JÚLIA SATIE NISHIGUCHI PERFIL DOS PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS APLICADOS EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROMUSCULAR NA GRANDE SÃO PAULO Monografia Apresentada á Universidade Federal de São Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título de Especialização em Intervenção Fisioterapêutica em Doença Neuromusculares. São Paulo 2004
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JÚLIA SATIE NISHIGUCHI
PERFIL DOS PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS APLICADO S
EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROMUSCULAR NA GRANDE
SÃO PAULO
Monografia Apresentada á Universidade Federal de Sã o
Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título
de Especialização em Intervenção Fisioterapêutica e m Doença
Neuromuscular es.
São Paulo
2004
JÚLIA SATIE NISHIGUCHI
PERFIL DOS PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS APLICADO S
EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROMUSCULAR NA GRANDE
SÃO PAULO
Monografia Apresentada á Universidade Federal de Sã o
Paulo – Escola Paulista de Medicina, para obtenção do Título
de Especialização em Intervenção Fisioterapêutica e m Doença
Neuromuscular es.
Orientador: Dr. Sissy Veloso Fontes.
São Paulo
2004
Nishiguchi, Júlia Satie Perfil dos procedimentos fisioterapêuticos aplicados em pacientes com
doenças neuromuscular na Grande São Paulo / Júlia Satie Nishiguchi – São Paulo, 2004.
XI, 46fls. Monografia(Especialização) – Universidade Federal de São Paulo - Escola Paulista de
Medicina. Programa de Pós-graduação em Intervenções Fisioterapêutica em Doenças Neuromusculares
Titulo em inglês: Profile of the physiotherapeutic procedures applied in patients with
neuromuscular disease from Grande São Paulo 1. Fisioterapia. 2. Tratamento.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA PAULISTA DE MEDICINA
DISCIPLINA DE NEUROLOGIA
SETOR DE DOENÇAS NEUROMUSCULARES
Chefe do Departamento: Profa. Dra. Débora Amado Scerni
Coordenadores do Curso de Especialização em Intervenção Fisioterapêuticas em
Doenças Neuromusculares : Prof. Dr. Acary Souza Bulle deOliveira, Ms. Francis Meire
Fávero Ortensi .
iv
JÚLIA SATIE NISHIGUCHI
PERFIL DOS PROCEDIMENTOS FISIOTERAPÊUTICOS APLICADO S
EM PACIENTES COM DOENÇAS NEUROMUSCULAR NA GRANDE
SÃO PAULO
PRESIDENTE DA BANCA
Dra. Sissy Veloso Fontes.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Acary Souza Bulle Oliveira
Ms. Francis Meire Fávero Ortensi
Aprovado em ___/____/___
v
DEDICATÒRIA
Dedico este trabalho aos meus pais, Haroldo e Carolina.
Vi
AGRADECIMENTOS
Ao meu querido Renato, por toda sua paciência e disposição em ajudar,
À minha orientadora Sissy por todo tempo que dedicou ao trabalho.
Aos meus amigos Laudimarcia e Júlio pela colaboração e
A todas instituições que me receberam e contribuíram para a realização
da pesquisa.
Vii
SUMÁRIO
Dedicatória .............................................................................................................. vi
Agradecimentos ...................................................................................................... vii
Resumo ................................................................................................................... ix
ELA AMEP, Sd Guillian Barré, Sd Miastênica, Miopatias, Distr Muscular Outros (não DNM)
1
ELA, AMEP, Poliomielite, Miopatias, Distr. Muscular, Esclerose Mútipla 1 Não sei 1 TOTAL 15
As DNM mais citadas foram distrofias musculares (94%) e ELA (84%). A
esclerose múltipla (EM), que é uma doença desmielinizante e auto-imune e que não
é DNM, foi citada 11 vezes (35%). Na opção “outros” foi citado, por exemplo,
síndrome de Rett, epipepsia, doenças mitocondriais e ataxia de Friedreich. Esses
resultados mostram que mais da metade dos profissionais entrevistados têm
conhecimento sobre quais são as DNM. O conhecimento prévio de quais doenças
são neuromusculares e o estudo sobre cada uma dessas doenças é imprescindível
para possibilitar o melhor desempenho do fisioterapeuta diante o procedimento a
ser adotado para cada caso.
Quando questionado quantos pacientes, aproximadamente, com DNM já
foram atendidos pelo entrevistado, 84% (26) responderam mais de dez e 16% (5)
menos de dez. Esses dados mostram que apenas 5 entrevistados apresentam
pouca experiência com DNM, sendo que a maioria tem moderada ou grande
experiência em atendimento de DNM.
Na questão seguinte pedia-se para citar qual a região topográfica mais
afetada nas DNM atendidas no setor. As opções foram neurônio inferior (NMI),
nervo (N), músculo (M), junção neuromuscular (JNM) e raiz nervosa (RN). Foi citado
ainda neurônio motor superior mais NMI por ter sido feita a correlação com a
esclerose lateral amiotrófica (ELA). Obteve-se que 29% (9) dos entrevistados tratam
de DNM que envolvem o NMI, 16% (5) responderam músculo e 13% (4)
responderam NMI e músculo. Os resultados podem ser visualizados no quadro 4.
Dos entrevistados, 3 (10%) não souberam responder a questão por não
compreenderem a perguntar ou por não saberem qual é a região topográfica
afetada em cada doença. Isso também mostra o despreparo de alguns profissionais
diante o tratamento de tais doenças.
Quadro 4: Quantidades e procedimentos das citações das regiões topográficas mais afetadas nas DNM tratadas nas instituições Combinações das regiões topográficas
n %
Neurônio motor inferior (1) 9 29 Músculo (2) 5 16 Nervo (3) 2 6 Junção neuromuscular (4) 2 6 Raiz nervosa (5) 0 0 1+ Neurônio motor superior 2 6 1+2 4 13 1+2+3 2 6 1+2+4 1 3 1+4 1 3 Não sei 3 10 TOTAL 31 100
Sobre a instituição possuir um procedimento fisioterapêutico de rotina para os
pacientes com DNM, 87% (27) responderam que não há nenhum tipo de
procedimento de rotina e 13% (4) responderam que há um procedimento de rotina.
Para aqueles que responderam positivamente, pedia-se para descrever qual era
esse procedimento, mas apenas 1 entrevistado descreveu o uso de cinesioterapia e
mecanoterapia com uso de trampolim terapêutico. As outras respostas foram
incoerentes com a pergunta, portanto sugere-se que a pergunta não foi
compreendida. Esses dados relatam que não há um senso comum para o
tratamento dos DNM, nem mesmo na mesma instituição, e cada profissional julga
qual procedimento é o mais adequado, porém não busca evidência cientificas na
literatura para oferecer o tratamento que melhor proporcionará benefícios ao
paciente. Ao contrario, a falta de um procedimento de rotina condizente com a
doença e com quadro do paciente pode resultar em terapias mal administradas e
que podem comprometer a evolução da doença.
Sobre quais procedimentos fisioterapêuticos o profissional utilizara para
atender os pacientes com DNM, obtiveram-se 24 combinações diferentes (Quadro
5) que poderiam incluir cinesioterapia (C), mecanoterapia (MC), fisioterapia aquática
Nesta mesma questão era solicitado para que o entrevistado associasse as
possíveis doenças que poderiam ser tratadas com os procedimentos assinalados.
Isto era necessário devido os quadros clínicos presentes nas diferentes DNM. Mas,
nenhum entrevistado respondeu da maneira solicitada, 14 entrevistado (45%)
responderam que os procedimentos assinalados eram para todas as DNM, 5 (16%)
disseram que dependia do caso do paciente, 8 (26%) não responderam e 4 (13%)
responderam de diversas maneiras, mas nenhum dado foi completo. Possivelmente,
não houve a percepção dos entrevistados que parte das DNM não cursam com
problemas respiratórios, não são progressivas nem fatais e não levam a
deformidades, por exemplo. Ou ainda, não se dispuseram a citar cada uma das
doenças por alegar pressa em responder o questionário.
Quando questionado quais objetivos de tratamento das DNM, obteve-se a
relação listada no quadro 6. Apesar das respostas diversas, percebe-se que os
principais objetivos são manutenção da força muscular, funcionalidade e
independência, garantir qualidade de vida, manutenção da amplitude de movimento
(ADM) e prevenir deformidades, encurtamentos e contraturas.
Apesar de algumas doenças não terem cura, são inúmeras e absolutamente
fundamentais todas as abordagens terapêuticas que têm como objetivo melhorar a
qualidade de vida desses pacientes. Portanto, essas respostas mostram a
importância de prevenir as deformidades, os encurtamentos e as contraturas que
possivelmente gerarão dor a esse paciente, assim como a manutenção da força
muscular e da ADM garantirá menor dependência e maior funcionalidade.
Quadro 6: Descrição dos objetivos de tratamento das DNM citados pelos entrevistados OBJETIVOS DE TRATAMENTO
n
Evitar deformidade, Orientação, Ganhar amplitude de movimento (ADM), Força muscular (FM), Trabalho respiratório
1
Adaptação para a evolução da doença e manutenção das condições Funcionais
1
Manutenção da FM, Trofismo, independência funcional, Melhorar qualidade de vida (QV)
1
Manutenção da FM, ADM, Capacidade respiratória 1 Manter FM, readaptação funcional, orientação para família e paciente 1 Funcionalidade e prazer na realização do trabalho proposto 1 Manutenção e melhora da ADM,FM, Incentivo ao ortostatismo, Marcha 1 Capacidade funcional 1 Tentar diminuir progressão da doença QV, evitar e prevenir deformidade, Encurtamento, contraturas, dar funcionalidade
Funcionalidade e QV 1 Melhorar ou manter aporte respiratório, prevenção das complicações respiratórias, manter ADM, equilíbrio, marcha, prevenir compensações
1
Prevenir complicações e deformidades, melhorar QV, diminuir dor, melhorar função
1
Independência 3 Manutenção da capacidade funcional, evitar fadiga, manutenção respiratória 1 Manter funcionalidade, AVD, marcha, diminuir processos de retrações e deformidades articulares
1
Manter ou melhorar as condições gerais de saúde do paciente, adaptar ás novas condições de saúde impostas pela doença evolutivas
1
Melhorar ou manter FM, funcionalidade, melhorar capacidade respiratória, melhorar QV
1
Funcionalidade 1 Manter ADM, função, integração social 1 Melhor QV, evitar deformidade, manter ou aumentar FM,ADM,marcha 1 Manutenção das funções motoras, trabalhar a respiração, preservar marcha e independência
1
Manter ADM,FM, evitar deformidade e dor 1
Minimizar sinais e sintomas da doenças 1 Funcionalidade, alongamento, manter ADV 1 Não respondeu 1 TOTAL 31
Quanto ao tempo da sessão e número de sessões por semana, as respostas
foram diversificadas, sendo que 29% (9) atendem por 60 minutos, 23% (7) por 50
minutos, 19 (6) por 45 minutos, 10% (3) por 40 minutos, 10% (3) por 30 minutos, 3%
(1) por 50 a 60 minutos, 3% (1) por 30 a 60 minutos e 3% (1) por 45 a 60 minutos.
Quanto ao número de sessões por semana, 39% (12) responderam duas vezes por
semana, 26% (8) 2 a 3 vezes por semana, 16% (5) uma vez por semana, 3% (1) 3
vezes por semana, 3% (1) 5 vezes por semana e 3% (1) respondeu que varia de
acordo com o paciente. Estes dados estão, na maioria, ligados a rotina da
instituição e não na necessidade individual dos pacientes. Alguns pacientes com
determinadas doenças queixam-se de fadiga, o que explicara a necessidade de
determinar o tempo da sessão de forma individual, assim, como determinadas
doenças na fase aguda necessitam de uma investigação com determinada
freqüência por semana (19). Por exemplo, no caso da ELA, os profissionais
concordam com terapia 2 a 3 vezes por semana, com duração de 45 minutos,
sendo um programa regular de exercício físico moderado (17,18).
Em relação ao tempo aproximado de acompanhamento fisioterapêutico do
paciente nas instituições, obteve-se que 58% (14) permanecem por mais de 1 ano,
38% (9) ficam na instituição por tempo indeterminado, variando conforme o caso e 1
entrevistado (4%) relatou que permanecem de 6 meses a 1 ano. Como uma parte
das DNM têm o caráter crônico e progressivo, seria necessário acompanhamento
fisioterapêutico por mais de 1 ano, como mostram os resultados obtidos. Cabe
ressaltar que o acompanhamento fisioterapêutico deve ser precoce e esses
pacientes não devem permanecer em filas de espera.
Quanto ao atendimento em grupo ou individual, 87% (27) responderam que o
tratamento é individual e 13% (4) ambos (individual e em grupo), não houve
nenhuma resposta para a opção grupo. Ainda assim, citou-se que o tratamento em
grupo era apenas para alguns caso, como por exemplo, para polineuropatias. Este
dados mostra que os entrevistados ou as instituições acreditam que os pacientes
com DNM devam ser atendidos de maneira individual e que não é suficiente tratar
apenas em grupo. Mas é importante ressaltar que o mesmo em grupo o paciente
não perde o foco da sua necessidade especifica em relação ao tratamento. E o
atendimento em grupo pode trazer benefícios emocionais que um atendimento
individual não seria capaz de proporcionar, e ainda é possível realizar o tratamento
em grupo com ajuda do acompanhante, o que facilitaria a execução das
orientações. Nos casos dos pacientes em estágio avançado das doenças
progressivas, essa forma de atendimento pode ser um complemento.
Sobre a participação dos familiares e/ou cuidadores nas terapias, 77% (24)
disseram que há participação e 23% (7) disseram que não há participação. Esse
dado é positivo porque há pacientes que necessitarão de cuidados específicos e de
continuidade das atividades ou exercícios propostos pelo fisioterapeuta em casa.
Essa participação dos familiares e/ou cuidadores também facilita a compreensão e
a execução das orientações que devem ser seguidas.
Em relação às orientações, 97% (30) dos pacientes recebem dos
fisioterapeutas e apenas 3% (1) não recebem. E 100% dos familiares recebem
orientações quanto aos cuidados com o paciente.
Essas orientações são dadas através de explicação verbal mais manual em
58% dos casos, em 36% por explicação verbal, em 3% por manual e em 3% por
manual mais vídeo (Quadro 7). Não houve relato de orientações somente por vídeo.
As orientações fisioterapêuticas dadas tanto para o paciente quanto para os
familiares são fundamentais para garantir que durante a realização das atividades
diárias não sejam adotados posicionamentos ou manuseios inadequados, que
quando repetidos diariamente poderão comprometer o quadro clinico e causar
complicações como, por exemplo, quadros dolorosos, portanto essas orientações
devem ser lembradas e bem compreendidas a cada execução.
Quadro 7: Quantidade e porcentagem das combinações de maneiras de orientações
Em relação à instituição realizar reuniões de equipe, 75% (18) realizam e
25% (6) não realizam. Esse dado evidencia a importância de haver o conhecimento
comum da equipe multidisciplinar quanto à evolução dos pacientes em todos os
acompanhamentos que utiliza na instituição.
Sobre a queixa principal dos pacientes com DNM dita ao fisioterapeuta, 10%
(3) dos entrevistados disseram ser a perda e/ou dificuldade com a marcha, 13% (4)
disseram ser a queixa principal a fraqueza e/ou perda da força muscular, 6% (2)
disseram ser a perda da função e 6% (2) disseram ser a fadiga e as demais queixas
estão listadas na quadro 8. As principais queixas são perda da força muscular,
incapacidade funcional, perda e/ou dificuldade com a marcha e esses dados
correspondem com a incidência da região topográfica mais afetada nas DNM
tratadas pelos entrevistados, ou seja, as miopatias e as doenças que acometem
NMI. A fadiga foi relatada por apenas 4 entrevistados, mas é uma das principais
queixas que levam os pacientes a procurar um médico quando ainda não possuem
um diagnóstico.
Quadro 8: Quantidades e porcentagens das citações das principais queixas dita ao fisioterapeuta Queixa Principal n % Diminuição da força muscular (FM) 4 13 Quanto à marcha 3 10 Perda da função 2 6 Fadiga 2 6 Queda 1 3 Dor 1 3 Incapacidade funcional e dependência 1 3 Marcha, falta de função e fadiga 1 3 Falta de locomoção/marcha e fraqueza 1 3 Perda da força muscular e funcionalidade 1 3 Dificuldade em andar e realizar AVD’s 1 3 Perda da FM e ansiedade em andar 1 3 Dificuldade em se movimentar 1 3 Piora da FM, quedas e fadiga 1 3 Dependência 1 3 Dificuldade nas AVD’s e AVP’s 1 3 Respirador e espaço físico 1 3 Perda da função e queda 1 3 Perda de movimento e piora progressiva 1 3 Irritação e insônia na SPP e fraqueza e diminuição do tônus na ELA 1 3 Isolamento social, marcha, dispnéia 1 3 Respostas incoerentes 3 10 TOTAL 31 100
Quanto ao procedimento fisioterapêutico que o entrevistado acha totalmente
contra-indicado para os pacientes com DNM, 13% (4) disseram que nada é
totalmente contra-indicado, 7% (2) disseram que depende do caso, 6% (2) não
responderam e 74% (23) responderam que alguns procedimentos são totalmente
contra-indicado. Na tabela 9 estão listadas as citações. Houve o relato de 19,5% (6)
dos entrevistados que exercícios que oferecem resistência são contra-indicadas e
19,5% (6) relataram a eletroterapia e a eletroestimulação como contra-indicação.
São indiscutíveis os benefícios de exercícios físicos para os pacientes com
DNM tanto nos efeitos motores quanto nos efeitos psicológicos. Mas a possibilidade
da fraqueza e degeneração das fibras musculares serem aceleradas por excesso da
atividade ou por uso de resistência é um fator que o fisioterapeuta deve lembrar ao
tratar pacientes com DNM (20-22).
No caso de ELA, os trabalhos publicados procuram estabelecer parâmetros
de segurança para a pratica de exercícios, porém o entendimento de seu impacto
continua sendo estudado. Sabe-se, no entanto, que os exercícios de alta
intensidade são prejudiciais e que os exercícios de moderado para leves são
benéficos 17 .
A eletroestimulação pode ser utilizada nos casos das neuropatias periféricas
com o objetivos de fortalecimento muscular, evitar atrofia muscular e promover
reinervação. As melhores indicações são para as mononeuropatias compressivas e
traumáticas, estando contra-indicado nos casos generalizados, por exemplo, para a
Síndrome de Guillain-Barré 2.
Tabela 9: Quantidade e porcentagens das contra-indicações no tratamento
das DNM citadas pelos entrevistados
Contra-Indicações n % Não há contra-indicação 4 13 Peso/ Resistência 6 19,5 Eletroestimulação/ Eletroterapia 6 19,5 Procedimentos que leve á fadiga 2 7 Depende do caso do paciente 2 7 Fortalecimento exaustivo, falta de repouso 1 3 Termoterapia/ Calor profundo 1 3 Método Doman e Delacato 1 3 Temperatura elevada da piscina, uso de resistência, tudo que leve á fadiga
1
3
Exercício que recrutem vários grupos musculares ao mesmo tempo
1
3
Hidroterapia para pctes com comprometimento cardíaco e respiratório grave e exercícios com carga
1
3
Atendimento fisioterapêutico por profissionais não especializados nesse tipo de atendimento
1
3
Termoterapia e eletroterapia 1 3 Infravermelho, osteopatia e manobras bruscas de cinesioterapia 1 3 Não sei 2 6 TOTAL 31 100
Questionou-se sobre o conhecimento de alguma diretriz ou guia
fisioterapêutico para tratamento de DNM e 39% responderam que conheciam e 61%
não conheciam. Caso a resposta fosse que conheciam um guia, foi pedido para citar
qual é o guia. Mas 42% citaram manuais para DNM, 33% citaram artigo cientifico, 1
entrevistado (8%) citou um livro texto, apenas 1 entrevistado (8%) citou um guia que
não é especifico para DNM e 1 entrevistado (8%) não recordou o nome do guia.
Esse dados mostram que não há conhecimento sobre um guia especifico para DNM
e ainda há discordância sobre o que representa um guia ou diretriz.
Quanto á necessidade de um guia para padronizar o tratamento de pacientes
com DNM, 45% (14) responderam que sentem necessidade, 52% (16) não sentem
necessidade e 1 (3%) não sabe. Um guia é composto por sugestões de
procedimento para determinada doença com base em ensaios clínicos aleatórios,
portanto são propostas que podem dar sustentação ao tratamento proposto. O fato
da maioria não sentir necessidade de um guia, talvez seja por não conhecerem os
benefícios de um guia pode proporcionar.
Entretanto, quando questionado se utilizaria um guia com um procedimento
especifico para DNM, 48% (15) responderam que sim, 29% (9) que não e 23% (7)
talvez. Aqueles que responderam talvez, disseram que a utilização dependeria da
qualidade do guia. Na questão que aborda se o entrevistado tem duvidas no
tratamento utilizado para paciente com DNM, 55 % (17) disseram que têm duvidas e
45%(14) não. Isso mostra que mais da metade dos entrevistados têm duvidas no
tratamento, mas menos da metade dos entrevistados utilizariam um guia de
intervenção fisioterapêutica para DNM.
Esses dados, quando analisados conjuntamente, mostram que para a maioria
dos entrevistados faltam informações seguras sobre o tratamento ideal de DNM e
isso gera duvidas quando é preciso estabelecer um tratamento, portanto o
profissional fisioterapeuta gostaria de ter mais e melhores estudos que
direcionassem quais procedimentos fisioterapêuticos são mais adequados para
cada doença e para cada paciente, de maneira que se possa potencializar o bom
prognóstico.
Quando há necessidade de informação adicionais, 90% citaram que buscam
as informações em artigos científicos. Ainda foram citadas as utilizações de livros
texto, informações com fisioterapeuta mais experiente, com outro profissional da
saúde e em curso/congresso/simpósio/. As respostas estão listadas no quadro 10.
O fato da maioria buscar informações adicionais em artigo é muito significante, pois
mostra que há um senso comum para a importância de buscar fontes segura.
Quadro 10: Quantidades e porcentagens das combinações citadas pelos entrevistados, de opções de busca de informações adicionais quando há duvidas no tratamento de DNM.
Opções de informações adicionais
n %
Artigo científicos + Livro texto + Outro profissional da saúde + Fisio mais experiente + Cursos/Congresso/Simpósio
6 19
Artigo cientifico 3 10 Artigo cientifico+ Livro texto (1) 1 3 1+ Outros profissional da saúde 1 3 1+ Outros profissionais da saúde+ Fisio mais experiente 3 10 Artigo cientifico+ Outro profissional da saúde 1 3 Artigo científicos+ Cursos/Congresso/Simpósio (2) 3 10 2+ Livro texto 1 3 2+ Outros profissionais da saúde+ Fisio mais experiente 3 10 1+ Fisio mais experiente 1 3 Artigo científicos + Outros profissionais da saúde+ Fisio mais experiente
4
13
Livro texto+ Outros profissionais da saúde 1 3 Livro texto+ Fisio mais experiente 2 6 TOTAL 31 100
Sobre o conhecimento do curso de especialização de Intervenção
fisioterapêutica em DNM na UNIFESP, 45% (14) disseram conhecer o curso e 55%
(17) não conheciam. Mais da metade dos entrevistados não conheciam o curso de
especialização e talvez isso se deva por o curso ter iniciado em 2004 ou por não ter
tido muita divulgação. Algumas das respostas obtidas nas aplicações dos
questionários foram incoerentes e isso mostra a necessidade dos fisioterapeutas
serem especializados nesse tipo de atendimento para que estejam devidamente
preparado para atender pacientes com DNM.
5- CONCLUSÂO:
Com os dados apresentados nesta pesquisa, pode-se constatar que mais da
metade dos entrevistados têm domínio sobre as DNM, apesar de nenhum
entrevistado ter pós-graduação em DNM.
Quanto à intervenção fisioterapêutica utilizada nos pacientes de DNM foi
possível visualizar os diferentes modos de procedimentos que podem ser
combinados numa terapia e portanto, não existe um senso comum quanto a melhor
intervenção fisioterapêutica para esses pacientes.
Constatou-se que a cinesioterapia propriamente dita, a fisioterapia aquática, a
fisioterapia respiratória e o uso de recursos coadjuvantes são bastante utilizadas
nos tratamentos de algumas DNM que não foram especificadas, mas conclui-se que
são importantes nas DNM crônicas. E a cinesioterapia propriamente dita é a base
para o tratamento de todas as doenças.
Por não haver guia ou diretrizes com uma intervenção fisioterapêutica
especifica em DNM, é necessário avanços nos estudos sobre fisioterapia em DNM
para que se possa elaborar esses guias ou diretrizes e assim, melhorar a qualidade
do atendimento fisioterapêutico dos pacientes com DNM.
5- Nesse estabelecimento os fisioterapeutas possuem um procedimento de rotina para os casos de pacientes com doenças neuromuscula res? ( ) sim ( ) não 6- Se sim, qual? -____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________.
7- Quais procedimentos você utilizaria para atender pacientes com doenças neuromusculares? Cite qual doença para cada procedi mento.
a) ( ) Cinesioterapia__________________________________________________ ( ) Mecanoterapia_________________________________________________ ( ) Fisioterapia aquática ____________________________________________ ( ) Hipoterapia ____________________________________________________ ( )Fisioteapia respiratória____________________________________________ b) ( ) Massoterapia______________________________________________________ c) ( ) Manipulação ______________________________________________________ d) ( ) Termoterapia ______________________________________________________ e) ( ) Eletroterapia ______________________________________________________ f) ( ) Técnicas alternativas ________________________________________________ g) ( ) Recursos coadjuvantes (órteses/ próteses/ adaptações) ____________________ 8-Qual é o tempo da sessão? ________________________________________________________________________
9- Quantas sessões são por semana? ________________________________________________________________________ 10- Qual é o tempo aproximado de acompanhamento fis ioterapêutico do paciente na Instituição? ( ) < 1 ano ( ) 6 meses a 1 ano ( ) tempo indeterminado 11- Como o atendimento é realizado? ( ) individualmente ( ) em grupo ( ) ambos 12- As terapias contam com a participação dos famil iares e ou cuidadores? ( ) sim ( ) não 13- Quais são os objetivos no tratamento dos pacien tes com doenças neuromusculares? ________________________________________________________________________ 14- São dadas orientações fisioterapêuticas aos pac ientes? ( ) sim ( ) não 15- E aos familiares quanto aos cuidados para o pac ientes? ( ) sim ( ) não
16- De que forma são dadas essas orientações? ( ) Vídeo ( ) Explicação verbal ( ) Por manual 17- Realizam-se reuniões de equipe? ( ) sim ( ) não 18- Qual é a queixa principal dos pacientes com doe nças neuromusculares dita ao fisioterapeuta? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 19- Você acha que há algum procedimento fisioterapê utico que é totalmente contra-indicado para pacientes com doenças neuromusculares ? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 20- Você conhece algumas diretriz ou guia fisiotera pêutico (guideline) para tratamento de pacientes com doenças neuromusculares ( ) sim ( ) não 21- Se sim, qual? ________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 22- Sente necessidade de um guia para padronizar o tratamento de pacientes com doenças neuromusculares? ( ) sim ( ) não 23- Se houvesse um guia com um procedimento especif ico para pacientes com doenças neuromusculares, você utilizaria? ( ) sim ( ) não 24- Você tem duvidas sobre o tratamento realizado p ara pacientes com doenças neuromusculares? ( ) sim ( ) não 25- Quando sente necessidade de informações adicion ais, onde busca? ( ) Artigo científicos ( ) Livro texto ( ) Congresso, curso, simpósios ( ) Com outro fisioterapeuta mais experiente ( ) Com outros profissionais da saúde _____________________________________
26- Você sabia que há um curso de especialização de Intervenção fisioterapêutica em doenças neuromusculares na UNIFESP? ( ) sim ( ) não Todos os dados quantitativos e qualitativos serão mantidos em sigilos. O objetivo ao final do trabalho
é a confecção de um guia de referência de locais onde há atendimentos aos pacientes portadores de