Top Banner
O Breves Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 96 - 24 de novembro de 2014 - Semanário - € 1,00 XS Pág. 4 pág. 7 Pág. 6 Pág. 2 Pág. 3 Criação do CEDO Aposta no setor primário O PSD/Açores vai propor a criação do Centro do Leite e Planeamento Agrícola, tendo em vista "o fomento de políticas de previsibilidade e informação sobre o sector. Mais professores de apoio O SREC anunciou que com a entrada em vigor do novo RGAPA, as escolas dos Açores terão mais professores de apoio. Violência Doméstica O II Plano Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género 2014-2018 foi apresentado, em Ponta Delgada. SINTAP exige SINTAP exige www.obreves.pt Posição concertada entre Governo e Município Posição concertada entre Governo e Município para viabilizar Escola Profissional de S. Jorge. para viabilizar Escola Profissional de S. Jorge. O CDS O CDS O CDS-PP anunciou a apresentação PP anunciou a apresentação PP anunciou a apresentação de uma proposta que visa criar de uma proposta que visa criar de uma proposta que visa criar o Complemento Especial para o Complemento Especial para o Complemento Especial para os Doentes Oncológicos. os Doentes Oncológicos. os Doentes Oncológicos.
12

Jornal O Breves

Apr 06, 2016

Download

Documents

Jornal Breves

Edição 96 publicada a 24 de novembro de 2014
Welcome message from author
This document is posted to help you gain knowledge. Please leave a comment to let me know what you think about it! Share it to your friends and learn new things together.
Transcript
Page 1: Jornal O Breves

O B r e v e s Diretor: Carlos Alberto Pires - Ano 3 - Nº 96 - 24 de novembro de 2014 - Semanário - € 1,00

XS

Pág. 4

pág. 7

Pág. 6

Pág. 2

Pág. 3

Criação do CEDO Aposta no setor primário O PSD/Açores vai propor a criação do Centro do Leite e Planeamento Agrícola, tendo em vista "o fomento de políticas de previsibilidade e informação sobre o sector.

Mais professores de apoio O SREC anunciou que com a entrada em vigor do novo RGAPA, as escolas dos Açores terão mais professores de apoio.

Violência Doméstica O II Plano Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género 2014-2018 foi apresentado, em Ponta Delgada.

SINTAP exigeSINTAP exige

www.obreves.pt

Posição concertada entre Governo e Município Posição concertada entre Governo e Município

para viabilizar Escola Profissional de S. Jorge.para viabilizar Escola Profissional de S. Jorge.

O CDSO CDSO CDS---PP anunciou a apresentação PP anunciou a apresentação PP anunciou a apresentação de uma proposta que visa criar de uma proposta que visa criar de uma proposta que visa criar o Complemento Especial para o Complemento Especial para o Complemento Especial para os Doentes Oncológicos.os Doentes Oncológicos.os Doentes Oncológicos.

Page 2: Jornal O Breves

O PSD/Açores vai avançar com a proposta de criação de um Centro do Leite e Planeamento Agrícola, tendo em vis-ta "o fomento de políticas de previsibilidade e informação sobre o sector agrícola, contribuindo assim para que se possa responder a uma necessidade que tem sido aponta-da pela generalidade dos parceiros sociais e que é consi-derada uma urgência por causa do final do regime de quo-tas leiteiras”, disse hoje o deputado social democrata aço-riano António Ventura. Hoje, um grupo de deputados do PSD/Açores reuniu-se com a direção da Associação Agrícola da Ilha Terceira, tendo os sociais democratas açorianos defendido a neces-sidade "de se criar um organismo dedicado a acompanhar as políticas agrícolas e a dotar o sector da informação necessária que possa gerar maior competitividade dos agricultores açorianos, quer na Região, quer nos mercados externos”. Segundo António Ventura, "os Açores precisam de um reforço de planeamento, porque persistem lacunas ao nível do conhecimento, que impedem o desenvolvimento de verdadeiras políticas agrícolas, estruturadas e pensa-das no aumento do rendimento dos agricultores", explicou.

"Infelizmente”, reforçou o deputado do PSD/Açores, “na nossa região, hoje, não se sabe a formação dos preços, das importações e exportações, não se sabe quanto custa produzir um litro de leite, um quilo de carne ou as contas das culturas nas ilhas. Não se fazem estudos prospetivos do mercado, não se acompanham os mercados nem se sabe o nosso grau de aprovisionamento alimentar. Isto “acaba depois por ter um efeito perverso: as políticas do governo regional são de reação, como no caso das quotas leiteiras, e não de ação para vencer cons-trangimentos”. O Centro do Leite e do Planeamento Agrícola é umas das propostas que o PSD/Açores vai apresen-tar no âmbito do Plano e Orçamento para 2015, a par da aposta na formação dos pescadores regio-nais. Estas duas medidas, para os sociais democra-

tas açorianos, “pretendem corporizar uma aposta muito forte no sector primário regional”. De facto, consideram os sociais democratas açorianos, “a formação dos profissionais da pesca encontra-se atual-mente ao abandono na nossa Região e essa é uma lacuna que está a prejudicar os pescadores e que tem de ser resolvida”. Para o PSD/Açores “não faz sentido que a Região receba mais 43 milhões de euros no próximo ano diretamente dos impostos dos açorianos e que depois o Plano e Orçamento não concretize medidas essenciais para a nossa Região”. Para o PSD/Açores, “a aposta no sector primário é mais importante do que o investimento de 2,9 milhões de euros que o governo quer fazer na Casa da Autonomia e que se destina apenas a satisfazer a vontade de alguns socialis-tas”. “Os açorianos estão a passar por grandes dificuldades e o governo regional em vez de utilizar o dinheiro que vai rece-ber a mais dos impostos dos açorianos em sectores impor-tantíssimos da nossa economia pelos vistos prefere gastar milhões de euros em estruturas inúteis como a Casa da Autonomia”, defende o PSD/Açores.

2 O BREVES - 24 de novembro de 2014

Aposta no setor primário regional

REGIONAL PSD/Açores defende

O grupo parlamentar do PSD/Açores considera que se vive "um desafio grande para o poder local regional", especial-mente no que diz respeito "ao aproveitamento do novo quadro comunitário de apoio", e atendendo "às enormes restrições que hoje se impõem ao trabalho dos autarcas", disse o deputado Cláudio Lopes. A declaração foi feita após uma reunião do grupo de traba-lho de parlamentares social-democratas açorianos que, desde o início do ano, tem estabelecido diversos contatos com as câmaras municipais e juntas de freguesia do arqui-pélago, visando "uma atualização, no terreno, das ques-tões ligadas ao poder local, que nos permita um melhor desempenho, a esse nível, como deputados regionais", explicou. "O poder local tem levado a cabo, nas últimas décadas, um trabalho importantíssimo de desenvolvimento das nos-sas terras e na busca do bem estar das populações. Um

trabalho que queremos seja continuado num futuro próxi-mo", salientou Cláudio Lopes. "Acontece que há, neste momento, graves limitações ao trabalho do poder local, atentas as restrições financeiras mas também devido a um quadro legislativo que condicio-na muito esse mesmo trabalho", referiu. O deputado do PSD/Açores defende que é fundamental "apostar de forma clara na cooperação técnico-financeira do governo regional com os municípios e com as fregue-sias, assim como no estabelecimento de parcerias com outras entidades e até com privados". "Só com essas sinergias a funcionar em pleno se poderá atingir um trabalho mais integrado e profícuo", disse Cláu-dio Lopes, apelando "à continuidade no processo de desenvolvimento dos nossos concelhos, de uma forma harmoniosa em toda a Região", concluiu.

"Novo QCA é um desafio grande para o poder local"

Page 3: Jornal O Breves

O SINTAP/Açores tem acompanhado há uns tempos a esta parte o desenrolar dos acontecimentos na Escola de Formação Profissional de São Jorge que culminou com o recente anúncio do despedimento coletivo de cerca de 14 trabalhadores docentes e não docentes desta escola. "Face à progressiva degradação das condições económicas, financeiras, pedagógicas, labo-rais e sociais relacionadas com a organização e funcionamento desta Escola, solicitamos, e obtivemos, um conjunto de audiências, discre-tas, com os responsáveis pela direção da Esco-la, com o Presidente da Câmara Municipal das Velas e com o Vice-presidente do Governo Regional a fim de nos inteirarmos dos reais pro-blemas que afetavam a escola e de pedir o empenhamen-to concertado e solidário de todas aquelas entidades que viabilizasse a escola e salvaguardasse os postos de traba-lho dos seus funcionários", refere o movimento em comuni-cado. "Destes contatos ficou-nos a convicção que estas entida-des iriam concertar posições no sentido de garantir o aumento da oferta formativa da Escola que permitisse a salvaguarda dos postos de trabalho agora postos em cau-sa. Ao que sabemos, para este desiderato, seria necessá-rio autorizar a abertura e funcionamento dum total de 15 cursos. Em vez disto a Direção Regional do Emprego e Qualificação Profissional, ao autorizar apenas a abertura de 4 cursos mais, acabou não só por frustrar as expetati-vas geradas como também, e mais grave do que isso, con-tribuiu para criar as condições objetivas para o presen-te despedimento coletivo, comprometendo assim grave-mente a viabilidade futura desta Escola de Formação Pro-fissional das Velas", acrescentam. Os sindicalistas entendem que "tendo em conta as espe-ciais responsabilidades assumidas pelo Governo Regional ao longo de vários anos em matéria de apoio, construção,

equipamento, funcionamento e contratação de pessoal das escolas de formação profissional da Região, considerando que a Escola de Formação Profissional das Velas assume uma a importância política, económica e social regional, que ultrapassa a mera dimensão concelhia e da própria ilha de São Jorge e considerando ainda os efeitos que o anúncio deste despedimento coletivo tem sobre os todos os trabalhadores envolvidos, suas famílias e alunos da escola, bem como o precedente de instabilidade que daqui resulta para as demais escolas profissionais da Região e seus trabalhadores". "O SINTAP/Açores torna pública a sua firme, total e com-bativa oposição a este anunciado despedimento coletivo, pedindo e reivindicando uma atuação concertada e verdadeiramente empenhada da parte da Vice-presidência do Governo Regional, que tem a tutela sobre a Direção Regional do Emprego, na pessoa do Dr. Sérgio Ávila, do Presidente da Câmara Municipal das Velas, Luís Silveira, e da Direção da Escola no sentido de, em conjun-to, viabilizarem esta Escola da Região e garantirem os postos de trabalho dos respetivos trabalhadores", conclui o documento.

LOCAL

O BREVES - 24 de novembro de 2014 3

Posição concertada entre Governo e Município

para viabilizar Escola Profissional

SINTAP reclama

A Escola Básica e Secundária (EBS) de Velas vai partici-par, a 27 de março, em Braga, no III Concurso Interescolas EPTL (É Preciso Ter Lata), o único evento oficial 'Canstruction' na Europa. A 'Canstruction' é um projeto de cidadania empreendedo-ra, que se apresenta como uma causa contra a fome e, ao mesmo tempo, um desafio à capacidade de mobilização das comunidades educativas. Artístico e solidário, este concurso interescolas de escultu-ras construídas com latas de comida vai decorrer no Está-dio Municipal de Braga, onde terá lugar a exposição das obras de arte, culminando com a doação dos alimentos enlatados a instituições de solidariedade social ou a proje-tos comunitários indicados pelas equipas concorrentes. A EBS de Velas, de acordo com o seu Conselho Executi-

vo, propõe-se neste projeto construir uma 'Ponte da Soli-dariedade', com a qual pretende transmitir “a ideia de estarmos todos unidos neste desafio” de que “na luta con-tra a fome não pode haver fronteiras”, ligando desta forma “a vila das Velas ao caminho da solidariedade” Além da construção da escultura em Braga, a EBS de Velas pretende, em simultâneo, erigir idêntica obra de arte em lata nesta vila da ilha de S. Jorge. As esculturas, segundo a mesma fonte, estarão em exibi-ção até 1 de abril de 2015, sendo posteriormente desman-teladas e entregues a instituições de solidariedade. As latas com alimentos que forem angariadas até ao final do primeiro período letivo nesta atividade pela escola jor-gense serão depois doadas a uma instituição de solidarie-dade do concelho de Velas.

EBS/Velas participa no III Concurso Interescolas EPTL

Page 4: Jornal O Breves

4 O BREVES - 24 de novembro de 2014

EDUCAÇÂO

"Confiança" nos docentes na batalha

pelo sucesso escolar

Avelino Meneses manifesta

O Secretário Regional da Educação e Cultura expressou, em Ponta Delgada, “confiança” nos docentes que “labutam diariamente pela recuperação" das crianças e jovens, no reencontro com o "caminho do sucesso”. Avelino Meneses manifestou, igualmente, a “esperança" que, depois de ser vencida a batalha do sucesso escolar, o projeto Fénix nos Açores venha “a servir para estimular também a aprendizagem dos estudantes com mais nível de proficiência, já que o objetivo último da educação é o alcance da excelência”.

O Secretário Regional, que falava no início da reunião dos coordenadores nos Açores do Pro-jeto Fénix, considerou este projeto como “um poderoso instrumento de recuperação de aprendizagens”, que servirá nos próximos anos “para conferir uma nova oportunidade a todos os alunos que manifestam dificuldades”. O Projeto Fénix, que abrange nos Açores, no corrente ano letivo, cerca de 3.000 alunos de 18 unidades orgânicas, “proporciona e exige um trabalho de parceria”, frisou Avelino Mene-ses. “Este projeto pedagógico também prepara os professores para os embates científico e peda-gógico do presente e do futuro, que demandam cada vez mais a execução de um trabalho em rede”, acrescentou. “Sem sobrecarregar os estudantes com tempo extra de apoio educativo que, por vezes, como

se sabe, origina mais repulsa pela atividade letiva, o Fénix adequa-se perfeitamente à realidade escolar de hoje”, con-siderou o Secretário Regional. Essa realidade, segundo Avelino Meneses, carateriza-se “pela heterogeneidade dos públicos estudantis, que implica a coexistência dentro de uma mesma sala de diferentes níveis de aprendizagem, a exigir muitas vezes um apoio mais personalizado àqueles que manifestam mais dificul-dades, correndo o risco em ocorrência de insucesso”.

Escolas do 1.º Ciclo com mais professores de apoio O Secretário Regional da Educação e Cultura anunciou que com a entrada em vigor, no próximo ano letivo, do novo Regulamento de Gestão Administrativa Pedagógica de Alunos (RGAPA), as escolas dos Açores terão mais professores de apoio. Avelino Meneses, que falava aos jornalistas à margem da reunião dos coordenadores do Projeto Fénix nos Açores, revelou que “o novo regulamento permite que, no primeiro ciclo, sejam aumentados os apoios educativos”. “Antigamente, havia um apoio em cada unidade orgânica por cada fração de 200 alunos, agora será um apoio por cada fração de 150 alunos, o que quer dizer que vai haver mais professores de apoio nas escolas”, frisou. O novo RGAPA, cuja portaria de alteração foi hoje publica-da em Jornal Oficial, vai permitir, entre outros aspetos, que os alunos disléxicos sejam sujeitos a “uma regra de avalia-

ção particular, mas que não os obriga a integrar o regime de educação especial”, salientou Avelino Meneses. O Secretário Regional da Educação e Cultura referiu ainda que a revisão do RGAPA ocorre “fundamentalmente por duas razões, em virtude da publicação do novo estatuto do aluno em 2013 e, também, por via da experiência colhida com o anterior regulamento de 2012”. As alterações agora introduzidas visam “prosseguir com a desburocratização, supressão e agilização de procedimen-tos e, de certa forma, solidificar a autonomia das escolas”, acrescentou. Avelino Meneses confirmou, por outro lado, ter constituído uma equipa de técnicos para aferir junto das unidades orgânicas as reais necessidade de recursos humanos, de modo a “tirarmos a conclusão definitiva se os recursos são ou não os suficientes”.

Page 5: Jornal O Breves

O BREVES - 24 de novembro de 2014 5

PESCAS

“As Açorianas do séc. XXI têm mais opções do que no passado“

Andreia Cardoso afirma

A Secretária Regional da Solidariedade Social defendeu, em Ponta Delgada, que as mulheres açorianas têm atualmente "muitas mais opções de carreira, de estudo e de vida do que em qualquer momento anterior”. Andreia Cardoso, que falava na abertura do encontro temático 'Igualdade de Género e Conciliação Trabalho Família – Que Priori-dade nas Organizações', salientou o pro-gresso registado na Região em termos de igualdade de género, frisando que “as pos-sibilidades para as mulheres nos Açores do século XXI são expansivas, principalmente quando comparadas com as gerações da minha mãe ou das minhas avós”. “Hoje, as mulheres são responsáveis por muitos princípios históricos - mulheres polí-ticas, mulheres administradoras, líderes executivas, académicas, lendas desporti-vas, bem como mães, irmãs e companhei-ras”, afirmou. Andreia Cardoso, ressalvando que o papel masculino também é, por vezes, menorizado pela sociedade em questões como a parentalidade ou a prestação domésti-ca, alertou para a necessidade do empenho transversal de todas as organizações, empregadores e legisladores

no sentido de garantir a igualdade de acesso e a igualda-de de oportunidades. Nesse sentido, considerou que ainda há um longo cami-nho a percorrer no que concerne a igualdade de desfe-chos no contexto doméstico, na esfera pública e no mer-cado de trabalho.

REGIONAL

O Governo dos Açores congratulou-se com a aprovação do prolongamento do regime de exceção da pesca do bonito no Atlântico, numa votação que decorreu segunda-feira na reunião anual da Comissão Internacional para a Conservação dos Atuns do Atlântico (ICCAT). Este regime de exceção permite aos armadores açorianos efetuar capturas desta espécie de atum, utilizada pela indústria conserveira sedeada na Região, sem limite de quota estabelecido. “Com esta votação, a Região pode continuar a manter os níveis de captura existentes até à data, com benefícios para o rendimento dos pescadores e para as conserveiras açorianas”, afirmou o Diretor Regional das Pescas, Luis Costa, adiantando que a média de captura dos últimos cin-co anos é de cerca de sete mil toneladas. A manutenção do regime de exceção de estabelecimento de quota para a espécie bonito decorre da avaliação feita pelo Comité Científico da ICCAT, que considera que este 'stock' se encontra a níveis de exploração sustentáveis do ponto de vista ambiental. Durante a reunião da ICCAT, que decorreu em Génova, Itália, foi ainda aprovada a proposta de aumento da quota para o rabilho no Atlântico, o que, segundo Luís Cos-ta, "poderá significar que fique disponível para os pescado-res açorianos poderem capturar algumas quantidades des-ta espécie de atum, que pode atingir elevado valor comer-

cial". A Região Autónoma dos Açores também defendeu, neste encontro anual da ICCAT, a posição conjunta da União Europeia, Guatemala, Honduras e Panamá que prevê a criação de um grupo de trabalho que vai estudar o impacto do uso de dispositivos artificiais que permitem a agregação de peixe (FADs) nas rotas migratórias dos atuns. A próxima reunião anual da ICCAT, comissão responsável pela gestão e conservação de tunídeos e afins, realiza-se em novembro de 2015, em Malta.

Prolongado regime de exceção da pesca

do bonito no Atlântico

Região satisfeita

Page 6: Jornal O Breves

Apresentado em Ponta Delgada REGIONAL

6 O BREVES - 24 de novembro de 2014

Região tem novo Plano de Prevenção e Combate à Violência Doméstica

REGIONAL

O II Plano Regional de Prevenção e Combate à Violência Doméstica e de Género 2014-2018 foi apresentado, em Ponta Delgada, numa iniciativa da Secretaria Regional da Solidariedade Social que contou com a presença dos par-ceiros envolvidos. Andreia Cardoso salientou que a segunda edição deste plano surge para dar continuidade à implementação de uma política concertada e estruturada de combate à violên-cia doméstica e de género, “assumida desde o início da legislatura como uma prioridade”. “Queremos uniformizar os instrumentos de trabalho, trans-

versais a todas as entidades envolvidas na imple-mentação do plano, com vista à consolidação do trabalho em rede em toda a Região”, salientou a Secretária Regional, alertando para a necessidade de envolvimento dos vários parceiros para garantir o sucesso do plano. O documento, organizado em torno de quatro gran-des áreas de intervenção estratégica, contempla 40 medidas a implementar ao longo do período de vigência do plano, que pretendem não só dar conti-nuidade à primeira edição deste documento, como redirecionar a nova estratégia em função de áreas identificadas como prioritárias, nomeadamente a atenção a públicos-alvo particularmente vulnerá-veis, o estabelecimento de parcerias com municí-pios, agentes culturais e desportivos e a contínua formação dos profissionais que trabalham nesta

área. “A violência doméstica é abominável e indesculpável”, fri-sou Andreia Cardoso, reafirmando que a ambição do Governo dos Açores é a erradicação de todas as formas de violência doméstica e de género. O plano hoje apresentado resulta de um trabalho de avalia-ção da primeira edição do documento, realizado no decor-rer do ano de 2013, que contou com contributos dos parcei-ros da primeira estratégia, bem como das instituições que participaram na operacionalização da estratégia nos próxi-mos quatro anos.

Governo Regional aumenta

Investimento na promoção da Ciência em 2015

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afir-mou, em Angra do Heroísmo, durante uma visita ao Obser-vatório do Ambiente dos Açores, que o Governo vai aumentar em 75% o investimento público em Ciência. “O Governo Regional, em 2015, vai aumentar em 75% o

investimento público em Ciência, sendo que uma par-te irá para investigação e outra para a divulgação científica e para a manutenção de postos de trabalho dos Centros de Ciência dos Açores”, especificou Fausto Brito e Abreu. O governante reconheceu a importância do Observa-tório do Ambiente para “a divulgação de Ciência atra-vés de atividades lúdicas e pedagógicas dirigidas a pessoas de todas as idades, mas em especial às escolas”, acrescentando que neste espaço “a Ciência está acessível a toda a gente, de uma forma diverti-da”. O Observatório do Ambiente dos Açores, inaugurado em 2008, é composto por uma área de exposição interativa, uma sala multimédia onde se realizam ativi-dades temporárias, cursos, workshops, exibição de documentários, um centro de documentação e ainda um espaço de acesso gratuito à Internet, para realiza-ção de cursos e demonstrações de informática. Este Centro de Ciência já realizou diversas experiên-cias e atividades laboratoriais, apostando, sobretudo, na aprendizagem experimental e interativa, tendo atualmente patente ao público uma exposição intitula-

da 'Volta à Física em 60 Segundos'. No âmbito da iniciativa 'Noite da Ciência', a decorrer nos Centros de Ciência dos Açores, o Observatório do Ambien-te acolheu um evento que pretende mostrar a ciência por detrás da música.

Page 7: Jornal O Breves

REGIONAL

O BREVES - 24 de novembro de 2014 7

CDS-PP anuncia complemento às diárias dos doentes oncológicos

O Presidente do CDS-PP Açores, Artur Lima, anunciou, esta sexta-feira, a apresentação de uma proposta que visa criar o CEDO (Complemento Especial para os Doentes Oncológicos), ou seja, uma majoração às diárias normais atribuídas aos doentes açorianos deslocados para efeitos de tratamento. Após uma audiência com o Presidente do Governo Regio-nal, em Ponta Delgada, para apresentação do conjunto de propostas que os populares pretendem ver aprovadas em sede do Plano e Orçamento para 2015, que será discutido e votado na próxima semana no Parlamento dos Açores, Artur Lima destacou que esta é “uma proposta justa e ino-vadora”. Aliás, recordou, “esta é mais uma proposta justa e inova-dora, porque as diárias dos doentes deslocados são uma bandeira programática da qual o CDS não abdica”, acen-tuando que “quando fizemos a primeira propostas para melhorar as diárias dos doentes elas eram de pouco mais de 11 euros”. Segundo Artur Lima este complemento específico aos doentes oncológicos visa “aproximar as diárias dos doen-tes às ajudas de custo que os funcionários públicos, Depu-

tados e membros do Governo recebem, dando maior dignidade e melhores condições aos doentes, especialmente aos doentes mais debi-litados que são os do foro oncológico”. Todavia, o CEDO é apenas uma entre várias outras alterações que os democratas-cristãos apresentaram ao chefe do executivo e líder do PS/Açores tendo em vista a sua inclusão nos documentos orçamentais do próximo ano: “o CDS-PP, não prescindindo do seu direito de crítica à política do Governo Regional, não abdi-ca também do seu direito de fazer propostas que sejam úteis aos Açorianos”, disse o líder centrista no final do encontro com Vasco Cor-deiro. Aliás, e como tem sido prática nos últimos anos,

Artur Lima não revela o sentido de voto da sua bancada às propostas governamentais, porque este voto “depende da aceitação, pela maioria socialista, das nossas propostas; agiremos em conformidade”. Do conjunto de alterações, não especificadas aos jornalis-tas, constam ainda na área social e da saúde uma inten-ção dos populares de “apostar definitiva e claramente na rede de cuidados paliativos”, uma vez que, lamentou Lima, “os Açores são ainda a única região do País onde estes cuidados não funcionam”. O Presidente e Líder Parlamentar do CDS-PP revelou tam-bém que apresentou várias propostas na área do ambien-te, agricultura e da economia, “algumas das quais poten-ciadoras de emprego”, para além das áreas social e saú-de. O Presidente do Governo dos Açores considerou que algu-mas propostas avançadas pelo CDS-PP estão “em linha” com a estratégia do executivo, revelando que as mesmas serão agora sujeitas “a uma análise mais detalhada”. Cor-deiro congratulou-se ainda com a “disponibilidade efetiva” do CDS para “articular com o Governo Regional propostas que possam melhorar” o Plano e o Orçamento para 2015.

Plano e Orçamento 2015

Page 8: Jornal O Breves

PESCAS

8 O BREVES - 24 de novembro de 2014

FLORESTAS

Governo dos Açores valoriza

Papel das associações de mulheres no setor

Dia da Floresta Autóctone

Região assinala dia com ação de plantação

O Governo dos Açores assinalou o Dia da Floresta Autócto-ne com a realização de uma ação de plantação de espécies endémicas e autóctones, junto à estrada de acesso ao Pico Bartolomeu, no Nordeste, em São Miguel. Esta atividade foi realizada numa área com cerca de 20.000 metros quadrados do Perímetro Florestal, que está a ser alvo de uma requalificação com o corte de pinheiros, cripto-mérias e plantas invasoras. Em sua substituição, os Serviços Florestais do Nordeste estão a proceder à plantação de várias espécies endémicas e autóctones (lenhosas) de que é composta a floresta natu-

ral dos Açores, contribuindo, desta forma, para a conserva-ção da biodiversidade no arquipélago. No dia 22, a Região associa-se ao movimento “Plantar Portugal”, que visa promover e sensibilizar para a valoriza-ção das florestas e para a importância destes ecossiste-mas, tendo em vista o desenvolvimento sustentado das sociedades contemporâneas. A ação de sensibilização e arborização decorreu, numa parcela do Perímetro Florestal da Terceira, na Lagoa do Negro. Esta atividade, promovida pela Secretaria Regional da Agricultura e Ambiente e operacionalizada pelo Serviço Florestal da Terceira, em colaboração com a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Associação “Os Monta-nheiros” e o Parque Natural da Ilha Terceira, decorreu numa área integrada no projeto de Renaturalização e Valo-rização do Núcleo Florestal da Lagoa do Negro. Este projeto resulta de um protocolo estabelecido entre a Direção Regional dos Recursos Florestais e a Fundação Gaspar Frutuoso, através do Gabinete de Investigação

Vegetal e Aplicada (GEVA), da Universidade dos Açores. A iniciativa, aberta a toda a população, contou com a apre-sentação, nas instalações do Centro de Acolhimento da Gruta de Natal, dos trabalhos desenvolvidos e dos resulta-dos da renaturalização e recuperação desta ampla área de turfeira. Seguiu-se a plantação de uma parcela com plantas das espécies Juniperus brevifolia (cedro do mato), IIex azori-ca (azevinho), Prunnus azorica (ginjeira brava), Laurus azo-rica (louro) e Viburnum treleasei (folhado espécies), emble-máticas da floresta nativa dos Açores.

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afir-mou, em Angra do Heroísmo, que as associações de mulheres “desempenham um trabalho fundamental no desenvolvimento social das comunidades piscatórias”, salientando também o seu papel na “promoção da igualda-de de género”. Fausto Brito e Abreu, que falava no final de uma reunião com a Associação de Mulheres de Pescadores e Armado-res da Ilha Terceira (AMPA), frisou que esta instituição “dinamiza atividades que envolvem as mulheres e as filhas

dos pescadores”. Neste encontro, a AMPA apresentou as várias atividades que têm vindo a ser desenvolvidas, nomeadamente a venda de artesanato, a cria-ção de um banco de roupa doada para famílias de pescadores, cursos de costura e bordado e workshops de culinária com algas, para além de um projeto de Pesca Turismo. O Secretário Regional do Mar reconheceu o trabalho realizado pela associação, defenden-do que a AMPA “deve continuar a apostar em áreas inovadoras, como a promoção da gastro-nomia que utiliza algas e a Pesca Turismo”. O projeto de Pesca Turismo ‘Fishingtur’, desenvolvido pela AMPA em parceria com pescadores locais, permite que os turistas pos-sam acompanhar uma embarcação de pesca

comercial durante um dia e trazer algum peixe para terra, que poderá ser consumido num restaurante local. Para Fausto Brito e Abreu, este produto turístico “pode ser desenvolvido em várias comunidades piscatórias nos Aço-res, enriquecendo a oferta turística da Região e trazendo uma fonte de rendimento adicional aos pescadores”. A AMPA, criada em 2007, conta com mais de uma centena de associadas e tem como objetivo apoiar atividades que envolvam as mulheres dos pescadores e armadores da ilha Terceira.

Page 9: Jornal O Breves

O BREVES - 24 de novembro de 2014 9

PUB

Page 10: Jornal O Breves

Opinião 10 O BREVES - 24 de novembro de 2014

Por: Maria Fernanda Barroca Por: Diogo Machado

Reportagem em obreves.pt MEO Kanal 118827

Um homem rico e o seu filho tinham uma grande pai-xão pela arte. Tinham de tudo na sua colecção de qua-dros, desde Rafael a Picasso. Amiúde, sentavam-se juntos a admirar as grandes obras de arte. Infelizmente o filho foi para a guerra, foi muito valente e morreu em combate quando tentava salvar a vida de um outro soldado. O pai recebeu a notícia e sofreu profundamente com a morte do seu filho único. Um mês mas tarde, justamente pelo Natal, alguém tocou à porta. Era um jovem com um grande embrulho na mão. Disse ao pai: - O senhor não me conhece; eu sou o soldado por quem o seu filho deu a vida. Ele falava-me muito de si e do seu amor à arte. O rapaz estendeu os braços e entregou o embrulho. - Eu sei que não é muito. Eu não sou um grande artis-ta, mas creio que o seu filho gostaria que o senhor recebesse isto – era um retrato do filho. O pai muito comovido pegou no quadro e queria recompensar o soldado, mas este recusou dizendo que era o mínimo que podia fazer por quem lhe salvou a vida. Para quem era apreciador de arte e tinha uma magnífi-ca colecção, o quadro com o retrato do filho era, em termos de crítica artística, muito medíocre. O pai, afogou as suas opiniões críticas, mas pegou no quadro e pendurou-o em cima da chaminé e era a pri-meira coisa que ele mostrava aos que o visitavam para ver a sua magnífica colecção. Claro que os visitantes ficavam incrédulos – como poderia um homem com uma colecção de quadros dos mais reputados pintores, colocar um tal quadro tão em evidência e mostrá-lo com tanto empenho? O homem morreu e a sua colecção foi posta a leilão. O leiloeiro abriu a sessão dizendo que começava pelo retrato do filho. Um coro de protestos se fez ouvir na sala, pois todos perceberam que o tal quadro não valia nada, porém o leiloeiro não deu ouvidos. - Quanto dão pelo quadro? A um silêncio ao mesmo tempo trocista juntou-se a indignação dos presentes. O leiloeiro esperava que alguém falasse. Nesse momento do fundo da sala fez-se ouvir a voz do velho jardineiro dizendo: “dou 50 euros, porque sou pobre e não posso dar mais”. Como ninguém subisse a parada o quadro foi-lhe entregue. Então o leiloeiro disse: “O leilão está encerrado, por-que o dono das obras de arte deixou em testamento que quem levasse “O Filho”, levaria toda a colecção. Perante a estupefacção geral e indignação, assim aconteceu – o velho jardineiro quis que ficasse em casa algo que via ser muito apreciado pelo patrão. Podemos assim concluir: “Deus entregou-nos o Seu Filho, que morreu na Cruz há mais de 2000 anos. Assim, como o leiloeiro, a sua mensagem hoje para nós é: “O Filho, o Filho, quem tem o Filho tem tudo”.

O Filho Bom Dia

Tem-se, ultimamente, falado muito de valores e critérios e há uns dias atrás, ao entrar no autocar-ro, ouvi do motorista “bom dia” e, tal como me ensinaram os meus pais, retribuí. Uns dias mais tarde comentava com uma amiga e apercebemo-nos que conhecíamos dois tipos de motoristas: os da minha zona, carreiras de subúrbios repletos de prédios e jardins de betão, que não cumprimen-tam os passageiros ao entrar e, de quando em quando, lá têm uma conversa banal com um “vizinho”; e os da zona dela, que vão mais longe em distância até chegarem a paisagens com ver-de de algumas hortas privadas e que, não só dizem “bom dia” como as conversas tidas são com “o meu amigo”. Rapidamente a conversa chegou à pergunta: “em que é que uma grande cidade afecta a (boa) edu-cação das pessoas?”. Na aldeia, ao passar por alguém, mesmo um estranho, cumprimenta-se. Na cidade, ignora-se. Creio que a maioria das grandes cidades, que cresceram em torno do comércio, possam contri-buir para a falta de humanização, de relação ami-gável entre as pessoas, da entreajuda e apoio, pois foram-se transformando os valores humanos em lucro e apagando a educação parental dos habitantes que acabam por trocar o “bom dia” por “o seu passe?”, ou o “olá, é filho de quem?” por uma retirada estratégica, para não ter de segurar a porta do prédio ou partilhar os outros quatro lugares vazios do elevador. A cidade não apaga os valores mas limita a sua utilização ao conforto do lar, onde ninguém vê, aumenta a distância humana, o calor do afecto, da preocupação e da amizade com o outro e, com eles, o “bom dia”, poderá estar também em vias de extinção.

Page 11: Jornal O Breves

Opinião O BREVES - 24 de novembro de 2014 11

O PSD-Açores, através do seu Presidente, deu a conhe-cer que iria votar contra o Orçamento e Plano Regional para 2015. É, de facto, um direito que lhe assiste mas, dadas as cir-cunstâncias, é merecedor de crítica pelas incongruências de tal decisão. Um partido que se propõe apresentar propostas de alte-ração ao Plano e Orçamento, dez no caso do PSD-Açores, deve ter como intuito último melhorar estes docu-mentos de planeamento. Esta posição soa a ressentimento. As propostas de alte-ração que apresentam cheiram a falso. Vejamos a proposta de criar um complemento regional ao Rendimento Social de Inserção para a população em idade escolar. Na República os Deputados do PSD-Açores alinharam com Passos Coelho na redução de benefícios sociais, incluindo os drásticos cortes neste importante apoio, mas cá, na Região, exigem a sua ampliação. Vejamos o caso da restituição das transferências do Estado para a Região. Como se sabe o Governo de Pas-sos Coelho alterou o diferencial fiscal de 30% para 20% em 2013, fazendo com que os impostos aumentassem nos Açores e, ao mesmo tempo, diminuiu as transferên-cias para Região. Este ano, em sede de Orçamento de Estado para 2015, o PSD-Açores votou contra a reposi-ção das transferências, mas exige a restituição do dife-rencial fiscal para os 30%, sem a consequente compen-sação financeira. É como dar com uma mão e tirar com as duas… Mas o mais curioso, ou talvez não, é a postura do maior partido da oposição na questão do desemprego. É no momento em que se assiste a uma inversão na tendência de crescimento do desemprego que vemos um PSD res-sabiado afirmar que afinal já não dá mais o benefício da dúvida ao Governo Regional, como aconteceu em 2013 e 2014. O desemprego tem sido uma grande preocupação para o Governo dos Açores que tem criado vários programas e injetado recursos financeiros para minimizar os seus efei-tos. Nos últimos tempos o PSD-Açores tem feito do desem-prego um ”cavalo de batalha” e um dos seus principais temas do combate político, mas, mesmo assim, nas pro-postas de alteração que anuncia com propalado orgulho nem uma única destinada a este flagelo.

Não sei de estamos perante um caso de inabilidade polí-

tica, ou perante uma completa falta de ideias.

O sentido de voto ou

um voto ressentido

Por: José Ávila Por: Susana Mexia

Dia Mundial da Televisão

Em 1996, a Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou 21 de Novembro Dia Mundial da Televisão, comemorando a data em que, nesse mesmo ano, se realizou o Fórum Mun-dial sobre Televisão, nas Nações Unidas. Os Estados Mem-bros foram convidados a comemorar o Dia, incentivando, a nível mundial, as trocas de programas de televisão sobre questões como a paz, a segurança, o desenvolvimento social e económico, e reforçando o intercâmbio cultural. Há algumas décadas, Marshall McLuhan previa que a televi-são nos faria entrar na era da "aldeia global". Hoje, com os satélites e todos os outros meios tecnológicos que facilitam a transmissão de imagens para os quatro cantos do mundo, essa visão nunca esteve tão perto de nós. Vivemos cada vez mais numa mesma "sociedade da informação", na qual a televisão é o meio de comunicação mais poderoso, um ele-mento fundamental para os povos de todo o mundo e o que mais vulgarmente nos atinge, pois vive na intimidade do nos-so lar, vive connosco e quase faz parte da família. As consequências manipuladoras dos comportamentos adquiridos ao longo dos anos, as quais todos nós já senti-mos e de que temos conhecimento, bem como do mau modelo de utilização que fazemos da televisão, permitem-nos concluir que ela se pode reflectir de forma muito perni-ciosa no processo formador e educador das gerações. Todavia, se soubermos ser responsáveis e críticos com a programação, a televisão pode tornar-se um meio maravilho-so de educação, formação e distracção. Sabendo que é, para muitos, um bem necessário sem o qual não se pode viver, aqui ficam algumas sugestões, para que o seu uso não se transforme num abuso prejudicial e anule os efeitos positivos desejados com a sua criação: - Não se deve dar à televisão um lugar de primeiro plano nem deixar-se anestesiar na sua frente pois na vida há outras coisas mais importantes; - Deve ser usada com moderação, ela não nos pode ocupar o tempo de que necessitamos para as outras tarefas e ocu-pações; - Devemos estar informados acerca dos programas dos outros canais para podermos escolher os que têm mais qua-lidade e sentido de responsabilidade, excluindo e rejeitando o que não vale a pena ou pode ser prejudicial; - Ter um sentido crítico e procurar julgar objectivamente o que é bom, medíocre ou mau; - Ver com regularidade bons programas culturais e outros afins convidando amigos para, no final, dialogarem acerca dos mesmos; - Sempre que possível devemos ver televisão acompanha-dos para podermos trocar ideias e não ficarmos passivos e intelectualmente parados; - Quando um programa é motivo da nossa discórdia deve-mos escrever ou telefonar para os responsáveis a dar a nos-sa opinião ou sugestão. Ela é sempre ouvida, registada e tida em conta na avaliação efectuada pelos serviços pró-prios. - Se assistir a um programa que ache deveras pertinente e com qualidade, deve também elogiá-lo, basta uma simples chamada telefónica para os serviços de relações públicas do respectivo canal. Mas, sobretudo, não permita que a televisão o prive de um bom serão de família, de disfrutar da companhia dos amigos à volta duma mesa em amena e descontraída cavaqueira, nem se prive da leitura de bons livros na tranquilidade e no silêncio do lar.

Page 12: Jornal O Breves

Última Página O BREVES - 24 de novembro de 2014

facebook.com/jornal.obreves

Por: Isabel Cepeda

Há um ano...

Num dos centros comerciais de Lisboa, já constitui tradição a montagem de um presépio na escadaria nobre desse espaço comercial. E de há dois ou três anos a esta parte, com ligeiras alterações, a escadaria de grandes dimensões fica transforma-da numa pequena aldeia…, fazendo reviver o que seria Belém nos tempos de Jesus. A artista (Cláudia Perdigão), que idealizou o conjunto das cenas que deliciam quem por ali passa, parece ter lido algum dos mui-tos relatos sobre Belém na época em que nasceu Jesus. “No princípio do séc. I, Belém era uma aldeia que não contaria com mais de mil habitantes. Era formada por um pequeno con-junto de casas disseminadas pela encosta de uma colina, prote-gidas por uma muralha que estaria em más condições de con-servação (…). Os habitantes viviam da agricultura e da criação de gado. Havia bons campos de trigo e de cevada na extensa planície no sopé da colina: talvez se deva a estas culturas o nome de Bet-Léjem, que em hebraico significa “Casa do pão”. Além disso, nos campos mais próximos do deserto, pastavam rebanhos de ovelhas. A pequena aldeia de Belém continuou a contar os dias da sua monótona existência agrícola e provinciana até que se deu o inaudito acontecimento que a tornaria famosa para sempre no mundo inteiro. S. Lucas relata com simplicidade: Por aqueles dias, saiu um édito da parte de César Augusto para ser recenseada toda a terra. Este recenseamento foi o primeiro que se fez, sendo Quirino governador da Síria. Todos iam recensear-se, cada qual à sua própria cidade. Tam-bém José, deixando a cidade de Nazaré, na Galileia, subiu até à Judeia, à cidade de David, chamada Belém, por ser da casa e linhagem de David, a fim de se recensear com Maria, sua espo-sa, que se encontrava grávida (…). As casas de Belém eram humildes e, como noutros lugares da Palestina, os vizinhos aproveitavam as cavernas naturais como armazéns e estábulos, ou então escavavam-nas na encosta. Jesus nasceu numa destas grutas: E, quando eles ali se encon-travam, completaram-se os dias de ela dar à luz e teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria . (J. Gil, Pegadas da nossa Fé, em: www.Josemariaescriva.info) Com efeito, nas tais escadarias lá podemos ver as cenas do quotidiano de uma pequena aldeia: um pescador com o seu anzol, um lenhador acarretando um molho de lenha, casinhas onde alguém se dedica à feitura de queijos, ou a cozer pão, ou ao fabrico de enchidos, ou ainda à manufactura de cestos; outros vendem produtos da terra; uma mulher lava a roupa… Enfim um sem número de recantos e de actividades que nos encantam na sua singeleza. Apenas quando se chega ao alto da escadaria é que vamos encontrar uma casa ou gruta não muito diferente de todas as outras, com a representação do que é narrado nos evangelhos: Maria e José que olham enternecidos para o Menino acabado de nascer, um burro e uma vaca, olhando talvez espantados para os intrusos dos seus ‘aposentos’, pastores que se aproxi-mam, com cordeirinhos, e mais atrás os magos vindos de lon-ge… Quem por ali passar um tanto apressado poderá nem dar-se conta de que ali está representado o nascimento de Jesus, o Filho de Deus que se quis fazer menino como qualquer menino, para nos salvar. E na realidade assim aconteceu. Trinta anos viveu no meio dos seus concidadãos, para nos ensinar que a vida corrente de qualquer homem ou mulher é santificável e santificadora!

E habitou entre nós…

FICHA TÉCNICA: Jornal O Breves Inscrito na ERC sob o nº 126151 - Tiragem da edição: 500 exemplares. Propriedade: Associação de Amigos para a Divulgação das Tradições da Ilha de São Jorge - NIF: 509 893 678 Morada: Apartado 10, 9800-909, Velas, São Jorge, Açores Diretor: Carlos Alberto Pires - Contato: 927 511 731 - Presidente: Valdemar Furtado - Contato: 916 929 184 E-mail: [email protected] TODOS OS ARTIGOS DE OPINIÃO PUBLICADOS NESTE JORNAL SÃO DA INTEIRA RESPONSABILIDADE DOS SEUS AUTORES


Related Documents