pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a
situação. O grupo em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e
tentando continuar a opressão. Ao final, o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se
comportar no fórum. Não podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas
153
também não podem ceder completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de
ensaio é repetido até o grupo todo estar se desempenhando bem.
Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e
os encoraja a prosseguir.
Convidando uma platéia:
O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus da universidade
convidando as pessoas para assistirem uma peça com duração de 15 minutos.
No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa.
O Fórum:
O terapeuta explica a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma vivência de
aquecimento. Alguma que tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “quantos “a” existem
em um “a”.
A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim
que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)
é só falar Pare! Assim que alguém falar Pare, o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena
no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o
terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a
dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi
discutido, e mais de uma solução proposta. O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o
grupo.
Comentários finais:
Cada um coloca como se sentiu com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de
todos, fornece um feedback de como se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu.
O grupo é convidado a fazer comentários finais e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção
de recaída.
Observação:
Abaixo segue a descrição de exemplos de cartões de enfrentamento criados pelos pacientes. Cada um
criou seu modelo com base na folha de cartão de enfrentamento.
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Paciente 1
Crença central: “SOU INFERIOR / SOU INCOMPETENTE”.
Por ter dificuldade de me expressar, tenho bloqueios e me paraliso. Diante deste comportamento, tento
generalizar essa experiência para toda as áreas, então eu não sirvo pra nada. É comum me autodepreciar,
me sabotar antes mesmo de me dar o direito a passar pela experiência.
O que mais me ajudou foi saber que não preciso ser excepcionalmente bom, não tenho que estar pronto o
tempo todo com respostas certas, pois tenho o meu tempo de prontidão, e tenho o meu processo. A
minha história de vida conta, não existe o certo nem o errado. São as minhas respostas possíveis naquele
momento.
Pensar assim ajuda a baixar o nível de ansiedade. Pensar que naquele momento o que conta é estar em
consonância (sintonizado com o meu desejo) e é isso que é o de melhor, quando isso acontece as minhas
respostas não são padronizadas, referencias não externa é baseada na minha experiência de vida.
O outro ponto é: se quando outras pessoas têm a mesma dificuldade eu sou mais bonzinho. Não acho tão
horrível, sempre acho que elas se saem de uma forma menos ruim do que eu. Acho ate que elas lidam
melhor com a situação, talvez mais jogo de cintura. Não devo fazer isso, sou igual aos outros.
Paciente 2
O que anotei durante o processo que não apóia a crença central:
• Consigo falar com estranho com maior facilidade;
• Tenho ido a festas, sozinho e conseguido me enturmar;
• A utilização da empatia tem me ajudado a manter conversas;
• Apesar de ter consciência de meus problemas sociais, tenho outras qualidades que não me fazem
uma pessoa inferior;
• Os exercícios mostram que eu tenho qualidades que não sabia que tinha;
• Quando converso com superiores, meus medos não se confirmam. Eles normalmente são
receptivos;
• O fato de eu pertencer a uma minoria étnica me traz certas dificuldades. O importante é aceitar
que terei uma dificuldade maior do que os outros.
Cartão de enfrentamento.
• Tenho um medo de enfrentamento social que prejudica minha vida na área profissional, familiar,
amizades e amorosa. Só o enfrentamento sistemático e freqüente irá modificar isso.
• Todos os exercícios da terapia eu consegui realizar. Porém, demanda alguns sacrifícios do meu
tempo livre.
Obs.: Freqüentar e enfrentar as 18 sessões não é para qualquer um.
155
Paciente 3:
Crença central: “SOU INFERIOR”
• Não sou inferior em tudo ao mesmo tempo e mesmo que seja em algumas coisas não é o fim do
mundo.
• Exemplo: recebo elogios e críticas, não só um deles.
• Tenho capacidade para algumas coisas, por exemplo: passei no vestibular, tenho facilidade com
línguas, com informática, etc.
• Muitas vezes noto que me sinto inferior em determinados pontos (como conhecimento de algo)
por preguiça em adquirir este conhecimento, assim ainda não posso dizer que sou incapaz no
assunto.
Diálogo interno / respostas a pensamentos disfuncionais:
• Ao me sentir inferior, saber que “na verdade isso é mais um pensamento emocional do que um
fato, eu não tenho provas”.
• Não é preciso e ninguém é perfeito em tudo, para que a vida e as situações valham a pena.
• Se eu for inferior em alguma coisa, isso é normal e não precisa me derrubar.
• Eu posso discordar ou não querer alguma coisa sem que isso seja motivo para não gostarem de
mim: eu tenho direito.
• As críticas são normais e todos as recebem, não devo maximizar seus efeitos.
• As pessoas não estão prestando atenção em tudo que estou fazendo e mesmo que julguem, é algo
passageiro que não deve fazer diferença e me impedir.
• Não preciso que 100% das pessoas simpatizem comigo para que eu me sinta feliz. Eventualmente
alguém não “irá com a minha cara”, como acontece entre todas as pessoas.
Paciente 4:
Crença central: “NÃO SOU CAPAZ”.
• Sou capaz de dizer não, de ter boas idéias, de explicar bem o que sei (ensino), de conquistar
amigos, de conquistar rapazes (namoro), de ser bom aluno com notas altas, de arrumar emprego,
de passar em concursos, de fazer perguntas quando estou com dúvida, de dar bons conselhos.
O que mais te ajudou? Qual diálogo interno você precisa acreditar mais? Como responder a pensamentos
disfuncionais?
156
• Definitivamente eu sou capaz de muitas coisas, não de tudo porque ninguém é. Mas, muito além
do que acreditei todos estes anos.
• Tenho várias evidências de que realmente sou capaz, como por exemplo, minhas notas sempre
foram muito boas durante toda minha vida escolar e acadêmica, passei na maioria das dinâmicas e
entrevistas que realizei, também fui capaz de conquistar alguns amigos e inúmeros colegas que
me apoiaram quando por causa da ansiedade social eu me via dificuldades nas apresentações para
a faculdade.
• Com tudo isso, quero dizer que sou o que sou e que o fato de ter ansiedade social não garante que
eu não seja capaz, pois na vida tenho certeza que conseguirei algumas coisas e outras não,
algumas vezes ganharei outras perderei. Entender e aceitar dependerá somente de mim. Portanto,
a partir de agora me entenderei, me aceitarei e acima de tudo acreditarei mais em mim.
Paciente 5:
1. A terapia em grupo foi ótima, pois expus meus problemas sem medo de ser julgado e percebi que não
sou o único a ter fobia social. Agora tenho consciência de que existem distorções do pensamento e que,
o que sinto não corresponde obrigatoriamente à realidade.
2. Não estou sendo avaliado constantemente e, se em algum momento me avaliam, acredito que será de
maneira positiva, pois tenho consciência que sou uma pessoa de bom caráter, bons valores e de muitas
qualidades.
3. Estou tendo esses pensamentos, pois é característica da fobia social. Estou consciente disto. A crença
de que sou incapaz não procede, pois tenho consciência de diversos fatos que desmentem esta crença.
Paciente 6:
1. Elas vão falar de mim, e daí?
2. Não me despedi do Rafael! Que gafe! Que vergonha! O que ele vai pensar de mim x Ele nem lembra
mais disso, há esta hora. Esqueci sim e daí? Não tenho que me preocupar com o que pensam de mim.
3. Ela ficou chateada. O clima no quarto vai ficar ruim x Quando chegar em casa, ela estará mais calma.
Ela é que ficou aborrecida, não fui eu que quis aborrecê-la. Não posso ficar querendo agradar aos outros
deixando de dar a minha opinião. Opinião é opinião, se o outro não gostar o problema é dele.
4. Pessoas são diferentes de outras pessoas; pessoas diferentes se comportam de formas diferentes em
situações semelhantes.
5. Não preciso falar do que não quero.
157
Paciente 7:
1. Acho que os outros percebem a minha timidez, mas e daí? Eu posso ser querida e aceita desse jeito.
Ser mais fechada também pode ter seu charme para algumas pessoas, nem todo mundo gosta de uma cor
apenas, por exemplo. E, além disso, tenho muitas outras qualidades, coisas que já desenvolvi e aprendi.
Não sou menor por ser mais tímida que, por exemplo, minha irmã.
2. Se eu não for perfeita, não irão gostar de mim. Irão sim. Todo mundo tem defeito, todo mundo erra.
Ninguém é tão severo assim com o outro. Podem achar ruim na hora, mas depois passa. Não existe
perfeição nesse mundo. O pior de tudo é não viver para não errar. É não se expor para não ser rejeitada.
As experiências irão nos ajudar a crescer e a aprender. Flexibilize mais! Ninguém esta julgando o outro a
todo o momento, e se estiver, é porque é um tolo com quem não se deve se preocupar. E se acontecer de
alguém não gostar mais de você porque errou, é apenas uma opinião que pode não corresponder com a
realidade. O que é uma opinião dentre milhões de opiniões?
3. Tenho que fazer tudo certinho para garantir que os outros gostem de mim. Tenho sim que viver a
minha vida sem me preocupar com os outros, fazer o que tenho vontade, ser feliz, me permitir errar. Isso
não é ser menor, mas ser um ser humano igual a todos os outros. Posso tentar fazer o meu melhor, mas
sem cobranças, sem exigências, apenas para doar o melhor de mim. Sem culpas. Estou aprendendo,
estou me esforçando para aprender.
4. Acho que vou ser rejeitada. Todos nós, humanos, passamos por isso. Por que eu não posso passar
também? Será que eu me considero tão mais que os outros que não posso ser rejeitada? E quanto mais a
exposição, maior a probabilidade de rejeição e de acertos. Isso é viver! É ser livre (como diz o poema). É
arriscar. É ter coragem de se expor, é estar fazendo parte da vida e não mais à margem dela. Se for
rejeitada, poderei aproveitar as críticas, refletir sobre elas (até mais fortalecida), pois toda experiência é
útil.
5. Tenho que parecer competente. Eu não tenho que nada. Posso ser eu mesma, com todos os meus
defeitos e qualidades, acertos e enganos, sempre procurando dar o melhor. Mas não preciso impressionar
ninguém. Ser como todo mundo. Várias pessoas já me elogiaram acerca do meu trabalho. Posso e devo
me desenvolver, não para os outros, mas para mim, para minha auto-estima. Sei que sou uma pessoa
competente em certas áreas, responsável.
6. Se eu não conseguir falar nada de interessante, irão me julgar. Ninguém fala só coisas interessantes.
Mais vale eu falar o que eu tiver vontade ou se preferir, ficar calada. Aprender a me ouvir mais para
saber o que estou a fim de fazer, para não me agredir, e com isso, diminuir a minha auto-estima. As
158
pessoas não estão o tempo todo julgando as outras. Relaxe mais! Se não gostarem, lembre-se sempre do
botão do dane-se. E se falar besteira, não tem problema. As pessoas podem achar, mas passa e ninguém
vai ficar lembrando isso eternamente.
7. Eu sou feia/desinteressante; os homens não me paqueram, acho que estou na média. Posso não ser
uma Gisele Bündchen, mas tenho muitas coisas legais. O gosto de cada pessoa varia muito e se assim
não fosse, só as mulheres de TV namorariam/casariam. É importante prestar atenção na minha postura
em festas. Sou eu quem me fecho, não sinalizo, mas para amar tem que se arriscar. O exercício de olhar
para as qualidades e valorizá-las é importante. Parar de fixar nos pontos negativos. Aceitá-los ou ser
infeliz para o resto da vida? Esperar para consertar o que não gosta e ficar na geladeira? Ou aceitar e ir
em frente? Todos nós temos coisas em nós que não gostamos tanto. Mas temos muitas coisas legais (que
superam). Lembrar do que o Diogo disse:
Exemplo do que uma mulher tem que ter:
� Afinidade
� Beleza
� Ser Honesta
� Ser Batalhadora
Não se comparar com ninguém. É como as arvores; há diversas, de vários modelos e frutas. Cada uma
com sua beleza natural. Acho que quanto mais natural, mais aparece à beleza interior. Toda vez que eu
estou natural, minha vida social é boa.
8. Trabalho no centro. Estou me esforçando para dar o melhor que já possuo, ninguém está me
analisando, criticando. Essa não é a finalidade do trabalho. Se estiverem, o problema não é meu, estou
indo para ajudar, com bons propósitos. Tenho dificuldades, mas estou trabalhando para superá-las. A
espiritualidade mais vê os esforços e o que se passa no coração. Observar apenas a questão do orgulho:
não querer fazer bonito, e sim ser verdadeira com os sentimentos, pois o meu compromisso, bem como o
de todos que ali estão, é com Deus e não com as pessoas. O importante é a sua consciência tranqüila. A
experiência vira à medida que formos vivenciando.
9. Tenho que ser agradável/simpática, as pessoas estão fazendo o que elas querem e o que as deixa
felizes. É claro que eu vou ser educada, mas não preciso fazer força, basta que eu seja como sou. Quanto
menos força eu fizer, mais eu vou estar natural. Aceitar a timidez e não querer escamotear. É muito
gasto de energia, primeiro porque as pessoas percebem da mesma forma, e segundo porque a gente vai
ver que as pessoas gostam da gente do mesmo jeito.
159
10. O que elas estão pensando ao meu respeito? Não importa. Aproveite o momento. Aperte o botão do
dane-se. Curta a vida. Ninguém está preocupado o tempo todo em analisar o outro. Saia de você. Saia
desse ciclo de pensamento e vá para a vida presente, usufrua dela. Se não gostarem, dane-se, é só uma
opinião.
11. Sou inferior a fulano. Estamos em posições diferentes, mas isso não me faz menor. Posso saber
menos intelectualmente, mas também posso aprender. Ninguém ou pelo menos a maioria das pessoas,
não estão tão bem informadas assim. Seja qual for à situação social, eu vou sempre sobreviver a ela.
� Aceitação da minha timidez. (Slogan: Sou tímida sim, e daí?).
� Não forçar para não parecer tímida. Não esconder a timidez. Não se esforçar tanto para agradar
ou para interagir. Quanto mais isso acontecer, mas eu ficarei travada ou com o peso nas costas.
� Amar é arriscar não ser amado de volta. (Se não gostar, eu me despeço do castelo e vou).
� Expor sentimentos é arriscar rejeição.
� Aceitar que eu, talvez, não tenha o desempenho social de alguém que está na “estrada” há mais
tempo, mas que eu posso sim estar a cada dia me superando.
� Ter uma postura de adulto e não de adolescente rebelde.
� Procurar, sempre que possível, ser sincera.
� Muitas vezes exageramos, damos muita importância a um fato.
� Talvez o que pensamos não corresponda com a realidade.
� Não tem nada de anormal ou errado em demonstrar fragilidades.
� Muitas vezes os outros estão equivocados quando gozam de você ou te julgam.
� O que é ser fácil?
� Ajude em casa, participe.
� Quantas outras pessoas mais sentem medos parecidos com os meus.
� O que eu quero nessa situação?
� Aprendi a ouvir.
� A ser assertiva. A prestar atenção para que ninguém invada seu limite sem a minha autorização.
É um direito.
� Ser empática quando quiser.
� Aprender a assumir a responsabilidade de convidar amigos para sair. Não ficar esperando só ser
convidada.
� Diminuir o padrão de exigência herdado da família.
Paciente 8:
160
1. Compreender que possuo a fobia social. Tenho minhas dificuldades, mas posso superá-las com o
tempo e a pratica.
2. Eu sou capaz e igual aos outros. É preciso acreditar no meu potencial, parar de me boicotar. Não
preciso sofrer tanto, todos também ficam nervosos, ou em parte.
3. Não estou criando uma catástrofe? Fazendo leitura mental? Já demonstrei ser capaz.
8 RESULTADOS.
Foram realizadas duplas digitações dos dados de todos os instrumentos utilizados na pesquisa e posterior
checagem das mesmas, com correções dos itens discordantes. Para a análise dos dados foi utilizado o
pacote estatístico SPSS (versão 8.0.).
A descrição dos grupos será feita de acordo com as variáveis levantadas pela Ficha de Identificação, que
são: Idade; Gênero; Estado Civil; Condição de Trabalho Atual; Grau de Escolaridade; Tratamento
Psicológico; Uso de Medicação; Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações sociais;
Vivência de evento traumático precipitante e o Critério Brasil, para definir classe social. Seguido pelos
instrumentos utilizados na pesquisa para avaliar o resultado da intervenção terapêutica comparando os
grupos, experimental (que sofreu intervenção) e controle (lista de espera), nos três períodos de
investigação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês), a saber: Inventário Beck de Depressão;
Inventário Beck de Ansiedade; Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI); Inventário de
Habilidades Sociais (IHS); Escala de Fobia Social; Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE);
Escala de Auto-Estima e os resultados referentes à sessão de videofeedback, avaliados pelos seguintes
instrumentos: Escala de Avaliações Global de Desempenho da Habilidade de Falar em Público; Escala
de Percepção de Sintomas de Ansiedade e, Escala de Avaliação de Desempenho da Habilidade de Falar
em Público. Os instrumentos da sessão de videofeedback foram utilizados apenas no grupo experimental
nos períodos pré e pós videofeedback.
Para comparação dos dois grupos sob investigação neste estudo, ou seja, grupo controle e o grupo
experimental, a análise dos resultados incluiu a estatística de teste pelo chi-quadrado ou teste exato de
Fisher, quando aplicável, ou seja, quando o valor esperado de alguma das células da tabela de
161
contingência for inferior a cinco, ambos os testes ao nível de significância de 5% (Arango, 2001). Serão
ainda verificadas as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e
experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações pré-
teste; pós-teste e pós-um mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se
existe diferença entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante
ás média dos escores totais, ambos com intervalo de confiança ao nível de significância de 5% (Arango,
2001). Além disso, para visualização dos resultados das comparações de médias foram elaborados box-
plot de cada grupo separadamente, controle e experimental.
8.1 - Descrição da amostra:
Como apresentado anteriormente, a descrição dos grupos será desenvolvida a partir das variáveis
levantadas pela Ficha de Identificação, seguido pelos resultados dos instrumentos utilizados na pesquisa.
8.1.1 - Idade:
Comparando as médias das idades entre os dois grupos não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,986), apesar de, como pode ser visto no box-
plot (gráfico 1), a dispersão das idades entre os grupos é distinta, ou seja, as idades no grupo
experimental são mais simétricas em torno da mediana, enquanto que as do grupo controle são mais
assimétricas, com a presença de valores mais extremos. Esses resultados podem ser observados na tabela
(Tabela 1) e gráfico abaixo (Gráfico 1):
Tabela 1. Distribuição das médias das idades segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
Grupo idade Controle Experimental Total
N 21 35 56
Média 34,1 34,2 34,1
P_valor = 0,98
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado
162
Gráfico 1. Box-plot da variável idade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
Idade
3521N =
Grupo
ExperimentalControle
IDA
DE
70
60
50
40
30
20
10
127
129
3
97
8.1.2- Gênero: Ao avaliar as proporções da variável gênero entre os dois grupos não foram encontradas diferenças
estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,577). Esses resultados podem ser observados
na tabela (Tabela 2).
Tabela 2. Distribuição da freqüência da variável gênero segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de janeiro, 2008.
Grupos
Gênero Controle Experimental total
Feminino N 11 21 32
% 52,4 60,0 57,1 Masculino N 10 14 24
% 47,6 40,0 42,8 Total N 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
p-valor = 0,577 8.1.3 - Estado Civil: Não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,112), ao se
comparar às proporções entre os dois grupos na variável Estado Civil A maior porcentagem, tanto no
grupo controle quanto no grupo experimental, se concentra na categoria solteiro, respectivamente 90,5%
e 71,4%. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 3).
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
163
Tabela 3. Distribuição dos pacientes por estado civil segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
grupos Estado Civil Controle Experimental Total
Solteiro N 19 25 44
% 90,5 71,4 78,6 Casado N 2 7 9
% 9,5 20,0 16,1 Separado N 0 3 3
%
0,0 8,6 5,4 total N 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
P-valor = 0,112 8.1.4 - Condição de trabalho atual:
Na variável Condição de Trabalho Atual, comparando as proporções entre os dois grupos não foram
encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,684). A maior
porcentagem, tanto no grupo controle quanto no grupo experimental se concentra na categoria “ativo”,
respectivamente 47,6% e 48,6%; seguido pela categoria “estudante” com 28,6% dos casos em ambos os
grupos. O número de pessoas, separadas por grupo, em cada categoria pode ser observado na tabela
abaixo (Tabela 4.).
Tabela 4. Distribuição dos pacientes por condição de trabalho segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo Trabalho atual Controle Experimental Total
ativo N 10 17 27
% 47,6 48,6 48,2 do lar N 1 1 2
% 4,8 2,9 3,6 desempregado N 3 6 9
% 14,3 17,1 16,1 beneficio N 1 0 1
% 4,8 0,0 1,8 aposentado N 0 1 1
% 0,0 2,9 1,8 estudante N 6 10 16
% 28,6 28,6 28,6 total N 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
p-valor = 0,684
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Vermelho
164
8.1.5 – Grau de Escolaridade: Em relação ao grau de escolaridade a maior concentração no grupo controle ocorre dentro da categoria
“3º incompleto”, 52,4%, já no grupo experimental a maior freqüência aparece em duas categorias “3º
incompleto”, 42,9% e “3º completo e +”, 42,9%. As diferenças entre os dois grupos não são estatisticamente
significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,653). A distribuição dos grupos pode ser observada na tabela
abaixo (tabela 5.).
Tabela 5. Distribuição dos pacientes por nível de escolaridade segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo Escolaridade Controle Experimental Total
1º incompleto n 0 1 1
% 0,0 2,9 1,8 2º completo n 3 3 6
% 14,3 8,6 10,7 2º incompleto n 1 1 2
% 4,8 2,9 3,6 3º incompleto n 11 15 26
% 52,4 42,9 46,4 3º completo e + n 6 15 21
% 28,6 42,9 37,5 total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0 P-valor = 0,653
8.1.6 - Tratamento Psicológico:
Os grupos aparecem distribuídos de forma semelhante entre as categorias de tratamento psicológico, não
existindo diferenças estatisticamente significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,087). A distribuição dos
grupos pode ser observada na tabela abaixo (tabela 6.).
Tabela 6. Distribuição dos pacientes por história de tratamento psicológico segundo os dois grupos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo Tratamento psicológico Controle Experimental Total
Nenhum n 11 12 23
% 52,4 34,3 41,1 Anterior n 10 19 29
% 47,6 54,3 51,8 Atual n 0 2 4
% 0,0 11,4 7,1 Total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
P-valor= 0,087
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Espaçamentoentre linhas: Duplo
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Cor da fonte:Vermelho
Formatado: Cor da fonte:Vermelho
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Justificado,Espaçamento entre linhas: Duplo
Formatado: Fonte: NãoNegrito
165
8.1.7 Uso de Medicação:
Comparando as proporções da variável Uso de Medicação nas categorias “antidepressivo” e
“ansiolitico”, entre os dois grupos do estudo – controle e experimental, não foram encontradas
diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,509 e 0, 543, respectivamente para
antidepressivos e ansiolíticos). Esses resultados podem ser observados nas tabelas abaixo (Tabelas 7e 8).
Nos dois grupos do estudo, em relação ao uso de antidepressivo e ao uso de ansiolitico a maior
concentração foi na categoria de não uso, respectivamente: antidepressivo 71,4% (experimental); 62,9%
(controle) e ansiolítico 66,7% (experimental); 74,3% (controle).
Tabela 7. Distribuição dos pacientes por uso de antidepressivo segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo uso de antidepressivo Controle Experimental Total
sim n 6 13 19
% 28,6 37,1 33,9 não n 15 22 37
% 71,4 62,9 66,1 Total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0 p-valor= 0,509
Tabela 8. Distribuição dos pacientes por uso de ansiolítico segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo uso de ansiolítico Controle Experimental Total
sim n 7 9 16
% 33,3 25,7 28,6 não n 14 26 40
% 66,7 74,3 71,4 Total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0 p-valor= 0,543
8.1.8. Consumo de álcool para manejo de ansiedade: Comparando as proporções da variável Consumo de álcool para manejo de ansiedade em situações
sociais entre os dois grupos não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de
5% (p-valor= 0,333). Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 9).
Nos dois grupos do estudo, em relação ao consumo de álcool a maior concentração foi na categoria de
não uso, respectivamente: 61,9% (controle) e 74,3% (experimental).
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
166
Tabela 9. Distribuição dos pacientes por consumo de álcool segundo os dois grupos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo Uso de álcool para enfrentamento
de situações sociais Controle Experimental Total
sim n 8 9 17
% col 38,1 25,7 30,4 não n 13 26 39
% col 61,9 74,3 69,6 Total n 21 35 56
% col 100,0 100,0 100,0
P-valor= 0,333 8.1.9. Vivência de Evento Traumático Precipitante:
Comparando as proporções da variável Vivência de Evento Traumático Precipitante entre os dois grupos
não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas, ao nível de 5% (p-valor= 0,773). Esses
resultados podem ser observados na tabela abaixo (Tabela 10).
Nos dois grupos do estudo, em relação a variável vivência de evento traumático precipitante a maior
concentração foi na categoria de não vivência, respectivamente: 66,7% e 62,9%.
Tabela 10. Distribuição dos pacientes por vivência de evento traumático segundo os dois grupos de investigação (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupos Vivência de evento traumático precipitante Controle Experimental Total
sim n 7 13 20
% 33,3 37,1 35,7 não n 14 22 36
% 66,7 62,9 64,3 Total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
P-valor= 0,773 8.2 Critério Brasil: A distribuição dos dois grupos, entre as classes sociais estabelecidas por esse instrumento, pode ser
observada na tabela abaixo (tabela 11.). Os grupos não aparecem distribuídos de forma semelhante entre
as classes sociais. Desta forma observa-se significativa diferença, ao nível de 5% (p-valor= 0,000),
especificamente para as classes “B” (19% controle x 66% experimental) e “E” (48% controle x 0%
experimental). Assim, vê-se que a maioria dos pacientes do grupo experimental são da classe “B” (66%)
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
167
enquanto que do controle são da classe “E” (48%), embora cerca de 30% deles sejam classe “C”
independentemente do grupo.
Tabela 11. Distribuição dos pacientes por Classe Social segundo os dois grupos de investigação (controle e expermental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Grupo Classe Social (critério Brasil) Controle Experimental Total
A2 n 1 2 3
% 4,8 5,7 5,4 B n 4 23 27
% 19,0 65,7 48,2 C n 6 10 16
% 28,6 28,6 28,6 E n 10 0 10
% 47,6 0,0 17,9 Total n 21 35 56
% 100,0 100,0 100,0
p-valor = 0,000 8.3. Inventários Beck de Depressão e Ansiedade: 8.3.1 Inventário Beck de Depressão:
Comparando os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um
mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,505). Dessa
forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem
ser observados na tabela abaixo 12. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três
períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente
significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,000). No grupo experimental a distribuição da freqüência de
pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela 12.
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Cor da fonte:Automática
168
Tabela 12. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de depressão de acordo com o Inventário Beck de Depressão segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
Intensidade da
depressão pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Mínima n 4 6 5 15
% 19,0 28,6 45,5 28,3 Leve n 8 6 2 16
% 38,1 28,6 18,2 30,2 Moderada n 8 6 2 16
% 38,1 28,6 18,2 30,2 Grave n 1 3 2 6
% 4,8 14,3 18,2 11,3 Total n 21 21 11 53
con
tro
le (
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Mínimo n 8 21 18 47
% 22,9 84,0 75,0 56,0 Leve n 18 4 6 28
% 51,4 16,0 25,0 33,3 Moderada n 9 0 0 9
% 25,7 0,0 0,0 10,7 Total n 35 25 24 84 E
xperi
me
nta
l (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,505 e (**) p valor = 0,000
8.3.2 Inventário Beck de Ansiedade: Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,162) comparando
os resultados do grupo controle nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). Dessa
forma o grupo controle não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem
ser observados na tabela 13. Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três
períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) foi encontrada diferença estatisticamente
significativa ao nível de 5% (p-valor= 0,001). No grupo experimental a distribuição da freqüência de
pacientes se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela 13.
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
169
Tabela 13. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de ansiedade de acordo com o Inventário Beck de Ansiedade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
Intensidade da
ansiedade pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Mínimo n 4 9 3 16
% 19,0 42,9 27,3 30,2 Leve n 11 3 2 16
% 52,4 14,3 18,2 30,2 Moderada n 4 5 4 13
% 19,0 23,8 36,4 24,5 Grave n 2 4 2 8
% 9,5 19,0 18,2 15,1 Total n 21 21 11 53
con
trole
(*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Mínimo n 4 14 14 32
% 11,4 56,0 58,3 38,1 Leve n 19 7 4 30
% 54,3 28,0 16,7 35,7 Moderada n 6 2 5 13
% 17,1 8,0 20,8 15,5 Grave n 6 2 1 9
% 17,1 8,0 4,2 10,7 Total n 35 25 24 84
Exp
eri
men
tal (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,162 e (**) p valor =0,001
Escores Médios dos Inventários Beck de Ansiedade e Depressão
Anteriormente analisamos a distribuição da freqüência dos pacientes no tempo para os resultados dos
Inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão. Nesse momento serão expostos os resultados
médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima. Serão ainda verificadas as diferenças no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu
modificação das médias dos escores totais ao longo do tempo (avaliações pré-teste; pós-teste e pós-um
mês) e as diferenças entre os grupos (Teste de Mann-whitney), ou seja, se existe diferença entre os
resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás média dos escores
totais. Assim, de acordo com os achados da tabela 14, confirmando-se os resultados das tabelas 12 e 13,
foram encontradas importantes diferenças entre os grupos experimental e controle (p-valores = 0,000
para depressão e 0,015 para ansiedade). Além disso, o grupo controle não se modificou
significativamente ao longo do tempo (p-valores= 0,179 para depressão e 0,607 para ansiedade),
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: TimesNew Roman, Negrito
Formatado: Fonte: TimesNew Roman, Negrito
170
enquanto o experimental sim (p-valores= 0,000 para depressão e 0,014 para ansiedade). Tais resultados
constam também no gráfico 2.
Tabela 14. Distribuição das médias dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Testes Grupo Pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p_valor(*) Total p_valor(**)
Controle Média 17,7 18,1 21,2 18,6 N 21 21 11
0,607 53
Experimental Média 18,1 11,8 11,4 14,3 Be
ck
an
sie
dad
e
N 35 25 24 0,014
84
0,015
Controle Média 18,5 20,4 19,0 0,179 19,4
Be
ck
depre
ssão
Experimental Média 16,8 6,0 7,2 0,000 10,8 0,000
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x experimental
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Justificado
171
Gráfico 2. Box-plot dos escores dos Inventários Beck de Depressão e Beck de Ansiedade segundo os dois grupos de comparação do estudo nos três períodos de investigação. DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008. Beck Depressão
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
BD
50
40
30
20
10
0
1
242535N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
BD
40
30
20
10
0
-10
131
57
5655
54
Beck Ansiedade
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
BA
50
40
30
20
10
0
-10
34
13
25
1
242535N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
BA
50
40
30
20
10
0
-10
9489
8.4. Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) (Turner, Dancu, Beidel e Stanley, 1988): Com intuito de se diferenciar os pacientes no tocante à situação de “fobia social”, utilizando-se o
Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI), foi possível comparar os resultados do grupo controle
nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), para o qual não encontrou-se diferença
estatisticamente significativa, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,407). Assim, o grupo controle
não se modificou significativamente ao longo do tempo. Esses resultados podem ser observados na
tabela tabela 15. Por outro lado, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do
estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) detectou-se diferença estatisticamente significativa, ao nível
de significância de 5% (p-valor= 0,000). Observa-se, então, que o grupo experimental se modificou
significativamente ao longo do tempo, evoluindo a maior concentração de pacientes, no pré-teste, das
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
172
categorias “sem problemas” 2,9%; “provável fobia social” 8,6% e “diagnóstico de fobia social” 89%
para as categorias “sem problemas” 42%; “provável fobia social” 25% e “diagnóstico de fobia social”
33,3% no pós-um mês. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 15)
Tabela 15. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de fobia social de acordo com o Inventário de Ansiedade e fobia social (SPAI) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
SPAI Pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Improvável fobia social n 1 2 1 4
% 4,8 9,5 9,1 7,5 Possível fobia social n 3 2 4 9
% 14,3 9,5 36,4 17,0 Provável fobia social n 17 17 6 40
% 81,0 81,0 54,5 75,5 Total n 21 21 11 53
co
ntr
ole
(*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Improvável fobia social n 1 8 10 19
% 2,9 34,8 41,7 23,2 Possível fobia social n 3 4 6 13
% 8,6 17,4 25,0 15,9 Provável fobia social n 32 11 8 50
% 88,6 47,8 33,3 61,0 Total n 35 23 24 82 E
xp
eri
men
tal (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,407 e (**) p valor =0,000
Como realizado para os inventários Beck de Ansiedade e Beck de Depressão, analisou-se a distribuição
de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo para os transtornos ansiedade e depressão seguido
dos resultados médios dos escores totais dos inventários Beck citados acima, aqui será também analisado
no tocante à fobia social. Então, seguir-se-a expondo-se os resultados médios dos escores totais do
inventário SPAI utilizado no estudo para definir os pacientes segundo grau de fobia social. Assim, de
acordo com os achados da tabela 16, pode-se ver que foi encontrada importante diferença, ao nível de
significância de 5%, entre os três momentos da investigação no grupo experimental (p-valor: 0,000) e
não no controle (p-valor: 0,913), ou seja, o grupo experimental se modificou no tempo e o controle não.
No entanto, ao comparar os escores totais médios entre os grupos controle e experimental, certamente
dado o tamanho da amostra, bem como a dispersão dos resultados, não encontrou-se aqui diferença
significativa ao nível de 5%, destacando-se o p-valor “borderline” de 0,121 (Tabela 16). Esses resultados
também podem ser observados no gráfico 3.
Formatado: Justificado
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
173
Tabela 16. Distribuição das médias dos escores do Inventário de ansiedade e fobia social (SPAI) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Testes Grupo pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p_valor(*) Total P_valor(**)
Controle Média 99,7 93,5 87,5 94,7 N 21 21 11
0,913 53
Experimental Média 104,6 75,7 70,4 86,2 SP
AI
N 35 25 24 0,000
84
0,121
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 3. Box-plot das médias do Inventário de Ansiedade e Fobia Social segundo os dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
SPAI
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Esca
la d
e f
ob
ia s
ocia
l d
ife
renc
ial (S
PA
I)
160
140
120
100
80
60
40
20
0
3
242535N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Escala
de
fo
bia
so
cia
l d
ife
ren
cia
l (S
PA
I)
160
140
120
100
80
60
40
20
0
8.5. Inventário de Habilidades Sociais (IHS) (Del Prette e Del Prette, 2001). O principal problema encontrado na proposição de utilizar-se o inventário de habilidades sociais foi o
fato deste requerer em sua análise final a separação dos grupos segundo gênero feminino e masculino, o
que fragmenta em muito o total de pacientes investigados por grupo, que originalmente no desenho desta
investigação já era limite. Assim, ao analisar-se os resultados obtidos a partir da investigação deste
instrumento deve-se levar em conta tal limitação do número pequeno de indivíduos em cada grupo de
análise. Desta forma, verificando as diferenças no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada
grupo, controle e experimental, ocorreu modificação das médias dos escores totais e escores de cada um
dos cinco fatores apontados pelo instrumento, apenas o grupo experimental masculino apresentou
diferenças significativas em dois fatores: enfrentamento com risco, ao nível de 5% (p-valor = 0,005); e
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Justificado,Recuo: Esquerda: 0 cm,Espaçamento entre linhas: Duplo
174
auto-exposição a desconhecidos e pessoas novas, ao nível de 5% (p-valor = 0,002). Esses resultados
podem ser observados na tabela 17.
Já na comparação das diferenças entre os dois grupos, ou seja, se existe diferenças entre os resultados do
grupo controle e os resultados do grupo experimental no tocante ás médias dos escores totais e escores
de cada um dos cinco fatores do instrumento, a análise do fator conversação e desenvoltura social, na
amostra masculina e feminina, apresentou diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,043 no
feminino e p-valor = 0,045 no masculino). O escore total do grupo masculino também apresentou
diferença significativa ao nível de 5% (p-valor = 0,037). Esses resultados podem ser observados na
tabela 17.
Formatado: Justificado
175
Tabela 17. Distribuição das médias do escore total e fatores do Inventário de Habilidades Sociais segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) e por gênero (feminino e masculino). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Inventário de Habilidades Sociais-IHS Avaliações
Grupo Gênero
pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p-valor (*)
Total
p-valor (**)
Média Escore total - IHS 71,5 70,8 80 0,223 71,9 0,675
Enfrentamento com risco 5,1 5,4 6 0,223 5,3 0,067
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 6,8 7,3 9 0,135 7,2 0,354
Conversação e desenvoltura social 6,4 6,5 8,0 0,607 6,6 0,043 Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,6 3,1 2 0,067 3,3 0,627
Autocontrole da agressividade 0,4 0,4 0 0,156 0,4 0,858
Contr
ole
N Escore total - IHS 11 11 2 24
Média Escore total - IHS 74,0 71,6 72,1 0,796 72,7
Enfrentamento com risco 5,4 6,7 7,4 0,127 6,4
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 7,6 7,5 7,7 0,627 7,6
Conversação e desenvoltura social 6,6 5,0 4,9 0,085 5,6
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,4 3,1 2,8 0,074 3,1
Auot-controle da agressividade 0,2 0,4 0,3 0,349 0,3
Fem
inin
o
Exp
eri
men
tal
N Escore total - IHS 21 16 15 52
Média Escore total - IHS 69,7 63,2 67 0,412 66,7 0,037 Enfrentamento com risco 6,0 6,1 7 0,147 6,4 0,077
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 6,5 5,9 5 0,139 5,9 0,008
Conversação e desenvoltura social 6,7 5,7 7 0,717 6,3 0,045 Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 2,5 2,4 3 0,814 2,6 0,135
Auot-controle da agressividade 0,6 0,5 1 0,804 0,5 0,857
Con
tro
le
N Escore total - IHS 10 10 9 29
Média Escore total - IHS 73,1 74,8 81,2 0,187 75,9
Enfrentamento com risco 6,6 9,4 9,5 0,005 8,2
Auto-afirmação na expressão de sentimento positivo 8,0 7,8 7,7 0,368 7,9
Conversação e desenvoltura social 5,9 4,1 4,4 0,062 5,0
Auto-exposição a desconhecidos/situações novas 3,3 2,8 2,8 0,002 3,0
Auot-controle da agressividade 0,8 0,3 0,4 0,325 0,5
Mascu
lino
Experi
men
tal
N Escore total - IHS 14 9 9 32
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações
(**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Nesta etapa, com o intuito de observar-se a evolução da freqüência de pacientes dada à classificação
quanto à elaboração do repertório de habilidades sociais (de bastante elaborado à deficiente) foram
desenvolvidas às análises para cada um dos fatores deste instrumento e seu escore total. Porém, como
exposto no início deste item, tem-se a limitação quanto ao número de indivíduos, assim decidiu-se por
apresentar-se apenas os fatores cuja significância estatística tenha se mostrado favorável à exposição de
diferenças, no tempos (pré, pós e pós um mês), em cada grupo da intervenção (controle e experimental).
Ou seja, como pode se ver na tabela 18, foram apresentados os resultados para o fator “enfrentamento
com risco”.
Formatado: Justificado
Formatado: Justificado,Recuo: Esquerda: 0 cm,Espaçamento entre linhas: Duplo
Formatado: Fonte: 12 pt
176
No fator enfrentamento com risco houve diferença significativa para o grupo experimental ao nível de
5% (p-valor = 0,019) e não para o controle (p-valor = 0,407). Passando, no grupo experimental, de uma
distribuição menos uniforme: 71,4% “deficiente em habilidades sociais”, 14,3% “bom repertório abaixo
da média”, 14,3%,“bom repertório acima da média” e 0% “bastante elaborado”; para uma distribuição
mais uniforme no pós um mês: 33,3% “deficiente em habilidades sociais”, 37,5% “bom repertório
abaixo da média”, 12,5% “bom repertório acima da média” e 16,7% “bastante elaborado”. Esses
resultados podem ser observados na Tabela 18.
Tabela 18. Descrição de freqüência dos pacientes por categoria no fator “Enfrentamento com risco” do Inventário de Habilidades Sociais segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
grupos IHS-Enfrentamento com risco pré-teste
pós-teste
pós-um mês Total
Bastante elaborado n 0 2 1 3
% 0,0 9,5 9,1 5,7 Bom Repertório acima da média n 0 0 0 0
% 0,0 0,0 0,0 0,0 Bom repertório abaixo da média n 5 3 3 11
% 23,8 14,3 27,3 20,8 deficiente em Habilidades Sociais n 16 16 7 39
% 76,2 76,2 63,6 73,6 Total n 21 21 11 53
con
trole
(*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Bastante elaborado n 0 3 4 7
% 0,0 12,0 16,7 8,3 Bom Repertório acima da média n 5 4 3 12
% 14,3 16,0 12,5 14,3 Bom repertório abaixo da média n 5 6 9 20
% 14,3 24,0 37,5 23,8 deficiente em Habilidades Sociais n 25 12 8 45
% 71,4 48,0 33,3 53,6 Total n 35 25 24 84
Expe
rim
en
tal (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,407 (**) p valor = 0,019
8.6. Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987): A análise dos resultados da Escala de Fobia Social (Liebowitz) subdivide-se em duas subescalas:
subescala de intensidade da ansiedade e subescala de evitação. Em específico para a subescala de
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
177
intensidade da ansiedade, entre os grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste,
pós-teste e pós um mês) não foi encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo
controle, ao nível de significância de 5% (p-valor= 0,893). O grupo controle não se modificou ao longo
do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela abaixo (tabela 19).
Porém, ao observar-se os resultados do grupo experimental nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-
teste e pós um mês) foi encontrada diferença estatisticamente significativa, ao nível de significância de
5% (p-valor= 0,019). Assim, vê-se que, o grupo experimental se modificou ao longo do tempo de forma
significativa. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria, “moderado”;
no pós um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%, esses resultados
podem ser observados na tabela 19.
Tabela 19. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de intensidade da ansiedade de acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
intensidade da
ansiedade Pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Leve n 15 14 7 36
% 71,4 66,7 63,6 67,9 Moderada n 6,0 7,0 4,0 17,0 % 28,6 33,3 36,4 32,1 Total n 21 21 11 53 c
% 67,6 92,0 91,7 81,9 Moderada n 11,0 2,0 2,0 15,0 % 32,4 8,0 8,3 18,1 Total n 34,0 25,0 24,0 83,0
exp
eri
menta
l (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,893 (**) p valor =0,019
Na análise dos resultados da Escala de Fobia Social, para a subescala de evitação, entre os grupos
controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) não foi
encontrada diferença estatisticamente significativa para o grupo controle, ao nível de significância de 5%
(p-valor= 0,068) e nem para o experimental (p-valor= 0,093). Os grupos controle e experimental não se
modificaram ao longo do tempo de forma significativa. Esses resultados podem ser observados na tabela
abaixo (tabela 20). Cabe ressaltar o mínimo quantitativo observado na categoria “moderada” em todos
Formatado: Justificado
178
os períodos de investigação em ambos os grupos controle e experimental devido ao ponto de corte
proposto neste método – que agrega muitos pacientes somente na categoria “leve”, o que compromete a
consistência dos testes estatísticos utilizados e evoca limitações na consideração dos p-valores,
dificultando a verificação de diferenças entre os grupos.
Tabela 20. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de evitação de situações sociais de acordo com a Escala de Fobia Social segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
evitação pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Leve n 20 17 7 44
% 95,2 81,0 63,6 83,0 Moderada n 1 4 4 9,0 % 4,8 19,0 36,4 17,0 Total n 21 21 11 53 c
on
tro
le (
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Leve n 30 24 24 78,0
% 88,2 96,0 100,0 94,0 Moderada n 4 1 0 5,0 % 11,8 4,0 0,0 6,0 Total n 34,0 25,0 24,0 83,0
exp
erim
en
tal (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,068 (**) p valor =0,093
Anteriormente analisamos a distribuição de freqüência e a evolução dos pacientes no tempo de acordo
com os resultados na Escala de Fobia Social. Neste momento serão expostos os resultados médios dos
escores deste inventário, verificando-se ainda as diferenças no tempo (teste de Friedman) e entre os
grupos (Teste de Mann-Whitney). Assim, de acordo com os achados da tabela 21, especificamente para
a subescala de intensidade de ansiedade, confirmando-se os resultados das tabelas 19, pode-se ver que
foram encontradas importantes diferenças entre os grupos controle e experimental (p-valor= 0,002), bem
como diferenças entre os três momentos da investigação, porém este último significativo apenas no
grupo experimental (p-valores: 0,734 e 0,000 – controle e experimental respectivamente).
Da mesma forma que verificado para a subescala de ansiedade, agora ao observar-se os escores médios
da subescala de evitação vê-se na tabela 21 diferenças significativas entre controle e experimental (p-
valor= 0,007), bem como diferenças significativas entre períodos no grupo experimental (p-valor=
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Justificado
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
179
0,000) e não para o controle (p-valor= 0,428). Tais resultados podem, também, ser observados no gráfico
4.
Tabela 21. Distribuição das médias da Escala de Fobia Social (intensidade e evitação) segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações Escala (EFS) Grupos pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p valor (*)
Total
p valor (**)
Controle n 21 21 11 53
N Experimental n 34 25 24 83
Controle média 44,3 44,0 44,4 0,734 44,2 Ansiedade
Experimental média 43,8 32,3 30,9 0,000 36,6 0,002
Controle média 36,6 38,1 37,5 0,428 37,4 Evitação
Experimental média 37,5 25,5 23,3 0,000 29,8 0,007
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 4. Box-plot das médias dos fatores (intensidade e evitação) da Escala de Fobia Social segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Fobia Social Intensidade
Escala de Fobia Social Evitação
242534N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
EF
S_
EV
IT
70
60
50
40
30
20
10
0
-10
92
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
EF
S_
EV
IT
80
60
40
20
0
-20
513
13
242534N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
EF
S_
AN
S
70
60
50
40
30
20
10
0
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
EF
S_
AN
S
80
70
60
50
40
30
20
10
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Não Expandidopor / Condensado por
Formatado: Fonte: NãoNegrito, Cor da fonte:Automática
Formatado: Justificado
180
8.7. Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE) ( Watson e Friend, 1969): Na análise dos resultados da Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE), comparando os resultados
dos grupos controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não
foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,885), porém para
o experimental sim (p-valor= 0,000). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do
tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 80% na categoria, “afetado” e 20% na categoria “sem
problema”, para, no pós um mês: 33,3% na categoria ‘afetado” e 66,7 na categoria “sem problemas”.
Esses resultados podem ser observados na tabela 22.
Tabela 22. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
Medo da Avaliação
Negativa pré-teste
pós-teste
pós-um mês
Total
Sem Problema n 6 6 4 16
% 28,6 28,6 36,4 30,2 Afetado n 15 15 7 37
% 71,4 71,4 63,6 69,8 Total n 21 21 11 53 c
on
trole
(*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Sem Problema n 7 16 16 39
% 20,0 64,0 66,7 46,4 Afetado n 28 9 8 45
% 80,0 36,0 33,3 53,6 Total n 35 25 24 84
exp
erim
enta
l (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,885 (**) p valor =0,000
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Medo e Avaliação Negativa (FNE) no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu
modificações das médias dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa
diferença não foi significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,313) e no grupo experimental sim (p-valor=
0,000). Confirmando os resultados da tabela 22, a tabela 23 expõe esses resultados, o grupo
experimental se modificou significativamente ao longo do tempo.
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Justificado
181
Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias
dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,019). Os
resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.
Tais resultados podem ser observados na tabela 23 e no gráfico 6
Tabela 23. Distribuição das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Grupos pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p valor (*) Total
p valor (**)
n 21 21 11 53 Controle
média 23,6 23,2 23,8 0,313
23,5 n 35 25 24 84,0
FN
E
Experimental média 25,1 19,1 16,6
0,000 20,9
0,019
(*) Teste não paramétrico de Friedman - diferenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 6. Box-plot das médias da Escala de Medo da Avaliação Negativa segundo os dois grupos comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Medo da Avaliação Negativa-FNE
8.8. Escala de Auto-estima (Rosemberg, 1965): De acordo com a análise dos resultados da Escala de Auto-estima (Rosemberg), comparando os grupos
controle e experimental, nos três períodos do estudo (pré-teste, pós-teste e pós-um mês), não foi
encontrada diferença significativa ao nível de 5% para o grupo controle (p-valor= 0,627), porém para o
experimental sim (p-valor= 0,013). O grupo experimental se modificou significativamente ao longo do
242535N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Me
do
de
Ava
liaçã
o N
eg
ativa
40
30
20
10
0
117119
112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Me
do
de
Ava
liaçã
o N
eg
ativa
40
30
20
10
0
52
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Justificado
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
182
tempo, passando sua distribuição, no pré-teste, de: 40% na categoria “auto-estima abaixo da média” e
60% na categoria “sem problema”, para, no pós um mês: 12,5% na categoria ‘auto-estima abaixo da
média” e 87,5% na categoria “sem problemas”. Esses resultados podem ser observados na tabela 22.
Tabela 24. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com a Escala de Auto-estima segundo dois grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupos
Escala de auto-estima pré-teste
pós-teste
pós-um mês total
Sem problemas n 12 9 5 26
% 57,1 42,9 45,5 49,1 Auto-estima abaixo da média n 9 12 6 27
% 42,9 57,1 54,5 50,9 Total n 21 21 11 53 c
on
trole
(*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 Sem Problema n 21 22 21 64
% 60,0 88,0 87,5 76,2 Auto-estima abaixo da média n 14 3 3 20
% 40,0 12,0 12,5 23,8 Total n 35 25 24 84
exp
erim
enta
l (*
*)
% 100,0 100,0 100,0 100,0 (*) p valor = 0,627 (**) p valor = 0,013
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Auto-estima no tempo (teste de
Friedman), ou seja, se dentro de cada grupo, controle e experimental, ocorreu modificações das médias
dos escores totais ao longo do tempo, observou-se que no grupo controle essa diferença não foi
significativa, ao nível de 5% (p-valor= 0,619) e no grupo experimental sim (p-valor= 0,001).
Confirmando os resultados da tabela 24, a tabela 25 expõe esses resultados, o grupo experimental se
modificou significativamente ao longo do tempo.
Comparando o grupo experimental com o grupo controle (teste de Mann-whitney), no tocante às médias
dos escores totais, foram encontradas diferenças significativas ao nível de 5% (p-valor= 0,001). Os
resultados do grupo experimental são significativamente deferentes dos resultados do grupo controle.
Tais resultados podem ser observados na tabela 25 e no gráfico 7.
Formatado: Justificado
183
Tabela 25. Distribuição das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação
do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e
pós um mês). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações
Grupos pré-teste
pós-teste
pós-um mês
p valor (*) Total
p valor (**)
n 21 21 11 53 Controle média 24,6 25,2 25,4
0,619 25,0
n 35 25 24 84
Esc
ala
de A
uto-
esti
ma
Experimental média 25,5 28,8 29,1
0,001 27,5
0,001
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 3 avaliações (**) Teste não paramétrico de Mann-Whitney - diferença entre controle x Experimental
Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Auto-estima segundo os grupos de comparação do estudo (controle e experimental) nos três períodos de avaliação do estudo (pré-teste, pós-teste e pós um mês) DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de auto-estima
8.9. Resultados da Avaliação da sessão de videofeedback da habilidade social falar em público. 8.9.1 Escala de Avaliação Global de Desempenho (videofeedback):
Os resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho, comparando o grupo experimental nas
categorias pré e pós videofeedback, indicam no pré-teste uma distribuição de freqüência mais
concentrada nas categorias de pior desempenho e no pós-teste uma distribuição mais concentrada nas
categorias de melhor desempenho, passando de 8,3% para 0% na categoria “muito pior”; de 20,8% para
0%na categoria pior; de 20,8 para 10,6 na categoria “um pouco pior”; de 16,7% para 26,1% na categoria
“igual”; de 29,2% para 34,8% na categoria “um pouco melhor”; de 4,2% para 26,1% na categoria
242535N =
GRUPO= Experimental
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Esca
la d
e a
uto
-estim
a
40
30
20
10112121N =
GRUPO= Controle
Avaliações
pós 1 mêspós-testepré-teste
Escala
de a
uto
-estim
a
40
30
20
10
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito, Itálico
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
184
melhor e de 0% para 8,7% na categoria “muito melhor”. Essas diferenças são significativas ao nível de
5% (p-valor= 0,002) e podem ser observados na tabela 26.
Tabela 26. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) no grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupo
Escala de Avaliação Global de Desempenho pré-teste pós-teste Total
Muito Pior n 2 1 3
% 8,3 4,3 6,4 Pior n 5 0 5
% 20,8 0 10,6 Um pouco Pior n 5 0 5
% 20,8 0 10,6 Igual n 4 6 10
% 16,7 26,1 21,3 Um Pouco Melhor n 7 8 15
% 29,2 34,8 31,9 Melhor n 1 6 7
% 4,2 26,1 14,9 Muito Melhor n 0 2 2
% 0 8,7 4,3 Total n 24 23 47
Exp
eri
men
tal (*
)
% 100 100 100 (*) p valor = 0,002
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação Global de Desempenho no
tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias
dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível
de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 27, e no gráfico 7.
Tabela 27. Distribuição das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste
p_valor(*) Total
Média 3,5 5,0 4,2 EAGD
Experimental N 24 23 0,000
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações
Formatado: Justificado
Formatado: Justificado
185
Gráfico 7. Box-plot das médias da Escala de Avaliação Global de Desempenho (EAGD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
EAGD
8.9.2. Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (videofeedback):
Comparando os resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade, no grupo experimental,
entre as categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-
valor= 0,002). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós
videofeedack, ficou: 8,3% na categoria “sem problemas” para 52,2%; 45,8% na categoria “fraco” para
39,1% e 41,7% na categoria “moderado” para 8,7% Esses resultados podem ser observados na tabela 28.
Tabela 28. Distribuição de freqüência dos pacientes por categorias de acordo com Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupo
Escala de Sintomas de Ansiedade pré-teste pós-teste Total
Sem Problemas n 2 12 14
% 8,3 52,2 29,8 Fraco n 11 9 20
% 45,8 39,1 42,6 Moderado n 10 2 12
% 41,7 8,7 25,5 Muito forte n 1 0 1
% 4,2 0 2,1 n 24 23 47
Experi
men
tal (*
)
Total % 100 100 100 (*) p valor = 0,002
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade
no tempo (teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das
2324N =
Avaliações
Pós-testePré-teste
Escala
de a
valia
ção G
lobal de
desem
penho (
Vid
eo)
8
7
6
5
4
3
2
1
0
1
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Justificado
186
médias dos escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste,
ao nível de 5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 29, e no gráfico 8.
Tabela 29. Distribuição das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste
p_valor(*) Total
Média 44,9 31,6 38,4 EPSA Experimental
N 24 23 0,000
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações.
Gráfico 8. Box-plot das médias da Escala de Percepção de Sintomas de Ansiedade (EPSA) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
. Escala de Sintomas de Ansiedade Vídeo
2324N =
Avaliações
Pós-testePré-teste
Esca
la d
e p
erc
ep
çã
o d
e a
nsie
da
de
(V
ide
o)
70
60
50
40
30
20
10
8.9.3. Escala de Avaliação de Desempenho (videofeedback): Comparando os resultados da Escala de Avaliação de Desempenho, no grupo experimental, entre as
categorias pré e pós videofeedback foi encontrada diferença significativa ao nível de 5% (p-valor=
0,000). A distribuição entre as categorias nos dois momentos, respectivamente pré e pós vidofeedack,
ficou: 25% na categoria “ruim” para 0%; 41,7% na categoria, “moderado” para 17,4%; 33,3% na
categoria “bom” para 43,5% e 0% na categoria”muito bom” para 39,1%. Esses resultados podem ser
observados na tabela 30.
Formatado: Justificado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
Formatado: Fonte: NãoNegrito
187
Tabela 30. Distribuição de freqüência dos pacientes por categoria de acordo com a Escala de Avaliação de Desempenho (EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações grupo
Escala de Avaliação de Desempenho pré-teste pós-teste Total
Ruim n 6 0 6
% 25,0 0,0 12,8 Moderada n 10 4 14
% 41,7 17,4 29,8 Bom n 8 10 18
% 33,3 43,5 38,3 Muito Bom n 0 9 9
% 0,0 39,1 19,1 n 24 23 47,0
Experi
men
tal (*
)
Total % 100 100 100 (*) p valor = 0,000
Ao comparar as diferenças das médias dos resultados da Escala de Avaliação de Desempenho no tempo
(teste de Friedman), ou seja, se dentro do grupo experimental ocorreu modificações das médias dos
escores totais ao longo do tempo, encontrou-se importante diferença entre o pré e pós-teste, ao nível de
5% (p-valor= 0,000). Esses resultados podem ser observados na tabela 31, e no gráfico 9.
Tabela 31. Distribuição das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré-videofeedbeck e pós-videofeedbeck). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Avaliações Teste Grupo pré-teste pós-teste
p_valor(*) Total
Média 48,3 70,7 59,2 EAD
Experimental N 24 23 0,000
47
(*) Teste não paramétrico de Friedman - dierenças entre as 2 avaliações
Formatado: Justificado
Formatado: Justificado
188
Gráfico 9. Box-plot das médias da Escala de Avaliação de Desempenho(EAD) segundo o grupo experimental em dois períodos de avaliação (pré videofeedback e pós videofeedback). DPA-UFRJ, Rio de Janeiro, 2008.
Escala de Avaliação de Desempenho
2324N =
Avaliações
Pós-testePré-teste
Esca
la d
e a
va
liaçã
o d
e d
ese
mp
en
ho
(V
ide
o) 100
80
60
40
20
0
2317
Formatado: Justificado
189
9 DISCUSSÃO
Inicialmente serão abordados os resultados que caracterizam a amostra deste estudo. Em seguida, os
resultados encontrados na avaliação do protocolo de tratamento.
O grupo controle não apresenta diferenças significativas em relação ao grupo experimental nas
variáveis: média de idade (34,1 controle e 34,2 experimental),gênero (52, 4% feminino e 47,6%
masculino no controle e 60% feminino e 40% masculino no experimental), estado civil (ambos os
grupos tem a concentração maior na categoria solteiro), condição de trabalho atual (a categoria ativo em
ambos os grupos tem a maior concentração), grau de escolaridade (o grupo controle tem a maior
concentração na categoria 3º incompleto e o grupo experimental tem a maior concentração dividida nas
categorias 3º incompleto e 3º completo), tratamento psicológico, uso de medicação, consumo de álcool
para manejo de ansiedade e vivência de evento traumático precipitante. Podemos concluir que os grupos
são estatisticamente homogêneos quanto a essas variáveis, tornando o grupo controle mais confiável pela
similaridade com o grupo experimental.
Na variável uso de medicação, podemos destacar que ambos os grupos, em relação ao uso de ansiolítico
e antidepressivo, tiveram maior concentração na categoria não uso, apenas 28,6% do controle e 37,1%
do experimental estavam na categoria de uso de antidepressivo; e 33,3% do controle e 25,7% do
experimental estavam na categoria de uso de ansiolítico. Devido ao número pequeno da amostra não foi
possível avaliar se ocorreram diferenças no resultado dos grupos em pacientes que usaram medicação e
pacientes que não usaram.
Na variável consumo de álcool para manejo de ansiedade os dados encontrados confirmam os dados da
literatura em que indivíduos com fobia social fazem uso de álcool para manejar ansiedade (Abram
et.al.,2002; Bittencourt et.al., 2005; Terra et. al.,2004). Na amostra desta pesquisa 38,1% do grupo
controle e 25,7% do grupo experimental se encontram na categoria de uso de álcool para manejo de
ansiedade.
Alguns autores (Barlow, 1999; Öst e Hugdahl, 1981 citados por Falcone & Figueira, 2001) propõem que
a fobia Social possa se desenvolver como conseqüência de uma ou mais experiências de
condicionamento traumático, por isso foi perguntado na ficha de identificação se os pacientes
Excluído: 7 Cronograma da Pesquisa¶2005
Excluído: ansiedade social
... [3]
190
conseguiam associar o início da fobia social com algum evento traumático precipitante. Apenas 33,3 %
do grupo controle e 37,1% do grupo experimental responderam sim. Esses resultados podem indicar que
em alguns casos a fobia social é influenciada pela vivência de um evento traumático precipitante, porém
a amostra é muito pequena e apenas uma pergunta foi realizada. È indicada a realização de outras
pesquisas para investigar essa hipótese.
O resultado referente ao Critério Brasil foi a única indicação de diferença significativa entre o grupo
experimental e o grupo controle na caracterização da amostra. A maioria dos pacientes do grupo
experimental apareceram na classe “B”, enquanto a maioria dos pacientes do grupo controle aparecem
na classe “E”, embora em ambos os grupos cerca de 30% aparecem na classe “C”.
Um dos objetivos da pesquisa foi avaliar a intervenção realizada em comparação a um grupo em lista de
espera em três momentos diferentes, antes do início da terapia, ao final da terapia e um mês após o final
da terapia. Para tal foram usados diversos instrumentos indicados na literatura (Echeburua, 1997;
Caballo, 2003). Alem de avaliar aspectos referentes a fobia social especificamente, procurou se avaliar
também o repertório de habilidades sociais, a auto-estima e o nível de ansiedade e depressão.
A fobia social é um transtorno de curso crônico, com início na infância e considerado grave por causar
prejuízo significativo à vida de quem sofre desse problema. São comuns comorbidades associadas ao
transtorno, principalmente transtornos de ansiedade. Pode ocorrer o desenvolvimento de uma depressão
secundária ao diagnóstico de fobia social, precipitada pelos prejuízos causados pelo transtorno primário,
a fobia social. Ruscio e colaboradores (2008), num estudo que buscou replicar os resultados do National
Comorbidity Survey nos Estados Unidos, concluíram, confirmando dados da literatura, que a fobia
social é um fator precipitante de depressão e abuso de substância. Dessa forma justifica-se o uso do
Inventário Beck de Depressão e Ansiedade nessa pesquisa. Os resultados encontrados no estudo foram
significativamente positivos, tanto na comparação das diferenças das médias entre grupos e ao longo do
tempo, quanto na distribuição de freqüência no tempo. Após a intervenção, o grupo experimental
melhorou significativamente ao longo do tempo (avaliação pré, pós e pós um mês de tratamento) tanto
em relação a depressão quanto a ansiedade, e o grupo controle não.
191
Em relação ao Inventário Beck de Depressão o grupo experimental passou no pré-teste de 22,9% na
categoria “depressão mínima”; 51,4% na categoria “depressão leve” e 25,7% na categoria “depressão
moderada” para, no pós um mês, 75% na categoria “depressão mínima”; 25% na categoria “depressão
leve”, 0% na categoria “depressão moderada”.
Nos resultados referentes ao Inventário Beck de Ansiedade o grupo experimental passou no pré-teste de
11,4% na categoria “ansiedade mínima”; 54,3% na categoria “ansiedade leve”, 17,1% na categoria
“ansiedade moderada” e 17,1% na categoria “ansiedade grave” para, no pós 1-mês, 58,3% na categoria
“ansiedade mínima”; 16,7% na categoria “ansiedade leve”, 20,8% na categoria “ansiedade moderada” e
4,2% na categoria “ansiedade grave”.
Os inventários aplicados especificamente avaliando a fobia social foram: Inventário de Ansiedade e
Fobia Social (SPAI), Escala de Fobia Social e Escala de Medo da Avaliação Negativa (FNE).
No Inventário de Ansiedade e Fobia Social (SPAI) os resultados encontrados indicaram que o grupo
controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, no tocante a distribuição de
freqüência no tempo, reduzindo, na categoria diagnóstico de fobia social, de 89% no pré-teste para
33,3% no pós um mês. Porem, na comparação entre as médias do grupo controle e as médias do grupo
experimental os resultados não indicaram diferenças estatisticamente significativas, ou seja, não existem
diferenças significativas entre os resultados do grupo controle e os resultados do grupo experimental no
tocante ás médias dos escores totais. Possivelmente esses resultados refletem o tamanho pequeno da
amostra e a dispersão dos resultados.
A Escala de Fobia Social (Liebowitz, 1987) se subdivide em duas: subescala de intensidade da ansiedade
e subescala de evitação. Na subescala de intensidade da ansiedade os resultados forma
significativamente positivos tanto na distribuição de freqüência no tempo quanto na comparação de
médias, podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental
sim. No pré-teste 67,6% encontravam-se na categoria “leve” e 32,4% na categoria “moderado”; no pós
um mês a categoria “leve” passou a ter 91,7% e a categoria “moderado” 8,3%. Os resultados da
subescala de evitação não indicaram diferenças significativas entre os grupos controle e experimental na
distribuição de freqüência ao longo do tempo, porém na comparação das médias as diferenças
192
encontradas foram significativas, o grupo experimental é diferente do controle significativamente e o
grupo experimental se modificou ao longo do tempo, enquanto o controle não. A média do grupo
experimental reduziu de 37,5% no pré-teste para 23,3% no pós um mês.
Na Escala de Medo de Avaliação Negativa os resultados encontrados foram positivos em todas as
análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no tempo quanto nas diferenças das médias.
Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao longo do tempo e o experimental sim, tanto
na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os resultados do grupo experimental são diferentes
dos resultados do grupo controle.
Podemos concluir que a subescala de intensidade da ansiedade da Escala de Fobia Social e a Escala de
Medo da Avaliação Negativa apresentaram resultados positivos em todas as análises estatísticas feitas,
indicando uma melhora significativa no grupo experimental após a intervenção terapêutica. Já o
Inventário de Ansiedade e Fobia Social e a subescala de evitação da Escala de Fobia Social apresentados
resultados parciais positivos. De forma geral podemos afirmar que os instrumentos avaliando
especificamente a fobia social apresentaram resultados favoráveis a pesquisa.
Para a avaliação das habilidades sociais no grupo foi utilizado o Inventário de Habilidades Sociais (IHS),
porém os resultados encontrados não foram conclusivos, a análise estatística desse instrumento ficou
prejudicada pelo número pequeno da amostra, que nesse caso, ainda se subdivide em masculino e
feminino e posteriormente em cinco fatores de análise.
A avaliação da auto-estima realizada na pesquisa pela Escala de Auto-Estima (Rosemberg,1965)
mostrou resultados positivos em todas as análises realizadas, tanto na distribuição das freqüências no
tempo quanto nas diferenças das médias. Podemos afirmar que o grupo controle não se modificou ao
longo do tempo e o experimental sim, tanto na distribuição de médias, quanto de freqüência e que os
resultados do grupo experimental são diferentes dos resultados do grupo controle.
Na literatura a auto-estima é definida como a tendência relativamente estável de sentir-se bem ou mal a
respeito de si mesmo. Pode ser definida como a avaliação que a pessoa efetua e mantêm a respeito de si
mesmo, que envolve sentimento de valor próprio, expressando uma atitude de aprovação/desaprovação
em relação a si mesma (Bandeira, Quaglia, Bachetti,Ferreira, Souza, 2005; Romano et, al.,2004;
193
Rosemberg, 1965). A auto-estima tem sido relacionada com o desempenho social, uma vez que ela pode
influenciar a expectativa que as pessoas possuem sobre o resultado de seu próprio desempenho. Essa
expectativa, por sua vez, tem sido considerada uma variável importante para o desempenho social, em
particular do comportamento assertivo (Del Prette & Del Prette, 1999). Diversos artigos na literatura
apontam uma correlação positiva entre habilidades sociais e o grau de auto-estima (Riggio,
Anxiety and its Disorders. New York: Guilford Press.
Heilveil, I. (1984).Videoterapia, o uso do vídeo na psicoterapia. São Paulo: Summus.
Hofmann, S. G. (2004). Cognitive mediation of treatment change in social phobia. Journal of Consulting
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Formatado
Excluído: Sessão I:¶Cadeiras em circulo, terapeutas distribuídos entre os pacientes sentados na roda.¶Minha apresentação e apresentação das estagiárias¶Bom dia, eu sou Maria Amélia, a terapeuta que vai conduzir o trabalho que vamos realizar juntos. Gostaria de agradecer a presença de vocês, optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e arriscar mudanças. Estão todos de parabéns, ainda mais porque sei que para a maioria aqui, estar em grupo é desconfortável. Eu sou a psicóloga responsável por essa pesquisa e a Carla e Larissa, que vocês já conheceram nas entrevistas anteriores, são estagiárias de psicologia que participam do projeto. ¶Apresentação da pesquisa¶Vou falar um pouco sobre a pesquisa, sei que vocês já receberam algumas informações e assinaram um termo de consentimento. Vocês são voluntário para a realização de um grupo piloto, é o grupo que vai me ajudar a construir a estrutura de um tratamento em grupo para ansiedade social. A partir desse nosso grupo outros serão realizados. Essa pesquisa é de doutorado, eu sou aluna aqui na UFRJ e tenho um orientador que acompanha e também contribui para o que estamos fazendo, o nome dele é Bernard Rangé, um profissional com muita experiência em psicologia. Tudo que vamos propor foi elaborado com muito estudo, cuidado e seriedade. É uma proposta nova que combina técnicas de tratamento para ansiedade social que tem eficácia comprovada, ou seja, funcionam, a técnicas de teatro e videofeedback. Aos poucos durante o tratamento vocês vão poder entender melhor. Alguém tem alguma dúvida que gostaria de perguntar agora? Estarei sempre disponível para responde qualquer dúvida.¶A participação de vocês é muito importante, pois me ajudará a entender um pouco mais sobre a ansiedade social. Nosso grupo vai ter 18 sessões com duas horas de duração cada, é um grupo fechado, ou seja, não entrara mais ninguém até o final. Todos que estão aqui receberam um diagnóstico de ansiedade social. O objetivo do grupo é trabalharmos juntos para entender e manejar a ansiedade social. Eu, Carla e Larissa vamos nos comprometer a usar nosso conhecimento em psicologia para esse objetivo, e cabe, a cada um de vocês, se comprometer ao máximo com a terapia. É um trabalho de colaboração em conjunto, vamos formar por 18 encontros uma força tarefa de tratamento para ansiedade
... [4]
... [5]
205
12 Apêndices:
206
12.1 Apêndice : Apostila entregue aos participantes do grupo
Material Sessão I Ansiedade Social: “ Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta Seguir adiante face às probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen Você está começando um tratamento em grupo para fobia social. Estar aqui já é muito, a opção por
tentar modificar algo em vez de se acomodar já é uma vitória, ainda mais por começar enfrentando um
grupo. Optar por se tratar é sempre uma escolha corajosa, pois envolve querer sair do problema e
arriscar mudanças.
A primeira boa notícia é que você não está sozinho, a fobia social é o 3º transtorno psiquiátrico mais
comum, atrás da depressão e alcoolismo. Em média 3 a 13% da população tem fobia social.
Você deve estar se perguntado: se isso é verdade, como conheço muitas pessoas deprimidas e ninguém
com fobia social? O que acontece é que as pessoas com fobia social muitas vezes consideram que seu
problema é um traço de personalidade e não acreditam existir tratamento. Isso não é verdade, a
ansiedade social é um transtorno psiquiátrico que pode ser tratado com psicoterapia e ou medicação.
Vamos conhecer o caso de Sara, uma mulher de 35 anos que relata ter ansiedade social desde a
adolescência. Ela descreve o seu problema da seguinte maneira:
“Me sinto diferente das outras pessoas, tem algo errado comigo, não sou normal. Fico nervosa quando
estou perto de outras pessoas, penso que sou uma idiota, que só fala besteiras e não sabe se comportar.
Sinto que estão todos me olhando e percebendo que fico nervosa. Isso me arrasa. Tento ao máximo
evitar estar com outras pessoas além da minha família. Isso me entristece muito, gostaria de ter amigos,
sair para me divertir sem preocupações, sem me sentir mal.
Tenho 35 anos e muita dificuldade para namorar, fico apavorada quando alguém se aproxima, acho
que a pessoa vai me achar ridícula e se afastar.
Sou funcionária pública, escolhi um trabalho que tem estabilidade e que não preciso estar falando com
pessoas o tempo todo. Meu setor tem apenas cinco pessoas e já me acostumei com elas. Sonhava em ser
juíza, promotora, mais sei que isso não é para mim. Já fui convidada para outros cargos melhores,
Formatado: Fonte: 16 pt
Formatado: Fonte: 16 pt,Negrito
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
207
Sessão I:
Como virar supervisora da minha área, porém sempre recuso. Prefiro ficar aonde já me acostumei.
Nesse sentido o meu trabalho é tranqüilo, o único problema é se eu precisar falar com meu chefe ou ele
me chamar. Isso é torturante, fico nervosa, me enrolo para falar as coisas, começo a suar muito, muito
mesmo. Fico vermelha e muito nervosa, minha voz fica estranha, não consigo raciocinar, só penso em
sair dali o mais rápido possível.
Não saio para almoçar; levo comida de casa com a desculpa que é para economizar, mais na verdade é
porque me apavora a idéia de ir almoçar com o grupo. Sei que vou me sentir mal e que vai ser horrível,
todos vão perceber que não sou normal. Vivo inventando desculpas para não fazer as coisas. Quando
penso nisso me dá vontade de sumir, ir para um lugar em que eu não me sinta assim".
Outra suposição comum é se considerar louco, isso também não procede. A ansiedade em situações
sociais é uma experiência universal necessária para a sobrevivência. Talvez seja mais fácil imaginar isso
em outros tempos, quando tínhamos que sair em grupo para caçar e se proteger. Nessa época ficar longe
do grupo poderia significar morrer, então, o desejo de pertencer ao grupo, ser aceito, significa
sobreviver. É um sentimento natural do ser humano, somos animais sociais. Algum grau de ansiedade
em situações sociais é desejável e benéfico. O problema é quando essa ansiedade começa a ficar muito
extrema, chegando a impedir as relações, provocando isolamento. Nesse caso a ansiedade se torna um
transtorno de ansiedade: a ansiedade social ou fobia social. Então o que é a fobia social?
É um transtorno cuja característica básica é o medo de ser avaliado negativamente em situações sociais.
O fóbico social tem medo de agir, comportar-se ou mostrar sintomas de ansiedade de maneira que lhe
seja embaraçoso ou humilhante, e procura evitar as situações sociais ou suportá-las com bastante
desconforto. A exposição às situações temidas pode provocar:
Sintomas cognitivos
Menor concentração, não saber o que
falar, pensamentos negativos entre outros;
Sintomas emocionais
Medo, pânico, terror, angustia entre
outros;
Sintomas fisiológicos
Tremor, rubor, suor, voz embargada entre
outros;
Sintomas comportamentais
Evitação da situação, evitação sutil:
desviar o olhar, falar pouco entre outros;
208
No caso de Sara podemos identificar esses sintomas, por exemplo:
Sintomas cognitivos
Todos vão perceber que não sou normal
tem algo errado comigo, estão todos me
olhando, falo besteira, pareço idiota, sei
que não vai dar certo, vai ser horrível.
Sintomas emocionais
Tristeza, angústia.
Sintomas fisiológicos
Rubor, suor, voz embargada.
Sintomas comportamentais
Não sai para almoçar, evita sair com os
amigos, evita falar com o chefe.
E no seu caso, conheça um pouco mais sua ansiedade social e preencha o quadro abaixo:
Sintomas cognitivos
Sintomas emocionais
Sintomas fisiológicos
Sintomas comportamentais
Então o que causa a Fobia Social?
Essa é uma pergunta bastante difícil de responder, infelizmente as pesquisas ainda não têm uma resposta
única, simples e direta para essa pergunta. Muito provavelmente não podemos falar em uma causa única
e sim em muitos fatores combinados, além disso, depois que o transtorno se desenvolve, diferentes
fatores podem atuar na sua manutenção. Podemos destacar a influência de fatores genéticos, estudos de
fatores hereditários indicam que a ansiedade social parece ocorrer com maior freqüência entre os
parentes biológicos de 1º grau dos indivíduos com o transtorno, em comparação com a população em
geral. O componente genético pode agir deixando a pessoa vulnerável para desenvolver o transtorno. As
experiências de vida de uma pessoa podem influenciar o aparecimento do transtorno, como no caso de
experiências humilhantes ou embaraçosas. Também a convivência em família com pessoas tímidas ou
retraídas, observando o comportamento delas. A forma como fomos criados, ambiente seguro, crítico,
super protegido. Todos esses fatores podem influenciar o surgimento da fobia social.
Sessão I: Tarefa entre sessões
209
Pensando nisso, nas suas experiências de vida, selecione até dez fotos para trazer na próxima sessão. O
objetivo é compartilhar sua vida através das fotos e entender que fatores influenciaram o surgimento da
sua fobia social.
Material Sessão II
Tarefa entre sessões:
Escreva agora, completando a dinâmica das fotos realizada na sessão, sobre sua vida, os aspectos mais
importantes, como a ansiedade social começou e como se mantém, além das diferenças entre a ansiedade
Voltando ao caso de Sara podemos perceber, nos quadros preenchidos, que os sintomas cognitivos são
os nossos pensamentos. No caso de Sara podemos observar vários pensamentos, como:
“Todos vão perceber que não sou normal”
“Tem algo errado comigo”
“Estão todos me olhando”
“Falo besteira”
“Pareço idiota”
“Sei que não vai dar certo”
“Sei que sempre vai ser horrível”
Sara está sempre preocupada com seu desempenho e com a avaliação que as outras pessoas estão
fazendo dela. Antes de uma situação social ela já começa a pensar que não vai dar certo e já começa a
ficar ansiosa.
Nem sempre a forma como estamos pensando corresponde à realidade, ás vezes exageramos nas nossas
previsões, ou nos baseamos nos nossos sentimentos em vez de em fatos. Na terapia cognitivo-
comportamental, perceber e questionar os pensamentos é um aspecto bastante importante, dessa forma
chamamos de distorções cognitivas os pensamentos que não correspondem à realidade. Todos nós temos
pensamentos distorcidos ás vezes, e no caso da fobia social, podemos observar algumas distorções
comuns relacionadas ao transtorno. Abaixo segue uma descrição das principais distorções cognitivas ou
distorções de pensamento. Leia com atenção e faça um asterisco nas distorções que você percebe fazer
no seu dia a dia.
1. Pensamento Dicotômico: é a tendência de interpretar todas as experiências em termos de categorias opostas e polarizadas (preto/branco, tudo/nada, sempre/nunca, perfeição/fracasso, absoluta segurança/ perigo total). Exemplo: Se tremo, é porque sou um fracasso. 2. Abstração Seletiva: é a tendência a focalizar apenas um detalhe retirado de um contexto, ignorando outros aspectos também importantes, e conceber a totalidade da experiência com base no fragmento. Exemplo: Minha apresentação foi horrível porque tremi, não analisando a totalidade do contexto, como: conteúdo apresentado, fala articulada. 3.generalização: é a tendência a ver um evento negativo único como parte de um padrão interminável de perigos ou sofrimentos. Exemplo: Sei que sempre minha vida vai ser sempre horrível depois dessa apresentação. 4. Desqualificação do Positivo: é a tendência a rejeitar experiências ou fatos positivos por insistir que "não contam", por qualquer motivo. Exemplo: Fui bem dessa vez por pura sorte ou apenas porque estava medicado.
5. Raciocínio Emocional: é a tendência a tomar as próprias emoções como provas de uma "verdade". Exemplo: senti que fiquei ansioso, logo tenho certeza que todos perceberam.
Formatado: Centralizado
Formatado: Sublinhado
Formatado: Fonte: NãoNegrito, Sublinhado
211
6. Rotulação: é a tendência a descrever erros ou medos por características estáveis do comportamento, por rótulos pessoais. Exemplo: Sou um idiota por ficar ansioso 7. Tirania dos "Deveria": é a tendência a dirigir a própria vida em termos de "deverias" e "não deverias", por avaliações de "certo" ou "errado", em vez de dirigi-la por seus desejos. Exemplo.: eu deveria estudar mais em vez de eu quero (ou não quero) estudar mais. 8. Leitura Mental: é a tendência a antecipar negativamente, sem provas, o que as pessoas vão pensar sobre você. Exemplo: ansioso para comer em público “todos pensam que sou um idiota” 9. Catastrofização: é a tendência a exagerar a probabilidade e a magnitude dos efeitos de uma situaçã antecipada. Exemplo: Minha vida vai ser sempre muito ruim, não tem jeito, uma pessoa como eu não tem valor e não pode ser feliz.
Vamos conhecer agora um pouco da vida de João:
“João relata que foi uma criança muito tímida, considera que sua mãe também era muito tímida.
Quando ele tinha 11 anos seus pais se separaram e João se sentiu muito triste, não entendia na época o
motivo do pai ir embora. Começou a pensar que talvez ele não fosse um bom filho e passou a querer
muito ser um filho melhor. Tentava sempre ajudar sua mãe e estudava sozinho, passou a tirar notas
ainda melhores do que as que já tirava.
Sua mãe era muito exigente, achava que tirar 10 era sua obrigação e sempre comparava João com
outras crianças. Seu pai os visitava bem pouco e depois mudou de Estado, passando a ver menos ainda.
Na adolescência João usava aparelho e óculos, não tinha muitos amigos e se sentia diferente das outras
pessoas. Os colegas de colégio encarnavam nele o chamando de “nerd”, “estranhoso” “feioso” e isso
o deixava muito chateado. Tinha muita vergonha de chegar perto de meninas, toda vez que tentava
ficava tremendo, gaguejava, suava.
João relata que sua adolescência foi estudar e ficar em seu quarto, isolado. No quarto ele escutava
música, lia, escrevia. Lá ele se sentia seguro.
Passou para uma faculdade pública e as coisas começaram a melhorar um pouco, fez alguns amigos, já
não usava mais aparelho nem óculos e gostava muito de jogar futebol.
Quando estava começando a achar que sua vida melhoraria começou a ter pavor das apresentações
orais e trabalhos em grupo, além de continuar com muita dificuldade para falar com as garotas. João
pensou “vão descobrir que sou uma farsa, que na verdade não sou normal”.
Muitas pessoas com fobia social pensam assim, se consideram uma farsa e acham que se outraspessoas
se aproximarem muito, vão perceber e se afastar, criticar ou rejeitar. Essa forma de pensar pode acabar
levando a uma preocupação grande em disfarçar os sintomas de ansiedade para que ninguém descubra
ou perceba suas fragilidades.
212
O primeiro passo para sair do quadro de fobia social é justamente aceitar que tem o transtorno. Isso
significa não precisar mais ficar preocupado com o que os outros vão perceber a nosso respeito.
Significa entender que ninguém é perfeito e demonstrar fragilidades não é o fim do mundo.
O objetivo do nosso tratamento não é ajudar vocês a criarem mais máscaras ou disfarçarem melhor o
quadro, mas sim entender, aceitar e manejar o transtorno. Para isso precisamos entender um pouco da
vida de cada um. Na vida de João, por exemplo, podemos observar muitos fatos que aconteceram e
podem ter relação com sua fobia social.
Por exemplo:
Sua mãe ser tímida, João pode ter uma predisposição genética para desenvolver a fobia
social além de ter observado o comportamento dela por muitos anos.
A separação de seus pais: sentiu-se responsável; que não era um bom filho.
A vida escolar, dificuldade de interação com os amigos, ter sido muito encarnado.
Dificuldade em paquerar.
Dificuldade na faculdade para falar em público.
Esses fatores foram se somando e deixando João inseguro, com a sensação de ser diferente, anormal.
E no seu caso? Coloque resumidamente no quadro abaixo os fatores importantes da sua vida que tem
relação com suas inseguranças:
João procurou terapia e esta tentando entender suas dificuldades, abaixo um diálogo seu com o
terapeuta:
Terapeuta: O que significa para você essa situação (de falar em público)?
João: Que não consigo, sou um desastre.
213
Terapeuta: Por quê?
João: Porque fico nervoso, não ajo como todo mundo.
Terapeuta: O que significa não interagir como todo mundo?
João: Que sou diferente, fico ansioso.
Terapeuta: Diferente como, o que isso diz a seu respeito?
João: Não consigo me controlar; fico ansioso.
Terapeuta: Uma pessoa que não se controla é uma pessoa o quê?
João: Uma pessoa diferente das outras.
Terapeuta: Diferente como?
João: inferior.
Terapeuta: Então demonstrar ansiedade significa ser inferior?
João: É, sim, significa ser inferior, incapaz, fraco.
Com essas perguntas o terapeuta ajudou João a identificar uma crença, João acredita que é inferior aos
outros e um fraco e acaba olhando o mundo à partir dessa constatação. O filtro dos pensamentos de João
tem relação com essa crença que influência o modo como João olha cada situação, muitas vezes tendo
pensamentos distorcidos.
Por exemplo:
Diante de uma situação de ansiedade pensa: “não sou normal”, nesse momento João está generalizando,
entendendo que uma falha significa que é anormal e esquecendo que apesar dessa dificuldade ele
conseguiu passar em um vestibular muito concorrido, está conseguindo ter alguns amigos, jogar futebol.
Diante ter passado no vestibular pensa: “foi pura sorte” nesse momento João está desqualificando o
positivo, podemos questionar que em um vestibular tão concorrido, apenas sorte seja suficiente para
explicar seu bom resultado.
O que acontece com os pensamentos de João ajuda a manter a fobia social, ele está na maioria das vezes
tendo pensamentos que confirmam sua inferioridade, porém muitas vezes seus pensamentos estão
distorcidos, o deixando preso a um círculo vicioso negativo.
214
Anote as distorções que percebe ter, dando exemplos de seu dia a dia:
João relata que hoje sua principal dificuldade social é falar em público. Quando sabe que vai ter de se
apresentar já começa a ficar preocupado com seu desempenho, imaginando que vai ser um desastre, que
todos vão perceber que fica ansioso. Imagina uma catástrofe: suas mãos tremendo muito, gaguejando,
tendo brancos, todos rindo dele. Um terror! João tenta ao máximo evitar ter de se apresentar, pede ao
grupo para fazer sozinho toda a parte escrita para não ter de se apresentar, às vezes inventa que ficou
doente e falta.
Os pensamentos do João antes do evento é o que chamamos de processamento pré-evento, nesse
processamento de João podemos identificar:
Possível situação social: apresentar trabalho na faculdade.
Processamento antecipatório Pensamentos: todo mundo vai estar me avaliando, me olhando, vão perceber que estou ansioso, vou tremer, gaguejar, vão rir de mim, se já estou assim agora, imagina na hora, Sentimentos: ansiedade, medo. Comportamentos: tentar evitar a situação. Reações físicas: respiração acelerada, coração acelerado, suor. Antes mesmo da situação acontecer, João já está ativando sintomas físicos da ansiedade social e ficando
cada vez com mais medo: “se já estou assim agora, imagina na hora”.
216
Caso João tenha de enfrentar a situação ele já chegará ansioso e preocupado com seu desempenho
devido ao processamento pré-evento. Na situação em si também podemos identificar o ciclo de
pensamentos de João:
Situação Social: apresentação . Pensamentos: estou nervoso, estão todos percebendo, não consigo me controlar, não tem jeito. Sentimentos: ansiedade, insegurança. Comportamentos: tentar acabar o mais rápido possível para sair da situação. Reações físicas: tremor, suor, coração acelerado, rosto vermelho, gagueira.
João passou pela situação, apresentou com muito desconforto sua parte na apresentação e foi embora o
mais rápido possível sem falar com ninguém.
No caminho para casa João fez o que chamamos de processamento pós-evento, ou seja, ele faz uma
avaliação de como foi seu desempenho baseado em como se sentiu.
Abaixo o exemplo de João:
Processamento pós evento Pensamentos: Foi horrível, um desastre, todos perceberam minha incapacidade, devem estar rindo de mim. Tremi, gaguejei, fiquei vermelho. Sou um idiota, anormal! Sentimentos: tristeza, raiva, angustia. Comportamentos: faltar uma semana de aula. Reações físicas: dor no peito, dor de cabeça. Com base nesse processamento pós-evento João se jogou ainda mais para baixo e criou uma memória
negativa que vai influenciar uma próxima situação social, instalando-se um ciclo negativo que mantém o
transtorno.
Resumindo:
Na ansiedade social o indivíduo interpreta situações sociais como perigosas ativando uma resposta
autonômica de medo no organismo. Essa reação influencia negativamente o desempenho, criando um
registro negativo da situação social através de um processamento pós-evento. Esse registro negativo
passa a ser ativado sempre que existe a possibilidade de repetição da situação que causou ansiedade,
gerando uma ansiedade antecipatória, ou processamento pré-evento, em que a expectativa de repetir
217
falhas anteriores gera ativação autonômica que favorece comportamentos de evitação das situações
sociais consideradas perigosas ou o enfrentamento com grande desconforto, instalando-se um ciclo
negativo que mantêm o transtorno.
218
Preencha a folha abaixo com uma situação sua parecida com a do João:
Sessão III: Tarefa entre sessões: Criar três situações para escutar o outro, evitando fazer auto-processamento e preencher a folha entendendo a fobia social. Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida. Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Fonte: Negrito
220
Material Sessão IV
Tarefa entre sessões:
Praticar a respiração diafragmática.
Escolher pelo menos três situações para iniciar e manter uma conversa com pessoas conhecidas e
desconhecidas, procurando ler o ambiente social e escutar o outro.
Preencher a folha entendendo a fobia social.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos uma pessoa desconhecida e uma conhecida. Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
Formatado: Fonte: NãoNegrito
221
Material Sessão V
Em nosso trabalho juntos temos identificado a relação entre pensamentos, sentimentos, reações físicas, e
comportamentos.
As reações físicas aparecem sempre que ficamos ansiosos, por exemplo: suor, coração acelerado, ficar
vermelho, respiração acelerada, tremer, gaguejar. No momento da ansiedade nosso organismo responde
ao perigo que estamos identificando, pessoas com fobia social se sentem ameaçadas em situações sociais
e o corpo reage para se proteger. Isso é o que chamamos de reação de luta e fuga. Esse nome é
justamente porque o organismo se prepara para lutar ou fugir de um perigo. Para os nossos ancestrais,
que viviam em cavernas, essa reação permitia a sobrevivência, e ainda hoje esse mecanismo é
fundamental, por exemplo, um carro vem em sua direção á toda velocidade buzinando, é essa ativação
rápida e automática que faz você correr, lhe protegendo.
Nos transtornos de ansiedade não é a reação de luta e fuga o problema, mas sim a ativação da reação em
uma situação que não é ameaçadora para nossa vida. Por mais desagradável que uma situação social
seja, ela não é perigosa.
Uma forma de manejar melhor nossos sintomas físicos é aprender a relaxar através de uma mudança na
nossa forma de respirar e de perceber a tensão nos músculos do corpo, além de desligar, um pouco, os
pensamentos. Isso pode ser alcançado pelo treino repetido da respiração diafragmática aprendida e do
relaxamento realizado na sessão. O ideal é praticar mais de uma vez por dia com o CD fornecido.
Sessão V: Tarefa entre sessões:
Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido.
Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
222
Situação 2:
Situação 3:
Material Sessão VI
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três pessoas para elogiar.
Preencher a folha entendendo a ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana.
Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já
trabalhados.
Lembrar os tópicos até hoje, mencionados:
Continuar preenchendo a folha que questiona a crença central, buscando evidências que desconfirme a
crença.
Aprender a escutar o outro, não fazendo auto processamento.
Ler o ambiente social.
Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos.
Manter a conversa (perguntas abertas).
Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos.
Encerrar conversa.
Identificar pensamentos automáticos e quais são as distorções de pensamento que podem estar mais se
ativando no seu caso.
Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré-evento, na situação e pós-evento.
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
223
Estabelecer diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada
fase do ciclo.
Sessão VI Tarefa entre sessões:
Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular.
Escolher pelo menos três pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com
alguma situação de ansiedade durante a semana.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões:
OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Justificado
224
Material Sessão VII:
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos uma situação social que cause ansiedade moderada para preencher as folhas
entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.
Escolher duas gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores
situações para cometer gafes.
Descrever as três situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes:
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
225
Folha: Testando Seus Pensamentos. • Qual é a situação: _____________________________________________________
• O que estou pensando ou imaginando? _____________________________________
• Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou
avalie de 0 a 10: ___ ) • Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso outro:
______________________ • Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a
10: __) • O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?
• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro? • Há alguma outra forma de ver isso?
• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________
• Qual o melhor que poderia acontecer?___________
• O que é o que mais provavelmente irá acontecer?___________________
• O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?
• O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?
• O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?
• O que eu deveria fazer agora?
• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito
(ou avalie de 0 a 10: ____ )
• Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio
muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
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Formatados: Marcadores enumeração
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Formatados: Marcadores enumeração
226
Material Sessão VIII:
Habilidades Empáticas:
A empatia é uma habilidade social bastante importante, já começamos a praticá-la nas nossas sessões.
Ser empático significa compreender e sentir o que outra pessoa pensa e sente em uma situação,
devolvendo essa compreensão e sentimento. Para sermos empáticos é importante tentar se colocar no
lugar do outro identificando três componentes:
Componente cognitivo: interpretar e compreender os sentimentos e pensamentos do outro.
Componente afetivo: se colocar no lugar do outro, buscando experienciar sua emoção.
Componente comportamental: expressar a compreensão e sentimentos para o outro através de
comportamentos verbais e não verbais.
Já começamos a fazer isso nos exercícios em que aprendemos a escutar o outro, para ser empático
precisamos saber escutar verdadeiramente o outro, e responder com sinceridade. Além de escutar o
outro, prestar atenção, iniciar uma conversa, conversar com alguém que está revelando um problema,
expressar sentimentos positivos e negativos, expressar afeto e apoio também são habilidades empáticas.
A empatia não significa consolar o outro dando conselhos ou dizendo frases feitas de caráter
conformista, mas sim verdadeiramente se colocar no lugar do outro compartilhando sentimentos e
pensamentos.
Para sermos empáticos precisamos estar conscientes dos pensamentos e sentimentos do outro, prestando
atenção e ouvindo verdadeiramente o outro. Escutar o outro significa deixar de lado momentaneamente
seus próprios sentimentos e pensamentos, procurando se colocar no lugar do outro, o aceitando, sem
julgar. O bom ouvinte é aquele que aprecia a outra pessoa tal como ela é, aceitando os seus sentimentos
e idéias, tais como eles são. Como conseqüência, a pessoa se sente entendida, reconhecida, aceita e
valorizada. Os comportamentos que demonstram atenção empática são predominantemente não-verbais:
(a) fitar diretamente a outra pessoa, adotando uma postura que identifique envolvimento; (b) adotar uma
postura aberta, evitando cruzar os braços e as pernas; (c ) inclinar-se levemente em direção à pessoa-
alvo; (d) acenar com a cabeça e/ou usar vocalizações breves (ex.: “hum-hum”) quando a pessoa está
revelando algo importante; (e) adotar uma postura descontraída - gestos nervosos, tais como: tamborilar,
balançar a perna ou remexer-se na cadeira demonstram impaciência e desinteresse.
Procurar identificar as emoções do outro enquanto ele fala, as expressões faciais e movimentos que
possam indicar seus sentimentos. Por exemplo, comportamento corporal (postura, movimentos
Agora coloque as situações em ordem de dificuldade, da situação que provoca menos ansiedade para a
que provoca mais ansiedade, anotando ao lado os pensamentos ansiosos ligados a cada situação e
também os sentimentos.
Lista de situações em ordem de dificuldade e pensamentos / sentimentos associados:
Situação e nota do grau de
ansiedade (0-10).
pensamentos sentimentos
Exemplo:
Perguntar a algum
professor em sala de aula –
nota: 3.
Vou parecer idiota, todos
me notarão e verão como
sou idiota.
Medo/ ansiedade.
234
Agora preencha a folha testando pensamentos para cada situação e traga na próxima sessão. Folha Testando Seus Pensamentos: • Qual é a situação: __________________________________________________________________
• O que estou pensando ou imaginando? _________________________________________________
• Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou
avalie de 0 a 10: ___ ). • Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso
outro______________________ • Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a
10: __). • O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?______________________________________
• O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro?______________ • Há alguma outra forma de ver isso?____________________________________________________
• Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?_____________________________
• Qual o melhor que poderia acontecer? __________________________________________________
• O que é o que mais provávelmente irá acontecer? _________________________________________
• O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma?___________________________________
• O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento?______________________________________
• O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele?______________________________
• O que eu deveria fazer agora?_________________________________________________________
• Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito (ou
avalie de 0 a 10: ____ )
• Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio
muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
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Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
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Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
235
Sessão XII: Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade; quanto
mais situações, melhor.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
236
Material Sessão XIII
Tarefa entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à interação com o
gênero oposto e paquera.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
237
Material Sessão XIV
Hoje na sessão acabamos de construir a hierarquia de situações sociais difíceis para cada um, anotamos e
reestruturamos os pensamentos automáticos relacionados a cada item, graduamos do mais fácil para o
mais difícil e planejamos uma ação para cada item. Essa hierarquia deve ser colocada em prática
gradualmente até o final da terapia. Até a próxima sessão tente ao máximo fazer os primeiros itens e
anote abaixo como foi:
Item 1:
Item 2:
Item 3:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
Formatado: Centralizado
238
Material Sessão XV
Tarefa entre sessões:
1) Criar pelo menos três situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,
uma opinião.
2) preparar esboço para apresentar em público (5 minutos) e vestir-se de acordo.
Siga o roteiro abaixo:
Preparando uma apresentação: Escolha do tema: � Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?
� Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender,
aprofundar um tema?
� Qual o tema geral de sua apresentação?
� Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público
aprenda?Em geral as apresentações tem 2 ou 3 pontos principais.
Organização das informações: � Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou
introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de
soluções efetivas?
� Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?
1. Desenvolver material visual que complemente resumidamente a apresentação.
2. Fornecer uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação
Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré-evento;
processamento durante o evento e processamento pós-evento. No processamento pré-evento e
continuar.
3. Resumir um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.
Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação
negativa do outro, ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta. Além dos fatores já discutidos, as
pesquisas atuais têm investigado o papel da ativação cerebral na fobia social e continuar.
Como começar a apresentação:
A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de
tempo da apresentação.
Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações
poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a
importância do tópico.
Formatado: Fonte: Negrito,Sublinhado
Formatado: Sublinhado
Formatado: Fonte: Negrito,Sublinhado
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
Formatados: Marcadores enumeração
239
Exemplo: Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.
Hoje falarei sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo significativo na
vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos profissionais de
saúde ajudarem em nossa estatística é possuir um conhecimento atualizado.
Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de
impacto;
Exemplo: Hoje falarei sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria
dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.
A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população e continuar.
Questionar a platéia também é uma opção. Exemplo: Hoje falarei sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da avaliação
negativa do outro Esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito desconforto,
causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem alguém que
poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer, por favor, levante a mão.
Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa
informação é óbvia para o apresentador, mas não para a platéia.
Organizar os tópicos, bem como o que é fundamental ser dito em cada tópico
Como encerrar a apresentação?
Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.
Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era seu
objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi e continuar.
Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais.
Resumir os pontos mais relevantes para a platéia.
Voltar para introdução e ligar as idéias expostas.
Procurar ser direto e objetivo.
Agradecer a atenção ou a oportunidade.
Exemplo: Tema: Fobia Social
Público: profissionais da área
Tempo estimado: 20 minutos
240
Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,
chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico, em grupo.
Tópicos:
Introdução: Por que é interessante? Por que eu escolhi esse tema?
Resumo da apresentação:
O que á a fobia social?
Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007).
Como é o tratamento?
Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas.
Resultados da pesquisa.
Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término.
Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta).
Conclusão:
O tratamento em grupo é o mais indicado.
Outros estudos que têm os mesmos resultados.
Agradecimento.
Dicas:
� Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia. � Alternar o tom de voz, dando vida às informações. � Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia. � Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade. � Usar as técnicas de respiração. � Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar. � Você consegue! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto
mais prática, melhor o desempenho. Preencha o quadro abaixo: Pensamentos automáticos disfuncionais
sobre apresentar em público
Pensamentos alternativos reestruturados
Exemplo: vai me dar branco Isso é desagradável, porém não estragará a
apresentação, estou bem preparado e
possuo um roteiro. Apenas eu sei o que
devo falar, logo se me der branco vou para
o item seguinte e depois se lembrar, volto
Formatados: Marcadores enumeração
241
Tarefas entre sessões:
Escolher pelo menos três situações para colocar em prática as habilidades relacionadas à argumentação.
Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.
Situação 1:
Situação 2:
Formatado: Sem sublinhado
242
Situação 3:
Material Sessão XVI
Hoje treinamos a habilidade falar em público, cada um teve a oportunidade de ver seu desempenho em
vídeo e reestrutura pensamentos, além de treinar os passos para a construção de uma boa apresentação.
A tarefa entre sessões é justamente tentar criar uma situação ou mais para treinar essa habilidade. Pode
ser uma apresentação no trabalho, faculdade, clube, igreja ou juntar amigos e conhecidos para
colaborarem com o tratamento e servirem de platéia. Tente ao máximo criar situações para falar em
público, anotando os pensamentos automáticos relacionados.
Exposição falar em público:
Formatado: Sublinhado
Formatado: Centralizado
243
Material Sessão XVII
Na terapia vocês identificaram uma crença central que interfere na vida de cada um. Vamos relembrar
juntos qual a crença e que coisas vocês anotaram durante a terapia que não apóiam essa crença.
Crença Central ________________________________________________________
Hoje foi nosso último dia de terapia, dia para avaliarmos os ganhos e nos prepararmos para situações
futuras. Como vimos nas sessões, o processo de melhora não acabou, pelo contrário, acabou de começar.
Com o fim de nossos encontros é importante continuar colocando em prática as habilidades trabalhadas
em grupo. Lembre-se, não se progride de forma uniforme, os altos e baixos fazem parte do processo e
são esperados. Isso não deve ser motivo para desanimo, e sim entendido como uma situação de
aprendizado, uma oportunidade para identificar pensamentos, crenças, comportamentos e entender um
pouco mais de si e de seu processo de melhora. Também é normal que seu humor tenha altos e baixos;
temos dias piores e dias melhores, isso não significa um retrocesso, apenas faz parte da vida cotidiana.
O ideal é enfrentar as situações sociais colocando o aprendizado da terapia em prática, evitar é sempre
pior. Se uma situação estiver muito difícil, procure fazer uma hierarquia, dividindo aquela situação em
pequenos pedaços, reestruturando pensamentos, identificando o processamento característico da fobia
social, usando o relaxamento, as anotações de terapia, se preparando para enfrentar gradualmente o
desafio. Se mesmo assim recair, não se desespere, reflita para identificar o que aconteceu. Quais os
pensamentos? Alguma distorção cognitiva? Será que o passo da hierarquia não estava grande demais?
Reavalie a situação propondo outro plano de ação para seguir em frente.
Sempre aprendemos com os fracassos, não abandone, continue tentando para se descobrir capaz. Olhe o
cartão de enfrentamento construído na terapia e siga em frente!
Lembre-se:
“Rir é arriscar parecer tolo Chorar é arriscar parecer sentimental Tentar alcançar alguém é arriscar envolvimento Expor sentimentos é arriscar rejeição Expor seus sonhos perante a multidão É arriscar parecer ridículo Amar é arriscar não ser amado de volta Seguir adiante face à probabilidades irresistíveis É arriscar ao fracasso Apenas uma pessoa que corre riscos é livre”. Alexandre Lowen.
PARABÉNS POR TER CHEGADO ATÉ AQUI! ISSO É UMA GRANDE VITÓRIA E SINAL
DE MUITA FORÇA E DETERMINAÇÃO!
12. 1.1 Apêndice: Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson,
1938 citado por Rangé, 2001).
Formatado: Cor da fonte:Automática
Formatado: Fonte: NãoNegrito
246
Instruções de Relaxamento
• De início, procure ficar o mais confortável possível. Deite-se confortavelmente, procurando livrar seu corpo de toda
tensão, deixando-o mole. • Agora respire fundo, aspirando profundamente e retendo o ar por 5 segundos. Expire, exalando o ar suavemente e
sentindo uma sensação de calma começando a se expandir. Então continue a respirar suavemente, apenas concentrando-se em sentir o peso de seu corpo, por toda a parte.
• Estude o peso de seu próprio corpo. Isso deverá trazer uma sensação de calma e tranqüilidade por toda a parte (pausa de 10 segundos).
• Contraia suavemente os seus braços (punhos, antebraços e braços). Imagine que você está segurando algo pesado com seus dois braços estendidos. Sinta a tensão em cada parte deles. Solte-os! Solte tudo em cada braço. Sinta a diferença entre o momento anterior quando estavam contraídos e agora que estão soltos e relaxados. Repita isto três vezes, variando o grau de tensão cada vez. Procure localizar onde você sente tensão quando estão contraídos e solte os músculos de modo a ficarem bem soltos e relaxados nos locais em você sente a tensão. Depois apenas deixe-os soltos, procurando sentir o peso de cada braço e tentando aumentar cada vez mais a sensação de peso que será maior quanto mais você soltar seus músculos do braço e eles ficarem moles. Repita para si mesmo dez vezes: "estou sentindo meus braços cada vez mais pesados, pesados; estou sentindo meus braços cada vez mais soltos, relaxados e pesados". E vá sentindo o relaxamento deles aumentar. Deixe-os ficarem bem soltos e relaxados, pesados... pesados... (Não os movimente mais.)
• Faça o mesmo com sua pernas. Contraia suas coxas, sentindo-as ficarem duras na parte superior. Contraia sua batatas das pernas, trazendo as pontas dos pés para trás, na direção das coxas. Sinta toda a tensão de suas pernas. Localize onde a sente a tensão e perceba como suas pernas ficam quando estão tensas e duras. Agora relaxe! Solte todos os músculos das pernas. Compare a diferença entre este momento e o anterior. Veja como é agradável ter as pernas soltas e relaxadas. Abra os pés o máximo possível para fora e sinta os músculos internos das coxas. Solte-os e sinta as pernas totalmente soltas, pesadas, com os pés caídos para os lados. Repita contrações e relaxamentos com tensões variáveis até finalmente soltar tudo e deixar as pernas bem pesadas. Procure aumentar a sensação de peso soltando cada vez mais. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo minhas pernas cada vez mais pesadas; estou sentindo minhas pernas cada vez mais soltas, relaxadas... pesadas... pesadas..." (Não as movimente mais.)
• Levante os ombros, como se tentasse encostá-los nas orelhas. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte-os. Compare a diferença. Movimente-os para trás, abrindo o peito. Sinta a tensão e perceba onde ela se localiza. Faça o mesmo para a frente. Solte os ombros completamente e deixe-os ficarem bem pesados e confortáveis.
• Movimente sua cabeça para o lado direito e sinta a tensão que se produz e onde se localiza. Faça o mesmo para o lado esquerdo. Depois faça para trás. Depois levante-a um pouco e sinta a tensão e onde ela se produz. Solte a cabeça e o pescoço, deixando-a cair pesadamente sobre o travesseiro.
• Contraia o abdômen deixando-o bem duro. Sinta como fica e solte-o. Perceba a diferença entre os dois momentos. Agora, contraia-o para fora, estufando a barriga. Sinta como ele fica e relaxe, percebendo a diferença entre os dois momentos. Encolha a barriga para o fundo, como se tentasse encostá-la nas costas. Sinta a tensão, como ela é e onde se localiza. Solte e relaxe totalmente a barriga. Deixe-a movimentar-se apenas pela respiração suave e superficial. Solte os músculos do tórax, deixando os ombros caírem pesados. Concentre-se na sua respiração e deixe-a ficar bem suave, calma e tranqüila. Repita para si mesmo 10 vezes: "estou sentindo minha respiração cada vez mais calma e tranqüila; estou sentindo meu corpo cada vez mais calmo e tranqüilo, pesado... pesado..."
• Contraia sua testa como se você quisesse olhar para cima da sua cabeça sem movimentá-la. Ela vai ficar toda enrugada, como quando a gente fica espantado. Perceba onde se localiza a tensão. Solte a sua testa e couro cabeludo e perceba a diferença entre os dois momentos. Franza o cenho, encostando uma sobrancelha na outra. Sinta onde localiza esta tensão. Solte e relaxe a sua testa, completamente. Deixe-a ficar solta e relaxada.
• Feche seus olhos e contraia suas pálpebras com força. Sinta a tensão que se produz e onde ela se localiza. Solte. Deixe-as apenas caírem sobre os olhos. Movimente agora os seus olhos, sem abri-los, para a direita e para a esquerda, para cima e para baixo. Sinta a tensão que se produz. Agora deixe-os soltos. Perceba a diferença entre tensão e relaxamento nos olhos e pálpebras e deixe ambos ficarem bem relaxados. Deixe suas pálpebras ficarem bem pesadas, pesadas, caindo pesadamente sobre os olhos e estes soltos, bem soltos.
• Contraia seus lábios, mandíbulas, língua e boca. Sinta a tensão que se produz na parte de baixo de sua face. Solte tudo. Deixe seu queixo cair e a boca ficar entreaberta. Sinta como sua face está cada vez mais relaxada: sua testa está solta, seus olhos e pálpebras estão pesados, seus lábios estão soltos, sua boca está entreaberta e pesada pois seu queixo está caído.
• Continue a respirar suavemente. Repare como sua respiração está calma e tranqüila, sua face está solta e relaxada, seu corpo está pesado... pesado... Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado, calmo e tranqüilo, pesado... pesado".
• Sinta o seu corpo todo relaxado e pesado. Sinta como é agradável ter o corpo todo relaxado. Repita para você mesmo 10 vezes: "estou sentindo meu corpo cada vez mais relaxado... calmo... tranqüilo... pesado... pesado... calmo... tranqüilo... pesado, pesado..."
• Imagine uma situação muito diafragmática, calma, tranqüila: pode ser você deitado em uma praia deserta, na sombra, com uma pequena brisa roçando seu corpo; ou numa relva no campo; enfim, aquela situação em que você ficaria o mais relaxado possível, calmo... tranqüilo... pesado... pesado... Observe como o seu corpo está verdadeiramente muito pesado. Sinta a resistência da cama ou sofá onde você está deitado. Deixe-se ficar assim por um minuto, sentindo o gozo de estar totalmente relaxado.
247
• Quando tiver cansado de estar relaxado, comece a movimentar suavemente os dedos das mãos, dos pés, os braços e pernas, depois abra os olhos e comece a se espreguiçar bem devagar, dizendo mentalmente a fórmula: “Cinco, quatro...três...dois...um. Estou me sentindo bem, calmo e tranqüilo”, até finalmente se levantar.
248
12.2. Apêndice: Gráfico de avaliação da sessão de videofeedback (exemplo)
Gráfico 10. Gráfico da avaliação por parte do grupo e co-terapeutas do desempenho de cada um na
apresentação em público de acordo com a Escala de Avaliação de Desempenho
0,00
1,00
2,00
3,00
4,00
5,00
6,00
7,00
MEDIA GERAL
I.1- Contato Visual
I.2- Expressão Facial I.3- Orientação Corporal I.4- Gestos I.5- Volume da voz I.6- Entonação
I.7- Fluência I.8- Velocidade I.9- Clareza I.10- Conteúdo I.11- Organização dos tópicos I.12- Domínio do tema I.13- Otimização do tempo I.14- Aparência do palestrante
Formatado: Fonte: 10 pt
Formatado: Fonte: Negrito
Formatado: Fonte: 10 pt
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Formatado
Excluído: ¶<sp><sp>FOLHA- ENTENDENDO A ANSIEDADE SOCIAL¶CRENÇAS –Sobre si, os outros e o mundo¶
... [8]
... [6]
... [9]
... [7]
249
13. ANEXOS
250
13.1ANEXO
251
13. 2 ANEXO TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO DE PARTICIPAÇÃO
EM PROTOCOLO DE PESQUISA CLÍNICA
Pesquisador responsável: Maria Amélia Penido
Projeto de pesquisa: Uma Experiência de Tratamento Cognitivo-Comportamental em Grupo para Ansiedade
Social utilizando Teatro do Oprimido e Vídeo-Feedback NOME :_____________________________________________________
Eu, abaixo assinada, declaro ter lido e/ou ouvido a leitura do presente Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e informo estar ciente do que se segue:
Esta pesquisa destina-se a avaliar a eficácia de um tratamento psicológico em grupo para ansiedade
social Esse tratamento será realizado na Divisão de Psicologia Aplicada da Universidade Federal do Rio
de janeiro –UFRJ- em 20 sessões de uma hora e cinqüenta minutos com freqüência semanal . As sessões
serão conduzidas sempre por dois psicólogos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Nessas 20 sessões serão utilizadas técnicas de teatro e utilização de filmagem em vídeo para o
tratamento psicológico. Cada participante deverá responder a questionários de avaliação psicológica
antes do inicio do tratamento, no último dia do tratamento e um mês após o término do tratamento, e três
meses após o término do tratamento. Não é garantido que este tratamento funciona.
É garantido o anonimato dos resultados individuais obtidos, que não serão divulgados. A participação
nessa pesquisa é voluntária, cada participante pode se retirar a qualquer momento, bem como recusar a
responder qualquer item quando achar ser conveniente, sem que isso acarrete nenhum prejuízo ou
problema quanto ao atendimento. No caso de desistência a pessoa será atendida de acordo com o
funcionamento normal da Divisão de Psicologia Aplicada. Estando ciente de que a minha participação é
inteiramente voluntária, declaro estar de acordo com a coleta de dados nos termos acima descritos.
Quantas televisões em cores = ____ Quantos aspiradores de pó = _____ Quantos rádios = _____ Quantas máquinas de lavar = _____ Quantos banheiros = _____ Quantos videocassetes ou aparelhos de CD = ____ Quantos automóveis = _____ Quantas geladeiras = _____ Quantas empregadas mensalistas = _____ Quantos freezers (independente ou parte de geladeira duplex) = __
(OBS. Se a pessoa possui duas ou mais casas e usufrui das duas – computar o total dos itens daquela que apresenta as melhores condições)
B1- Pontuar cada item
Na tabela abaixo, verifique quantos pontos vale a quantidade de cada um dos itens e assinale quantos pontos você alcançou em cada item. Veja que a quantidade de cada item está indicada no alto da tabela e a pontuação para cada quantidade está indicada no corpo da tabela (parte sombreada) Por exemplo, ter 01 aparelho de TV a cores vale 02 pontos, ter 02 aparelhos vale 03 pontos e assim por diante.
QUANTIDADE DE CADA ITEM TIPO DE ITENS
ZERO 1 2 3 4 OU MAIS ESCOR FINAL Televisão em cores 0 1 2 3 4 A Rádio 0 1 2 3 4 B Banheiro 0 1 2 3 4 C Automóvel 0 1 2 3 4 D Empregada mensalista 0 1 2 3 4 E Aspirador de pó 0 1 2 3 4 F Máquina de lavar 0 1 2 3 4 G Videocassete ou aparelho de CD 0 1 2 3 4 H Geladeira 0 1 2 3 4 I Freezer 0 1 2 3 4 J
B2 Responder sobre o grau de instrução
GRAU DE INSTRUÇÃO DO CHEFE DA FAMÍLIA PONTOS Analfabeto/Primário incompleto 0 Primário completo/Ginasial incompleto 1 Ginasial completo/Colegial incompleto 2 Colegial completo/Superior incompleto 3 Superior completo 4
Somar todos os pontos
Verificar o nível sócio-econômico na Tabela
Classe Pontos A1 30-34 A2 25-29 B1 21-24 B2 17-20 C 11-16 D 6-10 E 0-5
Este questionário consiste de 21 grupos de afirmações. Depois de ler cuidadosamente cada grupo, faça um círculo em torno
do número (0, 1, 2 ou 3) da afirmação, em cada grupo, que melhor descreva a maneira como você se sentiu na última
semana, incluindo hoje. Se várias afirmações num grupo parecerem se aplicar igualmente bem, circule cada uma. Tenha o
cuidado de ler todas as afirmações em cada grupo antes de fazer sua escolha. C1 0 Não me sinto triste 1 Sinto-me triste 2 sempre triste e não consigo sair disso 3 Estou tão triste ou infeliz que não consigo suportar C2 0 Não estou especialmente desanimado em relação ao futuro 1 Sinto-me desanimado quanto ao futuro 2 Acho que nada tenho a esperar 3 Acho que o futuro é sem esperança e tenho a
impressão que as coisas não podem melhorar
C3 0 Não me sinto um fracasso 1 Acho que fracassei mais que uma pessoa comum 2 Quando olho para trás, na minha vida, tudo o que
posso ver é uma porção de fracassos 3 Acho que, como pessoa, sou um completo
fracasso C4 0 Tenho tanto prazer em tudo como antes 1 Não sinto mais prazer nas coisas como antes 2 Não encontro prazer real em mais nada 3 Estou insatisfeito ou aborrecido com tudo C5 0 Não me sinto especialmente culpado 1 Sinto-me culpado às vezes 2 Sinto-me culpado na maior parte do tempo 3 Sinto-me como se estivesse bem ruim e sem valor C6 0. Não acho que esteja sendo punido (castigado) 1. Acho que posso ser punido 2. Creio que vou ser punido 3. Acho que estou sendo punido C7 0 Não me sinto decepcionado comigo mesmo 1 Estou decepcionado comigo mesmo 2 Estou enojado de mim 3 Eu me odeio C8 0 Não me sinto de qualquer modo pior do que os outros 1 Sou crítico em relação a mim devido a minhas fraquezas 2 Culpo-me sempre por minhas falhas 3 Culpo-me por tudo de mal que acontece C9 0 Não tenho quaisquer de me matar 1 Tenho idéias de me matar, mas não as colocaria em prática 2 Gostaria de me matar 3 Eu me mataria se tivesse oportunidade C10 0 Não choro mais do que o habitual 1 Choro mais agora do que costumava 2 Agora, choro o tempo todo 3 Costumava ser capaz de chorar, mas agora não consigo mesmo que queira C11 0 Não sou mais irritado agora do que já fui
255
1 Fico aborrecido ou irritado mais facilmente do que costumava 2 Atualmente, sinto-me irritado o tempo todo
3 Absolutamente não me irrito as coisas que costumavam me irritar C12 0 Não perdi o interesse nas outras pessoas 1 Interesso-me menos do que costumava nas pessoas 2 Perdi a maior parte do meu interesse nas outras pessoas 3 Perdi todo o meu interesse nas pessoas C13 0 Tomo decisões mais ou menos tão bem quanto sempre tomei 1 Adio as minhas decisões mais do que costumava 2 Tenho maior dificuldade em tomar decisões do que antes 3 Não consigo mais tomar decisões C14 0 Não sinto que minha aparência esteja pior do que costumava ser 1 Preocupo-me por estar parecendo velho ou sem atrativos 2 Sinto que há mudanças permanentes em minha aparência que me fazem parecer sem atrativos 3 Considero-me feio C15 0 Posso trabalhar mais ou menos tão bem como antes 1 Preciso de um esforço extra para começar qualquer coisa 2 Tenho de me esforçar muito até fazer qualquer coisa 3 Não consigo fazer nenhum trabalho C16 0 Durmo tão bem quanto de hábito 1 Não durmo tão bem quanto costumava 2 Acordo 1-2 horas mais cedo do que de hábito e tenho dificuldade para voltar a dormir 3 Acordo várias horas mais cedo do que costumava e tenho dificuldade em voltar a dormir C17 0 Não fico mais cansado do que de hábito 1 Fico cansado com mais facilidade do que costumava 2 Sinto-me cansado ao fazer quase qualquer coisa 3 Estou cansado demais para fazer qualquer coisa C18 0 Meu apetite não está pior do que de hábito 1 Meu apetite não está tão bom quanto costumava ser 2 Meu apetite está muito pior agora 3 Não tenho mais nenhum apetite C19 0 Não perdi muito peso, se é que perdi algum, ultimamente 1 Perdi mais de 2,5 kg 2 Perdi mais de 5,0 kg 3 Perdi mais de 7,0 kg
Estou deliberadamente tentando perder peso, comendo menos: SIM ( ) NÃO ( ) C20 0 Não me preocupo mais do que o de hábito com minha saúde 1 Preocupo-me com problemas físicos como dores e aflições ou perturbações no estômago ou prisão de ventre 2 Estou muito preocupado com problemas físicos e é difícil pensar em outra coisa que não isso 3 Estou tão preocupado com meus problemas físicos que não consigo pensar em outra coisa C21 0 Não tenho notado qualquer mudança recente no meu interesse sexual 1 Estou menos interessado em gênero do que costumava 2 Estou bem menos interessado em gênero atualmente 3 Perdi completamente o interesse por gênero
Abaixo está uma lista de sintomas comuns de ansiedade. Por favor, leia cuidadosamente cada item da lista. Indique o quanto você foi incomodado por cada sintoma durante a ÚLTIMA SEMANA, INCLUSIVE HOJE colocando um X no espaço correspondente da coluna próxima a cada sintoma.
0 Nada
1-Fraco Não me
incomodou muito
2-Moderadamente Foi muito desagradável mas consegui agüentar
3-Muito forte Eu quase não
consegui agüentar
ESCOR FINAL
D1 Dormência ou formigamento
D2 Calores
D3 Pernas bambas
D4 Incapaz de relaxar
D5 Medo do pior acontecer
D6 Tonteira ou cabeça leve D7 Coração batendo forte ou
acelerado
D8 Inquieto(a)
D9 Aterrorizado(a)
D10 Nervoso(a)
D11 Sensação de sufocamento
D12 Mãos tremendo
D13 Trêmulo(a)
D14 Medo de perder o controle
D15 Dificuldade de respirar
D16 Medo de morrer
D17 Assustado(a) D18 Indigestão ou desconforto no
abdomen
D19 Desmaio
D20 Face ruborizada
D21 Suores (não devido a calor)
257
13. 7 ANEXO INVENTÁRIO DE ANSIEDADE E FOBIA SOCIAL (SPAI)
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
Por favor, use a escala apresentada no lado oposto e faça um círculo no número que melhor represente quão freqüentemente você experimenta estas respostas. 0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre
E1 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo pequeno 0 1 2 3 4 5 6 E1
E2 Sinto-me ansioso quando entro em situações sociais em que há um grupo grande 0 1 2 3 4 5 6 E2
E3 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social e me torno o centro das atenções 0 1 2 3 4 5 6 E3
E4 Sinto-me ansioso quando estou em uma situação social em que haja expectativas de que eu faça algo 0 1 2 3 4 5 6 E4
E5 Sinto-me ansioso quando tenho que fazer um discurso para uma platéia 0 1 2 3 4 5 6 E5
E6 Sinto-me ansioso quando falo num pequeno grupo informal 0 1 2 3 4 5 6 E6
E7 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que evito essas situações 0 1 2 3 4 5 6 E7
E8 Sinto-me tão ansioso com reuniões sociais que saio das reuniões 0 1 2 3 4 5 6 E8
E9 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um pequeno grupo de: E9
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
E10 Sinto-me ansioso quando me relaciono com um grupo grande de: E10
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E11 Sinto-me ansioso quando estou num bar ou restaurante com: E11
a estranhos 0 1 2 3 4 5 6 a
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre
b pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 b
c pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 c
d pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 d
E12 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação nova com: E12
258
a estranhos 0 1 2 3 4 5 6 a
b pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 b
c pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 c
d pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 d
E13 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação de confrontação com: E13
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E14 Sinto-me ansioso e não sei o que fazer quando estou numa situação embaraçosa com: E14
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E15 Sinto-me ansioso quando discuto sentimentos íntimos com: E15
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E16 Sinto-me ansioso quando dou opiniões para: E16
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E17 Sinto-me ansioso quando discuto negócios com: E17
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E18 Sinto-ansioso quando me aproximo ou inicio conversas com: E18
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
259
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E19 Sinto-me ansioso quando tenho que interagir por mais tempo do que alguns minutos com: E19
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E20 Sinto-me ansioso quando bebo (qualquer tipo de bebida) e/ou como na frente de: E20
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E21 Sinto-me ansioso quando escrevo ou datilografo na frente de: E21
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E22 Sinto-me ansioso quando falo na presença de: E22
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E23 Sinto-me ansioso quando estou sendo criticado ou rejeitado por: E23
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E24 Tento evitar situações sociais quando há: E24
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
260
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E25 Deixo situações sociais em que há: E25
A estranhos 0 1 2 3 4 5 6 A
B pessoas com autoridade 0 1 2 3 4 5 6 B
C pessoas do gênero oposto 0 1 2 3 4 5 6 C
D pessoas em geral 0 1 2 3 4 5 6 D
E26 Antes de entrar numa situação social penso em todas as coisas que podem dar errado. E26
A Os tipos de pensamentos que tenho são: A
B Estarei vestido adequadamente? 0 1 2 3 4 5 6 B
C Farei provavelmente bobagens e vou parecer ridículo 0 1 2 3 4 5 6 C
D O que farei se ninguém falar comigo? 0 1 2 3 4 5 6 D
E Se houver um silêncio na conversa, sobre o que poderei falar? 0 1 2 3 4 5 6 E
F As pessoas vão reparar como estou ansioso 0 1 2 3 4 5 6 F
E27 Sinto-me ansioso antes de entrar numa situação social 0 1 2 3 4 5 6 E27
E28 Minha voz acaba ou oscila quando estou em situações sociais 0 1 2 3 4 5 6 E28
E29 Não tendo a falar quando com pessoas até que elas falem comigo 0 1 2 3 4 5 6 E29
E30 Tenho pensamentos problemáticos quando estou numa situação social. Por exemplo: E30
A Gostaria de poder sair e evitar a situação toda 0 1 2 3 4 5 6 A
B Se fizer uma confusão de novo, vou realmente perder a confiança em mim 0 1 2 3 4 5 6 B
C Que tipo de impressão estou causando? 0 1 2 3 4 5 6 C
D Seja o que for que eu disser, vou provavelmente parecer um estúpido 0 1 2 3 4 5 6 D
E31 Antes de entrar numa situação social sinto o seguinte : E31
A Suor 0 1 2 3 4 5 6 A
B Urgência de urinar 0 1 2 3 4 5 6 B
C Palpitações 0 1 2 3 4 5 6 C
0 = Nunca 1 = Muito Infreqüente 2 = Infreqüente 3 = Algumas vezes 4= Freqüente 5 = Muito Freqüente 6 = Sempre
E32 Experimento o seguinte quando estou numa situação social E32
A Suor 0 1 2 3 4 5 6 A
B Enrubescimento 0 1 2 3 4 5 6 B
C Tremores 0 1 2 3 4 5 6 C
D Urgência de urinar 0 1 2 3 4 5 6 D
E Palpitações 0 1 2 3 4 5 6 E
E33 Sinto-me ansioso quando estou em casa sozinho 0 1 2 3 4 5 6 E33
261
E34 Sinto-me ansioso quando estou num lugar estranho 0 1 2 3 4 5 6 E34
E35 Sinto-me ansioso quando estou em qualquer tipo de transporte público (p.ex., ônibus, trem, avião) 0 1 2 3 4 5 6 E35
E38 Estar num lugar grande e aberto me faz sentir ansioso 0 1 2 3 4 5 6 E38
.E39 Sinto-me ansioso quando estou fechado em locais fechados (p.ex., elevadores, túneis) 0 1 2 3 4 5 6 .E39
E40 Estar em lugares altos me faz sentir ansioso (p.ex., edifícios altos) 0 1 2 3 4 5 6 E40
E41 Sinto-me ansioso quando fico esperando numa fila comprida 0 1 2 3 4 5 6 E41
E42 Há momentos em que sinto que como se tivesse que segurar coisas pois tenho medo de cair 0 1 2 3 4 5 6 E42
E43 Quando saio de casa e vou a vários lugares, vou com alguém da família ou um amigo 0 1 2 3 4 5 6 E43
E44 Sinto-me ansioso quando dirijo um automóvel 0 1 2 3 4 5 6 E44
E45 Há lugares que eu não vou porque posso me sentir sem saída 0 1 2 3 4 5 6 E45
262
13.8 ANEXO INVENTÁRIO DE HABILIDADES SOCIAIS Instruções: Leia atentamente cada um dos itens que se seguem. Cada um deles descreve uma ação (reação) ou sentimento (parte grifada) diante de uma situação dada (parte não grifada). Avalie a freqüência com que você age ou se sente tal como descrito no item. Responda a todas as questões. Se uma dessas situações nunca lhe ocorreu, responda como se estivesse ocorrido, considerando o seu possível comportamento. Considerando um total de 10 vezes em que poderia se encontrar na situação descrita no item avalie a freqüência com que você reagiria da maneira descrita; sendo que: A . Nunca ou raramente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma no máximo 2 vezes B . Com pouca freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma 3 a 4 vezes
C . Com regular freqüência se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 5 a 6 vezes D. Muito freqüentemente se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 7 a 8 vezes E . Sempre ou quase sempre se em cada 10 situações desse tipo, reajo dessa forma de 9 a 10 vezes
1- Em um grupo de pessoas desconhecidas, fico à vontade, conversando naturalmente.
2- Quando um de meus familiares (pais, irmãos mais velhos ou cônjuge) insiste em dizer o que eu devo fazer, contrariando o que penso, acabo aceitando para evitar problemas.
3- Ao ser elogiado (a) sinceramente por alguém, respondo-lhe agradecendo.
4- Em uma conversação (conversa), se uma pessoa me interrompe, solicito que aguarde até eu encerrar o que estava dizendo.
5- Quando um(a) amigo(a) a quem emprestei dinheiro, esquece de me devolver, encontro um jeito de lembrá-lo(a).
6- Quando alguém faz algo que eu acho bom, mesmo que não seja diretamente a mim, faço menção
a isso (me refiro a isso), elogiando- o (a) na primeira oportunidade.
7- Ao sentir desejo de conhecer alguém a quem não fui apresentado(a), eu mesmo(a) me apresento a essa pessoa.
8- Mesmo junto de conhecidos da escola ou trabalho, encontro dificuldade em participar da
conversação (conversa) (“enturmar”)
9- Evito fazer exposições ou palestras (falar em público sobre um assunto) a pessoas desconhecidas.
10- Em minha casa, expresso (demonstro) sentimentos de carinho através de palavras e gestos a meus familiares.
11- Em uma sala de aula ou reunião, se o professor ou dirigente faz uma afirmação incorreta, eu
exponho meu ponto de vista.
12- Se estou interessado(a) em uma pessoa para relacionamento sexual, consigo aborda-la para iniciar conversação (conversa).
13- Em meu trabalho ou em minha escola, se alguém me faz um elogio, fico encabulado(a)
(envergonhado(a)) sem saber o que dizer.
263
14- Faço exposição (pó exemplo palestras), em sala de aula, no trabalho ou na igreja, quando sou
indicado(a).
15- Quando um familiar me critica injustamente, expresso (coloco) meu aborrecimento diretamente a ele.
16- Em um grupo de pessoas conhecidas, se não concordo com a maioria, expresso verbalmente
minha discordância (opinião contrária)
17- Em uma conversa com amigos, tenho dificuldade em encerrar minha participação (me retirar), preferindo aguardar que outros o façam.
18- Quando um de meus familiares, por algum motivo, me critica, reajo de forma agressiva.
19- Mesmo encontrando-me próximo de uma pessoa importante, a quem gostaria de conhecer, tenho
dificuldade em aborda-la para iniciar conversação (conversa).
20- Quando estou gostando de alguém com quem venho saindo, tomo a iniciativa de expressar-lhe meus sentimentos.
21- Ao receber uma mercadoria com defeito, dirijo-me até a loja onde a comprei, exigindo a sua
substituição (troca).
22- Ao ser solicitado(a) por um(a) colega para colocar seu nome em um trabalho feito sem a sua participação (em que ele não participou), acabo aceitando mesmo achando que não devia.
23- Evito fazer perguntas a pessoas desconhecidas.
24- Tenho dificuldade em interromper uma conversa ao telefone mesmo com pessoas conhecidas.
25- Quando sou criticado de maneira direta e justa, consigo me controlar admitindo meus erros ou
explicando minha posição (minhas idéias).
26- Em campanhas de solidariedade (ajuda aos outros), evito tarefas que envolvam pedir donativos (dinheiro ou coisas) ou favores a pessoas desconhecidas.
27- Se um(a) amigo(a) abusa de minha boa vontade, expresso-lhe diretamente meu desagrado
(minha insatisfação).
28- Quando um de meus familiares (filhos, pais, irmãos, cônjuge) consegue alguma coisa importante pela qual se empenhou muito, eu o elogio pelo seu sucesso.
29- Na escola ou no trabalho, quando não compreendo uma explicação sobre algo que estou
interessado (que me interessa), faço as perguntas que julgo necessárias ao meu esclarecimento (para entender melhor).
30- Em uma situação de grupo, quando alguém é injustiçado, reajo em sua defesa.
31- Ao entrar em um ambiente onde estão várias pessoas desconhecidas, cumprimento-as.
32- Ao sentir que preciso de ajuda, tenho facilidade em pedi-la a alguém de meu círculo de
amizades.
264
33- Quando meu(minha) parceiro(a) insiste em fazer gênero sem o uso da camisinha, concordo para evitar que ele(a) fique irritado(a) ou magoado(a).
34- No trabalho ou na escola, concordo em fazer as tarefas que me pedem e que não são da minha
obrigação, mesmo sentindo um certo abuso nesses pedidos.
35- Se estou sentindo-me bem (feliz), expresso isso para as pessoas de meu círculo de amizades.
36- Quando estou com uma pessoa que acabei de conhecer, sinto dificuldade de manter um papo interessante.
37- Se preciso pedir um favor a um(a) colega, acabo desistindo de faze-lo.
38- Consigo “levar na esportiva” as gozações de colegas de escola ou de trabalho a meu respeito
265
Sente medo ou ansiedade: 0 = Nenhum (a) 1 = Pouco (a) 2 = Moderado (a) 3 = Profundo (a)
Em seguida assinale verdadeiro ou falso em cada uma das frases escritas neste inventário. V = Verdadeiro
F = Falso H1. Quase nunca fico preocupado em parecer tolo diante dos outros.............................................. V F H2. Fico preocupado com o que as pessoas pensam de mim, até mesmo quando sei que isso não me causará nenhum problema.................................................................... V F H3. Fico tenso e nervoso se sei que alguém está me analisando / avaliando.................................... V F H4. Não me importa saber se as pessoas estão tendo uma impressão desfavorável de mim............ V F H5. Fico aborrecido quando alguém comete alguma gafe................................................................. V F H6. A opinião a meu respeito vinda de pessoas importantes causa-me pouca ansiedade................. V F H7. Muitas vezes tenho medo de parecer ridículo ou de fazer alguma bobagem.............................. V F H8. Só sei reagir quando outras pessoas me censuram...................................................................... V F H9. Muitas vezes tenho medo de que as pessoas percebam meus defeitos....................................... V F H10. A desaprovação dos outros não me afetaria muito.................................................................... V F H11. Se alguém está me avaliando, tenho a tendência de esperar o pior.......................................... V F H12. Raramente me preocupo com a impressão que causo em alguém............................................ V F H13. Tenho medo de que os outros não aprovem minha conduta...................................................... V F H14. Tenho receio de que as pessoas me critiquem........................................................................... V F H15. Não me importa a opinião dos outros a meu respeito................................................................ V F H16. Não me afeta sempre o fato de alguém não simpatizar comigo............................................... V F H17. Quando falo com alguém, fico preocupado com o que possa estar pensando de mim............. V F H18. Acho que às vezes é normal cometer gafes. Então, por que devo me preocupar?.................... V F H19. Em geral fico preocupado com a impressão que eu possa causar............................................. V F H20. Preocupa-me bastante o que meus superiores pensam de mim................................................ V F H21. Não me abalo com o fato de saber que alguém está me julgando............................................. V F
268
13.11 ANEXO Escala de Auto-Estima (Rosenberg, 1965)
1- Código de Identificação _____________________2-Data: ____ / ____ / ____
E o outro? Tarefa entre sessões Sessão 4: Treinar a respiração diafragmática Criar 3 situações para iniciar e manter uma conversa, preenchendo a folha entendendo a ansiedade social. Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:
Situação 2:
23
Situação 3:
Sessão V
Dinâmica: Buscando Saídas (Del Prette e Del Prette, 2002)
Objetivos:
Efetuar a leitura do ambiente social e de pequenas mudanças ocorridas em uma situação;
Elaborar alternativas de comportamento para uma mesma situação;
Reagir diferencialmente a pequenas mudanças na situação;
Estabelecer analogia entre situação simbólica vivenciada e problemas do cotidiano;
Fazer pedidos;
Manejar a ansiedade;
Agradecer;
Elogiar;
Falar sobre si mesmo;
Desenvolver a criatividade;
24
Descrição:
O terapeuta convida 6 a 8 pessoas para participarem como grupo vivencial (GV). Dá aos demais (GO)
tarefas específicas de observação: a) do comportamento não verbal das pessoas em treinamento; b) das
estratégias por eles utilizadas; c) das mudanças de desempenho em diferentes momentos do treinamento
Em seguida, coloca uma pessoa no centro do espaço e as demais de mãos dadas formando um círculo ao
seu redor. Instruí as pessoas do círculo para ficarem atentas ás suas instruções ou “dicas” (verbais ou não
verbais). Diz para a pessoa, colocada no interior do círculo, que ela se encontra simbolicamente em uma
situação social problemática. Pede que ela imagine essa situação, que será resolvida quando ela
conseguir sair do círculo. Completando, acrescenta, em tom audível a todos:
Sua tarefa, portanto, é sair dessa situação
Após a primeira tentativa, geralmente bem sucedida, a pessoa é recolocada na mesma situação , pedindo-
se a ela que apresenta, agora, uma alternativa, diferente da que já foi utilizada, para novamente sair do
círculo. Neste segundo momento, caso seja necessário, o terapeuta pode induzir alguma aversividade á
situação, provocando a pessoa com perguntas do tipo: A situação de ficar dentro do círculo lhe provoca
desconforto? Você não quer tentar sair? Pense em outra alternativa.
A cada tentativa bem sucedida, a pessoa deve voltar ao centro e elaborar outras alternativas melhores em
relação aos desempenhos anteriores. Aos demais, solicita-se que permitam a saída da situação problema
se o desempenho da pessoa for considerado melhor que o anterior. Nesse caso o terapeuta pode dar
sinais, ajudando o grupo a decidir se houve melhora ou não.
Após tentativas em que a pessoa se dirige a um interlocutor, chamando-o pelo nome, apresentando-se,
expondo seu problema de maneira objetiva e clara, mantendo contato visual e postura pertinente á
situação, pode-se aumentar a dificuldade, colocando-se as pessoas que formam o círculo de costas para
ela, ou mesmo, restringindo-lhe o espaço de movimentação. Com isso, cria-se uma situação que requer
desempenhos mais elaborados.
Naqueles casos em que a dificuldade é muito grande o terapeuta pode solicitara a alguém do GO que
ofereça “deixas” para auxiliar a pessoa do círculo. Por exemplo, circular ao redor do grupo falando em
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voz alta: Por que será que fulano está ali? Muita gente vive situação semelhante.....Será que ele precisa
de ajuda? Espera-se que a pessoa em treinamento aproveite a “deixa” para pedir ajuda.
Ao final conduz uma reflexão sobre os problemas do cotidiano e as estratégias utilizadas para resolvê-
los. Qual a relação com os problemas da ansiedade social? O GO é solicitado a fornecer feedback do
comportamento do GV. O terapeuta aproveita para reforçar o treino em dar e receber feedback
Dinâmica Dramatização no modelo fórum focando as habilidades: iniciar, manter, mudar de
assunto e encerrar uma conversação.
O grupo em duplas encena uma situação da tarefa entre sessões
Em seguida aproveita as mesmas cenas para acrescentar as habilidades: mudar de assunto e encerrar
conversação.
Primeiro o terapeuta fala um pouco dessas habilidades, dando exemplos, em seguida abre para quem
desejar também comentar, e pede para que repitam a cana anterior incluindo esses elementos.
Pontuar aspectos não verbais da interação, treinando o desempenho na cena.
Novamente a cada dramatização o terapeuta abre a opção da platéia entrar para apresentar uma
alternativa diferente.
Dinâmica: Corrida para ver quem chega por último (Boal, 2002)
Objetivo: Acalmar o grupo, prestar atenção nos músculos, no corpo e na respiração
Descrição:
O grupo forma uma fila de um lado da sala, o terapeuta instruí ao grupo para andar o mais devagar
possível, percebendo seu corpo e cada movimento, até o outro lado da sala. Quem chegar por último
ganha. Não pode ficar parado, tem sempre de estar em movimento, porém o mais lento possível.
Relaxamento (adaptação do Relaxamento Muscular Progressivo de Jacobson, 1938 citado por
Rangé, 2001) Duração de 30 minutos (CD em anexo ao apêndice)
Tarefa entre sessões: Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido; escolher pelo menos 3
situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e encerrar uma conversação
com conhecidos e desconhecidos
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Sessão 5:Tarefa entre sessões Praticar diariamente o relaxamento usando o CD recebido;
Escolher pelo menos 3 situações de interação social para praticar: iniciar, manter, mudar de assunto e
encerrar uma conversação com conhecidos e desconhecidos.
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Sessão VI:
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Dinâmica: A série do cego adaptado com base no descrito por Boal, 2002
Objetivo: aquecer o grupo;
Perceber características de controle e confiança,
Reestruturação cognitiva e
Perceber comportamentos de evitação sutil que mantêm o ciclo negativo da ansiedade social
Descrição:
O grupo se divide em duplas: um parceiro será o cego, e o outro o guia. O terapeuta distribui alguns
obstáculos pela sala e pede ao guia para começar a andar lentamente pela sala conduzindo o cego, é
responsabilidade do guia o cego não se machucar, ele pode guiar tocando nos ombros do cego, que deve
aceitar ser conduzido. Solicita que as duplas andem em rítimos diferentes e passem pelos obstáculos da
sala. Em seguida as duplas trocam de posição, quem conduziu agora será conduzido. Repetindo o
exercício, após alguns minutos o terapeuta instrui que os guias não podem mais tocar no cego, cada guia
deve criar um som e fazer para o cego ouvir, o cego deve passar a ser guiado pelo som que seu guia está
fazendo. Quando o guia parar de fazer o som, o cego deve parar também. O guia deve mudar
constantemente de posição e também variar o volume do som, ás vezes fazendo bem baixinho. Em
seguida inverte, quem conduz será agora conduzido.
Encerra abrindo para debate: Como cada um se sentiu? Foi mais fácil ser cego ou ser guia? Por quê?
Existe alguma relação com os sintomas de ansiedade social
No grupo piloto, algumas pessoas que preferiram o papel de cego relataram que esse papel era mais
confortável por sentirem-se menos cobradas. No papel de guia, ficaram preocupados com seu
desempenho, sendo mais fácil transferir o controle para outra pessoa. Essas colocações levaram a uma
conversa sobre as evitações sutis que ás vezes fazemos, deixando outros tomarem a iniciativa por nós ou
realizar por nós. Todos revelaram ter alguma atividade que evitam com a desculpa de que o outro faz
melhor, ou quer fazer, porém relataram no fundo saber que não fazem porque tem medo e preferem se
acomodar. O terapeuta então solicitou que cada um se comprometesse a modificar esse comportamento
evitativo. Explicou que a evitação mantêm o medo, uma vez que a pessoa não arrisca descobrir o quanto
é capaz ou não, ou o que poderia aprender, desenvolver na situação. O comportamento de evitação
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contribui mantendo as crenças já discutidas e o ciclo negativo da ansiedade social, gerando um
sentimento de incapacidade. Um dos objetivos da terapia é justamente essa modificação, e isso se faz
tentando, sendo menos exigente em relação ao seu próprio desempenho. Aceitando seus próprios limites.
O período de tratamento é o momento ideal para experimentar ao máximo, arriscar aproveitando o apoio
do grupo.
Algumas pessoas relataram preferir o papel de guia, uma vez que de olhos fechado se sentiam
vulneráveis, expostos. Relataram um sentimento de incômodo por não ter o controle da situação. Esses
comentários permitiram ao grupo abordar a questão do controle, porque temos que controlar o ambiente
o tempo todo. Sugestões de perguntas:
Caso a pessoa relaxe dessa vigilância o que pode acontecer? E isso já acontecer? É algo possível de ser
superado? Será que não estão exagerando a repercussão de uma situação? As pessoas são avaliadas por
uma única situação de desempenho que vira um rótulo para sempre? As situações de desempenho ruim
pesam mais que as de desempenho bom? A opinião do outro é tão valiosa assim? E se duas pessoas te
avaliarem ao mesmo tempo, uma diz que você é inteligente e a outra diz que você é burro, em quem vai
acreditar? Não é melhor criar critérios próprios de avaliação pessoal com base em evidências concretas
da realidade, em vez da opinião de outra pessoa?
Após discutir com o grupo esses tópicos o terapeuta encerra e segue adiante
Dinâmica: Variação da dramatização no modelo fórum focando as habilidades : incicia, manter,
mudar de assunto e encerrar uma conversação
Objetivo:
identificar sentimentos;
identificar pensamentos;
focar nos aspectos não verbais e
provocar ansiedade manejando-a
Descrição:
Escolher a situação que foi mais difícil de executar como tarefa de casa para se dividir em duplas e
encenar. Após a primeira passagem da cena pelas duplas o terapeuta solicita que sejam repetidas, sendo
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que agora o terapeuta é o diretor, então durante a encenação vai dar alguns comandos que devem ser
seguidos e improvisados. Solicita à platéia que preste atenção nos mínimos detalhes. Comandos para
alternar nas duplas: 1)encenar sem som, apenas no gestual, quem assiste procura identificar o que se
passa;
2) intensificar sentimentos da cena, como em novela mexicana;
3) interpretar a cena escolhendo um sentimento que deve ser expresso ao máximo, por exemplo: amor,
raiva, alegria, ironia
4) Falar em gromelô (falar em sons sem significado, tipo: dalidusa, dinimin,parara?)
Encerrar e abrir para discussão: como se sentiram? O que repararam? O que do exercício foi similar a
alguma característica da ansiedade social.
Questionar se na vida deles algum modo que foi ensaiado no exercício está faltando.
Por exemplo:
Terapeuta: acabamos de fazer as situações de vocês de tarefa de casa de formas diferentes, com ênfase em alguns sentimentos
e movimentos. Como se sentiram?
Alguém se sentiu ridículo? Qual o problema de fazer coisas ridículas?
Na vida de vocês alguns desses sentimentos ou movimentos estão faltando?
Conduzir o debate até que todos se coloquem.
Introduzir tópico novo: fazer e receber elogios. Pedir para que cada um fale de uma situação difícil
em relação a isso. Terapeuta usa exemplos para questionar pensamentos e crenças relacionados a essa
habilidade, além de sentimentos e comportamentos relacionados.
Dinâmica: Berlinda de elogios:
Objetivos:
Exercitar a habilidade de receber e fazer elogios;
Reestruturar pensamentos e
Incentivar esse comportamento nas pessoas do grupo
Descrição:
É solicitado que todos formem a roda, o terapeuta vai ao centro e pede que um por vez faça um elogio.
A terapeuta funciona como modelo respondendo de forma variada, mesmo que os elogios sejam
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repetidos. Em seguida, outro vai para o centro e assim por diante, até que todos tenham ido. No caso de
alguém apresentar dificuldade para responder os elogios na berlinda o co-terapeuta entra e fica junto na
berlinda, ajudando com dicas ao ouvido de quem está na berlinda. Se alguém estiver com dificuldade de
elogiar o terapeuta chega perto e também fornece alguma dica.
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a
ansiedade social com alguma situação de ansiedade durante a semana, lembrar que as tarefas são
cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar conversar e continuar fazendo o
relaxamento, além de anotar as evidências contra as crenças centrais
Sessão 6: Tarefa entre sessões Escolher pelo menos 3 pessoas para elogiar, preencher a folha entendendo a ansiedade social com
alguma situação de ansiedade durante a semana.
Lembrar que as tarefas são cumulativas, ou seja, continuar buscando situações para exercitar tópicos já
trabalhados.
Lembrando os tópicos até hoje:
Aprender a escutar o outro, não fazendo auto-processamento
Ler o ambiente social
Iniciar conversas com conhecidos e desconhecidos
Manter a conversa, perguntas abertas
Mudar de assunto, avaliando o tempo ideal para isso, como brechas e fim de outros assuntos
Encerrar conversa
Identificar pensamentos automáticos e quais distorções de pensamento podem estar se ativando
Identificar o ciclo da fobia social: processamento pré evento, na situação e pós evento
Diferenças entre situação, sentimento, pensamento, comportamento e reações físicas em cada fase do
ciclo
Como manejar as reações físicas: respiração diafragmática e relaxamento muscular
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões: OBS: pelo menos 1 pessoa desconhecida e 1 conhecida
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Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
Sessão VII
Em roda conversam como foi a tarefa de casa: grau de dificuldade, ansiedade e pensamentos
Dinâmica: Completando a imagem (Boal, 2002)
Objetivo:
Iniciar o tópico reestruturação cognitiva;
Desenvolver criatividade e
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Desenvolver expressão corporal e facial
O co-terapeuta e um voluntário se cumprimentam, apertando-se as mãos. Congela-se a imagem. Pede-se
ao grupo que diga quais os possíveis significados para a imagem: é um encontro de negócios, amantes se
despedindo, um negociante de drogas, etc.,? Várias possibilidades são exploradas. As imagens não
dependem apenas delas mesmas, mas dos observadores.
O co-terapeuta sai e deixa o voluntário congelado na mesma imagem, sem mudar de posição. O
terapeuta pergunta sobre significados possíveis da imagem que resta. O terapeuta convida quem desejar
a entrar na imagem, completando-a para um outro significado. Se ninguém for, o co-terapeuta se
candidata para iniciar, completando a cena, o primeiro voluntário continua imóvel. Novamente pergunta
os possíveis significados da nova imagem, em seguida convida alguém a completar a cena, sem que
tenha saído ninguém, até a imagem estar com umas quatro pessoas. Encerra e divide o grupo em duplas,
cada dupla começa com a imagem do aperto de mão. Um parceiro de cada dupla, conforme indicação do
terapeuta, se retira da imagem, deixando o outro congelado com sua mão estendida. Agora em vez de
dizer o que pensa que essa nova imagem significa, o parceiro que saiu retorna e completa a imagem,
mostrando o que vê como um possível significado seu, se colocando em uma posição diferente com
relação à mão estendida (por exemplo, pode se joelhar na frente como se estivesse recebendo uma
benção), mudando o significado da imagem. Então inverte, o segundo parceiro sai e entra modificando a
imagem.
Em seguida o terapeuta deixa as duplas congeladas e pede para que os parceiros da direita saiam da
imagem e rodem para a direita completando a imagem do colega ao lado, até que todos tenham
completado a imagem de todos. O terapeuta pode adicionar algum objeto, uma cadeira, lápis, etc...
Não importa que a maneira escolhida para completar a imagem não tenha um significado literal, o
importante é deixar as idéias fluírem. No caso de dificuldade o terapeuta auxilia com opções. Em
seguida pede que todos voltem para a roda e solicita um voluntário para ir ao centro executar um
movimento, pede que a pessoa fique congelada. Solicita aos companheiros da roda que entrem e
completando a imagem, formando uma cena com todos. Em seguida encerra abrindo a roda para
discussão. Como se sentiram? O que perceberam?
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O terapeuta aproveita para introduzir a idéia de reestruturação cognitiva: a forma como interpretamos
um evento pode ser modificada através de uma reflexão questionadora. Introduz a folha “testando
pensamentos” Cada um escolhe um pensamento da folha entendendo a ansiedade social que foi feita em
casa para juntos preencher a folha testando pensamentos. O terapeuta, em roda, faz com cada um
responda uma folha, os colegas observam e tentam acompanhar.
O terapeuta ajuda a integrar as informações novas com as já obtidas, pontuando as principais distorções
cognitivas de cada um e como estas podem estar relacionadas às crenças já identificadas.
Sessão 7:
Tarefa entre sessões: Escolher pelo menos 1 situação social que cause ansiedade moderada para
preencher as folhas entendendo a ansiedade social e testando pensamentos.
Escolher 2 gafes para cometer, o terapeuta avalia de acordo com o caso individual quais as melhores
situações para cometer gafes.
Exemplos de gafes:
Tropeçar ou cair na frente de outras pessoas, falar alto ao celular em um lugar cheio, tremer ao comer, derrubar coisas, pedir
algo que não consta no menu; sair com um a roupa descombinando ou do avesso; pedir algo, que obviamente não é vendido
naquela loja; fazer perguntas indiscretas, fora de um contexto, solicitar uma informação e pedir para a pessoa repetir várias
vezes como se não estivesse entendendo; falar uma bobagem, por exemplo, errar uma informação atual (dizer errado o nome
de algum político importante); fazer uma pergunta usando um tom de voz estranho ou gaguejando;chegar atrazado de
propósito a um compromisso; chegar perto e quase entrar no banheiro do sexo oposto; comprar algo que você normalmente
ficaria envergonhado de fazer; entre outros...
Descrever as 3 situações da tarefa entre sessões, incluindo as duas situações de gafes: Situação 1:
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Situação 2:
Situação 3:
Quebra de página
Folha Testando Seus Pensamentos Qual é a situação: __ O que estou pensando ou imaginando? ______________ Quanto acredito nisso? um pouco médio muito (ou avalie de 0 a 10: ___ ) Como esse pensamento fez me sentir? zangado triste nervoso outro: _________ Quão forte é o sentimento? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a 10: __) O que me faz pensar que o pensamento é verdadeiro?
O que me faz pensar que o pensamento não é verdadeiro ou totalmente verdadeiro? Há alguma outra forma de ver isso? .
Qual o pior que poderia acontecer? Eu poderia sobreviver a isso?________________
Qual o melhor que poderia acontecer? ___________
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O que é o que mais provávelmente irá acontecer? ___________________
O que acontecerá se continuar a pensar da mesma forma? O que aconteceria se eu mudasse o meu pensamento? O que eu diria para um amigo meu se isso acontecesse com ele? O que eu deveria fazer agora? Quanto eu acredito nesse pensamento negativo agora? um pouco médio muito (ou avalie de 0 a 10: ____ ) Quão forte está o meu sentimento negativo agora? um pouco forte médio muito forte (ou avalie de 0 a 10: ___ )
Sessão VIII
Terapeuta divide o grupo em duplas, cada dupla deve escolher duas folhas testando pensamentos
preenchidas em casa (uma de cada um). São instruídos a examinar juntos, tirando possíveis dúvidas e
vendo outras possibilidades de resposta para cada pergunta, além de identificar distorções cognitivas.
Durante esse exercício os terapeutas andam pela sala ajudando um pouco cada dupla, tirando possíveis
dúvidas. Depois que todos tiverem terminado o terapeuta pergunta se ainda existe alguma dúvida e
encerra.
Dinâmica: Seqüência do espelho adaptado com base na descrita por Boal, 2002
Cada etapa desta seqüência pode durar um, dois, três minutos, ou até mais dependendo do envolvimento
dos participantes e estímulo do terapeuta. O importante é conseguir que os participantes sejam
minuciosos, detalhados, exatos e reveladores o quanto possível:
O espelho simples:
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Duas filas de participantes, cada um olhando fixamente para a pessoa que está a sua frente, olho no
olho. A fila A são os sujeitos e a fila B as imagens. Em um primeiro momento terapeuta os instrui a
ficar apenas olhando olho no olho, sem desviar o olhar. Os terapeutas observam e mantêm o exercício
até que todos tenham conseguido ao menos dois minutos sem desviar o olhar. Em seguida o exercício
começa e cada sujeito inicia uma série de movimentos e de expressões faciais em câmera lenta, que
devem ser reproduzidos nos mínimos detalhes pela imagem que tem em frente (fila B). O sujeito não
deve considerar-se inimigo da imagem: não se trata de uma competição e sim da busca perfeita de uma
sincronia entre pessoa e imagem. É importante que os movimentos sejam lentos para que possam ser
copiados nos mínimos detalhes. Assim que todos tenham conseguido uma sincronia grande o terapeuta
pede para inverter, quem era imagem vira sujeito e vice versa, repetindo o exercício. Em seguida pede
que parem e fechem os olhos, todos, e que procurem fazer a respiração diafragmática. Enquanto isso os
terapeutas cochicham no ouvido de cada sujeito da fileira A um sentimento (tristeza, raiva, alegria,
saudade, medo e etc.) Pede que a fileira B continue respirando e instrui a fileira A a procurar sentir o
sentimento que foi dito. Espera alguns segundos e pede que todos abram os olhos. O terapeuta então
pede que a fileira B preste atenção na fileira A, além de imitar a imagem, terão de descobrir o
sentimento da imagem e também sentir. O exercício se inicia e o terapeuta observa, intervindo se for
necessário para que todos façam o melhor possível. Em seguida as fileiras se invertem e a fileira que
criará a imagem é solicitada a escolher livremente um sentimento e começar a fazer, durante a execução,
após alguns minutos o terapeuta pede que eles intensifiquem ao máximo o sentimento, inclusive usando
além do rosto o corpo. Expressando ao máximo, com toda a intensidade. Deixa por alguns minitos e
instrui que os grupos se invertam novamente para realizar a mesma instrução. O terapeuta estimula e
provoca mito, realmente conseguindo que expressem com muita intensidade os sentimentos. O terapeuta
agora diz os sentimentos que todos da fileira que cria imagens devem fazer. O terapeuta aproveita esse
momento para explorar sentimentos que não tenham aparecido e para estimular o grupo que imita a
realmente sentir o que o outro sente. Após o terapeuta avaliar que todos os sentimentos foram
explorados ele instrui que todos fechem os olhos novamente e respirem, deixar alguns minutos e
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encerrar o exercício, abrindo a roda para conversar sobre o exercício. Como foi, como se sentiram? O
que acharam?
Introduz o tópico Empatia, o terapeuta explica o conceito: componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais e pede que cada um dê exemplos de sua vida em que foram empáticos com alguém, ou
que alguém foi empático com eles. Terapeuta aproveita para apontar os componentes da empatia.
Dinâmica Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades empáticas
Essa dinâmica é filmada para videofeedback
Divide o grupo em duplas e pede para que cada dupla escolha uma situação de empatia vivênciada para
dramatizar, cada dupla apresenta e em seguida a platéia é convidada a entrar em cena com outras
alternativas. O terapeuta pode entrar para funcionar como modelo.
Terapeuta encerra a sessão resumindo a empatia e pedindo para que cada um avalie como imagina que
foi seu desempenho em cena, como imagina aparecerá no vídeo filmado. O terapeuta ajuda o grupo a ser
descritivo, e pede que cada um escreva sua avaliação e traga na próxima sessão.
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre empatia e escolher pelo menos 3 situações para ser empático
Sessão IX
Ver o filme filmado na sessão anterior e comparar a imagem da tela com a avaliação que cada um fez
pontuando as diferenças e reestruturando pensamentos á partir da imagem.
Conversar sobre o texto empatia: dúvidas e comentários
Introduz o tópico demonstrar afetividade, expressar sentimentos. Pede ao grupo para dar exemplos
de dificuldade nesse tópico. Em seguida pede a cada um que revele um sentimento que o incomoda e
normalmente não compartilha com ninguém. O terapeuta se comporta de forma empática a cada
revelação. Não intervem com reestruturação, apenas escuta e é empático.
Dinâmica: Adaptação da dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades expressar
sentimentos positivos e demonstrar afetividade
Essa dinâmica é filmada e ao final cada um escreve uma avaliação descritiva de como imagina ter se
desempenhado
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Objetivos: desenvolver essas habilidades em cena, reestruturando pensamentos disfuncionais e
desenvolver a afetividade no grupo, maximizando a expressão corporal
Descrição:
Divide o grupo em duplas e pede que cada dupla selecione duas situações relacionadas a essa habilidade
(uma de cada um) para dramatizar. Cada dupla dramatiza a cena como foi, com toda a dificuldade, em
seguida o terapeuta pede que interpretem a cena como gostariam que tivesse ocorrido, em seguida pede
que se repita a cena com muito amor e carinho, em que se demonstre através de abraços, gestos e falas.
Ao final da apresentação do conjunto da mesma cena, o terapeuta e pacientes ajudam a pessoa a
identificar os pensamentos e sentimentos presentes e intervêm ajudando a reestruturar.
OBS: no grupo piloto esse tema foi muito rico, todos tinham dificuldade, principalmente em abraçar ou receber afeto de
outra pessoa. O sentimento mais revelado foi o de inadequação e inferioridade.
Tarefa entre sessões: escolher pelo menos 3 situações para demonstrar afeto, inclusive com o corpo,
procurando abraçar, tocar, ser carinhoso. Preencher as folhas: entendendo a ansiedade social e testando
pensamentos
Sessão X
Ver o filme da sessão anterior confrontando a imagem com a avaliação descritiva que cada um fez
reestruturando pensamentos distorcidos através da confrontação com a imagem.
Avalia como foi a tarefa de casa e divide o grupo em duplas para que analisem juntos as folhas
preenchidas
Dinâmica: Direitos Humanos e Interpessoais (Del Prette e DelPrette,2002)
Objetivos:
Reconhecer que o respeito ou desrespeito aos direitos interpessoais envolve o pensar, o sentir e o agir;
Tomar conhecimento da Carta dos Direitos Humanos da qual o Brasil é signatário;
Conscientizar-se dos diferentes direitos interpessoais;
Valorizar a identificação e defesa de direitos interpessoais;
Reconhecer relação entre sentimento, pensamento e comportamento e
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Compreender a reciprocidade entre os próprios direitos e os direitos das outras pessoas
Descrição:
O terapeuta introduz o tópico assertividade, explicando os componentes cognitivos, afetivos e
comportamentais dessa habilidade. Discute a noção de defender direitos, que direitos temos enquanto
seres humanos? Deixa o grupo se colocar e complementa. Em seguida, entrega um cartão com a lista de
direitos Interpessoais, no verso contem uma folha de resposta (descreve usando poucas palavras:
sentimentos, pensamentos e ações imaginadas) e pede que todos leiam atentamente a lista e circule o
número daquele que julga mais importante. Enfatiza que apenas um deve ser circulado. Em seguida
conduz a vivência pedindo que todos imaginem uma sociedade em que o direito escolhido é respeitado.
O terapeuta faz essa exposição imaginária com muitos detalhes. Pede que abram os olhos e escrevam no
verso, completando a folha de resposta. Na segunda fase, o terapeuta pede que cada pessoa circule um
outro direito importante para ela e refaz a exposição imaginária, porém pede que imaginem uma
sociedade onde o direito escolhido não é respeitado. Também nesse caso, solicita que preencham a folha
de resposta.
Introduz o tópico assertividade: terapeuta explica o conceito e exemplifica situações, em seguida pede ao
grupo para contar experiências em que foram assertivos, passivos ou agressivos. Explica os
componentes cognitivos, afetivos e comportamentais da assertividade.
Dinâmica Nem passivo, nem agressivo, assertivo! Adaptação do descrito por Del Prette e Del
Prette, 2002
Objetivo:
Identificar elementos da assertividade;
Revelar situações pessoais;
Reestruturar pensamentos e
Aprender a ser assertivo
Trabalhar o repertório não verbal dessa habilidade
Descrição:
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O terapeuta escreve no quadro os elementos da autoconsciência: O que quero? Quais as minhas
expectativas? Que sentimentos estou experimentando?
O grupo é dividido em duplas que sorteia um tema: passivo, agressivo ou assertivo. Cada grupo é
instruído a escolher uma situação (que um da dupla vivenciou) de acordo com o tema sorteado para
dramatizar. Cada pessoa recebe 3 cartões de cartolina: um vermelho representando agressividade, um
amarelo representando a passividade e um verde representando assertividade. A platéia é instruída para
ao final de cada apresentação levantar o cartão que mais considera se adequar à cena dramatizada.
Assim que a platéia se manifestar o terapeuta procura identificar se todos concordaram e faz perguntas
para estimular o entendimento dos conceitos. Por exemplo: O que vocês acham que a pessoa realmente
queria nessa situação? Ela conseguiu? Por quê? Os gestos e tom de voz demonstravam o que?
Em seguida pergunta se alguém da platéia deseja entrar em cena para mostrar outras alternativas de
comportamento (só podem entrar na cena no lugar da pessoa que tem ansiedade social). Os terapeutas
também podem entrar em cena para servir de modelo, dependendo do grau de dificuldade do grupo.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Tarefa entre sessões: Ler o texto sobre assertividade, escolher pelo menos 3 situações para serem
assertivos, identificando os elementos da assertividade discutidos na sessão
Sessão XI:
Dinâmica: Quantos “a” existem em um “a”? ( Boal,2002)
Objetivo: explorar componentes não verbais, em especial a voz.
Em círculo. O terapeuta vai ao centro e exprime um sentimento, sensação, emoção ou idéia usando
somente um dos muitos sons da letra “a”, com todas as inflexões, movimentos e gestos que for capaz de
expressar. Todos os outros participantes no círculo repetirão o som e a ação duas vezes, tentando sentir
também aquela emoção, sensação, sentimento ou idéia que originou o movimento e o som. O terapeuta
então convida quem tiver alguma outra idéia, sentimento ou sensação para usar o “a”, que vá até o centro
e faça. , seguido novamente pelo grupo duas vezes. Quando muitos ‘as” tiverem sido criados o terapeuta
passa para outras vogais, quando esgotar as vogais passa para as palavras sim e não. Pede para
observarem que algumas vezes, dependendo do tom e gestual o sim quer dizer não e o não quer dizer
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sim. O corpo envia uma mensagem e a palavra outra. Finalmente utiliza frases inteiras, expressões ou
ditados da vida cotidiana, sempre tentando expressar, com as mesmas frases diferentes emoções,
sensações ou idéias.
Quando o terapeuta avaliar que todos participaram e muitos sentidos para cada elemento foram
explorados, encerra abrindo para discussão: Como, foi, o que sentiram? O que é mais forte, a palavra
falada ou a mensagem do corpo? Como isso se manifesta na vida cotidiana de cada um?
Terapeuta aproveita para ressaltar a importância do tom de voz e movimento do corpo na comunicação
social
Dinâmica: 1, 2 ,3 de Bradford, adaptação com base no descrito por Boal, 2002
Objetivos:
Identificar sentimentos;
Expressar sentimentos;
Favorecer o sentimento de grupo;
Em duplas, face a face. Cada dupla recebe um papel, anota 3 sentimentos e guarda.
1ª parte: os dois participantes de cada dupla contam até três, em voz alta, alternadamente: o primeiro dirá
um; o segundo dois; o primeiro três; e assim por diante. Devem tentar contar o mais rápido possível.
2ª parte: em vez de dizer um, o primeiro passará a fazer um som e um gesto rítmico, e nenhum dos dois
dirá mais a palavra um, que se transformou em um movimento rítmico e um som inventado pela
primeira pessoa da dupla. Isso deve ser feito com base no 1º dos 3 sentimentos que a dupla escolheu, ou
seja, o movimento e o som devem representar de alguma forma aquele sentimento. O terapeuta intervém
pedindo algo bem original, com bastante movimento e ritmo.O primeiro fará o seu movimento e som
inventado para representar o um e o segundo dirá dois, o primeiro dirá três e assim por diante. O som e a
ação criados pelo primeiro devem ser repetidos sempre no lugar do 1 na seqüência 1, 2,3.
3ª parte: agora, a segunda pessoa da dupla inventará um movimento e som para representar o dois (com
base no 2º sentimento), a dupla repete a seqüência um dois três, em que o 1 e 2 são substituídos pelas
novas representações.
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4ª parte: agora o primeiro da dupla criará um movimento e som diferente dos anteriores para
representar o três (com base no 3º sentimento escolhido). Então teremos um ritmo de dança, somente
com sons e movimentos rítmicos, sem nenhuma palavra.
O terapeuta estimula ao máximo a criatividade dos sons e movimentos. Ao final cada dupla apresenta o
seu ritimo para os demais, que tentam adivinhar os sentimentos. Em seguida, cada dupla deve explicar
porque escolheu aqueles sentimentos, gestos e sons. Então o terapeuta solicita que o grupo, como um
todo, escolha uma seqüência que os represente, podendo misturar os elementos criados por cada dupla.
Abre a roda para conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil? Provocou ansiedade, por
quê? Os sentimentos apresentam relação com alguma coisa que ocorreu durante a semana? Ou em
relação às exposições de tarefa de casa? A seqüência que escolheram para representar o grupo significa o
que para cada um?
Esse exercício funcionou muito bem no grupo piloto, foi rico para trazer sentimentos importantes de cada um e para unificar
o grupo. Escolheram uma seqüência de ansiedade- esperança -alegria e explicaram que ao chegarem ao grupo estavam
ansiosos e hoje o grupo representa a esperança de alcançar a alegria.
O terapeuta aproveita algum sentimento trazido para conversar sobre o texto assertividade,
introduzindo, em seguida, as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial. Explica cada habilidade e pede que o grupo compartilhe as dificuldades que
têm nessas habilidades.
Grupo manhã: ansiedade-raiva-alegria
Grupo tarde: ansiedade-libertação-união
Dinâmica: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer pedido,
recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial.
Essa dinâmica é filmada
Em duplas, cada uma escolhe uma situação entre as habilidades: dizer não, fazer pedido, recusar pedido
e reclamar em estabelecimento comercial. Cada dupla representa sua situação, o terapeuta pede que a
platéia identifique os sentimentos e pensamentos presentes, ajudando a pessoa com dificuldade a
reestruturar. Em seguida a platéia é convidada a entrar em cena apresentando outras opções de
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comportamento para aquela situação. Em cada opção se identificam pensamentos para reestruturar. O
componente não verbal de cada habilidade é estimulado, por exemplo: tom de voz para ser assertivo na
situação, postura corporal, direção do olhar.
Encerramento: terapeuta pede para algum voluntário dar um feedback descritivo da sessão
Tarefas entre sessões:
Criar situações para colocar em prática cada uma das habilidades trabalhadas na sessão (dizer não, fazer
pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial). Preencher a folha testando
pensamentos com alguma situação da tarefa de casa.
Sessão XII
Videofeedback com o filme da sessão anterior examinando as habilidades assertivas
Dinâmica Adaptação dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: dizer não, fazer
pedido, recusar pedido e reclamar em estabelecimento comercial além de aliar empatia e
assertividade
Objetivos: produzir um grau maior de ansiedade e dificuldade nas situações, ajudando os pacientes a
modificar crenças . Trabalhando as habilidades dizer não, fazer pedido, recusar pedido e reclamar em
estabelecimento comercial além de aliar empatia e assertividade
Descrição:
Em duplas, cada dupla escolhe duas situações da tarefa de casa para representar. Enquanto uma dupla
apresenta os outros membros são platéia. Ao final de cada cena o terapeuta entra na cena, no lugar do
“opressor” (pessoa da cena que impõe a situação em que o outro deve ser assertivo) e dificulta a
interação para o oprimido (pessoa que está tentando ser assertiva). O terapeuta usa tom de voz e gestual
para oprimir, podendo chegar a representar um comportamento um pouco agressivo. O opressor tenta
uma opção de interação mais difícil. Em seguida o terapeuta pergunta se alguém da platéia deseja tentar
outra alternativa de resposta para aquela situação. Caso ninguém queira o co-terapeuta entra como
modelo, representando um comportamento assertivo. Essa seqüência é feita em todas as cenas. Ao final
abre para debate. O terapeuta aproveita esse momento para introduzir a idéia de aliar empatia á
assertividade, como uma alternativa que em muitas situações melhora a qualidade das relações.
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Relembra o conceito de empatia e fornece alguns exemplos da combinação dessas habilidades. Em
seguida pede que cada dupla escolha uma das duas situações anteriores, agora o oprimido vai tentar ser
empático e assertivo. Após cada apresentação novamente a platéia é convidada a entrar com outras
alternativas, se necessário o terapeuta entra como modelo.
Dinâmica: Anda, Pára, Justifica adaptação da descrita por Boal, 2002
Objetivos:
Trabalhar o sentimento de vergonha em situações que se sentem ridículos;
Avaliar coisas que gostam de fazer e evitam, os incentivando a fazer;
Identificar situações sociais que precisam ainda ser trabalhadas e
Motivar as exposições entre sessões, lembrando as habilidades já trabalhadas
Descrição:
O terapeuta instrui o grupo a andar pela sala ocupando todos os espaços, pede que prestem atenção
apenas em seu caminha, sua respiração, o contato dos pés com o chão. Aguarda alguns instantes e pede
para que caminhem de forma estranha, bizarra, o mais que puderem. Aguarda um pouco e diz: Pára!
Todos em estátua! Chega perto de uma estátua e fala: justifica: a pessoa deve justificar a postura. Faz
com algumas pessoas e pede que voltem a andar pela sala e instruí:
Todos andando como o presidente lula
Agora como um mendigo
Agora como um camelo, quem sabe como o camelo anda?
Se ninguém sabe, terapeuta informa: pé direito mão direita
Como elefante? Pé direito mão esquerda, em xadrez
Agora como (terapeuta fala o nome de alguém do grupo, em alguns minutos fala de outra pessoa do
grupo até que todos tenham sido imitados)
Pede que voltem a andar livremente e agora diz uma categoria e todos devem escolher uma ação para
fazer, por exemplo: atividades domésticas, em seguida, coisas que cada um mais gosta de fazer, em
seguida, coisas que menos cada um gosta de fazer, em seguida, algo que imagina que jamais fariam.
Terapeuta encerra e abre para debate: come se sentiram? Explora o sentimento de ridículo de algumas
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caminhadas, questionando como é se sentir ridículo? Como se sentiram executando o exercício e que
coisas gostam e não estão fazendo. Terapeuta os estimula a fazer planos de ação para colocar em prática,
principalmente comportamentos que são evitados devido a ansiedade social. Pede que todos listem
coisas que gostariam de fazer, porém evitam devido à ansiedade social. Terapeuta aproveita para lembrar
o quão importante é a prática entre sessões, não apenas das tarefas pedidas, mas de qualquer situação
social que evitam e que eles já adquiriram estratégias para enfrentar. Lembra as estratégias e incentiva
ação.
Tarefa entre sessões: Escolher situações para colocar em prática o conjunto empatia-assertividade,
quanto mais situações, melhor. Preencher a folha testando pensamentos. Cada um deve selecionar uma
música para trazer na sessão que vem. Pode ser uma música representativa de sua vida, ou apenas uma
música que goste.
Sessão XIII
Dramatização: Dramatização no modelo Fórum treinando as habilidades: empatia e assertividade
Essa dinâmica é filmada e em seguida feito o videofeedback analisando as habilidades assertivas e
empáticas
Em duplas. Cada dupla escolhe uma situação da tarefa de casa (empatia assertividade) para dramatizar
no modelo fórum. Videofeedback do exercício.
Dinâmica: Jogo dos animais adaptação do descrito por Boal, 2002
Objetivos:
Introduzir o tópico interação com o sexo oposto;
Trabalhar componentes não verbais;
Trabalhar sinais sociais e
o sentimento de ridículo
Descrição:
Em pequenos pedaços de papel em branco escrevem-se os nomes de animais, e o sexo: macho ou fêmea
(sempre que colocar um macho, colocar também um papel com a fêmea daquele animal, formando
casais de bichos). Cada pessoa do grupo sorteia um papel. O terapeuta pede que todos comecem a andar
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pela sala pensando no animal que está escrito no seu papel. Como é o animal, como se movimenta, em
seguida, pede que cada um comece a se comportar como se fosse o animal. Pede que sigam as seguintes
instruções: Andando como o animal que você sorteou. Os animais tem fome. Como será que cada um
come? Com gula ou com medo? D pé ou sentado? Escondido ou exibindo-se? Parado ou em
movimento? Fugindo ou agredindo? (cada pessoa está representando como seu animal come) O
terapeuta estimula ao máximo, para que todos se esforcem na representação.
Os animais tem sede? Eles bebem rápido ou devagar? E assim por diante com vários comportamentos,
como: como mostram raiva, medo, alegria, cuidado?; Como dormem, de pé, sentados, pendurados, em
galhos, deitados?
Os animais acordam e sentem falta de um par e tentam procura-lo. Cada bichinho aqui tem um par,
continuem interpretando e procurando. Como o pavão paquera? E a leoa? Quem encontrar seu par deve
fazer a cena de paquera, aproximação e namoro. Cada casal que encontrar seu par e namorar pode parar
e confirmar se realmente é seu par. Se o tamanduá namorar a formiga eles devem voltar e encenar até
encontrar seu amor verdadeiro. Quando todos tiverem encontrado seu verdadeiro amor , forma-se um
circulo e um par de cada vez vai representar a cena de encontro paquera e namoro. O grupo avalia se o
casal se desempenhou bem, no caso de não, o grupo funciona como um diretor, até avaliarem que o
desempenho está bom. Depois que todos os casais tiverem apresentado, encerra e abre para debate:
Como Foi? O que perceberam? Terapeuta introduz o tópico: interação com o sexo oposto. Todos são
convidados a falar dessa habilidade, se é difícil? Por quê?
É preciso levar em consideração que existem níveis de dificuldades e diferentes demandas com relação
aos vários tipos de interação com o sexo oposto (situações formais, ambiente de trabalho, com pessoas
estranhas, entre outros).
Dinâmica: Luz Dança e Ação!
Essa dinâmica é filmada
Objetivo:
Trabalhar desinibição;
Manejar ansiedade;
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Habilidade de dançar e
Identificar e reestruturar pensamentos
Descrição:
O terapeuta deixa cada membro do grupo falar sobre a escolha a música. Em seguida, pede que formem
duas filas uma de frente para o outro. A fileira A tem os olhos vendados e a fileira B, não. O terapeuta
coloca uma das músicas trazidas, o ideal durante o exercício é intercalar as músicas e rítimos trazidos e
pede ao grupo A (com venda nos olhos) para dançar e o grupo B para imitar, funcionando como espelho.
O terapeuta estimula o grupo A a se desinibir completamente, dançar conforme o ritimo o mais animado
possível. Pode dizer: como se estivessem no melhor show de música do mundo, muito animado! Em
seguida inverte, o grupo A passa a venda para o grupo B e a dinâmica se repete conforme descrito
acima. Em seguida o terapeuta passa o vídeo da dinâmica e aproveita para reestruturar os pensamentos
disfuncionais ao se verem em vídeo, questionando a preocupação com a observação do outro e o
desconforto com sua própria imagem. Discute a relação dos sentimentos provocados por essa dinâmica e
as situações de vida.
Retoma o assunto: interação com o sexo oposto e os estimula a planejar uma situação para colocar em
prática
Tarefa entre sessões: colocar em prática a habilidade de interação com o sexo oposto planejada e
continuar colocando em prática as outras habilidades
Sessão XIV:
Videofeedbak. da vivência da sessão anterior: Luz Dança Ação
Rever o tópico interação com o sexo oposto e conversar sobre a tarefa de casa reestruturando
pensamentos disfuncionais
O terapeuta solicita que cada um fale como tem se sentido até agora com a terapia, o que tem melhorado
e o que ainda falta. O terapeuta coloca que muitas vezes resistimos a trazer coisas que estão nos
incomodando, pensando sempre em deixar para falar depois, porém o ideal seria aproveitar a sessão de
hoje para dividir com o grupo qualquer aspecto relacionado à ansiedade social que esteja incomodando.
O terapeuta encoraja o grupo a aproveitar a terapia ao máximo, não postergando nada. Lembra que o
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grupo vai dar apoio e analisar junto com cada um a dificuldade apresentada. Nessa sessão o terapeuta
avalia as dificuldades de cada um, aproveitando a auto-revelação para que o grupo se ajude mutuamente.
Deixa o grupo se colocar diante de cada questão trazida, apenas estimulando a reestruturação de
pensamentos relacionados às situações trazidas.
Discute com cada um a hierarquia preenchida em casa, avalia a reestruturação dos pensamentos
relacionados a cada situação da hierarquia e procura lembrar a reestruturação das crenças centrais de
cada um, incentivando a prática da hierarquia.
Avalia junto o material de construção de uma hierarquia em ordem de dificuldade e reestruturação dos
pensamentos associados a cada exposição.
Tarefa entre sessões:
Colocar em prática ás situações da hierarquia e usar a folha testando pensamentos para reestruturar
Sessão XV
Dinâmica: “Exigindo a palavra”
Objetivos:
Falar em pequenos grupos,
Desenvolver habilidades de argumentação e
Desenvolver os aspectos não verbais
Descrição:
Pede para o grupo escolher um tema do cotidiano para iniciar uma conversa informal, por exemplo: o
desabamento do metrô em São Paulo, o Big Brother (tema escolhido pelo grupo piloto), entre outros.
O grupo inicia uma conversa sobre esse tópico, cada um deve dar sua opinião, se colocar. O terapeuta
procura centralizar a conversa, sendo mal educado, falando alto, interrompendo, colocando um ponto de
vista crítico e polêmico, de preferência o inverso do que perceber ser a opinião da maioria. Deixa assim
por algum tempo e interrompe perguntando como cada um está se sentindo? Estão tendo dificuldade em
colocar suas opiniões? Por quê? Quais sentimentos essa situação está trazendo? No dia a dia deles, isso
já aconteceu? O grupo conversa, o terapeuta os ajuda a entender suas dificuldades e a identificar quais
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elementos do comportamento do terapeuta influenciou na dinâmica, tipo: postura do corpo e tom de voz
(o terapeuta se colocava ereto na cadeira, se inclinando a frente e gesticulando, também falava alto).
Pede para repetirem a interação, porém, dessa vez, tentando cortar o terapeuta. O terapeuta apenas se
permite ser cortado se o outro estiver com postura e tom de voz adequados, mostrando realmente querer
falar. Em seguida abre para avaliarem juntos esse segundo momento. O terapeuta pode repetir essa
seqüência até avaliar que todos estão se colocando com postura e tom de voz adequados. Pode estimular
isso dividindo o grupo em um grupo menor, ou pedindo para quem já conseguiu ficar calado.
Em seguida o terapeuta pergunta quem tem dificuldade para falar em pequenos grupos, como reuniões.
Quem tem dificuldade de argumentação ou de se colocar quando muitos estão falando. Dificuldade em
pedir a palavra e argumentar. Abre para que todos se coloquem, reestrutura junto com o grupo os
pensamentos distorcidos relacionados a essas situações.
Dinâmica: Advogado do Diabo
Objetivos:
Falar em público,
Desenvolver estratégias para argumentar,
Defender a própria opinião e
Reestruturar pensamentos
Descrição:
O grupo escolhe um tema polêmico (tipo: legalização da maconha, liberação do aborto, etc...) e é
dividido em dois. Metade é solicitada a desenvolver por escrito argumentos a favor do tema (mesmo que
pessoalmente não concorde), a outra metade deve escrever argumentos contra o tema escolhido. Em
seguida, um grupo de frente para o outro, inicia um debate. O terapeuta estimula, instigando e garantindo
que todos falem. Em seguida pede que os grupos invertam a posição ideológica, quem era a favor, passa
a ser contra, e quem era contra, passa a ser a favor. O debate acontece novamente. O terapeuta estimula
novos argumentos de cada lado.
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Ao final, abre para o grupo colocar como se sentiu em relação à dinâmica e aborda o tema: expressar
opinião e argumentação. Toda situação tem mais de uma forma para ser entendida, o importante é cada
um acreditar na sua forma para poder argumentar, sem querer agradar aos outros, e sim defendendo sua
própria opinião. Escutando o outro, reavaliando seus próprios argumentos, para decidir a forma como
pensa. Sem a preocupação em ser aceito. Avaliar essas questões com o grupo: sentimentos e
pensamentos
Dinâmica: Quem conta um conto, acrescenta um ponto.
Objetivos:
Falar em público;
Dar e receber feedback;
Identificar e expressar comportamentos não verbais adequados ao conteúdo;
Desenvolver criatividade e
Identificar pensamentos automáticos e reestruturar
Um voluntário é solicitado e instruído a pensar em uma situação de sua vida que possa compartilhar com
o grupo, o terapeuta pede que pense em uma situação que tenha sido dinâmica, com outros envolvidos.
Uma história que considere interessante para compartilhar.
Em seguida pede ao voluntário para escolher 6 pessoas do grupo. O restante do grupo é instruído a
observar a dinâmica. Enquanto o terapeuta explica a dinâmica o co-terapeuta escolhe 2 pessoas do grupo
de observação, instruindo (cochichando ao ouvido) que um deles se comporte de forma desinteressada,
sem prestar atenção, como se achasse a história muito chata: deve bocejar, dar uma cochilada. O outro é
instruídos a conversar durante a narração, puxando assunto com outros colegas. O co- terapeuta fica
sentado junto ao grupo de observação e mantêm uma postura bem séria, como se não tivesse gostando de
nada.
O voluntário começa a contar sua história e duas pessoas que ele selecionou começam a interpretar a
situação contada sem falar, apenas com o corpo. As outras, que foram selecionadas por ele, ficam em pé
ao seu lado, apenas assistindo. O restante do grupo apenas observa. Após o voluntário ter contado sua
história o terapeuta fala Pára, a imagem dos que interpretam se congela, e o terapeuta pergunta a 1ª
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pessoa que está ao lado de quem estava contando a história: Se isso não fosse um: ( o terapeuta diz aqui
o que realmente foi o tom da história contada) por exemplo:drama e sim um filme de terror, como seria?
( poderia ser terror ou comédia ou tragédia grega , romance, suspense, ficção científica e etc..) O
terapeuta instrui dizendo que ele pode modificar o quanto desejar, e deve incluir um novo personagem
ao enrredo. Quanto mais criativo melhor. Ao contar a história você deve usar um tom de voz adequado
ao que deseja passar, você é o narrador da imagem e deve colocar emoção no que está contando. A 1ª
pessoa que estava contando a história entra para o grupo que encena a imagem. Ao final da 2ª história as
instruções se repetem modificando novamente o tom da história e acrescentando mais um personagem.
Nesse momento a platéia pode ser consultada para escolher o novo tom, o terapeuta pergunta a platéia
que tipo de filme eles gostariam de ver agora? Ação? Suspense? Romance ? e etc....
O terapeuta deve ajudar no caso da pessoa estar com dificuldade, interrompendo e dando exemplo de
como colocar emoção ao narrar. Também deve estimular ao grupo da imagem, pedindo que usem o
corpo como um todo, expressões faciais e muita criatividade para encenar a história que está sendo
contada. Essa seqüência é repetida até que as pessoas que foram selecionadas para ficar ao lado do 1º
narrador tenham contado uma versão da história. Em seguida, o grupo que estava observando é
solicitado a dar feedback do desempenho de cada pessoa que participou da dinâmica. Tanto do grupo
que narrou quanto do grupo que encenou. Eles devem fornecer uma avaliação descritiva do desempenho
de cada um, o tom de voz foi adequado, convincente? Foi criativo? E em relação ao grupo que encenou:
Todos se concentraram? Os movimentos foram adequados? Usaram o corpo todo? As expressões faciais
seguiram o enrredo?
Em seguida o grupo todo é convidado a conversar sobre a dinâmica: Como se sentiram? Foi difícil?
Qual parte? O que perceberam com o exercício? Caso ninguém fale o terapeuta pergunta ao grupo que
narrou e encenou: Vocês olharam para a platéia? Como estava? Prestando atenção? Interessada?
Aproveita essa discussão e introduz o tópico falar em público. Pergunta quem tem dificuldade? Explica
que essa é uma dificuldade muito comum, mesmo pessoas sem ansiedade social se sentem ansiosas para
falar em público. Assim como outras interações sociais, falar em público requer a compreensão dos
componentes das habilidades verbais e não verbais para uma boa apresentação. Alguns componentes
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apareceram na dinâmica que fizemos, alguém tem idéia de quais? Caso ninguém responda o terapeuta
explica: boa apresentação pessoal, adequada à situação. Tom de voz, clareza na fala, ritmo da fala,
postura corporal, expressão facial. Pensamentos automáticos referentes à situação: processamento pré e
pós evento. Outros elementos que vamos construir juntos, como: escolha e conhecimento do tema, breve
introdução ao assunto, despertando interesse da platéia, roteiro do discurso (organização de tópicos e da
relação entre eles), material visual, estratégias para descontrair a platéia e prender atenção (como dizer
algo instigante, engraçado ou fazer perguntas) e encerramento da apresentação.
O terapeuta solicita que cada pessoa escolha um tema para preparar uma apresentação de 5 minutos e
pense em que situação apresentaria esse tema: trabalho? Igreja? Grupo de amigos? Colégio dos filhos?
O terapeuta pede que na sessão seguinte venham com um esboço do assunto escolhido e vestidos de
acordo com a situação escolhida.
O terapeuta pede para que não faltem, analisa pensamentos que podem levar a fuga da situação e
tranqüiliza o grupo de que tudo será feito respeitando a ansiedade de cada um.
Tarefa entre sessões:
1) Criar pelo menos 3 situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista,
uma opinião.
2) preparar esboço para apresentar em público e vestir-se de acordo
Siga o roteiro abaixo:
Preparando uma apresentação:
Escolha do tema:
Quem é o público? Leigos, homens, mulheres, pessoas com conhecimento profundo de uma área?
Qual o objetivo de sua apresentação? Informar, expor resultados, entreter, convencer, vender, aprofundar
um tema?
Qual o tema geral de sua apresentação?
Identificar pontos principais da apresentação, o que exatamente você deseja que o público aprenda? Em
geral as apresentações têm 2 ou 3 pontos principais.
Organização das informações:
Em que ordem vai apresentar? Seqüência de pontos relevantes organizados em ordem de tempo; ou
introdução, hipóteses, discussão e conclusão; ou identificação de um problema e apresentação de
soluções efetivas?
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Como tornar sua apresentação mais interessante para a platéia?
1) Desenvolver material visual que complemente resumidamente a apresentação.
2) Fornecer uma visão geral, roteiro da apresentação. Facilita a platéia acompanhar a apresentação
Por exemplo: Existem 3 processos cognitivos na fobia social: processamento pré evento; processamento
durante o evento e processamento pós evento. No processamento pré evento.......
3) Resumir um assunto que acabou de falar para introduzir um outro ponto.
Por exemplo: A fobia social ativa um processamento cognitivo em que o medo da avaliação negativa do
outro ativa um ciclo vicioso que se retroalimenta.
Além dos fatores já discutidos as pesquisas atuais tem investigado o papel da ativação cerebral na fobia
social....
Como começar a apresentação?
A introdução é uma parte importante da apresentação, deve ser breve, não mais que 10 a 20% do total de
tempo da apresentação.
Uma boa forma de iniciar é falando da importância do tema para aquela platéia, em que as informações
poderão ser úteis, ou o que torna o tema interessante para você e para a platéia. Especifique a
importância do tópico.
Exemplo:
Hoje a fobia social atinge de 3 a 13% da população, sendo o 3º transtorno psiquiátrico mais comum.
Hoje estarei falando sobre o diagnóstico e tratamento desse transtorno que causa um prejuízo
significativo na vida das pessoas que sofrem com esse diagnóstico. Acredito que a melhor forma dos
profissionais de saúde ajudarem nessa estatística é possuindo um conhecimento atualizado.
Outra opção é surpreender a platéia contando uma história ou fazendo uma declaração bizarra ou de
impacto;
Exemplo:
Hoje estarei falando sobre a fobia social, meu interesse por esse tema surgiu de minha própria
dificuldade, há um ano atrás eu não conseguia falar em público e não poderia estar aqui.
A fobia social é um transtorno muito prevalente, atinge de 3 a 13 % da população....
Questionar a platéia também é uma opção
Exemplo:
Hoje estarei falando sobre fobia social, um transtorno psiquiátrico em que as pessoas têm medo da
avaliação negativa do outro, esse medo leva a fuga de situações sociais ou a exposição com muito
desconforto, causando um prejuízo significativo. Gostaria que cada um de vocês pensasse se conhecem
alguém que poderia se encaixar nesse diagnóstico. Quem conhecer por favor levante a mão.
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Não esquecer de especificar o tema da apresentação e ao longo da apresentação cada tópico. Essa
informação é obvia para o apresentador, mas não para a platéia.
Organizar os tópicos e o que é fundamental de ser dito em cada tópico
Como encerrar a apresentação?
Encerrar a apresentação é semelhante a introduzir, não deve levar mais do que 10 a 15% do tempo.
Informe ao público que está finalizando através de palavras: concluindo, resumindo, como era meu
objetivo inicial, enfim, a proposta dessa apresentação foi.....
Resumir a idéia da apresentação: idéia central e pontos principais
Resumir os pontos mais relevantes para a platéia
Voltar para introdução e ligar as idéias expostas
Procurar ser direto e objetivo
Agradecer a atenção ou a oportunidade
Exemplo:
Tema: Fobia Social
Público: profissionais da área
Tempo estimado: 20 minutos
Objetivo: apresentar os resultados de uma pesquisa que investigou o tratamento desse transtorno,
chamando atenção para a importância do encaminhamento para tratamento psicológico em grupo
Tópicos:
Introdução: porque é interessante? Porque eu escolhi esse tema?
Resumo da apresentação:
O que á a fobia social?
Prevalência, critérios de diagnóstico (informações em ordem cronológica de 1980 a 2007)
Como é o tratamento?
Objetivos, número de pessoas, principais intervenções psicológicas
Resultados da pesquisa
Dados antes do tratamento, na última sessão e um mês após o término
Dados qualitativos (minhas observações enquanto terapeuta)
Conclusão:
O tratamento em grupo é o mais indicado
Outros estudos que têm os mesmos resultados
agradecimento
Dicas:
Procurar estar vestido de acordo com a situação, em geral um pouco mais arrumado que a platéia
Alternar o tom de voz, dando vida ás informações
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Fazer contato ocular com a platéia, alternado entre pessoas em toda a extensão da platéia
Movimentar o corpo espontaneamente, procurando tranqüilidade
Usar as técnicas de respiração
Usar as técnicas de reestruturação de pensamentos para ter segurança, sem medo de errar
Você consegue!!! Não esqueça que a prática é fundamental, falar em público é uma habilidade, quanto
mais prática, melhor o desempenho.
Escolher pelo menos 3 situações para colocar em prática as habilidades relacionadas a argumentação.
Criar situações para “pegar a palavra” e argumentar, defendendo um ponto de vista, uma opinião.
Situação 1:
Situação 2:
Situação 3:
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Quebra de página
Sessão XVI
Sessão de videofeedback
O terapeuta divide o grupo em duplas, que devem se ajudar mutuamente a estruturar a apresentação do
tema pesquisado em casa. Os terapeutas andam pela sala, ajudando cada dupla na tarefa. Pede para que
um apresente informalmente para o outro quando considerar estar pronto, ajustando detalhes. Pede que
cada dupla avalie os pensamentos automáticos antecipatórios reestruturando.
Em seguida o terapeuta relembra todos os aspectos da habilidade falar em público conversados na sessão
anterior. Distribui um papel para cada um e para o co-terapeuta. Uma pessoa vai apresentar e cada um
vai avaliar seu desempenho na tarefa. Só vão escrever depois que a pessoa tiver terminado a
apresentação, durante a apresentação basta prestar atenção para poder avaliar em seguida. A pessoa que
vai apresentar é instruída a olhar para a platéia e não diretamente para a câmera.
Cada pessoa do grupo faz sua apresentação, que é filmada. Ao final de cada um o grupo avalia por
escrito no papel e o co-terapeuta também. Quando todos terminarem o terapeuta fornece, conforme
indicado na literatura, um preparo cognitivo anterior ao vídeofeedback:
1- Solicita que cada um diga detalhadamente como acredita ter se saído no vídeo.
2- O terapeuta realiza uma exposição imaginaria, pedindo que cada um visualize, o mais nítido possível
a imagem de como se viram durante a apresentação, em seguida, cada um avalia de 0 a 10 o quão vivido
foi a imaginação.
3- O terapeuta pontua a distinção entre como alguém se sente durante uma apresentação e como se
parece, e solicita que os participantes procurem perceber, na imagem do vídeo, como foi seu
desempenho, e não como se sentiram.
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A pessoa avalia seu próprio desempenho, respondendo aos questionários de desempenho
imaginado.
Em seguida o grupo assiste ao vídeo das apresentações e preenche novamente os questionários. Em
seguida cada um comenta o que percebeu. Como foi se ver no vídeo. Quais as diferenças entre as
avaliações feitas anteriormente e o que aparece no vídeo.
O terapeuta estimula a reestruturação de pensamentos distorcidos usando as imagens de vídeo como
evidência.
Sessão XVII:
O grupo é estimulado a conversar sobre a terapia, como foi até aqui? O que consideram ter
melhorado?
A terapeuta entrega outra folha de crença central (como no início da terapia) pedindo para que os
pacientes anotem a crença central mais forte e juntos pensam em evidências que não comprovem a
crença. Em segyida o terapeuta propõe um exercício de imaginação. Pde que todos fechem os olhos, se
concentrando apenas na respiração, procurando uma posição confortável, prestando atenção no corpo,
aliviando a tensão a cada expiração. Deixa alguns minutos e pede que imaginem um lugar seguro,
imaginando com muitos detalhes, focando no sentimento de segurança, procurando intensificá-lo ao
máximo. Deixa alguns minutos e pede para que apaguem essa cena e comecem a focar no sentimento
ruim relacionado a crença central identificada, deixando vir a mente uma situação da infância que esse
sentimento tivesse presente. Pede que tentem imaginar mais nitidamente possível, identificando os
detalhes da situação: qual o lugar? Como está vestido? Como esta o tempo? A outra pessoa, como está?
Qual a expressão facial? O que esta acontecendo, o que está sendo dito.
Procurando identificar e intensificar o sentimento, percebendo o que queria naquela situação,
imaginando um diálogo em que diga para o outro o que gostaria e imaginando a reação do outro. Deixa
alguns minutos pedindo para que imaginem um diálogo até o fim. Deixa um pouco e pede para que
apaguem aquela cena, prestando atenção apenas no sentimento, deixando viruma imagem da vida adulta
em que esse sentimento esteve presente. Novamente pede para que imaginem com muitos detalhes,
identificando os próprios sentimentos e pensamentos. O que queriam naquela situação, imaginando um
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diálogo em que expressem seus sentimentos e o que gostariam, imaginando também a reação da pessoa,
até que o diálogo se esgote e tenham dito tudo. Deixa alguns minutos e pede para que novamente
apaguem aquela cena voltando a imaginar o lugar seguro, com bastante detalhes, intensificando os
sentimentos de segurança . Deixa alguns minutos e pede para que se imaginem voltando a sala e
instruindo que vai contar até três e no Três eles podem abrir os olhos.
Abre para que cada um conte a experiência, procurando associar com a construção da crença central. As
experiências de vida, além das imaginadas que se relacionam com a crença e com o que já foi visto em
terapia. Explica que todos temos diferentes modos de funcionamento, somos pessoas diferentes
dependendo do contexto. Podemos ter uma faceta carente, outra mimada, outra responsável, que se ativa
dependendo da situação. Muitas vezes internalizamos uma faceta relacionada aos nossos pais ou
experiências de infância, pode ser uma faceta que cobra, ou invalida. Podemos nomear como minha
faceta cobradora, invalidadora. Por exemplo, o Paulo cobrador, ou o Paulo invalidador e também o
Paulo saudável. A faceta saudável provavelmente permitiu que vocês buscassem a terapia e chegassem
até aqui. A faceta cobradora muitas vezes foi responsável pelos pensamentos automáticos negativos que
identificamos ao longo da terapia. Cada um consegue identificar seus modos? Vamos anotá-los e os
principais pensamnetos associados a cada modo.O terapeuta ajuda até que todos tenham identificado.
Propõe como tarefa de casa a construção de um cartão de enfrentamento que seria a voz do modo
saudável. Pede que todos durante a semana tirem um tempo para refletir sobre todo o trabalho
terapêutico, relendo o material, pensando nas coisas que consideraram mais importantes. Pede para
identificarem sua voz saudável que foi fortalecida com o trabalho terapêutico, imaginando que coisas
importantes essa voz eventualmente vai precisar dizer em momentos difíceis. Anotem o mais possível e
levem para a próxima sessão.
O terapeuta encerra trabalhando a prevenção de recaída:
A terapeuta conversa sobre a importância de continuar colocando as habilidades em prática. Não evitar
situações que causem ansiedade, eles tem ferramentas suficientes para enfrentar as situações. Lembrar
que o processo de melhora é uma construção. Juntos, no grupo, construímos uma base sólida para que
cada um possa continuar sempre construindo. Mesmo que em alguma situação futura aconteça uma
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recaída, ou seja, uma situação social que não conseguiram manejar, isso não significa que tenham
desaprendido tudo. Não se desesperar pensando que tudo vai voltar a ser ruim sempre, e sim entender
como uma experiência de aprendizado. Que elementos estiveram presentes nessa situação? Que
pensamentos? Crença? O que posso aprender e agregar ao que aprendi no grupo, para manejar melhor
situações futuras. Não somos perfeitos e não é possível acertar sempre. Situações sociais que causam
ansiedade são normais e nem sempre nos desempenhamos da melhor maneira possível. Aceitar a
ansiedade social significa entender isso e aproveitar as situações para construir sempre mais. É um
trabalho contínuo.
Sessão XVIII
Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002
Escolha do tema para a peça de teatro fórum:
Terapeuta explica o que é o teatro fórum e como vai ser usado na terapia. Em seguida pede para que
cada um reflita sobre uma situação vivida que poderia ser tema para a peça. Lembrar que o tema
escolhido deve representar o grupo, as angustias deles, para que todos possam se identificar. São
situações em que se sentiram oprimidos. Cada um do grupo que desejar, conta uma situação que queira
compartilhar em detalhes. Após ouvir todas as situações o grupo é solicitado a decidir qual deseja usar
como base para criar a peça. Após a escolha, a situação começa a ser improvisada, cada um escolhe um
personagem. É importante que todos participem, o roteiro deve incluir todos com ao menos uma fala. A
cena vai sendo moldada através de várias passagens.
Dinâmica: Construção da peça de teatro fórum de acordo com o indicado por Boal, 2002
Ensaios:
Encenar a improvisação do roteiro escolhido. Quando se chegar a um consenso de como será a cena
(deve tem no máximo 15 minutos) alguns ensaios se realizam. A cena de teatro fórum não apresenta a
solução para a situação de conflito, ela termina com o conflito sem solução.
Esses ensaios têm como objetivo preparar os participantes para a realização do fórum. Cada um deve
conhecer bem seu personagem, o que pensa, o que quer.
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1º durante a passagem da cena o terapeuta diz: para! e todos devem começar a falar o que aquele
personagem está pensando
2º durante a passagem da cena o terapeuta diz: Pára! Todos ficam em estátua. O terapeuta toca em um
personagem e começa a interrogá-lo: Quantos anos ele tem? O que quer naquela situação? Por quê? Faz
com todos
3º a cena é passada uma vez, ao final passa a cena de novo. Nessa 2ª passagem o co-terapeuta diz Pára! e
pede para entrar em cena no lugar do oprimido, trazendo uma possível solução para a situação. O grupo
em cena atua interagindo agora com o co-terapeuta, apresentando argumentos e tentando continuar a
opressão. Ao final o terapeuta fornece feedback, instruindo como devem se comportar no fórum. Não
podem oprimir, a ponto da pessoa não conseguir apresentar sua solução, mas também não podem ceder
completamente, como em um passe de mágica. Se necessário esse tipo de ensaio é repetido até o grupo
todo estar se desempenhando bem.
Ao terminar esses ensaios o terapeuta verifica como o grupo está se sentindo. Reestrutura pensamentos e
os encoraja a prosseguir. O grupo então sai para convidar uma platéia. Todos juntos saem pelo campus
da universidade convidando as pessoas a assistirem uma peça com duração de 15 minutos.
No horário combinado (15 minutos depois de convidar as pessoas) o Fórum começa. O terapeuta explica
a platéia como funciona o teatro fórum, em seguida realiza uma dinâmica de aquecimento. Alguma que
tenha sido feita com o grupo ao longo da terapia, como “se eu disser que sim, você vai dizer que não...”.
A peça é encenada uma vez. O terapeuta diz ao público que a peça acontecerá novamente e que assim
que alguém tiver uma outra sugestão e solução para a opressão (lembrando que deve partir do oprimido)
é só falar Pare!. Assim que alguém falar Pare o terapeuta para a peça e pede para a pessoa entrar em cena
no lugar do oprimido, encenando sua proposta de solução. Após a pessoa apresentar sua solução o
terapeuta pergunta a platéia o que eles perceberam que mudou? Abre para debate e se alguém começar a
dar outra solução pede para que entre em cena, e assim por diante, até considerar que o tema foi
discutido, e mais de uma solução proposta.
O fórum se encerra e o grupo volta a se reunir para encerrar o grupo. Cada um coloca como se sentiu
com a realização do fórum. O terapeuta agradece a participação de todos, fornece um feedback de como
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se sentiu em relação ao grupo e como cada um evoluiu. O grupo é convidado a fazer comentários finais
e a terapia se encerra. Entrega um texto sobre prevenção de recaída.
9.2 Sessões Grupo Controle
Sessão I:
-Apresentação dos terapeutas
-Apresentação da pesquisa
-Apresentação dos pacientes (cada um é convidado a falar um pouco sobre si, terapeuta estimula a auto-
revelação com perguntas)
-Modelo cognitivo comportamental: relação entre pensamento-sentimento e comportamento
-Ansiedade social: O que é? Terapeuta e pacientes conversam
Estratégia Gráfico de Pizza
-Contrato: que assegure o sigilo de identidade e das informações compartilhadas, definir o horário e
número de sessões e ressaltar a importância da presença às sessões de terapia.
Discutir a importância do grupo como um barco que precisa remar junto
Tarefa entre sessões: ler o texto sobre ansiedade social, pensar nos acontecimentos da vida que
influenciaram o surgimento do transtorno
Sessão II:
- Avaliar a tarefa de casa, discutindo o texto e procurando estabelecer ponte com a sessão anterior,
revendo o modelo cognitivo e as informações sobre ansiedade social. Deixar que cada paciente fale um
pouco sobre sua ansiedade social e como se vê diante das informações compartilhadas até aqui.
-Reforçar o entendimento do modelo cognitivo da ansiedade social: processamento pré evento,
pensamento, sentimento, comportamento, reações físicas e processamento pós evento. Cada paciente
deve dar exemplos de situações vividas para identificar esses elementos da ansiedade social
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-Iniciar o treino em reestruturação cognitiva: identificar situações, sentimento e pensamentos. Escolher
uma situação de cada paciente para preencher no quadro as 3 primeiras perguntas da folha testando
pensamentos
- Identificar na vida de cada um os elementos escritos no quadro. O terapeuta explica o modelo cognitivo
da ansiedade social usando todos os elementos do quadro e introduzindo a idéia de crenças centrais ou
esquemas. Cada paciente é convidado a falar da relação dos elementos do quadro com sua própria vida
Escreve no quadro:
Crenças:
Sobre si, os outros e o mundo
Aspectos biológicos/genéticos
Aspectos familiares
Relação com colegas e experiências de vida
Relação com familiares
Relação com aspectos culturais
- Discutir a importância de aceitar a ansiedade social
Tarefa entre sessões: preencher as 3 primeiras perguntas da folha testando pensamentos.
Quebra de seção (próxima página)
Sessão III-
-Ver a folha testando pensamentos preenchida em casa, corrigindo possíveis confusões entre
pensamentos, sentimentos e comportamentos.
-Completar a folha testando pensamentos de cada paciente, ensinando-os a fazer reestruturação de
pensamentos automáticos através de questionamento socrático. Mostrar a relação entre pensamentos
distorcidos e ansiedade social.
- ler a folha de distorções cognitivas os ajudando a identificar na folha testando pensamentos
- Preencher no quadro usando um exemplo de cada paciente
- Introduzir a habilidade: ler o ambiente social
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Tarefa de casa: Preencher a folha testando pensamentos e se engajar em pelo menos 3
situações sociais para ler o ambiente
Sessão IV-
-Ver a folha testando pensamentos da tarefa de casa reforçando a habilidade de
reestruturação cognitiva. - Discutir as principais distorções cognitivas
- Explorar os exemplos de leitura de ambiente da tarefa de casa
- discutir a importância de não fazer autoprocessamento
- Iniciar treino em respiração diafragmática, mostrando a ralação entre pensamentos,
sentimentos, comportamentos e reações físicas.
Dinâmica: Exposição imaginária
Objetivo:
Perceber a relação entre pensamentos e reações físicas
Iniciar o treino em respiração diafragmática
Descrição:
Fazer um exercício de exposição imaginária que induz a calma em um primeiro momento,
usando respiração e imagens de segurança e bem estar; quando perceber que os pacientes
estão um pouco relaxados, introduzir uma imagem ansiogênica, como, por exemplo, falar
em público. Quando perceber a tensão encerrar a imaginação de forma positiva e discutir o
exercício com os pacientes: como se sentiram, quais modificações perceberam no corpo de
uma imagem para a outra, quais pensamentos e sentimentos tiveram. Quais reações físicas?
Tarefa entre sessões: treinar a respiração diafragmática e preencher as folhas testando
pensamentos
Sessão V
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- Ver as folhas de tarefa de casa trabalhando as dificuldades
- O terapeuta fornece uma explicação da habilidade dar e receber feedback e pede a algum
voluntário para fornecer um feedback da terapia até esse momento
- Avaliar dificuldades com respiração diafragmática
- Fazer o relaxamento muscular progressivo (adaptação do relaxamento descrito por
Jacobson, 1938 citado por Rangé, 2001)
Tarefa de casa: fazer o relaxamento ao menos 1 vez por dia, preencher a folha testando
pensamentos, identificando as principais distorções cognitivas
Sessão VI:
- Avaliar como foi o treino em relaxamento, tirar possíveis dúvidas.
- Explicar o conceito de habilidades sociais e a importância de desenvolver habilidades
sociais como ferramenta para manejo da ansiedade social.
- Introduzir a habilidade : escutar o outro
Tarefa entre sessões: se expor a situações sociais para escutar o outro e ler o ambiente