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A Arte Românica
109

J arte românica

Jan 23, 2018

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Antonio Silva
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Page 1: J arte românica

A Ar

te

Rom

ânica

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A designação foi introduzida por Charles de Gervilleem 1816 e popularizada por Arcisse de Caumont(1824).

ROMÂNICO

Mapa Ebstorf; séc. XIII

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Procurava exprimir a nova realidade decorrente do colapso do império romano e que se reflectia na formação das novas línguas derivadas do

latim e nas artes. Sobrevalorizava a filiação romana, secundando, senão mesmo desprezando, outras influências: islâmicas, bizantinas, arménias,

germânicas, normandas.

San Vittore alle ChiuseItália

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Ainda que inicialmente se considerasse o início do românico em séculos mais recuados,estabelece-se o ano 1000, séc. XI, como limiar do românico que se estenderá até ao século XIII,ainda que por estes tempos desponte já o gótico. Todavia, persistências são verificáveis até emeras mais tardias em regiões periféricas.

Abadia de Sainte-FoyConquesFrança

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Santiago de Compostela era o destino de muitos peregrinos que, de toda a Cristandade,chegavam ao Noroeste da Península Ibérica para visitar as relíquias do apóstolo.

Origem francesa. Difundiu-se pelos reinos cristãos ocidentais: rotas de peregrinação aos Santos Sepulcros (Caminho de Santiago) e pelos monges cluniacenses

(Cluny, Borgonha, França), da ordem beneditina.

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É o primeiro estilo verdadeiramente europeu, unificando artisticamente a Cristandade desde a queda do

Império Romano. Gera-se uma linguagem artística coerente numa área que, tendo como centro o reino dos

Francos, vai desde a Península Ibérica, às Ilhas Britânicas, à Polónia e à Itália. É uma arte essencialmente

religiosa, fruto da espiritualidade da época.

S. Pedro das ÁguiasTabuaço

Basílica de Santo AmbrósioMilão

SouthwellInglaterra

Speyer; Alemanha

Oviedo; Espanha

S. Miniato al Monte; Florença; Itália

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A arquitectura é a base da arte

românica. A ela se adaptam a

escultura e a pintura.

S. Salvador de BravãesPonte da Barca

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A escultura ocupava os tímpanos, as arquivoltas e os capitéis das colunas na fachada.

Tímpano do portal SulSantiago de Compostela

tímpano capitéis

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O tímpano era decorado com motivos narrativos, como o Pantocrator, a representação de Cristo como divindade

suprema, sentado na cathedra, com a mão direita erguida e as Sagradas Escrituras na esquerda, envolvido por

uma mandorla mística.

Tetramorfo: representação simbólica dos quatro evangelistas – o anjo de S. Mateus, leão de S.

Marcos, touro de S. Lucas e a águia de S. João.

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O capitel, no remate de pilares e

colunas, está decorado com

elementos vegetais, geométricos e

figurativos, representando figuras

religiosas, plantas e animais

verdadeiros ou fantásticos.

Capitel cúbico

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No interior, ou nos claustros, os capitéiseram historiados com cenas bíblicas,procurando evangelizar através dasimagens.

David e Golias

Moisés lançado às águas do Nilo

Vézelay; Borgonha; França

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Monstros terríveis povoavam o imaginário ea escultura românicos, lembrando sempreaos fiéis os horrores do Inferno.

Tímpano da igreja de Melgaço

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FromistaPalência

MODILHÕES

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S. Pedro de RubiãesParedes de CouraViana do Castelo

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Escultura funeráriaTúmulo de Egas MonizIgreja do Mosteiro de São SalvadorPaço de Sousa, Penafiel

Séc. XII

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Santa Maria de TaüllLéridaEspanha

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Os templos são sempre orientados na

direcção do Santo Sepulcro.

S. Pedro das ÁguiasTabuaço

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Planta basilical

Nave central

Naves laterais

Transepto

Cruzeiro

Ábsides central e laterais

A planta basilical de três ou cinco

naves (forma rectangular) é de

influência romana.

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Santiago de CompostelaPlanta em cruz latina

Nave central

Naves lateraisTransepto

CruzeiroDeambulatório

Absidíolos

Nártex

CoroCripta subterrânea

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Os materiais: pedra local. Granito (norte e centro interior), calcário (Coimbra), tijolo (planalto leonês). A Igreja de S. Bento de Castro de Avelãs (Bragança) é a única igreja românica portuguesa que usa este material.

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Clareza dos volumes, geometricamente simples

e bem definidos.

Sanfins de FriestasValença

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Arcos de volta inteira

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Abóbadas de berço

Pilares cruciformes – outro elemento de suporte

característico do românico.

Paredes robustas, grossas e reforçadas com contrafortes para sustentar o peso das abóbadas.

SéLisboa

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Interiores com pouca iluminação,

convidando os fiéis ao recolhimento.

VézelayBorgonha

Sé VelhaCoimbra

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O românico português caracteriza-se, contudo, pela grande diversidade de pequenas igrejasrurais espalhadas pelo Norte e Centro do país.

S. Pedro de RatesPóvoa de Varzim

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S. Cristóvão de Rio MauVila do Conde

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Podemos identificar variantes regionais

do românico nacional, a começar pelo

Norte e Noroeste do território

nacional, naturalmente com extensões

transfronteiriças.

A igreja do mosteiro de Sanfins de

Friestas (Valença), na bacia do rio

Minho, evidencia claras influências do

românico tudense (Tuy) e data dos

finais do séc. XII, inícios do seguinte.

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Na bacia do rio Lima, identificamos outro foco

românico do Noroeste, aqui ilustrado com a

Igreja de S. Salvador de Bravães.

Ponte da BarcaViana do Castelo

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Esta igreja é célebre pelo seu portal-retábulo, uma porta do céu, densamente esculpida

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Igreja de São Pedro de RubiãesParedes de CouraViana do Castelo

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A bacia do Cávado é uma das

regiões de Entre-Douro-e-Minho

onde mais cedo se estrutura a

forma de organização paroquial

da Reconquista, instalando-se

uma grande densidade de

igrejas, mosteiros, castelos e

paços senhoriais.

Igreja paroquial de ManhenteBarcelos

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Igreja matriz de BalugãesBarcelos

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A bacia do Ave, talvez ainda mais do que a anterior, foi o coração das terras portucalenses, possuindo a maior densidade de paróquias. Destaquemos as igrejas de S. Cristóvão de Rio Mau (Vila do Conde) e S. Pedro de Rates (Póvoa de Varzim).

Igreja de S. Cristóvão de Rio MauVila do Conde

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A igreja data de meados do séc. XII e tem um programa escultórico muito original

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S. Pedro de Rates é do tempo condal, foi a primeira doação à abadia de Cluny, ainda em tempo de D. Henrique e D. Teresa. O restauro da DGEMN foi muito transformador.

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O interior tem um corpo de 3 naves, bem identificáveis do exterior. A ábside e os absidíolos têm cobertura de abóbada de pedra, enquanto as naves são cobertas por frágil travejamento de madeira, solução típica do românico rural português que denuncia o seu carácter modesto e periférico.Os capitéis têm uma decoração riquíssima e diversificada.

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Nas igrejas mais modestas, como no caso português,muitas construções têm uma só nave com cobertura detravejamento em madeira, como é o caso desta igreja deS. Pedro de Roriz (Santo Tirso).

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A região de Braga e Guimarães temcomo monumento mais importantea Sé de Braga. O edifício actual éuma amálgama de acrescentos,remendos, restauros, destruições ereconstruções

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Igreja de Fonte Arcada Póvoa de LanhosoBraga

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No Porto, o românico sofreu forte influência do oeste francês, o que se explica com os contactos comerciais com o porto de La Rochelle.O edifício, que se encontra muito adulterado devido a profundas intervenções dos séculos XVII e XVIII, terá sido o primeiro em Portugal a usar arcobotantes.

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A Igreja da Cedofeita é a única igreja românica portuguesa de uma só nave com

cobertura em abóbada de pedra.

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A bacia do Sousa, situado entre o

Porto e Braga, é uma continuidade

geográfica e histórica do vale do Ave,

o que se comprova nos itinerários

românicos.

Igreja do Mosteiro de São SalvadorPaço de Sousa Penafiel

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O mosteiro de S. Salvador de Paço de Sousa, em Penafiel, acolhe o túmulo de Egas Moniz, senhor de Ribadouro, que esteve associado à sua fundação, por doação de 1106.

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O mosteiro de S. Pedro de Ferreira, em Paços de Ferreira, , é um dos mais belos e originais monumentos românicos do país. O monumento é referenciado no testamento de Mumadona Dias (séc. X).

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A igreja de S. Gens de Boelhe(Penafiel), já integrada na bacia do Tâmega, é um bom exemplar do românico rural no que respeita à variedade e qualidade dos motivos decorativos.

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Igreja Paroquial de TabuadoMarco de Canaveses

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Em Trás-os-Montes, merece destaque a igreja de S. Bento de Castro de Avelãs (Bragança). A sua edificação data do reinado de D. Afonso III e iniciou-se pela

cabeceira. À falta de granito, recorreu-se ao tijolo, seguindo as fórmulas do românico mudéjar da região da meseta ibérica.

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Igreja de St.º TirsoSahagún

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A avaliar pelo corpo da igreja, a conclusão da obra optou por soluções mais modestas,

usando-se então a pedra.

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Mosteiro de Santa Maria das Júnias (Pitões das JúniasMontalegre; Vila Real)

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Claustro do Mosteiro de Santa Maria das Júnias,

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S. Salvador de AnsiãesCarrazeda de Ansiães

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Conserva-se o magnífico portal, evidenciando-se o tímpano com Cristo em Majestade

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Na região de Lamego, já nada resta da antiga sé românica , destaque-se a bela ermida de S.

Pedro das Águias , no concelho de Tabuaço.

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O portal axial da ermida, no tímpano, exibe um grande Agnus Dei.

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A chave da arquivolta exibe uma inscrição que pede ao

Deus dos Exércitos que vigie a entrada do templo.

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Pedra Formosa da Citânia de Briteiros

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O Mosteiro S. João de Tarouca insere-se no designado românico cisterciense beirão. Foi a primeira edificação dos monges cistercienses no nosso país e data de 1152

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Coimbra

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O românico conimbricense é uma arte urbana, herdeira das tradições moçárabes

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Tornou-se o centro da estratégia independentista de Afonso Henriques, apoiado nos monges de Santa Cruz.A cidade era aberta a influências estrangeiras.O românico conimbricense distingue-se assim, facilmente, do românico granítico e rural do noroeste.

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O calcário é uma rocha mais fácil de trabalhar, o que dá uma especificidade e uma riqueza únicas ao românico de Coimbra.

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A igreja de S. João de Almedina, cujo claustro se conserva no Museu Nacional Machado de Castro, data da primeira metade do séc. XII. Foi a primeira grande construção românica da cidade. A igreja teria 3 naves.

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Coimbra medievalSegundo Jorge de Alarcão

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A actual igreja de S. Bartolomeu data do séc. XVIII. Foi edificada no local onde existia, desde o séc. X, uma antiga igreja, reconstruída no séc. XII e da qual nada resta.

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Planta e fachada da desaparecida igreja de S. Cristóvão (in Jorge de Alarcão)

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A igreja de Santa Cruz foi fundada sob a protecção de Afonso Henriques por D. Telo (S. Teotónio) fora dos muros da cidade. Foi muito transformada ao longo dos séculos, conservando ainda muitos muros e espaços românicos.

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Tinha uma nave central muito ampla coberta por abóbada de canhão, com uma longa capela-mor e dois absidíolos.

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A Sé Velha é um dos mais importantes exemplares da arquitectura românica em Portugal.

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A planta mostra uma cabeceira de 3 ábsides, com transepto saliente e um corpo de 3 naves com 5 tramos.

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O projecto inicial deve-se a Mestre Roberto, arquitecto de origem estrangeira que trabalhava nas obras da Sé de Lisboa.

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A Sé Velha tem um programa escultórico que inclui 380 capitéis! O maior do nosso país e ao

nível das construções francesas.

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A nave central é coberta com abóbada de canhão e as laterais com abóbadas de aresta.

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Exteriormente, apresenta um aspecto fortificado, de caixa-forte,

com as paredes da nave lateral a erguerem-se até ao topo,

rematado com uma ameia, ganhando a sé um aspecto cúbico,

único no panorama português.

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O portal apresenta uma decoração única, com temas vegetais esquematizados e geometrizantes, denunciando a tradição moçárabe da cidade, num excelente trabalho sem par no românico nacional.

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Os capitéis são originais e os colunelos foram restaurados no séc. XIX

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O portal é encimado por um janelão.

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Fora das muralhas, foi edificada a igreja de S. Tiago, sagrada em 1206, no reinado de D. Sancho.

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O magnífico portal tem quatro colunelos de cada lado, com fustes decorados, claramente inspirados na Sé.

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Portal lateral sul

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Igreja de S. SalvadorCoimbra

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O românico conimbricense irradiou do núcleourbano, constituindo uma autêntica escolaregional.

Capela de S. Pedro de Leiria

Tímpano da igreja paroquial de SepinsCantanhede

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O românico praticamente não tem expressão a Sul de Lisboa. Após a reconquista, em 1147, D. Gilberto de Hastings é investido como 1º bispo da cidade.

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A catedral foi muito adulterada, por razões diversas, relativamente ao projecto original

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O projecto deve-se a mestre Roberto sob o patrocínio de Afonso Henriques, sendo nítidas as semelhanças com a Sé de Coimbra.

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Trifório: Galeria abobadada sobre as naves laterais que serve as zonas altas do edifício.

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A ordem dos Templários instala-se em Portugal desde os inícios da nacionalidade, fixando a sua sede em Tomar.A arquitectura religiosa dos Templários mostra sempre o seu espírito militar, evocando ainda a forma arredondada do Templo do Santo Sepulcro de Jerusalém.A torre de Tomar tem forma octogonal.

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charola

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Ermida de St.ª Catarina de Monsaraz deve ter tido fundação templária. Tem planta hexagonal e é construída em xisto e tijolo

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Edifícios militares: castelos e fortalezas

Penela

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Arquitectura civil: Domus Municipalis de Bragança

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Domus MunicipalisCisterna

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Cálice oferecido por D. Gueda Mendes ao mosteiro de Refojos de Basto em 1152Museu Nacional Machado de Castro

Ourivesaria Esta peça é considerada a mais significativa

produção da ourivesaria portuguesa

medieval.

Deve-se ao ourives Menendis e representa

Cristo com os apóstolos enquadrados por

arcos românicos.

A base representa o tetramorfo e o nó

intermédio é ricamente filagranado.

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A cruz era uma peça fundamental da liturgia

medieval.

Esta cruz processional foi oferecida por D. Sancho I

ao mosteiro de Santa Cruz de Coimbra, onde

tomaria sepultura.

Datada de 1214, é de ouro, ornada com safiras,

granadas e pérolas. Era um relicário que continha

um resto do Santo Lenho, relíquias da Virgem, de

S. João Evangelista e pedras do Gólgota.

Guarda-se no Museu Nacional de Arte Antiga, em

Lisboa.

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Cruz de S. TeotónioMuseu Nacional Machado de CastroProveniência: Santa Cruz de Coimbra

Em forma de tau, esta cruz encimava o

báculo de S. Teotónio, prior do Mosteiro de

Santa Cruz.

Possui decoração vegetalista e zoomórfica,

enriquecida com pedras e vidros coloridos.

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Iluminura

Em Portugal, destacaram-se os

scriptoria dos mosteiros de Santa

Cruz de Coimbra, S. Vicente de Fora,

Alcobaça e Lorvão. Produziram

muitos manuscritos iluminados:

saltérios, Bíblias, Livros de Horas e

Apocalipses.

Este último tipo constituía um

comentário ao texto do Apocalipse. O

mais famoso códice românico

medieval português é justamente o

Apocalipse do Lorvão, da autoria de

um copista de nome Egas e datado de

1189.

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Dominam os tons de amarelo, ocre e

vermelho sobre o fundo do

pergaminho.

Neste folium, vemos o Cordeiro

Místico numa esfera celeste, rodeado

pelo tetramorfo, formando uma cruz.

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Nesta iluminura representa-se

Jerusalém Celeste, vendo-se uma

figura a medir o templo Novo com

uma vara, definindo-se o espaço

sagrado onde caberão as almas que

acederão à felicidade eterna,

excluindo-se tudo o mais.

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O Livro das Aves, de 1183, foi

igualmente manuscrito e iluminado

no scriptorium lorvanense.

A pomba e o falcão surgem sob arcos

ultrapassados que sustentam uma

representação da Jerusalém Celeste.

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Bibliografia comentada: O autor de referência para o estudo da arquitectura e da arte românicas continuaa ser, mais de uma década após a sua morte, o professor C. A. Ferreira de Almeida. Entre a sua vastabibliografia, destaca-se, a História da Arte em Portugal. O Românico (Lisboa; Publicações Alfa; 1986), bemcomo o volume editado pela Editorial Presença em 2001, já com a revisão e fixação do texto daresponsabilidade de Mário Jorge Barroca. Muito interessante, apesar de datada de 1918, é a obra pioneirade Joaquim de Vasconcelos (Arte Românica em Portugal), reeditada sob a orientação de Artur Nobre deGusmão (Lisboa; Publicações Dom Quixote; 2ª edição; 1992). Deste último autor, merece referência ainterpretação que oferece num pequeno e original estudo intitulado Românico Português do Noroeste(Lisboa; Vega; 2ª edição; 1992). Recomendo vivamente, para um público estudantil da área do Turismo, amonografia de A. Campos Matos dedicada à igreja de S. Pedro de Rates (A Igreja Românica de S. Pedro deRates. Guia para Visitantes; Lisboa; Livros Horizonte; 2000). O texto de Jorge Rodrigues (O Mundo Românico(Séculos XI – XIII); (in «História da Arte Portuguesa» (dir. de Paulo Pereira); volume I; Lisboa; Círculo deLeitores; 1995; pp. 181 e ss.) constitui uma excelente base de trabalho e existe na biblioteca da ESEC. Omesmo autor assina o volume consagrado ao românico na obra dirigida por Dalila Rodrigues e já várias vezescitada (vol. 2; «O Modo Românico»; Fubu Editores; 2008). O livro de Jorge de Alarcão, já várias vezes citado(A Montagem do Cenário Urbano; Coimbra; Imprensa da Universidade; 2008), é muito esclarecedor para oestudo da Coimbra românica. Para um estudo do românico no panorama europeu são inúmeras as boassínteses de história da arte. Destaco, pela sua excelência gráfica e pela qualidade do texto, a ediçãocoordenada por Ralf Toman (O Românico; Colónia; Konemann; 2000). Georges Duby dirige igualmente, emcolaboração com Michel Laclotte, uma excelente História Artística da Europa, publicada pela QuetzalEditores (Lisboa; 1998), merecendo destaque o capítulo redigido por Willibald Sauelander (As fachadasromânicas; pp. 64 e ss.). Na biblioteca da ESEC, pode ser consultada a História da Arte dirigida por JeanPijoan, já diversas vezes citada, e que tem um volume dedicado à arte medieval. Na internet, são muitos osrecursos disponíveis. Pela sua qualidade destaco a página da rota do românico do vale do Sousa(www.rotadoromanico.com). Uma menção ainda para o arquivo de rotas do românico emhttp://portugalromanico.wordpress.com/.