1 INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA Introdução Para compreender com mais profundidade as Escrituras Sagradas do cristianismo, a Bíblia, é necessário que se conheça as terras bíblicas onde ocorreram todos os acontecimentos narrados e foram palco da vida dos personagens e das profecias do Antigo Testamento, dos cristãos do primeiro século e, principalmente, da vida e ensinamentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. O termo Palestina, que estamos utilizando, não aparece na Bíblia, mas em fontes romanas do século II. Provavelmente, o vocábulo se originou da palavra “pelistim” (filisteus). O país é comumente designado como Canaã (Heres Kena`na). Desde a antiguidade remota, essa faixa de terra foi povoada por diversos povos e disputada pelos impérios, pois, naquela época, quem dominasse a Palestina teria terra o domínio do mundo antigo. Ao longo de toda a Bíblia, a Palestina ocupa um papel extremamente importante.O valor místico dessa terra deu origem ao fenômeno das perseguições entre judeus, muçulmanos e cristãos.A Palestina é à base do movimento sionista e razão dos conflitos do Oriente Médio até os dias de hoje. Essa terra chamada Santa, sempre foi contemplada como sinal de felicidade, de bênçãos de Deus. A posse da terra é garantia de muitas promessas, inclusive a messiânica. É necessário começar com uma visão ampla de todo o mundo bíblico, para depois sim conhecer as características físicas, humanas, econômicas, entre outras, da própria Palestina, chamada de Terra da Promessa, antiga Canaã e atual Estado de Israel. As terras bíblicas não se limitam ao relevo topográfico e aos nomes de lugares, casualmente com ecos longínquos de tempos passados. As terras correspondem também aos restos físicos, às relíquias arqueológicas da presença dos homens que nela habitaram: ruínas das cidades antigas, com suas muralhas e suas casas, túmulos e restos de utensílios domésticos. Devido ás descoberto arqueológicas, podemos obter conhecimentos incríveis das línguas originais dos antigos habitantes, sua história, costumes, cultura e cidades, algumas desaparecidas e outras, reconstruídas, umas sobre as outras. O Mundo Antigo Características regionais Egito O Egito foi uma das mais avançadas civilizações da Antiguidade. Provavelmente, seus primitivos habitantes emigraram da Ásia e se originaram dos povos semitas e camitas. Sua história remonta a 3.000 aC. O faraó era o soberano absoluto e o país, dividido em províncias, cada uma com seu governo e abastecimento local. A religião egípcia tinha as seguintes características: Deuses maiores ou universais e deuses menores ou locais. Crença no julgamento e numa longa jornada da alma. Idéia de trindade divina, representada por Orus, Rá e Osíris. Dualismo, isto é, um deus das trevas ou do mal e um deus da luz ou do bem. Os desertos e a península do Sinai forneciam metais valiosos (cobre e ouro) e as pedras para a construção das gigantescas pirâmides e dos templos do vale do Nilo: os mais importantes eram os de Mênfis e os de Tebas. O rei da 19ª dinastia, século XIII aC. Foram grandes construtores e mandaram erguer uma nova cidade real: Pi-Ramesse – a Ramsés, do Êxodo. Nessa época, os hebreus foram oprimidos e serviram como mão de obra. A terra de Gósen era a região onde os descendentes de Jacó se estabeleceram, por ordem do faraó, no tempo de José. Até os dias de Ramsés II, toda aquela região era designada aos estrangeiros. Os pastores ficavam afastados dos egípcios.
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Transcript
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INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA BÍBLICA
Introdução
Para compreender com mais profundidade as Escrituras Sagradas do cristianismo, a Bíblia, é
necessário que se conheça as terras bíblicas onde ocorreram todos os acontecimentos narrados e foram palco
da vida dos personagens e das profecias do Antigo Testamento, dos cristãos do primeiro século e,
principalmente, da vida e ensinamentos de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
O termo Palestina, que estamos utilizando, não aparece na Bíblia, mas em fontes romanas do século II.
Provavelmente, o vocábulo se originou da palavra “pelistim” (filisteus). O país é comumente designado como
Canaã (Heres Kena`na). Desde a antiguidade remota, essa faixa de terra foi povoada por diversos povos e
disputada pelos impérios, pois, naquela época, quem dominasse a Palestina teria terra o domínio do mundo
antigo.
Ao longo de toda a Bíblia, a Palestina ocupa um papel extremamente importante.O valor místico dessa
terra deu origem ao fenômeno das perseguições entre judeus, muçulmanos e cristãos.A Palestina é à base do
movimento sionista e razão dos conflitos do Oriente Médio até os dias de hoje. Essa terra chamada Santa,
sempre foi contemplada como sinal de felicidade, de bênçãos de Deus. A posse da terra é garantia de muitas
promessas, inclusive a messiânica.
É necessário começar com uma visão ampla de todo o mundo bíblico, para depois sim conhecer as
características físicas, humanas, econômicas, entre outras, da própria Palestina, chamada de Terra da
Promessa, antiga Canaã e atual Estado de Israel. As terras bíblicas não se limitam ao relevo topográfico e aos
nomes de lugares, casualmente com ecos longínquos de tempos passados.
As terras correspondem também aos restos físicos, às relíquias arqueológicas da presença dos homens
que nela habitaram: ruínas das cidades antigas, com suas muralhas e suas casas, túmulos e restos de utensílios
domésticos.
Devido ás descoberto arqueológicas, podemos obter conhecimentos incríveis das línguas originais dos
antigos habitantes, sua história, costumes, cultura e cidades, algumas desaparecidas e outras, reconstruídas,
umas sobre as outras.
O Mundo Antigo
Características regionais
Egito
O Egito foi uma das mais avançadas civilizações da Antiguidade. Provavelmente, seus primitivos
habitantes emigraram da Ásia e se originaram dos povos semitas e camitas. Sua história remonta a 3.000 aC.
O faraó era o soberano absoluto e o país, dividido em províncias, cada uma com seu governo e abastecimento
local.
A religião egípcia tinha as seguintes características:
Deuses maiores ou universais e deuses menores ou locais.
Crença no julgamento e numa longa jornada da alma.
Idéia de trindade divina, representada por Orus, Rá e Osíris.
Dualismo, isto é, um deus das trevas ou do mal e um deus da luz ou do bem.
Os desertos e a península do Sinai forneciam metais valiosos (cobre e ouro) e as pedras para a construção
das gigantescas pirâmides e dos templos do vale do Nilo: os mais importantes eram os de Mênfis e os de
Tebas. O rei da 19ª dinastia, século XIII aC. Foram grandes construtores e mandaram erguer uma nova cidade
real: Pi-Ramesse – a Ramsés, do Êxodo. Nessa época, os hebreus foram oprimidos e serviram como mão de
obra.
A terra de Gósen era a região onde os descendentes de Jacó se estabeleceram, por ordem do faraó, no
tempo de José. Até os dias de Ramsés II, toda aquela região era designada aos estrangeiros. Os pastores
ficavam afastados dos egípcios.
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De todos os rios da Antiguidade, o mais importante é o Nilo, que banha o Egito, do ponto de vista
geográfico e econômico. O rio Nilo é formado por dois grandes rios: O Nilo Branco e o Nilo Azul. Foi o
celeiro do mundo antigo em virtude da fertilidade permanente de seu vale.
Finalmente, o poderoso Egito também caiu nas mãos dos persas, a partir de 525 aC. E depois, sob o
domínio de Alexandre Magno(332 – 323 aC.).
Mesopotâmia
Dois grandes rios banham a região: o Tigre e o Eufrates, permitindo a irrigação do território e a
habitação dos povos às suas margens. Sua vegetação era abundante; sua fauna, rica; seu solo, fecundo. Nas
planícies cultivavam-se trigo e cevada; nas colinas, uvas, oliveiras, abricó, cerejas e outras frutas.
De acordo com as probabilidades geográficas e com as recentes conclusões da Antropologia, o Jardim
do Éden pode ser localizado na região da Mesopotâmia, onde surgiram os primeiros seres humanos (Gn. 2:10-
15). Outros fatos ocorridos ali foram: o dilúvio, a formação da família de Noé, a Torre de Babel (Gn. 11:1-9),
as migrações para as várias regiões da terra, a chamada de Abraão, a história de Ester e o cativeiro do Reino
do
Norte e do Reino do Sul de Israel.
A região Norte, onde ficava a Assíria, era cobiçada pelas tribos selvagens do deserto e das montanhas
e sua história foi uma guerra constante com estes vizinhos. A capital da Assíria sempre foi Assur, nome de seu
deus nacional. Nínive era a segunda cidade mais importante e ficava em frente à atual cidade de Mossul.
Babilônia ficava na parte meridional do atual Iraque. A cidade da Babilônia tornou-se poderosa, pela primeira
vez, por volta de 1850 aC. E depois, sob o domínio de Nabucodonosor, que deu fama à cidade na história
antiga.
Um dos mais notáveis reis da Babilônia foi Hamurábi (1792-1750 aC.). Ele empreendeu a revisão das
leis do país e mandou gravá-los em pedra. Estamos falando do código de Hamurábi. A dinastia de Hamurábi
chegou ao fim quando um exército hitita atacou a Babilônia, em 1595 aC. Nabopolassar derrotou os Assírios
(612 aC.) e Nabucodonosor, seu filho, conquistou diversos rebeldes, inclusive Judá.
O Império Babilônico foi invadido pelos Persas que, durante sua posse, ocuparam os territórios
dominados anteriormente pelos Assírios, ou seja, toda a região hoje ocupada pelo Irã, Iraque, Síria, Israel,
Jordânia, Egito, Turquia e Grécia.
Pérsia
Os persas eram nômades indo-europeus que entraram na região do atual Irão não muito antes de 1000
aC. O neto de Ciro derrotou os medos, depois venceu a Lídia e a Babilônia e impôs seu domínio sobre grande
parte do mundo do Antigo Testamento. O filho de Ciro, Cambises, subjugou também o Egito, e Dario, seu
sucessor, submeteu partes da costa do Mar Negro. Inicialmente, os persas eram adoradores da natureza, mas
provavelmente no reinado de Dario I adotaram os ensinamentos de Zoroastro, que ensinava que existe um
deus bom – Ahura Mazda - presente no fogo purificador e na água, detentor de um poder obscuro do mal.
Revoltas e intrigas enfraqueceram a Pérsia, que acabou sendo conquistada por Alexandre Magno (331 aC.).
A Média foi conquistada pela Pérsia (549 aC.) e tornou-se província desse novo império. Os medos
contribuíram para a queda da Babilônia. A influência dos medos foi tão grande no império persa que podemos
encontrar uma expressão corrente desse tipo: os “medos e persas”. Uma tribo dos medos, os magos, tinha
posições religiosas especial, semelhantes à dos levitas em Israel (Jr. 25:25; 51:11, 28; Dn 5:28). O profeta
Daniel esteve na corte persa. A rainha Ester casou-se com um rei persa. Neemias foi copeiro de um rei persa.
O povo voltou a Israel, com permissão de um rei persa, juntamente com Esdras.
Ásia Menor
A expansão dessa região está ligada à Grécia, à Itália e à Espanha. Os gregos entraram em cena
ativamente no período interbíblico, por causa das conquistas de Alexandre Magno, Atenas e Esparta eram as
principais cidades gregas. No tempo de Alexandre, a língua grega tornou-se universal. A religião grega era
politeísta e dissociada da vida moral. Com o Império Romano, com sede em Roma (Itália), foram admitidas
todas as religiões encontradas sob seu domínio, exigindo-se apenas que se submetessem à autoridade do
imperador romano, muitas vezes considerado divino.
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A Grécia é uma região pobre e rochosa. Havia pouca terra fértil e, por isso, os gregos se tornaram
aventureiros e navegadores. Importavam alimentos e fundaram novas cidades, principalmente na Ásia Menor.
No quinto século antes de Cristo, a cidade mais famosa era Atenas. Os atenienses tornaram-se ricos e
poderosos, construíram muitos templos magníficos, dentre eles o Partenon, que permanece até hoje. De
Atenas saíram grandes filósofos, escritores e poetas, como: Péricles, Sócrates, Platão, Sófoles, Eurípides, entre
outros, famosos até hoje.Os gregos eram inteligentes, ativos, amantes da liberdade, das artes e da literatura. A
cada quatro anos, as cidades se encontravam em Olímpia, ao sul da Grécia, para os jogos olímpicos. A língua
grega tornou-se o idioma oficial de toda a região do Mediterrâneo. Até os judeus sofreram sua influência, de
modo que o Antigo Testamento foi traduzido para a língua grega, numa cidade chamada Alexandria, no Egito.
Esta tradução é a Septuaginta. Quando os romanos conquistaram a Grécia, apropriaram-se de sua língua e de
sua cultura.
O Novo Testamento menciona, por diversas vezes, os gregos. As cidades onde o apóstolo Paulo
desenvolveu seu trabalho possuíam características gregas, embora submetidas ao império romano. Em Atenas,
Paulo apresentou-se perante o tribunal do Areópago para expor suas idéias, enfrentando dois grupos principais
de pensadores: os estóicos e os epicureus (At.17:16-31). Paulo afirmou, aos coríntios (gregos), que os gregos
buscam a sabedoria e que o evangelho era loucura para eles (1Co. 1:22-23).
Roma, na Antiguidade remota, era uma pequena cidade da Itália central. Expandiu-se, por meio das
guerras e das alianças feitas: garantia aos aliados o direito de cidadania romana. Construíram estradas para
unificar a Itália. Os romanos eram práticos, trabalhadores e disciplinados. Uma importante cidade conquistada
fora da Itália foi Cartago, que controlava as rotas marítimas e o comércio do Mediterrâneo ocidental. Depois,
destruíram Corinto, dominando a Grécia. Tornou-se uma potência mundial e sofreu grandes mudanças:
deixaram-se influenciar pela cultura grega e a ambição começou a gerar guerras civis. Em 63 aC., Otaviano
tornou-se de fato o primeiro soberano do império romano, pois cessaram as guerras, houve a unificação do
Mediterrâneo sob um governo pacífico. Com isso, as viagens tornaram-se seguras, fosse por mar ou por terra.
Ele recebeu o título de Augusto. Morreu em 14 dC., sendo substituído por Tibério (14-37 dC.).Foi nesse
período que nasceu, cresceu e morreu Jesus.
Topografia
Crescente fértil é o nome dado ao cinturão de territórios bem irrigados, que se estende desde o Egito
(inundações do Nilo) até as terras férteis e ricas de água da Mesopotâmia, com seus dois grandes rios, o Tigre
e o Eufrates. É basicamente esta região que chamamos de terras bíblicas do Antigo Testamento. Ali,
localizam-se os principais montes, rios e desertos estudados na Geografia bíblica.
Parte dos montes fora da Palestina está na Península do Sinai. Nessa região, Moisés passou quase toda
sua peregrinação. Foi ali, inclusive, que Deus flava com Moisés e, mais tarde, com Elias ( os dois apareceram
ao lado de Jesus, no Monte da Transfiguração). No Monte Sinai, Moisés recebeu as tábuas da Lei, incluindo
os Dez Mandamentos, o cerimonial religioso, a orientação para o tabernáculo, para o sacerdócio, para a vida
comum. Ali o povo recebeu as leis civis para organizá-lo em nação. No Monte Horebe aconteceu o episódio
da sarça ardente, quando Deus revelou-se a Moisés, onde também Deus aparece a Elias e fala com ele,
revelando-lhe que muitos joelhos não haviam se dobrado a Baal.
O ponto culminante, entre o Líbano e a Síria, é o Monte Hermon, com cerca de 2.750 m de altitude. É
citado muitas vezes no Antigo Testamento (Js. 12:1; Sl. 42:7; 133:3). Durante a maior parte do ano, é coberto
pela neve e é uma das fontes principais do Rio Jordão. Em suas proximidades está a cidade de Cesaréia de
Filipe. Possivelmente, a transfiguração de Jesus tenha sido nesse monte. Entretanto, a partir do século IV, o
alto monte foi identificado com Monte Tabor, de 600 m de altitude (Mt. 17:1-8)
Principais Cidades
Antioquia da Síria
De localização fora da Palestina, é a cidade mais citada no Novo Testamento. Seu nome significa
cidade de Antíoco, denominação usada por seis soberanos da dinastia Selêucidas. Era capital da província da
Síria, renomada por sua cultura e uma das maiores cidades do mundo daquela época, logo depois de Roma e
Alexandria. Havia mais quinze cidades com esse nome. Possuía um porto marítimo e uma comunidade judaica
muito importante. Parece que os cristãos, por causa da perseguição a Estevão, em Jerusalém, refugiaram-se
em Antioquia e anunciaram o evangelho aos judeus e aos tementes a Deus. Barnabé foi enviado para lá a fim
de dinamizar ainda mais a pregação. Em Antioquia, os discípulos foram chamados pela primeira vez de
cristãos (At.11:26). Dali partiram Paulo e Barnabé e outros companheiros para levar o evangelho às regiões da
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Ásia Menor(At. 13:1). A igreja nessa cidade foi a base de apoio de Paulo em sua missão aos gentios.Nos
primeiros séculos, a cidade continuou sendo muito importante para o cristianismo.
A outra Antioquia, da Pisídia, cidade grega da Ásia Menor (atual Turquia), abrigava uma importante
colônia judaica. Paulo e Barnabé estiveram lá em sua primeira viagem missionária. Dois ou três anos mais
tarde, Paulo visitou novamente a cidade, na sua segunda viagem missionária.
Atenas
Capital da Grécia moderna tornou-se importante a partir do século VI aC. E atingiu seu apogeu no
século V aC., quando foram construídos grandiosos monumentos públicos, inclusive o Partenon. Era modelo
de democracia e centro das artes, atraindo teatrólogos, Historiadores, filósofos e cientistas de toda a Grécia.
Os filósofos eram numerosos, sendo os estóicos e epicuristas (ou epicureus) as principais escolas. Na
Acrópole, o Partenon dominava a cidade do alto de suas colunas Nos cruzamentos e nas ruas, espalhavam-se
altares a inumeráveis divindades. Atenas é mencionada pela primeira vez em Atos. Paulo, em visita à cidade,
encontrou-se com os judeus, com os tementes a Deus e, na Agora (praça pública), dirigia-se às pessoas para
lhes falar da salvação. Os filósofos o levaram ao Areópago, onde funcionava um célebre tribunal, que julgava
o valor das idéias e doutrinas, para ouvi-lo (At 17:23-28). Quatro séculos antes, Sócrates havia sido
condenado à morte por esse tribunal.
Babilônia
Provavelmente fundada em 3.000 aC., ficava às margens do Rio Eufrates, 80 Km ao sul da moderna
Bagdá. Foi um importante centro econômico, político e religioso. Em torno de 1750 aC., um dos seus
primeiros reis, Hamurabi, mandou inscrever sobre uma pedra um grande código de leis, que é interessante
comparar com as leis dadas a Moisés. Arqueólogos descobriram Ninrode, a cidade bíblica de Calné (Gn.
10:10). Em Árabe, chama-se Teel-el-Muqqyyar. É uma elevação de cerca de 40 m de altura, construída por
meio de plataformas, tendo no cume um santuário. Pode referir-se a Babel. Possuía enormes pirâmides em
cujo topo havia santuários dedicados aos deuses, um dos quais era Marduque.
Os judeus foram levados cativos para a Babilônia em 597 e 586 aC., Daniel conviveu com
Nabucodonosor e tinha razão ao ver o reino babilônico como um colosso com pés de barro. A cidade estava
protegida por muralhas duplas de três e 7 m de largura. Seus jardins suspensos foram considerados uma das
sete maravilhas do mundo antigo: seus terraços, em níveis diferentes, com palmeiras e outras árvores e
plantas, davam clima décor e viço a uma região monótona. Caiu com a invasão dos persas, em 539 aC. Foi
conquistada por Alexandre Magno, em 330 aC.
Cades Barnéia
É mencionada na campanha de Codorlaomer e seus aliados, no tempo de Abraão (Gn. 14:7; 16:14). O
povo permaneceu acampado durante muito tempo ali (Dt. 1:46). A partir deste local, houve tentativas de
penetração na terra prometida, tendo como protagonistas os famosos exploradores (Nm. 13-14; 36:33). É
mencionada como o ponto que marcou o fronteiro sul de Israel (Js. 10:41; 15:23).
Corinto
Fora construído no século VIII aC. Seus dois portos importantes: Cêncreas e Lechaion ocupavam boa
posição para o comércio. Era dominada pelo acrocorinto, rocha íngreme sobre a qual se elevava a Acrópole.
Cidade de pessoas com costumes libertinos possuía muitos escravos. No seu apogeu, o templo de Afrodite
tinha mais de mil prostitutas. As prostitutas sagradas e uma grande população flutuante contribuíram para dar-
lhe a fama de cidade imoral. No tempo de Paulo, não era mais assim, mas havia prostituição nos dois portos.
Durante sua segunda viagem missionária, Paulo passou dezoito meses ali e fundou uma igreja, à qual escreveu
pelo menos duas cartas(At. 18:1-11) e 2 Coríntios. Uma inscrição a respeito comprova que havia uma
sinagoga em Corinto. Além de Paulo, Apolo pregou nesta cidade.
Damasco
Capital da Síria estava situada junto ao Hermon, à beira do deserto da Síria. Já era famosa no tempo
de Abraão (Gn. 14:15) e muitas vezes é citada no Antigo Testamento. Davi subjugou a cidade (II Sm. 8:5-9-
8), mas, durante o reinado de Salomão, Israel perdeu a cidade ( I Rs. 11:24-25). Nesse tempo, Damasco
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tornou-se independente e consolidou-se sob uma dinastia de reis poderosos ( I Rs. 11:23; 15:18) que,
freqüentemente lutavam contra Israel e Judá para controlar as rotas do Egito e da Arábia. Depois, os assírios
transformaram Damasco numa de suas províncias. Deus mandou Elias para Damasco para ungir a Hazael, rei
da Síria; a Jeú, rei de Israel; e a Eliseu, profeta em seu lugar. Era terra natal de Naamã, que procurou Eliseu
para ser curado. Isaias predisse sua destruição (Is. 17).
Damasco foi subjugada por Babilônia, pelos persas e por Alexandre, o Grande. Havia ali uma
importante colônia judaica. Logo surgiu uma comunidade cristã importante, tanto que Saulo se dirigia para lá,
a fim de prender os cristãos e levá-los para Jerusalém (At. 9:2). Das muralhas desta cidade, Paulo fugiu dentro
de um cesto de vime.
Éfeso
Era capital da província romana da Ásia Menor. Em Éfeso encontrava-se uma das sete maravilhas do
mundo: o templo de Ártemis, quatro vezes maior que o Partenon de Atenas, A estátua dessa deusa, ainda hoje,
é famosa: uma mulher com muitos seios, trazendo consigo os seres celestes, marítimos e terrestres. As festas
em homenagem a ela, no período entre março e abril, atraiam multidões. Por conta disso, o teatro, de 24.000
lugares, ficava repleto. Os arqueólogos desenterraram extensas ruínas de Éfeso, inclusive uma rua
pavimentada, ladeada de colunas e o belo arco da entrada do templo, dedicado ao imperador Adriano.
No tempo de Paulo, Éfeso possuía ruas pavimentadas de mármore, banhos públicos, bibliotecas, um mercado
e o teatro. Ficou famosa também pelo surgimento de escolas do pensamento pré-socrático. Seu filósofo mais
famoso foi Heráclito, sacerdote daquele templo.
Éfeso era importante centro econômico, religioso e cultural. Muito cedo, o evangelho foi ali
anunciado por Apolo. Mais tarde, Paulo confirmou os irmãos, impondo-lhes as mãos para que recebessem o
Espírito Santo (At. 19:1-7). Priscila e Áquila completaram os ensinamentos daqueles cristãos. De Éfeso, Paulo
escreveu as duas cartas à igreja de Corinto. Quando Paulo partiu, Timóteo ficou ali para ajudar a igreja. Paulo
também escreveu uma carta aos cristãos de Éfeso. Depois da morte de Paulo, Éfeso continuou sendo uma
comunidade importante para o cristianismo ( Ap. 2:2-4).
Esmirna
Cidade portuária, atualmente é Izmir, na Turquia. Na época do Novo Testamento, era uma bela
cidade, com esplêndidos edifícios públicos, entre os quais um templo em honra de Tibério, onde se praticava o
culto ao imperador. Uma das sete cartas de apocalipse é endereçada aos cristãos dessa cidade ( Ap. 2:8-11).
Ezion-Geber
Cidade portuária no golfo de Acaba, próximo a Élate, onde os israelitas acamparam quando
peregrinavam em direção à terra prometida. No tempo da monarquia de Israel, mais tarde, Salomão favoreceu
o comércio ao construir o porto de Esyón- Guéber, onde enviava navios a Ofir ( na costa da Arábia ou na costa
africana da Somália). Era a base para sua frota mercante do Mar Vermelho. Este porto foi destruído, mas
Josafá, rei de Judá, controlou Edom e reconstruiu o porto. Por fim, a cidade caiu sob o domínio dos sírios
(Nm. 33:35-36; Dt. 2:8; I Rs. 9:26-27; II Rs. 16:6)
Filadélfia
Cidade da província romana da Ásia (moderna Alashehir, na Turquia ocidental). É uma das sete
igrejas do Apocalipse ( Ap. 3:7-13).
Laodicéia
Cidade do vale do Lico, na atual Turquia ocidental. A região produzia medicamentos. Era famosa
pelos seus oculistas e colírios. A cidade era abastecida com água de uma fonte termal situada a certa distancia.
A carta de Paulo aos colossenses era dirigida também aos cristãos de Laodicéia. Provavelmente, a comunidade
foi fundada quando Paulo se encontrava em Éfeso ( Cl. 2:1; 4:13-16; Ap. 3:14-22).
Nínive
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A data da sua construção é antiqüíssima. A Bíblia apresenta Ninrode, o caçador, como aquele que a
fundou, às margens do rio tigre, na foz do pequeno afluente hoje conhecido como Khosr. Desde
aproximadamente 2.300 aC., a cidade teve um templo dedicado à deusa Ishtar. Em 1300 aC., Salmanesar
construiu seu palácio em Nínive e mudou a capital de Assur para lá. Vários reis tiveram ali seus próprios
palácios. Senaqueribe reconstruiu e ampliou a cidade. Os relevos esculpidos nos muros do seu palácio
mostram suas vitórias, inclusive o assédio de Laquis, em Judá. Assurbanipal, seu último e maior imperador,
colecionava todos os documentos caldeus e assírios, dos quais existem, atualmente, trinta mil volumes,
guardados no Museu Britânico. Dentre eles, a Epopéia de Gilgamés (história do dilúvio) e o Enuma Elish
(epopéia da criação). Foram os medos que tomaram Nínive, em 605 aC., Jonas foi enviado por Deus a Nínive
para salvá-la. Naum profetizou contra ela. Tobias viveu ali com sua família (Gn. 10:11; II Rs. 19:36; Jn. 1:2;
Na. 1:1; Lc. 11:30)
Pérgamo
Capital administrativa da província romana da Ásia (hoje Turquia Ocidental). O primeiro templo
dedicado ao imperador Augusto foi construído ali em 29 aC. Era também centro dos cultos pagãos a Zeus,
Atena e Dionísio, havendo um centro de curas ligado ao templo de Esculápio (quarto grande culto pagão).
Uma das cartas do Apocalipse é endereçada aos cristãos daquela cidade. A frase: “ onde está o trono de
Satanás”, talvez se refira ao culto ao imperador ( Ap. 2:12-16).
Roma
Naquele tempo, Roma era o centro do mundo, cidade com mais de um milhão de habitantes, pessoas
vindas de todas as partes do império, muitas das quais moravam em prédios de vários andares superlotados.
Havia também muitos escravos. Os imperadores e os nobres viviam em grande luxo e procuravam manter a
paz, importando trigo do Egito e organizando espetáculos públicos cruentos em que homens ou animais
lutavam até a morte. A cidade atraía riquezas, mercadores, escritores e artistas de todo o império.
Governadores como Pilatos, Félix e Festo não mostravam qualquer interesse pelas questões de fé
discutidas entre os judeus e os cristãos. Mesmo assim, havia alguns romanos sinceros: Jesus elogiou a fé de
um centurião romano ( Lc. 7:1) e Pedro pregou a Cornélio, outro oficial romano que se converteu (At. 10-11).
Herodes, o Grande, filho de um idumeu, recebeu do Imperador Augusto o reinado sobre a Palestina. Com isso,
os judeus podiam viver sua religião com liberdade e exercer sua própria justiça. A situação entre Roma e
Jerusalém, até o ano 70, era relativamente boa. Os cristãos cedo chegaram à cidade e a igreja se desenvolveu
rapidamente.Áquila e Priscila foram expulsos de Roma pelo imperador Cláudio, indo a Corinto, onde se
encontraram com Paulo. O apóstolo Paulo Chegou a Roma, pela primeira vez, em 61, onde ficou dois anos
sob custódia e de onde escreveu cartas a algumas igrejas. Em 64 dC., quando Roma foi incendiada, Nero
culpou os cristãos por esse acontecimento e mandou matar a muitos. Ali, Pedro foi morto e Paulo decapitado.
Após a queda de Jerusalém, os cristãos enfrentaram novos problemas com Roma: O imperador Domiciano (
81-96), queria ser adorado como deus, coisa inaceitável para os cristãos. Então, veio a perseguição. Nesse
período, foi escrito o livro de apocalipse, para animar os cristãos perseguidos.
No decorrer da história cristã, por diversas razões, Roma tornou-se a sede do principal bispado, dentre
outras cidades importantes da Antiguidade. Permaneceu com a hegemonia da Igreja Católica Ocidental ou
Romana, estando ali o Estado do Vaticano (At. 2:10; 18:2; 19:21; 28:14-31; Rm. 1:7,15; II Tm. 1:16,17; Ap.
17:5-18)
Sardes
Cidade da província romana da Ásia ( moderna Turquia), situada na junção de duas grandes vias
comerciais. Era centro de florescente indústria de tinturaria e lanifício. Outrora Sardes fora a capital do reino
da Lídia que, em determinado período, foi governada pelo famoso Creso. As primeiras moedas de ouro e prata
foram cunhadas em Sardes. ( Ap. 3:1-6).
Sucote
Hoje, Tell Deir’ Allah. Foi citada antes do Êxodo como um dos lugares em que havia uma colônia
hebraica que trabalhava para os egípcios. Tratava-se de uma fortaleza que guardava o caminho do deserto.
Toda essa região deve ter sido a terra de Gósen, citada no livro de Gênesis como um lugar de estabelecimento
dos hebreus.
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Sucote foi a primeira cidade por onde passaram os hebreus quando saíram do Egito ( Ex. 12:37; 13:20;
Nm. 33:5-6). Existiu também uma Sucote no vale do Jordão, incorporada ao território de Gade. Jacó
permaneceu ali por algum tempo. Quando do período dos Juízes, o povo desse lugar recusou-se a fornecer
provisões a Gideão e seu exército. Por esse motivo, Gideão voltou e puniu as autoridades da cidade ( Js.
13:24-27; Gn. 33:17; Jz. 8:4-16).
Tiatira
Cidade da província romana da Ásia(moderna Akhisar, na Turquia ocidental) era centro de indústrias
de tinturaria, confecções, cerâmica e bronze. Lídia, de Tiatira, que se tornou, cristã depois de encontrar-se com
Paulo em Filipos, era comerciante de púrpura. Uma das sete cartas do Apocalipse foi dirigida aos cristãos de
Tiatira ( At. 16:14-15; Ap. 2:18-29).
Ur
Ou Orfah, também chmada Edessa, foi a terra de Abraão. O estilo de vida de Abraão parece
enquadrar-se bem na época de 2000 aC.. A cultura da cidade era bem avançada para aquele tempo. As
informações que teos sobre sua antiguidade nos levam a 7.000 aC. De lá partiram os pioneiros para povoar o
mundo, depois do episódio da torre de Babel. Os reis viviam em opulência, segundo escavações realizadas no
local, foi encontrada ali uma grande torre-templo (zigurate) para a deusa Lua, chamada Nanar ou Sin. As casas
eram bem construídas, planejadas de acordo com o clima, e dotadas de drenagem adequada. Foram
encontradas milhares de tabuinhas de argila. Esses materiais ilustram a história e a vida da cidade, descrevem
a prática do comércio com lugares distantes, questões familiares e atividades intelectuais.
Antigos Habitantes
Origem dos povos.
Depois do dilúvio, Noé profetizou acerca do destino e distribuição dos descendentes de seus três
filhos: Sem, Cão e Jafé (Gn. 9:25-27). Os jefetitas se dirigiram para o Ocidente, povoaram todas as ilhas do
Mediterrâneo, a Europa e parte da Ásia. Hoje, estão espalhados pelos quatro cantos da terra, detendo a cultura
mundial, desenvolvendo as artes, as indústrias e as ciências. Os descendentes de Cão se espalharam pela
Etiópia, Egito, imediações do Mar Cáspio.
Cuxe, filho mais velho de Cão, foi pai de Ninrode, chefe da primeira coligação de povos da
Mesopotâmia. Canaã, o filho mais novo de Cão, foi pai dos cananeus, dos fenícios e de outros pequenos povos
destruídos pelos semitas.
Hete, um dos filhos de Canaã, deu origem aos heteus, um império perdido cuja literatura decifrada
esclareceu muitos pontos obscuros da antiga civilização. Os descendentes de Sem deram origem aos assírios,
aos caldeus, aos hebreus, lídios, arameus.
Habitantes da Palestina
Amalequitas (Nm.24:20)
São citados diversas vezes no Antigo Testamento. Travaram muitas batalhas com os israelitas, sendo a
primeira na região do Sinai, durante o Êxodo (Ex. 17:8-16). Os Amalequitas foram um espinho na carne dos
israelitas e seus inimigos mortais.
Amonitas
Eram aparentados com os israelitas por meio de Ló, e não se opuseram à sua marcha rumo à Terra
Prometida. Atacaram-nos depois, no tempo dos juízes e do rei Saul.Daví tomou a capital dos amonitas, atual
Amã, assumindo o controle do país. Salomão deixou-se influenciar pela religião dos amonitas e seguiu a
Milcon, deusa do povo ( I Rs. 11:5). Após o exílio, o amonita Tobias interferiu na obra de Neemias ( Ne. 4:3)
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Cananeus
Estavam espalhados pelo território distribuído entre as tribos de Manasses, Efraim, Zebulom, Aser,
Naftalí e Dã. Nunca foram exterminados pelos israelitas (Jz. 1:30-36; 3:1-6). Muitos séculos depois da
ocupação da terra, são mencionados nas Escrituras, por ocasião do recenseamento feito por Davi (II Sm.
24:7).Casaram-se com os os israelitas ( I Cr. 2:3). Um dos apóstolos era cananeu (Mt.10:4). Receberam
benefícios diretos de Jesus durante seu ministério (Mt. 15:21-28).
Os principais portos eram Tiro, Sidom, Beirute e Biblos, de onde exportavam-se madeiras de cedro,
óleo, vinho e outras mercadorias para o Egito, Creta e Grécia. A língua dos cananeus era semelhante à
hebraica e, talvez fosse a mesma.
Edomitas (Nm. 20:14-21)
Habitavam no Monte Seir (Gn. 32:3). Eram, também, parentes chegados dos israelitas, descendentes
de Esaú. Alguns eram comerciantes e outros, trabalhavam nas minas de cobre e na agricultura. Durante o
Êxodo, recusaram passagem pelo seu território (Nm. 20:18-21). No período dos juízes, chegaram a invadir o
território de Israel. Somente durante o reinado de Davi foram dominados. Mas durante o reinado de Salomão
ganharam a independência ( II Sm. 8:13-14; I Rs. 11:14-22). Salomão utilizava seu porto no Mar Vermelho,
Eziom-Geber ( Élate). No período macabeu, fizeram nova investida contra Israel, chegando a penetrar até
Betzur, território de Judá, mas foram repelidos pelos macabeus. Houve várias profecias contra eles ( Is. 63:1-
6; Ez. 25:12-14; Am. 1:11-12; Ob. 1; Ml. 1:1-5). Herodes, o Grande, que reinou quase quarenta anos sobre a
Palestina, era um mestiço de edomita e judeu, natural da Iduméia.
Fenícios
Uma das mais antigas cidades era Biblos, onde se desenvolvia grande comércio marítimo, por volta do
século XVIII aC. . Nos dias de Salomão, a Fenícia fornecia madeira de lei, ourro e artesãos habilitados para a
construção do templo e dos palácios em Jerusalém, além de marinheiros e navios para a frota real. Depois da
divisão entre os reinos do Norte e do Sul, a Fenícia manteve a supremacia dos mares por muito tempo. O rei
Acabe casou-se com a filha de um rei de Sidom e a religião fenícia entrou em Israel: adoração a deuses
estranhos, como Baal (I Rs. 16:29-34). Quando Elias teve de fugir para o estrangeiro, provavelmente dirigiu-
se a Tiro, cidade considerada o empório do mundo. Em seu mercado, uma espécie de feira internacional de
amostras, havia artigos de todas as partes do mundo (Ez.27). Jesus também visitou os lados de Tiro e sidom e
ali curou a filha da mulher siro-fenícia. Também falou do julgamento final daquelas cidades (Mt.15:21-28;
Mt.11:21-22). A antiga Fenícia corresponde ao atual Líbano.
Filisteus (Gn. 10:14)
O nome Palestina deriva-se de Filístia. No tempo dos juízes até os dias de Davi, os filisteus
representavam uma ameaça a Israel. Seu território era dividido politicamente em cinco partes, cada uma com
sua capital, sendo Asdod a capital federal da confederação. Parece que eram de linhagem semita e não grega,
pois traziam as características e crenças religiosas dos semitas. O Antigo Testamento dá nomes semíticos aos
deuses filisteus: Dagon, Baalzebub, Astarte.
Os filisteus foram os mais ferrenhos inimigos de Israel e nunca foram completamente vencidos, por
causa do enfraquecimento moral e espiritual de Israel.. Sansão foi um dos juízes que lutou contra eles. O
gigante Golias, com quem se confrontou o jovem Davi, era filisteu.
Gibeonitas
Também chamados de heveus, eram ainda conhecidos como amorreus, descendendo da mesma
linhagem Cananéia, isto é, do ramo camita. São inúmeros os acontecimentos históricos relacionados com
Gibeão e referidos na Bíblia ( Js. 21:17; 2:12; 20:1-13; I Rs. 3:1-15; Ne. 7:25)
Girgaseus (Gn. 15:19-20)
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Na Bíblia, são citados como um dos habitantes da Palestina por ocasião da conquista da terra (Gn.
10:16; Dt. 7:1). Provavelmente, ocupavam uma região à margem ocidental do Jordão, pois foi perto de Jericó
que os israelitas os encontraram pela primeira vez (Js.24:1).
Heteus ou Hititas (Ex. 3:8)
Eram habitantes da Palestina quando Abraão ali chegou(Gn. 15:20-22). Ocupavam também a Ásia
Menor, onde se encontram monumentos erguidos por eles. Possivelmente, foi entre esse povo que se verificou
o acontecimento narrado em Atos 14:11-18. Travaram algumas lutas com o Egito, com Israel e com a Assíria.
Eles também desenvolveram sua própria escrita hieroglífica. Não foram totalmente expulsos pelos israelitas,
pois encontramos referências a eles no tempo de Davi. Urias era heteu ( I Sm. 26:6; II Sm. 11:3).Salomão
casou-se com diversas princesas hititas para estender seu domínio e conservar a paz com o povo; depois do
cativeiro ainda estavam lá (Ed. 9:1). De 1500 a 700 aC., desempenharam um papel importante na história da
Ásia Menor e da Síria. O império hitita desapareceu sob os ataques dos “povos do mar” (filisteus).
Jebuseus (Gn. 10:16)
Habitavam em Jerusalém e na região montanhosa que se chama Jebus (Gn. 15:21), pois seus
colonizadores foram os filhos de Jebus. Era um povo muito forte e possuía na vizinhança de Jerusalém, uma
grande fortaleza, que só no temo de Davi foi destruída ( Jz. 1:8; 15:8; II Sm. 5:6-16). Apesar de os israelitas
terem dominado a região, os jebuseus não foram completamente dizimados. A área em que Salomão erigiu o
templo foi comprada por Davi de um jebuseu ( II Sm. 24:18-26; II Cr. 3:1).
Midianitas (Gn. 25:2)
Descendiam de Mídiã, um dos dois filhos de Abraão com Quetura. Quando Moisés fugiu para a região
de Mídia, e ali permaneceu durante quarenta anos, acredita-se que ele tenha preferido esta região em virtude
do parentesco com seu povo. Supõe-se que habitavam o dserto de Parã e a região do Sinai, pois antes de
morrer Abraão separou os filhos de Quetura e os mandou para o Oriente (Gn. 25:1-11). Dedicavam-se
especialmente ao comércio e foram esses mercadores que venderam José para o Egito (Gn. 37:25,28,36). Foi
o ultimo povo com o qual Moisés lutou antes de ser chamado por Deus (Nm. 31:1-2). No período dos juízes,
habitavam no lado oriental do rio Jordão. Chegaram a invadir a Israel e a praticar vários atos de vandalismo.
Foi por esse tempo que surgiu Gideão com seus 300 valentes e desbaratou o numeroso acampamento
midianita. Depois da estrondosa vitória de Gideão, não voltaram a invadir o território de Israel ( Is. 9:4; Sl.
83:9)
Moabitas
Ocupavam a região de Moabe, lado ocidental do Mar Morto. Eram descendentes de Ló (Gn. 19:37) e
parentes dos israelitas. Talvez, por causa deste parentesco, Moisés não quis guerrear contra leles, quando
passavam pelo deserto (Dt. 2:9). Alarmados com a aproximação dos israelitas, Balaque, rei de Moabe,
mandou chamar Balaão para maldizer os filhos de Israel (Nm. 22:2-6). Por causa disso, os israelitas ao
permitiram sua entrada na congregação, mesmo depois da décima geração (Dt. 23:3-6). Houve conflitos entre
os moabitas e os israelitas, ao longo de sua história. Os profetas os consideravam inimigos do reino de Deus e
contra eles profetizaram (Is. 15 e 16; Jr. 9:26; 25:21; Ez. 25:8-11; Am. 2:1-2; Sf. 2:8-11).
A história de Noemi e Rute, a moabita, revela a amizade que havia entre os dois povos, apesar das lutas e
desentendimentos ( Rt. 1:1-18). No tempo de Davi, pagaram-lhe tributos. Sua fé num deus que agia na história
era semelhante à fé de Israel (Nm. 21:10-15; Jz.11:17; I Sm. 14:47; II Sm. 8:2,12; II Rs. 13:20).
Perizeus ou Ferezeus (Êx. 3:8)
Habitavam nos lugares montanhosos (Js. 11:3). Suas cidades não eram muradas e sua principal
atividade era agricultura. Estavam espalhados entre os cananeus, entretanto, as regiões que ocupavam não são
bem definidas pelas informações disponíveis (Gn. 13:7; 34:30). Quando os israelitas voltaram do cativeiro,
ainda havia perizeus na terra (Ed. 9:1; Ne. 9:8).
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Relevo e Hidrografia
Região internacional por excelência, cuja extensão territorial era de cerca de 30 mil km² ( um pouco
maior que o Estado de Sergipe). O seu aspecto é mais ou menos retangular, medindo 250 km por 120 km.
Esses 30 mil km² compreendiam Terra Prometida, repartida entre as tribos, mas nunca conquistada em sua
totalidade. Ao ser dominada pelo povo de Israel, abrangia também a Jordânia, pequena parte do Líbano e da
Síria.
A geografia regional reconhece sete regiões naturais principais da Palestina:
1. Região Montanhosa Central
As capitais de Judá e Israel estavam todas localizadas nessas montanhas, pois constituíam bons pontos de
defesa. A maior parte é utilizada para pastagens de animais. A região montanhosa prolonga-se até o noroeste,
culminando com o monte Carmelo, que corta em duas a planície costeira.
2. A Planície de Yireeel ou Esdrelon
Desde a baía de Haifa, ao norte do Monte Carmelo, até o Vale do Harod, afluente do Jordão, estende-se a
planície. Hoje constitui a zona agrícola mais fértil do moderno Israel. Ali está o Rio Quison. Sísera perdeu
seus carros e foi obrigado a fugir a pé, desse local (Jz. 4:15)
3. A Galiléia
Ao norte da planície de Yisreel, volta à cadeia montanhosa interrompida e avança para o norte, elevando-se
gradativamente. São patamares, degraus de escada, onde os mais inferiores são bacias férteis.
4. A Planície Costeira ou dos Filisteus
Davi conseguiu controlar a costa por algum tempo, mas, na maioria da história de Israel, foram os filisteus
que, a partir de suas cinco cidades, fizeram pressão em direção ao planalto central. Naquela época era apenas
uma faixa de dunas de areia, misturada com bosques, lagunas e pântanos.
5. A Sefelá ou Área ao Pé dos Montes
Entre a planície costeira e o planalto central há uma zona de colinas baixas, outrora cobertas de florestas e
sicômoros. Sempre foram teatro de constantes lutas. A maioria de suas estradas era fortificada ou vigiada.
6. O Vale do Jordão
O Rio Jordão corre para o sul, atravessando o mar da Galiléia. Depois, entra num profundo vale, escavado
ainda mais pelo rio, coberto por uma vegetação densa semelhante a um jângal. Esse vale é bastante sinuoso e
escarpado, o que torna sua travessia bastante difícil, mas as pontes modernas facilitaram a travessia. O vale do
Jordão é uma depressão geológica. São duas falhas paralelas da crosta terrestre.
7. A Transjordânia
É uma região montanhosa, semelhante à ocidental, porém mais elevada. A área é rica em água e fornece
ótimas pastagens para grandes rebanhos. Houve tempo em que o rei de Moabe pagava, como tributo anual a
Israel, 100 mil cordeiros e a lã de 100 mil ovelhas (II Rs. 3:4). As montanhas sobem a 700 m ao Leste da
Galiléia para quase 2.000 m ao Leste e ao Sul do Mar Morto.
Montes e Vales
Vale e Montes são a topografia característica da Palestina. Destaca-se o vale de Hinom, que faz
fronteira com Jerusalém pelo lado Sul. O rochedo da cidade está encravado entre dois vales: o Vale do Hinom
e o Vale do Cedron. Hinom deve ter sido um dos proprietários do local. Esse vale é um barranco profundo,
largo no princípio e cada vez mais estreito no fundo. Marcava a fronteira entre Judá e Benjamim. Esse vale
trazia más recordações ao povo. Alguns reis de Israel haviam colocado vários altares a deuses estranhos e
nesse vale, em épocas de decadência espiritual.
Acaz e Manasses queimaram seus próprios filhos num local chamado Tofet. Jeremias profetizou
contra esse lugar ( Jr. 7:31-33). Josias transformou o vale em ossário e lixeira. No tempo de Jesus, a função
desse vale continuava a mesma: lixeira municipal de Jerusalém, onde um fogo contínuo consumia os
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cadáveres de animais e outros detritos. Por causa dessa figura eloqüente, Jesus associou o vale ao próprio
inferno (Mt. 18:9).
A Transjordânia fica a Leste do Jordão. Entre as nascentes do Jordão e a margem Sul do lago de
Genesaré, ficam as colinas de Golán.
No grupo transjordânico, estão os montes ligados à vida de Jacó, na região de Gileade, com destaque
ao monte Gileade. Ao norte, temos o Moabe e ao sul, os montes: Pisga, Nebo, Peor e Glaad. No monte Peor,
Abrão teve a visão da terra prometida. Foi nos montes Nebo e Pisga que Moisés também contemplou a terra
prometida. A tradição localiza o monte Nebo no pico que hoje tem o nome de Rãs el-Syaguh, a noroeste de
Mádab (771 m), de onde se tem uma esplêndida visão do vale do Jordão e da Cisjordânia.
Os principais montes palestínicos são:
1. Monte Tabor
Localiza-se a sudoeste da Galiléia, logo acima das ramificações do Vale do Armagedom. Sua altura máxima é
de 588 m. Fica próximo à planície de Yisreel, do lago de Tiberíades e do grande cruzamento de Beth-Shéan.
Essa localização lhes deu importância e ficou célebre no Antigo Testamento, principalmente no tempo dos
juízes de Israel. Nos dias da juíza Débora, Baraque reuniu seus homens sobre o monte e surpreendeu os
filisteus aos gritos, deixando-os em pânico e vencendo-os. Tabor ficou na memória do povo como símbolo de
vitória, tanto que Jeremias e Oséias a ele se referem como o sinal da fidelidade de Deus. No século III da Era
Cristã, a tradição situou o acontecimento da Transfiguração de Jesus no monte Tabor, pois os evangelhos não
localizam o episódio.
2. Monte Carmelo
Localizado na Samaria e ao Sul do vale do Armagedom, é desse monte que o servo de Elias vê a nuvem de
chuva que vinha colocar fim à terrível seca que assolava a terra. Na Bíblia, o Carmelo é a imagem da beleza e
da prosperidade. Sua vegetação era abundante e suas encostas, produtivas. Ali também aconteceu o episódio
com Elias e os profetas de Baal (I Rs. 18:19-21).
3. Monte Gilboa
Localizado ao sul do Vale de Jezreel, foi palco de movimentos militares no tempo de Saul e onde ele morreu.
4. Monte Gerisim e Ebal
Localizados no centro de samaria, um em frente ao outro. São também conhecidos como monte das bem
aventuranças e monte da maldição, respectivamente.Entre ambos há uma pequena planície. No Monte
Gerisim, foi construído um templo, onde eram realizados cultos para que os samaritanos pudessem adorar,
sem precisar ir a Jerusalém.
5. Montes da Judéia
Existem muitos montes nessa região, com destaque para os aglomerados de Jerusalém, onde está o monte
Moriá, que marcou o início da cidade, com a tomada da fortaleza dos jebuseus. Abraão ia sacrificar seu filho
ali. Salomão construiu ali o templo. Sião representava a firmeza para os judeus. No Monte das Oliveiras,
muito ligado ao ministério de Jesus, estava o Jardim do Getsêmani.
6. Gólgota
Conhecido como o “Lugar da Caveira”, é apenas uma rocha a alguns metros acima do solo. Na época de
Jesus, utilizava-se a elevação para execução (crucificação) de pessoas sem cidadania romana ( os cidadãos
romanos eram decapitados). O local permitia que os numerosos viajantes contemplassem o suplício e
aprendessem a lição. A rocha em que Jesus foi sepultado ficava a 40 m dali.
Hidrografia
Os rios da Palestina estão divididos em duas bacias hidrográficas denominadas: bacia do Jordão e
bacia do Mediterrâneo.
O rio mais importante é o Jordão, do ponto de vista histórico, geográfico, político, econômico e
religioso. O Jordão está ligado à vida de grandes personagens, como Jacó, Josué, Elias, Eliseu, Naamã, Davi,
João Batista e Jesus.
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Os afluentes mais importantes do Jordão são os rios Yarmuque e Jaboque ( liga os com o vale de
Jaboque) e o Arnon ( que desemboca diretamente no Mar Morto) – na margem esquerda. Na margem direita,
está o ribeiro de Cedron ( que banha Jerusalém).
O Mediterrâneo é o grande mar que banha a Palestina, a oeste, por toda a região litorânea.
Nos tempos apostólicos, essas estradas serviram para a propagação do evangelho pelos missionários.
O Mediterrâneo também era conhecido como mar Ocidental ou mar Grande.
O Mar Morto é mais um grande lago, conhecido por nomes, como Mar de Ló, Asfaltite ( por causa da
quantidade enorme de betume petrolífero encontrado na região), Mar Salgado (por causa da grande quantidade
de sal em suas águas – 250gramas por litro) e Mar Oriental. É inóspito à vida, em virtude da alta densidade de
suas águas. O seu tamanho é de, no máximo, 85 Km de comprimento por 15 Km de largura, também no
máximo.
O Mar da Galiléia, também conhecido com Genesaré, Tiberíades ou Quinarete, é considerado um
lago. Com 21 Km de comprimento por 12 Km de largura, sua profundidade atinge mais de 40 m. Suas águas
são claras, doces e muito piscosas. O clima ameno e a fertilidade de suas margens contribuíram para o
surgimento de muitas cidades na região, algumas bem importantes, como Cafarnaum, Magdala, Genesaré,
Corazim e Betsaida. A localidade foi palco de acontecimentos importantes durante o ministério de Jesus e
vários fatos relevantes se verificaram na região, como, por exemplo, a vocação dos três apóstolos pescadores,
apaziguamento da tempestade, a multiplicação dos pães, a cura da filha de Jairo e da mulher com fluxo de
sangue, o Sermão do Monte e a pesca maravilhosa.
Clima e Vegetação
A Palestina está numa das pontas daquilo que se chama de “meia-lua fértil”, ou “crescente fértil”.
Trata-se de uma ampla zona do ocidente asiático em forma de meia-lua, cujas pontas estão voltadas para o sul.
As montanhas atraem mais chuvas do que as planícies, pois tendem a reter os ventos portadores de chuva,
impedindo-os que alcancem o interior.
Pela localização de mais ou menos 30º de latitude, o clima corresponde ao Rio Grande do Sul:
temperado brando, mas muito irregular, especialmente por causa dos seguintes fatores: topografia
extremamente acidentada e influência do mar, dos desertos, dos ventos e das chuvas.
Desertos
Os desertos do grupo palestínico eu mais nos interessam são os localizados a oeste, ou em Judá,
conhecidos como: os do Mar Morto ( Maon, Zipah, Jericó, Tápua, Giruel, Betevem e Gabaon) e, mais ao sul,
os do grupo Idumeu e o de Moabe, onde havia um povo estabelecido. Todos esses desertos estão relacionados
com o êxodo e também são do tipo Midbar.
Vegetação
A vegetação também é variável de região para região. Do interior do deserto, indo em direção à costa
e às montanhas, podem ser encontrados mato no deserto, estepes com arbustos e capim, pradarias, florestas de
transição e florestas em níveis mais altos.
Hoje em dia, a maior parte das florestas do Antigo Testamento já desapareceu, pois as regiões foram
desmatadas ao longo dos tempos. Onde cresciam árvores, agora existem campos semeados ou simplesmente
arbustos espinhentos. Somente nos últimos 50 anos começaram a reverter o processo de desflorestamento,
salvando certo número dos famosos cedros do Líbano e de algumas florestas de montanha no norte.
Fauna e Flora
Animais da Bíblia
Arganases
Animais tímidos e pequenos, do tamanho de um coelho, com graciosas orelhas e sem cauda. Vivem
em colônias em regiões rochosas ( Pv. 30:26)
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Bois e Vacas
Já muito antes da chegada de Abraão a Canaã, criavam-se rebanhos de bois e vacas para a produção
de carne, leite e couro. Os bois puxavam o arado do agricultor e sua debulhadeira, para debulhar o trigo. Esses
fortes animais eram atrelados a carroças e carretas. Os bois eram mortos para os sacrifícios do tabernáculo e
do templo. A riqueza de um homem era medida pelo numero de bois e ovelhas que possuía. Basã, a leste do
Jordão, era famosa pelos seus rebanhos ( Gn 1:24; Lv. 1:2).
Camelos
O camelo é capaz de andar vários dias sem beber água. Em viagens normais, transporta cargas de
cerca de 180 Kg, além do cavaleiro. A Bíblia o menciona na história de Abraão, Jacó e Jô. Aos israelitas era
proibido comer sua carne (Gn. 12:16; 30:43:Jô 1:3)
Cavalos
Somente os ricos possuíam cavalos. A posição geográfica do país permitiu a Salomão tornar-se
intermediário no comércio de carros importados de Egito e cavalos da Turquia. O cavalo era “arma” de guerra
e simbolizava poder(Ex. 14:23; Js. 11:4; I Rs. 4:26; Et. 6:8-11).
Cervos e Gazelas
Esses animais foram, para os escritores bíblicos, a imagem da rapidez e da delicadeza. O gamo, a
corça, a gazela e a cabra-montês, cuja cor de areia os torna difíceis de ser percebidos, constituíam importante
fonte de carne (Dt. 12:15; Ct. 2:8-9).
Jumentos e Mulas
O jumento é o herói da história de Balaão. Os jumentos perdidos levaram Saul ao encontro decisivo
com Samuel. Finalmente, Jesus montou em um jumentinho para entrar em Jerusalém (Nm. 22; I Sm. 9:10; Zc.
9:9; Mt. 21:1-11).
Leopardos
Isaías e Jeremias mencionam o leopardo, bem conhecido em Israel nos tempos bíblicos. Sua pele
amarelada com manchas pretas ajuda-o a aproximar-se da vítima sem ser visto, até mesmo em áreas abertas
(Is. 11:6; Jr. 13:23).
Leões
O leões viviam nas densas matas do vale do Jordão, constituindo um perigo para rebanhos e homens.
A força e a coragem dos leões fizeram deles um símbolo de poder, tanto que o próprio Cristo é chamado
“Leão da Tribo de Judá” (I Sm. 17:34-36; Dn. 6:16-24; Ap. 5:5).
Lobos
Predadores ferozes e perigosos, geralmente se alimentam de animais menores, mas também atacam e
matam cervos, ovelhas e até bovinos. A Bíblia chama de “lobos” os chefes cruéis e maus. Jesus descreveu
seus seguidores como “cordeiros no meio de lobos” (Is. 65:25; Mt. 7:15; Lc. 10:3; At. 20:29).
Ovelhas e Cabras
Com a pele das cabras confeccionavam os odres padrão de água. A lã preta de cabra servia para tecer
os fortes tecidos das tendas. A lã das ovelhas era tecida para túnicas e roupas quentes. Ovelhas e cabritos eram
mortos nos sacrifícios do tabernáculo e do templo. Freqüentemente, os pastores criavam rebanhos mistos de
ovelhas e cabras, protegiam-nos contra animais selvagens e os levavam a pastos verdejantes e fontes de águas
(GN. 27:9; Ex. 26:7; Lv. 1:10; I Sm. 16:11; Mt. 25:32; Jô. 10:1-12)
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Raposas e Chacais
A raposa, caçadora solitária, gosta de frutas e freqüentemente danifica as vinhas baixas. Os chacais
andam em grupos noturnos à procura de carniça e resíduos. As raposas da história de Sansão provavelmente
eram chacais (Jz. 15:4)
Ursos Pardos
Os ursos comem de tudo: frutas, raízes, ovos, colméias de abelhas e formigas. Mas quando estão
famintos podem atacar rebanhos de ovelhas. Davi quando pastor, teve de defender seu rebanho contra eles. A
Bíblia também conta como dois ursos atacaram um grupo de pessoas que zombavam do profeta Eliseu. O urso
marrom sírio ainda vive no Oriente Médio, mas não em Israel ( I Sm. 17:34-36; II Sm. 17:8; II Rs. 2:24).
Aves da Bíblia
Águias e Abutres
Isaías e os salmistas falam da força e do vigor da águia. Ela também era o emblema das legiões
romanas. Provavelmente, Mateus tinha isso em mente quando falou das águias que esperavam a queda de
Jerusalém (Is. 40:31; Sl. 103:5; Mt. 24:28)
Cegonhas
Alimentam-se principalmente de pequenos animais como serpentes, peixes, ratinhos, minhocas e
insetos (Jr. 8:7).
Codornizes
Forneceram carne aos israelitas durante o êxodo, quando da saida do Egito. Duas vezes por ano
bandos de codornizes atravessam essa região, migrando para o norte, no verão, e para o sul, no inverno.
Cansadas pela longa distância, voam baixo, podendo ser facilmente capturadas (Ex. 16:11-21; Nm. 11:31-35).
Corujas
São predadoras noturnas. Durante a caça, voam silenciosamente e se precipitam subitamente sobre
pequenos animais, que são devorados. A Bíblia descreve a coruja como o habitante de lugares desolados e um
ruínas (Lv. 11:16; Is. 34:11).
Corvos
Após o dilúvio, Noé soltou um corvo para ver se a terra já estava seca. Em época de fome, os corvos
alimentaram Elias (Gn. 8:7; I Rs. 17:4).
Grous
Grande ave cinzenta, com asa de 2,5 m de envergadura, alimenta-se principamente de semente e
folhas.
Pardais
Muitas vezes, o termo é usado para significar qualquer pássaro pequeno comestível, mas algumas
passagens referem-se especificamente ao pardal. Jesus usou o pardal para mostrar o quanto Deus ama suas
criaturas. Se o Senhor Deus cuida dos pardais mais pequenos, quanto mais cuidará das pessoas (Mt. 10:29-31;
Lc. 12:6-7).
Pavões
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Foram importados por Israel no tempo de Salomão e criados como aves ornamentais, condizentes com
o esplendor do palácio real ( I Rs. 10:22).
Perdizes
O termo inclui três espécies: a perdiz das rochas, a perdiz do deserto e a perdiz preta. Todas eram
caçadas, pois sua carne e ovos eram um prato apreciado. A perdiz das rochas esconde-se tão bem que é mais
fácil ouvi-la do que vê-la ( I Sm. 26:20; Jr. 17:11).
Pombas e Rolas
São as aves mais comuns e importantes da Bíblia. Várias espécies são nativas em Israel e outras
aparecem como migratórias no universo. Os pobres, que não podiam sacrificar ovelhas ou cabras, ofereciam
duas rolas, que podiam ser compradas nos átrios do templo. Foi uma pomba que trouxe a Noé o primeiro ramo
verde depois do dilúvio. José e Maria, que eram pobres, ofereceram duas rolas, ou dois pombinhos, no templo,
quando da apresentação de Jesus. Ao ser batizado, o Espírito Santo pousou sobre Jesus em forma de pomba.
Jesus expulsou os vendedores de pombas do templo( Gn. 8:8-12; Sl. 55:7; Mt. 3:16; 21:12; Lc. 2:24).
Plantas da Bíblia
Abeto e Pinheiro
A madeira dessas árvores sempre verdes, que cresciam nas montanhas e colinas, foi utilizada na
construção do templo, em convés de navios e na fabricação de instrumentos musicais (Ez. 27:5)
Acácia
Madeira da qual foi feita a arca da aliança para o tabernáculo. É uma das poucas árvores que crescem
no deserto do Sinai ( Ex. 25:10).
Amendoeira
Foi a primeira árvore frutífera a florescer em Israel. O seu fruto, além de alimento apreciado, fornecia
óleo. A referência mais conhecida é a da vara de amendoeira de Arão que floresceu e produziu frutos no
espaço de uma noite. Ainda há a referência à vocação de Jeremias e à visão da amendoeira ( Nm. 17:8; Jr.
1:11).
Canela
Óleo destilado da casca da árvore homônima e usado para condimentar alimentos e vinho ( Ct. 4:14;
8:2).
Cardos Espinhos e Cizânias
Cardos silvestres e espinhos são abundantes em terras áridas como Israel: mais de 120 espécies,
algumas das quais com mais de dois metros de altura. Espinhos, como os representados aqui, foram usados
para fazer a coroa de escárnio de Jesus durante seu processo. A cizânia da parábola do trigo e das ervas
daninhas é o joio que no início se assemelha exatamente ao trigo ( Gn. 3:18; Mt. 13:7; 24:30; Mc. 15:17)
Carvalho
Absalão ficou preso nos galhos de um carvalho quando fugia do Rei Davi. Isaias utilizou a figura do
carvalho para simbolizar a justiça, a santidade e a perpetuidade do povo de Deus ( II Sm. 18:9-10; I Rs. 13:14;
Is. 2:13; 6:13; 61:3).
Cedro
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Árvore bela e gigantesca do Líbano que outrora crescia em grandes florestas. No tempo de Salomão, o
rei Hirão de Tiro exportava cedros em grande quantidade. Podia ser esculpida e decorada, tendo servido para
revestir o templo e o palácio de Salomão ( I Rs. 6:10; 7:12; Ez. 27:5).
Cevada, Trigo, Painço e Espelta.
Constituíam boa parte da alimentação do Israel antigo. O trigo fornecia a farinha e o pão, sendo usado
para o pão oferecido pelos sacerdotes a Deus. A cevada, que amadurece antes do trigo e, por isso, colhida no
começo do verão, era o alimento dos camponeses mais pobres. A espelta é um tipo pobre de trigo, e o painço,
que se parece com o centeio, fornece o pior pão. Ezequiel menciona-o como alimento apropriado em tempo de
carestia (Ex. 9:31:32; Ez. 4:9).
Cominho e Aneto
As sementes do cominho eram utilizadas para temperar a carne e também como remédio para os
olhos. Os fariseus ofereciam a Deus um décimo de tudo, até dos temperos – menta, cominho, aneto – mas,
segundo Jesus, descuidavam-se do essencial: honestidade, justiça, misericórdia (Is. 28:25-27; Mt. 23:23).
Favas e Lentilhas
A fava pode ser cozida como verdura ou seca e reduzida à farinha. A lentilha cresce em pequenas
vagens chatas, semelhantes às das ervilhas, é de cor avermelhada e geralmente usada em sopas ou cozidos
(como o prato preparado por Jacó para Esaú), mas também pode ser seca e reduzida à farinha (Gn. 25:34; II
Sm. 17:28; Ez. 4:9).
Fel e Absinto
O fel é talvez o suco da papoula do ópio (Sl. 69:21; Mt.27:34). O absinto tem gosto amargo e é usado
na Bíblia como símbolo da dor e da amargura (Ap. 8:11).
Figueira e Sicômoro
O figo era um fruto importante nos tempos bíblicos. O pastor e profeta Amós, cultivava sicômoros. A
árvore na qual Zaqueu subiu para ver a Jesus era uma espécie de figueira, um sicômoro (Am. 7:14; Lc. 19:4;
Lc. 13:6-9).
Hissopo
Na cruz apresentaram a Jesus uma esponja embebida em vinagre e colocada num maço de hissopo. No
Antigo Testamento, o hissopo era usado para aspergir o sangue dos sacrifícios e na vigília da Páscoa( Ex.
12:21-22; Jô. 19:29).
Incenso
Resina que se obtém descascando o tronco da árvore homônima e perfurando-o. Exala um perfume
suave quando aquecido ou queimado. Foi um dos presentes oferecidos a Jesus pelos reis magos (Ex. 30:34-38;
Lv. 2:1, 15, 16; Mt. 2:11).
Linho
As roupas de linho são feitas de uma planta de flores azuis, que atinge cerca de 45 cm de altura. O
linho também era usado para as velas dos barcos. No Egito e em Israel, servia para envolver cadáveres e para
a confecção de roupas finas (ex. 26:1; Js. 2:6; Pv. 31:13; Ez. 27:7; Mc. 15:46; Jô. 19:40).
Lírio do Campo
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Quando Jesus falou dos lírios do campo talvez estivesse pensando nas flores em geral, e não apenas
em uma espécie em particular. Na primavera, as encostas das colinas da Galiléia cobrem-se de flores de cores
vivas e variadas: anêmonas, açafrão, papoulas, narcisos e crisântemos amarelos (Ct. 5:13; 6:2-3; Mt. 6:28).
Mamoneira
Talvez tenha sido a planta que cresceu rapidamente para abrigar Jonas, do sol causticante. Era um
arbusto que se caracterizava pelo rápido crescimento (Jn. 4:6).
Maná
O milagre de Deus foi enviar tanto maná quanto possível para alimentar uma multidão de
aproximadamente três milhões de pessoas. O maná só deixou de ser enviado depois que os israelitas
começaram a colher os frutos da terra (Ex. 16: 1-10).
Mirra
Era usada como condimento, remédio e para a obtenção do óleo santo do tabernáculo e do templo. Os
magos trouxeram-na como presente a Jesus. Quando da crucificação, fora oferecida ao Salvador, como
analgésico, misturada a uma bebida, José e Nicodemos embalsamaram o o corpo de Jesus com mirra e aloés