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Do Quintal Um jornal a serviço dos moradores da região do Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre, Abranches, São Lourenço e Bom Retiro. R$ 1,50 Curitiba, dezembro de 2011 - Ano I - Número 7 TERRENO DO GOLFINHO ESTÁ “BLOQUEADO” Quem consultar a Secretaria de Urbanismo de Curitiba sobre a possibilidade de erguer alguma obra no local verá que já foi oficializado o interesse do município em desapropriá-lo. ::Página 7 » Boom imobiliário muda a paisagem O desenvolvimento imobiliário na área dos parques de Curitiba tem gerado preocupação dos moradores. São condomínios residenciais e sobrados que estão mudando o perfil da região. ::Página 5 » Boas novas para a Cruz em 2012 Região da Cruz do Pilarzinho deverá ter um ano novo cheio de novidades. Dentre elas, a chegada da integração do transporte coletivo, a inauguração da primeira agência bancária e novos empreendimentos residenciais e comerciais. ::Página 3 » Derrubada de árvores gera protestos O sumiço de árvores de um terreno próximo à Cruz do Pilarzinho causou protestos dos moradores que estão cada vez mais preocupados com a extinção de áreas verdes na região. ::Página 4 » Almanaque traz dicas para o Natal Confira receitas, sugestões de presentes e curiosidades sobre a festa natalina. ::Páginas 14 e 15 O Bairro Bom Retiro fica apenas a dois quilômetros do Marco Zero de Curitiba, mas só teve seu desenvolvimento acelerado a partir do fi- nal dos anos 70. Até então, boa parte dele parecia mais uma zona rural. Hoje é um dos bairros com melhor qualidade de vida da cidade. ::Páginas 8, 9, 10 e 11. QUE MESMO PRÓXIMO ERA RETIRADO O BAIRRO EXCLUSIVO “SANATÓRIO” QUE BATIZOU O BAIRRO DARÁ LUGAR A CONDOMÍNIO A Federação Espírita do Paraná (FEP) vai transferir o Hospital Psiquiátrico Bom Retiro para um outro local. Em seu lugar, uma área nobre de 65 mil metros quadrados onde ele funciona há 65 anos, a incorporadora Invespark construirá prédios residenciais e um comercial, cujas 150 lojas ficarão para a FEP. O “Sanatório”, como o hospital é conhecido, é um marco histórico do bairro, cujo nome inclusive surgiu dele. ::Página 9 João de Noronha DSF-Doq A área do antigo Golfinho, abandonada por muitos anos, foi colocada à venda pelos atuais proprietários. João de Noronha
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Jornal Do Quintal- 7º edição

Jun 05, 2015

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Edição especial de natal!
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Page 1: Jornal Do Quintal- 7º edição

Do QuintalUm jornal a serviço dos moradores da região do Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre, Abranches, São Lourenço e Bom Retiro.

R$ 1,50 Curitiba, dezembro de 2011 - Ano I - Número 7

TERRENO DO GOLFINHO ESTÁ “BLOQUEADO”Quem consultar a Secretaria de Urbanismo de Curitiba sobre a possibilidade de erguer alguma obra no local verá que já foi oficializado o interesse do município em desapropriá-lo. ::Página 7

» Boom imobiliário muda a paisagem

O desenvolvimento imobiliário na área dos parques de Curitiba tem gerado preocupação dos moradores. São condomínios residenciais e sobrados que estão mudando o perfil da região. ::Página 5

» Boas novas para a Cruz em 2012

Região da Cruz do Pilarzinho deverá ter um ano novo cheio de novidades. Dentre elas, a chegada da integração do transporte coletivo, a inauguração da primeira agência bancária e novos empreendimentos residenciais e comerciais. ::Página 3

» Derrubada de árvores gera protestos

O sumiço de árvores de um terreno próximo à Cruz do Pilarzinho causou protestos dos moradores que estão cada vez mais preocupados com a extinção de áreas verdes na região. ::Página 4

» Almanaque traz dicas para o Natal

Confira receitas, sugestões de presentes e curiosidades sobre a festa natalina. ::Páginas 14 e 15

O Bairro Bom Retiro fica apenas a dois quilômetros do Marco Zero de Curitiba, mas só teve seu desenvolvimento acelerado a partir do fi-nal dos anos 70. Até então, boa parte dele parecia mais uma zona rural. Hoje é um dos bairros com melhor qualidade de vida da cidade.

::Páginas 8, 9, 10 e 11.

QUE MESMOPRÓXIMO ERARETIRADO

O BAIRROEXCLUSIVO

“SANATÓRIO” QUE BATIZOU O BAIRRO DARÁ LUGAR A

CONDOMÍNIOA Federação Espírita do

Paraná (FEP) vai transferir

o Hospital Psiquiátrico

Bom Retiro para um

outro local. Em seu lugar,

uma área nobre de 65

mil metros quadrados

onde ele funciona há 65

anos, a incorporadora

Invespark construirá

prédios residenciais e

um comercial, cujas 150

lojas ficarão para a FEP.

O “Sanatório”, como o

hospital é conhecido, é um

marco histórico do bairro,

cujo nome inclusive surgiu

dele. ::Página 9

João

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A área do antigo Golfinho, abandonada por muitos anos, foi colocada à venda pelos atuais proprietários.

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Page 2: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 2 Do Quintal

Do Quintal

Curitiba, dezembro de 2011

O ano de 2011 chega ao fim

e o Jornal Do Quintal

chega à sua sétima edição

discutindo assuntos de

interesse dos moradores

da região dos parques de

Curitiba, nossa principal

área de abrangência.

Muitos desses assuntos

ainda não chegaram às

suas conclusões, como a

transformação do antigo

Clube do Golfinho num

centro de atendimento à

população, o registro da

Cruz do Pilarzinho como

um monumento histórico,

e o Código Florestal e

sua aplicação no Paraná.

E por isso continuamos

acompanhando-os.

Nesta edição, abordamos um

outro assunto que é menos

uma pauta que pede solução

do que um desafio com o

qual teremos de conviver

ao longo dos próximos

anos: o boom imobiliário

que tem mudado o perfil de

nossa região. E, mantendo a

proposta do jornal de resgate

de nossa memória, narramos

histórias do bairro Bom

Retiro e sua transformação,

já que o bairro perde uma de

suas principais referências,

o Hospital Espírita de

Psiquatria que, inclusive, deu

origem ao seu nome.

A intenção é a de, neste

momento, propor uma

reflexão sobre esse

desenvolvimento, e lembrar

que ele deve vir aliado à

preservação de nossos

recursos ambientais,

garantindo, assim, uma

cidade efetivamente

sustentável. Como presente

de Natal, é isso que

desejamos receber como

cidadãos. Um presente caro

e desejado e, por que não,

envolto em um jornal raro,

porque ético.

Feliz Natal e um 2012 repleto

de paz, esse é o desejo da

equipe do jornal Do Quintal a

todos os seus leitores.

CARTA AO LEITOR

Propriedade da Editora Douglas de Souza Fernandes CNPJ: 12.339.920/0001-18

Jornalista Responsável: Ângela Ribeiro DRT 1574

Diretor de Redação: Douglas de Souza Fernandes

Projeto gráfico e diagramação: Eduardo Picanço Aguida e Paulo Augusto Krüger de Almeida.

Endereço: Rua Professor Ignácio Alves e Souza Filho, 343, Pilarzinho, CEP 82110-450.

Telefones: 3527-0501 e 9892-4606. E-mails: [email protected], [email protected], [email protected].

Impressão: Editora O Estado do Paraná

Tiragem: 10.000 exemplares

EXPEDIENTE

(*) Rafael Milani Medeiros

Quilometragem em ciclovias é um indicador de desenvolvi-mento cicloviário, assim como a participação da bicicleta no

total de deslocamentos efetuados em uma cidade. Esses dados refletem o quanto cada cidade se esforça para aumentar o uso da bi-cicleta como meio de transporte e o quanto a sociedade aceita e adere a ideias mais sus-tentáveis em termos de transporte.

No Brasil, o total de quilômetros em ci-clovias de todas as cidades com mais de um milhão de habitantes não chega à metade da quantidade que uma só cidade européia tem dentro de seu território. Menos de 2% do to-tal de deslocamentos das capitais brasileiras são efetuadas em bicicleta. Reconhecer que todas as metrópoles brasileiras deixaram de lado o desenvolvimento do transporte lim-po, econômico, rápido, promotor da saúde e do bem estar é o primeiro passo para que possamos reparar as perdas deste erro políti-co que é ignorar as qualidades da bicicleta se utilizada, expressivamente, em meio urbano.

Curitiba tem 4.600 km de ruas, cerca de 30 quilômetros de ciclovias de uso exclusivo das bicicletas e cerca de 90 km de calçadas de uso compartilhado e todos os bairros bem sabem o resultado, tanto para o pedestre como para o ciclista, desta manei-ra curitibana de “incentivar” a caminhada e o uso da bicicleta. As cidades européias que ainda insistiam em gastar cada vez mais em avenidas, pontes e viadutos que só resulta-vam em mais engarrafamentos, inverteram seus investimentos e estão aplicando mi-lhões em transporte público e infraestrtu-ra cicloviária. Um exemplo é Londres que construirá em menos de dois anos 12 aveni-das expressas para bicicletas ligando o subúr-bio ao seu centro. Isso em, “bike highways”. Demoraram 30 anos para ver que seus vizi-nhos, apesar de terem uma frota imensa de veículos (como a nossa), estimulavam sua população para usá-los a menor quantidade de vezes possível.

Vejo um despertar na terra dos pi-nheirais e fico feliz. Espero que esta vontade de promover o uso da bicicleta transcenda as próximas eleições e partidos e se torne uma

realidade nas ruas, com o respeito que que-remos ver não só para a bicicleta, mas para os pedestres e usuários de transporte coleti-vo. Não temos tempo, precisamos de metas com datas e orçamento para a promoção da bicicleta como meio de transporte. 4km de ciclofaixa foram pintados no centro em 10 dias. Quanto a prefeitura poderia entregar neste ritmo até outubro do ano que vem?

Rafael Milani Medeiros é designer, mestrando em Gestão Urbana pela

PUC-PR e morador do Pilarzinho.

(*)Denise Baroni

A Rede de Desenvolvimento Local do Pilarzinho entrou em 2011 no seu segundo ano de atuação, com o desafio de cumprir as metas propostas em 2010 e manter a coesão do grupo, ampliando-o e for-talecendo-o. E encerramos o ano com um balanço bastante positivo. Além da confirmação do interesse da Prefeitura em resgatar o imóvel do antigo Clube do Golfinho para atender à comunidade, durante o ano também foram lançadas as sementes para a criação de uma en-tidade que congregue moradores e comerciantes do bairro e para a formação de um Conselho de Segurança no Pilarzinho.

Ou seja, 2011 mostrou o que é possível fazer para melhorar a qua-lidade de vida quando as forças comunitárias se organizam e têm o apoio do poder público.

Durante os encontros e trocas de idéias, a comunidade também identificou a importância do fortalecimento da educação formal que insira nos educandos os princípios de cidadania e valores comunitá-rios. Da mesma forma, a importância da integração entre a comuni-dade e as instituições públicas de ensino. Nesse sentido, os trabalhos desenvolvidos pela professora Sonia Brusch estão tomando ainda

mais corpo e servindo como exemplo de como é possível modificar a realidade do próximo com boa vontade e trabalho.

Podemos dizer que a Rede amadureceu em 2011 e está articula-da para promover o desenvolvimento do bairro em 2012. Deixamos aqui o nosso muito obrigado a todos aqueles que trabalharam pelo bem comum em 2011

Só falta um componente para que nossos sonhos traçados na pri-meira .reunião, realizada numa noite fria na Paróquia São Marcos, há exatos dois anos, se tornem realidade: A SUA PARTICIPAÇÃO!!

Lembrando que a Rede não tem partido político, não tem cor, não tem religião, não tem classe social... A Rede somos todos aqueles que vivemos, transitamos e somos acolhidos por esse bairro. Em 2012, apaixone-se pelo lugar onde você vive, resgate suas tradições e venha fazer parte desse grande movimento de transformação de vida.

Acesse www.desenvolvimentolocal.org.br ou ligue 3271-7614, e conheça o plano de ações para o Pilarzinho. Cadastre-se e ajude a construir o bairro dos seus sonhos! A rede somos todos nós!

(*) Coordenadora da Rede de Desenvolvimento Local no Pilarzinho.

O despertar do interesse pela bicicleta na terra dos pinheirais

Ciclista em faixa compartilhadaem Curitiba.

Um ano de luta pelo Pilarzinho

Uma questão de ordem Ângela Ribeiro

A polêmica em torno da derrubada de uma araucária na Avenida Mateus Leme no mês de novembro acabou por expor uma questão bastante recorrente: será que as nossas leis ambientais estão, de fato, colaborando na defesa do Meio Ambiente? Quando vemos a notícia de que uma árvore protegida por lei foi derrubada, pensamos logo: mas será que os órgãos competentes sabem disso? Para em seguida,

respondermos, quase que automaticamente: Claro, deve haver uma autorização legal para isso. Mas, são vários questionamentos que surgem a partir daí: será que o corte dessa árvore era, de fato, necessário? Será que necessária sua derrubada para a construção da concessionária da empresa francesa Citroën em Curitiba?

Amplamente divulgada nas páginas sociais da internet, a imagem da queda da araucária chegou a obrigar a empresa a se explicar em sua página do Facebook. Tempos modernos, qualquer ação gera reação mais rápida através dos debates que ganham mais rapidez através da internet. Enfim, as redes sociais são utilizadas para articular movimentos de cidadãos que antes

não encontravam canais de expressão. O fato é que a explicação dada pela

empresa de que o corte foi autorizado pela Prefeitura Municipal levantou uma outra pergunta: Será que a Prefeitura tem todas as ferramentas para coibir o que a consciência social deveria determinar? É o reverso da moeda, se temos a lei não precisamos mais nos preocupar. Se a lei autorizou é legal e, portanto, inquestionável? É a tentativa de transferir as responsabilidades para uma autoridade, resquícios do sistema patriarcal. Se a principal justificativa é sempre a autorização legal, será que não precisamos somar a ela, a consciência ética em todas as esferas? A araucária foi derrubada porque estava condenada. Certo. Mas, por quem?

Page 3: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 3Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

Notas - Do Quintal

Em obras 1

O entorno da Cruz também está

em obras. Num amplo terreno

da esquina da Hugo Simas com

a Ignácio Gbur estão sendo

levantados vários sobrados

residenciais. Já bem em frente

à Cruz, na esquina com a São

Domingos, será erguida uma

panificadora. Ali funcionava o

Bar Hollywood, fechado após

a morte, em abril este ano, de

Seu Edwino Polak, o incansável

defensor da Cruz, que era o

dono do prédio.

Em obras 2

Antes de dar lugar ao bar, o

prédio era a casa dos Polak,

pioneiros da região. A viúva

de seu Edwino, Nena Polak,

informou que um de seus

netos irá montar uma moderna

panificadora no local. Como

o prédio antigo é tombado

pelo patrimônio e não pode

ser derrubado, será feita uma

construção a partir do que

existe. A terra depositada há

meses em frente ao prédio,

segundo ela, será usada para

igualar o terreno, ao lado do

prédio, ao nível da rua.

Lá vem o Bradesco...

Outra reivindicação dos moradores

que deverá ser atendida em

2012 é a instalação de uma

agência bancária no bairro.

A confirmação foi dada pelo

vereador José Maria (PPS),

que recebeu a informação da

gerência regional do Banco

Bradesco. Segundo Zé Maria,

o pedido foi feito para vários

bancos, mas só o Bradesco

percebeu o potencial da região

para abrigar uma agência.

Sua assessoria informou que

o Banco atualmente está

negociando a locação de um

terreno nas proximidades. A

intenção, disse, é inaugurar a

agência em outubro de 2012.

...e atrás devem vir mais...

A expectativa é que a partir da

instalação da primeira agência

bancária no Pilarzinho, outros

bancos façam o mesmo. É uma

questão de “marcar terreno”.

É exatamente o que está

acontecendo com o bairro Bom

Retiro. Por muito tempo, aquela

população não foi atendida por

nenhum banco, até que o Itaú

resolveu abrir uma agência no

local. Em seguida, vieram o

Santander e o Bradesco deve

inaugurar nos próximos dias,

sem contar a Caixa, que está

em fase final de construção.

Reconhecimento

A Banda Tático Móvel, formada

pela família Salvadori, residente

no Pilarzinho, recebeu no

último dia 9, na Câmara

Municipal de Curitiba, o Prêmio

João Batista Gnoato, que

homenageia personalidades

locais que se destacam na

área musical da cidade. Por

proposição do vereador José

Maria (PPS), a banda foi uma

das homenageadas pelo

trabalho social que realiza,

apresentando-se em escolas,

entidades assistenciais e

hospitais. Em agosto último,

por exemplo, ela se apresentou

na comemoração dos 50

anos do Hospital de Clínicas

(foto). No eclético repertório,

sucessos internacionais e

clássicos brasileiros, além de

composições próprias. Escolas

ou entidades interessadas

podem conseguir mais

informações pelo telefone

3022-3326, ou e-mail Clovis@

taticomovel.com.br.

Confraternizando

Mais uma vez, a festa oferecida por

Romário Luis Palhares pode ser

considerada o “aniversário do

ano” no Pilarzinho. Em outubro,

ele recebeu centenas de amigos

do bairro e vindos de outras

partes da cidade para um

almoço e uma tarde inteira de

boa música, na Associação dos

Magistrados. No palco, o grupo

musical de Zezinho e Natal, que

brindou os presentes com MPB

de alta qualidade e o melhor do

samba. Na foto, Romário com a

esposa Amélia.

Novos tempos para a Cruz

O ano de 2011 termina trazendo

várias novidades para a Cruz do

Pilarzinho, que prometem dar um

novo ritmo à região já no próximo ano. Para 2012, estão previstos o

início de operação do Sistema de Integração Temporal de Transporte,

a inauguração da primeira agência bancária da região, além da

implantação de novos comércios e inauguração de novas unidades

habitacionais em seu entorno. Na edição de julho deste ano, o Do

Quintal fez reportagem sobre a história da Cruz e de como, apesar

de ser a principal referência do bairro, aquele marco histórico já não

era mais percebido por quem passava pelo local. Também descobriu

que a Cruz ainda não era oficialmente considerada um monumento

por não ter registro no Município. Por isso, o Do Quintal entrou com

pedido de seu registro como um patrimônio da cidade.

Via Crucis

O processo continua em análise na Prefeitura. Depois de passar pela

Unidade de Interesse de Preservação – IPUC, foi enviado para

a Secretaria de Urbanismo que o encaminhou para a análise do

Departamento do Meio Ambiente. Em seguida, o processo foi enviado

à Fundação Cultural e avaliado pelo Departamento do Patrimônio. No

último dia 5, o processo chegou à Unidade de Cadastro Técnico que,

finalmente, determinará os trâmites necessários para a efetivação do

registro do lote da cruz, primeiro passo para que exista, oficialmente,

como um monumento de Curitiba.

Integração 1

A administradora da Regional Boa Vista, Janaína Lopes Gehr, nos

informou na última semana que a Cruz do Pilarzinho receberá, a

partir de 2012, a chamada Integração Temporal de Transporte. Ou

seja, em vez da integração ser feita em um terminal, é feita a partir

de uma máquina instalada em um ponto, onde o passageiro passa o

cartão e paga uma passagem, mas tem direito a utilizar um segundo

ônibus sem pagar nova passagem.

Integração 2

Janaína explicou que o sistema já está em teste no Santa Quitéria e

no Xaxim, e que a Urbs lhe garantiu que, a partir do ano que vem,

chegará também ao Pilarzinho. Ela lembra que isso vai atender

a uma das principais reivindicações dos moradores, que há anos

pleiteiam a instalação de um terminal na região da Cruz. Estudos

mostraram, porém, a inviabilidade de se construir um terminal na

região, por causa da falta de espaço para sua implantação.

Constituição e regularização de empresas, Imposto de Renda e Condomínios.

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Page 4: Jornal Do Quintal- 7º edição

Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal » 4

Dona Angélica Gava Nikos mostra por ondechega o esgoto que está contaminando sua área.

Em sua fase inicial, o projeto vai atender apenas parte de bairros como o Taboão e Abranches, onde moradores há anos vêm tentando chamar a atenção dos órgãos com-petentes para a urgência da amplia-ção da rede de esgoto para a região.

Mônica Bajerski, moradora há 50 anos do bairro do Taboão, afir-ma que a maioria dos moradores tem fossas em suas casas, mas é caro fazer sua manutenção, uma vez que deve ser esvaziada a cada três me-ses: “Muita gente acaba fazendo manilhas e desembocando parte do esgoto em terrenos, em fundos de vale”.

É o que acontece na propriedade de Dona Angélica Gava Nikos que afirma estar há mais de um ano so-licitando junto à Prefeitura a resolu-ção para o problema de um esgoto quem vem sendo despejado no fundo de sua propriedade, na Rua Maria de Lurdes Nikos. “Já existem vários protocolos na Prefeitura e, até agora, nada foi feito. Não conse-guem localizar a origem esse dejeto que ameaça as nascentes de minha propriedade.”

Segundo José Tadeu Motta, di-retor de Recursos Hídricos e Sane-amento da Secretaria do Meio Am-biente, toda denúncia é vistoriada

pela prefeitura que conta com seis equipes técnicas habilitadas para o serviço: “Chegamos a fazer 2.400 vistorias por mês, fora a averigua-ção de denúncias que podem ser feitas pelo 156. No caso de conta-minação por esgoto irregular, o res-ponsável é notificado e multado.”

Eliana Ribeiro, síndica do con-domínio localizado nos fundos da propriedade de Dona Angélica Gava Nikos, explicou que o sistema de coleta de esgoto particular do condomínio, que reúne 11 mora-dores, já foi vistoriado pelos fiscais da prefeitura, mas não conseguiram detectar a origem do esgoto. Para detectar o origem do problema, se-gundo a síndica, teria de ser solicita-da uma vistoria pelos moradores da rua de cima de onde, aparentemen-te, vem a água da chuva, misturada com o esgoto.

Dona Regina Jaroz, moradora do bairro do Taboão há 62 anos, lembrou que a limpeza de uma fos-sa custa uma média de R$ 350,00 e isso leva muitos moradores a joga-rem apenas parte do esgoto nesse sistema: “O bairro cresceu, muitos moradores canalizam para as bocas de lobo que seriam somente para a água pluvial. O resultado é que mui-to esgoto desemboca em rios”.

Placa que anunciava a construção foi derrubada.

O desaparecimento de algu¬mas árvores num terreno na es¬quina da Avenida Hugo Simas com a Avenida Raposo Tavares, no Pilarzinho, causou indigna¬ção e gerou protes-tos de mora¬dores do bairro. Manifestantes chegaram a pi-char a placa do licenciamento ambiental com palavras como “assassinos”. Tra¬ta-se de uma propriedade par¬ticular que foi vendida para a Faculdade Opet que pretende construir sua sede administrati¬va no local.

Segundo a Secretaria Muni¬cipal do Meio Ambiente, a li¬cença ambiental, obedecen-do à Lei Municipal 9806/2000, de¬terminou que apenas três mil, dos sete mil metros qua-drados do terreno, fossem des-tinados à construção, o que re-

presenta a preservação de mais de 50% da área verde. O Alvará 300206 da Prefeitura prevê a construção de escritórios numa área onde haviam árvores isola-das, pre¬servando os fundos do terreno, onde está a mata nativa.

Segundo Jaqueline Snak, fun¬cionária do setor administrati¬vo da Opet, foram necessários quatro anos para conseguir o li¬cenciamento junto à Secretaria do Meio Am-biente e o proje¬to inicial teve de passar por vá¬rias alterações. “Até o layout do prédio teve de ser mudado para obedecer aos

critérios do Meio Ambiente.” Segundo a funcionária,

não há previsão para o início das obras, e o adiamento nada tem a ver com os protestos dos mora¬dores. “Trata-se de uma política interna da empresa que não vê a obra como prioridade no mo¬mento”- explicou. A fa-culdade pretende construir, no Pilarzi¬nho, sua sede adminis-trativa que hoje está espalhada em vários pontos da cidade. A funcioná¬ria fez questão de es-clarecer que toda a vegetação existente no fundo do terreno será preservada. (AR)

Derrubada de árvore provoca protestos

João de Noronha

Um total de 174 famílias que vivem às margens do Rio Barigui, na Vila Nori, no Pilarzinho, serão reloca-das e outras 125 famílias te-rão suas propriedades regu-larizadas pela Prefeitura. O projeto prevê ainda obras de urbanização, saneamento bá-sico, energia elétrica, asfalto e recuperação ambiental da área. A Vila Nori é uma das mais antigas áreas de inva-são da capital. Ela começou ainda nos anos 70. Os inves-

timentos vão beneficiar dire-tamente 299 famílias e fazem parte dos R$ R$ 3,5 milhões captados pela Prefeitura no Banco In¬teramericano de Desenvolvi¬mento (BID), dentro do Pro¬grama Inte-grado de Desenvol¬vimento Social e Urbano.

A Vila Nori está sujeita às restrições ao uso habita-cional já que fica localizada às margens da Área de Pre-servação Permanente (APP) do córrego afluente do rio

Barigui. As obras de relo-cação dessas famílias fazem parte, inclusive, de uma ação estratégica da Prefeitura para a implantação do Plano Dire-tor de Drenagem, que prevê o desassoreamento do Rio Barigui. Para o prefeito Lu-ciano Ducci, “será uma gran-de trans-formação urbana, ambiental e principalmente social, que ti¬rará essa co-munidade de situ-ações de riscos como alaga¬mentos e insalubridade.”

Anunciadas obras para transformar a Vila Nori

Área dos parques terá rede de esgoto

Ângela Ribeiro

A região dos parques Tanguá e Tingui vai começar a ganhar uma rede de esgoto a partir do ano que vem. É a primeira fase das obras que têm início previsto para o mês de julho de 2012 e cuja con-clusão está prevista para o início de 2014. Trata-se do início de um amplo projeto que pretende estender a rede de esgoto até o município de Almirante Tamandaré. A primeira etapa prevê a

instalação de uma rede coletora, sem a qual fica impossível estender o sistema de esgoto da região. Todo o sistema coletor terá 4,5 km e vai custar R$ 2 milhões. Segundo Paulo Roberto Franco, gerente da Unidade Regional Curitiba Norte da Sanepar, a primeira parte do projeto já tem recursos assegurados.

A instalação do coletor Barigui norte é fundamental nessa fase inicial para possibilitar a extensão da rede até o Parque Tanguá, seguindo a bacia do Rio Barigui e chegar à estação de tratamento de esgoto de Santa Quitéria. A segunda etapa, cujo projeto está em fase de conclusão, pretende estender essa rede até o bairro de Cachoeira, em Almirante Tamandaré, passando pelo Taboão e Abranches, alcançando a região do parque Tingui, até a estação de Santa Quitéria. Com a conclusão da segunda etapa é que toda a região será beneficiada com um sistema de esgoto.

Segundo o gerente da Unidade Norte da Sanepar, embora os recursos para a segunda etapa ainda não tenham sido captados, a Sanepar está otimista uma vez que tanto o governo estadual, quanto o federal, atra-vés de órgãos como o BNDES, Caixa Econômica ou através do PAC, têm demonstrado boa vontade com projetos de saneamento. “Essa obra, inclusive, já está no plano diretor da Sanepar”- assegurou. Parte do esgoto é desviada

para rios e fundos de vale

A Sanepar pretende atender a toda a região, chegando até Almirante TamandaréFoto: DSF

Page 5: Jornal Do Quintal- 7º edição

Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal » 5

Boom imobiliário transforma região dos parques

Angela Ribeiro

O d e s e nv o l v i m e n to imobiliário na re-gião dos parques de Curitiba tem chama-

do a atenção e gerado preocupa-ção entre os moradores da região. A exemplo do que já aconteceu em bairros como Vista Alegre e Mer-cês, um boom imobiliário está ace-lerando a transformação de bair-ros como o Pilarzinho, Tanguá, Abranches, Taboão e São João, que ficam no entorno dos parques Tanguá, Tingui e São Lourenço. São condomínios residenciais e sobrados que, aos poucos, estão mudando o perfil desses bairros.

É crescente, por exemplo, a construção de condomínios resi-denciais que têm oferecido como principal diferencial para suas ven-das a qualidade de vida determina-da pelas inúmeras matas da região. A Paysage Condomínios, empre-sa responsável pelo lançamento de inúmeros condomínios nesses bairros, está com quatro grandes empreendimentos prontos e com vários lançamentos previstos para os próximos anos. A previsão é a construção de mais seis condomí-nios nos bairros do Pilarzinho e Tanguá, além de áreas para a cons-trução de quatro a oito condomí nios no bairro do Taboão.

Segundo Juliano Maran, di-retor da Paysage Condomínios, a empresa iniciou um estoque de

terrenos na região há dez anos já prevendo o crescimento da cida-de em direção a esses bairros. A empresa teria investido R$ 40 mi-lhões na região, o que, segundo o diretor, representou entre R$5 a R$6 milhões por empreendi-mento. Hoje, a empresa está co-mercializando 252 terrenos que giram entre R$ 180 e R$ 700 mil. Segundo o diretor, “eram chácaras que estavam há várias gerações em famílias que preferem vender es-sas grandes áreas, até fazendo uma parceria com empreendedoras imobiliárias, por causa do cresci-mento da cidade que fez com que se tornassem chácaras urbanas”.

Esses grandes terrenos tornam--se empreendimentos de grande porte, como Condomínios Par-ques exatamente por terem como diferencial as áreas verdes, inclu-sive, com bosques particulares. “A

ideia é manter uma grande área verde nesses condomínios porque isso agrega valor ao nosso produ-to.”

Um dos condomínios no bair-ro São João, nas proximidades do Parque Tingui, por exemplo, cha-ma-se condomínio Paysage Par-que e oferece terrenos a partir de 360 m2. Tipo de empreendimen-to que tem chamado a atenção do público alvo do projeto que é a Classe A.

Rua particular em loteamento para onstrução de condomínio, no Pilarzinho

Moradores chamam atenção para a mudança nos bairros

Construção de sobrados mudam paisagem no Pilarzinho.

Condomínios e sobrados ocupam espaços antes ocupados pelos grandes quintais e áreas verdes

O engenheiro florestal Gustavo Pacheco destacou a necessidade de critérios diferenciados para o li-cenciamento de construções, na re-gião: “Moramos numa região com um grande número de nascentes e rios, com inúmeros fundos de vale que exigem um tratamento diferen-ciado”.

Outra preocupação é que boa parte das áreas de bairros como o Pilarzinho, Abranches, Taboão e Tanguá ainda não conta com ser-viço de coleta de esgoto. Segun-do José Tadeu Motta, diretor de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria Municipal do Meio

Ambiente de Curitiba, no entanto, as leis ambientais determinam que em áreas não cobertas por uma rede de esgoto, toda edificação deve pre-ver um sistema adequado. No caso de grandes loteamentos como con-domínios, a legislação exige a insta-lação de um sistema particular de tratamento correspondente ao por-te do empreendimento: “Um con-domínio, por exemplo, deve prever não somente os moradores, como a população flutuante, principal-mente porque esse tipo de empre-endimento inclui a construção de grandes áreas de lazer”- evidenciou Tadeu Motta. (AR)

Grandes quintais viram condomínios de sobrados

O grande número de ter-renos irregulares, com fun-dos de vale e áreas de pre-servação determinadas pela presença de nascentes e rios acaba atraindo um tipo es-pecífico de construtor para bairros como o Pilarzinho, Tanguá, , Abranches , Ta-boão e bairro São João. Se-gundo Jorge Luiz Kalno-wski, corretor de imóveis na região, são empreendedores que têm recursos para inves-tir nesse tipo de terreno, uma vez que a construção torna--se mais cara por exigir obras de aterro e de nivelamento, por exemplo.

O fato é que com a redu-ção das grandes áreas esses empreendedores têm busca-do terrenos para a constru-

ção de condomínios de so-brados, reduzindo o número de quintais, antes comuns na região: “ O aumento no poder aquisitivo, além de programas habitacionais do governo federal, fez com que uma grande parcela da po-pulação tivesse acesso à casa própria. Isso aqueceu o mer-cado de vendas para jovens, por exemplo, que preferem comprar um sobrado em pe-quenos condomínios.”

A esperança, tanto para corretores, como para mora-dores da região, é que a ma-nutenção às áreas verdes e o respeito ao Meio Ambiente sejam, de fato, algo que agre-gue valor a esses imóveis, reduzindo os riscos à quali-dade de vida na região. (AR)

Fotos: João de Noronha

Page 6: Jornal Do Quintal- 7º edição

Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal » 6

Em artigos anteriores já foram dadas dicas para escolher a bicicleta e

como iniciar nas pedaladas. Agora vamos ver algumas dicas mais

direcionadas para o dia-a-dia das ruas da cidade.

Seja previsívelEssa é a regra de ouro. A bicicleta é um veículo pequeno e pode passar

facilmente despercebida. Mesmo o mais bem intencionado dos

motoristas pode acabar sendo surpreendido por um ciclista e não

conseguir evitar um acidente. Esteja atento ao trânsito e sempre

sinalize suas intenções. Vamos ver como se aplica esse princípio em

algumas situações.

1. Ponto cegoEvite se posicionar em alguns locais

em relação ao carro que está a sua

frente. Veja a figura 1.

2. Pedalar na contramãoAo contrário do que muitos acreditam,

pedalar na contramão é bem

mais perigoso. Em primeiro lugar,

os carros, ao saírem de ruas ou

garagens, podem cortar sua frente

sem olhar na sua direção se você

estiver na contramão. Isso é bem

comum de acontecer. A sua postura

também é mais agressiva ao pedalar

assim. Você está indo de encontro

ao carro e ele vai esperar (nem

que seja inconscientemente) que

você desvie ou saia do caminho.

Sem contar que as colisões são

bem mais graves por causa da

velocidade relativa. Não é à toa que

isso é proibido pelo Código de Trânsito Brasileiro. No mundo inteiro,

as colisões por trás em bicicletas representam uma porcentagem

irrisória do total de acidentes. Os cruzamentos são os locais mais

perigosos e muitas vezes a culpa é do próprio ciclista e/ou da falta

de tratamento viário adequado propiciando maior segurança e

prioridade aos elementos mais frágeis do trânsito.

3. Manter linha retaExceto em ruas congestionadas, vias locais ou com redutores de

velocidade, os carros provavelmente estarão mais rápidos do

que você. Para evitar acidentes, pedale em linha reta e não faça

mudanças bruscas de direção. Não esqueça também de sinalizar

suas intenções. Isso irá reduzir drasticamente as chances de

colisões por trás da sua bicicleta quando você estiver sendo

ultrapassado.

4. Distância do bordo da pistaPedalar muito próximo à calçada ou ao meio-fio é extremamente

perigoso pelos seguintes motivos:

• Sarjetaseirregularidadessãomaiscomunsnasbordasdapista.

Eles podem causar danos, tombos ou mudanças drásticas de

direção.

• Carrosestacionadospodemabriraportarepentinamentee,apesar

de a culpa não ser sua (o artigo 49 do CTB prevê essa situação),

você pode se machucar seriamente.

• Seporummotivoqualquerumcarroseaproximardemaisdevocê

(lembre-se que a distância mínima lateral deveria ser de 1,5 metro)

existe um espaço de folga para você manobrar.

• Eomotivomaisimportantedetodos.Asfamosasespremidas.

Numa rua de duas faixas, se você pedalar muito rente à calçada

direita, você vai dar a impressão para o motorista que há espaço

entre você e o carro da pista esquerda e vai ser praticamente

jogada pra fora. Ocupando um pouco mais a faixa, o motorista será

obrigado a mudar de faixa e ultrapassá-lo com mais espaço.

[email protected]

Luis Claudio Patrício

Dicas para ciclistas urbanos

5. CruzamentosA grande maioria dos acidentes ocorre em

cruzamentos. Para garantir a segurança

de pedestres e ciclistas, as ruas deveriam

ser projetadas para minimizar os riscos por

meio da redução de velocidade dos veículos

motorizados, da priorização da travessia

para não-motorizados e da melhoria da

visibilidade entre os atores do trânsito.

Enquanto isso não ocorre, vejamos como

é a forma mais segura de passar por um

cruzamento.

• Sevocêpretendeseguirreto,sinalizecom

o braço sua intenção e não se aproxime

demais da calçada. Isso dará a impressão

ao motorista que você vai parar, virar ou até

mesmo subir na calçada.

• Sevocêvaifazerumaconversão,é

preciso tomar cuidado redobrado. Veja

nas ilustrações abaixo duas possíveis

situações. Se for virar para esquerda

num rua de mão dupla (figura 2), a forma

mais segura é fazer isso em duas etapas.

Continue do lado direito e cruze a rua (ponto

“A” ao “B”) e quando o sinal abrir no outro

sentido prossiga (ponto “B” ao “C”)

• Umoutrocasoestáilustradonafigura3.

Numa rua de sentido único, se você for

virar para esquerda, mantenha-se desse

lado, atravesse a rua como se fosse seguir

reto e só então mude de direção para

evitar “fechadas”. Se começar a virar no

comecinho do cruzamento você confunde

os motoristas e pode acabar causando

acidentes.

Bicicleta busca novos caminhos em CuritibaÂngela Ribeiro

A Prefeitura de Curitiba pretende implantar 15 quilô-metros de vias exclusivas para a circulação de bicicletas, com operação todos os domingos e feriados, até o segundo semes-tre de 2012. A primeira Ciclo-faixa de Lazer de Curitiba, no entanto, vai funcionar apenas uma vez por mês, com um ca-ráter educativo. A iniciativa acabou gerando protestos en-tre os cicloativistas que acusam o projeto de fortalecer a visão da bicicleta como lazer e não como um meio de transporte urbano, além do fato da ciclo-faixa funcionar no lado esquer-do da via de rolamento, contra-riando o artigo 58 do Código de Trânsito Brasileiro.

Em resposta aos protestos, a Prefeitura divulgou dados reve-lando que a capital paranaense tem mais ciclovias do que as ca-pitais de São Paulo, Porto Ale-gre e Belo Horizonte, juntas. Foram anunciados, ainda, mais 22,5 quilômetros de infraestru-tura cicloviária em que já estão em processo de implantação. Gradativamente a Prefeitura promete ampliar a malha ciclo-viária para atingir a meta de 400 quilômetros prevista no Plano Diretor Cicloviário de Curiti-ba. O Ippuc prevê ainda 10 km de ciclovias na avenida Comen-dador Franco (avenida das Tor-res). É parte do pacote de obras da Copa 2014 que pretende re-vitalizar o Corredor Aeropor-to/Rodoferroviária. Segundo o projeto, as ciclovias terão co-nexão com as estações de me-trô. Segundo o designer Rafael Milani Medeiros, “Curitiba tem 4.600 km de ruas, cerca de 30 quilômetros de ciclovias de uso exclusivo das bicicletas e cerca de 90 km de calçadas de uso compartilhado”. Isso significa que a maior parte das ciclovias de Curitiba leva a bicicleta a di-vidir espaço com o pedestre e não com os carros. Mas ele está otimista (ver artigo na página 2) com o interesse que a bici-cleta como meio de transpor-te urbano tem despertado em Curitiba.

Page 7: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 7Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

Início - O Clube foi criado no iní-cio dos anos 70 por um grupo de pais que sentiam a falta de um clube exclu-sivo de natação na cidade para os seus filhos treinarem. Capitaneado pelo em-presário e entusiasta da natação Berek Kriger o grupo comprou um terreno de pouco mais de 8 mil m2 na Rua São Sal-vador, no Pilarzinho. Foram vendidos 250 títulos de sócios e com os recursos construíram as primeiras piscinas. O Golfinho foi inaugurado oficialmente em dezembro de 1975.

O auge – Em pouco tempo, atletas do Golfinho já se destacavam no cená-rio estadual e nacional, batendo segui-dos recordes. Em 1979, clube inaugu-rou a primeira piscina olímpica da cida-de. Em 1986, com vários futuros nada-dores olímpicos, o Golfinho assumiu a segunda posição do ranking da natação nacional, atrás somente do Flamengo e à frente de clubes tradicionais, como Minas Tênis, Hebraica e Vasco.

O declínio – Com o afastamento dos sócios-fundadores, o clube entrou em declínio no final dos anos 90, até ser vendido para a Sociedade Juventus, que também afundada em dívidas, teve o imóvel leiloado pelo INSS em 2003. Lorival Lincol Ferreira arrematou-o por R$ 600 mil a serem pagos em 60 prestações. Ele pagou só a primeira e desde então o imóvel era considerado indisponível pela Justiça.

ENTENDA O CASO

Dívidas - Em 2010, um grupo de moradores do Pilarzinho - preocupado com os focos de mos-quitos criados nas piscinas abandonadas - desco-briu que pesavam sobre o imóvel dívidas de R$ 1.500.000,00 com o INSS e de R$ 300 mil com o IPTU. A situação foi levada ao prefeito Luciano Ducci, a quem foi pedido que o município desa-propriasse o local em prol da comunidade. O pre-feito disse que a situação era complexa por envol-ver os governos municipal e federal.

Novo dono - Em julho de 2011, a reportagem do Do Quintal descobriu que o imóvel foi lei-loado pela Justiça Trabalhista e arrematado pela Mansão Imóveis, de Tiago Pastre, filho do dono do Shopping Jardim das Américas. Entrevistado por telefone, Tiago disse que não havia ainda pro-jeto para o imóvel, e que ele só havia sido arre-matado por se tratar de um “negócio de ocasião”.

Para a comunidade- A informação sobre o ar-remate foi levada ao prefeito no dia 29 de julho, quando Ducci anunciou o interesse do municí-pio em desapropriar o imóvel e construir no local um centro de atendimento à população. Desde então, comunidade e ex- nadadores aguardam a confirmação oficial do que será feito no local.

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Prefeitura desapropriará o Golfinho

Douglas de Souza Fernandes

A Prefeitura de Curitiba deu o primeiro passo para garantir a desapropriação do imóvel do antigo Clube do Golfinho, no Pilarzinho. Desde o dia 13 de

setembro deste ano, está bloqueada a emissão de alvarás para qualquer tipo de construção no local. Com isso, o Município ganha tempo para estudar qual equipamento de atendimento à comunidade irá implantar no local e dar início de fato ao processo para desapropriar a área, o que deverá ser anunciado no ano que vem.

Quem faz uma consulta para fins de construção na Secretaria de Urbanismo (indicação fiscal 71.090.002) depara-se com a informação de que trata-se de “imóvel de interesse de desapropriação para fins de utilidade pública, para futura implantação de projetos e ou equipamentos. E que para qualquer liberação de uso da edificação terá que ser ouvida a Secretaria Geral do Município.

O imóvel do antigo clube que pertence atualmente a um grupo de imobiliárias que o arrematou em um leilão da Justiça do Trabalho, após ter ficado abandonado por mais de 10 anos. (veja abaixo nesta página o histórico do caso ).

Como o Do Quintal apurou, o imóvel de 8.312 metros quadrados avaliado por imobiliaristas

da região entre R$ 2,5 milhões e R$ 3 milhões, foi arrematado por R$ 730 mil por um pool de imobiliárias capitaneado pela Mansão Imóveis, de Pinhais, e pertencente a Thiago Pastre.

Há um mês ele foi colocado à venda pela Vitória Imóveis ao preço de R$ 4 milhões e 600 mil. Quem liga para a imobiliária atrás de informações sobre o terreno, porém, não é informado que ele está com o processo para construção bloqueado.

» Em estudoA administradora da Regional Boa Vista,

Janaína Lopes Gehr, informou ao Do Quintal que está em estudo qual equipamento a ser instalado no terreno do antigo Golfinho. Ela explicou que não poderá ser um Clube da Gente, pois só pode ser construído um deles por regional, e a Boa Vista já terá o seu a partir do ano que vem no Bairro Alto, como anunciou o prefeito Luciano Ducci.

Uma das possibilidades, explicou Janaína, seria um Centro da Juventude – Atendimento Social e Convivência, voltado para jovens entre 15 e 18 anos. Mas só os estudos que estão sendo feitos pela Prefeitura mostrarão qual o equipamento mais adequado para ser instalado no local. De qualquer forma, será um centro de atendimento voltado à comunidade.

Primeira ação foi suspender aprovaçãode alvará para construção no local

Na Secretaria de Urbanismo já consta o

interesse municipal para desapropriação.

Os atuais proprietários colocaramo imóvel à vendano último mês.

Fotos: DSF

Page 8: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 8Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

Embora sendo um bairro próximo do centro, pequeno e densamente povoado, até a metade da década de 1970 o Bom Retiro ainda tinha pouca atenção do po-der público. Além da Nilo Peçanha, poucas outras ruas eram asfaltadas. A Albano Reis, por exemplo, só tinha asfalto até a Albino Born. Em grande parte, o bairro ainda pa-recia uma zona rural, ou “um fundo de hor-ta”, como definia o redator da reportagem publicada pelo extinto Diário do Paraná em sua edição de 12 de junho de 1974.

A reportagem começava assim: “Che-ga a ser melancólico o estado em que se encontra o Bom Retiro, embora seja um

bairro praticamente central, habitado pela classe A e média”. Segundo o repórter não identificado, ao lado de algumas residên-cias de alto padrão, havia lavouras de man-dioca, galinheiros e pomares tomados pela ferrugem.

Praticamente todo o comércio e as principais instituições do bairro estavam na Nilo Peçanha: o Colégio Pietro Marti-nez, o Sanatório Bom Retiro, o Lar Icléa, o Instituto Lins de Vasconcellos e a Socie-dade Israelita. Já nas áreas de divisa com o Pilarzinho, Mercês, Vista Alegre e Ahú – dizia a reportagem – “tudo ainda está por fazer”.

Curiosamente, o jornal informava que o bairro era densamente povoado, sendo que no Censo de 1970, quatro anos antes, ti-nham sido computados 8.614 habitantes, o que o colocava em 28 lugar entre os mais habitados da cidade. De lá para cá, a popula-ção encolheu. Já em 2010, segundo o IBGE, eram 5.156 moradores no Bom Retiro.

Por isso, o redator do Diário do Paraná lamentava o descaso público e concluía a matéria dizendo que o desenvolvimento do Bom Retiro deveria ser melhor acompa-nhado pela Prefeitura, cuja sede, inclusive, fica muito perto do Bom Retiro, no vizinho Centro Cívico. (DSF)

O progresso demorou...mas chegou

Os primeiros moradores, na maior parte imigran-tes alemães, italianos e poloneses, chegaram por ali ainda no Século XIX e encontraram uma natureza exuberante. Embora bem próxima de

onde havia começado a colonização de Curitiba, a região demoraria mais para começar a ser urbanizada que seus vizi-nhos mais distantes. Até a década de 1940 era praticamente uma zona rural com amplas matas, cursos d’água, vales e coli-nas. E foi justamente essa mansidão que levaria a região a ser escolhida para a instalação de uma casa de saúde, de repouso. Em 31 de março de 1945 era inaugurado o Sanatório Bom Retiro. Em pouco tempo, a região, até então uma extensão do Pilarzinho, já passaria a ser conhecida por esse nome.

Hoje, o Bom Retiro não lembra mais uma área rural, mas não perdeu certas características de antigamente. Apesar do trânsito intenso de suas principais vias, o bairro ainda mantém ruas tranqüilas, bem arborizadas. Antigas casas de madeira dividem espaço com edificações modernas. Ainda mantém um certo ar de cidade pequena, onde vizinhos se co-nhecem pelo nome, se cumprimentam na rua. O tempo pas-sou, mas para quem escolheu essa parte da cidade para morar, o bairro continua sendo um Bom Retiro.

Ainda um Bom Retiro...BOM RETIRO

Regional • Matriz

Área • 1,94 km²

População

• 2.783 mulheres• 2.373 homens• 5.156 habitantes (Censo 2010)

Bairros Limítrofes

• Ahú, Centro Cívico, Mercês, Pilarzinho, São Francisco, São Lourenço e Vista Alegre

Distância do marco zero

• 2.288 metros

Pontos de referência

• Celepar• Igreja Santa Maria Goretti• Sup. Condor Bom Retiro• Hospital Espírita de Psiquiatria Bom Retiro• Escola Prieto Martínez• Centro Israelita do Paraná• Hospital Pilar

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Até a metade dos anos 70, olhando deste ângulo o que se via até a Torre da Telepar era um descampado...

Na Carlos Baroni sem asfalto de quatro décadas atrás tinha até pneu jogado em meio ao barro.

No cruzamento da Carlos Baroni com a Alan Kardec, havia antigamente somente um enorme barranco.

Para chegar à Churrascaria do Darci, lá no alto, até o final dos anos 70 os clientes tinham que enfrentar muito barro...

Arrendado há 14 anos pela Federação Espírita, o antigo Lins de Vasconcelos virou Colégio Opet. Em lugar do barro ao redor, um belo jardim, com direito a Papai Noel.

Douglas de Souza Fernandes

Page 9: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 9Curitiba, setembro de 2011

Do Quintal

Sanatório vai deixar o Bom RetiroDouglas de Souza Fernandes

O Hospital Espírita de Psiquia-tria Bom Retiro está deixando o bairro, após 65 anos funcio-nando no número 1.552 da

rua Nilo Peçanha. E com o “Sanatório” vai embora o principal marco da história do Bom Retiro, uma vez que o próprio nome do bairro surgiu dele. Em seu lugar, a incorporadora Invespark construirá prédios residenciais e um conjunto comercial. O Hospital deverá ser transferido num prazo de 12 meses para uma unidade própria da Federação Espírita ainda a ser definida. E a incorporadora tem um prazo de dois anos para entregar a obra.

O presidente da Federação Espírita do Paraná (FEP), Francisco Ferraz Batista, afirma que a área, de 65 mil metros quadrados, não foi vendida, mas “ incorporada”, e que em troca a entidade receberá um conjunto de 150 lojas para explorar comercialmente. Em entrevista exclusiva ao jornal Do Quintal, Francisco Batista ressaltou que a transação não foi decidida por ele, mas pelos 41 membros do Conselho Federativo Estadual, após mais de dois anos de discussões.

O presidente da FEP explica que o Hospital atende atualmente a cerca de 140 pacientes, 60% pelo SUS, mantém cerca de 200 funcionários, e que há vários anos

tem registrado déficits nas contas. Entre os gastos estão os oriundos de processos de familiares de pacientes que se suicidaram ou morreram durante o tratamento. Ele cita também que por serem instalações antigas, a cada ano gasta-se mais na manutenção dos prédios, sem poder resolver seus problemas estruturais. Continuando assim, diz, o próprio funcionamento do Hospital poderia ficar comprometido.

» Não vai fecharFrancisco Batista garante que o Hospital

Psiquiátrico não será fechado. Segundo ele, a instituição será transferida para uma unidade própria da FEP, que pode ser no Centro de Treinamento Lins de Vasconcellos, área de 300 mil metros quadrados em Balsa Nova, adquirida pela FEP em 2009, ou onde funcionava o antigo albergue noturno, na Rua Salvador Ferrante, próximo ao supermercado Big da Avenida das Torres, que inclusive está sendo reformada. “Inclusive já estamos renovando os contratos de convênios com o município e com o SUS”, informou ele.

O presidente da FEP diz que a avaliação é que com a locação das 150 lojas haja uma arrecadação mensal em torno de R$ 420 mil, com a qual será possível inclusive investir mais no atendimento do hospital e em outras obras sociais.

Fotos : DSF

São 65 mil metros quadrados de área, mas só 24 mil são utilizáveis. O resto é área de preservação.

Por dentro dos muros do Hospital, a natureza lembra ainda o início do século passado.

O Sanatório, em foto de 1945, quando foi inaugurado. Ele funcionaria a partir de 1946. (foto arquivo FEP).

Tudo começou em 1920A área total onde está instalado o Hospital Espírita de Psiquiatria, na Nilo Peçanha

entre as ruas Comendador Lustoza e a Professor Macedo Filho, tem exatos 65.594 metros quadrados, mas deles somente 24 mil metros poderão ser utilizados no futuro empreendimento. O restante é área de mata que por lei não pode ser mexida.

O terreno pertencia à família Macedo e foi adquirido por 45 contos de réis pela Federação Espírita do Paraná em 1924, quando era seu presidente o engenheiro agrônomo e empresário Arthur Lins de Vasconcellos Lopes.

A idéia de se construir um hospital espírita surgira quatro anos antes e desde então começou-se a buscar um local adequado. A área foi escolhida em função de ser uma região tranqüila, um local embora próximo do centro, retirado da agitação urbana. Daí o nome escolhido: Bom Retiro.

Na época, a região ainda era conhecida como parte do Pilarzinho. Só a partir da inauguração do Sanatório, que ela começaria a ser chamada popularmente de “a área do Bom Retiro”.

A obra foi iniciada no final dos anos 20, mas como dependia de doações, andou devagar e parou em 1938. Foi então que Lins de Vasconcellos e sua esposa, dona Hercília, fizeram a vultosa doação de 100 contos de réis, o suficiente para a conclusão das obras, o que só ocorreria em 1945. A inauguração oficial foi em 31 de março desse ano, mas ele só começaria a funcionar em 24 de junho de 1946. (DSF)

A Invespark Empreendimentos Imobiliários, escolhida entre outros três grupos que apresentaram interesse na área, é de Curitiba. Ela foi criada há 10 anos pelo empresário Cláudio Roth, dono também da rede de estacionamentos Auto Park.

O diretor de Incorporações da Invespark, Eduardo Quiza, explica que ainda não há um projeto para o imóvel, e que ele só será definido após um estudo aprofundado da área, que contém várias nascentes e uma ampla reserva de mata. Já é sabido que dos pouco mais de 65 mil m2, só é possível construir em 24 mil deles.

O que se adianta é que devem ser três torres de cinco andares destinadas a unidades habitacionais e um conjunto comercial. A quantidade e o tamanho de cada apartamento dependerão não só do estudo da área, como de uma pesquisa de mercado. Até março de 2012, diz, deve estar pronto o relatório ambiental.

Eduardo adianta, porém, que não deverão ser apartamentos compactos, de 35 m2 a 50 m2, um dos carros-chefes da Invespark. Pelo perfil da área, considera ele, provavelmente serão de três quartos, ou 100 m2, mas isso só será definido no próximo ano. O prazo de entrega da obra é de dois anos. (DSF)

No local do antigo Sanatório, serão erguidos prédios de cinco andares.

Prédios residenciais e um comercial

Em seu lugar serão construídos prédios residenciais e um conjunto comercial

Page 10: Jornal Do Quintal- 7º edição

Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal » 10

Há 40 anos crescendo com o Bom Retiro

Um dos pontos tradi-cionais do Bairro Bom Retiro, a Churrascaria do Darci, no número

1.289 da Albano Reis, chega a aten-der mais de 300 pessoas num só dia. Famílias do bairro e de outras regiões da cidade, em certos dias, têm que enfrentar fila para degustar as famosas carnes preparadas pelo proprietário, há mais de 40 anos no mesmo endereço. Estacionam seus carros na rua bem calçada e arbo-rizada e enquanto aguardam uma mesa, esperam no “Cantinho do sossego”, no hall de entrada do res-taurante.

Quando Darci – na verdade Odarci - Bonatto iniciou o negó-cio, no início dos anos 70, porém, a situação era bem diferente. Os fregueses podiam ser contados nos dedos das mãos, e para chegarem ao seu comércio,- então numa modes-ta residência, tinham que enfrentar uma rua coberta de barro nos dias de chuva, e de poeira, nas estiagens.

Darci pode dizer, com razão, que o seu negócio se desenvolveu junto com o bairro. Filho de José Bonat-to e de Amábile Maria Baroni, duas famílias que chegaram ao bairro ainda no século XIX, ele sempre morou no Bom Retiro, mas teve o seu primeiro negócio no centro da cidade.

» BarCarpinteiro, então com 26 anos,

ele montou em 1958 o Bar do Dar-ci, no número 421 da Praça 19 de Dezembro. O movimento era bom, tanto que em 1960 achou que já ti-nha condições de se casar. Foi com Terezinha Dolores da Cruz, que até hoje trabalha diariamente ao seu lado na churrascaria. Tudo ia bem até que, em 1970, a prefeitura resol-veu acabar com os estacionamentos na Barão do Cerro Azul. O mo-

vimento despencou e já não dava nem mais para pagar o aluguel.

Foi aí que resolveram montar um pequeno armazém de secos e molhados na própria casa, no – na-quela época - lamacento Bom Reti-ro. A casa, construída por ele mes-mo, tinha 63 metros quadrados,

“7 x 9”, lembra. O movimento era pequeno, mas o suficiente para se manterem. Na época, o único mer-cado que havia na região era o Bru-samolin, na Nilo Peçanha.

» ChurrasquinhoFoi observando os moradores

que passavam todo domingo por ali rumo à missa na Igreja Santa Maria Goretti,que ele teve a idéia para au-mentar a renda: fazer um churrasco para atrair os fiéis na saída da missa. Os filés assados fizeram tanto suces-so que em pouco tempo o “churras-co do Darci” já era famoso na vizi-nhança.

O movimento obrigou Darci a aumentar a casa para 7- X-14 e-, em abril de 1972, inaugurava ofi-cialmente a Churrascaria do Darci, que passou a ser o seu negócio prin-cipal. E continuou construindo. Onde era a casa inicial, hoje fun-ciona a cozinha da churrascaria, e a moradia passou a ser na casa que construiu em cima do estabeleci-mento. O ponto do armazém ele vendeu em 1988.

O amplo salão que funciona diariamente – há um segundo sa-lão,- mais interno, que abre em dias de maior movimento – foi ele tam-bém quem construiu, usando a ma-deira nobre que comprou de uma antiga residência desmanchada na região. “É o pinho preto, mais resis-tente que o ferro”, diz ele, que pas-sou um tempão “garimpando” os

exemplares da madeira em meio à velha casa desmanchada. “Acho que esse pinho deve ter entre 100 e 150 anos”,opina.

» 3 segredos de 4 décadas

Hoje, nos dias de maior movi-mento, chegam a trabalhar 25 pes-soas no atendimento e na cozinha, além do disk-entrega. Darci e a es-posa, porém, continuam trabalhan-do como se estivessem começando, puxando o trabalho na cozinha. Gerenciando o atendimento e cui-dando do caixa, fica a filha Márcia, que desde criança já ajudava os pais.

Os “ três segredos” para manter uma clientela fiel por quatro déca-das, ele não tem receio em revelar : Higiene : “gosto de convidar os fregueses para primeiro conhece-rem a cozinha”. Alimentos frescos: “Nunca fazemos nossa salada com antecedência”. E rapidez no atendi-mento: “Nós pré-assamos a carne, assim ela não demora e não fica res-secada.”

Dicas de quem serve famílias curitibanas há três gerações. E que não pretende parar tão cedo. (DSF)

No início dos anos 70 a casa abrigava o armazém e a churrascaria.

Darci com a mulher, Terezinha, e a filha Márcia:família que trabalha unida...

Hoje, só churrascaria, é um dos pontos tradicionais do Bom Retiro.

Em foto dos anos 50, o jovem Willy em frente ao comércio da família...

...e meio século depois,

já atendendo à terceira

geração de fregueses.

O mais antigo açougueiro da capitalWilly Foitz Junior começou a

ajudar os pais no açougue da fa-mília aos 8 anos, em 1947. A casa de carnes funcionava na Tapajós, uma rua sem asfalto, ao lado de um pequeno olho d´água, onde as crianças, inclusive Willy, iam brincar nas horas vagas. Sessen-ta e quatro anos depois, Willy continua trabalhando no mesmo local, no número 1005 da Tapa-jós. O açougue continua prati-camente com a mesma fachada. O que mudou foi o seu entorno, hoje com as ruas asfaltadas , no-vos prédios vizinhos e o córrego canalizado.

Atrás do balcão, com seu inde-fectível guarda pó branco, Willy acompanhou passo a passo toda a transformação do bairro. Ele se lembra que quando os seus pais, Willy Foitzik e Marta, nascidos na Alemanha, chegaram por aqui

encontraram um bairro ainda com cara de zona rural. Dos la-dos onde hoje está a Havan, havia um banhado, só drenado anos de-pois a partir de um valetão.

Ainda criança, via aos sába-dos filas de carroças em frente ao açougue. Muitas famílias do Abranches e da região da Cruz do Pilarzinho que iam vender seus produtos no centro da cida-de, paravam no açougue , deixa-vam os seus sacos de compra, en-comendavam a carne e na volta pegavam a encomenda. A carne era vendida em grandes pedaços, pois as famílias eram numerosas e compravam para a semana.

» Uma vidaWilly se casou em 30 de se-

tembro de 1961 com a catarinen-se Evanilde, que até hoje trabalha com ele no açougue. No ano se-

guinte, seus pais se aposentaram e lhe passaram o negócio, pois sua irmã, Emigard, também já havia se casado. Os pais, porém, durante muito tempo apareciam para ajudar nos dias de maior movimento.

Com o trabalho no açougue, Willy e Evanilde criaram as filhas Sílvia, pedagoga, e Clarisse, con-sultora de um grande banco.

Em todo esse tempo, Willy praticamente não tirou férias. No máximo, uma folga no final de se-mana para encontrar a família que tirava férias no litoral. E quando, em 1995, sofreu uma cirurgia no intestino e foi obrigado a ficar um mês parado. Como gosta do que faz, diz que ainda não se cansou. E explica o motivo de tanta vita-lidade: “Acho que são os dois ve-lhinhos lá em cima que continu-am me ajudando...”(DSF)

João de Noronha

João de Noronha

Reprodução

João de Noronha

Reprodução

Page 11: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 11Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

“Parecia o Velho Oeste...”Aramis Kusek tinha 4 anos quando sua família se mudou

para o Bom Retiro. E tinha 14 em 1955, quando seu pai cons-truiu o prédio na esquina da Hugo Simas com a Dom Alberto Gonçalves e abriu o Bar do Estefano. E enquanto passava sua meninice brincando na rua de bete-ombro, caçando borboletas nos bosques da região ou nadando e pescando nos córregos pró-ximos, acompanhava as mudanças pelos quais o bairro passava.

Onde hoje funciona a loja Havan, no triângulo formado pela Hugo Simas, Henrique Itiberê e Dom Antônio Gonçalves, já funcionou por vários anos a garagem da empresa de ônibus Marechal. Mais recentemente foi a vez do Mercadorama. A pri-meira empresa a se instalar ali, porém, lembra ele, foi uma fune-rária, a São Francisco, que ainda transportava os defuntos em carroças.

BichosEncontrar cobras e tatus pelas ruas do bairro era algo co-

mum. Certa vez, sentiu um cheiro horrendo quando voltava da escola e depois de muito procurar deparou-se com um porco do mato morto há algum tempo próximo de um barranco.

Para ele, a cena dos fregueses chegando a cavalo pela Hugo Simas ainda sem asfalto e amarrando os animais em frente do Bar do Estefano, remetia aos filmes do Velho Oeste americano.

O menino cresceu, casou-se com Maria Ivete Sandri, que atualmente preside a Associação dos Moradores do Bom Reti-ro. Tiveram três filhos – o mais novo hoje com 25 anos – e con-tinua morando no mesmo endereço. O seu Estefano faleceu em 1978, quando Aramis assumiu o bar, que funcionou até 2002.

Hoje o bairro já não sofre com a falta de asfalto, água ou ener-gia elétrica. Mas, do passado ele sente saudade da tranqüilidade de antes, quando era possível se sentir seguro nas ruas. “A gente ia ao cinema no centro e voltava tarde da noite, a pé, sem proble-mas. Já hoje...” (DSF)

Sérgio na rua em que passou toda a infância.

Dona Palmira, 93 : uma vida de luta

Palmira Born Kusek é o que pode ser chamada de uma mulher de fibra. Nascida no Pilarzinho

em 1918, aos 8 anos ficou órfã. Casou aos 21 com Estefano Kusek, com quem se estabeleceu no Bom Retiro em 1945. Quando nem ha-via asfalto na Hugo simas, o casal construiu uma casa e um comércio ali. Desde então foi testemunha do crescimento do bairro. Hoje, aos 93 anos, ainda bem lúcida, continua morando na casa construída na dé-cada de 40, ao lado da casa do filho primogênito, Aramis.

Dona Palmira teve recentemen-te um problema de saúde, ficou internada alguns dias e emagreceu bastante. Por isso está com dificul-dade para andar, mas quem conver-sa com essa mulher logo vê que o peso dos anos não tirou sua ener-gia. E fica animada ao mostrar fo-tos antigas, lembrando do marido Estefano e das duas irmãs que já se foram.

Ela se lembra com detalhes da difícil vida que levou nos primei-ros tempos de vida. O pai, Gustavo Born, morreu ainda jovem. A mãe, Josefina Loyola Born, casou-se en-tão com um homem que ela nem gosta de lembrar, pois maltratava a ela e a sua mãe, e mudaram-se para Florianópolis. Quando tinha 8 anos, sua mãe morreu, e junto com as irmãs veio morar com uma tia, no Pilarzinho.

Casou-se aos 21 anos com Este-fano, que tinha 26, mas a sogra não a aceitava, “por eu ser uma cabocla e ele polaco”. Moraram um tempo num quarto de hotel no centro, o

marido trabalhando como porteiro e ela costurando . Quando ficou grávida de Aramis, tiveram que ir morar na chácara da sogra, no Abranches. “Era no meio do mato, tinha medo, pois meu marido tra-balhava à noite e eu ficava sozinha”.

Foi aí que aceitaram o convi-te de amigos para trabalharem em Apiai, no Vale da Ribeira. Lá, numa área de garimpo, e deram bem, montaram um bar e dois anos de-pois voltaram com dinheiro para montar um armazém em Curitiba . Foi na Hugo Simas, em um prédio alugado por Carlos Hass. Tempos depois, venderam o armazém e compraram o terreno da esquina da Hugo Simas com a Dom Alberto Gonçalves, onde construíram sua casa e um pequeno prédio, onde abriram o Bar do Estefano. Ficou viúva em 1978, mas o bar conti-nuou sendo tocado por Aramis até 2002.

Hoje, dona Palmira se diz reali-zada por ter podido passar as cinco

propriedades que o casal conquis-tou nesses anos aos três filhos, ga-rantindo uma casa para cada um. Feliz também por ter visto os seis netos crescerem – o mais novo tem 25 anos.

» Mais próximosPara dona Palmira, se antiga-

mente faltava asfalto, luz e outros serviços públicos na região, sobrava tranqüilidade e união entre os mo-radores. Ela se lembra que os vizi-nhos se cotizaram para conseguir puxar a luz elétrica até suas casas. Também eram comuns as festas que reunia toda a comunidade.

Triste ela só fica quando se lem-bra dos amigos, do marido e das irmãs que já se foram. “As vezes me sinto sozinha. Parece que todos morreram. Não tenho com quem conversar...” Mas, o lamento é rápi-do e ao ser lembrada dos filhos, dos netos, já volta a se animar, mostran-do a foto de uma “netinha”, hoje com 40 anos.... (DSF)

A jovem Palmira nos anos 20.Palmira em foto recente: saudade dos amigos.

Ajudando a construir o bairro

Sérgio Murilo Komoroski é um dos moradores do Bom Retiro que nasceu, cresceu, constituiu família, e montou seu próprio negócio no bairro. Acompanhou cada mudança nas últimas décadas, e hoje, aos 60 anos, continua preocupado com o bem estar do bairro. Tanto que foi um dos criadores e é o atual presidente do Conse-lho de Segurança do bairro, o Conseg-Bom Retiro.

Nascido em uma casa ao lado do Colégio Prieto Mar-tinez, na Nilo Peçanha, ele passou sua infância na casa da Rua Carlos Baroni, número 142, onde até hoje mora o seu pai, Paulo Komoroski. Descendente de poloneses e italia-nos , ele é neto por parte de pai de Pedro Komoroski e de mãe, de Carlos Baroni, famílias pioneiras vindas da Euro-pa no Século XIX.

Seu pai trabalhou por mais de 50 anos como encana-dor e funileiro, fazendo as instalações hidráulicas e insta-lando calhas nas casas e prédios comerciais do bairro e do centro da cidade. Hoje, com 85 anos, Paulo sofre do Mal de Alzheimer. A casa de madeira ainda mantém suas ca-racterísticas originais, como a mureta da frente.

Feliz infânciaNa época de criança, lembra Sérgio, podia-se brincar á

vontade pelas ruas, pois a criminalidade praticamente ine-xistia na região, assim como o perigo de atropelamento, pois o trânsito de automóveis ainda era incipiente. Mes-mo assim, aconteciam alguns acidentes. Como quando Sérgio tentava aprender a andar de bicicleta em frente a sua casa. Um dia, ele se equilibrava sobre a magrela quan-do desembestou ladeira abaixo e bateu em cheio no bar-ranco que havia no final da rua. Sorte que a rua não era asfaltada e o tombo acabou causando mais susto que ma-chucados.

Outra diversão era pescar ou nadar no tanque da Famí-lia Mylla, que ficava onde hoje é a Escola Mirazinha Braga.

Sérgio lembra que até a metade dos anos 1970, nem a Hugo Simas era totalmente asfaltada. O asfalto só ia até o atual módulo policial. Dali até a Cruz do Pilarzinho era só saibro. Sérgio lembra que foi a partir da segunda metade dos anos 70 que o bairro teve um “boom” de crescimento. E foi em 75 que ele montou o “Beco Tintas e Ferragens” no antigo armazém da família Baroni, no número 1.280 da Dom Alberto Gonçalves, um dos prédios mais antigos da região. Hoje o nome da empresa é Casa do Construtor.

» Bairro para morarPara Sérgio, o Bom Retiro se desenvolveu , mas conse-

guiu manter uma boa qualidade de vida principalmente porque desde o início quem buscava terrenos por ali era pra construir casas para morar, e não para alugar ou es-pecular.

Junto com a urbanização do bairro, porém, surgiram os problemas como o aumento da criminalidade. Foi para enfrentá-lo que um grupo de moradores da região criou, há dois anos, o Conselho de Segurança do bairro. Atual presidente do Conseg-Bom Retiro, Sérgio diz que o órgão vem conseguindo bons resultados principalmente na pre-venção da criminalidade, ao contribuir com a integração entre comunidade e representantes policiais. As reuniões ocorrem semanalmente, ás terças-feiras. Interessados em participar, liguem para o 3029-0107. (DSF)

Aramis em frente ao antigo Bar do Estefano, hoje Restaurante...

Aramis e Maria Sandrinos primeiros anos...

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» 13Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

Como plantar uma horta orgânica

As hortas orgânicas não usam pesticidas nem agrotóxicos. Ter a suaprópria horta faz com que você tenha frutas, verduras e legumesmais frescos na comodidade da sua casa e livre de substâncias tóxicas.

1 - Escolha um lugar que receba muito sol e tenha pouco movimento de pessoas e animais. É importante ter uma fonte de água próxima para as épocas mais secas;

2 - É preciso retirar as ervas, capins, plantas velhas e pedras. Use enxada ou arado para revolver bem a terra, que deve estar úmida para ser arada.

3 - Adube a terra para que as frutas, verduras e legumes cresçam saudá-veis. Use adubo orgânico, como esterco curtido e/ou outro recomenda-do por um especialista. Espalhe uma camada de 4 cm de adubo e mistu-re bem com a terra da superfície.

4 - Faça um desenho da sua horta e informe-se sobre como cresce cada planta, como eles devem ser agrupados e qual é a distância necessária entre eles para um bom crescimento. Siga as instruções das embalagens das sementes.

5 - Faça sulcos a cada 30 cm, que atravessem a horta inteira. Isso or-ganizará suas frutas e verduras e permitirá que você se desloque sem problemas pela plantação. Coloque tijolos, pedras ou madeiras dentro desses sulcos para poder andar sem pisar nas plantas.

6 - Remova as ervas-daninhas que crescem entre as plantas, porque elas absorvem a água de que a sua horta precisa para crescer.

7 - Se o seu terreno é muito argiloso, acrescente um pouco de areia junto com o adubo, para ele ficar mais permeável à água. A irrigação é fundamental para um bom crescimento. O sistema por gotejamento é o ideal.

8 - Você pode colocar palha nos sulcos para evitar o crescimento de ervas-daninhas.

9 -Os tempos de crescimento de cada planta são diferentes, assim como as estações do ano em que cada um deve ser plantado. Informe--se bem antes de plantar.

10 - No caso de insetos atacando sua plantação, existem vários inseti-cidas naturais disponíveis como o pó de fumo por exemplo.

Pequenos espaços comportam uma boa horta.

Legumes frescos e sem substâncias tóxicas.

Priscilla Macanhão - Eng. Agrônoma

Associação repudia maracutaia

A Associação dos Jornais de Bairros de Curitiba deixa claro que não concorda com o paga-mento milionário feito a alguns veículos de comunicação pela Câmara Municipal de Curitiba. Na listagem de jornais divulga-da pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná constam to-dos os veículos que publicaram matérias para a Câmara de 2006 a 2010, independente do valor que cada um recebeu.

O fato é que o nome de vá-rios jornais associados estão na listagem, não significando, de maneira nenhuma, que co-meteram um ato ilegal ou que tenham participado do escân-dalo envolvendo agências de publicidade e contratos publici-tários com a Câmara Municipal de Curitiba. Por este motivo, a AJBC solicitou do Tribunal de Contas do Paraná que divulgue os valores recebidos pelos 302 veículos de comunicação que fizeram publicações (que deve-riam ser institucionais) para a Câmara. A finalidade desta so-licitação é mostrar quais jornais não participaram do escândalo, para que possam seguir traba-lhando com ética, credibilidade e honestidade como sempre o fizeram, sem que haja suspeitas sem fundamento em relação a estes veículos.

Informe AJBC

Primeira reunião com nova diretoria

A Associação dos Jornais de Bairro de Curitiba (AJBC) realizou no dia 10 de novembro a primeira reunião após a eleição da nova diretoria, presidida agora por Elencar Antônio Marcelino. Durante o encontro, re-alizado no Restaurante Ancoradouro, no Água Verde, foram definidas as estratégias que a entidade - que reúne os melhores jornais regionais da cidade-, adotará para ampliar a sua atuação em defesa de seus associa-dos

Foram ao todo nove pautas discutidas, entre elas a reestruturação do site da Associação, redefinição dos membros –com o corte de associa-dos não atuantes- , suspensão temporária de novas admissões, definição de assembléia para reformulação do estatuto e a criação de comissões que irão trabalhar no desenvolvimento de áreas distintas. Além disso, também foi aprovada a criação do Boletim da AJBC.

Outra questão definida pelo grupo foi a solicitação da abertu-ra ao público dos valores de publicidades recebidos por veículo de co-municação junto à Câmara Municipal de Curitiba. O objetivo é expor, com transparência, os jornais que prestaram serviço para a Câmara divulgando matérias institucionais e que receberam valores justos equivalentes à publicação.

Escolas escolhem diretoresColégios estaduais e municipais definiram seus diretores até 2014

Damiana Maria Jakimiu Fernandes

Os colégios estaduais e municipais rea-lizaram, em novembro, eleições para diretores. Grande parte dos colégios da região teve de escolher entre duas

chapas e optou por renovar sua direção para o triênio 2012-2014. No Colégio Estadual Manoel A. Guima-rães, por exemplo, 420 eleitores votaram, elegendo a chapa 1, composta por Célia Cristina Marochi e a vice, Carla Cristiane Almeida. Com 54,93% dos vo-tos, elas venceram a Chapa 2, formada por Elizabeth Januckaitis e Alcionê Borges de Macedo Mali.

No Colégio Estadual Sebastião Saporski a disputa foi acirrada com a concorrência de três chapas com-postas apenas pelo cargo de diretor, uma vez que o colégio não exige a presença de um vice, por não ter aulas no período noturno. Noemi Pinto Correa May-nardes foi reeleita, vencendo as candidatas Cristiane Renata Palhares, da Chapa 2, e Marli Terezinha J. Gonçalves, da Chapa 3.

No Colégio Estadual Bom Pastor, 290 eleitores também optaram por novos nomes na direção. As candidatas Liliane Pinheiro da Luz Schlindewein, e Vera Lucia Vantrola Lazzarin, da Chapa 2, com 64% dos votos venceram a Chapa 1, composta por Eliza-bete Alves Geraldo e a Maria José de Araújo.

Já o Colégio Estadual Guido Straube apresentou chapa única, o que determinou a reeleição, com 82% dos votos, de Rosália de Mello. O pleito registrou 458 eleitores entre 135 pais e alunos e 43 funcionários. O Colégio Estadual Bento Munhoz da Rocha Neto também apresentou chapa única e 88% dos votantes elegeram Adriano Rosa Martins, o atual vice para a direção. Foram eleitos para os cargos de auxiliares, Lorena Lucy Ávila e Paulo Buveti.

Municipais Nas escolas municipais, as eleições aconteceram

no dia 26 de novembro. Na Escola Municipal Herley Mehl, a disputa foi entre duas chapas. Com 72,45% dos votos, a comunidade escolar, representada nas urnas por 170 famílias e 71 funcionários, decidiu manter a direção representada pela chapa 1, apenas alterando os cargos com Maude Ono, passando à di-reção e Edson Fontana, passando a vice. Eles vence-ram a chapa 2 composta por Jaqueline Santilli e Kelly Almeida.

A Escola Municipal Lauro Esmanhoto reuniu 195 eleitores, entre pais e estudantes, e 53 professores e funcionários. Com 73,95% dos votos, foi reeleita a diretora Valkiria Denise Fior Pereira, ao lado de Mar-li Pinto da Fonseca, da Chapa 1. Elas venceram Sueli Barbieri Miqueletto e Carla Simone de Freitas Soares Bezelin, da Chapa 1.

Page 14: Jornal Do Quintal- 7º edição

» 14Curitiba, dezembro de 2011

Do QuintalALMANAQUE

» Nem o natal...O cara tinha muita grana, mas era extremamente pão duro. A fa-

mília vivia como se estivesse na miséria. Para surpresa de todos, no Natal decidiu levar o pessoal para passar férias numa cabana aluga-da numa região montanhosa. E aí aconteceu a tragédia: uma terrível avalanche soterrou a cabana, deixando-os presos e incomunicáveis. Após muito trabalho, a equipe de salvamento da Cruz Ver-melha consegue abrir um caminho até a entrada da ca-bana. Batem na porta e anunciam: - É a Cruz Vermelha! E o mão-de-vaca, lá de dentro: - Hoje não tem nada! Passa o ano que vem!

Aprendi que o homem tem quatro idades: quando acredita em Papai Noel, quando não acredita em Papai Noel, quando é o Papai Noel e quando se parece com Papai Noel.

Você sabe qual é a maior injustiça do Natal?- O Peru morre e a missa é do Galo.

Duas garotinhas de oito anos conversam no quarto.- O que você vai pedir para o Papai Noel de Natal?- Eu vou pedir uma Barbie, e você?- Eu vou pedir um O.B..- OB?! O que que é isso?!- Nem imagino, mas na televisão dizem que com OB a gente pode

ir na praia, andar de bicicleta, montar a cavalo…

SÓ RINDO

Um acidente no Natal

O bolo recheado de frutas secas é uma tradição do Natal italiano e surgiu em Milão há muitos séculos, mas há três versões diferentes para explicar sua origem.

A primeira é que ele foi inventado no ano 900, por um padeiro cha-mado Tone. Por isso, o bolo teria ficado conhecido como pane-di-To-ne.

A segunda versão da história diz que o mestre-cuca Gian Galeazzo Visconti, primeiro duque de Milão, preparou o produto para uma festa em 1395.

E a última versão conta que um certo Ughetto resolveu se empregar numa padaria para poder ficar pertinho da sua amada Adalgisa, filha do dono. Ali ele teria inventado o panetone, entre 1300 e 1400. Feliz com a novidade, o padeiro permitiu que Ughetto se casasse com Adalgisa.

No Brasil, a tradição foi trazida pelos imigrantes italianos, que com isso reviviam um pouco dos natais passados com a família em sua terra natal.

É com o nome de Missa do Galo que se conhece a missa celebrada na noi-te de Natal. Sua denominação provém de uma fábula que afirma que foi esse animal o primeiro a presenciar o nasci-mento de Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo ao mundo. Até o co-meço do século 20 era costume que a meia-noite fosse anunciada dentro do templo por um canto de galo, real ou simulado.

O primeiro acidente de trânsito registrado em Curitiba foi num dia de Natal e envolveu um bonde. Foi em 1877, quando ainda nem havia automóvel na cidade. Ninguém ficou ferido, mas o fato rendeu uma advertência ao cocheiro –pois na época, os bondes locais ainda eram puxados a cavalo. E foi noticiado pela Gazeta do Povo em sua edição do dia 27 de dezembro: “O bonde nº. 03, descendo a rua da Assem-bléia (hoje Dr. Muricy), veio com tanta velocidade que, não obede-cendo à curva da casa do Dr. Ricardo dos Santos, descarrilhou ao en-trar para a Rua da Imperatriz (Mal. Deodoro), e, incontinenti, virou para o lado direito, jogando muitos passageiros fora de seus lugares. Felizmente ninguém se machucou, mas o certo é que até aquele ponto o bonde vinha cheio e dali seguiu sem mais um sequer de seus passa-geiros. Compareceu o Senhor Delegado de Polícia, que intimou o co-cheiro a não continuar a descer a ladeira com tanta velocidade.”

Só não se sabe se sabe se os animais que puxavam o veículo também saíram ilesos...

Até 1911, os bondes ainda eram puxados por cavalos. A foto, do acervo de Cid Destefani, mostra também o guarda civil Miguel Baby cuidando do trânsito entre as ruas XV de Novembro e Monsenhor Celso.

7 idéias para presentear amigosLIVRO - É talvez o presente mais versátil que existe, pois tem para todos os gostos. Bas-ta saber, ou investigar, qual o assunto ou tipo de leitura o amigo mais gosta.PARA CASA OU DECORA­ÇÃO - Se o amigo ou amiga for do tipo caseiro, que gosta de receber visitas, almofadas, bandeja, bebidas, copos, ca-necas, imãs e velas são boas pedidas.PARA TORCER - Quando o amigo é torcedor fanático, é fácil: camisa do time, DVD das melhores partidas, chavei-ro, cooler, bola etc. E se você é Atlético e o amigo é Coxa, ou vice-e-versa, provará que a amizade está acima de qual-quer diferença. PARA ESTUDAR - Se o ami-go estuda ou trabalha bastan-te, kit de anotações, agenda, acessório para laptop vão cair muito bem.PARA CHOCÓLATRAS - Cesta de chocolates, caixa ar-tesanal de chocolates, choco-late importado, chocolate com licor, gotas de chocolate são algumas das opções.FOFINHOS - Para pesso-as meigas, presentes meigos: uma agenda personalizada, ál-bum de fotos com a capa per-sonalizada, almofada de bicho com mensagem, caneca e des-pertador personalizados etc.FLORES - Presentear com flores é sempre um sinal de apreço, elegância e sensibili-dade. São uma mensagem por si própria, mas não se esqueça do cartão!

O italianíssimo panetone

A Missa do Galo

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» 15Curitiba, dezembro de 2011

Do QuintalALMANAQUE

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Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal

Brindando a festa cristã e a chegada de 2012Claudino da Silva Dias (*)

"Necessário nas vitórias e imprescindível nas derrotas" era o que dizia Napoleão Bonaparte sobre o vinho.

Para comemorar as vitórias de 2011 e projetar as conquistas de 2012 vamos às dicas para sua mesa de natal e réveillon. Nessa edição vamos transmitir algumas sugestões de vinhos e os principais pratos que compõem as mesas das festas de fim de ano em harmonização com os vinhos da Importadora Globalway Importex de Curitiba.

Peru: a carne branca e de sabor suave vai bem com um tinto com pouco tanino ou até um branco encorpado de aroma mais intenso. Vinhos: Branco Baccocielo torrontés, Theorema Sauvignon blanc e tinto Baccocielo merlot ou Theorema carménere. Tender: é um tipo de presunto defumado que geralmente é servido com molhos mais adocicados e picantes. No geral pede vinhos com muita fruta e mais acidez. Podemos indicar tintos mais leves com taninos elegantes e frutados. Vinhos: Baccocielo Syrah ou Theorema Carménere. Pernil de cordeiro: é servido geralmente assado. A carne é macia e traz uma generosa camada de gordura, além de ter um sabor marcante. Por isso harmoniza com tintos de corpo médio para encorpado. Vinhos: Baccocielo cabernet sauvignon ou Theorema cabernet sauvignon. Pernil de porco: especificamente nesse corte, a carne do porco tem sabor e textura bem característicos. É uma carne substancial e encorpada que com acompanhamentos tipicamente natalinos, como lentilhas, oferece ótima harmonização, pois concentra aromas e proporciona uma estrutura macia na boca. Uma boa dica é investir em vinhos tintos leves e saborosos.Vinhos: Baccocielo malbec e Theorema carménere. Peixes: para os peixes de água doce que muitas vezes podem ter sabor mais acentuado e mais gordura espumante brut, mas se a opção de pescado for um salmão defumado ou acompanhado de algum molho especial um tinto mais leve e frutado e brancos das uvas sauvignon blanc ou torrontés são ótimas escolhas. Vinhos: Baccocielo torrontés branco e Theorema sauvignon blanc etinto: Baccocielo merlot ou Theorema carmenére. Frutos do mar: Neste caso dependendo de como são preparados os frutos do mar e seus acompanhamentos, a dica é escolher umbranco com uma boa acidez, ou um tinto mais leve e aromático com taninos leves e jovens que proporcionam frescor, resultando numa feliz combinação commariscos, lagostas, camarões e afins. Vinhos: branco Baccocielo torrontés e tinto Baccocielo merlot ou Theorema carmenére.

Esses vinhos podem ser encontrados nos restaurantes de Curitiba e lojas especializadas ou diretamente na Importadora através do site: www.globalwayimportex.com (*) Químico e especialista em Enologia, Diretor da Importadora Globalway Importex

Feliz 2012!

RISOTO DE PEITO DE PERU NATALINO

INGREDIENTES:2 colheres (sopa) de azeite de oliva200 gramas de peito de peru2 xícaras de arroz arbóreo2 dentes de alho picado1 cebola picada 1 copo de vinho branco fino seco (chardonnay)1 colher (sobremesa) de manjerona picada1 colher (sobremesa) de manjericão picado10 gramas de pimentão verde em tiras bem finas10 gramas de pimentão amarelo em tiras bem finas10 gramas de pimentão vermelho em tiras bem finasPimenta do reino moída à gostoSal à gosto50 gramas de queijo parmesão raladoÁgua para cozinhar

3. Deixe cozinhar, quando estiver quase pronto tempere com sal e

2. Adicione o arroz, manjerona e manjericão, acrescente o vinho

1. Refogue o azeite de oliva e o peito de peru desfiado, deixe fritar

Michele Loreto (*)

(*) Chef de cozinha e Somellier da Importadora Globalway Importex

MODO DE PREPARO:

após acrescente cebola, alho e os pimentões. Deixe fritar;

deixe encorpar e complete com a água;

pimenta, cozinhe por mais quatro minutos;4. Finalmente acrescente o queijo parmesão;5. Decore o prato com ramos de manjericão e salsa crespa;6. Sirva bem quente.

TEMPO DE PREPARO: aproximadamente 45 minutos.RENDIMENTO: 4 porções.DICA DE HARMONIZAÇÃO: Vinhos tintos

GASTRONOMIA

QUALIDADE

Globalway

Theorema Cabernet sauvignonTheorema CarménèreTheorema MerlotTheorema Sauvignon Blanc

ALMANAQUE

VOCÊ SABIA?

FRUTAS SECAS - Colo-car frutas secas na ceia de Natal (ameixas, uvas, pêssego, casta-nhas ou nozes) é um hábito an-tigo dos romanos, que também presenteavam com tais alimen-tos. Simboliza a promessa da au-sência de fome, pobreza e prote-ge contra os excessos da bebida. Para os supersticiosos, elas repre-sentavam a abundância e a pros-peridade.

PERU - O hábito de comer peru no Natal surgiu no século XVII, nos EUA, já que a ave era mais barata e ganhava peso com mais facilidade que outros ani-mais. Serviu para matar a fome dos primeiros colonos ingleses que lá chegaram. O costume de usá-lo na ceia natalina chegou ao Brasil ainda no período colonial.

PRESÉPIO - Consta que o presépio foi uma criação de São Francisco de Assis para repre-sentar o nascimento de Jesus de forma mais realista. Escrituras da igreja católica relatam que este foi montado durante uma missa celebrada no ano de 1223, a que passaram a considerar como mis-sa de Natal. A ideia foi tão bem simbolizada que rapidamente passou a ser adotada em outras igrejas europeias, podendo tam-bém ser montada nas casas e sen-do propagada por todo o mundo.

Alemão - Frohe WeihnachtArmênio - Shenoraavor Nor Dari yev Pari GaghandCatalão - Bon NadalCoreano - Chuk Sung TanEspanhol - Feliz NavidadEsperanto - Gajan KristnaskonFrancês - Joyeux NoëlGrego - Kala ChristougenaInglês - Merry ChristmasItaliano - Buon Natale

Japonês - Merii Kurisumasu (modifica-ção de merry xmas)Mandarim - Kung His Hsin NienPolaco - Wesolych Swiat Bozego Naro-dzenia Português - Feliz NatalRomeno - Sarbatori FericiteRusso - S prazdnikom Rozdestva HristovaTcheco - Klidné prožití VánocSueco - God JulUcraniano - Srozhdestvom Kristovym

Deseje Feliz Natal em várias línguas

Page 16: Jornal Do Quintal- 7º edição

Curitiba, dezembro de 2011

Do Quintal » 16

Letras“Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas.

Os livros só mudam as pessoas.” (Mário Quintana)

&Garranchos

» Mundo dos verbetesQualquer estudante, ou professor,

ou quem apenas lê por prazer, precisa ter ao alcance das mãos um dicionário. Pois a Editora Scottini acaba de lançar um Dicionário Escolar que inclui a nova ortografia da Língua Portugue-sa e tem mais verbetes do que os dicionários Michaellis e Aurélio, com um preço mais acessível que eles. A edito-ra lançou ainda o Dicionário Escolar Português/Inglês/Português com 30 mil verbetes. Ambos são vendidos ao preço popular de R$ 13,50 e podem ser encontrados na Livraria do Chain que fica à Rua General Carneiro, 441.

» Natal e solidariedadeÉ possível com apenas R$ 10 pre-

sentear alguém com um singelo cd com músicas clássicas natalinas e um livro que traz relatos de várias perso-nalidades brasileiras sobre experiên-cias vividas no Natal e, além disso contribuir com o trata-mento de crianças com câncer? O lançamento da Editora Celebris, “Contos de Natal Celebris - O Natal da Solida-riedade”, mostra que sim. O livro de capa dura e bem ilus-trado traz 16 histórias reais de figuras bem conhecidas do público, como o criador da Turma da Mônica, Maurício de Souza, as atletas Virna e Fernanda Venturini, o padre Marcelo Rossi, os atores Murilo Rosa e Carla Dias, o jor-nalista José Luiz Datena e outros.

Disponível na Livraria do Chain, o livro traz um CD com 12 clássicos natalinos. Parte da renda com a venda do livro vai para a Casa Hope, entidade sem fins lucrati-vos e que dá assistência integral a crianças carentes por-tadoras de câncer.

» BeatrizDepois de mais de 30 anos escre-

vendo romances, Cristóvão Tezza re-torna aos contos. Seu primeiro livro do gênero foi “A Cidade Inventada”, publicado em 1980, escrito com a in-tenção de aprender a escrever, segun-do declarações do autor. Agora é a vez de Beatriz, personagem de seu último romance levá-lo de volta ao universo do conto. A personagem, que dá nome ao livro, é retratada em diversos momentos de sua vida. A obra foi lançada em novembro, em Curitiba. Beatriz, publicado pela editora Record, tem 144 páginas e custa R$ 34,00.

Pairo, de súbito, Noutra dimensão. Alucina-me a poesia, Loucura lúcida.

Assim é Helena Kolody, a poeta que sonha poesias. Em Infinita Sinfonia, obra comemorativa dos 100 anos de nascimento da escritora, a também escritora, poeta e pesquisadora Adélia Maria Woellner viaja pela obra kolodyana, do primeiro po-ema publicado, em 1928, até suas últimas composições, pouco tempo antes de fa-lecer, em 14 de fevereiro de 2004. O último capítulo é dedicado à musicalidade de sua obra. Muitos de seus poemas foram transformados em música por vários com-

positores. No CD que acompanha o livro, uma apanhado delas, além de um poema interpretado pela própria autora. O livro foi editado numa parceria entre as Editoras da Universidade Positivo e Nossa Cultura e a Livraria do

Chain . Uma boa sugestão para um presente de Natal delicado e de bom gosto. Serviço: Infinita Sinfonia, 256 páginas, R$ 40,00. Pedidos podem ser feitos pelo telefone 3263-3484 ou pelo e-

mail: [email protected].

» RECORDAÇÃO DE NATALHelena Kolody

Acender na árvore prodigiosaas luzes esquecidas.Ouvir em sonhos os sinoscantando a infância.Percutir, como nozes, as lembrançase encontrar, no âmago, a doçura antiga.

Emocionada espera,tecida de mistérios,de Papai Noel. A gente o recebianum misto de fascínio e de receio, trêmula de alegria.

Reclinado no presépio,sorria o Menino jesus.E seu sorriso iluminava o mundo.

» POEMA DE NATALVinicius de Moraes

Para isso fomos feitos:Para lembrar e ser lembradosPara chorar e fazer chorarPara enterrar os nossos mortos —Por isso temos braços longos para os adeusesMãos para colher o que foi dadoDedos para cavar a terra.

Assim será nossa vida:Uma tarde sempre a esquecerUma estrela a se apagar na trevaUm caminho entre dois túmulos —Por isso precisamos velarFalar baixo, pisar leve, verA noite dormir em silêncio.

Não há muito o que dizer:Uma canção sobre um berçoUm verso, talvez de amorUma prece por quem se vai —Mas que essa hora não esqueçaE por ela os nossos coraçõesSe deixem, graves e simples.

Pois para isso fomos feitos:Para a esperança no milagrePara a participação da poesiaPara ver a face da morte —De repente nunca mais esperaremos...Hoje a noite é jovem; da morte, apenasNascemos, imensamente.

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Motivos para anunciar no

» De um Natal distante...Assustado com o fotógrafo, o menino

Vini, ou Alvanir Kusek, no colo do Papai Noel das Casas Pernambucanas às véspe-ras do Natal de 1955. Passaram-se 56 anos e as Pernambucanas continuam por aí. E o Vini também, hoje com 62 anos.

O TEMPO NÃO PARA...

Douglas de Souza Fernandes

» ...virou Café......há três anos é a Mercearia Coralina, uma cafeteria que serve pratos re-

quintados, tem um público predominantemente jovem, mas que na decora-ção traz objetos da época da vovó.

» O Bar do EstefanoTradicional boteco mantido por Estefano Kusek no prédio que cons-

truiu na esquina da Hugo Simas com a Dom Alberto Gonçalves. Inaugurou em 1955 e ficou atrás do balcão até morrer, em 1978. O filho Aramis assu-miu e tocou o bar até 2002. Depois, foi alugado e virou o “Velho Armazém”...

» Quem são os coxas?Do álbum de Palmira Kusek, o registro de jovens coxas brancas se diver-

tindo num calhambeque abandonado em um dos campinhos da região. A foto é do final dos anos 50, mas não se sabe qual o local e nem quem aparece nela. Quem souber , entre em contato conosco (veja contatos na página 2).

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