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www.redebrasilatual.com.br BEBEDOURO
n 38 Maio de 2015
DISTRIBUIOGRATUITA
jornal brasil atual jorbrasilatualJornal Regional de
Bebedouro
Foto estranha de macarronada gera polmica entre muncipes
Pg. 3
MERENDA
QUALIDADE
Ferramenta on-line ir mostrar como votou cada vereador
Pg. 2
POLTICA
TRANSPARNCIA
Projeto gua Viva quer mapear nascentes para garantir
abastecimento
Pg. 6
MEIO AMBIENTE
PRESERVAO
Advogado de DH desmistifica polmica sobre reduo da maioridade
penal
DIREITOS
CRISE DA GUA
Especialistas rebatem verso oficial e explicam que ciclos de
seca podem ser previstos com tecnologia
Pg. 4
A CULPA MESMO DE SO PEDRO?
JUVENTUDE AMEAADA
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2 Bebedouro
Expediente Rede Brasil Atual BebedouroEditora Grfica Atitude
Ltda. Diretor de Redao Paulo Salvador Edio Enio Loureno Redao
Giovanni Giocondo Reviso Malu Simes Fotos capa Crise da gua Rafael
Neddermeyer/Fotos Pblicas Direitos Laycer Tomaz/Agncia Cmara
Diagramao Leandro Siman Telefone (11) 3295-2820 Tiragem 10 mil
exemplares Distribuio Gratuita
EDITORIAL
Uma agenda conservadora avana no Brasil. No final de maro, foi
aprovada a constitucionalidade da Proposta de Emenda
Consti-tucional 171/93, na Comisso de Constituio e Justia da Cmara
dos Deputados, com o objetivo de reduzir a maioridade penal de 18
para 16 anos, atropelando o Estatuto da Criana e do
Adolescente.
Alm de ser uma medida que no funcionou em nenhum lu-gar do
mundo, a PEC escancara a forma como o pensamento conservador
entende a violncia no Brasil: como causa, no con-sequncia.
Consequncia da falta de investimentos em educao, da falta de
oportunidades para os nossos jovens, da falta de equi-pamentos
pblicos de esporte, cultura e lazer.
A greve do professorado paulista exemplifica como os governos
brasileiros no levam a srio a educao do seu povo. O governa-dor
Geraldo Alckmin (PSDB) no mostra disposio em negociar com o
sindicato da categoria, e menospreza os atos polticos dos
educadores, que enfrentam diariamente salas superlotadas, com
es-colas literalmente em runas, para ganhar salrios miserveis.
Aceitar a tramitao da PEC 171/93 no Congresso admitir que
falhamos como sociedade, que no sabemos lidar com seres humanos em
formao. Relegar jovens de 16 anos ao sistema prisional significa
alimentar ainda mais a mquina da violncia segundo a Fundao Casa do
Estado de So Paulo, a taxa de reincidncia de crimes dos jovens
internos de 13%; j no siste-ma prisional estima-se reincidncia de
70%.
Existem duas premissas para tratar esse caso de forma levia-na:
ou m-f de setores interessados no encarceramento em massa, uma vez
que alguns pases j privatizaram suas cadeias, e para o negcio ser
rentvel preciso que se tenha maior nme-ro de presos; ou inocncia
comparada ao Mito da Caverna, do filsofo grego Plato, em que a
pessoa s consegue enxergar o mundo das aparncias.
POLTICA
Ferramenta online vai relatar como foi cada sesso
Cmara mais transparente
Transparncia em primeiro lugar. Foi com esse objetivo que os
vereadores aprovaram, no dia 13 de abril, por unani-midade, o
projeto de resoluo que permite populao de Bebedouro saber como vota
cada um dos parlamentares.
A proposta, intitulada Como Vota o seu Vereador, de autoria de
Luiz Carlos de Freitas (PT) e foi inspirada em resoluo semelhante
adota-da pela Cmara Municipal de So Jos do Rio Preto.
Segundo a resoluo, os cidados bebedourenses tero acesso aos
votos dos vereado-res nas sesses, assim como tambm podero saber se
al-gum dos parlamentares estava ausente.
O acesso s informaes ser feito por meio de um link no site da
Cmara, que no mo-mento passa por reformulao estrutural para
disponibilizar o novo servio.
Para o autor do projeto, a resoluo fundamental para garantir que
o pblico tenha conhecimento do que aconte-ce dentro do Legislativo.
A pessoa vai poder ter notcias a respeito de todos os pro-jetos que
foram discutidos e votados na Cmara, informa Freitas.
Na ausncia de um ve-reador, a nova ferramenta tambm dever
informar a justificativa para a falta. Os
vereadores so eleitos para representar a populao. um direito de
cada eleitor saber o comportamento de cada um de ns, completa o
petista, que prev que a medida funcione como instrumento de presso
para que a sociedade bebedou-rense no passe inerte diante de
projetos contrrios aos seus interesses.
Alm deste projeto, outras iniciativas da Cmara tambm tm ido de
encontro ao quesito transparncia, como a dispo-nibilizao da pauta
on-line, para que o cidado possa saber o que ser debatido e votado
na prxima sesso.
De autoria do mesmo ve-reador Freitas, outro projeto de lei,
ainda em anlise, de-termina a abertura das contas
das viagens feitas pelos vere-adores.
Em agosto de 2014, o jor-nal Brasil Atual publicou uma matria
sobre a viagem do presidente da Cmara, Angelo Dalio, e do vereador
Fernan-do Piffer, ambos do PSDB, at Ribeiro Preto, para
recepcio-narem o ento candidato pre-sidncia da Repblica e atual
senador Acio Neves, do mes-mo partido.
Na poca, os vereado-res foram acusados de agi-rem com interesse
eleitoral, utilizando-se dos veculos oficiais da Cmara para fazer o
deslocamento at o evento. O Ministrio Pblico Estadu-al abriu
inqurito para apurar o caso, mas o processo ainda no foi
concludo.
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3Bebedouro
MERENDA
Polmica sobre qualidade da merenda escolar coloca em conflito
pais e Central de Alimentao
Foto de macarronada gera discrdia entre muncipes
Prefeitura nega denncia de m qualidade dos alimentos
Uma simples macarronada virou o centro de uma pol-mica que
ganhou repercusso em Bebedouro. No dia 9 de abril, foi publicada
nas redes sociais a foto de um prato de macarro bolonhesa, com uma
grande quantidade de um lquido escuro, que aparenta-va ser leo de
soja misturado com caldo de carne.
A imagem foi registrada por uma aluna da rede muni-cipal de
ensino, que tomou a atitude aps sentir um gosto estranho na comida
que lhe foi servida. A garota repassou a informao me, que pro-curou
um frum de discusses na Internet sobre os problemas registrados na
cidade, para tornar pblica sua indignao.
Muitas pessoas se solidari-zaram e fizeram mais crticas
alimentao disponvel nas escolas municipais. A me da estudante, que
preferiu no se identificar, acredita que o caso grave, pois colocou
em risco a sade de sua filha.
Imagine ela ter consumido essa quantidade de leo, o quan-to de
gordura no pode ter ido para o organismo dela?, ques-tiona. A
garota comeu o macar-
Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura de Bebedouro, a
denncia de que havia leo em excesso na merenda servida na esco-la
no procede.
Os pais dos alunos, in-clusive, foram convidados
pela Central de Alimentao a acompanhar de perto todo o processo
de produo da co-mida fornecida aos estudantes.
Ainda de acordo com a as-sessoria, todas as refeies das redes
municipal e estadu-al de ensino so produzidas
em uma moderna Central de Alimentao. Cerca de 50 funcionrios se
revezam na produo de 19 mil refeies por dia, com um rigoroso
acompanhamento de nutri-cionistas e da Vigilncia Sa-nitria.
ro, mas no teve nenhum tipo de problema de sade.
Para a mulher, pior do que
a situao de sua filha a dos alunos mais pobres, que s contam com
a alimenta-
o fornecida pela escola. mais difcil para uma criana de baixa
renda, que os pais
acham que ter uma alimen-tao saudvel na escola. No d pra ter
esse tipo de almo-o, reclama.
O leo de soja uma gor-dura vegetal que, assim como o leo de
milho e o de girassol, colabora para evitar a arterios-clerose
(entupimento das ar-trias do corao), j que no possui
colesterol.
Utilizados crus, esses leos so benficos sade, desde que em
pequena quantidade. J fritos, eles esto sujeitos oxidao,
procedimento qu-mico que diminui a quantida-de de cidos graxos do
leo e colabora para aumentar os ris-cos de doenas cardacas.
Para o mdico Gilber-to Mucio, no h lgica em se utilizar essa
quantidade de leo na merenda escolar. Para mim, esse lquido mais
parece caldo de carne, que no deixa de fazer mal, mas pelo excesso
de sdio, constata.
Na opinio do mdico, no h sentido prtico em haver muito leo na
alimen-tao das crianas. A lgica do sistema de alimentao usar pouco
para economizar dinheiro, esclarece.
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4 Bebedouro
CRISE DA GUA
Especialistas contestam ideia de que a estiagem seja principal
causa da crise por Giovanni Giocondo
Ciclos de seca e de muita chuva podem ser previstos
Os segredos do armazenamento da gua
Desperdcio de dinheiro em aes inteis
A baixa quantidade de chu-vas que caiu sobre o Estado de So
Paulo em 2014 apontada pela Companhia de Saneamen-to Bsico do
Estado de So Paulo (Sabesp) e pela Secreta-ria Estadual de Recursos
Hdri-cos como o principal fator que levou atual crise do sistema de
abastecimento de gua.
Para essas autoridades, So Paulo vive sua pior estiagem em 70
anos, quando choveu sobre o Sistema Cantareira (que atende regio
metropolitana da capital e a algumas cidades do interior) pouco
mais da metade da mdia anual, que de 1.581 milmetros.
Especialistas, no entanto, discordam dessa afirmao com base em
estudos cient-ficos, revelando que o Estado poderia ter se
preparado me-lhor para enfrentar o perodo
Segundo o engenheiro ci-vil Antonio Carlos Zuffo, a principal
funo dos reserva-trios a de armazenar a gua acumulada no perodo de
chuvas para o uso posterior, quando no perodo das secas.
O problema que o Sis-tema Cantareira foi projeta-
Enquanto no investiu na ampliao de seus reservat-rios, o governo
de So Paulo gastou somas considerveis em aes que, para Rodrigues,
esto literalmente chovendo no molhado.
do na baixa, ainda na dcada de 1960, e hoje operado na alta. O
reservatrio nunca deu conta de suportar a quantidade de chuvas que
caram ao longo dos anos, revela.
Membro da Rede Interna-cional de Centros de Conheci-mento do
Setor da gua (Ral-
cea), Zuffo lembra que em So Paulo, entre as dcadas de 1940 e
1970, choveu menos que entre 1970 e 2010, e que o consumo domstico
caiu de um perodo para o outro.
Ento por que estamos em meio a uma crise de abas-tecimento?
Porque as obras
de seca, to recorrente quanto o de excesso de chuvas. Em
fe-vereiro deste ano, por exemplo, choveu sobre o Cantareira mais
de 30% acima da mdia ante o mesmo ms de anos anteriores.
Um dos profissionais que contesta a verso do governo Geraldo
Alckmin (PSDB) o meteorologista Carlos Augus-to Rodrigues, chefe do
Institu-to de Astronomia e Geocin-
tanta tecnologia disponvel, o Estado no tenha detectado onde
chove mais constante-mente, explica.
O meteorologista afirma que s possvel fazer a pre-viso de chuvas
para os prxi-mos trs meses, mas quando se olha a srie histrica, d
para verificar que tudo ocorre dentro de um ciclo.Em 2003 e 2007,
houve uma estiagem to forte quanto a de 2014, as-sim como choveu
bem acima da mdia em 2011 e 2009.
Segundo Rodrigues, a va-riao na quantidade de chu-vas um fenmeno
previs-vel. No adianta culpar So Pedro. O que preciso ter
planejamento para construir reservatrios em locais onde a
precipitao maior, e isso no foi feito, critica.
Uma delas o chamado bombardeamento de nu-vens, no qual um avio
joga gotculas de gua dentro das nuvens para tentar estimular a
chuva.
Existem pareceres tcni-
cos que mostram que as em-presas que fazem esse servio s entram
na nuvem quando a chuva j est acontecendo, apenas adiantando a
precipita-o, diz.
O meteorologista conta que
essa tecnologia muito cara e intil em So Paulo, onde as nuvens
so altas e frias, o que no gera chuva.
Esse processo funcionaria no serto do Nordeste, onde as nuvens
so mais quentes e
cias da Universidade de So Paulo (IAG-USP).
Para Rodrigues, a pior seca da histria uma infor-mao que no
procede. inadmissvel que, mesmo com
necessrias no foram fei-tas e a Sabesp, em vez de seguir as
recomendaes da Agncia Nacional de guas (ANA) de liberar a gua que
sobrou em determinada po-ca, preferiu ret-la para ven-der mais cara
a indstrias e empresas, denuncia.
mais baixas. Aqui, essas for-maes de nuvens chegam a alturas de
dez quilmetros. Para mim, o uso desse recur-so no passa de
desperdcio. financeiramente invivel, explica.
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DIREITOS
Advogado de direitos humanos desmistifica argumentos favorveis
ao encarceramento de jovens
Congresso debate reduo da maioridade penal
Impunidade aos jovens infratores trata-se de mitoM
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Um erro histrico. des-sa forma que especialistas em direitos
humanos encaram a recente aprovao da Propos-ta de Emenda Constituio
(PEC) 171/1993 pela Comis-so de Constituio e Justia da Cmara dos
Deputados, que reduz a idade penal de 18 para 16 anos. A matria
ainda precisa ser apreciada pelo ple-nrio da Casa, e ter o aval de
3/5 dos parlamentares para ser apresentada ao Senado.
Para o advogado Marcos Fuchs, diretor adjunto da ONG Conectas, o
Congresso Nacio-nal equivoca-se quando atribui reduo da maioridade
penal a responsabilidade por diminuir os ndices alarmantes de
violn-cia no Brasil. No me parece o caminho correto, por vrios
aspectos, pondera.
Ele enumera trs motivos pelos quais a proposta no tem qualquer
fundamento. O pri-meiro o baixo nmero de
Alm de prever o tempo mximo de internao de adolescentes
infratores, o ECA tambm determina o cumprimento de outras me-didas
socioeducativas, que incluem a liberdade assistida e a prestao de
servios comunidade.
Segundo a assessoria da Fundao Casa (Centro de Atendimento
Socioeducati-vo ao Adolescente), at 10 de abril, 9.903 adolescentes
esta-
vam submetidos s regras da ins-tituio no Estado de So Paulo.
A Fundao Casa substi-tuiu a Febem (Fundao Esta-dual de Bem-Estar
do Menor) a partir de 2006, com um novo modelo de ressocializao,
baseado em unidades descen-tralizadas, oferecendo edu-cao
profissional, prtica de esportes, acesso cultura e ao lazer, entre
outras atividades.
Entre 2006 e 2015, o ndice de reincidncia criminal caiu
de 29% para 14%. O nmero de rebelies, que chegou a 80 em 2003, s
teve um registro em 2009.
A grande maioria dos ado-lescentes atendidos pela Fun-dao Casa
cumpre regime de internao (7.422) ou inter-nao provisria (1.721),
en-quanto os que se encaixam na chamada semiliberdade so apenas 531
jovens.
Em relao faixa etria, 7.263 tm entre 15 e 17 anos,
702 esto entre os 12 e os 14 anos e 1.867 possuem 18 anos ou
mais. Ao completar 21 anos, o jovem deve deixar automaticamente a
instituio.
Outra informao impor-tante divulgada pela assessoria da Fundao
Casa que 43,6% dos internos cumprem medida socioeducativa por roubo
qua-lificado e 38,74% por trfico de drogas, delitos que, na viso de
Fuchs, tm origem nos proble-mas sociais do pas.
A misria, a falta de po-lticas pblicas, a ausncia do Estado na
sade, na edu-cao, tudo isso corrobora para esse cenrio,
destaca.
Considerados crimes he-diondos, o homicdio quali-ficado, o
homicdio doloso, o latrocnio roubo seguido de morte e o estupro,
jun-tos, respondem por somente 3% do total de internos da
instituio. (por Giovanni Giocondo)
crimes hediondos cometidos por adolescentes. Segundo da-dos do
Anurio Brasileiro de Segurana Pblica, dos 20.532 jovens que
cumpriam medidas socioeducativas em 2012, so-mente 11,1% haviam
praticado delitos graves contra a vida.
O tempo mximo de in-ternao previsto para esses crimes de trs
anos, confor-
me estabelecido no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA), em
vigor desde julho de 1990 no Brasil. A entra o segundo fator
pontuado por Fuchs para dirimir o clamor popular pela reduo da
maio-ridade penal para 16 anos.
Houve expertise do mun-do inteiro na confeco desse documento,
que tanto lutamos
para ser homologado. Aps muitos debates, chegou-se concluso de
que, com 18 anos, a pessoa penalmente responsvel. A Constituio
consagrou esse item em um artigo como clusula ptrea, que segue
inclusive recomen-dao da Organizao das Na-es Unidas (ONU).
Portanto, retirar esses direitos incons-
titucional, esclarece.O advogado ressalta as ca-
ractersticas que comprovam a falncia completa do sistema
penitencirio brasileiro: Su-perlotao, falta de assistncia mdica,
falta de trabalho, falta de tudo. Eis a realidade das ca-deias,
informa.
De acordo com as infor-maes do Anurio Brasilei-ro de Segurana
Pblica, em 2014, o nmero de pessoas em recluso nas cadeias chegou a
574.207. No total, 40,1% eram presos provisrios, e ain-da
aguardavam julgamento.
Para Fuchs, colocar ado-lescentes de 16 anos no conv-vio com
criminosos adultos s promove prejuzo recupera-o dos primeiros.
Obviamente que ele vai ser cooptado pelas organiza-es criminosas
que funcio-nam dentro do sistema prisio-nal. So os novos soldados a
servio do crime, ratifica.
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6 Bebedouro
MEIO AMBIENTE
Mapeamento de nascentes pode garantir futuro do abastecimento de
gua na cidade
Projeto gua Viva foca em preservao ambiental
Durante muitas dcadas, Bebedouro foi uma das cida-des mais
desenvolvidas eco-nomicamente do interior de So Paulo,
principalmente no setor agrrio. Porm, esses anos de bons frutos
esconde-ram nas propriedades rurais a falta de ateno com o meio
ambiente, sobretudo com as nascentes dos rios, que agora devem ter
cuidados especiais.
o que prev o projeto gua Viva, iniciativa da ONG Patrulha
Ambiental. Lanado em maro, o projeto tem entre
ReflorestamentoOutra pretenso do pro-
jeto gua Viva tambm promover a recuperao de reas desmatadas e o
plan-tio de mudas nativas nas propriedades particulares nos moldes
do que foi feito no Horto Florestal.
O espao, que existe h mais de 90 anos, passou ao poder pblico h
menos de duas dcadas e, desde en-to, deixou de ser uma rea de
retirada de madeira para virar um osis de sustenta-bilidade na
cidade.
seus objetivos iniciais recupe-rar os mananciais da regio e
conscientizar os agricultores sobre a importncia de preser-var a
natureza em equilbrio com a atividade na lavoura. O objetivo final
garantir o fornecimento de gua para a populao e recuperar reas
degradadas da zona rural.
Em tempos de crise hdri-ca, a notcia vem em boa hora. Mas o
trabalho da Patrulha Ambiental j existe h uma dcada. Um dos
fundadores da entidade, o tcnico ambiental
Joo Gandra, o Janjo, conta que a ONG j plantou cerca de 80 mil
rvores na regio, alm de iniciar uma importante cam-panha de educao
ambiental junto com o coletivo Germinar.
Antes faltava apoio e in-fluncia para ampliar o alcan-ce do
nosso trabalho. Foi a partir da que surgiu a ideia de fazer um
inventrio ambiental, que o Germinar colocou em prtica nesse
projeto, recor-da Janjo, que tambm elogia a parceria com
profissionais de diversas reas, como enge-
nheiros agrnomos e ambien-tais, turismlogos e bilogos.
Um dos integrantes do gua Viva o bilogo Alessandro Chagas
Fernandes. Respons-vel por apresentar o projeto populao e ao poder
pblico, ele lembra que a ideia fazer uma construo coletiva de longo
prazo, em parceria com produtores rurais, Prefeitura, Sistema
Autnomo de gua e Esgoto (Saaeb) e rgos am-bientais do Estado e da
Unio.
Em primeiro lugar preci-samos fazer um mapeamento, ter a
referncia de onde esto as nascentes, fazer o levan-tamento
fotogrfico, medir a vazo desses cursos dgua, explica.
Para Janjo, preciso dia-logar com os agricultores e ver como
dosar as demandas de cada um, j que muitas vezes eles no sabem como
funciona o projeto. Temos os profissio-nais do coletivo Germinar
para fazer essa orientao, explica.
Desde 2013, o Sindicato Rural de Bebedouro promove ciclos de
palestras para incen-tivar a adeso dos donos de pequenas e mdias
proprie-dades ao Cadastro Ambiental Rural, obrigatrio para todos os
imveis rurais de acordo com o novo Cdigo Florestal, que visa
controlar, monito-rar, planejar ambientalmente e combater o
desmatamento nessas reas.
ANUNCIE Aqui!Telefone: (11) 32952820
E-mail: [email protected] |
[email protected]
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7Bebedouro
CULTURA
Novo conceito faz com que letras e artes caminhem unidas para
formao de pblico
Choque de gesto reanima Biblioteca Municipal
Ponto de memria e proliferao da cultura
De flego renovado, a Bi-blioteca Pblica Municipal de Bebedouro
Coronel Raul Furquim comea a dar sinais de recuperao. O espao, que
completou 62 anos em feverei-ro, tem conquistado o pblico com uma
proposta interativa, que mistura mudana no sis-tema de doao de
livros, re-novao do acervo e abertura para exposies artsticas.
Uma das pessoas que pro-moveu essa mudana de ru-mos foi Jos
Antonio Ferreira, de 28 anos, responsvel por administrar a
biblioteca desde 2013. Formado em Cincias Sociais pela Unesp e
pesqui-sador da rea de cinema e poltica, Jos Antonio trouxe
instituio uma viso mais holstica sobre as funes de uma
biblioteca.
Ao lado do coordenador municipal de Cultura, Glauco
Em 2014, a Biblioteca Municipal de Bebedouro tambm enveredou
pelo ca-minho da memria coletiva, passando a guardar e organi-zar
exemplares de todos os jornais do municpio, tanto os j extintos
quanto os pe-ridicos que ainda circulam.
O arquivo oficial estava sem condies de armaze-nar, e como a
biblioteca o ponto central de pesquisa histrica sobre a cidade, ns
passamos a concentrar esse servio, explica Jos Anto-nio.
Outra ao que vem ren-dendo resultados expressivos a abertura do
espao para exposies artsticas, sempre gratuitas. A primeira
experin-cia aconteceu em agosto, com a jovem artista plstica Sarah
Mutton, que pinta quadros ins-pirados em filmes e caricatu-ras de
retratos famosos.
O desenhista Marcos Ribeiro foi outra grata surpresa com seus
trabalhos baseados em mangs imagens inspiradas em histrias em
quadrinhos japonesas.
O prximo passo da bi-blioteca montar um sistema
virtual de acesso ao acervo conectado Internet, que permita aos
usurios sabe-rem quais ttulos esto dis-ponveis para consulta ou
emprstimo. A previso que o servio comece a fun-cionar no segundo
semestre.
Visitas, leituras e pes-quisas podem ser feitas de segunda a
sexta-feira, das 7 h s 17 h. Doaes de livros podem ser agendadas
pelo te-lefone 3343-3214. A Biblio-teca Pblica Municipal de
Bebedouro fica na Rua Bran-do Veras, n 509, no Centro.
Corra, e da bibliotecria Ma-ria Rita Fvero, Jos Antonio
revitalizou o acervo, come-ando por limitar a doao de livros
didticos.
Havia um acmulo dessas
obras. Os pais dos alunos, as-sim que terminava o ano letivo,
vinham at aqui com a melhor das intenes, mas doavam livros que
infelizmente no ti-nham um bom atrativo para o
pblico em geral, observa.A direo precisava abrir es-
pao para cerca de 10 mil livros variados que estavam distantes
das estantes e, consequente-mente, do pblico. Foi ento
que o trio decidiu por destinar parte desses livros didticos a
escolas e outras instituies.
Para redirecionar as doa-es, a direo da biblioteca firmou
parceria com a Secre-taria Estadual de Cultura, que, duas vezes por
ano, encaminha instituio ttulos de filoso-fia, antropologia e
sociologia, alm de romances, literatura infantil, juvenil, livros
religio-sos, biografias, entre outros.
O novo mtodo de traba-lho fez com que o acervo da Biblioteca
Municipal cres-cesse em tamanho para 50 mil livros e tambm em
qualidade e variedade. Logo, um novo pblico apareceu disposto a se
aventurar pelos caminhos das letras. Atual-mente, o espao recebe
uma mdia de 250 visitantes por ms, alm de ter elevado o nmero de
scios.
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8 Bebedouro
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PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
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