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A Universidade está viva! A greve das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que começou no dia 17 de maio e possuía uma adesão inicial de 33 IFES, hoje conta com 95% das universidades paralisadas com o objetivo de garantir uma edu- cação pública, gratuita e de qualidade. Essa luta já vem sendo tocada nos últimos anos, principalmente agora que estamos sentindo os efeitos da política de expansão promovida pelo governo. Ano passado vi- mos 14 reitorias em todo o país serem ocupadas pe- los estudantes, uma greve dos servidores que o go- verno ignorou e uma proposta de aumento pífio aos professores que não foi cumprida. A nossa luta está forte, apesar da recusa do governo em reconhecer o CNGE e dizer que só reconhece a direção majoritária da UNE, do governo se negar a abrir negociação e da recomendação de corte do ponto dos servidores pú- blicos em greve. Atos unificados estão acontecendo em todo o país como, por exemplo, a Marcha a Brasí- lia dia 05 de junho que reuniu mais de 15 mil pessoas e onde teve a primeira reunião do comando nacional de greve dos estudantes. Ano I - Nº 1 - Junho/Julho 2012 A Universidade está em GREVE! Essa GREVEtSSA! Essa GREVE também é NOSSA! EssaambmS Contatos >> barricadas.net [email protected]
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Jornal Nacional do Barricadas

Mar 12, 2016

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Jonathan Hirano

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Page 1: Jornal Nacional do Barricadas

A Universidade está viva!

A greve das Instituições Federais de Ensino Superior (IFES), que começou no dia 17 de maio e possuía uma adesão inicial de 33 IFES, hoje conta com 95% das universidades

paralisadas com o objetivo de garantir uma edu-cação pública, gratuita e de qualidade. Essa luta já vem sendo tocada nos últimos anos, principalmente agora que estamos sentindo os efeitos da política de expansão promovida pelo governo. Ano passado vi-mos 14 reitorias em todo o país serem ocupadas pe-los estudantes, uma greve dos servidores que o go-

verno ignorou e uma proposta de aumento pífio aos professores que não foi cumprida. A nossa luta está forte, apesar da recusa do governo em reconhecer o CNGE e dizer que só reconhece a direção majoritária da UNE, do governo se negar a abrir negociação e da recomendação de corte do ponto dos servidores pú-blicos em greve. Atos unificados estão acontecendo em todo o país como, por exemplo, a Marcha a Brasí-lia dia 05 de junho que reuniu mais de 15 mil pessoas e onde teve a primeira reunião do comando nacional de greve dos estudantes.

Ano I - Nº 1 - Junho/Julho 2012

A Universidade está em GREVE!

Essa GREVEtSSA!

Essa GREVEtambém é NOSSA!

EssaambmS

Contatos >> barricadas.net [email protected]

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Conjuntura

O ano de 2011 foi marcado por levantes internacionais que demonstram o caráter irreformável do sistema capitalista e o agravamento de suas contradições. Tais contradições são percebi-das concretamente com os reflexos das políticas de austeridade, das contra-re-

formas e da retirada de direitos historicamente con-quistados através da luta dos trabalhadores. Com as

consequências de uma crise, no norte da África e na Europa a classe trabalhadora e a juventude foram às ruas em defesa de suas condições de vida, se apre-sentando enquanto força política capaz de enfrentar governos e derrubar ditadores. Apesar dos lutadores se mostrarem aguerridos, as estruturas dos regimes continuam preservadas, e apresenta-se a necessidade urgente da elaboração de um projeto classista na luta dos trabalhadores, com seus próprios instrumentos políticos, na construção de uma sociedade gerida pe-los próprios trabalhadores: o socialismo.

No Brasil convivemos com realidades contrastantes de crescimento econômico, pois somos a 6ª economia do mundo, e, ao mesmo tempo, sofremos cotidianamente com a retirada de direitos conquistados historicamente pelas lutas da classe trabalhadora e o su-cateamento dos serviços públicos, causado pela privatização de setores como a saúde, a educação, previdência, cultura e infra-estrutura.

O governo, que atingiu níveis de aprovação inéditos, promove políticas como o Bolsa-família, PROUNI, além do maior acesso ao crédito, ao mesmo tempo que

criam uma ilusão de ascensão social, na verdade transferem dinheiro público para o privado e atendem na verdade aos in-teresses da burguesia, como a abertura de vagas em univer-sidades privadas ao invés do in-vestimento na educação pública, o uso de políticas habitacionais para aquecer o mercado imo-biliário e injetar bilhões de din-heiro público na indústria da

construção civil, etc. que atende prioritariamente os interesses da burguesia ao criando a ilusão de ascensão social no trabalha-dor, ilusão esta, que o impede de enxergar que está apenas ser-vindo de meio para a transfer-ência do dinheiro público para o privado e do acúmulo da classe dominante seja em qual área ela atuar, educação, construção civil, mídia, entre outros.

Esta nova forma de mascar-ar seu caráter de classe, contando com um diferencial qualitativo deste governo, pois tem o apoio de grande parte dos movimentos soci-ais históricos, como a CUT, a UNE e o MST que foram essenciais para a chegara do PT no governo. O Par-tido “dos Trabalhadores” traz uma nova forma de controle, se masca-

rando por trás de grupos, termos e personalidades historicamente ditas como ligadas a luta dos trabalha-dores, ocultando o seu real caráter de classe, a serviço da burguesia.

Nesse cenário, a esquerda combativa encontra-se fragmentada e em busca de novas formas organi-zativas. Em 2011, vivenciamos pro-cessos de greve e lutas estudantis

por todo o país. Em 2012, vemos 57 das 59 Universidades Federais em greve, o que evidencia o desmonte e sucateamento da educação a nível nacional e a necessidade da atu-ação unitária dos estudantes com a classe trabalhadora, contra o gov-erno petista ou qualquer outro que sirva ao capital, em busca do projeto socialista de sociedade.

O Governo na verdade transfere

dinheiro público para o setor privado e

atende aos interesses da burguesia

”Unidade para enfrentar os interesses de classe

Jornal do Barricadas

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O desmonte da educação pública ao longo dos governos Lula e Dilma revela seu caráter de classe, dando prioridade aos empresários do setor privado da educação e ao pagamento dos juros da dívida pública em detri-mento do ensino público.

Programas como o PROUNI e o REUNI, a Reforma do en-sino básico, o ensino a distância, avaliações como o ENADE e a privatização da educação (cursos de pós- graduação pagos, empre-sas controlando os hospitais uni-versitários) são faces da mesma política que visa uma educação para o capital.

Verbas públicas são injeta-das nos grandes empresários da educação, enquanto o ensino pú-blico não tem investimento em

Educação

O desmonte e o projeto da educação do PT

infra-estrutura, pes-quisa e extensão, colo-cando a educação su-perior pública na UTI. 47,19% dos recursos públicos da União se destinam aos juros e amortização da dívida, ou seja, aos bancos, apenas 3,18% do or-çamento é investido em Educação e 3,98% com a Saúde.

Vivemos nas IFES hoje, com grande intensidade, as conse-quências do REUNI, projeto de reestrutu-

ração das universi-dades federais, tendo como eixo uma expan-são das universidades com um financiamen-to irrisório e sujeito ao cumprimento de metas, enchimento das salas de aula e aceleração da forma-ção, aprofundando o sucateamento do en-sino público superior. Resultado: aumento de estudantes, falta de professores, falta de infra-estrutura, falta de assistência estu-

dantil, precarização do trabalho, quebra do tripé ensino-pesquisa-extensão, investimen-to privado nas univer-sidades colocando em xeque a autonomia da produção do con-hecimento, péssimas condições de trabalho e estudo. Vemos ainda o projeto da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares que pro-move a privatização dos hospitais universi-tários e a mudança do seu caráter social.

Esse é o momento de au-mentarmos a pressão sobre o gover-no, obrigá-lo a negociar e obtermos vitórias concretas. Para isso, devemos unificar as lutas em curso com as de-mais categorias em greve construin-do iniciativas comuns como Coman-dos Unificados e ocupar as ruas com atos unificados para dar visibilidade para essa luta tão importante e colo-car o governo contra a parede! A nos-sa greve tem que ser construída pela base, em assembléias gerais abertas, comandos locais, comitês de mobi-

lizações nos cursos, construindo as-sim um Comando Nacional de Greve dos Estudantes que seja democrático e fortemente enraizado na base, que seja capaz de organizar o movimento e os estudantes para a luta e fazer fr-ente à qualquer tentativa da direção majoritária da UNE junto ao MEC de rifar a greve.

Estudantes, professores e servidores estão unidos na luta por educação e saúde públicas, gra-tuitas, de qualidade e por melhores condições de trabalho!

Unificar às mobilizaçºões

Programas

como o PROUNI

e o REUNI são

faces da mesma

política que visa

uma educação

para o capital.

““

Jornal do Barricadas

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O segundo semes-tre se aproxima e muitos são os cursos que farão o ENADE. É importante debatermos sobre isso, além de todos os ataques que educação vem so-frendo, os resultados do exame são usados como propaganda, reforçando uma concepção produti-

vista da educação, além de ser obrigatório e puni-tivo, pois o Estado não diz como deve se dar a supe-ração dos problemas, se isentando da responsabil-idade; premia os melhores colocados aumentando a competitividade entre os estudantes, visando frag-mentar ainda mais nossa

unidade com vistas que não consiga resistir aos ataques que estamos so-frendo na educação.

Assim, os diretórios acadêmicos, executivas de curso, setores que es-tão dentro e fora da UNE-ANEL, de oposição de esquerda ao governo de-vem estar ao lado os tra-

balhadores da educação e de todos aqueles que lutam por uma educação pública, capaz de auxiliar na emancipação da classe trabalhadora através de um fórum permanente que seja capaz de articular nossas lutas e demandas frente a todo o ataque na educação brasileira.

A Universidade apresenta em seu interior todas as formas de opressões de que o capital neces-

sita para intensificar e garantir a exploração dxs trabalhadorxs para atender aos interesses da classe dominante: O machismo, racismo e homofobia.

Uma vez que vivemos um contexto de precarização de nossas universidades, tais setores, histori-camente oprimidos, tendem a ser afetados ainda mais com as políti-cas sucateadoras impostas pelo governo federal. é possível per-ceber quando vemos que xs mais

prejudicadxs pela precariza-ção do trabalho - que se dá através das terceirizações

- são as mulheres e negrxs; quando as estudantes mães não possuem acesso a uma assistência estudantil de qualidade – que vise à

permanência estudantil, onde pos-sam deixar seus filhos nas creches, assim como os homoafetivos, que ao procurarem lugar para morar em casas estudantis enfrentam re-jeição. Além disso, os programas de apoio psicológico às mulheres mães e a comunidade LGBT são limitadís-simos

Nossa greve também é por melhorias no acesso e permanên-cia daqueles que, historicamente, foram alijados do direito ao ensino superior. Entendemos, entretan-to, que somente com a superação total do sistema capitalista ire-mos ter uma universidade livre de opressões, laica, pública, gratuita, de qualidade e socialmente referen-ciada para a classe trabalhadora!

Bacharel - administração, Contabilidade, Economia, Comunicação Social, design, direito, psicologia, rela-ções internacionais, secretariado executivo e turismo.Tecnólogo - Gestão Comercial; Gestão de Recurso; Gestão Financeira; Logística; Marketing e Processos Gerenciais.

Diante da articu-lação entre os estudantes,

servidores e professores em greve lutando por melhores condições na

educação brasileira, não podemos perder o foco que somente a articulação e mobilização pela base

estudantil poderá pressionar para uma educação pública, gratuita, laica, de qualidade e socialmente referenciada. As-sim, não podemos esquecer que a greve terá um fim e o seu saldo não pode ser de desmobilização e o controle das pautas da greve restritas às direções tradicio-

nais do movimento. Devemos ter como resultado da greve um avanço no processo de reorga-nização do movimento em um fórum que organize e dê con-tinuidade à luta travada, que os estudantes e entidades de base impulsionem e se articulem para as próximas lutas que virão.

Por um fórum permanente de lutas

Movimento Estudantil

A Educação merece nota 10?

ENADE 2012

Jornal do Barricadas

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A Luta das mulheres, Negros e Negras e LGBTs deve se dar ao lado da luta da classe trabalhadora, rumo à revolução socialista.