Material sob embargo até 17 de setembro de 2013, 10h30, horário de Genebra Irmã Angélique Namaika A Irmã Angélique Namaika é uma freira congolesa que há uma década trabalha na remota cidade de Dungu, no nordeste da República Democrática do Congo. Ela ajuda mulheres e meninas deslocadas internas que foram forçadas a deixar suas casas por grupos armados, incluindo o Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Residence Army, LRA). Estima-se que aproximadamente 350 mil pessoas tenham sido forçadas a deixas suas casas na região de Dungu – e 70% delas devido a atividades relacionadas com o LRA ou com ameaça de ataques. A brutalidade do LRA é bastante conhecida, e depoimentos de mulheres mostram a terrível natureza de seu abuso. A abordagem individual adotada pela Irmã Angélique no seu trabalho ajuda as vítimas a se recuperarem de seus traumas. Além do abuso que sofreram, essas mulheres e crianças vulneráveis são frequentemente condenadas ao ostracismo por suas próprias famílias e comunidades. É necessário um tipo especial cuidado e carinho para ajudá-las a curar suas feridas reconstruir suas vidas despedaçadas. A própria Irmã Angélique foi deslocada pela violência em 2009. Ela sentiu na pele o trauma de fugir de casa. Isso faz parte da lista de motivações que a levam a trabalhar dia após dia percorrendo muitos quilômetros em sua bicicleta, por estradas esburacadas, para chegar a todos os necessitados. Nessa remota parte do nordeste do Congo, a irmã dedicou sua vida a ajudar mulheres e crianças deslocadas a serem novamente aceitas por suas comunidades, curar suas feridas, e se tornarem autossuficientes.
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Material sob embargo até 17 de setembro de 2013, 10h30, horário de Genebra
Irmã Angélique Namaika
A Irmã Angélique Namaika é uma freira congolesa que há uma década
trabalha na remota cidade de Dungu, no nordeste da República
Democrática do Congo. Ela ajuda mulheres e meninas deslocadas
internas que foram forçadas a deixar suas casas por grupos armados,
incluindo o Exército de Resistência do Senhor (Lord’s Residence Army,
LRA).
Estima-se que aproximadamente 350 mil pessoas tenham sido forçadas
a deixas suas casas na região de Dungu – e 70% delas devido a
atividades relacionadas com o LRA ou com ameaça de ataques. A
brutalidade do LRA é bastante conhecida, e depoimentos de mulheres
mostram a terrível natureza de seu abuso. A abordagem individual
adotada pela Irmã Angélique no seu trabalho ajuda as vítimas a se
recuperarem de seus traumas. Além do abuso que sofreram, essas
mulheres e crianças vulneráveis são frequentemente condenadas ao
ostracismo por suas próprias famílias e comunidades. É necessário um
tipo especial cuidado e carinho para ajudá-las a curar suas feridas
reconstruir suas vidas despedaçadas.
A própria Irmã Angélique foi deslocada pela violência em 2009. Ela sentiu
na pele o trauma de fugir de casa. Isso faz parte da lista de motivações
que a levam a trabalhar dia após dia percorrendo muitos quilômetros em
sua bicicleta, por estradas esburacadas, para chegar a todos os
necessitados.
Nessa remota parte do nordeste do Congo, a irmã dedicou sua vida a
ajudar mulheres e crianças deslocadas a serem novamente aceitas por
suas comunidades, curar suas feridas, e se tornarem autossuficientes.
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Biografia
Idade: 46 anos
Nacionalidade: Congolesa
Idiomas: Lingala (língua materna) e francês (fluente)
Educação Superior: Graduada em Espiritualidade Africana pela União Superior Maior (USUMA), Kinshasa (RDC).
Datas-chave
1992: Ingressou na Congregação das Irmãs Agostinas de Dungu e Doruma
2000: Fez seu votos de nunca deixar a Igreja Católica Apostólica Romana
2003: Chegou em missão a Dungu e foi co-fundadora da associação “Maman Bongissa” (posteriormente renomeada Centro para Reintegração e Desenvolvimento)
2009: (outubro) Viveu como deslocada interna no Congo em virtude da violência do LRA na região, mudando constantemente de abrigo e vivendo em lugares superlotados juntamente com outros deslocados.
2012: Testemunhou sobre o LRA no Conselho de Segurança das Nações Unidas e no Congresso dos Estados Unidos.
Centro para Reintegração e Desenvolvimento (CRAD, em inglês), est. 2003
Promove a reintegração de deslocados internos em sua comunidade local.
Realiza cursos de alfabetização, educação básica, treinamento e aconselhamento psicossocial.
Capacita profissionalmente os deslocados internos por meio da promoção de eventos e seminários em Dungu.
Comercializa no mercado local os vegetais cultivados no centro e reinveste o lucro nas atividades da própria associação.
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Quem está sob seus cuidados – Monique Monique é uma sobrevivente do LRA que sofreu um horror inimaginável nos últimos anos. Ela mora em Dungu com seu filho de 06 meses, sua mãe e seu irmão.
Monique morava com seu padrasto, sua mãe e seu irmão mais novo em uma aldeia chamada Duru. Em 2009, quando tinha 14 anos, o LRA atacou a sua aldeia. Seu padrasto foi morto, sua mãe, que estava grávida, foi espancada tão brutalmente que perdeu o bebê, e Monique foi capturada.
Ela viveu uma vida de tormento no cativeiro, vivendo no mato, forçada a ser a esposa de um velho soldado LRA e a ter que participar do assassinato de dois outros prisioneiros que tentaram escapar da infame regra do LRA: “matar ou morrer, em vez de ser condenado”.
Monique foi liberada quando tinha 17 anos, após um confronto entre o LRA e o exército congolês, e foi para Dungu. Lá, contra todas as probabilidades, ela encontrou sua mãe e irmão. Dois meses depois, soube que estava grávida e cogitou suicídio. Felizmente, logo encontrou a Irmã Angélique, que a ajudou a aceitar a gravidez e amar seu bebê. Monique diz: "Fiquei muito feliz por ter mantido a criança (...) Eu sonho que o meu filho possa ir para a escola um dia."
A Irmã Angélique a ajudou a cursar aulas de costura e a reintegrar-se à vida social e profissional. Monique agora faz e vende uniformes escolares para sustentar sua família. "Com a minha renda, eu pago pela comida, cuidados médicos e isto se soma com o dinheiro ganho pela minha mãe com seu trabalho diário". Ela espera que possa ganhar dinheiro o suficiente para comprar uma bicicleta, e se tornar uma verdadeira mulher de negócios.
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República Democrática do Congo
Alguns fatos sobre o LRA Fundada em 1987 | líder: Joseph Kony Ativo em: República Democrática do Congo (DRC), República Centro Africana (RCA), Sudão do Sul e Uganda Abusos aos direitos humanos - homicídio, rapto, mutilação, escravidão sexual infantil, pilhagem. Dungu é o território mais afetado: 497.568 deslocados internos como resultado dos ataques do LRA. Desde janeiro de 2013: 54 ataques do LRA a Dungu, 17 mortes, 53 sequestros (incluindo 9 crianças).
• Economia - País considerado “pouco desenvolvido” (Least Developed Country, LDC) por mais de uma década. • Política - 1998 - 2003: Segunda Guerra do Congo, o conflito mais mortífero desde a Segunda Guerra Mundial. - 2003 - presente: conflitos em curso (a insurgência e os grupos rebeldes). - Mais de 5,4 milhões de mortes, mais de 90% de vítimas civis. • Cenário humanitário - Entre os 05 países com mais deslocados internos por mais de uma década. - 2,7 milhões de deslocados, muitos deles com mais de um deslocamento. - Estupro e violência sexual como arma de guerra.
Exército de Resistência do Senhor (LRA) A campanha de violência do Exército de Resistência do Senhor devastou milhares de famílias e comunidades deslocadas. Os sobreviventes, a maioria dos quais mulheres e crianças forçadas a fugir de suas casas, são muitas vezes estigmatizados e têm dificuldade de reintegração na sociedade.
Incidentes de segurança atribuídos aos ataques do LRA até Junho de 2013. Fonte: Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA).