Interdisciplinares da Comunicação XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação Recife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011 GP Conteúdos Digitais e Convergências Tecnológicas (Coord. Cosette Castro) Hermes na Idade Mídia Antropologia filosófica da comunicação digital Claudio C. Paiva UFPB
Objetivo: explorar a Comunicação Colaborativa e a Convergência sociotecnológica = como vetor de empoderamento coletivo. Internet e sistemas hipermídia: uma nova realidade social eletrônica. Mídia Cidadã: interação colaborativa: Comunidades Virtuais: Laços afetivos, cognitivos, comerciais e políticos; Paradoxos da sociedade midiatizada: os desplugados, os “sem banda larga”; Os desafios do século 21: democratização da informação, facilidade de acesso, conexão ágil e banda larga para todos. Cidadania e Inclusão Digital Estratégias globais da comunicação em rede: Chiapas, Gênova, Seattle, explosão das Torres Gêmeas, Primavera Árabe, América Latina.
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Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação
XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da ComunicaçãoRecife, PE – 2 a 6 de setembro de 2011
GP Conteúdos Digitais e Convergências Tecnológicas(Coord. Cosette Castro)
Hermes na Idade Mídia Antropologia filosófica da comunicação digital
• gestor perspicaz no enfrentamento da conjunção dos contrários.
• convergências e complexidades da cultura na era da comunicação digital.
Hermes-Mercúrio-TrismegistusO poder da interpretação
• Hermes é Mercúrio (na acepção latina):
• cogito matemático, saber pragmático, dedução e contabilidade do mundo
• Hermes Trismegistos (Thot egípcio): a imaginação mítico-racionalista
Significado e atualidade do culto de Hermes
• A complexidade do discurso como doxa (opinião vivenciada no senso comum), como techné (expressão da arte e dos saberes práticos), e como epistème (saber especulativo, ciência, filosofia).
• O métier dos engenheiros de comunicação, criadores do soft, técnicos, inventores;
• cyberpunks, hackers, phreakers modificam o comando dos computadores, telefones, mídias locativas;
2011: O ano de Mercúrio e da Comunicação
• Mercúrio: atividades ligadas ao comércio: merces é mercado, mercadoria; liga-se - portanto - a um nível de conhecimento cerebral, contábil, pragmático. Mercúrio tem o discernimento para os negócios; favorece uma vigorosa imaginação criativa no mundo da propaganda e do marketing, a sua marca no imaginário do consumo tem grande receptividade.
Hermes e a Galáxia de McLuhan
• Paradoxos, oximoros, provocação sistemática:
• a arte de aproximar os contraditórios.
• Previsão das convergências sócio-tecnológicas do século 21.
• “o meio é a mensagem” ; • “os meios são as
massagens”
• Mistério das conjunções entre o cérebro e a mente, o sensorial e o tecnológico, as redes neurais e os estímulos eletrônicos, a percepção cognitiva e a tactilidade das mídias.
• No sincretismo místico religioso brasileiro: traduz na figura emblemática de Exu, do candomblé.
• A grife Hermès• Ícone da velocidade: • A Nike e as asas de
Mercúrio
• As imagens de Hermes e a civilização: Boticelli, Rubens, Turner, Celine, De Vries, e na
• imaginação poética de escritores como Dante, Goethe, Oscar Wilde e Fernando Pessoa.
Iconicidades do Multiculturalismo
• Nossa Senhora dos Navegantes (e da Boa Viagem), São Cristovão (padroeiro dos motoristas), São Rafael (padroeiro dos motociclistas), São Francisco Sales (padroeiro dos jornalistas), Santo Antonio (protetor dos feirantes e dos namorados), Santo Isidoro de Sevilha (padroeiro dos internautas).
Etnografia e hermenêutica da cultura de convergência• Games interativos (O Inferno de Dante);• videologia de Harry Potter, • ambientes imersivos e sensoriais como o Second Life, • website pornotube.com, • dispositivos de art-net minimalista (PPS, Slideshare) • epifanias cibermístico-astrológicas (site Porto do Céu),• posts comemorativos (morte de Bin Laden no YouTube)• comentários dos ciberativistas no Orkut, • “Segredos de polichinelo” no wikileaks.
• A inteligência coletiva conectada, graças à grande hermenêutica digital, a
• gigantesca máquina sociotécnica provedora de leituras do mundo, tem o poder de
• transformar o discurso em ação. A comunicação compartilhada é atravessada permanentemente por poderes em conflito.
• O Estado, o Capital e a sociedade civil disputam o ciberespaço com interesses e objetivos distintos. E o êxito no exercício das inteligências em rede, o controle das convergências sócio-tecnológicas, vai depender do modo como puderem gerar estratégias coletivas de informação, comunicação e interpretação do mundo.
• As bases filosófico-científicas para o pré-entendimento:
• Exploração antropo-filosófica da cibercultura:
• Hermenêutica (PALMER), • Questões fundamentais
da hermenêutica (CORETH,) e
• Interpretação e Ideologias (RICOEUR);
• Capturar o sentido da engrenagem sociotécnica que agrega a máquina de escrever, o rádio, o telefone e o video. Justaposição de produtos de eras tecnológicas distintas e formas de percepção diferenciadas.
Kant e o imperativo categórico;Bruno e o imperativo da visibilidade
• Kant (1724-1804):• antecipou McLuhan,
nunca saiu da sua “aldeia” e – reza a lenda – almejou decifrar o mundo forjando filosoficamente uma “globalização” avant la lettre, através das extensões de uma razão pura e transcendental.
• “Imperativo da visibilidade”,:utilizado por Bruno (2010);
• As estratégias de visibilidade, conexão e mobilidade como pré-requisitos para a entrada do ser na ordem da cultura;
Fenomenologia e interpretação da comunicação colaborativa
• Husserl (1859-1938), fenomenologia do Ser diante do número, antecipação da idéia da automação, conexão e comunicação numérica.
• Pragmática da comunicação ( Austin, Searle e Peirce séc. 20).
• Heidegger (1889-1976), filosofia crítica da técnica, norteador da tradição crítica da tecnocultura.
• Interpretações nietzscheanas de Foucault, Deleuze, Guattari apresentam instrumentos para entender o ethos midiatizado.
Gadamer, Ricoeur e a interpretação das culturas
• Gadamer (1900-2002), o estudioso do belo, estimula a exploração dos “enigmas, segredos e mistérios” da realidade sensível estetizada pelas tecnologias audiovisuais compartilhadas.
• E Ricoeur (1913-2005), o “filósofo do sentido”, dedicou-se com afinco ao tema das “interpretações e ideologias” e “o conflito das interpretações”, impelindo-nos a enfrentar (e compreender) os paradoxos e complexidades da comunicação digital.
• (Sodré, Santaella, Lemos, Lévy, Amaral, Morais, Antoun, Silveira atualizam os esforços atuais de interpretação da cultura do ciberespaço).
• A questão que se colocam os filósofos é a de distinguir entre uma natureza mágica e uma natureza racional. (...) Os sistemas lógicos evoluem e mudam, os sistemas de crenças religiosas são recriados paralelamente à evolução da materialidade e das relações humanas e é sob essas leis que a Natureza vai se transformando. MILTON SANTOS, 1994.