J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I 1º lugar no Innovation Challenge Página 5 Noite de Teatro Página 9 O que é uma república ? € 0,50 À conversa com Olga Moutinho ―Aurélia‖ 50 Entre as 20 melhores ideias Carlos Costa na ESAS Visitas de estudo Entrevistas Livros Moda Passatempos2º Prémio Ecológico Página 16
Edição de Junho de JornalESAS, jornal da Escola Secundária Aurélia de Sousa, Porto
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J U N H O 2 0 1 0 I N Ú M E R O X X V I I
1º lugar no Innovation Challenge
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Noite de Teatro
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O que é uma república
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2º Prémio Ecológico
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À conversa com Olga Moutinho Presidente do Conselho Geral Entrevistada por de Vanessa d’Orey (10ºF) e Diana Castro (10ºG)
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O Conselho Geral (C.G.) é um
órgão de direcção que foi criado
pelo Decreto-Lei 75/2008, vindo
substituir a Assembleia, com o
objectivo de reforçar a participação das
famílias e da comunidade na direcção estra-
tégica dos estabelecimentos de ensino.
De acordo com as necessidades identifica-
das pela tutela, tornava-se necessário
garantir os direitos da participação não
apenas aos responsáveis pelo processo edu-
cativo — o pessoal docente — mas também
alargar o poder de intervenção de todos
quantos mantêm um interesse legítimo na
vida e nas actividades da escola, asseguran-
do simultaneamente, a integração da escola
na comunidade que serve.
Para a consecução desta finalidade, têm
obrigatoriamente assento no Conselho Geral
o pessoal docente e não docente, os alunos
do ensino secundário, os pais e encarrega-
dos de educação, a autarquia e a comunida-
de local. Na nossa escola, dando cumpri-
mento ao determinado no Regulamento
Interno, a cooptação dos membros da comu-
nidade obedeceu a critérios que se prendem
com o nosso projecto educativo e com as
linhas de força do Plano Anual de Activida-
des. Essa representação está a cargo da
FEUP, da AMA e do IPATIMUP— instituições
com as quais mantemos já há algum tempo
parcerias e cuja inclusão no C.G. se afigurou
vantajosa.
O C.G é portanto um órgão colegial—com
poderes alargados relativamente ao órgão
que veio substituir — a quem compete a
aprovação das regras essenciais do funciona-
mento da escola, decisões estratégicas e de
planeamento e a avaliação e acompanha-
mento da sua concretização. É, por exem-
plo, neste órgão que são definidas as linhas
orientadoras para a elaboração da proposta
anual do orçamento, ou seja, que estabele-
cem critérios quanto às despesas prioritá-
rias—depois de garantido o pagamento de
gastos correntes—assegurando-se que crité-
rios de natureza pedagógica se sobrepo-
nham aos demais. Cabe ainda ao C.G. ava-
liar as candidaturas ao cargo de director,
proceder à sua eleição e conferir-lhe posse.
O director, esse primeiro responsável da
escola dotado dos poderes necessários para
executar localmente as medidas da política
educativa e para implementar o projecto
educativo da escola, tem dever de ―prestar
contas‖ perante o C.G., que dará o aval à
sua acção educativa, podendo dirigir-lhe
recomendações que visem a melhoria do
serviço prestado, ou que, em casos extre-
mos, presumo, o poderá demitir.
Em que medida o Conselho Geral pode
melhorar a vida da Escola?
Sendo o C.G. um órgão colegial constituído
por pessoas de diferentes áreas académicas
e profissionais é óbvio que essa perspectiva
transversal mais ampla do saber se traduz
no enriquecimento próprio da partilha de
experiências. Penso não dever considerar-
se presunção assumir que todos os membros
do Conselho Geral tenham «aprendido»
alguma coisa pelo facto de fazerem parte
deste órgão.
Há que sublinhar que, sendo as linhas de
acção, as práticas da Escola amplamente
expostas e exaustivamente debatidas, há
sempre questões e problemas para os quais
encontramos ajuda no C.G.. É nítido e com-
pensador poder verificar a cumplicidade de
todos na busca de soluções para os proble-
mas detectados.
A título de exemplo, refiro que a Escola
aderiu a um programa de auto-avaliação
por sugestão do representante da FEUP,
que, ao dar-nos a conhecer essa ferramen-
ta, impediu que tivéssemos aderido a um
outro serviço que teria ficado extremamen-
te dispendioso.
Também o Regulamento Interno vigente
este ano lectivo apresentou um novo rosto,
um novo formato. Tal ficou a dever-se à
sugestão de uma representante da APESAS,
que, devido à sua formação na área de
Direito, considerou que o documento deve-
ria organizar-se por secções e artigos a
exemplo do que acontece com as leis. Esta
ideia foi acolhida pela equipa redactora e
dela resultou, inequivocamente, um RI mais
organizado e de mais fácil leitura.
E estes são apenas dois exemplos.
A cooperação entre os diversos sectores
presentes no C. G. é pois frutífera. Como a
nossa Directora costuma dizer «a Escola
não se fecha em si mesmo». A Escola está,
efectivamente, aberta ao exterior, está
atenta às vozes que se fazem ouvir no sen-
tido de introduzir melhorias no nosso rumo
educativo.
E o C. G. é o espaço privilegiado para a
partilha e o saber ouvir.
Até agora, qual considera ser o momento
mais marcante do seu mandato?
Apesar de outros momentos particularmen-
te gratificantes, destacaria como o momen-
to mais marcante desta minha experiência
como Presidente do Conselho Geral o facto
de ter participado, ainda como Presidente
do Conselho Geral Transitório no processo
de recrutamento do Director. Aquando da
alteração legislativa que pôs fim aos Conse-
lhos Executivos e a uma eleição deste órgão
de gestão em que participavam todos os
docentes, foi para mim motivo de grande
regozijo fazer parte da comissão especiali-
zada que avalizou a candidatura da Profes-
sora Delfina Rodrigues por se tratar de
alguém que, enquanto Presidente do Con-
selho Executivo, dera já provas de dedica-
ção e competência e que, paralelamente,
era o garante da manutenção de um clima
de escola afável sem, no entanto, perder
de vista a necessidade de dar continuidade
a um serviço público de qualidade e de
rigor que tinha (e tem) caracterizado a
nossa prática educativa, e que torna a
Aurélia de Sousa uma escola de referência
na cidade.
Numa altura em que, por força de lei, o
Director é investido de novos e mais alarga-
dos poderes foi reconfortante e tranquiliza-
dor «entregar» essa responsabilidade à
Professora Delfina Rodrigues. Presidir à sua
tomada de posse foi mais um motivo de
orgulho pessoal.
―Aurélia‖ – de Escola Industrial a Secundária
Texto de Fernanda Melo e Elsa Rocha - Professoras Grupo Aurélia 50
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A Escola Secundária Aurélia de Sousa é assim
denominada a partir da publicação da Porta-
ria 608/79 de 22 de Novembro, data em que
se uniformiza a designação das antigas esco-
las industriais, comerciais e liceus para escolas secun-
dárias. Esta alteração reflecte as preocupações demo-
cratizantes do poder político que resulta da Revolução
de 25 de Abril de 1974, crente que, até então, a sepa-
ração dos dois tipos de ensino acarretava a estigmati-
zação social dos alunos que frequentavam as escolas
técnicas.
A primeira Escola Aurélia de Sousa foi criada em
1948, através do Decreto-Lei 37028, de 25 de Agosto,
no âmbito da Reforma do Ensino Técnico levada a
cabo pelo Estado Novo no pós – guerra, com a dupla
finalidade de desenvolver uma alternativa ao ensino
liceal e de preparar operários e técnicos para os pro-
jectos de industrialização em curso.
Surge, assim, a Escola Industrial Aurélia de Sousa,
para frequência exclusivamente feminina, na qual se
vão ministrar, após um Ciclo preparatório de dois
anos, o Curso Geral de Formação Feminina, quatro
anos, e as especializações em Bordadeira / Rendeira,
Modista de Vestidos e Roupa Branca, dois anos.
É, no entanto, durante a vigência da 1ª República que
se encontram os primórdios deste ensino técnico
feminino na cidade do Porto. Em 1925, na Escola
Industrial Faria Guimarães, até então destinada ao
ensino de rapazes, é criado, para estudantes do sexo
feminino, o curso de Lavores Femininos.
Os governos da República davam sinal da vontade de
alterar o estado de atraso económico e social em que
se encontrava o país, marcado pela enorme percenta-
gem de analfabetos que ascendia aos 69,6 % em 1911.
Apesar dessa vontade, os problemas de ordem política
e financeira que a marcaram impediram a criação de
condições minimamente dignas para o funcionamento
deste incipiente ensino técnico feminino.
A Escola Industrial Faria Guimarães é extinta pelo já
citado Decreto – Lei 37028, criando – se, em sua subs-
tituição, a Escola de Artes Decorativas Soares dos
Reis, uma Escola Técnica Elementar na zona oriental
da cidade e a Escola Industrial Aurélia de Sousa, a
«nossa» actual ESAS.
―A nossa empresa foi seleccionada entre as 20 empresas apuradas a nível nacional!‖
Por Maria Manuel do 12ºE
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A o longo do ano, as turmas do
Curso de Ciências Socioeconó-
micas desenvolveram um pro-
jecto denominado ―A Empre-
sa‖ da JuniorAchievement. Deste modo,
surgiu o desafio de nos juntarmos em
grupo e criar a nossa Mini-Empresa com
um ciclo empresarial comum às empre-
sas ditas reais. A JuniorHart, AE é uma
jovem empresa criada no âmbito deste
projecto por quatro alunos do 12ºE.
Durante o ano vimos a nossa empresa
crescer e, para isso, tivemos que reali-
zar um conjunto de actividades que nos
permitiram ter sucesso como, por exem-
plo, a elaboração do plano de negócios,
de estudos de mercado etc. No decorrer
do projecto surgiu a oportunidade de
nos candidatarmos à competição nacio-
nal que é celebrada anualmente pela
Junior Achievement Portugal . Neste
evento, as Mini-Empresas seleccionadas
apresentam, orgulhosamente, os resul-
tados do seu negócio e dos conhecimen-
tos adquiridos. Esta apresentação é fei-
ta perante um painel de júris que irá
avaliar de que forma cada equipa vai ao
encontro dos critérios estabelecidos. A
JuniorHart, AE concorreu e ficou selec-
cionada entre as 20 empresas apuradas
a nível nacional! Por conseguinte, pre-
parámos bem a apresentação e o nosso
relatório final de actividades e fomos a
Lisboa, no passado dia 2 de Junho,
expor a nossa ideia de negócio. Infeliz-
mente, não ficámos no pódio mas a
experiência de estar presente e parti-
cipar num evento desta dimensão já
foi muito gratificante para nós, jovens
gestores.
Os alunos na apresentação da sua ideia de negócio — Lisboa
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Centenário da República Entrevista à professora Mª João Cerqueira
O que significa ser republicano?
Antes de pensar o termo ―republicano‖
é necessário falar de ―república‖.
República, res publica, ou seja, um
bem comum, um regime que é feito
para estar ao serviço de todos. Ser
republicano é respeitar a diferença, a
educação, a cultura, a cidadania…
Ainda faz sentido ser republicano nos
dias de hoje?
Faz sentido, claro, se tivermos uma
República que seja uma democracia
autêntica, que respeite as diversas
opiniões. Nem sempre se pode asso-
ciar, como normalmente se faz, repú-
blica com democracia e monarquia com
ditadura. Há repúblicas que são ditadu-
ras e nós temos um bom exemplo: o
Estado Novo; e monarquias que são
democracias exemplares. O importante
não é a república e a monarquia, mas
sim a democracia.
Concorda com a forma como é abor-
dado o tema no Ensino Básico e
Secundário?
Seria impensável que os programas de
História não abordassem o tema
―república‖. Penso que no que diz res-
peito à Primeira República Portuguesa,
aquilo que perdura mais na memória
dos alunos são os aspectos negativos,
aquilo que afinal explica a sua curta
duração. E muitas vezes é colocado
num plano perfeitamente secundário o
papel que ela desempenhou, por exem-
plo, na educação. Esta foi um dos prin-
cipais objectivos dos republicanos,
embora não tenha sido concretizado
como quereriam, devido ao fraco esta-
do das finanças. Mas conseguiram redu-
zir o analfabetismo - o que tem lógica
visto que defendiam o Sufrágio Univer-
sal - e criar duas novas Universidades:
a do Porto e a de Lisboa, criando ainda
o ensino para adultos e bibliotecas
itinerantes. É também preciso chamar
a atenção dos alunos para os valores
republicanos: o laicismo, a igualdade
de direitos e de oportunidades, os
direitos naturais, o dever de respeito
pela cultura e pelas ciências e ainda a
defesa de uma educação para a cidada-
nia - aliás o tema do nosso Projecto
Educativo há já vários anos.
Quais as actividades mais significati-
vas levadas a cabo pela ESAS, nas
Comemorações do Centenário da
República?
O grupo de História resolveu, desde o
início do ano, realizar algumas activi-
dades comemorativas do Centenário da
implantação da I República. Comemo-
rou-se a revolução republicana de 31
de Janeiro de 1891 com uma exposição
de trabalhos dos alunos do 9º ano e a
passagem de imagens no ―open space‖,
ao longo do dia, sobre o Porto e a revo-
lução falhada; têm sido publicados num
blogue (http://
centenariorepublicae-
sas2010.blogspot.com/) os trabalhos
que têm estado a ser realizados pelos
alunos do Básico e Secundário. Em
colaboração com o clube de dança e
com a Biblioteca foi realizado um
sarau. Foi um encontro com a Dança, a
Poesia e a História, no dia 30 de Abril.
Tem havido a preocupação de divulgar
as diversas efemérides que, pelo país
inteiro, mas sobretudo no Porto, têm
sido realizadas – colóquios, exposições,
conferências… E pensamos ainda iniciar
o próximo ano lectivo, nas proximida-
des do dia 5 de Outubro, com mais
algumas actividades…
Ser republi-
cano é res-
peitar a
diferença,
a educação,
a cultura, a
cidadania… Entrevistada por Pedro Gomes
e Patrícia Costa do 10ºG
No ano das comemorações do Centenário da República, o JORNALESAS encontrou-se com a professora de História e Coordenadora do Departamento das Ciências Sociais e Huma-nas que gentilmente nos deu uma entrevista. O seu enorme interesse histórico e cultural é inquestionável.
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―Em Torno do Trono‖
Coreografia ―Em Torno do Trono‖
pelo Grupo de Dança Contemporânea.
Recordamos Guerra Junqueiro: poeta, portuense e repu-
blicano que defendia uma república ampla e participati-
va e que afirmava que ―o que não tem música não tem
jeito‖. Em ―Em Torno do Trono‖ as cadeiras são símbolo
do poder e pretendemos gritar bem alto a nossa vonta-
de em participar activamente nas tomadas de decisão!
Nós somos … o futuro da República!!!
Banda Sonora: O cavaleiro Andante, Lágrima e In Pace –
Finis in: A Música de Junqueiro – Som e Imagem, Uni-
versidade Católica Portuguesa (Porto).
Sinopse do espectáculo:
Tendo como pano de fundo o centenário da implan-
tação da República e pretendendo comemorar datas
marcantes de Abril como o dia do livro, o dia da liber-
dade e o dia mundial da dança, tentámos ao realizar
"Encontros..." lançar um olhar cruzado sobre a Dança,
a Poesia e a História tendo como fio condutor os
temas da cultura e da liberdade.
Em Torno do Trono!
Por Mariana Barros do 9ºC
Do alto do nosso trono,
Vimos quanto é pequeno o mundo
E grande a miséria humana
Somos a República – vento furibundo
Somos o poder e a mudança
Pára. Vê. Escuta:
Movemos o mundo com esta dança.
Sopram Ventos de Mudança!!!... Por Mariana Barros do 9ºC
Sopram ventos de mudança no início do Século XX …
Voam a arte, a literatura, a política e a dança.
Em Portugal dá-se a implantação da República e os ven-
tos do modernismo encontram território fértil para se
instalar.
A Dança também inicia a sua viagem para o moderno.
Apanha os ventos que soltam o movimento no espaço,
liberta-se da rigidez do Ballet Clássico dando azo à livre
expressividade do corpo. Em Paris, nascem os ―Ballets
Russes‖.
Sopram os ventos … trazem a mudança.
Renova-se a mentalidade e constrói-se o futuro século
XXI, onde, algures no Mundo, um Grupo de Dança se
entregará ao conforto da liberdade, expressa em movi-
mento, evocando Parade: um bailado da Companhia
―Ballets Russes‖ com cenários de Picasso e música de
Eric Satie.
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Regina Quintanilha Por Marina Mamede do 11ºE
R egina da Gló-
ria Pinto de
Magalhães
Quintanilha
nasceu a 9 de Maio de
1893 em Miranda do
Douro, e foi a primeira
advogada portuguesa da
1º República.
A 6 de Setembro de
1910, apenas com 17
anos, Regina Quintani-
lha requer a sua matrí-
cula na Faculdade de
Direito de Coimbra,
onde a 24 de Outubro
do mesmo ano dá entra-
da.
De referir que em ter-
mos de Educação, a
escolaridade obrigatória em 1910 era dos 7 aos 11 anos, pois
para as mulheres apenas se desejava que fossem esposas obe-
dientes e boas mães.
Regina Quintanilha foi uma excepção, pois recebeu autoriza-
ção para exercer advocacia, quando este exercício ainda era
vedado às mulheres, de acordo com o Código Civil de 1867.
Com licença certificada pelo Presidente do Supremo Tribunal
de Justiça, veste a toga no Tribunal da Boa-Hora, em Lisboa,
a 14 de Novembro de 1913.
Regina Quintanilha vai também exercer funções como Conser-
vadora do Registo Predial e Notária.
Sob a névoa de mentalidades que ainda não se encontravam
preparadas para aceitar a afirmação feminina, são várias as
vozes portuguesas que não hesitam em denegrir a imagem das
mulheres que exercem uma profissão liberal, o que leva Regi-
na a partir para o Brasil, onde vai colaborar na Reforma da
Lei Brasileira. Estabelece escritórios tanto no Rio de Janeiro
como em Nova Iorque e é advogada de várias empresas fran-
cesas. Anos mais tarde volta para Portugal onde virá a falecer
a 19 de Março de 1967, em Lisboa.
Esta mulher que se tornou a primeira advogada portuguesa,
abriu o caminho, deu a lição, autonomizou-se e mostrou que
era possível fazer a diferença, sendo considerada um exemplo
de feminista da 1º República.
Maria Veleda Por António Mota do 11ºE
M aria Veleda foi uma mulher pioneira na luta pela
educação das crianças, feminista e republicana
que se destacou como dirigente do 1º movimen-
to feminista português.
Foi escritora de poesia, contos e novelas tendo sido as suas
obras dedicadas às ideologias pelas quais lutou. Fundou a
―Obra Maternal‖, instituição em prole do acolhimento de
crianças abandonadas ou em perigo moral, por intermédio
da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas em 1909.
Em 1912, foi nomeada pelo governo Delegada de Vigilância
da Tutoria Central da Infância de Lisboa, instituição desti-
nada a crianças abandonadas, pedintes ou delinquentes.
Como feminista, criou cursos nocturnos femininos, em prole
de uma educação feminina diferente daquilo que era o pres-
suposto aos olhos dos valores tradicionais.
Como dirigente da Liga Republicana das Mulheres Portugue-
sas e das revistas ―A mulher e a criança‖ e ―A Madrugada‖
escreveu, discursou, editou petições e chefiando delegações
aos órgãos de soberania. Assim lutou contra a prostituição
(sobretudo de menores), pela igualdade entre sexos perante
a lei em termos jurídicos, cívicos e políticos. Lutou contra
as superstições e fanatismo religioso que afectava as mulhe-
res e que as prendia a preconceitos sociais e religiosos for-
mando o ―Grupo das Treze‖.
Foi republicana por influência da maçonaria onde se iniciou
em 1907 e, em 1909, foi condenada à prisão, sendo acusada
de abuso de liberdade de imprensa e, para além disso, foi
vítima de ameaças e perseguições por parte dos sectores
mais conservadores (católicos e monárquicos). Foi a favor
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A revolução de 4 de
Outubro de 1910 e a
consequente Proclama-
ção da República no dia
seguinte, encontraram a arte por-
tuguesa num estado que reflectia
a situação do país, que se manti-
nha pobre e afastado do desen-
volvimento técnico, cultural e
social dos restantes países euro-
peus. Na primeira metade do
século XX o conceito básico da
arte contemporânea e o conceito
de vanguardismo estavam quase
automaticamente ligados à ideo-
logia do progresso, característica
da moderna sociedade industrial
que resultou da industrialização
iniciada no séc. XIX na Europa e
E.U.A. e da qual Portugal esteve à
margem, por razões sobejamente
conhecidas.
Enquanto a arte em termos europeus
sofria uma ruptura, com o Fauvismo e
o Expressionismo, movimentos vindos
ainda de finais do séc. XIX, e particu-
larmente com o Cubismo, movimento
iniciado em 1907 com o quadro ―Les
Demoiselles d´Avignon‖ de Picasso,
Portugal era dominado por uma classe
burguesa de base rural - que no fundo
era quem controlava os meios artísti-
cos e culturais - classe essa avessa à
mudança estética, mantendo o gosto
pela tradição e a pintura de
―costumes‖ do séc. XIX protagonizadas
por Columbano Bordalo Pinheiro e José
Malhoa, e ainda com nomes como
António Carneiro, Aurélia de Sousa,
Veloso Salgado, entre outros.
Daí a continuação dos valores naturalis-
tas nas artes plásticas e dos valores
revivalistas na arquitectura na transição
do séc. XIX para o XX e nos primórdios
do séc. XX, com a consequente pene-
tração polémica e tardia do Cubismo e
do Futurismo na arte nacional a partir
de 1915 (até mais acentuada no campo
literário - Pessoa/Álvaro de Campos,
Raul Leal e Almada Negreiros, do que
no artístico onde Santa-Rita Pintor fun-
cionava bastante isolado) e do nosso
Surrealismo tardio em contraponto ao
Neo-realismo.
Os primeiros pintores a manifestarem o
seu vanguardismo, em sintonia com
Paris e Berlim foram Santa-Rita Pintor
(1889-1918) e Amadeo de Souza-
Cardoso (1887-1918), que estavam em
Paris por altura da eclosão do Cubis-
mo. Foram eles os autores de obras e
atitudes futuristas que deram uma rara
animação à vanguarda artística portu-
guesa, entre 1915 e 1917, no entanto
mal acompanhados pela maioria dos
outros artistas e ainda hostilizados
pelos naturalistas e pelo público, numa
época dominada pelo conservadorismo
cultural e pela agitação política do
início da República.
O primeiro sinal de ruptura que se
seguiu à Proclamação da República de
1910 foi uma exposição de “Arte
Livre‖, que tinha a intenção de
―denunciar os métodos retrógrados do
ensino oficial‖, realizada em 1911 em
Lisboa e organizada por Manuel Bentes
que reunia companheiros de Paris,
como Francisco Smith, Eduardo Viana,
Emmerico Nunes entre outros. Estes
jovens artistas contestatários da arte
vigente apregoavam o culto da nature-
za, o que se nota nas obras expostas,
naturalmente ainda influenciadas pelo
Impressionismo francês.
A esta contestação dos pintores seguiu-
se a dos desenhadores e caricaturistas,
com destaque para Leal da Câmara,
celebrizado pelos seus ataques à
monarquia, ao clero e à polícia ainda
antes de 1910, ataques esses feitos
As artes plásticas por altura da Proclamação da República em Portugal Por António Carvalhal (prof.)
Portugal era domi-
nado por uma classe
burguesa de base
rural (…) classe
essa avessa à
mudança estética,
mantendo o gosto
pela tradição e a
pintura de
―costumes‖ do séc.
XIX protagonizadas
por Columbano Bor-
dalo Pinheiro e José
Malhoa, e ainda
com nomes como
António Carneiro,
Aurélia de Sousa,
Veloso Salgado(…).
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com lápis e tinta e em forma de carica-
tura. Leal da Câmara, pintor e ilustrador
que estava refugiado em Paris, expôs
individualmente em Lisboa em 1912, a
que se seguiu no mesmo ano a exposição,
inaugurada pelo Presidente da Repúbli-
ca, Manuel de Arriaga, dita ―Salão dos
Humoristas‖, grupo de que Almada
Negreiros fez parte, assim como Cristia-
no Cruz, António Soares e Jorge Barradas
(que a partir da década de 40 se tornou o
nosso ceramista mais importante). À
mesma geração pertenceram Stuart Car-
valhais, que veio a ser o caricaturista e
ilustrador mais popular das décadas
seguintes, e Fernando Correia Dias o
primeiro a tornar-se profissional colabo-
rando com três publicações, com desta-
que para a ―Ilustração Portuguesa‖.
Em 1913, o poeta Fernando Pessoa,
aproveitou a primeira exposição indivi-
dual de Almada Negreiros para redigir
um texto sobre a arte satírica. Escre-
veu o poeta que a ―arte satírica pode
provocar o ódio, o riso ou o mero sorri-
so; e em cada um destes aspectos, o
artista pode ter génio, talento ou ape-
nas habilidade‖, querendo com isto
Pessoa dizer que Almada não era um
génio, mas certamente mais do que
um habilidoso.
Esta não deixa de ser uma
―classificação‖ interessante para um
dos mais profícuos artistas portugueses
da primeira metade do século XX, que,
juntamente com os infelizmente desa-
parecidos demasiado cedo, Santa-Rita
Pintor e Amadeo de Souza-Cardoso (a
figura mais brilhante e mais represen-
tativa da participação portuguesa na
renovação artística europeia) se
podem considerar os introdutores do
modernismo em Portugal, com os dois
últimos a terem a particularidade de
introduzirem o Geometrismo e o
Cubismo e de algum modo colocarem
Portugal no mapa da arte internacio-
nal.
Outros artistas importantes que surgi-
ram por altura da Proclamação da
República, ligados à ―1ª Geração
Modernista‖ e que desenvolveram o
seu trabalho nas décadas seguintes
foram o casal francês refugiado em
Portugal, Robert e Sonia Delaunay,
que foram os mentores do Orfismo,
movimento inspirado no Cubismo, José
Pacheko, Cristiano Cruz e Eduardo
Viana (1881-1967), que com uma pin-
tura fortemente estruturada e de
grandes preocupações colorísticas,
influenciada pelo Orfismo, é um dos
mais interessante pintores da primeira
metade do século XX.
Esta geração lançou as bases para o
trabalho dos grandes nomes das artes
plásticas portuguesas do séc. XX, como
Francisco Franco, Leopoldo de Almei-
da e Canto da Maia, artistas bastante
ligados ao regime Salazarista, princi-
palmente em termos de estatuária
iconográfica.
Dos outros artistas, destaque para Antó-
nio Dacosta (um dos nossos pintores Sur-
realistas juntamente com António Pedro,
Vespeira, Fernando Lemos, Cruzeiro Sei-
xas e Mário Cesariny), João Hogan, Abel
Manta, Dórdio Gomes, Carlos Botelho,
Mário Eloy, Dominguez Alvarez, Sarah
Afonso, Vieira da Silva, Júlio Pomar,
Júlio Resende, Fernando Lanhas, Fernan-
do de Azevedo, Eurico Gonçalves,
Menez, António Areal, Joaquim Rodrigo,
Paula Rego, René Bertholo, Lurdes Cas-
tro, Joaquim Rodrigo,
Eduardo Luís, Carlos Calvet, Barto-
lomeu Cid dos Santos (exímio gra-
vador), Nadir Afonso, Alberto Car-
neiro, Jorge Martins, Noronha da
Costa e Rolando Sá Nogueira (bom
pintor e excelente professor), isto
para citar apenas alguns nomes das
artes plásticas portuguesas até ao
25 de Abril de 1974.
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Foi no início do ano lectivo que o desafio da Câmara Municipal do Porto chegou: construir um carrinho solar! O desafio foi aceite e no dia 29 de Maio, na Praça D. João I, foi hora de prestar provas… Por Tiago Peixoto do 7ºC
E m Outubro de 2009, os alunos da turma C do
7º ano da ESAS souberam que a Câmara
Municipal do Porto iria promover uma série
de actividades no âmbito da ―Semana da
Energia e do Ambiente‖, entre as quais uma corrida
de carrinhos solares. Logo, um grupo de alunos se
juntou para meter mãos à obra: o André Almeida, o
Diogo Múrias, o Henrique Lobo, o Rodrigo Wandsch-
neider e o Tiago Peixoto.
Era necessário ajuda e a professora de Físico-
Química, Maria da Luz, prontificou-se para fazê-lo.
Foi um trabalho árduo e nem sempre fácil, mas em
Maio de 2010 um carrinho capaz de se mover apenas
com a energia do sol estava finalmente pronto.
No dia 29 de Maio pelas 10 horas, na Praça D. João I,
chegava finalmente a hora da corrida ―À Velocidade
do Sol‖. O entusiasmo era grande e as expectativas
também. Eram vinte e dois os carrinhos a concurso e
algumas das claques bem numerosas.
No entanto, nem tudo correu como o previsto e o sol
resolveu não comparecer ao encontro… Ora, sem sol ,
não houve energia para os carros prestarem provas,
pelo que o júri se viu obrigado a atribuir apenas o
prémio pela concepção do carrinho.
Quando o segundo prémio foi anunciado, o grupo de
alunos da ESAS nem queria acreditar: ― O segundo
prémio vai para o carrinho número vinte e dois, da
Escola Secundária Aurélia de Sousa!‖. O Fire Blade
ficou em segundo lugar e cada um dos alunos recebeu
um cheque da FNAC, além de algumas lembranças da
CM do Porto.
Fire Blade: o carrinho solar
Forno Solar José T. Soares, Mª Miguel Vaz e Rita Castro do 8ºA
D esde o fim do 1º período do ano lectivo
2009/2010, nós, três alunos do 8ºA, com a
ajuda da professora de Física e Química
Manuela Montenegro, começámos a cons-
truir um forno solar. Após várias semanas de trabalho
exaustivo mas divertido, acabámos o forno. Encon-
trámos obstáculos, mas ultrapassámo-los! Foi diverti-
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Põe-te a andar robô Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)
Durante o ano lectivo, o Lugar da Ciência desenvolveu
actividades ligadas à robótica que envolveram mais de
uma dúzia de estudantes, rapazes e raparigas do 9º,
do 10º e do 12º ano, que construíram, com peças
Lego, criaturas móveis que tiveram de ser programa-
das para poderem fazer algumas habilidades como
seguir uma linha, reagir ao toque, reagir à distância
de alguns obstáculos, emitir sons, distinguir cores,
etc.
O ciclo de trabalho foi (e será) construir-programar-
testar: movimentos, sensores, programas. Trabalho de
equipa, trabalho de observação dos resultados, discus-
são de soluções para se melhorar o programa ou para
a construção tarefas que exigiram sempre o envolvi-
mento constante de cada um e de todos.
No próximo ano, vamos poder começar mais cedo,
para nos prepararmos para a participação no Festival
Nacional de Robótica, contando desde já com todos os
que nos acompanharam durante estes meses, mesmo
com todos aqueles que nos vão deixar por terminarem
o ciclo de estudos do ensino secundário.
Jogos Matemáticos Por Carlos Morais (Prof. Coordenador do Lugar da Ciência)
A partir do próximo ano, o Lugar da Ciência vai pro-
mover a divulgação de alguns jogos matemáticos como
o Ouri, o Hex, o Rastros e o Avanço, destinados ao 3º
ciclo e ao ensino secundário. Para se poder jogar
estes jogos, que não envolvem o factor sorte, basta
conhecer um número reduzido de regras simples, apli-
cá-las e pensar nas melhores jogadas, nas melhores
defesas, nos melhores ataques, na análise de casos
particulares, nas generalizações, nas comparações de
uns jogos com outros, etc.
Vamos organizar torneios e preparar uma delegação
da ESAS para participar no 7º campeonato nacional de
jogos matemáticos a realizar no próximo ano lectivo.
Vamos jogar.
HEX
? Sabias que, apenas numa hora, o Sol
despeja sobre a Terra uma quantida-
de de energia maior que o consumo
do mundo num ano inteiro?
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TURISMO TOTAL! Jogos Electrónicos, Visitas de Estudo, muita aprendizagem e et cetera e tal!
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10º Ano
Turma numerosa e buliçosa torna imperativo o desenvolvimento de
actividades de carácter instrumental, que apelem à criatividade e
espírito de iniciativa dos alunos que a compõem. Através do con-
texto de colaboração de várias disciplinas com a Porto Vivo, Socie-
dade de Reabilitação Urbana (SRU) da cidade do Porto, sociedade
essa que ―apela à participação de múltiplos parceiros da Cidade,
numa óptica de cumprimento de objectivos sociais, culturais, turís-
ticos e económicos…‖, os alunos do 10º J realizaram duas Visitas de
Estudo a zonas do Centro Histórico do Porto, a partir das quais,
conceberam e construíram jogos didácticos para computador, alu-
sivos às áreas já visitadas: Ribeira, Sé, Clérigos e Cordoaria.
A mostra destes trabalhos à comunidade escolar teve lugar dia 15
de Junho no auditório da ESAS. Do programa que se iniciou com um
almoço na escola, constou uma apresentação do jogo electrónico
no Auditório da escola e uma sessão de entretenimento para os
alunos do 7º e 10º anos, nos laboratórios de informática.
O 11º Ano
Portefólios, panfletos, desdobráveis, apresentações em Powerpoint,
trabalhos bem formatados, fazem dos alunos da turma verdadeiros
técnicos especializados. No âmbito das disciplinas de Turismo –
Informação e Animação Turística, de Área de Integração, de Portu-
guês, está claro, e até de Comunicar em Alemão (!) estes alunos
mostraram a sua verdadeira mestria. Estão a fazer-se Técnicos e
Campeões de Cidadania!
O 12º Ano
No último ano do Curso e com a ansiedade natural que isso implica,
os alunos voltaram-se para Espanha e a experiência foi rica:
Novembro, em Santiago de Compostela, ―estudaram‖ o Centro His-
tórico e só‖à laia de guisa‖, incluíram nos objectivos o enquadra-
mento turístico do Eixo Porto-Galiza. Em Janeiro, visitaram a cida-
de de Madrid, por alturas da Feira de Turismo (FITUR), a maior da
Europa. Formaram-se grupos, partiu-se à aventura. A Feira agra-
dou, assim como ―la movida” – tanto no plano turístico como no
das experiências para a vida. E outra vida os espera fora da nossa
ESAS: trabalho ou faculdade, conforme a opção. Mas antes ainda,
em Julho, as Provas de Aptidão! Que desta escola levem, a par de
conhecimentos, modelos de actuação e a verticalidade que, no que
é essencial, distingue ―o mau do bom‖. Os estágios que a Escola
diligentemente lhes ofereceu será um bom início dessa vida que
queremos que aproveitem.
O empreendedorismo e criatividade do 10ºJ; a mestria na realização de trabalhos prá-
ticos do 11º I; as aventuras ibéricas do 12º J. As turmas do Curso Profissional de Técni-
co de Turismo da ESAS rapidamente passadas em revista.
Por Rosa Lídia Mota (coordenadora dos Cursos Profissionais)
Fotografias de António Carvalhal (prof.)
Jogo didáctico para computador
Saber alemão … É útil! É divertido! É bom!
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O Espaço
Alemão no Coração da
Europa
DACH − Sigla
Usada para
Representar os Estados
Dominantes da Língua Alemã
Factos e Números — Sabias que…
mais de 100 milhões de pessoas falam alemão como
língua materna? o alemão é a língua materna mais falada na Europa
(cerca de 1/3 da população)? o alemão é a segunda língua estrangeira mais estu-
dada? o alemão é a segunda língua mais usada no mundo
da ciência e na Internet? um em cada dez livros é impresso em língua alemã? a Alemanha é a terceira maior economia do mundo?
Vantagens — Sabias que…?
o alemão é uma língua importante a nível académico
e profissional? juristas, médicos, engenheiros, economistas, músicos
e filósofos com conhecimentos de alemão têm priori-dade no mercado de trabalho?
o alemão é uma porta aberta para o mundo da cultu-ra, da ciência e do lazer?
Einstein, Goethe, Beethoven, Mozart, Kant, mas tam-bém os Rammstein, os Tokio Hotel, Schuhmacher e Kahn representam, entre muitos outros, a diversidade cultural alemã de ontem e de hoje?
Por isso, se optares por estudar alemão, seguramente ficarás
a saber que:
esta língua é uma mais-valia para a vida e uma expe-riência inesquecível e a sua aprendizagem contribui para enriquecer o diálogo intercultural,
e poderás concluir que:
em qualquer altura, o monolinguismo tem cura! ☺
Por Olga Moutinho e Rosa Lídia Sousa (profªs)
D
E ntre 26 e 30 de Abril, os alunos desta escola res-
ponderam afirmativamente a estas perguntas.
Alguns dos trabalhos por eles executados ao longo
do ano, para e nas diversas línguas, estiveram
expostos, abrangendo uma diversidade de tópicos e compe-
tências que reflectem o trabalho de qualidade desenvolvido
nas aulas de Línguas.
Paralelamente à exposição, contámos com a presença de
professoras do Instituto Encounter English, que desenvolve-
ram actividades no âmbito da importância de aprender Lín-
guas no mundo global em que vivemos e a quem agradece-
mos pela disponibilidade demonstrada. A gastronomia teve
também um papel de relevo, quer nas refeições servidas na
cantina da escola – e gostaríamos de aqui deixar registado o
nosso ‗muito obrigado‘ a todas as funcionárias da cozinha,
que, mais uma vez, prontamente aderiram a esta actividade
que representa acréscimo de trabalho, bem como a outros
funcionários sempre prontos para nos ajudar - quer nos
‗docinhos‘ característicos das diversas culturas gastronómi-
cas, com que os alunos (e não só…) foram brindados no
intervalo entre aulas.
A dinâmica verificada permite-nos acreditar que, para o
ano, faremos ainda melhor. Contamos com todos vós!
Por Maria Paula Magalhães Professora de Inglês e Coordenadora do Dep. de Línguas
Os dias das línguas em dife-rentes cores e sabores
Falas português? Hablas Espanhol? Parlez-vous Français? Sprechen Sie Deutsch? Do you speak English?
Os Dias da Geografia Nos dias 2, 3, 4 e 5 de Março estiveram na ESAS Carlos Azevedo, Alexandra Inácio, Ana Monteiro e Álvaro Domingues por alunos das turmas F, G e H do 10ºano
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O s ―Dias da Geografia‖ foram o pretexto para estimular a
curiosidade geográfica e dar a conhecer diferentes lugares de
Portugal e do Mundo. Assim, a ESAS assistiu durante quatro
dias à apresentação de trabalhos de Geografia elaborados por
alunos do 7ºano ao 12ºano.
Os alunos do ensino secundário tiveram ainda oportunidade de ouvir
palestras proferidas por especialistas convidados. Assim:
Os gestores, Carlos Azevedo (mestrado em Economia Social) e Ale-
xandra Inácio da
UDIPSS - União
Distrital das
Instituições Par-
ticulares de Soli-
dariedade Social
do Porto, alerta-
ram para a
necessidade de
sermos pró-
activos em ter-
mos solidários.
Ficámos a saber
que é possível
garantir a sus-
tentabilidade
económica e
simultaneamen-
te contribuir
para o equilíbrio
geracional .
A geógrafa cate-
drática da FLUP,
Ana Monteiro, falou-nos da «Impulsividade do sistema climático –
ameaça ou oportunidade?», levantando questões de grande actuali-
dade, tais como: ‗Aquecimento Global, um fenómeno natural ou
provocado?‘,‘ Como conciliar o desenvolvimento com o equilíbrio
ambiental?‘ e demonstrou que as respostas não são simples porque,
havendo riscos, há também novas oportunidades que surgem destes
novos cenários. Só uma sociedade bem estruturada e consolidada
pode atenuar a vulnerabilidade das populações.
O geógrafo Álvaro Domingues, investigador na Universidade de Arqui-
tectura do Porto, falou-nos das ―Cidades em mudança‖ de uma for-
ma quase poética, escalpelizando a organização urbana e a dificulda-
de de, nos dias de hoje, encontrarmos uma definição consensual
para o conceito de cidade, pois todas as infra-estruturas que eram
apontadas na caracterização e diferenciação do espaço urbano estão
hoje disseminadas por toda a paisagem.
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O ano terminou em beleza com o
jantar/baile de Finalistas da
ESAS, organizado pela aluna do
12ºE, Maria Manuel, na fundação
Cupertino de Miranda, no passado dia 9 de
Junho.
Esta iniciativa reuniu alunos dos diferentes
cursos e professores, num ambiente de
confraternização onde não faltou a magia e
o glamour dos grandes momentos.
Festa de finalistas Por Maria Manuel do 12ºE
A História e a Geografia em plena acção
Em Conímbriga e Mira de Aire com as turmas G e H do 10º ano
Página 21
•
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N o dia 29 de Abril, os décimos G e H visitaram
Conímbriga, lugar de povoado pré-romano de
finais do II Milénio a.C., e percorremos, ao ar
livre, os inúmeros caminhos entre as ruínas
onde pudemos observar desde o fórum, até às muralhas,
passando por duas domus fantásticas e requintadas, que
possuíam mosaicos, frescos e aquários. Vimos também os
jardins interiores que embelezavam o ambiente aprimo-
rado em que viviam as famílias mais ricas e as mais
modestas insulae onde viviam os cidadãos mais pobres ou
mais remediados. Por fim, observámos as estruturas incrí-
veis das termas, que possuíam uma palestra onde se
faziam discursos e números de circo e possuíam um frigi-
darium, um tepidarium e um caldarium conforme o tan-
que fosse de água fria, morna ou quente. Houve ainda a
oportunidade de apreciarmos as quatro salas do Museu
Monográfico de Conímbriga, sendo fascinante descobrir o
modo de viver dos nossos ascendentes a partir do estudo
dos resquícios históricos que vamos encontrando.
A tarde foi dedicada às Grutas de Mira de Aire situadas
na região conhecida por Maciço Calcário Estremenho,
onde a paisagem envolvente é dominada pela morfologia
cársica. Ficámos todos boquiabertos tal era a magnifi-
cência do que vislumbrámos. Estas são as maiores grutas
turísticas do nosso país com 11 kms, mas apenas 600
metros podem ser visitados turisticamente. Lá dentro,
serpenteámos ao longo de 640 escadas e admirámos
variadíssimas formações calcárias como as estalactites e
as estalagmites.
Esta foi uma visita de estudo de carácter interdisciplinar,
em que os conhecimentos de História e de Geografia aju-
daram a desvendar aspectos que passariam certamente
despercebidos ao olhar distraído de muitos de nós. Para
além do que aprendemos, também nos divertimos, por-
que a boa disposição fez-nos permanentemente compa-
―Catarina Malye- O espelho de duas faces‖, de Margarida Góis
Por Joana Sofia Ferreira do 7ºB
N a Oriety, a celebração dos onze anos da
princesa herdeira, Catarina Aimani-Malye,
termina com um atentado sangrento, em
que ela vê a mãe e o tio, o rei Otão IV,
gravemente atingidos pelas balas e o seu guarda-
costas morrer para a salvar. Este incidente faz mergu-
lhar Catarina na realidade do mundo que a rodeia: a
política autocrática do tio, a violência das contesta-
ções internas e da repressão…
Começa, então, a
chamada
―educação ofi-
cial‖. A princesa
orietyana deixará
de estar a cargo
de uma só pre-
ceptora, como
até ali, e passará
a ser entregue a
três professores –
Kormiov, Sch-
ramps e Deïk
Ricar – de varia-
das tendências,
para que se
debruce sobre
áreas tão dife-
rentes como a
política e cultura
orietyanas, polí-
tica externa, línguas diversas, e as ciências puras. O
livro baseia-se no crescimento de Catarina ao longo
dos anos e a sua evolução como princesa do reino. Ela
vai ganhando uma opinião própria e percebe que as
atitudes do seu tio nem sempre são as mais acerta-
das.
Penso que o livro nos ajuda a descobrir a nossa pró-
pria personalidade e a fundamentar opiniões sobre
questões que até agora apenas ouvimos adultos a
comentar.
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Por João Magalhães do 7ºC
Pintura a três dimensões Julian Beever — pintor de rua
“ As artes plásticas por altura da Procla-mação da República em Portugal”
Continuação da página 15
Estes artistas podem-se situar em vários ―ismos‖, desde o
Abstraccionismo, passando pelo Neo-Realismo, Surrealis-
mo, Expressionismo Onírico, Dimensionismo, indo até às
Artes POP e OP, Nova Figuração, Nova Abstracção e Con-
ceptualismo.
Mas isto já é outra história, dentro das artes plásticas
portuguesas…
Bibliografia consultada:
GONÇALVES, R. M. – A arte portuguesa do século XX – Temas e Debates
FRANÇA, J. A. – A arte em Portugal no séc. XX – Bertrand
VASCONCELOS F. - A arte em Portugal – Verbo
Vários - Museu do Chiado, Arte Portuguesa 1850-1950 - Museu do Chiado
NUNES, P. S. – História da Cultura e das Artes, 12º ano – Lisboa Editora
Legendas das imagens:
Stuart Carvalhais - Cartaz para o jornal “República” – década de 1910 - a cubo-futurista-1912. Amadeo de Souza-Cardoso - Pintura-colagem, c. 1917 Eduardo Viana – Nu-1925 Almada Negreiros – Retrato de Fernando Pessoa - 1954
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MODA 1910 20
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Página 27
A influência oriental, o folclore e a história na moda de 1910 é eviden-te. Os tecidos eram finos e delicados (seda e cetim). As cores da
alta-costura eram, essencialmente, vermelho e cor-de-rosa brilhante,
verde e amarelo, isto numa época em que as senhoras de classes infe-
riores se costumavam vestir em tons discretos com a cor de malva, o cinzento e o azul.
Estavam na moda os vestidos que marcaram a nova silhueta da mulher,
não tão apertada como quando espremida pelo espartilho.
O homem da primeira década do século XX era caracterizado pelas cores escuras. A moda tornou-se cada vez mais simples e prática.
Mantinha um certo aspecto de uniformização. Todos vestiam calça
comprida, paletó, colete e gravata. Nas classes superiores o chapéu
era usado frequentemente.
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Por Patrícia Costa e Pedro Gomes 10ºG
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A escolha de Olga Moutinho (Presidente do Conselho Geral)
COM FÚRIA E RAIVA Com fúria e raiva acuso o demagogo E o seu capitalismo das palavras Pois é preciso saber que a palavra é sagrada Que de longe muito longe um povo a trouxe E nela pôs sua alma confiada De longe muito longe desde o início O homem soube de si pela palavra E nomeou a pedra a flor a água E tudo emergiu porque ele disse Com fúria e raiva acuso o demagogo Que se promove à sombra da palavra E da palavra faz poder e jogo E transforma as palavras em moeda Como se fez com o trigo e com a terra
Sofia de Melo Breyner Andresen in O Nome das Coisas
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C ostuma dizer-se que as instituições são como as pessoas.
Têm vida, ritmos e leis próprias. Mas, ao dizer-se isto,
esquece-se o essencial: que estas são feitas por mulheres e
homens com todo o seu cortejo de coisas boas e más. Con-
tudo, o que define uma instituição é esse pairar por cima de qual-
quer conjuntura e tender a afirmar-se, negativa ou positivamente,
ao longo do tempo. É o caso da Escola Secundária Aurélia de Sousa
cujos 50 anos são registados numa época de êxitos assinaláveis. Não
estaremos só a falar de resultados – a nós interessam-nos, principal-
mente, os processos desenvolvidos até chegar a esse fim e, nessa
evolução, conseguimos ver honestidade, espírito de equipa, iniciati-
va e solidariedade. O pulsar desta forma de trabalhar muito própria
vê-se no Jornalesas que, nestas três edições, vos apresentámos com
o gosto de quem vê este projecto ser procurado e participado por
cada vez mais alunos e professores. Portanto, se o Jornalesas acom-
panha o bater de coração da Instituição Aurélia de Sousa estamos
bem. Agradecemos o empenho que todos demonstraram ao longo do
ano.
O mérito, esse, vai em grande parte para os nossos alunos que, des-
de muito cedo, se confrontam com as leis, normas e regras que os
mais velhos vão transmitindo aos mais novos e que vão moldando a
vida e o trabalho desenvolvido na Escola. Esta Instituição merecerá
passar os seus 50 anos como as pessoas merecerão viver: com a dig-
nidade, a paz e o saber estar que serão características de sociedades
em constante evolução.
Neste contexto, a celebração dos 100 anos da República a que
damos destaque neste número, adquire uma nova perspectiva que só
a História poderá oferecer-nos em toda a sua plenitude: a conquista
que só um regime que saberá renovar-se continuamente na moderni-
dade poderá atingir – a da liberdade plenamente partilhada. Cremos,
porque somos educadores e sabemos a importância de o ser, que só