» www.jc.com.br/copa 2010 mundial da África E MOÇÃO E POUCOS GOLS Primeira Copa no continente africano teve a segunda pior média de gols da história, mas também será lembrada por jogos emocionantes João de Andrade Neto [email protected] A Copa da África do Sul, a primeira no continente africano, ficará marcada na história pelo primeiro título mun- dial da Espanha. Mas também por outros fatos, como a inédita eliminação dos dois últimos finalistas (a campeã Itália e vice França) ainda na primeira fase ou a ressur- reição do Uruguai, que após 40 anos no os- tracismo voltou a figurar no pelotão de eli- te, com o quarto lugar. Se não foi um primor de técnica, a Copa pode ser considerada uma das mais emocio- nantes dos últimos anos. Jogos com alto teor de dramaticidade não faltaram como o épico duelo entre Uruguai e Gana, pelas quartas de final. Outro jogo marcante foi a goleada da Alemanha sobre a Inglaterra, pelas oitavas, que contou com um dos maiores erros de arbi- tragem da história (o gol não marcado de Lampard, com a bola entrando 33 centíme- tros). A falha do árbitro uruguaio Jorge Lar- rionda foi tamanha que fez a Fifa desculpar- se publicamente e admitir a possibilidade do uso da tecnologia em lances polêmicos. Mas apesar das goleadas de Portugal sobre a Coreia do Norte por 7x0 na Coreia do Norte, e do poder ofensivo da Alemanha, o melhor ataque do Mundial com 16 gols, a Copa da África do Sul chega ao fim com a segunda pior média de gols por partida da história: 2,26. Foram 145 gols em 64 jogos. A marca só ficou à frente da registrada na Copa da Itália, em 1990 (considerada a pior de todos os tem- pos), que teve média de gols de 2,21. Há qua- tro anos, na Alemanha, a média foi de 2,29. Diretamente ligada aos gols (ou a falta deles), a bola oficial da competição, a Jabu- lani, também deu o que falar. Campeã de vendas, foi criticada por treinadores e joga- dores, principalmente os goleiros, desde a fase de preparação das seleções. O primeiro a sentir os “poderes” da Jabulani foi o in- glês Robert Green. Na estreia da Inglaterra, contra os Estados Unidos, ele aceitou um chute de longe de Dempsey, em um dos maiores frangos da história. Com relação à seleção brasileira, apenas la- mentações. Eliminada nas quartas de final pe- la vice-campeã Holanda, a terceira sofrida em Mundiais, o Brasil terminou em sexto lugar, sua pior colocação desde a Copa de 1990, quando foi o 11º. Kaká se juntou ao portu- guês Cristiano Ronaldo, ao inglês Rooney e ao italiano Cannavarro como uma das estre- las apagadas da Copa. E Felipe Melo acabou simbolizando o futebol “brucutu” de uma no- va e fracassada Era Dunga.