INTRODUÇÃO Um dos sentidos mais importantes, é a chave para a linguagem oral. Durante a gravidez, por volta da 20ª semana, o feto já é capaz de escutar alguns sons, entre eles a voz da mãe. Sem a audição, a criança perde parte do mundo real, passando a ter problemas emocionais e sociais. A falta de estimulação de linguagem nos primeiros anos de vida ocasiona uma defasagem no desenvolvimento lingüístico.
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INTRODUÇÃO - FATEC...Essas vibrações fazem com que o som seja amplificado antes de entrar na orelha interna. 3º Passo para Audição Inicia-se na Orelha Interna que é constituída
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INTRODUÇÃO
Um dos sentidos mais importantes, é a chave para a linguagem oral.
Durante a gravidez, por volta da 20ª semana, o feto já é capaz de escutar alguns
sons, entre eles a voz da mãe.
Sem a audição, a criança perde parte do mundo real, passando a ter problemas
emocionais e sociais.
A falta de estimulação de linguagem nos primeiros anos de vida ocasiona uma
defasagem no desenvolvimento lingüístico.
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Sumário
1. Anatomia da Orelha 1.1 Orelha Externa 1.2 Orelha Media 1.3 Orelha Interna 1.4 Passos para a Audição 1.5 Evolução da Audição: Ouvinte versus Surdo 2. Fisiologia da Audição 2.1 Orelha Externa 2.2 Orelha Media 2.3 Orelha Interna 3. Causas da Surdez 3.1 Causas pré-natais 3.2 Causas peri-natais 3.3 Causas pós-natais 4. Tipos de Perda Auditiva 4.1 Perda condutiva 4.2 Perda sensório-neural 4.3 Perda Mista 4.4 Perda central, disfunção auditiva central ou surdez central. 5. Tipos de Surdez 5.1 Surdez leve (limiar auditivo de 20 a 40 dB). 5.2 Surdez média (limiar auditivo de 40 a 70 dB).
5.3 Surdez grave (limiar auditivo de 70 a 90 dB). 5.4 Surdez profunda (limiar auditivo de 90 a 120 dB). 5.5 Perda auditiva total (limiar auditivo superior a 120 dB).
6. Prevenção
6.1 Cuidados ao engravidar
6.2 Cuidados durante a gravidez
6.3 Cuidados após o nascimento do bebê
7. Aparelhos Auditivos 8. Implante Coclear 9. Tratamento Fonoaudiológico 10. Aquisição da linguagem oral pela criança deficiente auditivo
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1. Anatomia da Audição
Existem três partes principais da orelha envolvidas no processo de audição: a Orelha
Externa, a Orelha Média e a Orelha Interna. O processo auditivo começa quando as ondas
sonoras (som) entram no pavilhão externo e caminham pelo canal auditivo até o tímpano,
fazendo-o vibrar. Essas vibrações tocam os três ossículos da orelha média. Esses ossículos
fazem com que o som seja amplificado antes de entrar na orelha interna.
Dentro da orelha interna existe a cóclea que é um órgão cheio de líquido e que contém
milhares de células ciliadas. Quando as vibrações tocam a cóclea, faz seu fluído interno
mover-se em ondas por toda sua extensão. Conforme isso acontece, aproximadamente 12.000
células ciliadas movimentam-se. A freqüência e intensidade do som determinam qual célula
ciliada se moverá.
A ação faz com que impulsos elétricos sejam enviados nervo central para que o
cérebro processe a informação. Esses impulsos elétricos são a linguagem que o cérebro
consegue entender e converter em sons com significado.
1.1 Orelha externa: é constituída pelo pavilhão auricular e do meato acústico. O
pavilhão funciona como um pré-amplificador natural e quanto maior a sua área, maior energia
mecânica captada. Os idosos que apresentam deficiência auditiva (presbioacusia) colocam a
mão em forma de concha aumentando a área efetiva do pavilhão auricular e assim, otimizam a
captação do som. O meato funciona como se fosse um tubo ressonador para sons da fala
humana. Quando a onda sonora chega na membrana timpânica ela ressona e transfere a
energia mecânica para a orelha média.
1.2 Orelha Média: faz o limite com a orelha externa através da membrana timpânica
que está em contato com três ossículos articulados entre si (martelo, bigorna e estribo).
Quando tímpano vibra os ossículos também vibram e funcionam como um sistema de
alavancas amplificadoras do som. Adicionalmente, o fato de a área do tímpano ser maior do
que a base do estribo, colabora para que a pressão sonora incidente dentro do liquido coclear
seja ainda maior e, assim, superando a impedância.
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1.3 Orelha Interna: é um labirinto membranoso que fica dentro do osso temporal que
formam a cóclea e o sistema vestibular. A cóclea possui as células sensoriais auditivas
situadas no órgão de Corti. Quando as ondas mecânicas chegam para dentro da cóclea,
propagam-se pelo líquido coclear e deformam mecanicamente a membrana basilar onde as
células sensoriais estão assentadas. A deformação mecânica da membrana repercute nas
células sensoriais como uma reação elétrica correspondente e serve de estimulo para o nervo
auditivo que envia os impulsos nervosos para o cérebro. Finalmente, no córtex auditivo, as
informações acústicas são interpretadas permitindo que reconheçamos as diferenças entre os
sons da fala e de um instrumento musical; um ruído de avião de um latido de cão, etc.
1.4 Passos para a Audição
1º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Externa que é constituída pelo pavilhão auricular e o conduto
auditivo.
Começa quando as ondas sonoras entram no pavilhão externo e caminham pelo
canal auditivo até o tímpano, fazendo-o vibrar.
2º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Média através da vibração da membrana timpânica que está em
contato com três ossículos articulados entre si: Martelo, Bigorna e Estribo, que vibram
junto com a membrana timpânica.
Essas vibrações fazem com que o som seja amplificado antes de entrar na orelha
interna.
3º Passo para Audição
Inicia-se na Orelha Interna que é constituída por um labirinto membranoso
localizado dentro do osso temporal que formam a cóclea e o sistema vestibular
(equilíbrio).
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Quando as vibrações tocam a cóclea, faz seu líquido interno mover-se em ondas
por toda sua extensão composta por células ciliadas.
4º Passo para Audição
A freqüência e intensidade do som determina quais, das mais de 12.000 células
ciliadas, se moverá.
A ação faz com que impulsos elétricos sejam enviados do nervo auditivo central
para que o cérebro processe a informação. Esses impulsos elétricos são a linguagem que o
cérebro consegue entender e converter em sons com significado.
1.5 Evolução da Audição: Ouvinte X Surdo
CRIANÇA OUVINTE
Primeiros dias: reage a certos ruídos de maneira reflexa.
2 ou 3 meses: fixa o olhar nos lábios do adulto que fala e esboça movimentos labiais
sem emissão de voz.
3 ou 4 meses: certos ruídos adquirem significação própria; a criança discrimina
quando alguém entra em seu espaço físico, reage a voz de sua mãe, distingue os ruídos
familiares.
4 ou 5 meses: discrimina algumas entonações, se o chamam, se o repreendem; a
mímica que acompanha alguma palavras.
5 ou 6 meses: começa a lalação; emite, ao acaso, numerosos sons e alguns deles não
fazem parte do idioma materno. O adulto o ouve e imita-o, repete suas vocalizações e insere
outros elementos sonoros. Imita, à sua maneira, as emissões do adulto, que vão aproximando-
se do idioma materno. Pouco a pouco alguns sons apresentam significado, conjuntamente
percebidos pela criança e adulto.
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A partir dos 10 ou 12 meses: a criança compreende palavras familiares (papai,
passear, mamadeira) e ordens simples "dá", "vem", etc.
A partir de 1 ano: amplia consideravelmente a compreensão, emprega palavras cada
vez mais numerosas que começam a ser associadas a frases de 2 e logo 3 palavras. O
fundamental das estruturas do idioma se estabelece por volta dos 3 anos.
CRIANÇA SURDA
Primeiros dias: não reage ao ruído, sem ocasionar suspeitas devido a pouca idade.
2 ou 3 meses: fixa o olhar nos lábios do adulto que fala e esboça movimentos labiaIs
sem emissão de voz.
3 ou 4 meses: mostra-se indiferente aos ruídos familiares.
4 ou 5 meses: não recebe as entonações; porém os gestos expressivos, a mímica
acentuada podem conduzi-lo a algumas informações.
5 ou 6 meses: apresenta a lalação igual ao bebê ouvinte, porém é, geralmente, menos
rica. Não compreende os jogos vocais dos adultos. Seus sons não evoluem, tampouco algum
modelo de acordo com o acervo de sons do idioma. Não emerge nenhuma significação dos
modelos sonoros emitidos.
A partir dos 10 ou 12 meses: não há compreensão das palavras, já a compreensão de
certas ordens simples está ligada a mímica e aos gestos que a acompanham. Dá o objeto
porque o adulto ao falar "dá-me" associa o gesto de estender a mão.
A partir de 1 ano: uma evolução sem conseqüências, se ninguém lhe presta uma
atenção particular, as emissões sonoras da lalação se detém, e a criança mergulhará no
silêncio alheia à fala e aos ruídos para os quais não manifesta nenhuma reação. Se o surdo
receber informações e estimulações pelos outros sentidos (visão, tato, olfato, gustação) pode
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se desenvolver sem muitoatrasos. Quanto antes a surdez for detectada, melhor para o
indivíduo surdo.
3. Causas da Surdez
Fatores de risco para Deficiência Auditiva
Em 1994 o Comitê Americano sobre Perdas Auditivas (Joint Committe on Infant
Hearing), elaborou uma lista de fatores de risco para a deficiência auditiva periférica e central
para bebês neonatos:
• Antecedentes familiares de perda auditiva neurossensorial hereditária
• Consangüinidade materna
• Infecções congênitas (rubéola, sífilis, citomegalovírus, herpes e toxoplasmose)
• Malformações craniofacias incluindo as do pavilhão auricular e do conduto auditivo
• Peso de nascimento inferior a 1.500 gramas
• Hiperbilirrubinemia – exsanguineotransfusão
• Medicação ototóxica
• Meningite bacteriana
• Apgar de 0 a 4 / 1º minuto ou 0 a 6/ 5º minuto
• Ventilação mecânica
• Síndromes
• Alcoolismo materno ou uso de drogas na gestação
• Hemorragia ventricular
• Permanência na incubadora por mais de 7 dias
• Convulsões neonatais
• Otite média recorrente ou persistente por mais de 3 meses
• Suspeita dos familiares de atraso de desenvolvimento de fala, linguagem e audição
• Traumatismo craniano com perda de consciência ou fratura craniana
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Deficiência auditiva ou surdez é a incapacidade parcial ou total de audição. Pode ser
de nascença ou causada posteriormente por doenças.
No passado, costumava-se achar que a surdez era acompanhada por algum tipo de
déficit de inteligência. Entretanto, com a inclusão dos surdos no processo educativo,
compreendeu-se que eles, em sua maioria, não tinham a possibilidade de desenvolver a
inteligência em virtude dos poucos estímulos que recebiam e que isto era devido à dificuldade
de comunicação entre surdos e ouvintes. Porém, o desenvolvimento das diversas línguas de
sinais e o trabalho de ensino das línguas orais permitiram aos surdos os meios de
desenvolvimento de sua inteligência.
Atualmente, a educação inclusiva é uma realidade em muitos países. Fato ressaltado
na Declaração de Salamanca que culminou com uma nova tendência educacional e social.
A deficiência auditiva tem origens diversas tais como:
3.1. Causas pré-natais (antes do parto)
→hereditárias,
→malformações congénitas, adquiridas pelo embrião devido a infecções virais ou