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50 www.backstage.com.br REPORTAGEM Miguel Sá [email protected] Colaborou: Leandro J. Nazário DVD Ivete Sangalo O show e a gravação do DVD de Ivete Sangalo são eventos dos mais grandiosos já relizados no showbusiness musical brasileiro. O projeto foi, enfim, realizado. A gravação foi feita de uma tacada só, em um dia, no Maracanã, mas não sem alguns problemas. Do Maracanã para a casa dos fãs O Maracanã é conhecido pelos cronistas esportivos como “O maior do mundo”. Sendo assim, o esquema do som e da gravação de um DVD no estádio também não deixa- ria de ser algo grande e complexo. Para realizar um evento de tal amplitude, a banda tem de estar bem ensaiada, o show bem roteirizado e a produção tem de contar com os melhores profis- sionais em som, luz, cenário e gravação. E foi isso que aconte- ceu. Kalunga e Lázzaro, já há muitos anos na equipe de Ivete, pilotaram o som fornecido pela Gabisom com a ajuda da equipe da empresa de sonorização, composta por Valtinho, no apoio do P.A., Lucas Gondim no monitor e Renato Oliveira na gerência técnica, entre outros. A gravação do show, produzido por Alexandre Lins, foi feita por um dos mais experientes e requisitados técnicos de som do país, Flávio Senna, que contou com duas Amek Recall operan- do um total de 84 canais de Pro Tools. O estúdio foi montado em contêiner no Maracanã, na parte coberta atrás do local onde fi- cam as gerais. Um dos aspectos mais trabalhados na captação de áudio foi a gravação do som ambiente de platéia. Foram 20 mi- crofones em vários locais do estádio. Para que tudo dê certo, é necessário um trabalho coordena- do entre a parte de som, gravação, luz e área cenográfica. Neste projeto houve reuniões técnicas gerais, onde foram discutidas questões como quantidade de torres de delay, a possibilidade de Foto: Leandro J. Nazário / Divulgação
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Ivete Sangalo Dvd do Maracanã

Nov 11, 2015

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Gustavo Souza

Estrutura usada na gravação do DVD da Ivete Sangalo no maracanã
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    REPORTAGEM

    Miguel [email protected]

    Colaborou: Leandro J. Nazrio

    DVD Ivete SangaloO show e a gravao do DVD de Ivete Sangalo so eventos dos maisgrandiosos j relizados no showbusiness musical brasileiro. O projetofoi, enfim, realizado. A gravao foi feita de uma tacada s, em um dia,no Maracan, mas no sem alguns problemas.

    Do Maracan para a casa dos fs

    OMaracan conhecido pelos cronistas esportivos comoO maior do mundo. Sendo assim, o esquema do som eda gravao de um DVD no estdio tambm no deixa-

    ria de ser algo grande e complexo. Para realizar um evento de talamplitude, a banda tem de estar bem ensaiada, o show bemroteirizado e a produo tem de contar com os melhores profis-sionais em som, luz, cenrio e gravao. E foi isso que aconte-ceu. Kalunga e Lzzaro, j h muitos anos na equipe de Ivete,pilotaram o som fornecido pela Gabisom com a ajuda da equipeda empresa de sonorizao, composta por Valtinho, no apoio doP.A., Lucas Gondim no monitor e Renato Oliveira na gernciatcnica, entre outros.

    A gravao do show, produzido por Alexandre Lins, foi feitapor um dos mais experientes e requisitados tcnicos de som dopas, Flvio Senna, que contou com duas Amek Recall operan-do um total de 84 canais de Pro Tools. O estdio foi montado emcontiner no Maracan, na parte coberta atrs do local onde fi-cam as gerais. Um dos aspectos mais trabalhados na captao deudio foi a gravao do som ambiente de platia. Foram 20 mi-crofones em vrios locais do estdio.

    Para que tudo d certo, necessrio um trabalho coordena-do entre a parte de som, gravao, luz e rea cenogrfica. Nesteprojeto houve reunies tcnicas gerais, onde foram discutidasquestes como quantidade de torres de delay, a possibilidade de

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    colocao de equipamentos de ilumina-o nelas, altura e posicionamento dahousemix no gramado para que a capta-o de imagem no fosse prejudicada ediversos outros aspectos nos quais cadaequipe teve de se ajustar para que o tra-balho ficasse bom para todos.

    A gravaoEste novo DVD teve o repertrio de

    27 msicas baseado no disco As Super-novas e nos grandes sucessos da canto-ra. A produo comea desde a esco-lha do repertrio, pensando como que ele vai funcionar para o show, paraque f lua de uma forma bacana noDVD, expe Alexandre Lins, que tra-balha com Ivete desde o segundo discoda carreira-solo dela. Depois, vm asconcepes tcnicas, de como mixar,como gravar e tentar antever ao mxi-mo as questes para dar tudo certo.Uma das providncias trabalhar comuma equipe que esteja acostumada atrabalhar junta. Os profissionais de gra-vao de udio e de imagem envolvi-dos no projeto j se conheciam de ou-tros DVDs produzidos por Alexandre.

    O vazamento do som de P.A. nos mi-crofones de palco, que captam os instru-mentos, sempre tem de ser levado emconta. Os sistemas em line array facilita-ram muito este tipo de trabalho, j queemitem o som de forma bastante controla-da na platia. Neste show tambm foramconstrudas novas solues de moni-torao de side fill para que no houvessevazamentos no microfone de voz, almdos painis de acrlico, que impedem aemisso excessiva dos instrumentos percus-sivos fora da rea em que sero captados.O acrlico tira um pouco da energia daspercusses. Eles (os percussionistas) to-cam bacurinha com baqueta, produzin-do transientes absurdos. (Com o painelacrlico) eles at chegam ao microfone,mas com atenuao. Se solar a voz dela,tem um vazamento tpico de estdio,que no problema nenhum, afirmaFlvio Senna.

    O setup do estdio de gravao incluiuduas Amek Recall uma para Ivete ebanda e outra para convidados e voltas deefeito, somando um total de 84 canais ,um Pro Tools HD Accel com placa PCExpress, rodando em um Macintosh com

    A produo comea desde a escolha do repertrio,pensando como que ele vai funcionar para o show, paraque flua de uma forma bacana no DVD. Depois, vm asconcepes tcnicas, como gravar e tentar antever as

    questes para dar tudo certo

    Valtinho e Kalunga na housemix Piu Piu, Lzaro, Renato Oliveira e Lucas Gondim

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    chip Intel gravando em 88 canais. O auxi-liar Flvio Neto explicou que os quatrocanais extras estavam gravando em bran-co para que, caso ocorresse problemas emum dos canais de gravao, no fosse ne-cessrio parar o sistema para abrir um novoinput. Alm deste cuidado, havia mqui-nas Tascam DA 78 para backup.

    Quando a voz chega s Amek Recall, otcnico Flvio Senna evita colocar insertsde compresso para os artistas, os quais jconhece, como o caso de Ivete Sangalo,que ele j grava h bastante tempo. J comAlejandro Sanz e Buchecha ele colocouuma compresso pronta para ser ligada emcaso de necessidade. Na hora, o artistaemite um pouco mais mesmo. O tcnicotem uma passagem de som sem as caixas deP.A. ligadas parafazer o ajuste dostimbres. Depoisdela, Flvio nomexe mais no som.Os ajustes de tim-bre posteriores sofeitos s na mixa-gem. Um dos pon-tos que no po-dem ser esqueci-dos a captaodo pblico. Te-mos de distribuirbem os microfo-nes. No temospassagem de sompara microfone deambiente, e um

    dia s (de gravao), expe Alexandre.A entra a experincia de Flvio Senna,que inclusive j havia gravado o show dabanda adolescente mexicana Rebeldesno Maracan. Tem de sonorizar os mi-crofones nos ambientes onde as pessoasesto cantando e aplaudindo, diz, co-mentando que, em geral, a rea da ar-quibancada onde fica o pblico me-nos empolgado.

    O tcnico trabalhou com 20 microfo-nes, 18 do tipo shot gun, da Sennheiser,de modelos diferentes, e dois CrownPZM estreo para captao geral do am-biente. A partir da, o tcnico distribuiudez microfones de tiro mais curto nafrente da rea do palco, quatro distribu-dos na parte de cima da housemix e mais

    quatro na torre de delay central, aponta-dos para a arquibancada. Os dois PZMtinham a funo de captar o tamanhodo Maracan, para que na gravao fi-casse evidente a amplitude do lugar. So180 graus de captao, comenta Flvio,explicando que este som em particular utilizado no incio e no fim das msicas.

    SonorizaoFazer som no Maracan sempre um

    desafio, desde os tempos da primeira visi-ta do papa Joo Paulo II ao Brasil e doshow de Frank Sinatra. Hoje, a diferen-a que a experincia dos profissionaisenvolvidos ajuda a minimizar possveisproblemas, como o delay que vem dasarquibancadas de volta para o gramado.

    O projeto de so-norizao tam-bm teve de le-var em conta ofato de ser umagravao. Almdo j menciona-do vazamento desom do P.A para opalco, um dos pro-blemas possveis o excesso de vo-lume dos monito-res, que podemvazar nos micro-fones. A partir domomento em queficou decidido quea Gabisom seria a

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    Alexandre Lins produziu a maioria dos discos de Ivete Flvio Senna e os ltimos ajustes antes de gravar

    A partir das tribunas, as torres de delay junto ao fosso, housemix e palco

    Foto:Miguel S / Divulgao

    Painis acrlicos evitaram vazamento excessivo desom da percusso para a voz

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    Sonorizao

    - L 15 caixas L-Acoustics ( V-Dosc ), 12

    Sub EAW SB1000

    - R 15 caixas L-Acoustics ( V-Dosc ), 12

    Sub EAW SB1000

    - LL 12 caixas L-Acoustics ( V-Dosc ), 12

    Sub EAW SB1000

    - RR 12 caixas L-Acoustics ( V-Dosc ), 12

    Sub EAW SB1000

    - Seis Torres de Delay com 4 V-Dosc

    (24 caixas)

    - Amplificao - Lab Gruppen

    Lista de equipamentos

    Housemix

    - Duas Midas XL4

    - Rack com Gate Drawmer DS201 e 12

    Compressores DBX 160

    - Rack de efeitos com PCM Lexicon , SPX

    1000, SPX 990, TC D2, Lexicon 480L ,

    DAT Tascam , CD Player , e analizador

    de espectro KT DN6000

    - Drive Rack com TC Eq Station de oito

    canais, oito processadores Lake Con-

    tour com software do sistema V-Dosc

    empresa de sonorizao, Kalunga participouda arregimentao da equipe de apoio, comRenato Oliveira na gerncia tcnica, Val-tinho no P.A. e Lucas Gondim no monitor,entre outras pessoas. O Gabi dimensionou oequipamento. Eu pedi as caixas V-Dosc eessa galera para trabalhar com a gente, diz,ressaltando a qualidade da equipe.

    A configurao final do equipamento fi-cou da seguinte forma: foram colocadosdois cintures de caixas V-Dosc paralelosem cada lado do palco. O cinturo internofoi montado com 15 caixas e o externo com12. Cada um deles tinha 12 caixas desubgraves EAW SB1000 embaixo. As seistorres de delay com quatro caixas V-Dosccada uma foram distribudas por 240 grausno Maracan, junto ao fosso que divide ocampo com a antiga geral, alternadas comcolunas de trs caixas de line array daNorton. Para a fila do gargarejo, at 10metros do palco, foram colocadas um totalde 18 caixas DV-Dosc tanto entre os P.As LLe RR como em frente da rea de boca de

    cena, cobrindo em at 10 metros a frente dopalco. Na housemix, duas Midas XL4,uma para Ivete e banda e outra para con-vidados, ficaram disposio de Kalunga,que usou um rack de efeitos com LexiconPCM90 e 480L, Yamaha SPX 1000, SPX990 e um analisador de espectro Klark

    Technik DN6000. Kalunga gosta de umequipamento especfico para tirar a sibi-lncia em 6000 Hz, caracterstica de IveteSangalo: um compressor multibandaBBS. Ele ainda trouxe um TC Heliconpara usar na voz da cantora.

    A equalizao geral do P.A. foi feita pormeio de equipamentos TC Electronics EQ

    Station de oito canais. Os oito processa-dores eram todos Lake Contour comsoftwares da L-Acoustic, sistema V-Dosc.O alinhamento de tempo um captuloespecialmente importante em um sistemade sonorizao grande e complexo como oque foi usado no Maracan. O trabalho foi

    feito utilizando o programa Smaart Live 5.4utilizando como ponto zero o P.A. direitoexterno (de frente para a housemix), queera o mais recuado do sistema.

    No palco, todos os msicos usam fonesou monitorao in-ear, mas ainda neces-srio o uso de side fill para Ivete Sangalo,que usa apenas um dos fones do in-ear, e

    Sistema Pro Tolls HD Accel em MacIntosh comprocessador Intel

    No P.A., quatro flys com caixas V-Dosc

    Processamento Lake Contour para os

    sistemas de P.A. e delays

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    TC Helicon na voz de Ivete

    Foram colocados dois cintures de caixasV-Dosc paralelos em cada lado do palco. O cinturo

    interno foi montado com 15 caixas e o externo com 12. Cada um deles tinha 12 caixas de

    subgraves EAW SB1000 embaixo

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    para o bal do show. Como os JBL Verteccolocados na lateral do palco estavam va-zando excessivamente para o microfonede Ivete, foram colocadas duas colunascom duas caixas V-Dosc cada uma, defrente para o palco, e mais duas V-Dosc uma de cada lado no cho do palco,mais para o bal poder ouvir a msica. Osistema foi to bem-sucedido que a equi-pe de udio da cantora resolveu utilizaresta montagem sempre que possvel. Elano consegue cantar com dois fones,

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    Mesa InnovaSon SY48Caixas JBL Vertec no side no chegaram a ser usadas Amplos recursos de udio e iluminao.

    conta o tcnico de P.A. Kalunga. Istoporque Ivete gosta de sentir a reaoimediata do pblico e responder aos co-mentrios da platia, sem intermedirios.

    Quanto aos microfones, tanto a grava-o como a sonorizao compartilhamesses equipamentos. Kalunga fez suges-tes de microfonao aceitas por FlvioSenna. Como a cantora endorsee damarca Audio-Technica, vrios microfo-nes da marca foram usados. Ivete usa umsem fio de mo com cpsula AE6100. O

    de bumbo foi o AE2500, que, apesar deno fazer parte do setup normalmenteutilizado por Flvio Senna, foi bastanteelogiado por ele. Para os atabaques, omodelo escolhido foi o ATM25 e para ossopros, ATM35. Ainda foram usados ou-tros modelos, como os AE3000 para gui-tarra e microfones ATM23 na percusso.

    O tcnico de monitor da cantora,Lzzaro, operou a InnovaSon SY48 quecostuma viajar com a banda. Como foramutilizados 56 canais e a InnovaSon tem 48, os

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    PM1D para os canais complementares Caixas de front fill, cobertura at dez metros frente

    Usamos os painisacrlicos para proteger

    os instrumentosde vazamentos e

    proteger o microfone daIvete da percusso, que

    muito forte

    canais adicionais com convidados e backingvocals ficaram em uma Yamaha PM1D daGabisom operada por Antnio Piu PiuMarques. Usamos os painis acrlicos paraproteger os instrumentos de vazamentos eproteger o microfone da Ivete da percusso,que muito forte. Baixo e guitarra tambmforam colocados em uma posio que novaze para ela, completa Lzzaro.

    O showO pblico curtiu e o show rolou, mas

    no sem algum contratempo. Em deter-minado momento, na terceira msica domedley que Ivete apresentava com o can-tor convidado Buchecha, aconteceramproblemas tcnicos que impediram que osom e a parte de vdeo do palco continuas-sem a funcionar. Entre as diversas pessoasda rea tcnica de udio que trabalharamno show e foram ouvidas pela Backstage,a verso que corria era de que houve umaqueda de energia e, apesar de ter um ge-rador para substituio, no havia a chave

    reversora automtica no sistema, o quefaria com que, a partir do momento emque o gerador principal desligasse, o ge-rador substituto entrasse automatica-mente em operao. Todas as ligaes ti-veram de ser feitas no gerador substitutode forma manual. A demora para atransferncia e o religamento do sistemafoi de cerca de 20 minutos.

    Ao procurar a Caco de Telha, umadas realizadoras do projeto, para saber oque houve, a Backstage foi encaminha-da para a assessoria de imprensa, a qualinformou que, segundo a Gabisom, hou-ve uma queda no gerador no qual o siste-ma de udio estava ligado. De acordocom Gabi, da Gabisom, as especificaesda empresa para que a queda de um ge-rador no interrompa o show no foraminteiramente atendidas. J segundoCarlos Alberto, da All Energy, empresaresponsvel pelos geradores, o que houvefoi a queda do som e no da energia.

    O ocorrido no deve ter maiores conse-qncias sobre o resultado final do DVD,mas fez com que o medley de Buchechacom Ivete tivesse de ser repetido para a gra-vao. Alm desta, ainda foram repetidaspara a gravao do DVD as msicas Flor doReggae e Corazon Partido, cantada com oconvidado Alejandro Sanz. Entre as outrasmsicas do repertrio estavam Festa, SorteGrande, Dinheiro e Carro Velho.

    Alm da Caco de Telha, a realizaodo show da New Quality, da gravadorada cantora, Universal Music e do canalde TV por assinatura MultiShow.

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    Ivete Sangalo - Iluminao

    Na gravao de um DVD, a luz temde ser concebida com muito cuidado.Conciliar uma luz cnica que envolva aplatia no show e uma iluminao ade-quada para as cmeras foi o desafio en-frentado pelos profissionais que trabalha-ram no show de Ivete Sangalo. O dese-nho da iluminao do espetculo foi fei-to em colaborao com a rea de ceno-grafia, comandada por Rafael Dragaud eJos Cludio Ferreira. No projeto, feitopor Danny Nolan, muito espao paraimagem, que complementa e faz partedo cenrio. Ainda houve a colaboraoentre a equipe de iluminao de Ivete e

    a da gravao. Se Robson Natal sabe asmarcaes da banda e conhece o quefunciona melhor na estrada, Dannyquem ajuda a ajustar a luz cnica s ne-cessidades das cmeras. Na luz de platia,comandada por Marcos Olvio, a preocu-pao era deixar o pblico bem evidentepara o vdeo e manter uma coerncia est-tica com o que acontecesse no palco. Asempresas de iluminao que participaramdo show foram a LPL, a Novalite, que for-neceu os moving lights, e a Spectrum, comas luzes de ribalta. A Companhia da Luzforneceu os tubos de Led que contorna-vam os praticveis de palco.

    Idealizao da luzNo projeto da iluminao, uma mistu-

    ra intensa com cenrio e vdeo. A luz foidesenhada com base no primeiro planoda boca de cena. A luz de palco comple-menta os sistemas de Led, com grids emformato de arco, como a boca de cena,ajudando a direcionar o olhar do espec-tador para os painis de Led com ima-gens do fundo do palco, ressaltando aidia de profundidade.

    Todo o espetculo tinha as cenas pro-gramadas, inclusive com a integraoentre vdeo e iluminao. Temos as ce-nas programadas com climas bem dife-

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    Marcos Olvio verificando a programaoda luz de platia

    Caiado, Ricardo Coxinha, Danny Nolan

    e Robson Natal

    Grids de iluminao em arco at ofundo do palco

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    rentes. H momentos de msicas romn-ticas, etc., diz Danny. Entre os equipa-mentos usados, mesas para controlar aintegrao das mdias usadas no show(com software Catalyst, controlado pormeio de mesa de iluminao) geren-ciando as imagens dos painis cenogr-ficos laterais de Leds G-Lec, do painel nofundo do palco e das testeiras de palco,tambm em LED G-Lec; mesa para luzde TV (luz branca cnica) e mesa paraluz cnica de palco, incluindo os movinglights, alm de uma mesa s para luz deplatia, operada por Marcos Olvio

    A luz de palco foi operada por RobsonNatal, que faz parte da equipe de IveteSangalo j h oito anos. muito fcil tra-balhar com Danny, diz, referindo-se aoequilbrio que o profissional consegue es-tabelecer entre a luz cnica e a luz de TV.Sei interagir com a banda, sei todos ospassos, as deixas, mas a experincia de TV

    Lista de equipamentos

    Equipamento ......... Palco ................. Cho ................. Testeira .............. Platia

    DTS Wash ................... 33 ....................... 8 .......................... 6 ........................ 0

    Giotto Spot .................. 33 .......................20 ......................... 0 ....................... 32

    PAR/64 ......................... 0 ........................ 0 ......................... 86 ..................... 144

    Mini Brutt ..................... 11 ....................... 0 .......................... 0 ....................... 32

    Strobo Atomic ............. 18 ....................... 0 .......................... 0

    Ribalta Dicrica ............ 0 ........................10 ......................... 0 ........................ 0

    ACL 200 ...................... 80 ....................... 0 .......................... 0 ........................ 0

    Canhes CT ................. 0 ........................ 0 .......................... 0 ........................ 0

    Dimmer ....................... 72 ....................... 0 .......................... 0 ....................... 68

    Dimmer cenrio ......... 120 ...................... 0 .......................... 0 ........................ 0

    Fresnis 2K ................. 12 ....................... 0 .......................... 0 ........................ 0

    Elipsoidais ................... 12 ....................... 0 .......................... 0 ........................ 0

    SKy .............................. 0 ........................ 4 .......................... 4 ........................ 0

    quem tem mesmo o Danny. Para TV,vale azul, branco, mbar... Vermelho es-curo, mas legal. Verde no funciona, eisso aprendi com ele, diz. importantefazer o DVD, mas tambm importanteassistir ao show, e se deixar luz branca otempo todo fica estranho, conclui.

    Ricardo Coxinha cuida do sistemaCatalyst e Carlos Eduardo Caiado progra-mou a mesa de luz que disparava o sistemaintegrador de mdias. A mesa conversacom o computador e o computador solta ovdeo para os projetores e para os painis deLed, diz ele. A mesa de luz estava conec-tada via MIDI com o teclado de RadamsVenncio, da Banda do Bem, de IveteSangalo. Desta forma, as imagens ficavamsincronizadas com as msicas.

    Marcos Olvio explica que a luz deplatia no apenas uma luz branca,para aparecer pblico. A inteno se-guir a mesma linha do que est aconte-

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    Painis de Led foram elementos importantes naconstruo do cenrio

    Painis cenogrficos G Lec e tubos iluminando ocontorno dos praticveis

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    cendo no palco. Segundo ele, a idia manter a coerncia esttica entre a ilu-minao do palco e a da platia. Paraisso, ele contou com um kit de equipa-mentos parecido com o que havia no pal-co, incluindo moving lights, estrobos ecores para trabalhar na platia, sem es-quecer tambm a luz branca em algunsmomentos. Em cada torre de delay haviauma Space Cannon, quatro minibrutts,quatro Giotto 400W e 24 lmpadas PAR64; na torre de iluminao que ficava nahousemix havia uma Space Cannon,

    dois canhes de 1200 watts, quatroGiotto 400W, quatro minibrutts e 24 lm-padas PAR 64. O palco ainda contoucom 18 Atomic Strobos, 12 luzes de ribal-ta dicricas e 96 ACL200, entre outrosequipamentos. Tudo isso um contextoem que eu, o Danny e o Csio Lima dis-cutimos o conceito e agora, na implanta-o, que cada um cuida de uma parte.

    O cenrioSegundo Jos Cludio Ferreira, que

    criou o cenrio com Rafael Dragaud, opalco tem 62 metros de envergadura, 20metros de altura e boca de cena de 11 por

    20 metros. A profundidade do palco erade 15 metros. O cenrio muito virtualtambm, com muita coisa apoiada emvdeos e imagens, comenta o cengrafo.Os Leds de fundo de palco, dos painislaterais e os contornos dos praticveis dopalco so trs sistemas diferentes deLeds. Ainda h mais Leds nos painis ex-ternos para compor o cenrio do palco.So lonas plotadas com luz por trs, por-que a vantagem dos painis G-Lec queeles aceitam transparncia, ento a gen-te trabalha sempre eles com alguma pro-

    jeo de luz por trs. Para o desenho daboca de cena tambm foram usados ospainis da G-Lec, s que como as modu-laes dele so retangulares ou quadra-das, eu mascarei para criar a sensao deque so redondos, comenta Jos Clu-dio. No h buracos entre a projeo e ocenrio. Segundo o cengrafo, as ima-gens do fundo de palco eram, na maioriadas vezes, com fundo preto. Tem horasque voc no sabe nem onde comea eacaba o telo (e o cenrio). Fica umacoisa bem mgica, conclui. No cenrioainda havia trs elevadores para momen-tos especficos do show e uma grua.

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    Resultado durante o show Alguns movings foram colocados na frente do palco

    Os Leds de fundo de palco, dos painis lateraise os contornos dos praticveis do palco so trssistemas diferentes de Leds. Ainda h mais Leds

    nos painis externos para comporo cenrio do palco

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