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Instituições Culturais A Região das Missões Volume 1
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Instituições-Culturais-a-região-das-Missões-vol-01.pdf

Aug 18, 2015

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Leonardo Amaral
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Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 1INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESInstituiesCulturaisA Regio das MissesVolume 1INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES2OMiCultObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 3INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESInstituiesCulturaisA Regio das MissesVolume 1OMiCultObservatrioMissioneirodeAtividadesCriativaseCulturaisPorto Alegre1a Edio2015INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES4OMiCultIMPORTANTE:Direitos reservados e protegidos. Todos os direitos de publicao reservados EditoraConceito e ao Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais. No permitidaa reproduo total ou parcial deste volume, sob quaisquer meios (eletrnico, digital oumecnico), sem autorizao prvia da editora, por escrito. A infrao est sujeita a punio,segundo a Lei no. 9.610/98Depsito legal na Biblioteca Nacional, conforme Decreto no. 1.825, de 20/12/1907 e Leis N.10.994, de 14/12/2004 e 12.192, de 14/01/2010Impresso no BrasilPrimavera de 2015 2015 by OMiCultINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES. VOL. 1Instituies Culturais: a regio das Misses. Vol. 01 uma publicao doObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais OmiCult , projetodo coletivo de professores da Universidade Federal do Pampa So Borja, emconjunto com a Editora Conceito.OMiCult -Universidade Federal do Pampa Unipampa campus So Borja.Integrantes: Prof. Msc. Fernanda Sagrilo Andres, Prof. Dr. Joel FelipeGuindani, Prof. Dr. Marcela Guimares e Silva e Prof. Dr. Tiago Costa Martins.A capa do livro foi produzida por Alexia Antelo (discente do curso de Publicidadee Propaganda da Unipampa). Acesse www.omicult.org e sabia mais sobre o Observatrio.Av.CarlosGomes,141/1202|AuxiliadoraPortoAlegre,RS|90480-003|(51)3208-2485www.editoraconceito.com.breditoraconceito@yahoo.com.brM3865Tiago Costa Martins et al. (org.).Instituies Culturais, A Regio das Misses. Porto Alegre: Conceito/OMiCult, 2015 116p. 21cm1. Instituies Culturais 2. Cultura I. OMiCult (org)II. Ttulo.CDD- 060 CDU- 008ISBN: 978-85-89569-53-8Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 5INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESSumrioApresentao.................................................................Prefcio........................................................................Prof.Dr.RonaldoB.Colvero1. Centro de Cultura Missioneira: histrico e contextosocialeacadmico.........................................................NadirLurdesDamianiDboraDoraibaMenezesSouto2. CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE:umespaoconsolidadodecultura.................................SoniaBressanVieira3. O Ncleo de Arqueologia do Museu Municipal Dr.Jos Olavo Machado em Santo ngelo: uma InstituioCulturaldaRegiodasMisses.....................................RaquelMachadoRech4. Estudo sobre a trajetria do Museu das MissesIBRAM/MinC...............................................................DiegoLuizVivian71015336187INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES6OMiCultObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 7INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESApresentaouando se apresenta o termo observatrio imedia-ta a associao aos observatrios astronmicos. Naatualidade,talrelaoperfeitamentecabvelaosQestudosdascinciassociaisaplicadas,compreendendo-seobservatrio como implicado no contexto social e entendidocomo uma estrutura de acompanhamento, monitoramento ereflexodarealidadesocial.Criadospordeterminadaentidadeoupelareuniodevrias, os observatrios procuram acompanhar, dentro de umdeterminado tempo e espao, um fenmeno, um domnio ouum tema estratgico. Pode-se dizer que o observatrio umatecnologia social de gesto da informao e do conhecimen-toquecontemplaasatividadesdeensino,pesquisaeexten-so dentro de um contexto que vai alm do cenrio acadmico.Assim, o Observatrio Missioneiro de Atividades Cri-ativas e Culturais (OMiCult) nasce de um coletivo de profes-sores e alunos da Universidade Federal do Pampa (Unipam-pa), Campus So Borja, curso de Relaes Pblicas nfaseem Produo Cultural, que por meio de diversas aes e pro-jetos de ensino, pesquisa e extenso visam a articular percep-es tericas e prticas, considerando a realidade local e regi-onal.A viso estratgica do OMiCult ser uma instncia deproduo e difuso de pesquisas e informaes sobre as ati-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES8OMiCultvidadescriativaslocaiseregionais,pautadapelaindissoci-vel relao entre ensino, pesquisa e extenso, sendo um agen-tedeintervenosocialdemodeloextensionista,baseadonasreflexesestabelecidas.Algumasdasprincipaisatribui-es so: organizar, difundir e fomentar estudos e pesquisaslocaiseregionaissobreasatividadescriativaseculturais;mapearasdiversasdimensesdasatividadescriativasecul-turais; propor polticas pblicas para os diversos setores cria-tivoseculturais(locaiseregionais);realizaratividadesex-tensionistasdetreinamentoecapacitaoemprticascriati-vas nos diversos setores criativos e culturais; difundir a pro-duointelectualeasdemaisatividadesdosetorpormeiodasmdiassociais.Nesteconjuntodepropostasqueseenquadraapu-blicao deste livro, intitulado Instituies Culturais: regiodas Misses. O tema instituies culturais visto como cen-tralnocampodaproduocultural.Sabe-sequeasinstitui-es so responsveis pela normatizao, regulao e conso-lidaodossignificadosedasprticasculturais;porm,naatualidade,taisinstituiestambmsoresponsveispormediareorganizarprocessosestabelecidosnaproduodacultura.Por esse motivo o OMiCult criou este projeto editorial,tendo como principal objetivo difundir a histria e o contex-tosocialdecriaoouestabelecimentodasprincipaisinsti-tuiesculturaisnaregiodasMissesnoRioGrandedoSul.Atravsdetextospontuaisparacadainstituiocultu-ral,cadavolumepretendeapresentarumconjuntodeinsti-tuies, atravs de captulos apresentados por pesquisadoresconvidados.Destaforma,oprojetobuscadifundirereco-Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 9INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESnheceressasinstituiesnoseucontributonicoefunda-mental produo cultural local e regional.Espera-sequeestevolumesejaoprimeirodemuitosemproldoreconhecimentodasinstituiesculturaisdasMisses.Boaleitura!Os organizadores.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES10OMiCultPrefcioscrever,emcertosmomentos,podeserumatarefardua; porm, quando se recebe um convite de pesso-as comprometidas com a produo acadmica, torna- Ese um prazer; e ao ser convidado para prefaciar uma obra quefaz parte de um projeto de pesquisa que envolveu professo-res, alunos e comunidade de uma regio, torna-se um privilgio.Osautores(as)destesquatrotextosproporcionamaoleitor processos de reflexo sobre a cultura, produo cultu-ral, patrimnio, memria e identidade, com uma escrita obje-tiva, clara e interdisciplinar, sem perder o foco de seus obje-tos de estudo. Mais que apenas recortes, so textos que abor-damasmaisvariadasperspectivastericasemetodolgicas,que nos leva a viajar por estes espaos de memria.O primeiro texto, Centro de Cultura Missioneira: his-trico e contexto social e acadmico, de Nadir Lurdes Da-miani e Dbora Doraiba Menezes Souto, trata da importn-ciadoCentrodeCulturaMissioneira,dadasuarelevnciapelodiversificadoeamploacervoquepossui.Situadojunto biblioteca da URI - Santo ngelo o CCM espao de de-senvolvimentodeprojetosacadmicos,pesquisaeextenso.Como citam as autoras, a instituio CCM torna-se agen-te do processo de historiografia, ressaltando a integrao comacomunidadeacadmicaesuaproximidadeaoprpriolu-gar missioneiro, tema nico de seu acervo, o que possibilitaObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 11INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESotrnsitodointeressadoentreosespaosdememria,daacademia e da cultura local. Assim sendo, transforma-se atra-vs do seu trabalho em um difusor da cultura missioneira. Otextoumconviteaconheceresteespaonico;deformaclara, expe um retrato da instituio e de como se dispemas obras.A produo acadmica da histria facilitada pelo lu-gardeinserodoCentro,naprpriaregiomissioneiraeprximosrunasdasMisses.Comoexisteaaproximaodo pesquisador ao seu objeto de estudo,facilita-se a visuali-zao do passado histrico e da cultura dos povos que passa-ram pela regio das misses e a construo social que perpas-saporeles.apartirdessaspesquisasquesepossibilitaareconstruo da histria e da identidade, tanto dos povos queporalipassaramquantodosquepermanecem,apartirdasinmerasinflunciasnativaseeuropeiasqueconstruramopassado e o presente missioneiros.Dessa forma, muito alm de nos possibilitar a visuali-zaodopassadomissioneiro,oCentrodeCulturaMissio-neira constri a histria com seus 30 anos de pesquisas, quepossibilitamumareinterpretaodoquejfoidescobertoedo que ainda ser.O segundo texto, Centro de Criatividade Soluizense:um espao consolidado de cultura, de Sonia Bressan Vieira,nos permite entender sobre a criao do Centro de Criativi-dade Soluizense e seu papel na sociedade. A autora abordaos conceitos de historicidade e identidade cultural, que auxi-liam a compreender a importncia desta instituio que, comose entende pelo texto, surgiu de forma natural como respostaao anseio de congregar os artistas locais e dar-lhes maior vi-sibilidade.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES12OMiCultConta-nosquedesuacriaooCCStinhametasderealizaodeeventos,feirasdeartesanatoeartes.Passadostrinta anos consolidou-se pelo trabalho prestado em prol daculturalocaleregional,construindoassimumabaseslidapara que os artistas de todas as reas pudessem desenvolverseustrabalhoseresguardaraidentidadedaregio,quemui-tasvezesincertaouesquecida.AtravsdaarteoCentronospermiteentendertodaasociedadedeSoLuizedasMisses nas mais variadas pocas. o social que est presen-te e representado em e por todos os artistas.O trabalho nos permite enxergar a importncia do lu-gar, pois nos faz entender o entrelaar da arte com a histriada sociedade soluizense. Construir e buscar a histria en-tender a identidade de um povo, que apesar de estar sempresendoconsolidada,tambmestemconstantemutao.Oterceirotexto,deRaquelMachadoRech,intituladoONcleodeArqueologiadoMuseuMunicipalDr.JosOlavoMachadoemSantongelo:umainstituioculturalda regio das Misses permite ao leitor conhecer as ativida-des do Ncleo de Arqueologia Dr. Jos Olavo Machado, prin-cipalmente no que se refere ao monitoramento arqueolgicodas obras de modificao da Praa Pinheiro Machado. A au-toranoscontaqueapartirdanecessidadedemonitoraresalvaguardaromaterialarqueolgicoencontradoduranteoperodo de obras na praa, criou-se de maneira informal umaunidade interna do Museu Municipal.O Ncleo de Arqueologia, dentre suas atividades, des-taca tambm a manuteno do museu a cu aberto da Redu-oJesuticadeSantongeloCustdio,organizaodeex-posies e atividades de educao patrimonial que contribuiObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 13INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESde diversas formas para a conservao da memria cultural.Atravsdoresgatedessasrunasfoipossvelcriarumlocaldeencontroentrediversasetapashistricas,sendoomaiorexemploadescobertadequenomesmolocaljexistiramtrs igrejas em diferentes pocas. Podemos observar ainda acultura dos diversos povos que j habitaram a regio, em ummesmo ponto, atentando para as mudanas provocadas peloshomens atravs dos tempos.O trabalho do Ncleo procura ir alm da recuperaodo patrimnio histrico e cultural e monitoramento arqueo-lgico do centro histrico do municpio, busca disseminar oconhecimento sobre a histria da cidade entre seus habitan-tes, promovendo oficinas e exposies sobre o trabalho reali-zado e sobre o conhecimento resgatado dessas runas. Assim,possvellevaratodosumpoucodesuaprpriahistriaeidentidade,compartilhandoconhecimentos.O quarto e ltimo texto, de autoria de Diego Luiz Vivi-an, denominado Estudo sobre a trajetria do Museu das Mis-ses IBRAM/MinC, permite ao leitor saber sobre a criaodo Museu das Misses, constitudo por decreto do ento pre-sidente Getlio Vargas em 1940, sendo o primeiro museu nomundo dedicado especialmente ao tema Misses.O textoexplica que a origem do Museu foi dada atravs dos trabalhosdoarquitetoLucioCosta,etambmtrazapresentaesdedocumentosproduzidospeloarquitetoequesubsidiaramacriaodomuseu,servindoestedeabrigoaosfragmentosremanescentesdosSetePovosdasMisses,semintuitoderecriarocenriojesutico,massimdetornarvisveloquerestou do passado, como cita o autor.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES14OMiCultFoi o Museu das Misses que abriu caminho para ou-trosmuseusbuscaremessamaneiradeaproximaodeseuobjeto de conhecimento com seu local original. Dessa formatornou-se importante para a histria do pas no apenas pelasua temtica - as Misses - mas tambm pela maneira comofaz o resgate e consolidao da histria de um povo e de umaregio.Estesquatrotextosnospermiteperceberqueosautores(as)possuemumamploconhecimentodastemticasabordadas, pois no se descuidaram da suas escritas, possibi-litando assim ao leitor uma leitura agradvel e de fcil enten-dimento.Maisdoqueapresentarahistriadecadainstitui-o, os textos mostram a prpria constituio da cultura regi-onal a partir da atuao dessas instituies. Portanto, a leitu-ra desta obra torna-se fundamental para quem estuda a hist-ria, a cultura e a dinmica social da regio das Misses.Dezembro de 2014Prof. Dr. Ronaldo B. ColveroObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 15INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 1Centro de Cultura Missioneira:histrico e contexto social eacadmicoNadir Lurdes DamianiDbora Doraiba Menezes SoutoINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES16OMiCultObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 17INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 1Centro de Cultura Missioneira:histrico e contexto social eacadmicoNadir Lurdes Damiani1Dbora Doraiba Menezes Souto21 Professora do Departamento de Cincias Humanas da URI e funcionariatcnica, responsvel pelo CCM- Campus- Santo ngelo, mestre em Estu-dos Histricos bero- Americanos pela UNISINOS; Graduao em licenci-atura em Estudos Sociais pela FUNDAMES; Graduada em licenciatura emHistria pela URI; Curso tcnico profissionalizante, guia de turismo catego-ria America do Sul, pela URI. Tem experincia na rea de Histria, comnfase em Histria do Brasil e Rio Grande do Sul, atuando principalmentenos seguintes temas: Histria das Redues Jesuticas Guarani, Brasil Con-temporneo, Educao Patrimonial e Museus, Histria e Ensino de Hist-ria, Cultura Afro e Cultura Indgena e Metodologias Cientifica e da Pesquisa.2 Graduada em Histria pela URI- Campus- Santo ngelo.Falaremculturamissioneiraumexerccioderelem-branadecostumesehistriasdetemticasdiversificadas,expressas atravs de episdios ocorridos na regio desde an-tes de sua colonizao inicial e protagonizados por persona-gensfrequentementemuitodistintosentresi.Dentreosas-suntosprpriosdasMisses,h:padresmrtires;nativosCharrua, Minuano, Caingangue e Guarani; folclore indgena;bandeirantesecharqueadas;padresjesutas,reduesereli-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES18OMiCultgio;portugueseseespanhis;tratadosreaisdedivisodeterritrio; guerra guarantica; o mito de Sep Tiaraju; revolu-o farroupilha; imigrao europeia e asitica; trfico negrei-roeescravido;revoluofederalista;coronis,polticos;colunaPrestes;enativismogacho.A criao do Centro de Cultura Missioneira est estrei-tamente ligada ao reconhecimento das Runas de So MiguelArcanjocomoPatrimnioHistricodaHumanidadepelaUNESCO,em1983.Anteorenovadointeressenacionaleinternacionalnahistriaeculturadaregio,elabora-senocampusdasFaculdadesIntegradasdeSantongeloumcentro de estudos especfico para trabalhar com assuntos re-lacionados a esse patrimnio. Os principais idealizadores doCCMforamosProfs.MarcosVinciosdeAlmeidaSaul3eValmir Francisco Muraro4, com o apoio do presidente do con-selho diretor da FUNDAMES (que se tornou FURI, funda-o mantenedora da URI, esta que, por sua vez, foi reconhe-cida como universidade pelo Ministrio da Educao atravsda Portaria n 708, de 19 de maio de 1992), poca o Prof.ClowisApolloMitri.OutrosidealizadoresdafundaodoCCM foram a Prof. Nadir Lurdes Damiani5 e a Prof. MaraRegina Rsler6. Alguns colaboradores iniciais foram a acad-3 Mestre em Histria pela UFSC. Ex-coordenador do CCM. Atualmente,participa do Laboratrio de Histria Oral da UFSC.4 Doutor em Histria Social pela USP. Atualmente, coordenador do Labo-ratrio de Estudos das Religies, Ordens e Congregaes da UFSC.5 Mestre em Estudos Histricos ibero-americanos pela UNISINOS. Atual-mente, professora da URI e coordenadora do CCM.6 (in memoriam)Mestre em Lingustica e Letras pela PUCRS. Foi colaboradorada Universidade Camilo Castelo Branco.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 19INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESmicaBeatrizdaSilvaPinto7eosprofessoresLianeMariaNagel8, Claudete Boff9 e Celso Henrique Acker10.J com essa equipe, o CCM foi oficialmente institudoem 06 de junho de 1984, atravs da resoluo 04/84 do Con-selho Diretor da FUNDAMES. A fundao do departamentopermitiu que em dezembro de 1984 fosse celebrada uma par-ceriaentreoMinistriodaEducaoeCultura(MEC)eoCCM,quepreviaumplanodepesquisassobreosGuaranipara o CCM, dentro da iniciativa chamada de Programa Mis-ses,daFundaoNacionalPr-Memria.Contratou-seorenomadoespecialistaemculturaGuaraniPe.Dr.Barto-meu Meli11 para orientar o trabalho. Foi tambm nesse per-odo que houve a montagem do acervo inicial do CCM, obti-do principalmente pelos professores Marcos Vincios, Valmirepeloescritorjesuta,quepossuaamplarededecontatossignificativos. Acervos particulares e sebos de toda a Amri-ca Latina e mesmo europeus foram sondados e aproveitadospelospesquisadores.Salienta-se, ainda, que o CCM no somente um pere-nearquivo,acervooubiblioteca,mas,emcertasocasies,agente do processo de historiografia. J foram feitas pesqui-sasarqueolgicas;projetosacadmicosdepesquisaeexten-7 Bacharel em Direito pela IESA e licenciada em Letras pela URI.8 Doutora em Histria pela UFRGS, professora da URI entre 1987 e 1995.Atualmente, coordenadora do Laboratrio de Histria Oral da UFSC.9 Mestre em Histria pela UNISINOS. Atualmente, professora da URI.10 Mestre em histria pela UFRGS. Ator de teatro. Atualmente, professorda Universidade Federal do Tocantins.11 Jesuta espanhol, antroplogo e doutor em Cincias Religiosas pela Uni-versidade de Estrasburgo; autor de vasta bibliografia sobre temas relaciona-dos aos Guarani. Continua a desempenhar as atividades de conferencista,escritor e pesquisador; e a promover a lngua Guarani.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES20OMiCultso; e trabalhos em conjunto com o IPHAN sobre os assun-tos de especialidade do CCM.Um levantamento do departamento, aparentemente de2014,informaqueoacervodoCCMpossuiemtornode:533 monografias, algumas dissertaes de mestrado. No acer-vobibliogrficoh1680Ttulos,numtotalde2579exem-plares.H,ainda,revistas,evdeos(filmesoudocumentri-os) em fitas ou DVDs. O CCM tambm contribui frequente-mente com o laboratrio de Histria Oral da biblioteca comentrevistas e fotos. H, ainda, um acervo iconogrfico: o CCMabrigadiversosobjetosefragmentosencontradosnasesca-vaesarqueolgicasfeitasemtodaaregiomissioneira.OCCM, que soma mais de trs dcadas de desenvolvimento etransformaes, j teve por setores bem definidos: bibliotecasetorial;salaparaexposiesdeartes,auditrio,NcleodeDocumentaoHistricadaURI(NUDH),NcleodeAr-queologia (NARC) e Laboratrio de Histria Oral. Nos lti-mos anos, no entanto, algumas alteraes inquestionavelmentenegativas atingiram o CCM. Tradicionalmente, o CCM este-ve situado em instalaes adequadas no Prdio 4 do CampusSanto ngelo, entre dependncias dos cursos de Licenciaturaem Histria, para o qual, hoje, dificilmente autoriza-se a cri-ao de turmas; e do j extinto curso de Geografia, que tam-bm trabalhava certos temas missioneiros. Essa ainda a lo-calizao internacionalmente associada a um dos melhores emaiscompletosacervosmundiaisecentrosdepesquisaso-bre o tema universal das misses jesuticas.O acesso normal ao acervo bibliogrfico do CCM vemsendopermitidoemqualquerhorriodefuncionamentodabiblioteca,atravsdosmonitoresesujeitoaconsultaprviaObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 21INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESdos exemplares desejados nos sistemas informatizados da uni-versidade.Oemprstimopermitidoaosassociadosdabi-blioteca da URI (alunos e membros da comunidade, estes su-jeitos a uma taxa), seguindo os padres normais da bibliote-ca: h exemplares com disponibilidade normal, e exemplaressomente para consulta local. Tambm no atendimento ge-raldabibliotecaqueficamregistradososemprstimosdosttulos.Assim,otrabalhoestcaracterizadocomoumretra-to do CCM. Procuraram-se expor suas dimenses de acervo,de agente da histria e de difusor de cultura atravs da des-crio de suas caractersticas; especificidades; trabalhos; con-tedo; e do processo de sua criao.Tal qual a histria oral e as obras acadmicas, o CCM uma fonte rica de memria e cultura das Misses. Essa fun-oseexpressaatravsdeseuacervo,pesquisaserealiza-es; caracterizando o setor como ferramenta importante parapotenciais exploraes de novas facetas de identidades e me-mriaculturalregionais.Amemriacria,oudesenvolveaidentidade cultural da regio, tarefa complexa e muito difcilde ser trabalhada de forma objetiva:s ao peso de um esforo intenso, de uma etnografia dos processosscio-culturais em jogo na constituio de instituies da esfera dacultura, bem como de seus quadros, valores, modos de funciona-mento, prticas privilegiadas etc., ser possvel ultrapassar um con-juntodeesteretiposeimportaesinadequadas.(GONAL-VES,1995, p.38)Dentrodauniversidade,etrabalhandodeformainte-gradacomocursodeHistria,omeroacervotorna-seumespao acadmico privilegiado, atendendo s exigncias paraINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES22OMiCultaproduoqualificadadememria,culturaehistria,estaquetambm,sempre,oprodutodeumlugar,segundoMicheldeCerteau(1976,p.23).Atualmente o CCM est localizado no prdio da biblio-teca central da URI- Campus-Santo ngelo, formado por umacervo, bibliogrfico(livros, revistas, jornais, documentos es-critos), colees de fotografias, micro-filmes, fragmentos ar-queolgicos,entreoutros.constituindo-senumabibliotecasetorial; coleo de objetos histricos; e grupos de estudos epesquisas:combina,portanto,histria,monumentos,docu-mentoseacademia.AdiferenciaodoacervogeraldabibliotecapermitedispensartratamentoseparadoaoCCMtalcomooutrasbibliotecas setoriais da URI, o setor j foi em prdio diverso,esuanovalocalizaonoimplicasubordinaosetorialbiblioteca.SuadedicaoexclusivaregiodasMissesdoRioGrandedoSuletemasrelacionadosotornaumlocalprivilegiadoenico.Ohistoriadorinteressadopoderfacil-mente conhecer o lugar missioneiro, partindo deste, ou no, avisoadotadaemsuaabordagem.ParaMicheldeCerteau,este contexto da historiografia, ou produo textual (Faire delhistoire, no original), sempre ser marcante na histria coesaeeficiente:De qualquer forma, a pesquisa encontra-se circunscrita pelo lugar quedefine uma conexo do possvel e do impossvel. Considerando-asomente como um dizer, reintroduz-se na histria a lenda[grifodo autor], ou seja, a substituio de um no-lugar, ou de um lugarimaginrio, pela articulao do discurso sobre um lugar social. Pelocontrrio, a histria se define inteiramente por uma relao da lingua-gemcomocorpo[grifodoautor](social)e,ento,tambmporsuarelao com os limites colocados pelo corpo, seja sob a forma doObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 23INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESlugar particular de onde se fala, seja sob a forma do objeto distinto(passado, morte) do qual se fala. (1976, p. 25)O contexto sociocultural do historiador e o da produ-otextualdevemserlevadosemcontapelointerlocutor,pois, tal qual seu prprio contexto determina sua compreen-sodaobra,aquelesdeterminamcaractersticasdafonte.Cabe ao historiador, portanto, o trabalho de compreen-der as peculiaridades locais para interpret-las e escrever so-bre elas fora do contexto local, ou seja, numa produo cien-tfica e potencialmente global, sem que se perca sua essncia.O CCM um lugar prprio para a produo profissionalde histria, notadamente prximo do lugar missioneiro, inse-paravelmenteintegradoaocontextouniversitrioeporesterespaldado.Aproduodeobrascientficas;afilmagemdedocumentrios; a organizao de eventos acadmicos; e a re-alizaodeescavaesarqueolgicassoalgumasdasativi-dades com as quais o CCM j colaborou anteriormente, mos-trando sua aptido como difusor da cultura missioneira e fonteconfivel de histria, tanto em termos de cientificidade comode quantidade de informaes. Em seu acervo, o CCM man-tm ainda respeitveis obras produzidas por autores de con-textos ou lugares de produo histrica diferentes do missio-neiro. Atravs dessa diversidade de autores (e, portanto, ori-gens) em seu acervo, o CCM se constitui em um amplo espe-lhodaculturamissioneira,poiscadaautormostrarvisesdiferentessobretemassemelhantes:[...] o historiador no um investigador da verdade do passado, masum intrprete do passado; condicionado pelas suas opinies polti-cas, pela sua condio social, pelos valores da sociedade em que vive.Ele est inserido em um contexto com o qual inter-relaciona[sic].INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES24OMiCultNeste caso, a intencionalidade do pesquisador entra na definio dotema, na definio do problema levantado, na seleo das fontes, naescolha do mtodo e das tcnicas responsveis pela cientificidade dotrabalho. Parafraseando Marc Bloch, a histria filha de seu tempoe, assim, a objetividade histrica se constri pouco a pouco, atravsde revises incessantes da produo historiogrfica e do agir tico dohistoriador perante suas fontes e objeto de estudo. (ABRO, 2007,p.10)H autores de variados lugares geogrficos, acadmicose temporais no acervo do CCM. H textos e material de scu-los de histria. A histria tradicional, acadmica ou produzi-da a mando de algum governo, monrquico, republicano oudeentefederativo(podendoosgovernosser,dediferentesideologias), est presente no acervo tal qual esto outras ca-tegorias de produo textual, ou cultural, que podem ser fon-tesdehistria.Um mero olhar estatstico sobre o acervo do CCM per-mite perceber que a historiografia missioneira uma preocu-pao antiga. A histria missioneira mais antiga vem de fon-tesindgenas,europeias,coloniais,bandeirantes,jesutas.Hnelagrandediversidade,emesmoantagonismo,devalores.Quaisdocumentoshistricossoanalisadosepreservadospelos historiadores contemporneos? Quais documentos sopreservados por interesse poltico-ideolgico? Cada documen-to antigo teve um autor com um conjunto diferente de obje-tivos,ecadadocumentopresentenahistoriografiaatualfazparte de um conjunto de ideias que o historiador quer mos-trar em suas obras:O documento no qualquer coisa que fica por conta do passado, um produto da sociedade que o fabricou segundo as relaes deObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 25INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESforas que a detinham o poder. S a anlise do documento enquan-to monumento permite memria coletiva recuper-lo e ao histori-ador us-lo cientificamente, isto , com pleno conhecimento de cau-sa. (LE GOFF, 1996, p. 545)O CCM busca ser um acervo de toda a histria missio-neiraedoRioGrandedosuljelaborada,constituindo-seem fonte ideal de pesquisa, buscando ao mximo ser comple-to,umcontrapontoaosprocessosseletivosdedesenvolvi-mento histrico que Le Goff relata:A memria coletiva e a sua forma cientfica, a histria, aplicam-se adois tipos de materiais: os documentos e os monumentos. De fato, o quesobrevive no o conjunto daquilo que existiu no passado, masuma escolha efetuada quer pelas foras que operam no desenvolvi-mentotemporaldomundoedahumanidade,querpelosquesededicam cincia do passado e do tempo que passa, os historiado-res. (LE GOFF, 1996, p. 535)A imerso do CCM no contexto missioneiro, e sua mul-tiplicidade de obras, valores e vises sobre as Misses e tan-tos assuntos a elas relacionados, facilitam a atividade do his-toriador, que dever analisar todos os documentos possveis.Portanto, o CCM se localiza em um lugar histrico repletode monumentos.No CCM, podem-se consultar tanto obras contempo-rneas quanto documentos-monumentos. A insero do CCMnas misses aproxima o pesquisador ainda dos j citados le-gadosculturais,demonumentoshistricoseatmesmodepatrimnio.A proximidade do CCM dos Sete Povos das Misses oprivilegia tambm quando considerado o aspecto que as ru-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES26OMiCultnas tm de ecomuseus: museus onde os acervos perma-necem em seus habitats naturais, procurando manter intelig-veisasrelaesoriginais...(LEMOS,1981,p.12).Aocon-trrio dos museus tradicionais, nos quais os objetos esto dis-sociados do seu meio natural, esses museus privilegiam o es-tudo das relaes necessrias que existem entre o meio am-biente, o saber e o artefato; entre o artefato e o homem; entreo homem e a natureza (ibid., p.11). O acervo do CCM umsubsdiofacilmenteacessvelecapazdefacilitaraanlisedos ecomuseus missioneiros.Assim,ficaestabelecidaamaterialidadequeoCCMrepresenta como fonte de histria, acompanhando o entendi-mento j exposto de Abro(op. cit.). A anlise dessas fontesempricasumaatividadequesecontextualizaatravsdovalor e ateno dedicados pelo CCM histria missioneira eriograndense. Com as fontes mencionadas e com seu acervo,o CCM pode embasar ambas a pesquisa documental e a dis-sertaotericasobrehistria:Osmeiosdeumapesquisahistricasoosmateriaisdocumentadas[sic] e a atividade intelectual (problemtica, crtica...)que os pesquisa, reconhece e explora, torna teis... de resto, os doisimbricados de forma indissolvel e contnua. (MONIOT, 1976, p.101)Almdoembasamentoparaaproduodehistria,oCCM pode facilmente ser visto como um repositrio de me-mriadaregio.Nessesentido,oCCMcombinaoambienteacadmico com aspectos de museu de antropologia e arqueo-logia. O CCM j foi integrante de trabalhos na rea de arque-ologia, conta com artefatos arqueolgicos e est ligado, des-Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 27INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESdesuaformao,preservaoeestudodaculturamissio-neira.Atravs do estabelecimento desses acervos iniciais, como fim expresso de contribuir com o projeto Programa Mis-ses,serviutambmparaoestabelecimentodabibliotecasetorial,epossibilitouaoCCMestabelecerseusobjetivosecomear a desempenhar praticamente todas as suas funes.O acervo um grande subsdio produo acadmica: suascontribuies nesse sentido vo muito alm do primeiro gran-de trabalho do CCM, O Guarani: uma bibliografia etnolgica.Comopassardosanos,outroselementosforamin-corporadosaoacervo:maismaterialdepesquisa;anaisdeeventosrealizados;monografias;vdeos;reportagenssobreexposies e eventos acadmicos do CCM; e material arque-olgico.Desde sua fundao, em 1984, o CCM promove even-tos, tanto culturais quanto de carter acadmico. O significa-do e importncia do acervo e do histrico do departamentosemprepermitiramapromoodeeventosquetinhamestecentro por referncia. Citam-se alguns dos congressos, even-tos,publicaeseprojetosrealizados,eatividadesemgeral:- Realizao da I Jornada Regional de Cultura Missio-neira, de 18 a 21 de julho.-Realizou-se o I CONCURSO ESTADUAL DE MO-NOGRAFIAS MISSIONEIRAS, com o tema So Miguel:Patrimnio da Humanidade.- Integrao do CCM ao Programa Misses da Fun-dao Nacional Pr-Memria. Contratao do jesuta Barto-meu Meli para assessorar o trabalho.A partir deste projetopublica-seOGuarani:umabibliografiaetnolgicae,pos-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES28OMiCultteriormente, realiza-se um trabalho de microfilmagem da bi-bliografianaqualconstemelementosdeiconografiaGuara-ni. Este segundo trabalho foi realizado na Biblioteca PblicaMunicipal Mrio de Andrade em So Paulo; e na Bibliote-ca Nacional, no Rio de Janeiro.- Inicia-se um trabalho de formao de professores deHistria(poca,EstudosSociais)qualificadosparaoensi-no de Histria das Misses, assunto que passa a ser ministra-do em escolas de Ensino Fundamental da regio.- Encontro com Lus Carlos Prestes e com ex-comba-tentesdaColunaPrestes.Omaterial,incluindoentrevistas,guardado pelo CCM seria a principal fonte para a pesquisa naUSP que resultaria no livro O Retorno de Luiz Carlos Pres-tesaSantongelo,em2002.OLaboratriodeHistriaOral do CCM, juntamente com a obra, foram tema de docu-mentrios das TVs Globonews e RBS Comunidade em 2004,ano do 80 aniversrio da Coluna Prestes e 20 do CCM.-Realizaodasconferncias.- Assessoria nos eventos.- Participao de pesquisadores do CCM nos eventos:Primeras Jornadas Internacionales sobre las Misiones Jesui-ticas, I Encontro de Microistria.- Publicaes: Anais da I Jornada Regional de CulturaMissioneira,IIEncontrodeMicroistria,VISimpsioNacional de Estudos Missioneiros, organizao e coordena-o do evento Canto da Terra Guarani - 1 Simpsio Inter-nacionaldeEstudosGuaranis.- Publicao do livro O Guarani: uma bibliografia et-nolgica.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 29INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES- Participao no projeto Misses: 300 anos, do Mi-nistrio da Cultura/SPHAN/Governo do Estado do Rio Gran-de do Sul.- Participao do CCM na organizao e coordenaodo evento I Encontro de Educadores e Muselogos da Re-gioMissioneira.- Primeiras escavaes realizadas atravs do Narc, cri-ado pela portaria n 19/88 da FURI.-PublicaodoslivrosMisses:umahistriade300anos, e Vamos conhecer Santo ngelo nosso municpio,2ed(1de1986),deLianeMariaVerri(NAGEL,LianeMaria).- Realizao da exposio Misses: Uma Proposta Edu-cativa.- Realizao da exposio Arte Indgena, projeto San-to ngelo Histria e Memria.- Publicao do livro Guaranes y Jesuitas en TiempodelasMisiones:UnaBibliografiaDidatica,resultantedoprojetoiniciadoem1994.- Produo de vdeo didtico sobre as redues jesuti-co-guarani(bilnge:portugus/ingls).-InciodosCiclodePalestrasRevisoHistricadoRio Grande do Sul, que trabalharam temas como: ocupaoeuropeia no Rio Grande do Sul.- Publicao dos livros Turismo e Cultura v.1: a hist-ria e os atrativos regionais e Turismo e Cultura v.2: histriaregional.- Publicao do livro O Retorno de Luiz Carlos Pres-tes a Santo ngelo.- 80 anos da Coluna Prestes. Participao em document-rios das TVs Globonews e RBS Comunidade.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES30OMiCultEsto disponveis no CCM maiores informaes sobrequaisquer dos eventos citados. Devido a restries de tempoimpostaspeloformatodestetrabalho,nofoipossvelbus-car informaes sobre eventos anteriores a 2005 (certamentetema para outra monografia) ou sobre muitos outros eventosnocitadosnalistaanterior,especialmenteescavaesar-queolgicas,palestraseexposiesdearte.A importncia da temtica histrica para a regio mis-sioneira se faz ver tambm atravs das publicaes do CCM.Aproduobibliogrficadodepartamentoincluicincodassete obras publicadas pela EDIURI, editora da universidade,conformeconsultou-seemhttp://www.urisan.tche.br/ediuri.php . De fato, as outras duas obras listadas, cuja publi-caonoenvolveuoCCM,nosolivros,masrevistas.Asituaodemonstra,certamente,umatendnciaaestetipodeproduocientfica.Nestetexto,busca-sedemonstraracapacidadedoCCMdesubsidiarestaproduo.Paraessefim, citar-se-o as referncias bibliogrficas utilizadas em duasdas obras publicadas, ligando-as ao acervo do departamentooudauniversidade.O CCM, entidade que j passou por diversas transfor-maes em sua estruturao em seus trinta anos de histria,ummarcodaculturaregional.Porsuaassociaoaostioarqueolgicodosremanescentesdareduojesutico-guara-ni de So Miguel das Misses, o CCM conseguia ser um expo-ente cultural nacional, o que ocorria em um tempo de muitasdiscusses de polticas culturais: falava-se em um novo pas,ps-ditadura,comaculturavalorizada(COELHONETO,1986).Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 31INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESDurante todo o espao de tempo desde ento, o CCMvemrealizandoatividadesemreasafinspesquisadosre-manescentesdasreduesjesutico-guaranidosSetePovosdas Misses e Rio Grande do Sul. O departamento conseguiuconstruirumgrandeacervoacadmicosobreotema,con-tendo livros, arte, peas arqueolgicas, monografias, e fontesdevdeoouorais.Constituindo-seassim,emumacasadeculturaespecializadanaqueletema.Como casa de cultura que era, entretanto, o CCM, quetinhacomocolaboradorespesquisadores,professoreseaca-dmicos,passouatenderaoutrasnecessidadesculturaisdas comunidades das quais participava .Mesmo assim o CCMno deixou de ter o potencial para fazer o trabalho de casa deculturaquerealizavaoutrora.RefernciasBibliogrficasABRO,Janete.Pesquisa&Histria.ColeoHistria-51. 68 p. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2007.CERTEAU, Michel de. A operao histrica. In: LE GOFF, Ja-cques & NORA, Pierre (orgs.). Histria: novos problemas.Traduo de Theo Santiago. Rio de Janeiro: Livraria Francis-coAlvesEditoraS.A.,1976.COELHONETO,JosTeixeira.Usosdacultura:polti-cas de ao cultural. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. (Edu-caoeComunicao,v.16)______. Dicionrio Crtico de Poltica Cultural: Culturae Imaginrio. 2 ed. So Paulo: FAPESP/Iluminuras, 1999.LE GOFF, Jacques. Histria e Memria. Traduo Bernar-do Leito et. al. 4 ed. Campinas: Editora da UNICAMP, 1996.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES32OMiCultLEMOS, Carlos Alberto Cerqueira. O que patrimnio his-trico. So Paulo : Brasiliense, 1981. 115 p.MONIOT,Henri.Ahistriadospovossemhistria.In:LEGOFF,Jacques&NORA,Pierre(orgs.).Histria:novosproblemas. Traduo de Theo Santiago. Rio de Janeiro: Li-vrariaFranciscoAlvesEditoraS.A.,1976.PESAVENTO, Sandra Jatahy. Misses, um espao no tempo: pai-sagensdamemria.In:PESAVENTO,SandraJatahy&MEI-RA, Ana Lcia Goelzer (orgs.). Fronteiras do mundo ibri-co: patrimnio, territrio e memria das Misses. PortoAlegre:EditoradaUFRGS,2007.SOUTO, Dbora Doraiba Menezes. Histrico e contextossocial e acadmico do centro de Cultura Missioneira daURI- campus- Santo ngelo (CCM). Santo ngelo: URI,2012.(Trabalhodeconclusodecursonopublicado).Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 33INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 2CENTRO DE CRIATIVIDADESO-LUIZENSE: um espaoconsolidado de culturaSoniaBressanVieiraINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES34OMiCultObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 35INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 2CENTRO DE CRIATIVIDADESO-LUIZENSE: um espaoconsolidado de culturaSoniaBressanVieira11 Doutora em Histria pela PUC/RS. Professora da Universidade RegionalIntegrada do Alto Uruguai e das Misses-URI-So Luiz Gonzaga. [email protected]. IntroduoO ato de escrever sobre a criao do Centro de Criati-vidade So-luizense (CCS) uma ideia que nos instiga e fas-cina. A histria, por si s uma arte literria. E, a histria deuma entidade que congrega operrios da arte torna o teci-do textual ainda mais lgico e as figuras de linguagem passei-am a nossafrente como se quisessemdizer como os artifci-os lingusticos so inoperantes e insuficientes na escrita des-sa histria que representa um passado no muito distante, depouco mais de trs dcadas, mas que carregado de um inv-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES36OMiCultlucro de mensagens que refletemum pensar, um dizerver-balegestualesobretudosobreumfazergenial,cheiodemistrios,transformadoresdarotina,daprticaricaeorigi-nal cotidiana e do imaginrio do artista so-luizense/missio-neiro, em uma histria que merece ser escrita e reescrita.No labirinto da memria, dizem os intelectuais, no possvelamemriaindividualsemelementosdasociedadeonde o indivduo atua; s assim as imagens do presente fun-dem-se com as do passado. Da parecer que falar do Centrode Criatividade So-luizense falar da histria da cidade dosanos 80, falar de Mostra da Arte Missioneira, falar de artecomo combate, falar da histria como narrao de uma tra-diodeartedenossopovo,porqueotempomescla,mistura. O passado dessa entidade est misturado com o pre-senteeassim,entreoseupassadoeseupresente,podemosconstruir o seu futuro.O objetivo no buscar ou firmar a identidade de algoque j por si s, mas buscar uma forma de relatar uma visodocomoestaentidadenasceu,cresceuesefirmou;pinarfragmentosdeumenredotecidonarededeencantosede-sencantos que nos remete, contraditoriamente, para imagensdo real e do simblico, reveladora de enfrentamentos e alian-as, por vezes apaixonante, por vezes desoladoras, mas sem-prerepletadeatoresque,revezando-senumasolidariedadeincontida, no permitiram seu desenlao, fazendo uma visode sonho criar formas, utilizando luzes inslitas para clarearo caminho que apresentava todos os alns do imaginrio.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 37INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESApesquisacompreendeuacoletadedados,realizadana Casa Arte Nossa que congrega a sede do CCS, tendo comofontes,oestatutode1984eode2011,oslivrosdeatas,relatrios de gestes, textos, apresentaes, material fotogr-fico,programaesefoldersdeexposieseeventos,bemcomoocadastrodeassociados.Apsbuscamoselencar,deforma detalhada e minuciosa, os dados disponveis, aos quaisaliamos a memria pessoal e coletiva. E, finalmente, nos de-bruamos sobre o texto e anlise de seus resultados alicera-dosnosprincpiosinerentesaopesquisador-neutralidade,objetividadeeclareza.Abordar o surgimento do Centro de Criatividade, justi-fica-sepelofatodequefez-semister:viajarpelosdiversosngulosdaredeartstico-socialquecaracterizanossacidadee refletir sobre aspectos como a dinmica interna e os mist-rios que abrigam a relao tinta & aquarela & pincel; refletirsobre as mos habilidosas dos nossos artistas plsticos e arte-sos que tramam os fios do tecido que compe o dia-a-dia dagrandetapeariadesuasvidas.E,porfim,descortinar,atnueefinacamadaqueseparaasnotasdaspartiturasdasvozesvibrantesdenossoscantorese,porextenso,denos-sos escritores e atores sutis.Mas, quando acreditamos no que pensamos, o texto semontaeseestruturanumaprticavivenciadaelidacomofascnio daquilo que mexe conosco, aquilo com o que estabe-lecemosrelaes,criamosconceitoserecriamosaesqueexteriorizam nosso pensamento.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES38OMiCult2. A arte & cultura sob o abrigo da teoriaAo se escrever sobre a formao histrica de uma insti-tuio,urgeelucidaroquesejaoconceitodeHistoricidade.Existe uma frase desgastada pelo uso, que afirma que os quenoconhecemsuahistriaestofadadosarepeti-la.Afil-sofa hngara Agnes Haller afirma que ns somos historicidade;somostempoeespao.Daaimportnciadebuscarescreversobre a origem dessa instituio cultural que marca a histriadenossacidade.Estetextodeixa-nos,porhorizonte,aideiadequeoartista se debrua sobre o mundo para discuti-lo e reconhecenesteascaractersticasconstitutivasdasrelaesquedevemser desvendadas em sua obra. A concepo de mundo do ar-tistanolimitaasuacapacidadecriadora:O artista parece guiado por uma mo invisvel, de tal modo queproduz em sua obra algo diverso daquilo que se propunha em pro-duzir; arrastado pela fora da objetividade, que extirpa da sua cria-o tudo aquilo que, em seu projeto, pertencia ainda ao individual-particular. (HELLER, 1992, p.29).Faz-se mister, a fim de que tenhamos uma melhor com-preensodestetexto,revisarotermoCriatividade.Opsic-logoVygotsky(1989)enunciacriatividadecomoaativida-decriadoraquefazdohomemumserquesevoltaparaofuturo, erigindo-o e modificando o seu presente. J, na opi-nio de Mrio de Andrade, na sua obra - O artista e o arteso- (1963, p. 11) o pensador refora a ideia de que todo artistaObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 39INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES tem que ser ao mesmo tempo arteso sendo o exerccio queaproxima a arte do artesanato. Assim, segundo Machado,Com a ampliao do ensino de artes, em todos os nveis, no territ-rio e no tempo de durao dos cursos, com certeza nem todos oscidados chegaro a se tornar artistas, mas todos tero a oportunida-de ou melhor, o direito -, de ser um artista (p.14).Outrapensadoraquetemsedebruadosobreopro-cessodecriaoKeyWordsOstrower(1987,p.187)queassim posiciona-se sobre o mesmo:Em qualquer processo de criao, surgem simultaneamente ordena-es materiais e espirituais. Por isso o ato criativo sempre deixa umlastro, seja na pessoa que cria ou seja na pessoa que recria mentalmen-te as formas j criadas. Constitui uma fonte de eterna renovaoespiritual, de desdobramento e de transformao.Por outro lado, em sua obra A coragem de criar, RolloMay (1982) ao referir-se sobre a Criatividade enuncia que acriatividade est no trabalho do cientista, como no do artista;do pensador e do esteta; sem esquecer os capites da tecno-logiamoderna,eorelacionamentonormalentremeefi-lho.Cabe ainda, ao escrever sobre uma instituio de artes,revisitarosignificadodapalavraArte-umconceitoquesempre foi pauta de discusso entre os indivduos mais diver-sos. Ressalta Lukcs (1970, p.198) que o contedo da obra,econsequentementeocontedodasuaeficcia,aexperi-nciaqueoindivduofazdesimesmonaamplariquezadesuavidanasociedade.Dessaforma,avisodemundodoINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES40OMiCultartista uma referncia que perpassa sua obra. J, para o fil-sofo Hegel (2001), a arte exerce sobre o ser humano um pa-pelqueliberta,emancipaedesalienaumavezqueexerceamagia de libertar o artista que, inserido no processo de criarconsegue reinventar o mundo e no apenas a si mesmo. Ad-verte para o fato de queaobradearte,dadaasuanaturezaaomesmotempomaterialeindividual, nasce essencialmente de toda espcie de condies parti-culares, dentre as quais esto especialmente a poca e o lugar de nas-cimento, a individualidade determinada do artista e, principalmente,o nvel de aperfeioamento tcnico da arte (HEGEL, 2001, p. 56).OCentrodeCriatividadeumainstituiodecunhocultural sendo oportuno, portanto, ressaltar que o termo Iden-tidade cultural representa um conceito complexo, que envolveo conjunto de crenas, valores, modos de agir e pensar de umgrupo social ou sociedade. Neste estudo fala-se do resgate deumaidentidadeculturalperdida,porqueasociedadejesuti-co-guarani que habitou as terras do povoado de San Lus, eradetentoradeumaculturamparqueaospoucosfoiseper-dendo.Ora,aidentidadeculturalumprocessodinmico,que confere pessoa, comunidade, nao e ou sociedade umsentimento de pertencimento. Assim, essa identidade missio-neiraconstitua-seemumaredederepresentaescujaori-gem foi estabelecida entre indgenas e padres jesutas, em umespaoeemumtempodeterminados:trata-sedeumpatri-mnioidentitrio,quemesclavalngua,religio,arte,traba-Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 41INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESlho-ideias a serem resgatadas, no caso em estudo, pelo enten-dimento da histria do Centro de Criatividade So-Luizense.3. Sobre a criao do Centro de CriatividadeRelatos, fragmentos beira dos mitos e das lendas, quereleem e reescrevem pensamentos; conversas e memrias, deamigoseamigasartistas,depessoassensveis,nosveemmente,efazememergirparamomentos,notodistantes,em que visitando o Museu de Arte, em PortoAlegre e obser-vando obras de inexplicvel expresso da arte e do belo, numpasse de mgica, em minsculas fagulhas de tempo, transpu-semos o pensamento para So Luiz Gonzaga, para o imensoe caudaloso acervo de obras de nossos artistas so-luizenses.Opotencialartsticodenossosartfices-artistasquedesprovidos de quaisquer intenes, a no ser a de expressarsuaforadetrabalho,eadeseremmensageirosdaarte,trabalhadoresdacultura,mereciameprecisavamservalori-zadoseorganizadosnumaassociaoquemostrasseparaomundo o fazer personificado da figura dos que investem numadasmaioresdimensesdoserhumanoadasensibilidadeartstica.A partir da, ancoramos o pensamento de que esses per-sonagens faziam uma histria, que merecia ser contada e can-tada a muitas mos, em uma memria tecida do individual aocoletivo,reforadapelaideiadegrupo.UmaassociaoquereunisseeoportunizasseultrapassaroslimitesdesuaarteeINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES42OMiCult2 CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. ESTATUTO. 13 denovembro de 1995. Art. 4. consolidasse um discurso relacionado adoo de novas pr-ticas e expanso de mercados mais amplos para seu fazer ar-tsticoeraoqueprecisavaacontecer.Para alm do exotismo da paisagem missioneira, quemsabe, buscariam estes atores, imagens recorrentes de uma pai-sagemdesejadaquepoderiadescortinarparaumanovapai-sagem - exuberante e incgnita a de reunir-se em uma asso-ciaodeartistaseartesosso-luizensesquepossibilitasseextrapolarfronteirasmunicipais,regionaisenacionais.A ocasio era propcia; vivamos um clima de prepara-o da II Mostra da Arte Missioneira - evento cultural e arts-ticoquevisacongregarartistas,artesoseintelectuaisdospasesBrasil,ArgentinaeParaguaiequejserealizara,emsua primeira edio em 1980, com sucesso, e testemunhara ariqueza artstica de nosso povo e de nossa gente.Efoiassimque,retornandoparaSoLuizGonzaga,rascunhamos para que a ideia no escapasse no corre-corredastarefascotidianas-algunspargrafosquetraduziamodesejo de criar uma associao com o objetivo deincentivarno artista locala atividade criadora, estimular em nossa co-munidadeogostopelaArte,integrarpessoasquepossuamhabilidades e/ou interesse pelas diferentes reas de manifes-taoartstica,ofereceroportunidadesdecrescimentocul-turalnodesenvolvimentodeatividadesartsticasedifusocultural2.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 43INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESDeimediato,sugerimosaoPresidentedaIIMostra-Luiz Cosme Moreira Pinheiro - e para o Coordenador Geraldoevento-JosAlbertoPinheiroVieira-apresentandoosobjetivos propostos com a criao da Associao. A sugestofoi bem recebida e agendada a realizao de uma reunio comnossosartistas.Tudo conspirou a favor da concretizao do proposto.Depressa, formulamos convites a um grupo de pessoas3, parauma reunio, na Cmara de Vereadores que poca, funcio-navanaPrefeituraMunicipal.Areceptividadefoitotal.E, fazendo um recorte de temporalidades, debruadana janela do tempo, dos dias e das horas, na dcada de 80 dosculo findo, mais precisamente, no dia vinte e um de setem-bro do ano de 1983, que podemos relembrar, como se fossehoje, o grupo de pessoas que reunimos, como coordenadoradoentoISalodeArtesdaIIMostradaArteMissioneiranaCmara de Vereadores de So Luiz Gonzaga, grupo ao qualpropusemos criar um Centro de Cultura, uma Associao que agre-gasseevalorizassepessoasquemanifestavamhabilidadeouinteressepelas diferentes reas Artsticas. Ouvindo aos participantes, per-cebemos, na falas de uns as vozes de muitos que acolheram asugesto manifestando que a concretizao seria um incentivoaos artistas e mesmo uma oportunidade de demonstrar seu trabalho4.Sem demoras ou discusses, o grupo se props a concretizara sugesto, construindo um projeto, enriquecendo-o, soman-doesforos,deformacoletivaeintegrada,atravsdeumaassociaoquecongregassereasdeatuao:ArtesPlsti-3 Artistas, pessoas com diferentes aptides artsticas e autoridades.4 AMARAL, Regina Corra. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRODE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. Ata n 01/1983. p.01.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES44OMiCultcas,Artesanato,ArtesCnicas,Literatura,Msica,Fotogra-fia, Cinema e Folclore. Como metas foram traadas: Feiras deArte e Artesanato, Pacotes Culturais, Seminrios, Festivais,Encontro de Artistas, entre outras.FoientoqueseformouumaComissoProvisria5-aqualnoscoubecoordenar,paraagilizaraestruturaodojdenominadoCentrodeCriatividadeSo-luizense.Aartistapls-tica Lourdes Calbria assumiu a rea de Artes Plsticas; a arte-sAbegairDamio,areadoArtesanato;MariadeLourdesBettanimeJosAfonsoMoraisFernandes,areadeArtesCnicas; Plnio Ivar da Rosa, a rea da Msica; Pricles Luco-ni,areadaFotografia;ArlindoNardom-areadoCinema;LuizCarlosCardoso,areadaLiteratura.AreadoFolclorefoi assumida por Beatriz Gonalves e pela Invernada Artsti-ca do CTG Galpo de Instncia- fato registrado por ReginaCorra do Amaral.AComissoreuniu-se,pelaprimeiravez,nodia17/11/83 na Biblioteca Pblica Municipal e, em 23/11/83 noCTG6,elegeuaprimeiradiretoriatendocomoPresidente-SoniaBressanVieiraeVice-presidente-LourdesCalbria.Elegeu-seSecretria,CatarinaTorreseTesoureira,HelenaTeixeira. Nas coordenaes das reas permaneceram as mes-mas pessoas da Comisso Provisria, com algumas alteraes.Foram eleitas coordenadoras das reas: Artes Plsticas - Cla-rissa Froelich; Msica - Maria de Lourdes Bettanim; Literatu-ra - Zaida Dorneles; Teatro - Neide Fiorenzano. Responsabi-5 AMARAL, Regina Corra. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRODE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. Ata n 01/1983. p.01 e 2.6 OLIVEIRA, Marilda. Livro de Atas1983-1990 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SO-LUIZENSE. Ata n 03/1984. p. 2 e 3.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 45INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESlizaram-sepeladivulgao,NewtonAlvim,JooRibeiroeDaniel Souza. No Conselho Fiscal: Alvenir Wolski, Plnio Ivarda Rosa, Sandro Medina, Brazilia Filgueiras, Mara Paz e Leo-nor Magalhes. Entre as metas prioritrias propostas pelo pro-grama - estruturao e regulamentao da entidade, elabora-o de um Estatuto e o registro de utilidade pblica, entre ou-tras, precisavam ser iniciadas e buscadas.Reuniesdeplanejamentoeorganizaoforamacon-tecendo com a finalidade de organizar o CCS como: criaode um Logotipo (aprovado em 09 de maio de 1984)7; amplia-odasreasdeatuaocomainclusodareadeTecela-gem, em 26 de maio de 1984, tendo como coordenadora - EliTomazin Romero;8 realizao da 1 FEIRARTE (nos dias 02e03dejulhode1984);elaboraodoEstatuto;publicaodo Extrato do Centro de Criatividade no Dirio Oficial n 32de 28 de agosto de 1984;9 publicao do Registro dos Estatu-tosnoCartriodeRegistroCivileEspecialsobon252,folhas 12 e n 16-a (em 05 de setembro de 1984); e solicita-o da Capela do antigo Ginsio Santo Antnio de Pdua, aoPoder pblico, para funcionar como sede da entidade. Es-tasforampreocupaesiniciaisda1Diretoriaalmdeou-tras.107 PILLON, Mara: Livro de atas do CENTRO DE CRIATIVIDADE SOLUIZENSE. Ata n 11/1984. p. 9 e 10.8 PILLON, Mara. Livro de atas do CENTRO DE CRIATIVIDADE SOLUIZENSE. Ata n 13/1984. p. 10.9 PILLON, Mara. Livro de atas 1983-1990 do CENTRO DE CRIATIVI-DADE SOLUIZENSE. Ata n 24/1984. p. 21.10 Livro de atas 1983-1990 do CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LU-IZENSE. Atas 01 a 37 - p.1-28.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES46OMiCultReflexesedebateslevaramaformulaoeposteriorapro-vao,em20deagostode198411,doEstatutoqueemseuartigo1rezava:Fica constitudo o CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUIZEN-SE, uma associao de arteses, artistas plsticos, teceles, msicos,simpatizantes de cinema, fotografia, teatro, literatura e folclore, semfins lucrativos, com personalidade jurdica prpria, fundado em 21de setembro de 1983, neste Estatuto, mencionado, abreviadamentecomo CENTRO DE CRIATIVIDADE e, pela sigla CCS, destinadaa integrar pessoas que demonstram habilidades nas diferentes reasde manifestao artstica, e desenvolver programas de assistncia ar-tstica e cultural, que se reger pelo presente Estatuto.12Em 2011, uma assembleia geral aprovou a reforma des-se primeiro estatuto para atender as exigncias do Cdigo Civilseguida da elaborao de seus Regimento.134.AesrelevantesCabe ressaltar que o CENTRO DE CRIATIVIDADE(2011,art.4),paracumprirseuspropsitos,atuapormeioda execuo direta de projetos, programas ou plano de aes;da doao de recursos fsicos, humanos e financeiros ou pres-tao de servios intermedirios de apoio a outras organiza-11 DORNELES, Zaida dos Santos Magalhes: livro de atas do CENTRODE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. Ata n 23/1984 de 20 de agosto.p.16 -21.12 CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. ESTATUTO. 20de agosto de 1984. Art. 1.13 CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE. ESTATUTO. 30de agosto de 2011. Art. 2.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 47INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESes sem fins lucrativos e a rgos do setor pblico que atu-am em reas afins.LUCAS (2005, p. 5)14, por ocasio dos 22 anos da enti-dade,advertiuque,trabalhar, fazer parte de uma entidade como executar uma sinfonia:para a execuo ser necessria a presena de muitos elementos- osinstrumentos, as msicas, a plateia... Todos os elementos so fun-damentais... para que a sinfonia acontea ser preciso a participaode todos... assim que vemos hoje o Centro de Criatividade So-luizense, como uma bela sinfonia, cuidadosamente executada pormentes e mos habilidosas que apontam , executam e escolhem asreferncias que iro ampliar os projetos planejados.Ao longo das gestes constata-se que houveram ativi-dades que foram perenes e contnuas dando sequncia ao ini-ciadonaprimeiragestodeSoniaBressanVieiracomo:arealizao da FEIRARTE (30 edies); do BAZAR da PS-COA(18edies);daFEIRADENATAL(29edies);defestividades culturais variadas para comemorao da data deaniversrio da entidade; e, da promoo de cursos para aper-feioamentoeatualizaodosassociadoseparapessoasdacomunidade.Tambmorganizaoe/ouparticipaonasedies das MOSTRAS DA ARTE MISSIONEIRA e de ex-posies regionais e estaduais como o FRUM DE ARTE-SANATO/RS e promoes de peas de teatro, shows artsti-co-culturais foram uma constante. Por outro lado, cada ges-to, sabiamente, procurou adequar atividades ao contexto domomentovivido,realizandoprojetospeculiares.14 LUCAS, Clara de Lima. CENTRO DE CRIATIVIDADE SO-LUI-ZENSE; 22 anos de fomento s Artes.2005.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES48OMiCult5.Homensemulheresbuscaram...Tudo isto, e muito mais, foi possvel porque em toda asuatrajetria,nesteCentro,houveramassociadoselderes,homens e mulheres que se dedicaram, se doaram e buscaram!Constatamos que ao longo dos 30 anos do CCS atua-ram 13 gestores (as) que se alternaram em 34 gestes.No perodo de 1983 a 1985 atuou como gestora SoniaBressan Vieira Presidente da Comisso Provisria de im-plantaodoCentrodeCriatividadede21desetembrode1983at23denovembrode1983.Comometastraadaserealizadasconstouaorganizaoeagilizaodadivulgaodaentidadee,asmetaspropostas,anteriormentecitadas.Em23denovembrode1983,SoniaBressanVieirafoi eleita 1 presidente. A gesto foi at 20 de agosto de 1984tendo dado incio a vrios projetos que permaneceram ao lon-go das gestes. Foi reeleita para a 2 gesto que estendeu-sede 20 de agosto de 1984 at 29 de abril de 1985.A partir de 1985 vivenciamos na liderana da entidadea presena de Vera Rejane Maffazziolli dos Santos15 - ges-to1985-1987:16Almdarealizaodosprojetostradicio-nais efetuou o registro do CCS na Fundao Gacha do Tra-balho e solicitao do poro do Centro de Artes para ativi-dades do Centro de Criatividade.15 Gesto de Vera Rejane Maffazziolli dos Santos: 29 de abrilde 1985 at1987.16 TRAUER, Emlia Tereza. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRODE CRIATIVIDADE SOLUIZENSE. Atas n 03,04,05,06,07,08,09,10de 1985. p. 31 a 34.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 49INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESEm 1987, assumiu Hamilton Borlicher. Cabe ressal-tar que no encontramos registros escritos do perodo de 11dejunhode1985at23dejulhode1988.Noentanto,en-contramos na Ata 01 de 1988 o registro de que:O Presidente em exerccio, gesto oitenta e sete, Hamilton Borlichersalientou que alheio a sua vontade, no se tornou possvel o encerra-mento de sua gesto no prazo determinado em estatuto desejandoassim a unio, com muito sucesso, a nova Diretoria.17Em 1988, Newton Alvin foi eleito para presidir o CCS.Licenciou-se, em 22 de novembro de 1988 e solicitou demis-so, em 20 de dezembro de 1988.18 Em sua gesto, reforou asolicitao, ao Prefeito Municipal, da Capela para o CCS, en-tre outras aes.Em 22 de novembro de 1988, assume a vice-presiden-te Maria Elena Juchen. Foi confirmada no cargo, em 20 dedezembro de 1988, permanecendo at 26 de abril de 1989.19Na sua gesto houve a preocupao do ressurgimen-to da entidade e o recadastramento do quadro associativo.20Foi solicitada a abertura da Casa da Mostra a qual foi designa-17 DAMIO, Abegair. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE. Atas n 01 de 23 de julho de 1988. p.35 frente-verso.18 DAMIO, Abegair. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE. Atas n 01,02,03,04,05,06,07,10 de1985. p. 31 a 34.19 DAMIO, Abegair. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 12 e 13, p. 42 e 43. Assumiuem virtude do licenciamento e posterior demisso de Newton Alvim, em 20de dezembro de 1988.20 CENTRO DE CRIATIVIDADE- lbum de Recortes e Fotos: 27-04-89a 31-8-89.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES50OMiCultda como sede provisria do CCS, para reunies e outras ativi-dades em julho de 1988.21Em 27 de abril22 de 1989, assumiu Luiz Fernando deSouza23 at 06 de julho de 1989 (quando apresentou pedidodedemisso).Preocupou-secomaelaboraodeumplanode conscientizao da comunidade para a importncia da artena evoluo de So Luiz Gonzaga.24Coube a Pedro Ari Soares - vice-presidente da gestoanterior - receber o cargo em 06 de julho de 198925 e, em 10de maio de 1990, entregou a gesto ao Conselho Fiscal (Ma-ria Elena Juchen, Sonia Bressan Vieira e Abegair Damio).26O Conselho Fiscal agiu rpido. Onze dias aps,Alve-nirZamperettiWolskifoieleitapresidentedoCCSexer-cendo o cargo por cinco (5) gestes. As duas primeiras foramconsecutivas,27sendoa1gesto28relativaaoperodo1990-21 CENTRO DE CRIATIVIDADE- lbum de Recortes e Fotos: 27-04-89a 31-8-89.22 SOUZA e SILVA, Maria Brbara. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CEN-TRO DE CRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 01 e 02 de 1989, p.46 e 47.23 SOUZA e SILVA, Maria Brbara. LIVRO DE ATAS 1983-1990 do CEN-TRO DE CRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 01 e 02 de 1989, p.46 e 47.24 CENTRO DE CRIATIVIDADE- lbum de Recortes e Fotos: 27-04-89a 31-8-89.25 CAINO, Maurcio. LIVRO de ATAS 1983-1990 do CENTRO DE CRI-ATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 21de 1989, p. 47.26 CENTRO DE CRIATIVIDADE- lbum de Recortes e Fotos: 27-04-89a 31-8-89.27 A 1 gesto :21 de maio de 1990 a 27 de junho de 1991 e 2 gesto-:27 dejunho de 1991.28 LUCAS, Clara Lima. LIVRO de ATAS 1983-1990 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 01 de 21 de maio de 1990, p.01.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 51INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES1991ea2gesto291991-1992.30Retornouem1996eper-maneceupormaistrsgestes,at1999.Entreasrealiza-es das diretorias que a assessoraram, aconteceu a Posse daCapela do antigo Ginsio Santo Antnio. A antiga Capela doSantoAntniofoiconstrudapelospadresfranciscanos,em1952,poriniciativadoFreiArmandoSeibert. Apsapossefoipossvelpensarnasuarestaurao,aqualocorreumaistardenagestodeNeliBremm.Aentidadeteriamaisumavitria em 1990: a cedncia da CASA DA MOSTRA, em co-modato, pela Cmara de Vereadores ao CCS, o que permitiuque mais tarde ocorresse a inaugurao da Casa ARTE NOS-SA,em31demaiode1992,funcionandocomoumaFeirapermanente de Artesanato e Artes Plsticas.Soma-se s conquistas do perodo a cedncia da Sala 3(local no qual funcionou a secretaria da entidade) no prdiodoantigoGinsiobemcomoaautorizaodousodopo-ro do Centro de Artes Lucas Franco de Lima. Na gesto deAlvenir ocorreram ainda, outras realizaes.31Apartirdejunhode1992,assumeNeliBremmquefoi presidente em 7 gestes. Iniciou atuando em duas gestesconsecutivas32;1gesto-1992/9333;ea2gesto341993/29 DAMIO, Abegair. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRI-ATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 21 de 27 de junho de 1991, p. 9verso. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antnio de Pdua.30 DAMIO, Abegair. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRI-ATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 34 de 29 de junho de 1992, p. 19frente e verso. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antnio de Pdua.31 Relatrio de Gesto: 1991-1992. Livro.32 DAMIO, Abegair. LIVRO DE ATAS 1990-2001 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 34 de 29 de junho de 1992,p. 19 frente e verso. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antnio de Pdua.33 Neli assume a 1 gesto em 29 de junho de 1992 at 29 de abril de 1993.34 BRAGA, Shirley. LIVRO DE ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES52OMiCult9435.EmvirtudedelicenadeNeliBremm36assumiu,tem-porariamente,aAnaMariaOliveira-Vice-Presidente.Nelivoltaparaexercerapresidnciada3gesto1995/96.Em2000eleitaparaa4gesto-2000/2001permanecendo,consecutivamente,pormais4gestes,at2003.Entre as aes relevantes37 realizadas pela diretoria no1 perodo cita-se: a restaurao - reforma da Capela do anti-go Ginsio Santo Antnio de Pdua,38 cuja Campanha teve oapoio dos ex-alunos e da Comunidade. Concluda a restaura-ofoireativadacomoSalaAnaPetronaKrieger,em22desetembro de 1993.39 Na oportunidade da inaugurao houveum Recital, uma Mostra Coletiva, e uma Homenagem ao Frei Ar-mandoSeibert(emconjuntocomoIHG)constituindo-se,anova sala, em mais um ponto de cultura para So Luiz.Ain-da,nestagesto,ocorreuainstalaodaCasaARTENOS-SA,entreoutrasatividades.Aps,asduasgestesdeNeliTIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 53, de 29 de abril de 1993, p. 29frente e verso e 30. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antniode Pdua.35 BRAGA, Shirley. LIVRO DE ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE. Atas n 66, de 29 de abril de 1994, p. 38frente e verso e 39.36 Gesto:30 de maro de 1993 at 26 de abril de 1993.37 BRAGA, Shirley. LIVRO DE ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 53, de 29 de abril de 1993, p. 29frente e verso e 30. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antniode Pdua.38 A reforma das janelas que estavam se deteriorando ocorreu em conjuntocom o Instituto Histrico e Geogrfico de So Luiz Gonzaga que entroucom a pintura e o CCS com a madeira. A mo de obra foi da PrefeituraMunicipal.39 Livro Centro de Criatividade: recortes, fotos informaes. Gestes: 1992-93 e 1993/94. Matria A Notcia de 25/11/93. Matria Jornal 7 Povos-Capela do ginsio j um novo Centro de Cultura. 24/09/93-p.03.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 53INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESassumiu Margarete Reichert para a gesto 1994/95.40 AescomoatrocadeTelhadonaCasadaMOSTRAeaquisiode 60 cadeiras para a Sala Ana Petrona, pintura na sala 3 e noporo alm de outras, foram efetuadas.Em 1995, Neli Bremm eleita para a 3 gesto 1995-96.41Entreasrealizaes42aponta-se:aefetivaodoCon-tratodeComodatodaCASAdaMOSTRApor10anos,adevoluodoporodoCentrodeArtesparaaSecretariaMunicipal de Educao, a cedncia (pelo Instituto Histricoe Geogrfico) ao CCS da Sala 1 do piso trreo do Prdio doantigoGinsioSantoAntniodePdua.43EntregadaSalaAna Petrona Krieger ao IHG. Este se comprometeu a mantere conservar o imvel por prazo indeterminado mediante re-gulamentodoCCS,em8defevereirode1996.Destaca-se,aindaaalteraodoEstatutode1984,44atrocadepisoda40 ANTES, Luci. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIATI-VIDADE SOLUIZENSE.Atas n 84, de 28 de abril de 1995, p. 47frente e verso e 48. Sala 3 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antniode Pdua. Gesto - 29 de abril de 1994 at 28 de abril de 1995.41 BRAGA, Shirley. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 98 de 30 de abril de 1996.58frentee verso e 59. Sala 1 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antnio dePdua. 3 gesto, em 28 de abril at 30 de abril de 1996.42 BRAGA, Shirley. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 96 de 13 de fevereiro de 1996.56verso e 57 frente e verso. Sala Ana Petrona Krieger.43 O Termo de Cedncia firmado pela Escola de Segundo Grau e PrefeituraMunicipal, permite a utilizao da Sala reservando-se o direito de uso medi-ante aviso com 15 dias de antecedncia. O IHG se compromete a manter econservar o imvel por prazo indeterminado mediante o regulamento doCCS em 8 de fevereiro de 1996.44 OLIVEIRA, Ana. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 94 de 13 de novembro de 19895.p.55. Sala Ana Petrona Krieger.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES54OMiCultLoja,pinturadacozinhaeconstruodeparedeepinturalateral da Loja ARTE NOSSA, entre outras aes.No ano de 1996, Alvenir Wolski retorna presidnciapara a sua 3 gesto1996-97.45 Licenciada em 24 de junho de1997assumeavice-presidente-CelyGamarra.Alvenirreeleita para a 4 gesto:46 1997-98 e reeleita para o desempe-nhoasua5gesto:471998-99.48Realizaesimportantesaconteceram, entre as aes das cinco gestes, como a solici-taodaconstruodasedeparaoCentrodeCriatividade,em24dejunhode1997,asolicitaooficialdaconstruoda sede da ARTE NOSSA,49 e o encaminhamento Cmarade Vereadores de pedido de autorizao para a referida cons-truo.AassociadaLucilaSchomer50assumiuapresidnciado CCS para a gesto 1999-2000; em 19 de fevereiro de 2000solicitoudemisso.51Emdecorrncia,assumiuavice-presi-dente NoemiPereira, at 28 de abril de 2000.45 CENTRO de CRIATIVIDADE SO-LUIZENSE; Gesto 1995-96; Re-cortes, fotos, informaes. 3 gesto Elvenir Wolski- 30 de abril at 30 deabril de 1997.46 Alvenir Wolski- 4 gesto de abril de 1997 at 30 de abril de 1998.47 GAMARRA, Cely Lopes. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DECRIATIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 125 de 30 de abril de 1998.P. 75- frente e verso. Alvenir Wolski foi reeleita para o desempenho a sua 5gesto- 30 de abril de 1998, at 31 de maio de 1999.48 OLIVEIRA, Ana. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 137 de 31 de maio de 1999.p. 81-verso e 82 frente. Sala 1 do CCS - Prdio do antigo Ginsio Santo Antnio.49 ARAJO, Dalva. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE. Atas n 9118/97 de 24 de junho de 1997.P. 71 frente e verso. ARTE NOSSA.50 Gesto de Lucila Schomer: 31 de maio de 1999 at 19 de fevereiro de 2000.51 OLIVEIRA, Ana. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 146 de 19 de fevereiro de 2000.p.86- verso e 87 frente. Sala ARTE NOSSA.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 55INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESNeli Bremm assumiu sua 4 gesto- 2000/2001 reali-zando,comsuaequipedetrabalho,54aconclusoda1faseda Construo da SEDE, em 21 de Dezembro de 2000, res-saltandotrspainispintadosnoazulejoporDalilaGioda(pia), e Mrcia Dorneles (cozinha) e Cladia Moraes (banhei-ro), alm de outras atividades. Neli Bremm foi reeleita paraa5gesto-2001/200255erealizoucomsuadiretoriaeco-munidade a inaugurao da nova sede, em 13 de Outubro de2001.Naocasio,homenageamosogrupocomoenviodecarto com a mensagem:e , nesta recente meta proposta - construira sede de nosso queridoCentro, pessoas incansveis, perspicazes, sbias, com conhecimentodo que significa trabalharpor uma causa em nossa comunidade,estas pessoas sonharam... e, na trilha dos sonhos, hoje, 13 de outu-bro de 2001, vivem uma realidade - a do sucesso, a de ver edificada asua sede, criando razes, deixando marcas em sua histriade sujeitos- cidados, na histria do Centro de Criatividade So-luizense e nahistria de nossa So Luiz Gonzaga.56Maisumavez,NeliBremmreeleitasendoestaasua7gesto-2002/200357.Vriasaesforamrealizadas.Em30deabrilde2003,MrciaBastosassumeoCCSat52 Neli Bremm - 4 gesto: 28 de abril de 2000 at 30 de abril de 2001.53 OLIVEIRA, Ana. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 160/2001 de 30 de abril de 2001.p.96 frente-verso. Sala ARTE NOSSA.54 Braga, Shirley. LIVRO de ATAS 1990-2001 do CENTRO DE CRIATI-VIDADE SOLUIZENSE.Atas n 161 de quatorze de maio de 2001. p.96 verso, 97 frente-verso e 98. Residncia da Presidente Neli Bremm.55 Neli Bremm - 5 gesto: 30 de abril de 2001 at 25 de abril de 2002.56VIEIRA,SoniaBressan.Carto.13deoutubrode2001.ArquivodoCentro de Criatividade So Luizense.57 Neli Bremm - 7 Gesto: 25 de abril de 2002 a 30 de abril de 2003.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES56OMiCult30 de abril de 2004 concedendo o ttulo de Scio Benemrito Neli Bremm e preocupando-se em registrar a Associao doCCS na COOPARIGS - Associao de Artesos do Rio Gran-de do Sul, criar uma nova logomarca para o CCS, e realizar o1 Concurso RETRATE SO LUIZ, alm de outras atividades.AassociadaMariaElisaBarreirafoieleita58paraagesto 2004/2005 e efetuou, com sua diretoria, entre outrasatividades59amodernizaodoCCSemtermosdeequipa-mentos e mveis como tambm lutou pela incluso na Rotada Arte Misses e lanou a Festa Junina.Em 29 de abril de 2005,60 assumiu Slia Sasso de Mo-rais iniciando uma trajetria de 8 gestes, em 201461. Sua 1gesto se estendeu at 02 de maio de 2006. Reeleita para a 2gesto:2006-2007,paraa3gesto:2007-2008;paraa4gesto:2008-2009;paraa5gesto:2009-2010;paraa6gesto:2010-2011;paraa7gesto:2011-2013eparaa8gesto:2013-2015.58 Gesto de Maria Elisa Barreira - 30 de abril de 2004 at 29 de abril de 2005.59 LBUM 1- Fotos/Gesto: Maio 2004/Abril 2005. LBUM 2- GestoMaio 2004-2005. Fotos; LBUM 3 Gesto Maio 2004-2005. Fotos. Cons-truo de vitrines para artesanato e pranches para esculturas, prateleirascom espelho e araras para artesanato, pintura interna da Sala de oficinas,reunies e da cozinha, cortinas, Sala para artes plsticas, balco para atendi-mento ao pblico.60 MATOS, Gernima. LIVRO DE ATAS 2001 do CENTRO DE CRIA-TIVIDADE SOLUIZENSE.Atas n 196 de 29 de abril de 2005. SalaARTE NOSSA.61 A 1 gesto se estendeu at 02 de maio de 2006. Reeleita para a 2 gesto em02 de maio de 2006 at 30 de abril de 2007, para a 3 gesto em 30 de abril de2007 at 02 de maio de 2008; para a 4 gesto em 02 de maio de 2008 at 08de maio de 2009; para a 5 gesto 08 de maio de 2009 at 07 de maio de 2010;para a 6 gesto em 07 de maio de 2010 at 05 de maio de 2011; para a 7gesto em 05 de maio de 2011 at 10 de maio de 2013 e para a 8 gesto de 10de maio de 2013 at 2015.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 57INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESAsdiretoriasqueintegraramasgesteslideradasporSliapreocuparam-seemrealizar,almdasatividadestradi-cionais da entidade, aes peculiares como: - na 1 gesto, aparticipao no evento Galeria dos Municpios na AssembleiaLegislativa, a criao da pgina do CCS na Internet, a exposi-oMissesemArteentreoutras.Na2gesto,buscouaampliao da venda de trabalhos pela Internet, a construode depsito de material, a instalao de filial do CCS em SoMigueldasMisses,areorganizaodoMUSEUdaMOS-TRA e a pintura do prdio do CCS. Na 3 gesto foi concreti-zado o novo Site do CCS. Na 4 gesto, destacou-se a come-moraoalusivaaos25anosdoCCScomumjantar-showcom uma homenagem fundadora - Sonia Bressan Vieira e ahomenagem realizada pelo Instituto Histrico e Geogrfico -IHG aos 25 anos do CCS. Na 5 gesto destacou-se a home-nagem do CCS ao IHG pelos 25 anos (2009). E, na 6 gesto,entreoutras,realizou-seaExposiodeArtesanatoeArtesPlsticasnaXIVMostradaArteMissioneira(2011).Na7gesto, importante ato foi a aprovao da reforma do Estatu-to Social em 20 de agosto de 2011, a Exposio em homena-gem ao Frei Armando Seibert (obras- acervo de Hilda Langs-ch), a homenagem a Neli Bremm na 28 FEIRARTE (17 a 20dejunhode2013),ahomenagemssciasAlvenirWolski,Tereza Gomes de Oliveira, Abegair Damio e Cludia Mora-es no jantar comemorativo aos 30 anos do CCS, entre outras.Em sua 8 gesto 2013-2015, Slia homenageou o artista pls-tico Flvio Augusto Bettanim durante a 30 FEIRARTE 2014.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES58OMiCult6. Consideraes FinaisRevela-se,nesterelato,aforaqueodiscursoeotra-balho produzem. Podemos dizer que essas pessoas fizeram ocaminho,fazendodeleamoradadeumaassociaoquefoise consolidando. De lugar nenhum, chegou a uma posio dedestaque,comoosfatoseatosnosmostram.OCENTROdeCRIATIVIDADESO-LUIZENSE,talcomooartista,nonasceupronto.Foinecessrioolharparaseuinterioredesvendar seus mistrios, suas entranhas mais nfimas e ques-tionar o que parecia sem respostas, sem possibilidades.Passadas, mais de trs dcadas, ao olhar para o realiza-do,podemosdizerqueoCENTRODECRIATIVIDADESO-LUIZENSE est solidificado e consolidado. Possui umacasa, cujo alicerce slido, como slido foi e o trabalhode todos que por ele se doaram e continuam a se doar.Sonhamos, em 1983, quando iniciamos a caminhada...pessoassonharam,inventaram,imaginaramaopercorrerocaminho lideradas por diretorias atuantes e otimistas que re-alizaram. E, foi o sonho que tornou capazes de ousar a uto-pia de cada amanh e experimentar o horizonte de cada mo-mento da vitoriosa histria desta associao que contou comamigos perenes e solidrios na trajetria perseguida.Estas pessoas foram ao longo desta construo e des-tesanosdetrabalho,companheirassolidrias,amigasfiis;no acreditaram apenas em si mesmas mas, acreditaram umasnas outras, se apoiaram umas s outras, confiaram umas nasoutras,e,apesardediferentes,atmesmonaformadeex-pressarasuaarte,seunirameacimadetudoagiram,comgarra,otimismo,confiana,sensibilidadeedeciso...combi-nando novas ideias com as mesmas antigas ideias.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 59INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESPorm, o universo da arte e da cultura infinito, trans-cendente! H algo, sempre a buscar ao mesmo tempo em que,algosemprefica...parasempre!naalma,nahistria,enoamoraumacausa,imortalizado,naarteenasensibilidadeexpressanasobrasqueeternizamseusautorespelotempoafora. Por isso, em tempos de violncia e de desamor, o CEN-TRODECRIATIVIDADESO-LUIZENSEfazdasuatarefa e de seu testemunho, uma presena de f e de amor Arte e Cultura, em So Luiz Gonzaga; o porto seguro paraos amantes do belo, das cores, das tintas, dos fios e das con-tas que compem a grande trama da CULTURA que faz par-te da histria de todos os povos.7. Referncias BibliogrficasANDRADE, Mrio. O artista e o arteso. 1963.HEGEL, Georg Wilhelm Friedrich. 2 Ed. Cursos de Est-tica.[Traduo:MarcoAurlioWerle].Edusp:SoPaulo,2001.HELLER, Agnes. O Cotidiano e a Histria. 4 ed. So Pau-lo:PazeTerra,1992.121p.LUCAS, Clara de Lima. Centro de Criatividade So-luizense;22 anos de fomento s Artes. 2005.LUKCS, G. Esttica. Trad.de Anna Marietti Solmi. TorinoEinaudieditores.p.a.1970.MACHADO, Bernardo Novais da Mata. Uma poltica cul-tural para as artes: Para alm do fomento produo e aoconsumo.s,d.OSTROWER, Fayga. Criatividade e processos de criao.21ed.Petrpolis:Vozes,2007.187INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES60OMiCultROLLO May. A Coragem de Criar 1982, ed. Nova Fron-teira.VYGOTSKY,L.S.CriaoeimaginaonaInfncia.ticaEditora.1989.WERLE.Edusp:SoPaulo,2001.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 61INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 3O Ncleo de Arqueologia doMuseuMunicipalDr.JosOlavoMachado em Santo ngelo:uma Instituio Cultural daRegiodasMissesRaquel Machado RechINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES62OMiCultObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 63INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESCaptulo 3O Ncleo de Arqueologia doMuseuMunicipalDr.JosOlavoMachado em Santo ngelo:uma Instituio Cultural daRegiodasMissesRaquel Machado Rech11 Doutora em Arqueologia pela USP e Coordenadora do Ncleo de Arqueo-logia do Museu Municipal Dr. Jos Olavo Machado, em Santo ngelo. E-mail: [email protected]. IntroduoO Ncleo de Arqueologia do Museu Municipal Dr. JosOlavo Machado (NArq/MMJOM), tem seu histrico na po-ca em que se comemoravam os 300 anos da reduo jesuticadeSantongeloCustdionobinio2006e2007.Naquelaocasioestavafindandoumconvniodecooperaotcni-co-cientfico entre a Prefeitura Municipal de Santo ngelo eINSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES64OMiCult2 O Ncleo de Arqueologia do Centro de Cultura Missioneira da URI (NArq/CCM-URI), desativado desde 1993 quando da sada do Arquelogo Giova-ne Scaramella daquela instituio, foi reativado especificamente no binio2006-2007 para dar endosso institucional/salvaguarda ao material arqueo-lgico encontrado na execuo do Programa de Acompanhamento e Moni-toramento Arqueolgico das Obras de Modificao da Praa Pinheiro Ma-chado, Stio Arqueolgico da Antiga Reduo de Santo ngelo Custdio.3 Este projeto, autorizado pela Portaria IPHAN n 147, de 26/05/2006,contou com recursos obtidos junto ao Ministrio do Turismo do Brasil,alm de convnios interinstitucionais com o Laboratrio de ModelagemGeolgica e Ambiental da UFRGS; o Laboratrio de Qumica e Ncleo deGeoprocessamento da URI; alm do Apoio Cultural da Unimed/UnicredMisses.4 Co-coordenado por esta arqueloga e pela ento Coordenadora do CCM-URI, profa. Me. Claudete Boff, contando com o corpo de estagirios doscursos de Histria e Geografia da URI.aURI,desempenhadoatravsdoNArq/CCM-URI2paraaexecuodoProgramadeAcompanhamentoeMonitoramentoAr-queolgicodasObrasdeModificaodaPraaPinheiroMachado,StioArqueolgicodaAntigaReduodeSantongeloCustdio3(RECH,2007).4Este projeto previa o monitoramento arqueolgico dasobrasderemodelaodaPraaPinheiroMachadoaqualocupa o mesmo espao da antiga Plaza Mayor da reduo exis-tentenolocalduranteosc.XVIIIcomafinalidadedeintegrar vestgios arqueolgicos identificados em subsolo comoprojetoderemodelaodapraa,denotandoummarcocomemorativo ao aniversrio de 300 anos desta reduo jesutica.Com o trmino do prazo de um ano do convnio PMSA-URI, porm com a no concluso das obras de remodelaoda Praa Pinheiro Machado no mesmo perodo por parte daPrefeitura, no houve interesse por parte da Universidade lo-cal na renovao do mesmo.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 65INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESNesse sentido, a Prefeitura, como responsvel-mor pelaobraderemodelaodapraa,precisouarticularnovasme-didas para garantir a continuidade do monitoramento arque-olgicodasobras,emrespeitolegislaoarqueolgicafe-deralemunicipalvigentes.5Portanto,emmeadosde2007aPrefeituradeSantongelo reativou o cargo de Arquelogo do Quadro Tcnico-Cientficodomunicpio,6bemcomocriouumnovoespaopara dar seguimento ao endosso institucional/salvaguarda domaterial arqueolgico encontrado durante as obras de remo-delaodaPraaPinheiroMachado,criandoassim,dema-neira ainda informal, uma unidade interna do Museu Munici-pal: o seu Ncleo de Arqueologia, com a finalidade especfi-cadecontinuaraexecuodeaesreferentesspesquisasjuntoaositioarqueolgicodaReduoJesuticadeSantongelo Custdio. Assim, pde ser dada continuidade ao Pro-gramadeMonitoramentoArqueolgicopreviamenteinicia-5 Em concordncia com a Lei Federal no 3.924/1961, que dispe sobre aproteo aos monumentos arqueolgicos e pr-histricos em territrio na-cional; alm das Leis Municipais no 1.658/1993 e 2.299/1993, que dispemsobre as pesquisas arqueolgicas na rea do Centro Histrico do municpioonde se concentram em subsolo as runas da antiga reduo jesutica deSanto ngelo Custdio.6 Conforme Leis Municipais n 1.259/1990 e n 1.656/1993, porm comeste cargo tambm encontrava-se vago desde o desligamento do ento ar-quelogo do municpio, Giovane Scaramella, no ano de 1993, foi necessriaa reativao deste cargo por meio das Leis Municipais n 3.083/2007 e 3.087/2007, com a finalidade especfica de continuar a execuo de aes referentesa Pesquisa Arqueolgica junto ao Sitio Arqueolgico Santo ngelo Cust-dio em Santo ngelo, dando prosseguimento, assim, ao endosso instituci-onal/salvaguarda aos vestgios a serem encontrados com a continuao doPrograma de Monitoramento Arqueolgico previamente iniciado com oconvnio entre a PMSA-URI e deste momento em diante sendo dado pros-seguimento apenas sob a responsabilidade do municpio.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES66OMiCultdo no ano anterior com o convnio entre PMSA-URI e destemomento em diante sendo dado prosseguimento apenas soba responsabilidade do municpio.2.AtividadesdesempenhadaspeloNArq/MMJOMO Ncleo de Arqueologia do Museu Municipal Dr. JosOlavoMachado7foicriadoinicialmentecomoumunidadeinternadomuseuaindanoanode2007paradarsequnciaao Programa de Acompanhamento e Monitoramento Arqueolgico dasObras de Modificao da Praa Pinheiro Machado, Stio Arqueolgi-co da Antiga Reduo de Santo ngelo Custdio, quando findou oconvnioentreaPMSAeaURI,fatoqueprovocou,tam-bm, a revitalizao do cargo de Arquelogo no quadro tc-nico-cientificodomunicpionomesmoanoeacriaonoanoseguintedoProgramadeVistoria,Prospeco,ResgateeMo-nitoramentoArqueolgicodeObrasnoCentroHistricodeSantongelo,readoStioArqueolgicodaAntigaReduodeSantongelo Custdio (RECH, 2008), j a cargo do NArq/MMJOM.DentreasprincipaisatividadescargodaequipedoNArq/MMJOM esto:7 A estrutura organizacional ideal do NArq/MMJOM foi concebida com aseguinte composio: esta arqueloga coordenadora, um tcnico - ocupan-do cargo de confiana enquanto no ocorre concurso municipal para tanto -dois estagirios acadmicos de Histria e/ou Pedagogia nomeados atravsde processos seletivos a cargo do municpio; dois auxiliares de serviosgerais fornecidos atravs do convnio PAC/PMSA-AESA (prestao de penaObservatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 67INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES manuteno do Museu a Cu Aberto da Reduo Jesuticade Santo ngelo Custdio;monitoramentoarqueolgiconareadoCentroHistricode Santo ngelo;8anliseslaboratoriaisdosvestgiosencontrados;realizaodeatividadesdeeducaopatrimonial; organizao de exposies;divulgaodaspesquisasemeventoscientficos.3. Manuteno do Museu a Cu Aberto da Reduo Je-sutica de Santo ngelo CustdioCriado inicialmente como uma unidade interna do Mu-seu Municipal Dr. Jos Olavo Machado em meados de 2007,seuNcleodeArqueologiapdedarseguimentospesqui-sasarqueolgicasrealizadasnareadoCentroHistricodeSanto ngelo iniciadas no ano anterior atravs do convniodecooperaotcnico-cientficoentreaPMSA-URIparaaexecuodoProgramadeAcompanhamentoeMonitoramentoAr-queolgicodasObrasdeModificaodaPraaPinheiroMachado,StioArqueolgicodaAntigaReduodeSantongeloCustdio.8 Delimitada pela Av. Rio Grande do Sul, a Sul; Rua Marechal Floriano, aLeste; Rua 7 de Setembro, a Norte; e Rua 15 de Novembro, a Oeste, confor-me o Decreto Municipal n 2.299/1993.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES68OMiCultFigura1:DesenhorealizadopeloviajanteeuropeuCarlosPettermann em 1860 representando as runas da igreja jesutica dareduo de Santo ngelo CustdioFonte: SILVEIRA, 1979.Figuras 2 a 4: Imagens domonitoramentoarqueolgicodurante as obras de remodelaodaPraaPinheiroMachado(convnio PMSA-URI, 2006/2007):descoberta de vestgios da igrejada reduo jesutica de Santongelo Custdio (sc. XVIII) noentorno da CatedralAngelopolitanaFonte: RECH, 2007.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 69INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESO principal resultado deste programa anterior foi a cri-ao do Museu a Cu aberto da Reduo Jesutica de Santo ngeloCustdio, evidenciando a existncia de trs igrejas construdasem diferentes pocas no mesmo local: a Igreja Jesutica (sc.XVIII); a Igreja Matriz da poca do repovoamento (sc. XIX)e a Catedral Angelopolitana (sc. XX). O Museu a Cu Aber-tofoiconcebidoeplanejadoaindapocadoconvnioPMSA-URI,pormconcludodeformapaulatinanosanossubsequentes, ficando cargo da equipe do NArq/MMJOMsua concluso9 e manuteno.109 A implantao do Museu a Cu Aberto se deu parcialmente atravs dasseguintes etapas realizadas paulatinamente atravs de processos licitatrioscom recursos oriundos do Ministrio do Turismo do Brasil, bem comodotao prpria da Prefeitura Municipal de Santo ngelo: 1) identificaodas reas mais expressivas para exposio dos vestgios no decorrer dasescavaes na rea (junho de 2006 a junho de 2007); 2) erguimento dasmuretas de proteo dos vestgios escavados e selecionados para exposioin situ (anos de 2006 e 2007); 3) instalao de coberturas provisrias comlonas e tapumes (anos de 2006 a 2009); 4) implantao de painis e placasexplicativas junto s "janelas arqueolgicas" (abril de 2009); 5) implantaodas telas de ventilao e cobertura de vidros das "janelas arqueolgicas"(setembro de 2009 a novembro de 2009); 6) colocao de grade de proteona boca do poo dgua escavado na rea (janeiro de 2010); 7) formalizadoatravs da Lei n 3.695, de 12 de abril de 2013, que institui o Museu a CuAberto da Reduo Jesutica de Santo ngelo Custdio.10Devidoaofatodeorgoambientalmunicipalnoterpermitidoautilizao de herbicida natural para evitar o crescimento de gramneas dentrodas unidades expositivas das janelas arqueolgicas do Museu a Cu Aber-to, so necessrias manutenes peridicas de poda interna, alm de limpezaexterna dos vidros com periodicidade ideal semanal.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES70OMiCultFiguras5e6:PlacasexplicativasdoMuseuaCu Aberto: esquemagrficoelaboradoporRECH, WOLSKI, e FOLLETOrepresentando asobreposiodastrsigrejasconstrudasnomesmolocal(scs.XVIII,XIX e XX) na rea do CentroHistrico de Santo ngelo;e imagens das 3 igrejas nomesmolocalFonte: RECH, 2007 e 2010.Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 71INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSESO conceito de Museu a Cu Aberto inclui o conjuntodasestruturasarqueolgicasidentificadosduranteumapes-quisa para exposio dos vestgios expostos. A concepo domuseu a cu aberto de Santo ngelo foi baseada em modelose referncias de outros stios arqueolgicos escavados ou vi-sitados pela arqueloga responsvel no Brasil, Itlia e Israel.As informaes pertinentes implantao deste tipo de mu-seu em Santo ngelo foram devidamente comunicadas 12SR/IPHAN-RS atravs da entrega de relatrios de pesquisa.NoBrasilalgumasiniciativasdessetipocomeamaganharfora, como as escavaes de 2002 no ptio do Museu Hist-rico de Santa Catarina, em Florianpolis; ou a Praa Tiraden-tes, em Curitiba em 2008; ou o Museu a Cu Aberto inaugu-rado em 2009, em Recife. Assim, o Museu a Cu aberto da Re-duoJesuticadeSantongeloCustdiovemaseguirestaten-dnciaexpositiva.Figura 7INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES72OMiCultFiguras 7 a 9: DetalhesdasjanelasarqueolgicasevidenciandopartesdosalicercesdaantigaigrejajesuticaeospainisexplicativosdoMuseu a Cu Aberto.Fonte: Banco deImagens do NArq/MMJOM.Figura 8Figura 9Observatrio Missioneiro de Atividades Criativas e Culturais 73INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES4. Monitoramento arqueolgico na rea do Centro His-trico de Santo ngeloUmdospapisdoNArq/MMJOMconfigurou-seemoferecerparaosproprietriosdelotesurbanosnareadoCentroHistricodeSantongelopesquisasarqueolgicassubsidiadaspelaPrefeitura,desonerando,assim,osmesmosde arcarem com os custos elevados que as pesquisas arqueo-lgicas podem acarretar nos processos de licenciamento am-bientalparaconstruodenovasedificaes,ouobrasderestaurooureformasemedificaesjexistentesnestareaque abriga em seu subsolo as runas da antiga reduo jesu-tica de Santo ngelo Custdio.11Assim, fica a cargo da equipe do NArq/MMJOM a exe-cuodoProgramadeVistoria,Prospeco,ResgateeMonitora-mentoArqueolgicodeObrasnoCentroHistricodeSantongelo,readoStioArqueolgicodaAntigaReduodeSantongeloCustdio(RECH,2008e2010).1211 Acompanhados e licenciados pelos Instituto do Patrimnio Histrico eArtstico Nacional e Estadual (IPHAN e IPHAE).12 Este programa foi elaborado de forma a atender s leis federias (Lei n3924/1961 e Portarias n 07/1988 e 230/2002) que dispem sobre o patri-mnio e a obrigatoriedade das pesquisas em locais onde ocorrem interven-es em stios arqueolgicos, bem como visando atender de forma contnuaa leis municipais especficas (Leis n 1658/1993 e n 2299/1993) que dis-pem sobre a necessidade de vistorias arqueolgicas na rea do Centro His-tricodeSantongelo,queabrigaemseusubsoloasrunasdaantigareduo jesutica de Santo ngelo Custdio. Este programa autorizadopelo Processo IPHAN n 01512.000428/2008-19, atravs da publicao noD.O.U. da Portaria IPHAN/MinC n 35/2008 e renovado por portariasanuais.INSTITUIES CULTURAIS, A REGIO DAS MISSES74OMiCultAssim,areaespecficaqu