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Irlanda do Norte História e Terrorismo Maria Sousa Galito 2009 1
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Irlanda do Norte História e Terrorismo Maria Sousa Galito 2009 1.

Apr 16, 2015

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Page 1: Irlanda do Norte História e Terrorismo Maria Sousa Galito 2009 1.

Irlanda do NorteHistória e Terrorismo

Maria Sousa Galito

2009

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Mapa da Europa Irlanda do Norte

Reino Unido

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Um pouco de História (I) Base étnica: celtas de origem gaulesa (remontam

ao séc. IV a.C.). Civilização gaélica; Sob influência dos romanos, havia três

províncias: Bretanha (Inglaterra e País de Gales ), Caledónia (Escócia) e a Hibérnia (Irlanda), sobre as quais não havia um domínio pleno. Para os celtas, a Hibérnia era uma espécie de refúgio às perseguições romanas;

O seu isolamento geográfico colocava a ilha um pouco à margem do que acontecia no continente europeu. Escapou às invasões bárbaras;

O cristianismo é introduzido por St. Patrick no séc. V. O catolicismo, que levou tempo a conquistar terreno à influência pagã (domínio druida), acabou por conseguir converter em massa os habitantes da ilha, com base em esforços missionários promovidos pelos Papas de Roma, e que deu lugar àquilo a que geralmente se chama de “cristianismo céltico”.

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Um pouco de História (II)

Invasões vikings, sobretudo nos sécs. IX e X.

A Irlanda divide-se em principados rivais entre si. A falta de união torna-os vulneráveis à ocupação anglo/normanda (1166). O território fica sob influência do rei de Inglaterra.

O que estava em jogo era o aumento do poder real, num contexto de crise feudal e do início do processo de formação da Monarquia Nacional. Para Henrique II, a conquista de territórios

significava o aumento de seu poder, uma vez que, a nobreza irlandesa tornava-se assim vassala do rei. Consequentemente, passava a dever-lhe favores (tanto em géneros, como em tributos – inclusive em homens para a formação de exércitos). Desde 1175 o rei impôs seu poder através da Tratado de Windsor, a partir do qual passaram a valer as leis inglesas para a Irlanda.

Vikings

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O rei inglês, Henrique VIII (responsável pelo nascimento da Igreja anglicana (religião protestante com o monarca como chefe da Igreja), consolida o domínio inglês sobre a Irlanda em 1542 e introduz o protestantismo;

Sob o reinado da filha de Henrique VIII, a rainha Isabel I, os católicos são excluídos da vida pública e as divisões religiosas agudizam-se;

A imposição do poder absoluto inglês foi acompanhado da imposição da nova religião. Dessa maneira, a manutenção do catolicismo por parte dos irlandeses tornou-se uma forma de contestar o domínio inglês, além de preservar sua própria cultura.

Entre os séculos XVI e XVII, os irlandeses são expropriados em massa. A propriedade passa para colonos ingleses;

O Ulster, anexado à coroa inglesa em 1603, é colonizado por escoceses.

Um pouco de História (III)

Rei Henrique VIII

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Durante o reinado de Jaime I (1603-25), consolidou-se o controle das terras pelos ingleses, em especial na região do Ulster, onde foi instituído um sistema de colonização baseado na pequena propriedade, discriminando-se os irlandeses.A situação de exploração, de miséria e de imposições político-religiosas determinou o início de uma grande rebelião em 1641, violentamente reprimida pelas tropas de Oliver Cromwell (líder da Revolução Puritana, calvinista, que havia deposto o rei e proclamado a República na Inglaterra), que derrotou completamente a rebelião em 1652, quando então, a maior parte das terras passaram para a mão dos ingleses;

Em 1801, a Irlanda é integrada no Reino Unido pelo Act of Union, o seu parlamento é submisso a Westminster e exclui católicos.

Até o final do século os irlandeses rebelaram-se outras vezes e foram reprimidos, consolidando-se o poder inglês.

Séc. XIX: “Grande Fome”. Morre cerca de um milhão de habitantes (praga no cultivo da batata e epidemia de tifo), outros dois milhões emigram (sobretudo para os EUA).

Um pouco de História (IV)

Grande Fome na Irlanda

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Surgem pressões internas a favor de uma melhor distribuição das terras pela população irlandesa, através de leis que incentivam a compra de terra aos grandes proprietários de origem inglesa.

As opiniões dividem-se na ilha: A favor do “Home Rule”, em 1840 por Daniel O’Connell e em 1870 por Isaac

Butt. Em 1886, o “Partido Liberal” inglês permite alguma abertura ao governo regional.

Contra o “Home Rule”, sobretudo pelos “unionistas” protestantes do Ulster. Temem o fim do império britânico.

Historicamente, a ilha da Irlanda era dividida em quatro províncias: Connacht, Leinster, Munster e Ulster.

Militarização crescente. Surgem grupos armados no princípio do séc. XX.

Um pouco de História (V)

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A I Guerra Mundial desequilibrou a balança interna. Surge o movimento político independentista Sinn Féin (“nós sozinhos”).

Em 1916 dá-se o “Levante da Páscoa”, violentamente sufocado pelos britânicos; Em 1918 o Sinn Féin ganha as eleições parlamentares na Irlanda e recusa tomar

assento em Westminster. Cria o primeiro parlamento em Dublin em 1919. Éamon de Valera preside ao Parlamento e funda o Exército Republicano Irlandês (IRA), que desencadeia uma insurreição pela independência;

Fundado em 1919, o IRA (Irish Republican Army) passou a utilizar a guerrilha como forma de eliminar o domínio inglês, obter a independência da Irlanda e que a Irlanda do Norte se mantivesse parte do projecto;

Em 1922 constitui-se o Estado Livre da Irlanda no Tratado Anglo-irlandês. O norte da ilha, o Ulster, maioritariamente protestante, continua anexado à Grã-Bretanha.

Um pouco de História (VI)

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Ilha: República da Irlanda + Irlanda do Norte

Irlanda do Norte:

• Condado de Fermanagh

• Condado de Tyrone

• Condado de Derry ou Londonderry

• Condado de Antrim

• Condado de Down

• Condado de Armagh

32 condados:

• “EIRE” (RI): 26 condados (83% do território), maioria católica;

• “ULSTER” (IN): 6 condados (17% do território), maioria protestante;

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Fonte:http://web000.greece.k12.ny.us/SocialStudiesResources/Social_Studies_Resources/GHG_Documents/Northern%20Ireland%20Political%20Cartoon%2001.02.jpg

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1968: Distúrbios em Londonderry depois da criação (por parte da minoria católica) de um "movimento de direitos cívicos" contra a discriminação;

1970-71: O Exército Republicano Irlandês (IRA) entra em acção. As milícias protestantes (leais à coroa britânica) iniciam paralelamente uma campanha de atentados anticatólicos;

1972: "Bloody Sunday" (domingo sangrento) em Londonderry. Catorze civis católicos morrem sob os disparos dos pára-quedistas britânicos. Dissolução do Parlamento local de Stormont (474 mortos em um ano). A Província passa para a administração directa de Londres;

1974: Greve geral dos protestantes faz fracassar o acordo de Sunningdale, primeira tentativa de divisão do poder entre protestantes e católicos moderados;

1979: O IRA assassina lord Mountbatten (ex-vice-rei da Índia); 1981: Dez pessoas que faziam greve de fome morrem na prisão sem obter o

estatuto de presos políticos; 1985: Acordo anglo-irlandês impondo o princípio de fiscalização de Dublin sobre o

Ulster. Manifestações protestantes.

Um pouco de História (VII)

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1994: É anunciado o cessar-fogo do IRA, depois das milícias protestantes;

1995: Londres e Dublin produzem um acordo recusado pelos unionistas mas que prefigura o compromisso de paz que será firmado três anos depois. Bill Clinton (Presidente dos EUA) recebe Gerry Adams, líder do Sinn Fein, na época;

1996: O IRA rompe o cessar-fogo. Ocorrem atentados em Londres, Alemanha e no Ulster;

1997: Tony Blair (eleito em Maio) retoma negociações com o Sinn Fein. Em Julho, o IRA decreta novo cessar-fogo. O Sinn Fein participa das negociações;

Um pouco de História (VIII)

O acordo de paz dos anos 1990: foi assinado pelas partes em conflitos em 10/04/1998 e aprovado em referendo na Irlanda do norte e na republica da Irlanda. Os principais pontos desse acordo de paz: Constituição de uma assembleia da Irlanda do norte; libertação de presos políticos; deposição das armas; e realização de um plebiscito para que as populações das duas Irlandas decidam o futuro de Ulster.

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O IRA (exercito republicando irlandês) grupo terrorista de irlandeses católicos que possui como braço político o Sinn Fein e unionistas promoveu um acordo, onde o governo trabalhista inglês, determinou desarmamento do IRA, mais autonomia política para o Ulster e a realização de plebiscito popular.

Os unionistas protestantes (54 % da população) querem que a região continue ligada ao reino unido;

Os republicanos católicos querem a independência do RU e sua anexação ao EIRE.

Um pouco de História (IX)

Fonte: http://www.claybennett.com/images/archivetoons2/n_ireland.jpg

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1998 (Junho): Eleições para uma Assembleia com nova de divisão de poder entre católicos e protestantes. O líder do UUP (Partido Unionista do Ulster), David Trimble, é eleito primeiro-ministro.

1998 (Agosto): Um carro-bomba explode na cidade de Omagh (oeste de Belfast). Morrem 29 pessoas. O “Real IRA”, facção dissidente do IRA (Exército Republicano Irlandês), reivindica a acção;

1999 (Dezembro): A Irlanda do Norte forma seu próprio governo, no qual protestantes e católicos dividem o poder, após 27 anos sob domínio inglês;

2000 (Fevereiro: Indignação entre os protestantes, causada pela recusa do IRA em desarmar. O Reino Unido suspende a Assembleia de Belfast;

2000 (Maio): o IRA anuncia que irá desarmar e permitir inspecções. O Reino Unido restitui o poder da Assembleia de Belfast;

2001 (Julho): Trimble renuncia devido à recusa do IRA em desarmar; 2001 (Outubro): O IRA afirma que começou a desarmar-se.

Um pouco de História (X)

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2002 (Outubro): Escritórios do Sinn Fein no Parlamento são revistos por policiais (investigam ligação do partido com o IRA). O Reino Unido suspende a Assembleia e reassume o governo directamente de Londres;

2005: O Sinn Fein pede que o IRA abandone as armas após uma campanha armada de vários crimes atribuídos ao grupo, como a morte do católico Robert McCartney, que causou indignação internacional;

De acordo com comunicado, a campanha armada terminou oficialmente às 16h de 26 de Junho de 2005. Apesar do anúncio, o IRA recusou-se a entregar as armas conforme o cronograma estabelecido no acordo de paz e o grupo não se dissolveu.

2006 (Outubro): A Comissão Independente de Monitoramento da Irlanda do Norte (que supervisiona o cessar-fogo), diz acreditar que o IRA de fato se desarmou. Blair e Ahern discutem com partidos da Irlanda do Norte na Escócia e definem o dia 26 de Março como prazo para um acordo de divisão de poder;

2007 (Janeiro): A maioria dos membros do Sinn Fein votam favoravelmente ao apoio católico à polícia protestante, após décadas de oposição;

2007 (Março): Ian Paisley (líder do DUP), e Gerry Adams (líder do Sinn Fein), reúnem-se pessoalmente pela primeira vez e concordam com a instituição do governo de divisão de poder a 8 de Maio.

Um pouco de História (XI)

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Desde 2008, o primeiro ministro do governo da região é Peter Robinson, membro do DUP, enquanto seu vice é Martin McGuinnes, um ex-comandante do IRA;

2009 (Março): Dia 7, dois soldados britânicos foram mortos e outras quatro pessoas ficaram feridas num ataque ao quartel de Massereene (Condado de Antrim, norte de Belfast). Dia 8: o “IRA Real”, uma dissidência do IRA (Exército Republicano Irlandês) assumiu a autoria do atentado. Dia 9: um policial foi morto a tiros em uma emboscada na cidade de Craigavon (40 km de Belfast) mas nenhuma organização assumiu a autoria do segundo ataque.

Segundo especialistas em segurança, ainda há grupos republicanos dissidentes que podem constituir uma ameaça ao processo de paz; vários grupos paramilitares ainda estão em actividade. Entre esses grupos estão:

O chamado Continuity Irish Republican Army. O IRA Real. O Exército de Libertação Nacional Irlandês. E o Óglaigh na hÉireann.

Um pouco de História (XII)

Fim

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