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Palavras-Chave: empresa aérea, desempenho, análise mundial.
Key words: airline, performance, world analysis.
Recommended Citation
Abstract
The competitiveness of airlines is a subject of great complexity, many are the factors that define passenger choice of travel or
decision of sending a cargo. Some of these factors are defined by airline managers and others are not controllable by airlines,
they depend on external environment factors. This article seeks to contribute for the knowledge increase about the relation
between passenger and cargo with airline revenue and profit, using Data Envelopment Analysis and statistics inference. So, it is
about a multicriteria analysis of a sample of companies from several parts of the world. The results show the position of
companies in relation to the efficiency frontier with respect to the use of its demands of passengers and cargo to produce
revenue and the trend between operational margin and net profits of the sample. The analysis indicates that many companies
must search for the improvement of its performance through the improvement of its portfolio of customers, searching a
combination of passengers and cargo that produces better aggregate value. The indiscriminate search for customers will not lead
to the waited results. Additionally, if it is observed that there is a reasonable relation between operational margin and net
profits, this fortifies the necessity of the control of the costs to get results for the shareholders.
Fernandes, E. and Pires, H. M. (2011) Desempenho de empresas aéreas: uma análise mundial. Journal of Transport Literature,
vol. 5, n. 3, pp. 123-140.
Elton Fernandes, Heloisa Márcia Pires
Resumo
A competitividade das empresas aéreas é um assunto de grande complexidade, muitos são os fatores que definem a escolha de
viagem de um passageiro ou decisão de envio de uma carga. Alguns desses fatores são definidos pelos gestores das empresas
aéreas e outros não são controláveis pelas empresas, dependem de fatores do ambiente externo à organização. Este artigo busca
contribuir para o aumento do conhecimento da relação passageiro e carga com a receita e lucro de empresas aéreas, utilizando
Análise Envoltória de Dados e inferência estatística. Trata-se de uma análise multivariável comparativa de uma amostra de
empresas de várias localidades do mundo. Os resultados mostram a posição das empresas em relação à fronteira da eficiência
com respeito ao uso de suas demandas de passageiros e carga para produzir receita e a tendência de relação entre margem
operacional e lucro líquido da amostra. A análise indica que muitas empresas devem buscar a melhoria do seu desempenho
através do aperfeiçoamento de seu portfólio de clientes, buscando uma combinação de passageiros e cargas que produza maior
valor agregado. A busca indiscriminada de clientes pode não levar aos resultados esperados. Adicionalmente, se observa que
existe uma razoável relação entre margem operacional e lucro líquido, o que fortalece a necessidade de controle dos custos para
se obter resultados para os acionistas.
This paper is downloadable at www.transport-literature.org/open-access.
■ JTL|RELIT is a fully electronic, peer-reviewed, open access, international journal focused on emerging transport markets and
published by BPTS - Brazilian Transport Planning Society. Website www.transport-literature.org. ISSN 2238-1031.
* Email: [email protected] .
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Journal of Transport Literature
Submitted 29 Dec 2010; received in revised form 25 Jan 2011; accepted 31 Jan 2011
Vol. 5, n. 3, pp. 123-140, Apr. 2011
Desempenho de empresas aéreas: uma análise mundial[Airlines performance: a world analysis]
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Brazil
B T P SB T P SB T P SB T P S
Brazilian Transportation Planning Society
www.transport-literature.org
JTL|RELITJTL|RELITJTL|RELITJTL|RELIT
ISSN 2238-1031
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1. Introdução
A indústria do transporte aéreo tem sido objeto de crescente desregulamentação ao longo
dos últimos anos em todas as partes do mundo. Embora, a intensidade desta
desregulamentação seja diferenciada entre países e blocos econômicos, existe uma
tendência de uniformização da regulação. Apesar desta tendência, existe uma divisão
geopolítica dos mercados, que procura atender aos interesses da sociedade de cada
economia, vide última rodada de Doha da Organização Mundial do Comércio, onde ficou
frustrada a intenção do Brasil de obter definições sobre redução de subsídios agrícolas
europeus e americanos. As empresas obtêm a licença para atuar fora das fronteiras
nacionais por acordos, na sua maior parte, de reciprocidade entre países e blocos
econômicos. A competição não é livre e os mercados são regulados com maior ou menor
intensidade. A busca de eficiência tem sido sinônimo de sobrevivência para as empresas,
uma vez que se observa uma queda das barreiras protecionistas de empresas nacionais no
setor de transporte aéreo. No entanto, diferenças entre países no que diz respeito a
impostos e taxas, a custos de insumos, a leis trabalhistas, as infra-estruturas aeronáutica e
aeroportuária, a economia de escala, a regulação entre outras tornam a competição
complexa e de difícil gerenciamento. Em um cenário instável e propenso a grandes
transformações, as empresas de transporte aéreo buscam a lucratividade e sobrevivência.
Países de dimensões continentais enfrentam o dilema de abrir a competição de seus
mercados domésticos às empresas internacionais, freqüentemente os tomadores de
decisão se vêem entre o dilema da soberania nacional ou eficiência do mercado. O
transporte aéreo, de forma geral, é responsável por um mercado de alto poder aquisitivo
de empresas e pessoas, um mercado de trabalho de empregos de qualidade, transporta
mercadorias de alto valor agregado, cria visibilidade dos países. American é sinônimo de
Estados Unidos, Air France sinônimo de França, Luthansa sinônimo de Alemanha e
assim por diante. O risco de sobrevivência aumentou de tal forma que não raro se observa
guerras de preços e competição predatória no setor, práticas que atingem a indústria em
cheio comprometendo a rentabilidade do negócio de transporte aéreo.
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Estudos mostram que o negócio de transporte aeroviário de passageiros e cargas requer
um imobilizado expressivo na composição do ativo. O capital fixo, para a constituição e
manutenção das operações da empresa é grande. Como opção à imobilização pode-se
fazer o arrendamento mercantil (leasing) das aeronaves. No contrato de leasing
operacional a empresa arcará com o custo do leasing não fazendo imobilização de capital.
Desta maneira, as empresas têm duas alternativas ao acesso às aeronaves que precisam
para a manutenção de seu negócio: a compra ou o leasing operacional do equipamento.
Em grande parte devido a necessidade de imobilizações, as empresas de aviação dão
especial atenção aos ganhos relativos às economias de escala. Quanto maior for a
empresa, menores serão seus custos fixos unitários. O tamanho representa, a princípio,
uma variável relevante no negócio.
No Brasil, existe uma tendência forte para abertura do mercado a empresas
internacionais. Em anos recentes, houve um aumento significativo da participação das
empresas internacionais no tráfego aéreo internacional de longo curso. A redução de
participação das empresas nacionais neste segmento do mercado tem levado a uma
grande preocupação sobre a capacidade competitiva destas empresas. Embora este artigo
não esteja dirigido para uma avaliação direta da competitividade das empresas brasileiras,
ele oferece uma avaliação da relação de indicadores econômicos e financeiros das
empresas com seus padrões operacionais. Esta análise é realizada através da Análise
Envoltória de Dados que busca identificar as empresas que apresentam os melhores
desempenhos com relação a um conjunto de dados. A análise dos dados abordou como
insumos passageiros carga e custos operacionais e como resultado receita líquida e lucro
líquido. As empresas foram analisadas como unidades que transformam seus insumos em
resultados. O uso da Análise Envoltória de Dados associada a inferência estatística
permite uma visualização preliminar da capacidade das empresas em transformar
insumos em resultados. Várias são as limitações de uma investigação genérica como a
apresentada neste artigo, no entanto, seus resultados dão uma visão geral comparativa de
capacidade de transformação de insumos em resultados e indicam para estudos mais
específicos sobre fatores competitivos que afetam o desempenho das empresas aéreas.
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2. Revisão da Literatura
O uso da Análise Envoltória de Dados para avaliação de desempenho de empresas aéreas
é recente, pode-se dizer que ele teve início nos anos 90 (Chan e Sueyoshi, 1991; Charnes
et al., 1996; Good et al., 1995; Tofallis, 1997). A partir de 2000 alguns trabalhos foram
publicados em periódicos científicos indexados pelo ISI Web of Knowledge (Capobianco
e Fernandes, 2004; Chiou e Chen, 2006; Fernandes e Capobianco, 2001; Greer, 2008;
Lin, 2008; Scheraga, 2004; Tsionas, 2003).
Segundo Araujo et al. (2008) e outros pesquisadores antes destes (Oum e Yu, 1998a e
1998b), a literatura sobre produtividade das empresas aéreas começa a ficar mais
aparente a partir dos movimentos de desregulamentação da indústria de transporte aéreo
nos Estados Unidos por volta de 1978. Os estudos sobre produtividade buscam comparar
fatores específicos com estrutura de capital, efeitos da regulação na produtividade,
produtividade do trabalho etc.
Em um recente artigo Greer (2008) examina as mudanças em produtividade das maiores
empresas aéreas americanas entre 2000 e 2004, utilizando Análise Envoltória de Dados.
Esta análise encontrou um significativo aumento de eficiência de uso dos insumos para
produzir resultados operacionais. Um ponto importante nesta análise é a identificação de
empresas líderes que se estabelecem como “benchmarking” para as demais. Como
estamos observando uma tendência, que podemos chamar de mundialização da regulação,
ou seja, uma equalização é de se esperar que as empresas passem a considerar
“benchmarkings” a nível mundial, sem levar em consideração as diferenças regionais.
Assim, os padrões da empresas líderes americanas, européias e asiáticas passam a ser a
principal referência para as empresas em todo o planeta.
3. Metodologia
A análise de desempenho das organizações tem sido uma tônica na rota de globalização
do mundo. Não há como competir neste cenário, com uma redução de barreiras à entrada,
sem uma contínua busca por um desempenho diferenciado, pode-se dizer mesmo
exclusivo. A busca desta performance diferenciada pode ser atingida através de caminhos
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distintos, no entanto a relação entre inputs, produtos, receita e lucros continua sempre
sendo um indicador de resultados de grande significado. Os caminhos trilhados por
estudiosos são fortemente influenciados pelo background de cada um, isto significa que
economistas, administradores, engenheiros etc. buscam formulações dirigidas pela visão
do mundo através de lentes específicas, dando uma visão parcial da questão. Um exemplo
da visão parcial da questão da produtividade das organizações é a eterna luta entre o
dimensionamento da parcela da produtividade das organizações atribuídas ao capital e ao
trabalho.
Portanto, basicamente, quando uma determinada quantidade de inputs ou produtos produz
maiores quantidades de outputs (receita e lucro), significa que houve um aumento na
produtividade. Se estivermos lidando com uma única variável de output e de input, esse
cálculo é simples, mas usualmente nos defrontamos com diversos tipos de inputs que são
agregados para produzirem alguns outros outputs (Lovell, 1993). Assim, para podemos
calcular a produtividade temos que conhecer e mensurar as diferentes variáveis que
compõem tanto os inputs quanto os outputs. Encontrar esta razão na prática é uma tarefa
bastante complexa já que a proporção de outputs pode mudar através do tempo ou mesmo
variar entre as empresas, dificultando a definição do output total. Isso se deve porque
dificilmente uma indústria produz somente um tipo de output. Às vezes, dependendo do
processo produtivo, é possível variar-se, dentro de certos limites, as quantidades e os
tipos dos produtos obtidos (por exemplo, carga e passageiros na geração de receita). Para
se agregar outputs num único valor, torna-se necessário utilizar alguma ponderação de
acordo com a importância relativa de cada output. No que se refere aos inputs, da mesma
forma que os outputs, são de difícil mensuração adequada, pois diversos inputs como
equipamento, energia, matérias primas, mão-de-obra etc. devem ser agregados para
poderem produzir os outputs.
Existem duas maneiras de se mensurar tanto os outputs quanto os inputs: fisicamente i.e.
as quantidades dos diversos tipos de produtos fabricados, o número total de empregados,
o número de passageiros transportados etc. e financeiramente, o que corresponde a receita
total da produção, o valor da mão-de-obra, o desempenho do capital, etc. Examinado o
relacionamento entre os outputs e os inputs, verificamos que aparecem dois tipos básicos
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de produtividade: total e parcial. A produtividade total mensura o relacionamento entre
todos os inputs e todos os outputs, e, por conseguinte, refletindo o impacto do conjunto
de todos os insumos para fabricar os produtos.
Com a dificuldade de se calcular índices de produtividade globais, passou-se a
desenvolver medidas de produtividade parciais. Esses índices parciais mensuram a razão
de um ou mais outputs para um ou mais inputs, fornecendo uma indicação parcial ao
invés de uma indicação total. Essas medidas parciais de produtividade têm a grande
desvantagem de não fornecerem um quadro completo da situação, o que sem dúvida
alguma é uma limitação. Por exemplo, uma empresa pode em uma determinada etapa de
um processo produtivo utilizar mais recursos de mão-de-obra do que outra firma que tem
essa mesma etapa do processo mais automatizada. Com o cálculo da produtividade
parcial de mão-de-obra, estaremos fazendo uma análise localizada, esquecendo do
conjunto. Ou seja, uma firma é mais produtiva do que a outra em relação a um insumo,
no caso, a energia elétrica. Não se pode esquecer que estamos nos referindo a apenas uma
etapa do processo de produção. Isto não significa, necessariamente, que uma empresa é
mais produtiva do que a outra, pois aspectos relevantes do processo total podem não
terem sido considerados.
A ferramenta denominada Análise Envoltória de Dados (Data Envelopment Analysis -
DEA) é um método de programação linear não paramétrico destinado a mensurar a
performance de uma firma, organização, programa, i.e., o que for produzido pelas
decision-making units (DMU). Em nosso estudo as DMUs são as empresas aéreas. Esse
procedimento é uma técnica matemática baseada em programação linear a qual não
necessita que a forma funcional relacionando os inputs aos outputs seja especificada. O
DEA otimiza cada observação com o intuito de se construir a Fronteira de Eficiência.
Esta consiste em uma curva discreta formada unicamente por DMUs eficientes.
Evidentemente, deve-se ter em mente que se estamos nos referindo a eficiência relativa,
já que estamos lidando com amostras. A partir da determinação da fronteira passe a se ter
o benchmarking de eficiência da amostra.
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Charnes et al. (1994) colocam que o DEA envolve um princípio alternativo para se
extrair informação sobre um conjunto de observações. Em contraste com as abordagens
paramétricas, cujo objetivo é otimizar um plano de regressão através da análise dos
dados, o DEA otimiza sobre cada observação, com o objetivo de calcular uma fronteira
determinada pelas DMUs Pareto-eficientes. É importante notar que na abordagem DEA
pode se encontrar DMUs em áreas Pareto-não-eficientes, o que requer cuidado na
interpretação dos resultados (Fernandes et al. 2008).
Charnes et al. (1994) apresentam as diversas formulações desenvolvidas para a
abordagem do DEA. Na pesquisa desenvolvida para este estudo a questão principal diz
respeito a minimização de input e maximização de output que as organizações podem
realizar. Desta forma, foram utilizadas as orientações input e output num modelo de
rendimento variável de escala (VRS), uma vez que o artigo se refere a organizações de
tamanhos diversos. No caso que estamos analisando, verifica-se a convexidade da
fronteira de eficiência. As DMUs sobre a fronteira de eficiência com escala inferior ao
encontro da reta de retornos constantes de escala com esta fronteira apresentam retornos
crescentes de escala, aquelas superiores apresentam retornos decrescentes de escala
(Banker et al. 1984). Os modelos BCC-I e BCC-O propostos são detalhados em Cooper
et al. (2007). Estes modelos são conhecidos como BCC (variáveis de escala), sendo esta
sigla uma homenagem a seus formuladores Banker et al. (1984).
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4. Estudo de Caso
Para análise de um estudo de caso se selecionou 44 empresas, envolvendo Europa,
América do Norte e América do Sul. Os dados básicos encontram-se no Anexo 1. As
empresas foram selecionadas da base de dados ATW (2007b) e IATA (2007) entre
aquelas que possuiam os dados definidos para a análise DEA, inputs e outputs:
PAX – passageiros quilômetros transportados em milhares (Input);
FRT – toneladas quilômetros de carga transportadas em milhares (Input);
CDO – Custo operacional em US $ milhões (2006) (Input);
RL – Receita líquida em US $ milhões (2006) (Output);
LL – Lucro líquido em US $ milhões (2006) (Output).
Os modelos de DEA e nomenclatura utilizada para as DMUs é a seguinte:
BCC-I – Resultado do modelo DEA de retorno variável de escala orientado para
input (insumo) - Cooper et al. (2007);
BCC-O – Resultado do modelo DEA de retorno variável de escala orientado para
output (resultado) - Cooper et al. (2007);
EMP – Sigla da empresa aérea em IATA (2007) (Quadro 1).
As características de cada empresa podem ser encontradas em ATW (2007a). Como
passageiros e carga fazem parte das variáveis do estudo, nenhuma empresa somente
cargueira foi selecionada. Partiu-se dos dados operacionais da IATA (2007) para o ano de
2006 e dos dados financeiros da ATW (2007) para 2006. O primeiro passo foi verificar a
existência de dados coincidentes. O segundo passo foi eliminar outlyers, ou empresas
com dados incoerentes. Neste sentido, se obteve as empresas da amostra. Um perfil da
amostra de empresas do presente estudo é mostrado nas Figuras 1 a 3.
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10%
20%
30%
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50%
60%
70%
80%
90%
100%
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
RL
Empresas
Figura 1 - Curva de Lorentz para receita líquida, 2006
0%
10%
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60%
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0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
PA
X
Empresas
Figura 2 - Curva de Lorentz para passageiros, 2006
0%
10%
20%
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0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
FR
T
Empresas
Figura 3 - Curva de Lorentz para carga, 2006
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A Curva de Lorentz para a amostra de empresas de aviação mostra que aproximadamente
60% do total da receita líquida de 2006 foram de 20% das empresas selecionadas.
Comportamento semelhante pode ser verificado no caso de passageiros. Por outro lado,
65% da carga esteve concentrada em 20% das empresas. No caso da carga, pode-se
considerar que a concentração é ainda maior, pois não foram incluídas empresas
cargueiras na amostra. O comportamento da concentração de passageiros é semelhante à
receita.
A figura 4 mostra que existe uma relação razoável entre a margem operacional
(RL/CDO) e a relação lucro líquido e custo operacional (LL/CDO). Uma empresa que se
destaca é a Singapore Airlines (SQ). Pode-se observar nesta figura que a única empresa
brasileira do estudo TAM (JJ) está exatamente na reta de tendência. O Quadro 1 mostra
as relações LL/CDO e RL/CDO para todas as empresas do estudo.
AFKL
AA
US/FJ
SQ
SK
JJ
WF
CM
FI
ZL
LH/HM
(LL/CDO) = 3,2843(RL/CDO)3 - 10,196(RL/CDO)2 + 11,193(RL/CDO) - 4,2739
R² = 0,7216
0%
2%
4%
6%
8%
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14%
16%
18%
20%
100% 105% 110% 115% 120% 125%
LL
/C
DO
RL/CDO
Empresas Aéreas - Relação Lucro e Receita por Custo
Linha de tendência
Figura 4 – Relação margem operacional e lucro líquido das empresas aéreas da
amostra, 2006
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5. Resultados
O posicionamento em relação à fronteira da eficiência nos modelos DEA orientados para
input e output, considerando 3 inputs e 2 outputs (BCC-I e BCC-O) estão mostrados no
Quadro 1. Doze empresas apareceram na fronteira da eficiência em ambas as abordagens
e com apenas com uma exceção (Mahan Air), o posicionamento com relação à orientação
input é próximo ao posicionamento com relação à output. Este é um primeiro indicador
de consistência da análise de eficiência. No entanto, Cooper et al. (2007) recomenda que
se busque olhar a questão da eficiência sobre vários ângulos, de maneira a que a análise
não fique tendenciosa por uma característica peculiar de uma DMU. Por exemplo, a
empresa Regional Express possui uma relação PAX/RL bastante elevada comparada com
as demais. De outra forma, ela tem uma relação de FRT/RL bastante baixa. Assim, trata-
se de uma empresa focada em passageiros. Quando se analisa o número de vezes que esta
empresa aparece como referência para aquelas fora da fronteira, se observa que foi uma
vez no modelo BCC-I e nenhuma no modelo BCC-O. Isto indica um posicionamento
isolado dos padrões das demais empresas. As empresas que aparecem como referência
com mais freqüência no modelo BCC-I são: US Airways (6), Air Seychelles (6),
Singapore Airlines (8), Air Pacific (11), Icelandair (12), Scandinavian Airlines (14),
Copa (22) e Lufthansa (28). As Empresas que aparecem com referência com mais
freqüência no modelo BCC-O são: Air Seychelles (5), US Airways (8), Singapore
Airlines (9), Air Pacific (9), Icelandair (11), Scandinavian Airlines (13), Copa (21) e
Lufthansa (30). Estas empresas aparecem como as referências em transformar seus
produtos em receita e lucratividade.
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Quadro 1 – Variáveis e resultados dos modelos DEA das empresas aéreas, 2006
Sigla Empresa PAX/RL FRT/RL RL/CDO LL/CDO BCC-I BCC-O AFKL Air France-KLM 2333 46 106% 4% 100% 100% LH Lufthansa 2013 47 107% 4% 100% 100% AA American Airlines 4425 23 105% 1% 100% 100% US US Airways 3157 6 105% 3% 100% 100% SQ Singapore Airlines 1887 135 110% 16% 100% 100% SK Scandinavian Airlines 2830 12 102% 8% 100% 100% CM Copa 2554 21 124% 20% 100% 100% FI Icelandair 1935 74 106% 5% 100% 100% WF Wideroe 4439 1 101% 1% 100% 100% FJ Air Pacific 2552 65 105% 3% 100% 100% ZL Regional Express 10013 7 113% 10% 100% 100% HM Air Seychelles 5078 43 107% 4% 100% 100% BA British Airways 2166 42 113% 6% 99% 99% JP Adria Airways 4256 21 101% 0% 97% 95% EK Emirates 1976 134 112% 12% 96% 96% QF Qantas 2390 43 106% 4% 92% 92% CX Cathay Pacific 2139 154 109% 8% 88% 88% JK Spanair 5650 6 102% 1% 85% 88% CO Continental Airlines 3566 17 104% 3% 84% 92% CS Continen. Micronesia 3048 42 113% 8% 84% 82% SU Aeroflot 2615 51 119% 13% 82% 81% SA South African Airw. 2527 63 102% 3% 80% 80% TP TAP - Air Portugal 3326 29 102% 0% 77% 78% KE Korean Air 2555 186 107% 5% 74% 75% CI China Airlines 2629 359 102% 1% 72% 72% W5 Mahan Air 8907 46 108% 4% 70% 44% LX SWISS 3125 57 106% 7% 69% 70% ET Ethiopian Airlines 3293 82 105% 3% 67% 65% IB Iberia 3910 31 102% 1% 67% 67% LA Lan Airlines 2918 147 111% 9% 66% 66% RJ Royal Jordanian 3140 102 103% 2% 66% 64% NH All Nippon Airways 3896 52 106% 2% 61% 65% TG Thai Airways 3754 116 110% 5% 53% 53% NZ Air New Zealand 5238 52 103% 3% 48% 48% TK Turkish Airlines 5804 45 102% 5% 45% 45% MI Silkair 7352 80 104% 6% 45% 35% JJ TAM Linhas Aéreas 6651 32 117% 13% 42% 42% UL Srilankan Airlines 5252 165 101% 1% 40% 38% PR Philippine Airlines 5539 110 102% 2% 40% 38% AV Avianca 6402 60 108% 1% 39% 40% CA Air China Limited 5448 143 106% 8% 37% 37% IC Indian Airlines 7029 75 101% 1% 35% 35% 9W Jet Airways 7785 91 113% 8% 31% 31% CZ China Southern Airl. 7980 129 101% 0% 28% 29%
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6. Discussão
A análise DEA pode ser visualizada quando consideramos dois inputs e um output
(FRT/RL e PAX/RL) (Cooper et al., 2007). Esta visualização ajuda a dar consistência à
análise. Grandes empresas como British Airways e Air France-KLM não se mostraram
como referência, mas na análise da Figura 5 pode-se observar que estas empresas estão
próximas à fronteira de eficiência e podem ser consideradas. Um caso especial é da
American Airlines que na análise dos modelos BCC-I e O apareceu na fronteira, mas não
foi referência para outras empresas. Isto se confirma na análise da figura 5. A American
Airlines fica longe da fronteira e próxima a uma área Pareto-não-eficiente (Fernandes et
al., 2007). A empresa brasileira TAM apresentou em 2006 uma excelente lucratividade,
no entanto, seria difícil dizer que ela possui parâmetros sólidos para manter esta
lucratividade.
A proximidade das empresas asiáticas e do oriente médio da fronteira de eficiência (vide
Quadro 1), mostra que está havendo um catch-up das empresas de transporte aéreo em
relação à operação de empresas pioneiras americanas e européias. A empresa brasileira
que faz parte do estudo não apresenta um posicionamento favorável. A análise aqui
desenvolvida não contempla todas as empresas importantes em operação, sendo assim,
esta é uma limitação do estudo. No entanto, ela tem uma amostra significativa das
empresas de transporte de passageiros a nível mundial.
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AFKL
LHAA
BACO
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0
50
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200
250
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0 2000 4000 6000 8000 10000 12000
FR
T/
RL
PAX/RL
Fronteira da eficiência
Figura 5 – Fronteira da eficiência da relação passageiros e carga com a receita
líquida das empresas aéreas da amostra, 2006
Conclusões
A análise DEA identificou várias grandes empresas mundiais fora da fronteira da
eficiência como Continental Airlines, All Nippon Airways, Korean Air, Iberia entre
outras. A American Airlines, um caso especial, que nas análises dos modelos BCC-I e
BCC-O se encontra na fronteira, mas através de uma observação de outros elementos se
encontra fora da fronteira. A análise aqui apresentada não foi exaustiva, incluindo todas
as empresas ou considerando todos os elementos definidores de uma operação de
transporte aéreo eficiente e sustentável, no entanto, indica que a busca de operações com
valor agregado para passageiros e carga é um importante fator na composição de receitas
das empresas. Pode-se observar que os resultados deste estudo são preliminares e que são
necessárias outras análises para se testar com mais segurança os parâmetros que levam as
empresas para a fronteira da eficiência ou a estarem fora dela. O estudo está limitado ao
ano de 2006, assim, uma série histórica com vários anos daria mais consistência aos
resultados. Uma hipótese interessante para futuros estudos é se a economia de escala é
um fator fundamental para a sustentabilidade das empresas de transporte aéreo.
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ANEXO 1 – Dados das empresas aéreas, 2006
Empresa PAX FRT CDO RL LL Air France-KLM 71.777.638 1.404.790 29.108 30.765 1.092 Lufthansa 51.212.907 1.201.374 23.782 25.447 1.030 American Airlines 99.834.761 519.995 21.503 22.563 231 US Airways 36.483.394 73.408 10.999 11.557 304 Singapore Airlines 18.022.009 1.292.768 8.685 9.549 1.404 Scandinavian Airlines 25.098.816 106.715 8.703 8.868 692 Copa 2.173.830 18.081 684 851 134 Icelandair 1.536.213 58.641 747 794 37 Wideroe 1.906.054 461 424 429 3 Air Pacific 630.734 15.996 236 247 8 Regional Express 1.273.697 911 113 127 12 Air Seychelles 438.835 3.740 81 86 3 British Airways 36.086.877 694.428 14.756 16.663 859 Adria Airways 850.002 4.181 199 200 0 Emirates 16.747.667 1.136.132 7.562 8.475 942 Qantas 23.805.278 423.687 9.431 9.961 350 Cathay Pacific 16.667.005 1.198.678 7.124 7.793 548 Spanair 9.082.431 9.586 1.577 1.608 14 Continental Airlines 46.818.302 217.530 12.660 13.128 343 Continental Micronesia 1.476.993 20.351 427 485 36 Aeroflot 7.232.727 141.387 2.322 2.766 309 South African Airways 7.715.488 191.172 3.002 3.053 83 TAP - Air Portugal 7.080.970 60.970 2.090 2.129 9 Korean Air 21.967.135 1.600.511 8.069 8.598 367 China Airlines 9.837.589 1.343.793 3.655 3.742 23 Mahan Air 873.758 4.542 91 98 4 Swiss 10.637.588 195.105 3.215 3.404 216 Ethiopian Airlines 1.953.882 48.706 567 593 15 Iberia 27.571.131 221.757 6.893 7.051 74 Lan Airlines 8.854.379 445.075 2.731 3.034 241 Royal Jordanian 1.965.537 63.703 608 626 10 All Nippon Airways 49.226.247 658.711 11.872 12.635 274 Thai Airways 18.204.379 561.728 4.396 4.849 239 Air New Zealand 12.063.629 118.839 2.242 2.303 58 Turkish Airlines 16.437.100 127.720 2.770 2.832 132 Silkair 1.564.545 16.919 205 213 13 TAM Linhas Aéreas 22.778.912 109.161 2.915 3.425 378 Srilankan Airlines 3.121.565 98.070 587 594 8 Philippine Airlines 6.867.766 136.840 1.220 1.240 29 Avianca 7.417.138 69.420 1.068 1.159 13 Air China Limited 31.314.550 822.094 5.424 5.748 423 Indian Airlines 9.083.722 97.154 1.275 1.292 11 Jet Airways 10.705.839 124.783 1.213 1.375 101 China Southern Airlines 48.511.929 786.538 6.039 6.079 26
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