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EDUCAÇÃO , FOTOGRAFIA , CIDADANIA :
intencionalidade em favor da reconstituição da memória de
Londrina e região
Guilherme Henrique de Oliveira Cestari 1
A fotografia possui caráter de memória, identidade e presença. Ao relacionar elementos significantes, tem potencial para formar opiniões e influir em pensamentos e condutas. Coexistindo com linguagem textual e infográfica em função de um tema específico, a imagem fotográfica vê-se inserida no espaço midiático, um ambiente supostamente de discussão e debate de assuntos de interesse à sociedade. A proposta do programa Folha Cidadania, iniciativa do jornal Folha de Londrina em parceria com entidades públicas e privadas, é abordar semanalmente temas que possam ser utilizados em sala de aula de modo a estimular a leitura em alunos do ensino fundamental. Por meio da análise da intencionalidade do fotógrafo e de entrevistas, verificar-se-á se as informações articuladas em uma reportagem do projeto são realmente efetivas para a formação de leitores críticos e cidadãos.
Palavras-chave: Folha de Londrina; Folha Cidadania; norte do Paraná.
The photography has memory, identity and presence character. Linking significant elements, has the potential to shape opinions and influence thoughts and behaviors. Coexisting on the basis of a specific topic with textual and infographic language, the photographic image is inserted into the media space, supposedly an environment of discussion and debate of issues of interest to society. The Folha Cidadania program proposal, initiative of the newspaper Folha de Londrina in partnership with public and private entities, is addressing weekly themes that can be used in the classroom to encourage reading in elementary students. Through the analysis of the intentionality of the photographer and interviews, this paper will check if the information articulated in a report of the project is really effective for the formation of critical readers and citizens.
Key-words: Folha de Londrina; Folha Cidadania; northern Paraná.
1 Bacharel em Design Gráfico pela Universidade Estadual de Londrina, mestrando em Comunicação pela
mesma instituição. Bolsista CAPES. E-mail: [email protected] .
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1. Introdução
A fotografia, por sua relação indicial de aparente realismo com o objeto
referente, é empregada em discursos que visam persuadir, conscientizar e formar
opiniões. O meio fotográfico apropria-se de realidades passadas para suscitar
lembranças. A memória contempla processos que envolvem especulação e criação por
parte do leitor. No espaço midiático, o testemunho fotográfico coexiste com outros tipos
de texto e imagem, que, articulados, reforçam o sentido da mensagem a ser transmitida.
Esta sintonia intertextual não priva os interlocutores de realizarem leituras subjetivas do
conteúdo, relacionando tais informações a seus conhecimentos e vivências prévias. Por
respaldar discursos formadores de opinião, pressupõe-se que a imagem tem potencial
para influenciar a conduta do leitor.
Para que seja expressiva, a coexistência de pontos de vista, característica de um
espaço democrático, presume abordagens e metodologias que privilegiem a
multidisciplinaridade. Salas de aula e espaços midiáticos podem ser interpretados como
metáforas ou microcosmos da sociedade em que estão inseridos. A mentalidade cidadã
constrói-se com base na complexidade do pensamento, que contempla inter-relações
entre fenômenos e seus contextos. Morin (2007) problematiza a produção de
conhecimento considerando realidades ao mesmo tempo solidárias e conflitivas e, por
isso, verdadeiramente democráticas. Valorização histórica e identitária fazem-se
essenciais para esta dinâmica, uma vez que permitem, entre outras atitudes, posturas
críticas diante do cenário público na atualidade.
Como forma de divulgação institucional, veículos de comunicação concebem e
articulam projetos em favor da formação cidadã. É de bom tom que uma organização
empresarial midiática possua iniciativas que visem integração social e cultural. As
informações que circulam na mídia impressa constituem em si uma leitura da realidade,
característica de determinada cultura e sociedade e, por isso, têm caráter documental.
Presume-se que a seleção de fatos considerados relevantes, informativos ou noticiosos
atenda a critérios que variam de acordo com os interesses do público leitor. Tendo em
vista esta situação, desenvolver-se-á um estudo crítico com foco na análise fotográfica,
na atuação pedagógica e nos diálogos de ambos com memória, identidade, atuação
cidadã e educação. A pesquisa contribuirá para a compreensão das relações entre
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intencionalidade do fotógrafo, significação da imagem em determinado contexto e
potenciais interpretações do leitor.
Suplemento semanal do jornal impresso Folha de Londrina, identificado como
uma iniciativa abrangente na mídia da região, o Folha Cidadania é um projeto oriundo
da parceria entre o setor privado, secretarias municipais e entidades sociais. Utilizar-se-
ão descrições iconográficas para analisar a expressividade e o impacto sociais deste
programa, em especial, sobre os estudantes de ensino fundamental, que cursam o quinto
anoi. Tanto aplicação de um método de análise do discurso fotográfico quanto
realização de entrevistas com os responsáveis pela produção do conteúdo contribuirão
para a discussão acerca do material: o conjunto de imagens articuladas nas reportagens
do projeto atende os requisitos elementares para incentivar crianças e adolescentes a
adquirirem consciência e hábitos cidadãos?
2. Significação e realidades
A compreensão de uma fotografia presume leitura e, consequentemente, escrita.
A linguagem fotográfica é composta por códigos relativamente abertos, articulações
visuais nos níveis formal e sintático permitem interpretações menos específicas e mais
subjetivas. O aparente automatismo imediato do processo fotográfico pode fazer com
que o ofício do fotógrafo pareça mais ligado ao aparelho do que ao próprio indivíduo.
Boni (2000) destaca a importância de compreender os processos de escrita da fotografia,
decifrar os recursos e intencionalidades articulados pelo fotógrafo ao determinar certo
recorte no tempo e no espaço. Os significantes estão diretamente ligados às formas nas
quais a mensagem se manifesta. Formas, de acordo com a percepção e o repertório do
interlocutor, dão respaldo à interpretação, produzindo significado. Cada elemento de
uma imagem fotográfica pode constituir um significante e, assim, orientar olhar,
pensamento, interpretação e conduta do leitor. Imagens mentais, valores, emoções,
mensagens suscitados pelo significante constituem o significado. Um significante é
capaz de produzir diversos significados, conforme sua relação com o repertório do
leitor, que, por sua vez, também atua como significante, ainda que interiorizado. Os
elementos de significação atuam em conjunto com significante e repertório para
delinear uma mensagem específica, limitando, de certa forma, a subjetividade.
Transparecem a intencionalidade do fotógrafo e do meio, ilustrando, por vezes,
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determinado discurso, idealizado pelos então emissores. Processos de pós-produção
podem fazer vir à tona instâncias ficcionais que atuam como elemento de significação.
Relações entre significante e significado não são de mera causa e efeito. A
representação, fenômeno característico do processo sígnico, faz vir à tona um objeto
ausente, não acessível imediatamente. Permite um contato parcial entre leitor e objeto,
que acontece, no caso dos signos visuais, por meio da aparência. Kossoy (1999b)
identifica no processo fotográfico a existência de primeira realidade e segunda
realidade. Aquela diz respeito ao tempo e espaço contínuos dos quais foi retirado o
breve recorte fotográfico, a realidade em si, o momento que pertence ao passado. A
segunda realidade se refere à imagem, que, oriunda de um recorte da primeira, possui
um viés ficcional, um contexto próprio, que permite a rememoração da primeira
realidade, mas nunca o acesso integral à mesma. Daí a constatação de que fotografia é
memória e, portanto, identidade. Como rastro de luz, delimita e prolonga tempo e
espaço, permite pensamento, imersão e especulação criativos acerca de passado,
presente e futuro, é sintoma, testemunha parcial de seu tempo.
Perpetuação temporal e subjetividade na interpretação permitem que as
implicações estéticas da fotografia confundam-se com as instâncias éticas e lógicas do
ato fotográfico. A realização do momento fotográfico implica, de acordo com Kossoy
(1999a, 1999b), em três constituintes básicos: elementos constitutivos, coordenadas de
situação e produto final. Para uma análise coerente da imagem, deve-se interpretá-la
como resultado de um ato, esforço, decorrente de uma ou mais motivações, conscientes
ou inconscientes. O jogo de forças (intencionalidades, tecnologias, interesses, discursos,
contextos, experiências pessoais, memórias) que resulta na fotografia deve ser
problematizado no método analítico adotado. Por elementos constituintes,
subentendem-se os aparatos necessários para a produção da imagem: assunto
(objetos/temas abordados pela imagem), fotógrafo (quem fará a tomada fotográfica) e
tecnologia (o equipamento utilizado para tal). Tais constituintes encontram-se inseridos
em uma situação espaço-temporal. A cooperação entre eles originará o produto final:
relato predominantemente icônico, versão da primeira realidade. Para a produção da
mensagem o fotógrafo não dispõe de pleno controle da realidade, deve com ela negociar
para, por meio de seus elementos, explicitar e traduzir suas ideias.
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O fotógrafo é um filtro cultural, social, estético. Faz escolhas para construir
significados que podem revelar e denunciar preconceitos, convicções, valores, opiniões.
O aparelho fotográfico é um filtro científico, técnico. Os graus de influência de tantos
fatores sobre uma realidade comum acabam por imensuráveis quando não embasados
por pesquisa histórica, linguística, etnográfica e antropológica. A própria fotografia,
além de mostrar-se resultado de processos multidisciplinares, desencadeia tantas outras
linhas de raciocínio. Inúmeras possibilidades de reinterpretação e manipulação do dito
produto final aumentam a complexidade dos pensamentos por trás da mensagem
fotográfica, tratá-la com inocência é menosprezar o valor cultural de pontos de vista
representativos. Ao leitor, quando em um espaço democrático, é conferida a liberdade e
o desafio de interpretar de forma crítica a imagem fotográfica. A fotografia, quando
tomada com atenção e dedicação, permite ao homem que se situe ideológica e
ontologicamente diante de realidades possíveis, que articule e meça as consequências de
seus atos diante de probabilidades, que reflita sobre as atitudes do outro.
3. História, sociedade, jornalismo e fotografia
A fotografia é um produto social, industrial, histórico e, em seu caráter
documental, pode ser utilizada como recurso pedagógico, orientado à argumentação e à
conscientização. Uma imagem é resultado de modelos históricos, antropológicos,
políticos, econômicos e culturais, sistemas de pensamento externos ao controle do autor,
que, por sua vez, de acordo com as possibilidades dadas pelo contexto, articula
criativamente formas de maneira a gerar significantes. Quando publicada, a imagem
coexiste com outras informações, externas à mesma. O espaço híbrido (textual,
infográfico, fotográfico), destinado à reportagem informativa e, por vezes, à reflexão
crítica, é dotado de cargas polifônicas e de intertextualidade. Problematizar-se-á a
fotografia diagramada no jornal impresso sem perder de vista outros elementos,
igualmente parciais e subjetivos, que com ela interagem. A inter-relação da fotografia
com o ecossistema que a rodeia acaba por orientar o campo de visão do interlocutor.
Esquemas explicativos podem desafiar as expectativas e o olhar do leitor, convidando
percepção e cognição a trabalharem juntas para colocarem-se diante da mensagem
proposta.
Pesquisas em fontes históricas se pautam em recortes, versões e especulações
sobre o acontecido. Não existe, então, apenas uma história da fotografia. Sousa (2000)
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permite refletir acerca da fotografia enquanto interventora cultural e social. A maneira
com que se articulam realidades fotográficas no espaço social resulta de convenções,
correntes, modelos vigentes em cada época. A consciência dos pensamentos
predominantes em cada período permite compreender características do fotojornalismo
nos dias de hoje. Kossoy (1999a) destaca a legitimidade de diversos tipos de fonte
histórica, os múltiplos suportes, naturezas e formas de memorar poderão servir como
elementos de significação às fotografias analisadas. Para entender o contexto em que a
imagem foi capturada e publicada, recomenda-se buscar diálogos entre fontes escritas
manualmente e impressas, fontes iconográficas originais e impressas, fontes orais e
fontes objetosii. Todo material que transpareça rastros ou evidências do estilo de vida e
pensamento da época é significativo.
As noções de verdade e realismo inerentes à fotografia são fatores culturais e
históricos, mais relacionados à credibilidade de determinada técnica e meio do que à
peça fotográfica em si. Pressupor que as fotografias são artefatos de gênese pessoal,
social, cultural, ideológica e tecnológica permite compreender o valor de documento de
uma imagem fotográfica. Supõe-se um teor documental e informativo na notícia
jornalística.
Por lidar com uma atividade complexa, multilateral, subjetiva e transdisciplinar,
é conveniente que o fotógrafo compreenda globalmente o processo comunicacional que
evolve preparação, criação, publicação e análise fotográficas. Familiarizado com leitura
e produção de na linguagem visual, ciente das possibilidades e limitações técnicas e
com intenções relativamente específicas, o autor converterá potencialidades em
manifestações visuais. Para Sousa (2000), fotógrafo e veículo veem-se inseridos em
uma esfera de liberdade, criatividade e responsabilidade. Da fotografia partem cinco
forças que influem no pensamento do interlocutor e, por conseguinte, podem embasar,
de diferentes maneiras, atitudes cidadãs: Ação pessoal, ação social, ação ideológica,
ação cultural e ação tecnológicaiii . Nota-se a ação pessoal na influência individual do
autor, suas memórias, opiniões e intenções. A ação social interpreta o ato fotográfico
como resultante da interação entre pessoas, organizações, instituições, interesses,
escolhas etc. A ação ideológica leva em conta o entendimento do mundo e da realidade
por parte do(s) produtor(es), como interpretam a situação referida na imagem. A ação
cultural vê a fotografia como parte da diversidade característica da produção cultural,
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contempla o uso de padrões culturais pré-existentes na construção da obra. Finalmente,
a ação tecnológica busca desmistificar a suposta neutralidade da tecnologia, que
interfere no resultado final nos níveis estético, ético, funcional e temático.
4. Recepção, complexidade e atuação cidadã
A constituição de ambientes democráticos presume diálogo, reflexão,
argumentação, além de constante manutenção. A democracia é um sistema artificial,
frágil, contraditório e que pressupõe igualdade de expressão e manifestação àqueles
interpretados como cidadãos. O poder democrático tem o compromisso de conceder
espaço a seus opositores. O olhar democrático é dotado de racionalidade, argumentação,
clareza. Procura-se lançar uma “luz dura” ao tema da discussão, de modo que fiquem
esclarecidas as intenções de cada debatedor acerca do assunto abordado. Diante da
exposição de diversos pontos de vista, realizam-se análises, comparações, explorações,
ajustes em cada proposta, de maneira que as atitudes tomadas sejam em favor da
maioria. Na ágora, praça pública em que os considerados cidadãos gregos discutiam
projetos políticos, configurando um ambiente plural e multidimensional onde coexistem
uma série de perspectivas, “... a comunicação não permite estabelecer hierarquias
perceptivas de altura, mas uma infinitude de pontos de estância, diversas posições para
os participantes.” (MARTÍN-BARBERO; REY, 2004, p.85). O respeito mútuo à
expressão individual é chave para a pluralização dos temas discutidos no espaço
democrático. Conforme Dagnino (2004), acompanhados de deveres e responsabilidades,
direito à diferença e à autonomia constituem o caráter democrático e potencialmente
cidadão de espaços, discussões ou pensamentos.
Considerando o caráter esclarecedor do espaço democrático, a indicialidade
fotográfica parece, à primeira vista, perfeita para formar cidadãos. No entanto, a plena e
inocente confiança na imagem fotográfica pode acarretar no oposto, contribuindo para o
surgimento de discursos autoritários e hegemônicos. Assim como os espaços político,
pedagógico, cultural e midiático, é preciso que as realidades e linguagens fotográficas
sejam continuamente problematizadas e complexificadas. A manifestação da cidadania
é plural, presume aprendizado constante. Maleável e flutuante de acordo com as
necessidades da sociedade, não pode ser reduzida a uma série de leis e preceitos fixos,
engessados. A ação cidadã transparece dinamismo e adaptabilidade, características da
cidadania. É impossível formar cidadãos contemporâneos, conscientes da complexidade
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de seu tempo, adotando métodos puramente especializados maniqueístas, pragmáticos e
silogísticos. As tecnologias podem ser reconfiguradas em favor da construção de
espaços de conscientização identitária e atuação política, social e cultural. Os efeitos de
representação associados aos aparatos tecnológicos influenciam a percepção do mundo
em instância individual e coletiva, pública e privada. A fotografia, imagem que é
resultado da relação entre homem e aparelho, pode ser utilizada para problematizar e
discutir acontecimentos sociais, valorizar identidades culturais, aproximar gerações etc.
Para atuar em favor da cidadania, a fotografia precisa atender a condição específica de
estar inserida em um ambiente minimamente democrático, não hegemônico.
De acordo com Morin (2004), os desafios do ensino na contemporaneidade,
marcados por uma dualidade paradoxal, consistem em modernizar a cultura e
culturalizar a modernidade. O diálogo entre pensamento científico (com ênfase no
pragmatismo, na racionalidade e na lógica) e pensamento humanista (que lida com
linguagens poéticas, históricas e expressivas) deve ser promovido de modo a
compexificar os fenômenos da realidade. Cultura e curiosidade passam a ser
interpretadas como experiências de vida. Modelos pedagógicos abrangentes e
generalistas podem dar novas interpretações a velhas certezas e vícios oriundos da
hiperespecialização teórica da ciência. O pensamento para a cidadania, sempre
incompleto e inacabado, contempla contínua formação moral, crítica e ética realizada de
forma colaborativa. A adoção de olhares e métodos não especializados tem maiores
chances de gerar no aluno uma consciência de pertencimento ao contexto estudado. A
identificação do interlocutor com o material de estudo embasa uma espécie de ecologia
do saber, na qual o conteúdo teórico se vê intimamente relacionado com o mundo real.
Quando problematizada, contextualizada e situada em um espaço democrático, a
fotografia se revela uma importante ferramenta para o estabelecimento de diálogos e
relações entre estudos científicos e pensamento criativo. A compreensão da imagem
fotográfica é caracterizada por processos objetivos e subjetivos que acontecem
simultaneamente e não podem ser desvencilhados.
A fotografia respalda a multidisciplinaridade à medida que contribui para a
elaboração de hipóteses sobre os contextos, realidades, discursos e intencionalidades
nela caracterizadas. Por meio da fotografia, que serve de estímulo e provocação ao
pesquisador, e de modelos abertos de descrição e análise, fenômenos políticos, sociais,
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históricos, biológicos e culturais podem ser colocados em discussão. Uma figura, então,
pode servir a diversas disciplinas, ao passo que seu discurso aberto permite diversas
interpretações e pontos de vista. Recomenda-se ao fotógrafo, ao produzir material para a
educação, a consciência de que, na imagem capturada, é importante que estejam
contempladas, de maneira polifônica e didática, as mais diversas possibilidades de
aproximação pedagógica.
5. A Folha segundo ela mesma
De acordo com o portal de notícias do jornal Folha de Londrinaiv, a publicação
surgiu em 13 de novembro de 1948 com edições semanais. Na década de 50, em razão
de uma explosão demográfica, passou a ter edições diárias. Acompanhando tecnológica
e informacionalmente as tendências dos principais jornais do país, a estrutura da
organização buscou modernizar-se a fim imprimir mais quantidade com maior
qualidade. Digitalização dos arquivos e informatização de toda a cadeia produtiva,
ocorridos nos anos 80, são fatores que determinam tanto a inserção das fotografias nas
páginas do jornal quanto recepção e leitura do público. Na década de 90, Londrina
firmou-se como terceira maior cidade do sul do Brasil, enquanto a Folha foi o primeiro
jornal do mundo a receber a certificação internacional ISO 9002. Atualmente, os 40 mil
exemplares impressos diariamente atingem em média 120 mil leitores. As edições são
distribuídas em Londrina, 300 outras cidades do Paraná e no sul dos estados de São
Paulo e Mato Grosso do Sul. Aproximadamente 90% dos leitores são assinantes. O
jornal atinge, em maior quantidade, os públicos A e B. No breve texto que diz respeito
ao perfil do jornalv, expressões como “credibilidade”, “compromisso”, “ética”,
“qualidade”, “independência editorial”, “profissionais renomados” e “abordagem dos
fatos como eles realmente acontecem” procuram imprimir confiança e solidez, não é
citado qualquer tipo de subjetividade, parcialidade ou viés opinativo, ainda que estes
estejam invariavelmente presentes na linha editorial do jornal. Na seção nomeada
“Ideologia”vi o termo não é utilizado com carga política ou negativa, a este tópico são
apenas destinadas “Missão”, “Visão” e “Valores” da empresa, enfatizando nos textos
palavras-chave que remetem a uma abordagem realista e verdadeira dos fatos.
Constata-se por meio do slogan (“O jornal do Paraná”) e do vídeo institucionalvii
que à empresa é interessante confundir sua própria história com a trajetória do povo
pioneiro do norte do estado, tido como “gente empreendedora, corajosa e, acima de
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tudo, trabalhadora”. Depoimentos que constam no vídeo colaboram para enfatizar a
relação buscada pela Folha entre cidadania, identidade e memória regional: “Assim
como a cidade, a Folha cresceu rápido, norteada pelo ideal de mostrar de forma
verdadeira a história de todo um estado.”, “A Folha de Londrina é um jornal moderno,
confiável. Tem contribuído através das colunas de serviço para a melhoria do
conhecimento dos seus leitores, isso melhora muito a condição de cidadania da
população.” viii , “Não medimos esforços para denunciar, exaltar, oferecer alternativas,
debater, mostrar os fatos de forma ampla, contribuir para a cidadania e a democracia.”.
Adiante, ainda no vídeo institucional, utilizam-se termos e imagens orientados a uma
abordagem mais emocional, informal, pessoal e afetiva. O caso de “Klayton Rodrigues
de Souza, o menino poeta”, de origens pobres que, ao ter seu trabalho publicado,
ganhou uma bolsa de estudos. O jornal, utilizando depoimentos do próprio, se reserva
ao direito de ressaltar que mudou a vida do hoje estudante de enfermagem. As decisões
editoriais futuras também ganham espaço no vídeo com ares de ousadia e inovação no
ambiente digital, sempre com responsabilidade.
O programa Folha Cidadania reflete a regionalidade e a atuação democrática
propostas pelo veículo. Completando 18 anos, oriundo de parceira entre escolas
públicas e particulares e secretarias municipais de educação, evoluiu de forma a
promover atividades de cunho pedagógico, entre orientações, palestras e oficinas, tanto
aos alunos como aos professoresix. Oito cidades aderiram à proposta: Londrina, Cambé,
Rolândia, Ibiporã, Jataizinho, Fênix, Alvorada do Sul e Arapongas. Com o objetivo de
incentivar a leitura entre os estudantes de quarta série, a iniciativa mostra-se atuante não
só no ambiente escolar, mas também entre as famílias dos jovens. Apropriando-se de
depoimentos de professores e coordenadores pedagógicos, a reportagem apresenta e
esclarece a atuação do programa, destacando que o “Cidadania” evolui a cada dia. O
slogan “Ler para ser” enfatiza de forma simples a importância da leitura para a
formação humanista e cidadã.
6. Olhares sobre o processo
Delimitou-se, para este artigo, o corpus a uma reportagem, tida como
representativa do caráter regional, histórico e cidadão do Folha Cidadania: “Memória
viva no norte do Paraná”, publicada no dia 12 de junho de 2012. A análise a ser
realizada não é meramente descritiva. Serão realizados outros acompanhamentos,
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identificações, descrições e análises com base nas discussões propostas neste primeiro
momento. A descrição formal da fotografia será utilizada, também, em favor de
compreender a intencionalidade do fotógrafo e do meio. Tais intenções e discursos
serão comparados com entrevistas realizadas com a jornalista responsável pelo projeto e
pela reportagem, Ana Paula Nascimento, e com o fotógrafo, Anderson Coelho.
Segundamente, verificar-se-á o impacto do projeto nas escolas, por meio de entrevistas
com um responsável pedagógico que se utilize do conteúdo. Esta pesquisa admite a
importância do equilíbrio entre teoria científica e depoimento pessoal. As entrevistas
foram orientadas por questionários previamente elaborados, porém, foi concedida ao
entrevistado liberdade para articular sobre o tema.
7. Resultados
Figura 1: Fotografia principal da reportagem “Memória viva do Norte do Paraná”.
Fotografia: Anderson Coelho
Fonte: Folha de Londrina, edição 19.141, ano 63, 12 de junho de 2012, Folha 2, p.4-5.
A (figura 1) tem maior destaque na diagramação, situada logo acima do título,
ocupa o espaço central da página dupla. Suas medidas são 21 por 31,5 cm. Na legenda,
localizada no canto superior direito, lê-se: “Alunos do oitavo e nono anox do ensino
fundamental do colégio Sesi puderam conhecer melhor a história da cidade por meio
dos relatos dos pioneiros Aya Ono, 84 anos, Joaquim Antônio Braz, 82 anos”. Na
página, diagramada acima da imagem, a expressão “Resgate histórico”, impressa em
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letras grandes, funciona como título e introduz o tema ao leitor. Esta é a única fotografia
da reportagem que mostra os pioneiros. Joaquim é situado próximo ao centro da figura,
sua expressão e gestualidade indicam que está com a palavra, enquanto Aya, também
referida na reportagem, apenas ouve. A luz que reflete sutilmente no rosto do pioneiro
contribui para destacar seu semblante sério e sereno. O plano médio, que, normalmente,
tem a função de interagir sujeito ao ambiente, é utilizado convenientemente, uma vez
que a maioria dos alunos ao redor mostra-se atenta à explicação. A escolha do plano
médio permitiu o enquadramento de um pequeno e antigo projetor de slides, situado à
frente do orador, evidência de que, além do testemunho oral, utilizaram-se outros tipos
de mídia para a exposição do conteúdo. O foco é ajustado para que a figura dos
pioneiros fique mais nítida, enquanto os equipamentos antigos e os alunos ao fundo são
levemente desfocados. O ângulo de tomada é de sutil mergulho, permitindo inferir que o
fotógrafo situou a câmera em uma altura pouco acima da cabeça do senhor Joaquim. A
posição gestual do pioneiro denota expectativa e didaticidade; apesar de imóveis na
fotografia, suas mãos e trejeito sugerem movimento. Diferentemente, Aya é retratada
em uma posição mais estática e contemplativa. Por causa das cortinas, do uniforme dos
alunos e da camisa de Joaquim, predominam cores frias na composição, que tem um
tom azul-acinzentado e contraste relativamente uniforme. Sintaticamente o conjunto
mostra-se harmônico, não há elementos geométricos que denotem tensão, desequilíbrio
ou desestabilidade. O momento retratado é expositivo, de atenção e respeito aos
falantes.
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Figura 2: Segunda imagem da reportagem “Memória viva do Norte do Paraná”.
Fotografia: Anderson Coelho
Fonte: Folha de Londrina, edição 19.141, ano 63, 12 de junho de 2012, Folha 2, p.4-5.
A (figura 2) tem menor destaque na composição da página. Possui 9,7 cm de
altura por 15 cm de largura. Na legenda que acompanha a fotografia: “Objetos antigos
como um telefone com discador ajudaram os convidados a relembrarem fatos
importantes”. Apesar de o texto da legenda fazer referência ao relato dos pioneiros, a
imagem mostra apenas discentes em contato com aparelhos antigos. O uso do plano
americano, em que os indivíduos são retratados do joelho para cima, a presença de
vários alunos na cena e a postura e gestualidade de cada um reforçam a ideia de
discussão e integração entre a classe. O telefone antigo nas mãos dos garotos é
enquadrado próximo ao centro geométrico da imagem, enquanto os elementos humanos
aparecem em volta da mesa. A atenção dos alunos está voltada aos aparelhos. A cena
toma a forma de um momento de exploração coletiva espontânea em que se permitiu
aos jovens não apenas olhar e ouvir, mas tocar, sentir e debater. O foco é relativamente
uniforme, elementos ao fundo e à frente apresentam nitidez aproximada. Para melhor
enquadrar o grupo de alunos, o fotógrafo capturou a imagem na altura da cabeça de um
dos meninos, possivelmente sugerindo ao leitor que compartilhe do olhar exploratório
dos jovens. A mesa e os objetos expostos são observados sob a perspectiva do ângulo de
mergulho, o que transmite a ideia de que os materiais foram dispostos de forma
acessível ao alcance e à análise. O recurso do contraste poderia ter sido mais bem
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explorado na construção da fotografia, a fim de destacar o objeto em mãos. Caso não
fosse possível adequar angulação ou iluminação durante a tomada fotográfica, existem
recursos de pós-produção que permitem a seleção de parte da imagem e o aumento do
contraste da mesma. Tons e cores são uniformes e predominantemente suaves, frios e
acinzentados, à exceção dos ornamentos ao fundo que, colados na parede da sala de
aula, apresentam cores quentes, mas não a ponto de interferir determinantemente na
leitura da imagem. No contexto da reportagem, a cena fotografada possui alto teor de
colaboração e socialização. É a mais representativa no que se refere a um ambiente
democrático de produção de conhecimento.
Figura 3: Terceira imagem da reportagem “Memória viva do Norte do Paraná”.
Fotografia: Anderson Coelho
Fonte: Folha de Londrina, edição 19.141, ano 63, 12 de junho de 2012, Folha 2, p.4-5.
A (figura 3), situada à direita inferior da página, possui 11 cm de altura por 17,5
cm de largura. A breve legenda esclarece: “A máquina de escrever despertou a
curiosidade dos estudantes”. A aplicação do plano detalhe evidencia a interação entre
estudante e tecnologia. Apesar da presença dos colegas de classe, que parecem estar
aguardando a vez para mexer na máquina, a composição prioriza as mãos e o ato de
digitar do discente. Foco e contraste são manipulados de modo a valorizar a digitação. O
leitor é novamente convidado a acompanhar movimento e ação do personagem e voltar
seu olhar à máquina. Tonalidade e coloração se assemelham aos analisados
anteriormente, permitindo supor que esta imagem foi capturada no mesmo ambiente (ou
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em um similar) que as anteriores. Interesse, curiosidade e iniciativa podem respaldar
modelos pedagógicos muldisciplinares e multisensoriais.
Texto e fotografia unem-se na reportagem de maneira a sugerir uma
sequencialidade para os fatos. Primeiramente se deu a exposição das lembranças e
memórias dos pioneiros, posteriormente priorizou-se a interação entre alunos e
tecnologias antigas. Apesar do caráter indicial e ilustrativo das imagens fotográficas,
faz-se impossível saber, apenas com base nas figuras, o tamanho da sala de aula ou
quantos alunos estavam presentes. As fotografias publicadas são imagens-ação,
referem-se a diferentes etapas da aula, buscam representar os processos
comunicacionais e didáticos que ali aconteceram: explicar e esclarecer (figura 1),
explorar, socializar, colaborar e debater (figura 2) e participar e interagir (figura 3).
Em nenhuma das fotografias analisadas há indivíduos olhando diretamente ou posando
para a câmera, o que transmite a ideia de espontaneidade e naturalidade: o repórter
fotográfico aparentemente não interferiu diretamente nos processos que ali ocorriam.
Ao leitor é dada a sensação de observá-los passivamente. Em contrapartida, as
interações entre os indivíduos na fotografia foram priorizadas: conversas,
demonstrações, discussões, olhares, curiosidade.
Existem ainda, na página dedicada ao Folha Cidadania, imagens periféricas de
tamanho menor e teor mais ilustrativo. Enumeram-se, entre elas, retratos de quatro
alunos que deram depoimento sobre a atividade realizada em sala de aula (fotografias de
Anderson Coelho), capas de livros infantis (em que os créditos indicam “Reprodução”),
comentados e sugeridos na seção Leiturinha, além de duas fotografias que surgem de
referências no texto principal, cujos créditos são atribuídos apenas ao “Arquivo
FOLHA”, que estabelecem uma conexão com o texto principal, a primeira delas
evidencia a participação de dona Iáiá (Aya Ono) no longa-metragem Gaijin II – ama-me
como sou, gravado em Londrina, a outra esclarece sobre a produção de café durante as
décadas 50 e 60 no norte do estado.
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8. Discussão e considerações
Tabela 1: Esquema comparativo entre os dados obtidos na análise.
Fonte: elaborado pelo autor.
A (Tabela 1) permite um panorama das relações entre fotografia, mídia e
elementos constituintes de um modelo pedagógico complexo, democrático e
participativo. A análise iconográfica do recorte proposto assevera que os espaços
midiático e escolar podem operar como microcosmos da sociedade nas quais estão
inseridos. Cada indivíduo que colabora para que ele seja construído é provido,
necessariamente, de uma intencionalidade.
O uso exclusivo do material publicado no Folha Cidadania não atende a todas as
necessidades. A noção de que existem diversos suportes, linguagens e organizações
midiáticas, cada qual com sua respectiva política editorial, possibilita que o estudante
transite entre vários meios de modo a comparar as opiniões e a versão dos fatos
apresentadas por cada um. Colaborar com a formação contínua dos cidadãos é
responsabilidade da mídia, da escola e da família, de maneira que a fotografia pode ser
utilizada nestes ambientes de modo diferentes para estimular os hábitos da leitura e da
reflexão crítica.
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Referências
BONI, Paulo César. O discurso fotográfico: a intencionalidade da comunicação no
fotojornalismo. São Paulo, 2000. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação) –
ECA/USP.
DAGNINO, Evelina. Sociedade civil, participação e cidadania: de que estamos
falando? In: Daniel Mato (coord.), Políticas de ciudadanía y sociedad civil entiempos de
globalización. Caracas: FACES, Universidad Central de Venezuela, 2004, p. 95-110.
KOSSOY, Boris. Fotografia história. 2. ed. Cotia: Ateliê Editorial, 1999a.
______. Realidades e ficções na trama fotográfica. Cotia: Ateliê Editorial, 1999b.
MARTÍN-BARBERO, Jesús; REY, Germán. Os exercícios do ver: hegemonia
audiovisual e ficção televisiva. 2. ed. São Paulo: Senac, 2004.
MORIN, Edgar; ALMEIDA, Maria da Conceição, CARVALHO, Edgar de Assis
(Orgs.). Educação e complexidade: os sete saberes e outros ensaios. 4. ed. São Paulo:
Cortez, 2007.
SOUSA, Jorge Pedro. Uma história crítica do fotojornalismo ocidental.
Florianópolis: Letras Contemporâneas, 2000.
i O Ministério da Educação propõe, em documento de julho de 2004, a ampliação da duração do ensino
fundamental de oito para nove anos. Desta maneira, a antiga quarta série equivale ao atual quinto ano. Cf.
<http://goo.gl/9dk4S>. Acesso em: 01 jul. 2012.
ii Cf. Kossoy (1999a, p.65-73).
iii Cf. Sousa (2000, p.225-230).
iv Disponível em: < http://www.folhaweb.com.br/quemsomos/?menu=2>. Acesso em: 01 jul. 2012.
v Disponível em: <http://www.folhaweb.com.br/quemsomos>. Acesso em: 01 jul. 2012.
vi Disponível em: <http://www.folhaweb.com.br/quemsomos/?menu=3>. Acesso em: 01 jul. 2012.
vii Disponível em: <http://www.folhaweb.com.br/quemsomos/?menu=6>. Acesso em: 01 jul. 2012.
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viii Depoimento do cardiologista Carlos Rodrigues presente no vídeo institucional da Folha de Londrina a
partir dos 2 minutos e 21 segundos de duração.
ix Dados disponíveis na reportagem “Folha Cidadania: há 18 nos incentivando o gosto pela leitura”,
datada de 24 de abril de 2012, escrita por Ana Paula Nascimento.
x Apesar de o Folha Cidadania voltar-se a alunos do quinto ano, esta reportagem se refere
especificamente a atividades realizadas com discentes do oitavo e nono ano.