UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA ISOLAMENTO SONORO DE FACHADAS EXPOSTAS AO RUÍDO AEROPORTUÁRIO Vanessa da Silva Pinheiro Rio de Janeiro 2017
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
ESCOLA POLITÉCNICA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA MECÂNICA
ISOLAMENTO SONORO DE FACHADAS
EXPOSTAS AO RUÍDO AEROPORTUÁRIO
Vanessa da Silva Pinheiro
Rio de Janeiro
2017
ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
Departamento de Engenharia Mecânica
DEM/POLI/UFRJ
ISOLAMENTO SONORO DE FACHADAS EXPOSTAS AO RUÍDO
AEROPORTUÁRIO
Vanessa da Silva Pinheiro
Projeto de Graduação apresentado ao Curso de
Engenharia Mecânica da Escola Politécnica,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, como
parte dos requisitos necessários à obtenção do
título de Engenheiro.
Orientador: Prof. Jules Ghislain Slama
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
iii
ISOLAMENTO SONORO DE FACHADAS EXPOSTAS AO RUÍDO AEROPORTUÁRIO
Vanessa da Silva Pinheiro
PROJETO DE GRADUAÇÃO SUBMETIDO AO CORPO DOCENTE DO CURSO DE
ENGENHARIA MECÂNICA DA ESCOLA POLITÉCNICA DA UNIVERSIDADE
FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS
PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE ENGENHEIRO MECÂNICO.
Examinada por:
_________________________________________
Jules Ghislain Slama - Orientador
Universidade Federal do Rio de Janeiro
_________________________________________
Prof. Antonio Carlos Marques Alvim
Universidade Federal do Rio de Janeiro
_________________________________________
Prof. Julio Cesar Boscher Torres
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro
Setembro de 2017
iv
.
Pinheiro, Vanessa da Silva
Isolamento sonoro de fachadas expostas ao ruído
aeroportuário / Vanessa da Silva Pinheiro. – Rio de
Janeiro: UFRJ/ Escola Politécnica, 2017.
XI, 51 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Jules Slama
Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso
de Engenharia Mecânica, 2017.
Referências Bibliográficas: p. 51-51.
1. Isolamento acústico 2. Absorção acústica. 3. RBAC161
4. NBR10152 I. Slama, Jules Ghislain. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de
Engenharia Mecânica. III. Isolamento sonoro de fachadas
expostas ao ruído aeroportuário.
v
Agradecimentos
A meu orientador, professor Jules Slama, por me orientar de maneira dedicada e
paciente, me guiando nos momentos difíceis e compartilhando toda sua bagagem de
conhecimento.
A meus professores, que por caminhos tortos ajudaram a tornar-me uma pessoa mais
forte.
A professora Anna Carla, por ser minha eterna orientadora da graduação e por ter sido
essencial na minha conquista de uma formatura antecipada.
Ao Sangue da UFRJ, por ter dado a oportunidade de fazer bem ao mundo e ter me trazido
amigos para a vida.
Ao meu companheiro Reginaldo, por sempre me apoiar nesse difícil percurso.
vi
Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar,
desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.
Cora Coralina
vii
Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Mecânico.
Isolamento sonoro de fachadas expostas ao ruído aeroportuário
Vanessa da Silva Pinheiro
Setembro/2017
Orientador: Jules Ghislain Slama
Curso: Engenharia Mecânica
O regulamento RBAC-161 apresenta planos de zoneamento de ruído aeroportuários,
compostos por conjuntos de curvas de ruído na métrica DNL, onde são definidos os usos
autorizados por área. Por exemplo: uma fachada submetida a um nível de ruído DNL 75, não
é compatível com uso residencial. Quando este for permitido, é necessária uma redução de
ruído de, pelo menos, 25 dB. Por isso, é importante saber calcular a redução de ruído de uma
fachada, onde vários aspectos são considerados: espectro típico do ruído aeroportuário, tipo
de materiais isolantes, e absorventes por faixas de oitava. Este trabalho, então, tem por
objetivo apresentar os cálculos da redução de ruído de fachadas, trazendo planilhas
desenvolvidas no MS Excel que podem auxiliar na tarefa.
Palavras chave: Isolamento, Absorção, RBAC 161, NBR10152
viii
Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment of
the requirements for the degree of Mechanical Engineer.
Sound insulation of facades exposed to airport noise
Vanessa da Silva Pinheiro
September/2017
Advisor: Jules Ghislain Slama
Course: Mechanical Engineering
The RBAC-161 regulation presents airport noise zoning plans, composed of sets of noise
curves in the DNL metric, where the authorized uses by area are defined. For example: a
facade subject to noise level DNL 75, is not compatible with residential use. When allowed, a
noise reduction of at least 25 dB is required. For this reason, it is important to know how to
calculate the noise reduction of a facade, where several aspects are considered: typical
spectrum of airport noise, type of insulation materials, and absorbents by octave bands. This
work, therefore, aims to present the calculations of the reduction of noise of facades, bringing
spreadsheets developed in MS Excel that can aid in the task.
Keywords: Isolation, Absorption, RBAC 161, NBR10152
ix
Sumário 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 1
1.1. MOTIVAÇÃO ............................................................................................................................ 1
1.2. CONTRIBUIÇÃO ....................................................................................................................... 1
1.3. HISTÓRIA .................................................................................................................................. 2
2. RUÍDO AERONÁUTICO .......................................................................................................... 5
2.1. CLASSIFICAÇÃO DE AERONAVES ...................................................................................... 5
2.2. PRINCIPAIS MÉTRICAS ASSOCIADAS AO RUÍDO ........................................................... 7
2.3. NORMAS E LEGISLAÇÕES MAIS UTILIZADAS ................................................................. 9
2.3.1. NBR 10.151 ................................................................................................................................. 9
2.3.2. NBR 10.152 ................................................................................................................................. 9
2.3.3. PLANO DE ZONEAMENTO AEROPORTUÁRIO ................................................................ 10
2.3.3.1. PBZR ................................................................................................................................. 11
2.3.3.2. PEZR ................................................................................................................................. 13
2.4. ESPECTRO DE RUÍDO AEROPORTUÁRIO ........................................................................ 13
3. ACÚSTICA DE EDIFICAÇÕES .............................................................................................. 16
3.1. TRANSMISSÃO DE RUÍDO AÉREO .................................................................................... 16
3.2 TRATAMENTO ACÚSTICO .............................................................................................. 18
3.2.1 TRATAMENTO ACÚSTICO EM UMA DIVISÓRIA SIMPLES ...................................... 21
3.2.1.1. TÉCNICAS DE ISOLAMENTO ACÚSTICO ................................................................. 23
4. IMPLEMENTAÇÃO DOS CONCEITOS ................................................................................ 25
4.1. ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS ............................................................................ 25
4.2. ESPECTRO DE RUÍDO POR FAIXA DE FREQUÊNCA ...................................................... 26
4.3. TIPOS DE MATERIAIS ISOLANTES .................................................................................... 26
4.4. TIPOS DE MATERIAIS ABSORVENTES ............................................................................. 27
4.5. SRI COMPOSTO ...................................................................................................................... 29
4.6. COEFICIENTE DE ABSORÇÃO MÉDIO .............................................................................. 31
4.7. REDUÇÃO DE RUÍDO NA FACHADA................................................................................. 33
5. EXEMPLOS DE FACHADAS COMUNS ............................................................................... 36
5.1. FACHADA COM VARANDA DE PORTA DE VIDRO ........................................................ 36
5.2. FACHADA COM DUAS JANELAS ....................................................................................... 40
5.3. FACHADA COM PORTA E JANELA .................................................................................... 41
5.4. FACHADA DE VIDRO ............................................................................................................ 44
6. CONCLUSÃO .......................................................................................................................... 46
ANEXO 1 .............................................................................................................................................. 47
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 51
x
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Convivência aeronave e cidade 1
TABELA 1 Compatibilizações do uso do solo 3
FIGURA 2 Operação do INM 4
FIGURA 3 Divisão de aeronaves em capítulos 6
TABELA 2 Tabela da norma NBR – 10.151 9
TABELA 3 Tabela da Norma NBR – 10.152 10
FIGURA 4 Modelo de curvas de ruído do PBZR 11
TABELA 4 Parâmetros das curvas de ruído do 12
FIGURA 5 Modelo de curvas de ruído do PBZR para helipontos 12
FIGURA 6 Comparação entre espectros de ruído da DGAC 14
TABELA 5 Faixas de oitava de ruído aeroportuário utilizadas no projeto 14
TABELA 6 Faixas de terço de oitava de ruído aeroportuário utilizadas
no projeto 15
TABELA 7 Isolamento sonoro indicado para diversas atividades 16
FIGURA 7 Forma de propagação sonora entre unidades multifamiliares 17
FIGURA 8 Exemplo de elementos que diferenciam o desempenho de
isolamento real do ensaiado. 18
FIGURA 9 Vida útil de materiais isolantes. 18
TABELA 8 Propriedades acústicas de materiais 19
TABELA 9 Lista de materiais e seus coeficientes de absorção 21
FIGURA 10 Esquema de fachada e cômodo comuns 22
TABELA 10 O modelo da planilha de espectros de ruído 26
TABELA 11 Base de dados dos materiais isolantes 27
TABELA 12 Base de dados de materiais absorventes 28
FIGURA 11 Planilha para cálculo do SRI composto 30
FIGURA 12 Planilha para cálculo do coeficiente de absorção 32
FIGURA 13 Modelo de incidência de ruído na fachada 33
xi
FIGURA 14 Formato de entradas da planilha de redução de ruído 34
FIGURA 15 Formato de resultados da planilha de redução de ruído 35
FIGURA 16 Esquema e foto de fachada com porta de vidro 36
FIGURA 17 Coeficientes de redução sonora da fachada com porta de
vidro 37
FIGURA 18 Resultado de redução sonora para fachada com porta de
vidro 38
TABELA 13 Coeficientes médios para cômodos padrões 39
FIGURA 19 Resultado de redução sonora para fachada com porta de
vidro corrigida a absorção 39
FIGURA 20 Esquema e foto de fachada com janelas de vidro 40
FIGURA 21 Coeficientes de redução sonora da fachada com janelas de
vidro 40
FIGURA 22 Resultado de redução sonora para fachada com janelas de
vidro 41
FIGURA 23 Esquema de fachada com porta e janela de vidro 42
FIGURA 24 Coeficientes de redução sonora da fachada com porta e
janela de vidro 42
FIGURA 25 Resultado de redução sonora para fachada com porta e
janela de vidro 43
FIGURA 26 Esquema e foto de fachada de vidro 44
FIGURA 27 Coeficientes de redução sonora da fachada de vidro 44
FIGURA 28 Resultado de redução sonora para fachada de vidro 45
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo propor subsídios para o estudo do isolamento sonoro de
fachadas em ambiente próximo de aeroportos.
1.1. MOTIVAÇÃO
Podemos considerar duas motivações, uma relacionada ao conforto acústico utilizando
para isso a norma NBR10152 que relaciona o ruído interno dentro de um cômodo com as
questões do conforto e aceitabilidade de acordo com seu uso. As abordagens podem ser
realizadas através das curvas NC ou utilizando os níveis sonoros em dB(A).
De acordo com as práticas da acústica considera-se que a condição de conforto deve ser
almejada no caso de edifícios novos, mas no caso de edifícios já existentes a condição de
aceitabilidade já é suficiente.
Outra motivação é relacionada a RBAC 161. O RBAC161 é um documento cujo
objetivo é a elaboração do plano específico de zoneamento de ruído de aeródromos. O plano
específico é composto por cinco curvas de ruído na métrica DNL e condições de uso do solo na
região em torno do aeroporto.
O documento faz referência à atenuação mínima de fachada em locais do entorno do
aeroporto, mas não informa sobre o espectro do ruído aeroportuário, nem sobre os métodos de
cálculo a serem utilizados.
Este trabalho tem por objetivo auxiliar os usuários do RBC161 no sentido de detalhar
as etapas de cálculo da atenuação de fachada em ambientes aeroportuários.
1.2. CONTRIBUIÇÃO
• Escolha do espectro típico do ruído aeroportuário
• Definição das condições necessárias para realizar os cálculos
• Planilhas de cálculo para a atenuação de fachada
• Tabela de propriedades acústicas de materiais isolantes de fachada e absorventes de
cômodos de uma residência multifamiliar.
2
1.3. HISTÓRIA
A modernização de hábitos e culturas muitas vezes gera ônus para a sociedade. O
estresse, cansaço, congestionamentos, distúrbios de sono estão em muitos casos ligados direta
ou indiretamente ao ruído e nossos hábitos modernos o elevam continuamente. O ruído é um
som indesejável, que causa desconforto, por isso, o estudo sobre a insonorização de ambientes
é importante. O tratamento acústico de fachadas é influenciado pela localização das fontes e
suas características sonoras, então esse trabalho busca apresentar uma metodologia do cálculo
da atenuação de fachadas para controle de ruídos provenientes de diferentes tipos de aeronaves.
O crescente tráfego aéreo está intrinsecamente ligado à globalização e em grandes
cidades podemos muitas vezes encontrar mais de um aeroporto, o que traduz a importância
socioeconômica desta atividade. Porém, significa também um grande ruído aeroportuário para
os bairros vizinhos, como está implícito na figura 1.
Figura 1: Convivência aeronave e cidade.
Fonte: http://arquitetaimoveis.com.br/wp-ontent/upLoads/2013/01/Vizinho_aeroporto2.jpg
O excesso de ruído leva a incômodos para esta população e prejudica diversas
atividades, como comunicação, sono, concentração e aprendizado em escolas. A respeito disso,
existe uma metodologia para o controle de ruído através de zoneamento nas cidades ao redor
de aeroportos, o chamado PEZR (plano específico de zoneamento de ruído). Apesar disto,
mesmo respeitando o PEZR, problemas de ruído existem fora da região controlada pelo PEZR
3
como no caso do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro, em que a associação de
moradores pressionou para que fosse realizada uma mudança de rota.
O PEZR é uma forma de controle de ruído cuja finalidade é proteger a comunidade e
suas atividades sensíveis ao ruído da aproximação com o aeroporto. Ele é composto pelas
curvas de ruído de 85, 80, 75, 70 e 65 dB e elaborado nos termos do RBAC 161, com as
condições de compatibilizações, ou incompatibilizações do uso do solo estabelecidos nas
regiões delimitadas por essas curvas como pode ser observado na tabela 1.
Tabela 1: Compatibilizações do uso do solo
Fonte: RBAC 161 (reduzida)
Uso do Solo
Nível de Ruído Médio dia-noite (dB)
Abaixo de 65
65-70 70-75 75-80 80-85 Acima de 85
Residencial
Residências uni e multifamiliares S N(1) N(1) N N N
Alojamentos Temporários (exemplo: hotéis, motéis e pousadas ou empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N(1) N N
Locais de permanência prolongada (exemplos: presídios, orfanatos, asilos, quartéis, mosteiros, conventos, apart-hotéis, pensões ou empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N N N
Usos Públicos
Educacional (exemplos: Universidades, bibliotecas, faculdades, creches, escolas, colégios ou empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N N N
Saúde (exemplos: hospitais, sanatórios, clínicas, casas de saúde, centros de reabilitação ou empreendimentos equivalentes)
S 25 30 N N N
S – Sim, uso compatível.
N – Não, uso não compatível.
25, 30, 35 – Usos geralmente compatíveis. Devem ser tomadas medidas para redução
de 25, 30 e 35 dB (respectivamente) em edificações aonde houver permanência prolongada de
pessoas.
4
(1) – Geralmente não compatível. Quando for permitido, devem ser tomadas ações para
uma redução de ruído de pelo menos 25 dB.
(2) – Edificações residenciais requerem uma redução de ruído de 25 dB.
(3) – Edificações residenciais requerem uma redução de ruído de 30 dB.
(4) – Edificações residenciais não são compatíveis.
As curvas são calculadas por meio de programa computacional que gere curvas na
métrica DNL. O programa mais utilizado é o INM (Integrated Noise Model), ele foi
desenvolvido pela autoridade de aviação nacional dos Estados Unidos, Federal Aviation
Administration (FAA), criada em 1958.
No relatório do PEZR, deve-se incluir o número de pistas e suas dimensões existentes e
planejadas, coordenadas geográficas das cabeceiras destas pistas, a temperatura de referência
do aeródromo, previsão do número de movimentos por cabeceira, tipos de aeronaves que serão
utilizadas e seus pesos de decolagem conforme esquematizado na figura 2.
Figura 2: Operação do INM.
5
2. RUÍDO AERONÁUTICO
O som é originado por oscilações mecânicas em um meio, normalmente o ar, e pode ser
interpretado como sensações auditivas nos diversos aparelhos auditivos dos seres vivos. O
espectro de frequências e o nível de pressão sonora são as principais variáveis que diferenciam
os diferentes sons que ouvimos. O ruído é um som indesejável, que pode causar desconforto no
indivíduo.
Podemos associar a um ruído estacionário o seu espectro de frequência, que é a
distribuição da potência sonora em função da frequência.
O ruído aeronáutico tem como fontes principais o ar passando sobre a fuselagem, e o
motor. O primeiro representando 80% do total de ruído no pouso e o segundo 70% na
decolagem. Os componentes geradores de ruído do motor são a turbina, o ventilador, o
compressor e o núcleo de combustão, sendo que a maior contribuição provém da exaustão do
gás em alta velocidade. Eles apresentam emissão sonora em faixas de frequência diferentes.
Enquanto o compressor e a turbina emitem sons de alta frequência, o jato emite sons de baixa
frequência.
O ruído emitido na decolagem ou aterrissagem se altera no tempo e no espaço e com o
peso da aeronave, o ângulo de subida ou descida e a configuração da fuselagem. De acordo com
os testes de certificação e as suas características, como data de fabricação, as aeronaves são
classificadas em capítulos.
2.1. CLASSIFICAÇÃO DE AERONAVES
Em 1971, sob o título de Anexo 16 à Convenção relativa à Aviação Civil Internacional
– Environmental Protection, Volume I – Aircraft Noise, foi estabelecido o primeiro conjunto
de normas e práticas recomendadas sobre o ruído e a certificação de aeronaves. Desta forma,
antes que qualquer aeronave entre em operação, ela deve passar pelo processo de certificação.
As aeronaves podem ser classificadas de acordo com a sua tecnologia e com o nível de
ruído que produzem, segundo a OACI – Organização da Aviação Civil Internacional, se divide
em:
o NC (Não Certificadas) – aeronaves fabricadas nas décadas de 50 e 60 equipadas com
motores da 1ª geração. Essas não são certificadas de acordo com o Anexo 16. São
6
extremamente ruidosas, ou seja, apresentam uma emissão sonora superior a 105 dB(A).
No Brasil, a operação dessas aeronaves está proibida desde 1998, através da Portaria
Nº 628/GM5, de 25 de agosto de 1992. Exemplos: Boeing 707, Douglas DC-08,
Caravelle e Concorde.
o Capítulo 2 – aeronaves equipadas com a segunda geração de motores e fabricadas nas
décadas de 70 e 80. São menos ruidosas que as NC, mesmo assim elas deveriam ter
sido retiradas da frota mundial até abril de 2002 conforme previsto na Resolução A28-
3, adotada pela OACI. Exemplos: Boeing 727-100/200 e Douglas DC-09.
o Capítulo 3 – aeronaves equipadas com a terceira geração de motores e fabricadas a
partir da década de 90. São mais modernas e consideradas pouco ruidosas, apresentando
baixos valores de nível de ruído nos testes de certificação. Exemplos: Boeing 737-
300/700/800, DC10/30 e Airbus 319.
o Capítulo 4 – aeronaves fabricadas a partir de 2006 equipadas com motores de última
geração e são as menos ruidosas, apresentando um nível de ruído ainda mais baixo nos
testes de certificação.
O nível de ruído produzido por aeronaves de cada capítulo pode ser observado na figura 3.
Figura 3: Divisão de aeronaves em capítulos
7
2.2. PRINCIPAIS MÉTRICAS ASSOCIADAS AO RUÍDO
O objetivo das pesquisas sobre as melhores métricas a serem usadas em cada situação é
diminuir a subjetividade da análise da poluição sonora. A poluição sonora urbana já foi
considerada degradante da qualidade de vida populacional pela resolução do CONAMA nº
01/1990. É importante que estudos sejam feitos para amenizar os efeitos dessa poluição ou, se
possível, diminuí-la em sua fonte propriamente dita e para isso a base de dados coletados deve
estar livre de subjetividades da sua amostra populacional, por exemplo usando porcentagens de
pessoas altamente incomodadas para o estudo, a chamada %HA. As métricas mais utilizadas
para avaliar o ruído na legislação brasileira são Laeq, LaeqD e LaeqN, LAmax, DNL, SEL, que
são apresentadas a seguir.
A ponderação A usada em algumas normas é uma correção adotada em estudos de
incômodo sonoro que visa aproximar o nível de ruído medido ao nível efetivamente percebido
pelo ser humano, isso porque não possuímos a mesma sensibilidade de audição para todas as
frequências o espectro.
● Nível de pressão sonora equivalente (LAeq) em decibéis ponderados em [dB(A)]:
Nível obtido a partir do valor médio quadrático da pressão sonora (com a ponderação A)
referente a todo intervalo de medição, demonstrado através da equação 1.
𝐿𝐴𝑒𝑞 = 10 log10 [1
𝑇∫
𝑃𝐴2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
𝑡+𝑇
𝑡
] (1)
Na qual:
T é o período de tempo, tempo de medição, em segundos;
𝑃𝐴(𝑡) é o nível de pressão sonora, ponderado em A, expressa em Pascal;
𝑃0 é o nível de pressão sonora de referência (2 x 10-5 Pascal).
● LaeqD
O nível de pressão sonora diurno (LaeqD) é um caso especial do Laeq por considerar
somente a energia sonora compreendida num intervalo de tempo considerado diurno de 15h,
entre às 7h00 e às 22h00, observado na equação 2.
8
𝐿𝐴𝑒𝑞𝐷 = 10 log10 [1
3600 𝑥 15∫
𝑃𝐴2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
22ℎ
7ℎ
] (2)
● LaeqN
O nível de pressão sonora noturno (LaeqN) é um caso especial do Laeq por considerar
somente a energia sonora compreendida num intervalo de tempo considerado noturno de 9h,
entre às 22h00 e às 7h00, demonstrado na equação 3.
𝐿𝐴𝑒𝑞𝑁 = 10 log10 [1
3600 𝑥 9∫
𝑃𝐴2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
7
22
] (3)
● Day- Night Level (DNL)
O DNL é definido como uma média não linear diária, ponderada em A e expressa em
decibéis dB(A), muito utilizada para estudos relacionados à exposição de ruídos aeronáuticos
que uma comunidade está exposta.
Seu diferencial é penalizar o ruído noturno, entre 22h00 e 7h00, acrescentando em 10 dB(A)
seu nível de pressão sonora devido à maior sensibilidade ao incômodo causado pelo ruído
noturno, por se tratar de um período de descanso e com menos ruído de outras fontes que
poderiam amenizar seus efeitos.
A expressão que define a métrica DNL pode ser vista na equação 4.
𝐷𝑁𝐿 = 10 log10 {1
3600 𝑥 24[∫
𝑃𝐴2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
22ℎ
7ℎ
+ 10 ∫𝑃𝐴
2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
7ℎ
22ℎ
]} (4)
● Nível de exposição sonora (SEL)
SEL (Sound Exposure Level) nível associado a energia sonora ponderada em A e
recebida por um receptor durante o período T.
Sua expressão é definida na equação 5.
𝑆𝐸𝐿 = 10 log10 [1
𝑇0∫
𝑃𝐴2(𝑡)
𝑃02 𝑑𝑡
𝑡+𝑇
𝑡
] (5)
Onde T0 é um segundo.
9
2.3. NORMAS E LEGISLAÇÕES MAIS UTILIZADAS
As normas utilizadas neste trabalho servem para avaliar a aceitabilidade sonora entre a
população.
2.3.1. NBR 10.151
Nomeada como “Avaliação do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da
comunidade”, ela classifica seis áreas entre urbanas e rurais em seus níveis de ruído aceitáveis
para uma convivência confortável, como pode ser observado na tabela 2..
Sua tabela de classificação é nomeada de Níveis de critério de Avaliação de Ruído e se
baseia em ambientes externos, para permitir equivalência em ambientes internos. Nesta norma,
encontramos uma informação sobre isolamento de fachadas de 10 dB para ambientes com
janelas abertas e 15 dB com janelas fechadas.
Esta norma define para cada tipo de área um critério de avaliação para ambiente externo
nos períodos diurnos e noturnos.
Tabela 2: Tabela da norma NBR – 10.151
Fonte: Norma NBR-10.151
Tipos de áreas Diurno Noturno
Área de sítios e fazendas 40 35
Área estritamente residencial urbana ou de hospitais e escolas 50 45
Área mista, predominantemente residencial 55 50
Área mista, com vocação comercial e administrativa 60 55
Área mista, com vocação recreacional 65 55
Área predominantemente industrial 70 60
2.3.2. NBR 10.152
De forma análoga a Norma anterior, esta oferece uma tabela de valores de níveis de
ruído internos que oferecem o conforto acústico, com a diferença desta apresentar uma faixa de
valores compatíveis com o conforto em diferentes ambientes fechados. A Norma NBR 10.152
se intitula “Níveis de ruído para conforto acústico” e seu mapeamento de atividades pode ser
observado na tabela 3 .
10
Tabela 3: Tabela da Norma NBR – 10.152 modificada
Fonte: Norma NBR 10.152 (níveis internos)
Locais dB(A) conforto-
aceitabilidade
Hospitais
Apartamentos, Enfermarias, Berçários, Centros
cirúrgicos 35 – 45
Laboratórios, Áreas para uso do público 40 – 50
Serviços 45 – 55
Escolas
Bibliotecas, Salas de música, Salas de desenho 35 – 45
Salas de aula, Laboratórios 40 – 50
Circulação 45 – 55
Hotéis
Apartamentos 35 – 45
Restaurantes, Salas de estar 40 – 50
Portaria, Recepção, Circulação 45 – 55
Residências
Dormitórios 35 – 45
Salas de estar 40 – 50
Auditórios
Salas de concertos, Teatros 30 – 40
Salas de conferência, Cinemas, Salas de uso múltiplo 35 – 45
Restaurantes 40 – 50
Escritórios
Salas de reunião 30 – 40
Salas de gerência, Salas de projetos e de administração 35 – 45
Salas de computadores 45 – 65
Salas de mecanografia 50 – 60
Igrejas e Templos (Cultos meditativos) 40 – 50
Locais para esporte
Pavilhões fechados para espetáculos e atividades
esportivas 45 – 60
2.3.3. PLANO DE ZONEAMENTO AEROPORTUÁRIO
O Plano de zoneamento de ruído (PZR) é definido pela RBAC 161 para mapear as zonas
afetadas pelas ondas sonoras. Essa norma, diferente das anteriores é específica para ruído
aeroportuário. Há dois tipos de plano de zoneamento de ruído, o PZR básico para aeródromos
cuja movimentação dos últimos três anos seja inferior a 7000 pousos e decolagens e o PEZR
(plano específico de zoneamento de ruído), um plano mais elaborado que requer simulações
11
das curvas de ruído geradas por aeródromos com movimentação superior a 7000 nos últimos
três anos.
O software INM auxilia o mapeamento dessas curvas de ruído. Ele apresenta uma vasta
biblioteca de dados sobre aeronaves, permitindo simular o ruído do tráfego aéreo real do local
ou estudar uma possível mudança de rotas de pousos e decolagens ou mesmo de modelos de
aeronaves. O INM e o PZR somente consideram o ruído proveniente do tráfego aéreo, não
levando em conta o ruído ambiente.
O INM considera uma composição das pistas e rotas que o aeroporto possui e o PZR
disponibiliza tabelas com indicações de tipos de construções com atividades associadas,
adequadas dentro das áreas entre cada curva. Essas curvas são baseadas na métrica DNL e são
traçadas pela interpolação de pontos que apresentam o mesmo nível de ruído determinado em
decibéis.
2.3.3.1. PBZR
O plano básico de zoneamento de ruído deve conter curvas de ruído de 75 dB e 65 dB cujas
formas e dimensões são apresentadas na RBAC 161, conforme apresentado na figura 4.
As curvas são obtidas pelo enquadramento de cada pista do aeródromo com base em quatro
categorias dadas na tabela 4 e a movimentação do aeródromo no último ano.
O PBZR deve conter a planta do aeródromo com suas coordenadas geográficas das
pistas, seu limite geográfico, as curvas de ruído, a escala gráfica e a legenda.
Figura 4: Modelo de curvas de ruído do PBZR
Fonte: RBAC 161
Legenda:
L1: distância horizontal, medida sobre o prolongamento do eixo da pista, entre a cabeceira e o
centro do semicírculo de raio R1.
12
L2: distância horizontal, medida sobre o prolongamento do eixo da pista, entre a cabeceira e o
centro do semicírculo de raio R2.
R1: raio do semicírculo da curva de ruído de 75 com centro sobre o prolongamento do eixo da
pista.
R2: raio do semicírculo da curva de ruído de 65 com centro sobre o prolongamento do eixo da
pista.
Tabela 4: Parâmetros das curvas de ruído do PBZR
Fonte: Tabela C-1 da RBAC 161
Observação: Para efeito de elaboração e aplicação do PBZR para helipontos, os raios
das Curvas de Ruído de 75 e 65 são, respectivamente, 100 e 300m, traçados a partir do centro
geométrico do heliponto, conforme apresentados na Figura 5 (C-2 da RBAC-161).
Figura 5: Modelo de curvas de ruído do PBZR para helipontos
Fonte: Figura C-2 da RBAC 161
13
2.3.3.2. PEZR
No plano específico de ruído, as curvas de ruído são elaboradas por programas específicos
como o INM e para realizar a simulação deve ser informado ao programa pelo menos:
• Número e dimensões das pistas existentes e planejadas;
• Coordenadas geográficas das cabeceiras existentes e planejadas;
• Elevação e temperatura de referência do aeródromo;
• Coordenadas geográficas dos locais utilizados para teste de motor com a orientação
das aeronaves.
Também é necessário informar quais são as aeronaves que compõem a movimentação do
aeródromo, com seus respectivos pesos de decolagem e principais horários de movimentação.
Quando o programa utilizado não tiver catalogado no seu banco de dados algum modelo de
aeronave é preciso fazer sua substituição, no programa, por outra, baseada no seu modelo, tipo,
e dimensões de fuselagem, quantidade de motores e seus empuxos nominais de decolagem, seu
peso máximo de decolagem e sua capacidade nominal de passageiros ou carga.
Finalmente, após a análise das curvas de ruído as áreas devem ser planejadas conforme
a tabela E-1 para o PBZR e a tabela E-2 para o PEZR, ambas dadas na RBAC 161 e encontradas
no anexo 1, que orientam o tipo de construção adequado para cada nível de ruído do local.
2.4. ESPECTRO DE RUÍDO AEROPORTUÁRIO
No RBAC 161 são especificados isolamentos de fachadas em dB(A) para alguns locais
próximos a um aeroporto. Esses isolamentos dependem do espectro de ruído considerado. Esta
informação não se encontra no RBAC 161 e as informações foram obtidas de referências
estrangeiras. É necessário conhecer o espectro de ruído aeronáutico para que o cálculo da
atenuação da fachada seja adequado. Porém, não há padronização para espectro de ruído de
aeronaves, que é diferente para pouso, decolagem e o voo propriamente dito.
De acordo com a proposta da DGAC (Direction Générale de l’ Aviation Civile da
França) usa-se o modelo baseado no ruído de aviação medido do solo. O objetivo é verificar se
o isolamento sonoro de uma fachada padrão é compatível com o RBAC161 e neste caso a
ponderação A deve ser adotada. Na figura 6 encontra-se a comparação entre dois espectros de
ruído aeroportuário da DGAC, um medido do solo e outro medido a 300m do solo.
14
Figura 6: comparação entre espectros de ruído da DGAC
Fonte: DGAC [8]
Para o presente trabalho, as faixas de terços de oitavas ou de oitavas a serem
consideradas nos cálculos do isolamento de fachada para ruído aeroportuário podem ser
observadas nas tabelas 5 e 6.
• Faixas de terço de oitava:
Tabela 5: Faixas de terço de oitava de ruído aeroportuário utilizadas no projeto
f (Hz) Nível
(dB) f (Hz)
Nível
(dB)
100 66 800 61
125 66 1000 60
160 66 1250 59
200 65 1600 59
250 65 2000 58
315 63 2500 56
400 62 3150 54
500 61 4000 52
630 61 5000 50
Realizando a conversão deste espectro para um de frequências de oitavas, temos a tabela
6. Lembrando que não se pode somar diretamente níveis de pressão sonora, é necessário somar
logaritmicamente conforme a equação 6.
15
10× log10(10𝐿1/10 + 10𝐿2/10 + 10𝐿3/10) (6)
Onde L1,2,3 são os níveis sonoros a serem somados.
• Faixas de oitava:
Tabela 6: Faixas de oitava de ruído aeroportuário utilizadas no projeto
f (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000
Nível (dB) 71 70 66 65 63 57
16
3. ACÚSTICA DE EDIFICAÇÕES
Nesse capítulo iremos tratar da propagação do som em uma unidade domiciliar
multifamiliar e as necessidades de isolamento em sua estrutura para garantir conforto acústico.
Uma edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das
vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação
habitacional, e isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas.
É importante propiciar condições mínimas de desempenho acústico da edificação, com
relação a fontes normalizadas de ruídos externos aéreos. Entre ambientes adjacentes, podemos
basear o conforto acústico na capacidade de isolamento das estruturas adjacentes como pode
ser observado na tabela 7.
Tabela 7: Isolamento sonoro indicado para diversas atividades
Fonte: ABNT NBR 15575-4
3.1. TRANSMISSÃO DE RUÍDO AÉREO
Em uma unidade multifamiliar, a transmissão de ruído aéreo acontece, para as unidades
superiores, pelo teto e pela fachada, por isso a importância de se adequar e projetar fachadas de
forma a ampliar o conforto em habitações que sofram com o problema do ruído de trafego
aéreo.
A transmissão entre duas unidades habitacionais, ou seja, a transmissão entre unidades
superiores para os níveis inferiores ocorre através do próprio piso (1 via de transmissão direta)
e através das paredes (12 vias de transmissão indireta), como ilustrado na figura 7.
17
Figura 7: Forma de propagação sonora entre unidades multifamiliares
Fonte: Proacústica [11]
Essas transmissões dependem de fatores construtivos como a geometria do recinto e a
união entre os elementos. Outros elementos que influenciam no cálculo do desempenho de
isolamento são:
• Espectro da fonte sonora;
• Potência sonora da fonte por faixas de frequências;
• O ângulo de incidência das ondas sonoras nas superfícies;
• As características da parede divisória;
• As maneiras como os vários elementos da estrutura estão unidos;
• A quantidade de amortecimento presente;
• Outros meios de transmissão como dutos de ar-condicionado;
• Quantidade de aberturas presentes;
A figura 8 apresenta algumas falhas em estruturas de habitações que fazem o
desempenho de isolamento real ser inferior ao ensaio em circunstâncias perfeitas.
18
Figura 8: Exemplo de elementos que diferenciam o desempenho de isolamento real do
ensaiado.
É importante ressaltar que cada elemento isolante tem sua vida útil e tempo ideal para
manutenções, que devem ser respeitados para que o isolamento atinja o melhor desempenho. A
curva de decaimento do desempenho de isolamento influenciados pela vida útil do material e
as manutenções aplicadas nele pode ser vista na figura 9.
Figura 9: Vida útil de materiais isolantes.
Fonte: ABNT NBR 15575-1 [12]
3.2 TRATAMENTO ACÚSTICO
O tratamento acústico pode ser feito impedindo a entrada de ruído no local com materiais
acústicos isolantes e/ou diminuindo a reflexão das ondas sonoras (reverberação) no local de
recepção, utilizando materiais acústicos absorventes. Uma composição de diversos tipos de
19
materiais pode funcionar como um conjunto de obstáculos à propagação do som, o que melhora
o tratamento acústico. Normalmente, um material com boas características absorventes possui
pouca ou nenhuma qualidade isolante e vice versa conforme pode-se observar na tabela 8.
Tabela 8: Propriedades acústicas de materiais
Fonte: Estudo acústico de fachadas em edificações na circunvizinhança do aeroporto de
Congonhas [8]
Material Absorvente Acústico Isolante Acústico
Ótimo Bom Reg. Ruim Não é Ótimo Bom Reg. Ruim Não é
Espuma (células
abertas) X X
Vácuo X X
Lã de vidro X X
Isopor X x
Cerâmica porosa X X
Madeira X X
Madeira compensada X X
Vidro X X
Concreto X X
Gesso X X
Tijolo maciço X X
Ferro X X
Alumínio X X
Telha cerâmica X X
Cortiça X X
Couro X X
Papel X X
Caixa de ovo X X
20
O projeto de tratamento acústico depende do tipo de ruído que precisa ser eliminado, assim
é necessário identificar sua origem, frequência e amplitude, conhecendo as formas de
propagação de ondas sonoras em ambientes.
Também é necessário conhecer os materiais usados e suas características como massa,
rigidez, amortecimento e disposição geométrica, como exemplo podemos ter uma divisória
simples com ambas as superfícies expostas e rigidamente conectadas e com um único material
como uma parede de alvenaria.
A característica mais importante de materiais absorventes sonoros porosos é sua porosidade
aberta.
O coeficiente de absorção sonora de um material (𝛼) é uma medida de sua capacidade de
não refletir a energia sonora (Eq. 7). Ele varia com a frequência, por isso a especificação desses
materiais é função com as frequências de oitava.
𝛼 =𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑠𝑜𝑛𝑜𝑟𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎
𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑠𝑜𝑛𝑜𝑟𝑎 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 (7)
Quando um conjunto de elementos estão atuando em um mesmo recinto, deve-se utilizar o
coeficiente de absorção ponderado com sua área ocupada para calcular o coeficiente de
absorção médio do local. Na tabela 9 encontra-se os principais materiais absorventes.
21
Tabela 9: Lista de materiais e seus coeficientes de absorção
Fonte: Estudo acústico de fachadas em edificações na circunvizinhança do aeroporto de
Congonhas [8]
3.2.1 TRATAMENTO ACÚSTICO EM UMA DIVISÓRIA SIMPLES
Neste capítulo será descrito o sistema de transmissão e isolamento de ruído através de
uma parede comum, com divisórias simples.
A transmissibilidade do ruído por uma parede infinita é definida como a relação
entre a potência sonora transmitida (Wt) e potência sonora incidente (Wi) e pode ser
observada na equação 8. Quanto mais alto o maior é a energia sonora transmitida.
(8)
O isolamento acústico de uma superfície divisória é medido através do índice de redução
sonora (SRI), demonstrado na equação 9 e expressa a energia sonora que deixa de ser
transmitida pela divisória. Quanto mais alto o SRI menor é a energia sonora transmitida.
i
t
W
W
22
1loglog)( 1010
t
i
W
WdBSRI (9)
Considerando um modelo básico de fachada contendo uma janela conforme figura 10,
composta de várias superfícies de materiais diferentes. O objetivo é determinar a transmissão
do ruído do ambiente externo ao interno como acontece com o ruído aeroportuário através das
fachadas. Nessa situação, em que a fonte do ruído aeroportuário encontra-se muito distante em
relação às dimensões do recinto, considera-se que ele pode ser modelado por uma onda sonora
plana incidindo sobre a fachada.
Figura 10: Esquema de fachada e cômodo comuns
O nível de potência sonora (𝐿𝑤), utilizado nos cálculos de atenuação, é uma grandeza
relativa em decibel e pode ser relacionado à intensidade sonora através da equação 10.
𝐿𝑤 = 10 log (𝐼 × 𝑆
𝑊0) (10)
Onde: W0 = 10-12 W (1 picowatt)
I: Intensidade sonora
S: área da superfície da fachada
Os ângulos de incidência das ondas sonoras na fachada interferem na proporção
transmitida, incidente e absorvida conforme a lei de reflexão das ondas. Dessa forma a
intensidade total pode ser relacionada à Intensidade incidente conforme equação 11.
23
𝐼𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐼𝐼𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 × 𝜏 (11)
Considerando um ângulo de incidência determinado (usaremos 45º neste trabalho),
temos que a potência total transmitida é dada pela equação 12:
𝑊𝑡 = 𝐼𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 × 𝑆 × cos 𝜃 (12)
Na qual S é a superfície da fachada do cômodo onde incide o ruído aeroportuário.
Consequentemente, o nível de potência sonora que entra no cômodo será dado pela equação
13.
𝐿𝑤 = 10 log (𝐼𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 × cos 𝜃 × ∑ (𝑆𝑖×𝜏𝑖)𝑛
𝑖=1
𝑊0) (13)
Multiplicando e dividindo a equação 13 por I0 e sabendo que o nível de ruído incidente é o
nível de ruído externo (𝐿𝑝 𝑒𝑥𝑡), pode-se obter o nível de potência sonora interno na equação
14.
𝐿𝑤 = 𝐿𝑝 𝑒𝑥𝑡 + 10 log (cos 𝜃 × ∑ (𝑆𝑖
1𝑚2×𝜏𝑖)𝑛
𝑖=1 ) (14)
E para um campo reverberante no cômodo, o nível de pressão sonora interna (𝐿𝑝 𝑖𝑛𝑡) pode
ser dado em função das ondas incidentes, conforme equação 15.
𝐿𝑝 𝑖𝑛𝑡 = 𝐿𝑝 𝑒𝑥𝑡 + 10 log (cos 𝜃 × ∑ (𝑆𝑖
1𝑚2×𝜏𝑖)𝑛
𝑖=1 ) + 10 log (4
𝑅) (15)
R é a constante da sala de recepção.
3.2.1.1. TÉCNICAS DE ISOLAMENTO ACÚSTICO
Para tratar acusticamente um ambiente é possível trabalhar cada parte individualmente.
Dependendo do tipo de ruído é possível realizar tratamentos acústicos em janelas, portas,
paredes, teto e chão.
Cada componente da fachada é responsável pelo índice de isolamento sonoro total dela e
sua influência está relacionada à área que ocupa da fachada. Um componente com maior área
24
ocupada pode ser mais difícil de tratar do que um conjunto com área menor e a decisão de qual
alterar varia de acordo com o projeto.
Os tratamentos acústicos podem ser realizados por meio de um revestimento em um
material já existente ou por substituição do material antigo por um material mais isolante.
Dentre os tratamentos isolantes mais comuns para os elementos estruturais, podemos
destacar o aumento de massa e a introdução de uma camada de outro elemento. O primeiro
baseia-se na lei da massa, onde mais massa é capaz de absorver mais vibrações e o segundo
utiliza da mudança de meio de propagação para atenuar a recepção do ruído.
Outra técnica consiste em utilizar vidros duplos com espessuras diferentes em janelas
devido à diferença de propagação.
25
4. IMPLEMENTAÇÃO DOS CONCEITOS
Este trabalho visa criar um modelo a partir de planilhas eletrônicas para auxiliar a escolha
da melhor fachada para atenuação de ruído em áreas sujeita ao intenso tráfego aéreo.
As planilhas necessárias para a construção do método e escolha de fachada são:
▪ Espectro de ruído por faixas de oitava
▪ Coeficiente de absorção e isolamento
▪ Tipos de materiais para as fachadas e cômodos
▪ Cálculo de atenuação
4.1. ESTRUTURA BÁSICA DAS PLANILHAS
O conjunto de planilhas tem por objetivo auxiliar a escolha dos elementos de fachada e
do recinto que permitem a redução de ruído por isolamento e absorção, respectivamente,
necessária para adequar o ambiente as normas.
As planilhas oferecem:
1. Tipo de ruído: contém quatro tipos de espectros de ruído (de estrada, rosa e dois
modelos aeroportuários: um medido do solo em dB(A) e outro em dB, o último
utilizado para este trabalho)
2. Tipo de materiais isolantes: contém uma tabela com alguns materiais tabelados
que normalmente são utilizados em fachadas
3. Tipo de materiais absorventes: contém uma tabela com alguns materiais que
podem ser utilizados dentro do recinto estudado
4. Cálculo do coeficiente total de absorção: utilizado para selecionar os materiais do
recinto desejado e obter o valor médio do coeficiente de absorção do cômodo de
recepção.
5. Cálculo do SRI composto da fachada: utilizado para selecionar os materiais da
fachada desejada e obter o SRI composto da fachada.
6. Redução do ruído na fachada e recinto: planilha final para obter o ruído interno
resultante a partir das escolhas anteriores de isolamento, absorção e modelo de
ruído externo.
26
4.2. ESPECTRO DE RUÍDO POR FAIXA DE FREQUÊNCA
Estão catalogados os espectros de quatro tipos diferentes de ruído: aeroportuário DGAC
e o do curso de ruído aeroportuário do Prof. Jules [7], utilizado neste trabalho, de estrada e rosa.
Todos os tipos estão detalhados nas faixas de terços de oitavas ou oitavas.
Porém, o intuito deste trabalho é desenvolver um método de escolha de fachadas para
regiões próximas a aeroportos e por isso usaremos o espectro de ruído aeroportuário em decibéis
não ponderados.
A tabela “Tipo de ruído” não contém dados a serem inseridos ou cálculos a serem
realizados e está representada na tabela 10. Ela serve como análise e conhecimento do ruído
que iremos tratar.
Tabela 10: O modelo da planilha de espectro de ruídos
Freq. de terço de oitavas: Freq (Hz) 100 125 160 200 250 315 400 500 630 800 1000 1250 1600 2000 2500 3150 4000
Ruído de estrada dB(A) 47,4 50,4 52,8 54,9 56,9 57,6 58 58,3 59,3 60 60,5 60,4 60,2 59,7 57,8 55,7 -
Ruído aeroportuário-
DGAC (medido no solo) 48,3 50,9 53,8 55,8 57,7 60,2 60,9 61,6 61,6 61 59,7 57,9 55,2 51,6 47,1 42,2 -
Ruído aeroportuário (dB) 66 66 66 65 65 63 62 61 61 61 60 59 59 58 56 54 52
Ruído rosa dB(A) 40,8 43,8 46,5 49 51,3 53,3 55,1 56,7 58 59,1 59,9 60,5 60,9 61,1 61,2 61,1 -
Frequências de oitavas: Freq (Hz) 125 250 500 1000 2000 4000
Ruído de estrada dB(A) 55,5 61,4 63,3 65,1 64,2 -
Ruído aeroportuário dB(A) -
DGAC 56,3 63,0 66,2 64,5 57,2 -
Ruído aeroportuário (dB) 71 70 66 65 63 57
Ruído rosa dB(A) 49.1 56,3 61,5 64,6 65,8 -
4.3. TIPOS DE MATERIAIS ISOLANTES
Essa tabela é a base de dados do projeto de fachada e seu modelo está representado na
tabela 11. Ela contém diversos tipos de materiais isolantes que podem ser usados em uma
fachada de uma residência multifamiliar e seus coeficientes de redução sonora (SRI) para cada
faixa de oitava.
Estão inclusos os mais comuns materiais isolantes que podem constituir uma fachada,
dentre eles tijolos sem pintura, concreto, portas e diversos modelos de janela e pode-se incluir
mais itens à medida que seja necessário.
27
É possível visualizar os materiais mais adequados para reduzir ruído em determinada
faixa de frequência e projetar sua fachada para uma situação específica.
Tabela 11: Base de dados dos materiais isolantes
Fonte: Acouphile [10]
4.4. TIPOS DE MATERIAIS ABSORVENTES
Essa tabela apresenta diversos tipos de materiais absorventes que podem ser usados em
um cômodo para revestir as paredes internas e seus coeficientes de absorção para cada faixa de
oitava.
A tabela funciona como a base de dados do projeto e pode ser observada na tabela 12,
reunindo informações de diversos tipos de materiais que podem contribuir para a absorção de
ruído do interior de um cômodo.
Estão inclusos os mais comuns materiais absorventes que podem constituir um cômodo,
dentre eles tijolos sem pintura, gesso, piso de cerâmica e vidro comum de janela, cortinas,
móveis e pode-se incluir mais itens à medida que seja necessário.
É possível visualizar os materiais mais adequados para absorver ruído em determinada
faixa de frequência e projetar sua fachada para uma situação específica.
R (dB) 125 250 500 1k 2k 4k
Blocos de concreto oco 10 37 34 37 44 50 54
Blocos de concreto oco 12 38 35 41 46 51 55
Blocos de concreto oco 15 38 38 44 50 56 57
Blocos de concreto oco 17 39 41 50 54 57 56
Blocos de concreto oco 20 42 46 53 57 59 56
Pedras de parede 50 61 62 69 75 82 87
Concreto 14 37 44 52 58 66 72
base de dados de materiaismaterial
28
Tabela 12: Base de dados de materiais absorventes
Fonte: Acouphile [10]
125 250 500 1k 2k 4k
Mármore ou concreto betonilha alisada 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01 0,01
Telhas 0,05 0,08 0,02 0,03 0,04 0,04
Tábuas de madeira 0,03 0,04 0,08 0,12 0,12 0,17
Tapete de espessura média com sobrecapa 0,14 0,32 0,45 0,45 0,40 0,35
Pavimentos em madeira 0,04 0,04 0,05 0,06 0,06 0,06
Pavimento de madeira em lambourdes 0,15 0,11 0,10 0,07 0,06 0,06
Piso de PVC 0,03 0,03 0,03 0,04 0,04 0,04
Pavimento de PVC em isorel 0,04 0,06 0,08 0,12 0,04 0,04
Tapete de borracha 6.5 mm 0,04 0,04 0,08 0,12 0,10 0,10
Espessura do tapete em bocal 4 mm 0,01 0,03 0,05 0,11 0,32 0,66
Tapete grosso> 10 mms 0,10 0,15 0,20 0,35 0,40 0,55
Madeira envernizada 0,05 0,04 0,03 0,03 0,03 0,03
gesso 0,04 0,03 0,03 0,04 0,05 0,08
Vidro 3/4 mm 0,03 0,03 0,03 0,02 0,02 0,02
Tijolos cruéis 0,02 0,02 0,03 0,04 0,05 0,07
Lime em madeira de rede 0,03 0,03 0,03 0,04 0,05 0,05
Tijolos pintados ou envernizados 0,01 0,01 0,02 0,02 0,02 0,02
Cortina de veludo grosso e pregueado 0,14 0,35 0,55 0,72 0,70 0,65
Cortiça aglomerada 0,15 0,26 0,22 0,22 0,20 0,20
Rugosidade média 0,01 0,03 0,04 0,04 0,08 0,17
Interior grosso 0,05 0,07 0,10 0,15 0,22 0,25
Fibras de madeira comprimidas ep 20 mm 0,15 0,44 0,45 0,44 0,53 0,59
Tecido de algodão esticado 0,04 0,50 0,11 0,18 0,30 0,44
Tecido de algodão com pregas apertadas 0,10 0,38 0,50 0,85 0,82 0,67
Tecido grosso a 10 cm da parede 0,09 0,36 0,45 0,52 0,50 0,44
Contraplacado 5 mm a 25 mm da parede 0,07 0,12 0,28 0,11 0,08 0,08
Contraplacado 5 mm a 50 mm da parede 0,47 0,34 0,30 0,11 0,08 0,08
Lã de vidro de 50 mm que cobre o véu de vidro contra a parede 0,18 0,52 0,90 0,95 0,95 0,95
Lã de vidro 50 mm véu de vidro revestido 150 mm 0,40 0,90 0,98 0,98 0,98 0,98
Vinil perfurado 50 mm de espessura de lã de vidro 0,16 0,36 0,76 0,90 0,80 0,77
Vinil perfurado de lã de vidro de 10 mm de espessura 0,04 0,08 0,25 0,56 0,73 0,65
Lã de rocha de alta densidade 50 mm 0,27 0,62 0,88 0,93 0,81 0,76
Lã de vidro 25mm de densidade média 0,15 0,38 0,60 0,64 0,62 0,62
Revestimento poroso de lã de vidro 50mm 0,39 0,45 0,56 0,59 0,61 0,55
Barra de lã ep 40 mm superfície Kraft 0,74 0,54 0,36 0,32 0,30 0,17
12 mm de espessura Soft Isorel 0,06 0,11 0,33 0,40 0,40 0,43
Diafragma rígido de Isorel a 50 mm da parede 0,32 0,15 0,09 0,09 0,09 0,09
Lã de vidro com pegamoïd perfurado 0,12 0,27 0,48 0,70 0,70 0,60
Azulejos acústicos Illsonic Sonex ep 50 mm 0,19 0,32 0,71 1,02 1,02 1,06
Azulejos acústicos IllsonicSonex 70/125 0,24 0,56 0,96 1,13 1,04 1,19
Azulejos acústicos Illsonic Sonex ep 20/35 mm 0,03 0,05 0,07 0,37 0,62 0,90
Azulejos acústicos Illsonic Pyramid ep 70/100 mm 0,14 0,31 0,69 0,97 1,03 1,10
Heraclith 25 mm a 8 cm da parede 0,44 0,61 0,61 0,64 0,63 0,77
Isover 25mm 0,43 0,51 0,57 0,62 0,65 0,67
Painéis de linho em diafragma a 50 mm da parede 0,75 0,80 0,50 0,40 0,38 0,33
Lã de cânhamo 25kg / m2 0,25 0,28 0,51 0,88 0,93 0,99
Lã de cânhamo de 53kg / m3 0,27 0,39 0,78 0,96 0,97 0,99
Telhas de teto Tonga eurocoustics 0,42 0,87 0,95 0,90 1,00 1,00
1 tipo de assento skaï / m2 coef alfa 0,44 0,54 0,60 0,62 0,58 0,50
Assento estofado / m2 coef alfa 0,49 0,66 0,80 0,88 0,82 0,70
Assento de madeira ou plástico / m2 coef alfa 0,18 0,24 0,24 0,30 0,30 0,36
1 pessoa sentada na poltrona / m2 coef alfa 0,60 0,70 0,90 0,96 0,93 0,85
1 pessoa em pé / m2 coef alfa 0,30 0,50 0,70 0,90 1,10 1,10
Pessoa sentada surperfície de absorção em m2 0,25 0,40 0,56 0,78 0,38 0,89
Pessoa permanente surperfície de absorção em m2 0,25 0,40 0,61 0,97 1,14 1,14
cadeira surperfície de absorção em m2 0,10 0,12 0,17 0,20 0,35 0,50
Poltrona com capa de veludo surperfície de absorção em m2 0,14 0,23 0,35 0,39 0,37 0,38
Revestimento plástico para poltronassurperfície de absorção em m2 0,09 0,13 0,15 0,15 0,11 0,07
Sofá de 2 lugares surperfície de absorção em m2 1,40 1,80 2,40 2,80 3,20 3,60
Sofá de 3 lugares surperfície de absorção em m2 2,40 3,00 4,00 4,50 5,50 7,00
Prateleira com livros de 1 m2 surperfície de absorção em m2 0,25 0,25 0,35 0,40 0,60 0,90
Buffet ou cômoda 1 m2 surperfície de absorção em m2 0,60 0,40 0,18 0,18 0,18 0,18
Ecrã de video 2 m2 surperfície de absorção em m2 0,10 0,30 0,35 0,35 0,20 0,20
Mesa principal 1 m2 .... surperfície de absorção em m2 0,80 0,70 0,60 0,50 0,30 0,30
Tabela 1 m2 surperfície de absorção em m2 0,22 0,28 0,25 0,20 0,20 0,28
Armadilhas de canto 1m X 2,50m surperfície de absorção em m2 1,73 2,83 2,70 2,60 2,60 2,50
Pa
red
es
e t
eto
s v
ert
ica
isM
óv
eis
e o
utr
as
su
pe
rfíc
ies
base de dados
Materialcoef alfa
uso
so
los
29
4.5. SRI COMPOSTO
Após idealizar um modelo de fachada, o primeiro passo é calcular o SRI composto da
fachada para quantificar a redução de ruído aeroportuário possível a partir dos elementos
escolhidos.
A planilha é dividida em duas partes: lista de materiais a serem usados e o cálculo do
Índice de redução sonora da fachada total.
• Primeira parte (lista de materiais):
O usuário deve selecionar, por meio de uma lista suspensa, os materiais isolantes
inclusos em seu projeto de fachada. Todos os elementos devem ser incluídos, desde o
material da janela até a porta, se houver.
Os materiais contidos na lista suspensa são os mesmos demonstrados na planilha
anterior (tipo de materiais isolantes).
• Segunda parte (cálculo do coeficiente):
Esta parte está relacionada com o cálculo da redução sonora a partir de cada
elemento isolante da fachada, onde incide o ruído aeroportuário.
Após a inserção das áreas internas de cada elemento da fachada, os cálculos são
concluídos automaticamente e pode-se utilizar a próxima planilha para o cálculo do
coeficiente de absorção do ruído.
30
Figura 11: Planilha para cálculo do SRI composto
As fórmulas utilizadas são:
• Cálculo da transmissibilidade do ruído, incorporando a participação de isolamento de cada
elemento da fachada:
𝜏𝑡𝑜𝑡(𝑓) =∑(𝑆𝑖 × 10−𝑆𝑅𝐼(𝑓) 10⁄ )
∑ 𝑆𝑖=
∑(𝑆𝑖 × 𝜏𝑖)
∑ 𝑆𝑖 (16)
Onde:
· Si: Área ocupada pelo elemento i
· τi(f): Coeficiente de transmissibilidade sonora do elemento i-ésimo da fachada
· SRI: Índice de redução sonora de cada elemento
Observação: o cálculo é feito para cada faixa de oitava.
• Cálculo do SRI composto da fachada por faixa de frequência é dado por:
𝑆𝑅𝐼 = 10𝑥 log101𝑡𝑜𝑡(𝑓)⁄ (17)
31
4.6. COEFICIENTE DE ABSORÇÃO MÉDIO
Esta planilha funciona da mesma forma que a do cálculo de SRI composto. É dividida
em duas partes: lista de materiais a serem usados e o cálculo do coeficiente de absorção
médio do cômodo.
• Primeira parte (lista de materiais):
O usuário deve selecionar, por meio de uma lista suspensa, os materiais
absorventes existentes no interior do cômodo a ser estudado. Todos os elementos devem
ser incluídos, desde o material da janela, porta, piso e teto de gesso, se houver.
Os materiais contidos na lista suspensa são os mesmos demonstrados na planilha
anterior (tipo de materiais absorventes).
• Segunda parte (cálculo do coeficiente):
Uma vez selecionado os materiais a serem usados na primeira parte, eles serão
considerados nos cálculos do coeficiente de absorção médio do cômodo de recepção.
Porém é necessário, nessa parte, inserir a área ocupada por cada elemento no cômodo.
Após a inserção das áreas internas de cada elemento da fachada, os cálculos são
concluídos automaticamente e pode-se utilizar a próxima planilha para a consolidação
dos resultados de redução de ruído pela escolha de fachada e cômodo escolhidos.
32
Figura 12: Planilha para cálculo do coeficiente de absorção
As fórmulas utilizadas são:
• Cálculo do coeficiente de absorção composto, incorporando a participação de cada
elemento absorvente do cômodo:
𝛼𝑡𝑜𝑡(𝑓) = ∑(𝑆𝑖 × 𝛼𝑖)
∑ 𝑆𝑖 (18)
Onde:
· Si: Área ocupada pelo elemento i-ésimo
· αi(f): Coeficiente de absorção sonora do elemento i-ésimo do cômodo
Observação: o cálculo é feito para cada faixa de oitava.
• Cálculo área total de absorção por faixa de frequência:
𝐴 = ∑(𝑆𝑖 × 𝛼𝑖) (19)
33
4.7. REDUÇÃO DE RUÍDO NA FACHADA
Esta planilha reúne todos os elementos escolhidos até o momento para o cômodo e a
fachada requerida, mostrando o SRI e α (coeficiente de absorção) resultante das planilhas
anteriores. Assim, com a escolha de outros aspectos como, a área absorvente total do ambiente
interno e o ângulo de inclinação das ondas sonoras recebidas, podemos calcular o nível de ruído
sonoro que se manteria no interior da residência.
Os parâmetros construtivos da unidade familiar, composta da fachada escolhida,
necessários para o cálculo do ruído aeroportuário transmitido para o interior do recinto podem
ser resumidos com a figura 13.
Figura 13: Modelo de incidência de ruído na fachada
Onde:
· Lp1: Nível de pressão sonora de entrada (o tipo de ruído a ser estudado, em nosso
caso, o ruído aeroportuário)
· Θ: Ângulo de inclinação das ondas sonoras recebidas
· R2: Constante da sala 2 (cômodo)
· Sf: Área da superfície da fachada
A estrutura da planilha é dividida em duas partes: entradas e resultados. A primeira parte
(representada na figura 14), entradas, serve para resumir os elementos selecionados na planilha
34
anterior, como, o SRI composto por faixa de frequência, as áreas da superfície da fachada e a
área de absorção total do cômodo e incluir os parâmetros faltantes para o cálculo do nível de
pressão sonora resultante (Lp2). Os parâmetros faltantes para o cálculo; sendo que existe uma
lista suspensa para a seleção desses dois parâmetros.
Figura 14: Formato de entradas da planilha de redução de ruído
A segunda parte (representada na figura 15) é destinada aos resultados do projeto de
fachada realizado, mostrando o ruído resultante no recinto devido à poluição sonora
aeroportuária. A única seleção que deve ser feita nessa planilha é a indicação se Lp1 é
ponderado em A ou não. Caso Lp1 não utilize a ponderação A, a planilha utilizar-se-á da linha
“Pond A” para calcular Lp2(A) e alinhar o espectro de ruído estudado com as percepções
humanas, demonstrando que esse é relevante e deve ser incluído na RBAC 161.
35
Figura 15: Formato de resultados da planilha de redução de ruído
HZ 125 250 500 1000 2000 4000
Lp2 44,9 32,9
Pond A -26,2 -16,1 -8,6 -3,2 0,0 1,2
Lp2A - - - - - -
Aux (Lp2A) - - - - - -
Total
Aux (Lp2) 30801,1 1943,4
LP2 médio Total 45,2
RESULTADOS
-
Lp1 é ponderado em A? Sim
36
5. EXEMPLOS DE FACHADAS COMUNS
Neste capítulo alguns exemplos de fachadas e cômodos comuns serão utilizadas nos
cálculos de redução de ruído a fim de identificar o quanto habitações perto de aeroportos estão
adaptadas ao ruído aeroportuário, entregando conforto ou sendo aceitável a diversas utilizações
como escolas, hospitais e dormitórios.
5.1. FACHADA COM VARANDA DE PORTA DE VIDRO
Uma típica fachada de novos edifícios com varanda possui uma porta de vidro somente,
que serve de passagem de pessoas e também para a iluminação. Esse será o primeiro modelo
usado nos cálculos de redução de ruído no recinto.
Considera-se para o cômodo, um modelo simples de 4x4x3m de concreto pintado e piso
de cerâmica com uma porta (0,82x2,1m) para circulação na residência, como demonstrado na
figura 16.
Figura 16: Esquema e foto de fachada com porta de vidro
Com as escolhas feitas e incluídas na planilha, pode-se verificar o SRI composto da fachada e
o coeficiente de absorção do cômodo representados na figura 17.
37
Figura 17: Coeficientes de redução sonora da fachada com porta de vidro
Finalizando os cálculos com o auxílio da planilha “Redução de ruído na fachada” e
escolhendo um ângulo de incidência do ruído de 45º, observamos que o ruído resultante seria
43,4dB(A), que se enquadra entre os níveis de aceitabilidade e conforto de um dormitório
segundo da NBR 10.152, como observado na figura 18.
38
Figura 18: Resultado de redução sonora para fachada com porta de vidro
Porém entende-se que há necessidade de um estudo aprofundado que vise desenvolver
uma tabela brasileira de materiais absorventes completa com materiais como cortina, móveis e
pessoas de modo a garantir um resultado coerente para a absorção do recinto. Por isso
utilizaremos nos próximos exemplos um coeficiente de absorção médio referente a cômodos
medianamente absorventes [1] e representado na tabela 13.
39
Tabela 13: Coeficientes médios para cômodos padrões - modificado
Fonte: Algorithms for HVAC acoustics [1]
Frequência
Tipo de sala 125 250 500 1000 2000 4000
Intensa: teto acústico, tapete
peludo, móveis, pessoas 0,3 0,35 0,4 0,43 0,46 0,52
Meio intensa: teto acústico,
tapete comercial, pessoas 0,22 0,18 0,25 0,3 0,36 0,42
Mediana: teto acústico ou tapete
comercial, pessoas 0,23 0,17 0,2 0,24 0,29 0,34
Meio suave: algum material
acústico, pessoas 0,23 0,15 0,15 0,17 0,2 0,23
Suave: somente pessoas 0,24 0,12 0,1 0,09 0,11 0,13
Com essa correção do coeficiente de absorção, observa-se, na figura 19, um ruído
resultante de 33,1dB(A), que corresponde ao conforto acústico em dormitórios.
Figura 19: Resultado de redução sonora para fachada com porta de vidro corrigida a absorção
40
5.2. FACHADA COM DUAS JANELAS
Outro tipo bastante comum de fachada, quando o edifício não tem varanda, é aquela
com uma janela ou duas, como o modelo apresentado na figura 20. Nesse exemplo, será mantido
as escolhas feitas para o recinto e assim somente a fachada será alterada.
Figura 20: Esquema e foto de fachada com janelas de vidro
Após a alteração do layout da fachada na planilha, podemos verificar a mudança gerada
no SRI composto da fachada na figura 21.
Figura 21: Coeficientes de redução sonora da fachada com janelas de vidro
41
Pode-se observar que esse modelo de fachada, contendo menor área de vidro que o
primeiro exemplo, colabora para uma redução de mais 2,3 dB(A) daquele exemplo. Ou seja,
uma redução de 3 m2 de vidro, trocando uma fachada de varanda com porta por outra mais
simples com janelas resultou em um cômodo mais silencioso com 30,8(A), observado na figura
22, que é ideal para sala de reuniões e teatros segundo a NBR 10.152.
Figura 22: Resultado de redução sonora para fachada com janelas de vidro
5.3. FACHADA COM PORTA E JANELA
O terceiro exemplo de fachada escolhido é um modelo com uma porta e janela,
encontrado em edifícios menores e simples ou em casas. Esse modelo está representado na
figura 23.
Nesse exemplo, um recinto menor com 4x3x3m será considerado e mantém-se 45º para
o ângulo de incidência do ruído sobre a fachada.
42
Figura 23: Esquema de fachada com porta e janela de vidro
Essa construção de recinto gera os seguintes coeficientes de redução sonora (SRI
composto) e de absorção contidos na figura 24.
Figura 24: Coeficientes de redução sonora da fachada com porta e janela de vidro
Analisando o ruído resultante desta configuração de fachada com janela e porta
e recinto menor, representado na figura 25, obtém-se 35,4 dB(A), deixando esse recinto
na faixa de aceitabilidade para dormitórios.
44
5.4. FACHADA DE VIDRO
Edifícios modernos que buscam design tecnológico apresentam suas fachadas somente
com vidros, por isso também é importante analisar esses casos como o exemplo de um hospital
representado na figura 26.
Figura 26: Esquema e foto de fachada de vidro
Um exemplo real dessa configuração é o Barra D’or, um hospital privado perto do
aeroporto de Jacarepaguá e o SRI dessa fachada de vidro pode ser observado na figura 27.
Consideramos um cômodo em seu interior de 4x4x3m e um coeficiente médio de absorção (fig.
27).
Figura 27: Coeficientes de redução sonora da fachada de vidro
45
Obtém-se dessa forma um ruído interno no recinto de 36,1dB(A) dentro da faixa de
aceitabilidade para hospitais, próximo ao nível ideal para o conforto acústico e representado na
figura 28.
Figura 28: Resultado de redução sonora para fachada de vidro
46
6. CONCLUSÃO
Através deste projeto pôde-se apresentar alguns elementos necessários para o cálculo
de isolamento de fachadas próximas a aeroportos, o que complementa, em parte, os documentos
legais como a RBAC161 e a NBR10152.
Um estudo aprofundado sobre materiais absorventes é necessário para construir uma
tabela de materiais absorventes completa com acessórios e móveis normalmente usados no
Brasil.
É importante tornar acessível o modelo de cálculo de isolamento de fachadas, uma vez
que dispor de construções que não são compatíveis com o uso do solo prescrito pelo PZR da
região pode trazer alguns problemas de saúde, como distúrbio do sono, e dificuldade em realizar
atividades previstas para determinada construção como o ensino em uma escola.
Vários problemas jurídicos existem devido a convivência cada vez maior entre trafego
aéreo e comunidade, mais um motivo para justificar a viabilização e simplificação dos modelos
de cálculo de isolamento de fachadas próximas a aeroportos.
O conceito de aceitabilidade do nível de ruído dentro de um cômodo deve ser respeitado
em construções já existentes e o conforto acústico deve ser almejado para construções novas.
Neste trabalho dispomos de vários elementos isolantes e absorventes que podem ser
usados em fachadas e cômodos respectivamente e demonstra-se que é possível conciliar
construções com o uso adequado do solo próximo a aeroportos desde que se planeje um modelo
de fachada que auxilie a redução do ruído.
47
ANEXO 1
TABELA E-1 da RBAC 161- Usos compatíveis e incompatíveis para áreas abrangidas por
PBZR
Fonte: RBAC 161
Uso do Solo
Nível de Ruído Médio dia-noite (dB)
Abaixo de
65 65-75
Acima de
75
Residencial
Residências uni e multifamiliares S N(1) N
Alojamentos Temporários (exemplo: hotéis,
motéis e pousadas ou empreendimentos
equivalentes)
S N(1) N
Locais de permanência prolongada (exemplos:
presídios, orfanatos, asilos, quartéis, mosteiros,
conventos, apart-hotéis, pensões ou
empreendimentos equivalentes)
S N(1) N
Usos Públicos
Educacional (exemplos: Universidades,
bibliotecas, faculdades, creches, escolas, colégios
ou empreendimentos equivalentes)
S N(1) N
Saúde (exemplos: hospitais, sanatórios, clínicas,
casas de saúde, centros de reabilitação ou
empreendimentos equivalentes)
S 30 N
Igrejas, auditórios e salas comerciais (exemplos:
igrejas, templos, associações religiosas, centros
culturais, museus, galerias de artes, cinemas,
teatros ou empreendimentos equivalentes)
S 30 N
Serviços governamentais (exemplos: postos de
atendimento, correios, aduanas ou
empreendimentos equivalentes)
S 25 N
Transportes (exemplos: terminais rodoviários,
ferroviários, marítimos, de carga e passageiros ou
empreendimentos equivalentes)
S 25 35
Estacionamentos (exemplos: edifício garagem ou
empreendimentos equivalentes) S 25 N
Usos Comerciais e serviços S
Escritórios, negócios e profissional liberal
(exemplos: escritórios, salas e salões comerciais,
consultórios ou empreendimentos equivalentes)
S 25 N
Comércio atacadista - materiais de construção,
equipamentos de grande porte S 25 N
48
Comércio varejista S 25 N
Serviços de utilidade pública (exemplos:
cemitérios, crematórios, estações de tratamento de
água e esgoto, reservatórios de água, geração e
distribuição de energia elétrica, Corpo de
Bombeiros ou empreendimentos equivalentes)
S 25 N
Serviços de comunicação (exemplos: estações de
rádio e televisão ou empreendimentos
equivalentes)
S 25 N
Usos Industriais e de Produção
Indústrias em geral S 25 N
Indústrias de precisão (exemplos: fotografia,
óptica) S 25 N
Agricultura e floresta S S(3) S(4)
Criação de animais, pecuária S S(3) N
Mineração e pesca (exemplo: produção e extração
de recursos naturais) S S S
Usos Recreacionais
Estádios de esportes ao ar livre, ginásios S S N
Conchas acústicas ao ar livre e anfiteatros S N N
Exposições agropecuárias e zoológicos S N N
Parques, parques de diversões, acampamentos ou
empreendimentos equivalentes S S N
Campos de golfe, hípicas e parques aquáticos S 25 N
TABELA E-2 da RBAC 161- Usos compatíveis e incompatíveis para áreas abrangidas por
PEZR
Fonte: RBAC 161
Uso do Solo
Nível de Ruído Médio dia-noite (dB)
Abaixo
de 65 65-70 70-75 75-80 80-85
Acima
de 85
Residencial
Residências uni e multifamiliares S N(1) N(1) N N N
Alojamentos Temporários (exemplo:
hotéis, motéis e pousadas ou
empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N(1) N N
Locais de permanência prolongada
(exemplos: presídios, orfanatos,
asilos, quartéis, mosteiros,
conventos, apart-hotéis, pensões ou
empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N N N
49
Usos Públicos
Educacional (exemplos:
Universidades, bibliotecas,
faculdades, creches, escolas, colégios
ou empreendimentos equivalentes)
S N(1) N(1) N N N
Saúde (exemplos: hospitais,
sanatórios, clínicas, casas de saúde,
centros de reabilitação ou
empreendimentos equivalentes)
S 25 30 N N N
Igrejas, auditórios e salas comerciais
(exemplos: igrejas, templos,
associações religiosas, centros
culturais, museus, galerias de artes,
cinemas, teatros ou
empreendimentos equivalentes)
S 25 30 N N N
Serviços governamentais (exemplos:
postos de atendimento, correios,
aduanas ou empreendimentos
equivalentes)
S S 25 30 N N
Transportes (exemplos: terminais
rodoviários, ferroviários, marítimos,
de carga e passageiros ou
empreendimentos equivalentes)
S S 25 30 35 35
Estacionamentos (exemplos: edifício
garagem ou empreendimentos
equivalentes)
S S 25 30 N N
Usos Comerciais e serviços
Escritórios, negócios e profissional
liberal (exemplos: escritórios, salas e
salões comerciais, consultórios ou
empreendimentos equivalentes)
S S 25 30 N N
Comércio atacadista - materiais de
construção, equipamentos de grande
porte
S S 25 30 35 N
Comércio varejista S S 25 30 N N
Serviços de utilidade pública
(exemplos: cemitérios, crematórios,
estações de tratamento de água e
esgoto, reservatórios de água,
geração e distribuição de energia
elétrica, Corpo de Bombeiros ou
empreendimentos equivalentes)
S S 25 30 35 N
Serviços de comunicação (exemplos:
estações de rádio e televisão ou
empreendimentos equivalentes)
S S 25 30 N N
Usos Industriais e de Produção
50
Indústrias em geral S S 25 30 35 N
Indústrias de precisão (exemplos:
fotografia, óptica) S S 25 30 N N
Agricultura e floresta S S(2) S(3) S(4) S(4) S(4)
Criação de animais, pecuária S S(2) S(3) N N N
Mineração e pesca (exemplo:
produção e extração de recursos
naturais) S S S S S S
Usos Recreacionais
Estádios de esportes ao ar livre,
ginásios S S S N N N
Conchas acústicas ao ar livre e
anfiteatros S N N N N N
Exposições agropecuárias e
zoológicos S S N N N N
Parques, parques de diversões,
acampamentos ou empreendimentos
equivalentes
S S S N N N
Campos de golfe, hípicas e parques
aquáticos S S 25 30 N N
51
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] Associação brasileira de normas técnicas, 1987. NBR 10152: Acústica – medição e
avaliação do ruído em ambientes internos. Rio de Janeiro, 1987.
[2] Associação brasileira de normas técnicas, 2000. NBR 10151: Acústica – Avaliação
do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento. Rio de Janeiro,
2000
[3] Associação brasileira de normas técnicas, 2000. NBR 10151: Acústica – Avaliação
do ruído em áreas habitadas, visando o conforto da comunidade – Procedimento. Rio de Janeiro,
2000.
[4] Reynolds, D. D., Bledsoe, J. M., Algoritms for HVAC Acoustics. American Society
of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning, INC.
[5] Regulamento Brasileiro de Aviação Civil. N° 161, Emenda 00.
[6] SLAMA, J. G., “Apostila de Curso de Acústica Ambiental”. COPPE/ Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2007a.
[7] SLAMA, J. G., “Apostila de Curso de Ruído Aeroportuário”. COPPE/ Universidade
Federal do Rio de Janeiro, 2007b.
[8] DGAC, “Insonorisation des logements proches des aéroports”. Points de repères
techniques - STAC 2006.
[9] MENDES, H. C., “Estudo acústico de fachadas em edificações na circunvizinhança
do aeroporto de Congonhas. ”
[10] http://www.acouphile.fr/
[11] Pierrard, J. F., Akkerman, D., “Manual ProAcústica sobre a Norma de
Desempenho: Norma ABNT NBR 15575:2013”. ProAcústica Associação Brasileira para a
Qualidade Acústica.
[12] ABNT NBR 15575-1
[13] Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à
norma ABNT NBR 15575/2013. Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Fortaleza,
2013.